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Monografia R 4
Monografia R 4
Monografia R 4
Xai-Xai/28/Junho/2022
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Índice
Declaração de Honra.......................................................................................................................v.
Agradecimentos..............................................................................................................................vi
Dedicatória....................................................................................................................................vii
Lista de gráficos...........................................................................................................................viii
Lista de abreviaturas e acrónimos..................................................................................................ix
Resumo............................................................................................................................................x
CAPITULO I.INTRODUÇÃO......................................................................................................11
1.1.Problematização.......................................................................................................................12
1.2.Objectivos................................................................................................................................12
1.2.1.Objectivo Geral.....................................................................................................................12
1.2.2.Objectivos Específicos..........................................................................................................12
1.3.Hipóteses..................................................................................................................................13
1.4.Justificativa..............................................................................................................................13
1.5.Delimitação do tema................................................................................................................14
CAPITULO II. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................15
2.1 Fundamentação Teórica...........................................................................................................15
2.1.1. Definição de conceitos básicos............................................................................................15
2.1.2.A leitura................................................................................................................................16
2.1.3.O processo de leitura............................................................................................................18
2.1.4.Dificuldades na leitura..........................................................................................................20
2.1.5.A importância da leitura.......................................................................................................22
2.1.6. Estratégias para o ensino da leitura.....................................................................................23
2.2 Fundamentação Empírica........................................................................................................27
2.2.1.Importância da leitura...........................................................................................................27
2.2.2.Dificuldades de leitura..........................................................................................................28
2.2.3.Estratégias de superação das dificuldades dos alunos na leitura..........................................29
CAPITULO III. METODOLOGIA...............................................................................................32
3.1 Tipo de estudo ou método de estudo.......................................................................................32
3.2.População e Amostra...............................................................................................................32
3.2.1.Critérios de selecção da amostragem....................................................................................33
iv
Agradecimentos
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, Pai protector, pela saúde e sua presença em todos os
momentos da minha vida, por ultrapassar mais um desafio, por permitir que esse dia chegasse,
que iluminou e continua iluminando meu caminho.
A realização deste estudo só foi possível com o apoio de algumas pessoas, cada uma com
diferentes contributos. O meu reconhecimento e agradecimento em especial aos que não me
deixaram cair ao longo deste percurso, dando-me muita força para concluir este estudo.
De um modo especial a minha supervisora, Carla da Conceição Carlos Sechene, pois todas as
palavras seriam poucas para descrever o seu profissionalismo aliado a um ser humano grandioso.
Assim, deixo manifesto a minha gratidão pela forma como me orientou e apoiou nesta etapa com
a sua disponibilidade.
Aos colegas da turma que estiveram presentes em todos momentos da carreira. E a minha esposa
Célia Pedro Massango pela parceria, amor, carinho e presença em todos os momentos da minha
vida.
E por último a todos que directa ou indirectamente contribuíram para a materialização desta
pesquisa.
Muito Obrigado!
Dedicatória
vii
Dedico este trabalho especialmente aos meus pais: Francisco Munguambe e Ana Xavier Tambe,
pessoas de grande carácter, personalidade, sabedoria que despertaram em mim e ensinaram o
gosto pela leitura, e sacrificaram para que eu pudesse transformar o sonho da licenciatura em
realidade.
A minha irmã Anilza Francisco Munguambe, pelo apoio incondicional que me ofereceu durante
estes longos anos na academia.
Lista de gráficos
viii
Prof Professor
Resumo
Na Escola Secundaria de Chidenguele maior número de alunos da 8ª classe apresenta
dificuldades da leitura contribuindo desta forma para a diminuição do nível de aproveitamento
x
pedagógico. Neste trabalho científico, fez-se uma pesquisa qualitativa onde analisou-se as
“dificuldades de leitura nos alunos da 8ª classe: Caso da escola secundária de Chidenguele.”
Onde levantou-se a seguinte questão: Quais são as dificuldades dos alunos da 8ª classe na
leitura? Entretanto, o trabalho foi realizado com5 professores, um membro de direcção da
escola, e 20 alunos perfazendo um total de 26 elementos como focos da nossa pesquisa. Esta
pesquisa é do tipo qualitativa, e na recolha de dados recorreu-se a entrevista, e questionário. Os
resultados obtidos, mostram que as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura são:
dificuldades de reconhecimento e compreensão da palavra escrita, dificuldades em relacionar o
som e a palavra escrita. Diante dessas constatações sugere-se que, aos professores a optarem por
utilizar textos que incentivem a reflexão, que instiguem os alunos a opinarem e demonstrarem o
que compreenderam da leitura, através de abordagens que se relacionam com a realidade
vivenciada pelos discentes. Sugere-se a Direcção da Escola para promover jornadas de
capacitação dos professores em matéria de leccionação da leitura, onde os professores possam
adquirir e trocar as experiencias nessa área.
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO.
1.Introducção.
O objectivo deste trabalho é analisar as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura.Foi uma
bibliografia baseada em temas de didáctica da língua portuguesa e de dificuldades de
aprendizagem.A importância deste trabalho é de ajudar os professores na identificação das
dificuldades dos alunos na leitura e sobre as estratégias a aplicar.
Este trabalho está estruturado em, cinco capítulos e apêndices, sendo que no primeiro capítulo
apresenta-se a contextualização, problematização, objectivo geral, objectivos específicos, póteses
do trabalho ou questões de investigação, justificativa, delimitação do tema; o segundo capítulo
trata do referencial teórico; o terceiro capítulo detalha a metodologia que foi aplicada, as técnicas
de recolha de dados, a delimitação do universo; o quarto capítulo trata da análise e discussão dos
resultados; o quinto capítulo trata das conclusões do nosso estudo.
Nos apêndices, apresenta-se os instrumentos de recolha de dados, nomeadamente: a entrevista, o
questionário.
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1.1.Problematização
A leitura tem um papel fundamental no plano social. Bastos (1999) realça que reflectir sobre o
que se lê possibilita um grau de autonomia e de liberdade pessoal do indivíduo, como pode
actuar ao nível de uma maior capacidade para exercer a cidadania e participar activamente na
sociedade.
Porém, o fraco domínio da leitura nas escolas do ensino básico, tem constituído grande
preocupação em Moçambique no geral e na Escola Secundaria de Chidenguele em particular.
Regista-se naquela instituição de ensino, que maior número de alunos da 8ª classe apresenta
dificuldades na leitura contribuindo desta forma para a diminuição do nível de aproveitamento
pedagógico.
Neste contexto, elaboramos a seguinte pergunta de partida:
Quais são as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura?
1.2.Objectivos
1.2.1.Objectivo Geral
1.2.2.Objectivos Específicos
1.3.Hipóteses
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1.4.Justificativa
De acordo com Lakatos e Marconi (2003,p. 219), Justificativa “é o único item do projecto que
apresenta respostas à questão por quê? De suma importância, geralmente é o elemento que
contribui mais directamente na aceitação da pesquisa pela(s) pessoa(s) ou entidades que vão
financiá-las. Consiste numa exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e
dos motivos de ordem prática que tomam importante a realização da pesquisa”.
Presume-se que este estudo vá permitir obter uma melhor compreensão sobre as dificuldades dos
alunos da oitava classe na leitura e fornecerá estratégias que os professores podem adoptar para
mitigar estas dificuldades, com vista a melhorar a qualidade de ensino.
No campo pedagogico esta pesquisa permitirá comprender as causas do fraco domínio da leitura,
pelos alunos e diversas estratégias que promovam o domínio da leitura, nos alunos da oitava
classe durante o PEA.
Os resultados deste estudo poderão, por um lado, inspirar o sector da educação, em particular os
professores da Escola Secundaria de Chidengueledurante o exercício das suas actividades
profissionais. Por outro lado, algumas escolas Moçambicanas do ensino secundário que poderão
encontrar algumas orientações de melhoramento da leitura nos alunos.
Na esfera académica, o tema constituirá uma contribuição para uma reflexão em relação as
Dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura e terá um contributo positivo, na medida em que
servirá de base teórica para a sustentabilidade dos factos relacionados com dificuldades dos
alunos na leitura.
Para a esfera científica, o tema do nosso estudo contribuirá como matéria para a investigação,
por porte dos outros autores, de modo a trazer mais esclarecimentos, sobre dificuldades dos
alunos na leitura. Para além do contributo antes referido, o tema da nossa pesquisa, servirá de
obra de leitura em relação as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura, com vista a
contribuir para a melhoria da qualidade do PEA.1.5.Delimitação do tema
Aluno –é uma palavra que provem do latim, que refere se a um aprendiz de uma determinada
matéria. Um aluno e uma pessoa que se dedica a aprendizagem e que este não e uma tábua rasa
Aluno é quem aprende, aquele de quem existe a escola Libaneo, (1994).
Aula - O termo aula associa-se à ideia de: “alunos procurando saberes” e não os recebendo de
outrem Néreci,( 2001,p.97).
As aulas podem se apresentarem em varias características tais como: Aulas teóricas, aulas de
ginásio, aulas de colinaria.
2.1.2.Aprendizagem
Rosângela Pires, refere que a aprendizagem é um processo inseparável do ser humano e ocorre
quando há uma modificação no comportamento, mediante a experiência ou a prática, que não
podem ser atribuídas à maturação, lesões ou alterações fisiológicas do organismo.
2.1.3.Dificuldades de aprendizagem
De acordo com Garcia Dificuldade de Aprendizagem (D.A.) é um problema que está relacionado
a uma série de factores e podem se manifestar de diversas formas como: transtornos, dificuldades
significativas na compreensão e uso da escuta, na forma de falar, ler, escrever, raciocinar e
desenvolver habilidades matemáticas. Esses transtornos são inerentes ao indivíduo, podendo ser
resultantes da disfunção do sistema nervoso central, e podem acontecer ao longo do período
vital. Podem estar também associados a essas dificuldades de aprendizagem, problemas
relacionados as condutas do indivíduo, percepção social e interacção social, mas não
estabelecem, por si próprias, um problema de aprendizagem. García, (1998, p. 31-32)
2.1.4.A leitura
A palavra “leitura” deriva do latim – lectura – (lição) e consiste na “acção de decifrar o que está
representado pelos signos gráficos (…) o acto de apreender o conteúdo de uma mensagem escrita
(…) maneira como cada pessoa compreende, interpreta um texto, uma obra, um acontecimento,
em função de determinados códigos, princípios, teorias, ideologias (…) acção de decifrar
quaisquer sinais que foram traçados com a intenção de representar alguma coisa ou aos quais se
atribui alguma significação” Casteleiro, (2001, p. 245).
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Lages (2007, p.9) refere que “a leitura é fonte de conhecimento, nela desenvolvemos e
afirmamos o gosto estético, através dela aprendemos a melhor nos exprimirmos, por ela criamos
imagens do mundo com implicações directas no que somos e na imagem que nos damos a
conhecer aos outros e que para nós próprios fazemos.”
Aprender sistemas complexos, como é o caso da aprendizagem da leitura e da escrita, envolve a
memorização dos símbolos básicos e seu significado (a letra a representa um determinado som) e
a compreensão do próprio sistema simbólico, de modo tal que o sujeito possa gerar qualquer
elemento do sistema, ainda que nunca tenha encontrado aquele elemento específico (ler ou
escrever palavras novas, ainda não-aprendidas) Carraher e Schliemann,( 1983).
Carraher e Rego (1981) consideram que a língua portuguesa caracteriza-se por ter um sistema de
escrita alfabético que envolve a representação da palavra enquanto sequência de sons.
Investigaram a hipótese de que o realismo nominal lógico (conceito piagetiano) poderia
constituir um obstáculo na aprendizagem da leitura e da escrita.
A pesquisa comprovou que as crianças elaboram hipóteses acerca da escrita, que estão de acordo
com a fase de desenvolvimento cognitivo na qual elas se encontram.
Concluiu-se que o sucesso na aprendizagem da leitura e da escrita não é apenas fruto de um
treinamento de habilidades, mas implica, também, a superação de um determinado obstáculo
cognitivo: o realismo nominal lógico. Só quando a criança compreende ser a palavra falada,
independente das características do objecto que representa, é que consegue acompanhar com
facilidade o processo de alfabetização.
Os problemas de aspecto fónico e sintáctico da língua (principalmente com as características da
nossa língua que se baseia na relação sinal-som), geram dificuldades de aprendizagem que muito
freqüentes Stambak, Vial, Diatkine, Plaisance e Beauvais, (1984).
A leitura é uma capacidade muito complexa e as dificuldades de aprendizagem referentes a ela
têm sido, seguramente, as mais estudadas pelos especialistas Sánchez Miguel e Martínez Martín,
(1998).
Barone (1997) comenta que, de maneira geral, considera-se o processo de alfabetização apenas
dentro de um ponto de vista pedagógico, como se essa importante aquisição dependesse somente
de aspectos instrumentais e cognitivos. No entanto, ler é muito mais que descodificar uma
escrita, ou mesmo, é mais que descobrir e reconstruir o sistema de representação da linguagem.
Ler é engendrar sentido.
18
dificuldades, são novas. Assim, parece provável que, para ler, dependam consideravelmente do
uso da estrutura fonológica da palavra (descodificação).
O professor e responsável pela estimulação da leitura em sala de aula ,pois e ponto importante
para aprendizagem.Por meio de leitura, novas ideias e informaçõessão absorvidas, mas para que
possa consolidar de forma precisa e necessário saber ler segundo o Araujo,(2010).
De acordo com Grigorenko e Stememberg (2003,p. 29) dificuldade de leitura significa um
distúrbio em um ou mais processos psicológico básicos envolvidos no entendimento ou no uso
da linguagem falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para
ouvir,pensar,falar,ler ,soletrar.
Concordo com Libaneo(2007),qundo este relata que a escola necessita se eximir da característica
de ser um agente transmissor de conhecimento e informações ,levando toda a obrigação da da
transmissão desse currículo aos educadores ,que se vêem isolados no processo de ensino.
Explicitam que a leitura não se desenvolve de forma isolada, pois ao mesmo tempo em que se
ensina as crianças a lerem, também se ensinam a soletração e a escrita. A soletração requer
converter os sons em letras, portanto, a sua prática aumentaria a consciência fonológica.
Para Sánchez Miguel e MartínezMartín (1998), diante de uma palavra, é necessário transformar a
seqüência de grafemas em sons (ca> “ca”, dei > “dei”, ra> “ra”) e, uma vez executada essa
operação, todos os sons podem ser integrados ( “ca...dei...ra”) em uma única expressão
(“cadeira”). Depois desse momento, a palavra oral pode ser reconstruída e reconhecida como
familiar.
No entendimento dos autores, existem duas maneiras de ler as palavras. A maneira fonológica,
mencionada anteriormente, que supõe transformar as palavras escritas em uma palavra oral antes
de ela ser reconhecida e a léxica, que supõe o reconhecimento imediato da palavra sem que seja
mediada pela linguagem. As palavras familiares permitem este tipo de leitura.
Assim, dentro do sentido amplo da leitura, podem ser distinguidas as operações que implicam o
reconhecimento das palavras, que se denomina descodificação (ler depende, consideravelmente,
do uso da estrutura fonológica da palavra), e na compreensão do que é reconhecido. Requer
processos que operam em diferentes níveis de representação, incluindo as letras, as palavras,
sintagmas, orações e unidades mais amplas do texto Dockrell e McShane,(1997); Sánchez
Miguel e Martínez Martín, (1998).
20
2.1.6.Dificuldades na leitura
As dificuldades em leitura implicam normalmente uma falha no reconhecimento e na
compreensão do material escrito, sendo que o primeiro é o mais básico de todos os processos,
pois o reconhecimento de uma palavra é anterior à compreensão dela, e assim, esse transtorno
manifesta-se por uma leitura oral lenta, com omissões, distorções e substituições de palavras,
com interrupções, correções e bloqueios Dockrell e McShane, (1997) e Nicasio García, (1998).
No entanto, há crianças que têm, apenas, problemas nas operações relacionadas ao
reconhecimento das palavras, e podem compreender uma explicação oral (nomeados por
disléxicos). Também existe um outro grupo de crianças que lêem bem as palavras, mas possuem
sérias dificuldades para compreender o que lêem (alunos com dificuldades na compreensão). O
caso extremo desse problema constituiria os sujeitos hiperléxicos que são os alunos que lêem mal
as palavras e têm problemas tanto na compreensão oral, quanto na da escrita Sánchez Miguel e
Martínez Martín, (1998).
Analisando detalhadamente as habilidades implicadas no reconhecimento e na compreensão, os
disléxicos teriam a compreensão oral, mas seriam deficitários no reconhecimento das palavras
escritas e na compreensão dos textos. As crianças com dificuldades na compreensão e os
hiperléxicos seriam bons no reconhecimento das palavras, mas falhariam na compreensão oral e
na da escrita. E, o outro grupo seria deficitário no reconhecimento das palavras, e em ambas as
formas de compreensão (oral e escrita).
Entretanto, o que realmente ocorre na leitura de textos é a união das habilidades (reconhecimento
e compreensão). Uma pessoa alfabetizada adequadamente não só adquire capacidade para ler e
interpretar um texto, sem que também aumente a sua competência lingüística Sánchez Miguel e
Martínez Martín, (1998).
Dessa forma, o modelo explicitaria que, após a realização das operações de reconhecimento das
palavras, a compreensão da linguagem oral e a da linguagem escrita caracterizar-se-ia por uma
via de duas mãos.
Uma outra classificação se refere à intenção de se agrupar os maus leitores quanto à execução, e
assim, Dockrell e McShane (1997) citam que Border (1973) também teria proposto três tipos
distintos de dislexia. Os disléxicos disfonéticos teriam alguma habilidade para reconhecer as
palavras como um todo, mas teriam dificuldades para decompô-las em sons. Os disléxicos
diseidéticos teriam as potencialidades e limitações contrárias, ou seja, teriam uma boa habilidade
21
para decompor uma palavra em som, mas sua habilidade para reconhecer as palavras como um
todo seria pobre. O grupo misto seria pouco eficaz em ambas as habilidades.
Quanto aos critérios que definem tal dificuldade, Dockrell e McShane (1997) mencionam que
mais do que ter uma dificuldade leitora, as crianças disléxicas têm que cumprir uma série de
critérios traçados para descartar possíveis explicações para seu problema e dentre eles, podem ser
citados visão e audição adequadas; ausência de incapacidades neurológicas ou físicas graves;
ausência de problemas emocionais ou sociais significativos; oportunidades adequadas para ler e
aprender e ausência de carências sócioeconômicas.
Um problema importante encontrado nesses critérios de exclusão, na opinião dos autores, é o de
que nenhum deles é considerado como uma condição necessária e nem suficiente para que uma
criança seja considerada como disléxica, mas todas as crianças disléxicas demonstrariam alguns
desses sintomas. E ainda, a maioria dos critérios não são medidas de habilidade leitora, e sim,
variáveis correlacionadas à leitura. A crítica permeia o fato de que não se sabe se os problemas
das crianças correspondem ou não a uma base cognitiva diferente das crianças que não têm sido
diagnosticadas como disléxicas.
Explicam também que o conceito de dislexia se refere à implicação de que existiriam
comportamentos que diferenciariam a dislexia de outros tipos de dificuldades de leitura, mas
alguns estudos concluíram que não há provas que apóiem a existência de uma síndrome especial
de dislexia distinta da de outros casos de dificuldades específicas de leitura. E ainda, há a
suposição de que a síndrome seja de origem genética, e se a causa da dislexia é genética, então,
não é provável que afecte selectivamente o grupo de crianças que mostram a dificuldade de
aprendizagem em leitura, e é provável que afecte as crianças que têm dificuldades mais gerais,
além dela.
Apesar das conceituações mencionadas acima quanto à dislexia, é importante esclarecer que
Ajuriaguerraet al. (1984) comentam que, ao serem consultadas as obras que descrevem a dislexia
como tentativas de definir modos de intervenção reeducativa, chama a atenção a importância das
divergências que separam os especialistas.
A facilidade na leitura não depende só de percepção visual, mas também de uma diferenciação
das letras, em que algumas conservam um valor pela posição de certos elementos no espaço, de
uma ordenação nas palavras, de uma seriação nas frases. Mas, além de todo esse processo, a
leitura também engloba o processo de análise e de síntese que dá um sentido a essa nova forma
22
Nesse sentido, Silva (2003), explica quenunca é demais lembrar que a prática da leitura é um
princípio de cidadania, ou seja, leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar
sabendo quais são as suas obrigações e também pode defender os seus direitos, além de ficar
aberto às conquistas de outros direitos necessárias para uma sociedade justa, democrática e feliz.
Silva, (2003, p. 24).
De acordo com o referido autor, percebe-se então que a escola é o ambiente ideal para se buscar
conhecimento, e tem como função, formar cidadãos capazes de terem um olhar crítico acerca do
mundo exterior, actuando de maneira competente e digna, condizente com seu meio social. E,
para isso, tanto a leitura quanto a escrita desempenham papéis importantes na formação de uma
sociedade mais juntos e igualitária, onde a busca pelo conhecimento é constante, para o correcto
exercício da cidadania.
Dessa forma, a leitura é um meio eficiente para se construir uma compreensão do mundo, sendo
o elo capaz de ligar as culturas, sendo por meio desse acto de ler que o aluno forma uma visão
crítica. E no mesmo sentido segue a escrita, pois exteriorizar o conhecimento é de grande
importância para fixação do mesmo e sua disseminação, ou seja, é através da escrita dentre
outras formas que é possível demonstrar o que se aprendeu.
Paulo Freire (1989) destaca a importância da leitura e da escrita para se fazer uma avaliação
sobre a maneira com que estamos enxergando o mundo. Segundo o autor,a importância do ato de
ler, eu me senti levado - e até gostosamente - a “reler” momentos fundamentais de minha prática,
guardados na minha memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha
23
De acordo com Cruz (2007) as actividades que permitem desenvolver esta área envolvem:
identificação de fonemas; categorização de fonemas; junção de fonemas para forma r palavras;
segmentação de palavras; eliminar ou adicionar fonemas para formar novas palavras e
substituição de fonemas para fazer novas palavras. Por sua vez, a audição de diversos textos com
rimas e aliterações, constituem a base para o processo da fluência da leitura Shaywitz, (2008),
que segundo Sim-Sim (1997) é a meta da aprendizagem da leitura.
A autora considera que a fluência da leitura implica rapidez de decifração, precisão e eficiência
na extracção do significado do material lido e que sem esta fluência não é possível que o leitor
possa canalizar a capacidade de atenção para a compreensão do texto. Nos primeiros anos de
escolaridade, os professores devem, então, fazer de cada aluno um leitor fluente e crítico,
capaz de usar a leitura para obter informação, organizar o conhecimento e usufruir o prazer
recreativo que a mesma pode proporcionar.
Cruz (2007) e Shaywitz (2006) referem ainda que, para desenvolver a fluência da leitura, é
necessário primeiro reconhecer automaticamente as palavras escritas e que este
desenvolvimento depende muito do treino que se faz, uma vez que os alunos adquirem a
fluência pela exposição repetida a uma palavra Shaywitz, (2006).
24
Ferreira (2001) dá forte ênfase à leitura em voz alta, orientada e repetida, destacando que esta
actividade permite passar de forma ordenada para o reconhecimento automático das
palavras, frases e textos. Com base na extensa análise que realizou, Shaywitz (2008,p.256)
concluiu que a leitura em voz alta orientada e repetida “ajudam a desenvolver as
competências de leitura do aluno, pelo menos até ao 5º ano de escolaridade e ajudam a
desenvolver a leitura de alunos com dificuldades de aprendizagem muito para lá desse nível de
ensino”.
Ler em voz alta torna possível o feedback da actividade por parte do aluno e também por parte
do professor. O feedback é essencial porque permite ao aluno modificar a forma como está a ler
uma palavra específica, corrigindo, ao mesmo tempo, o modelo neural dessa palavra que está
guardado, de forma a reflectir, cada vez mais, a maneira exacta de ler e de escrever a palavra,
devendo ser efectuado de forma construtiva e positiva (idem, 2008).
Ferreira (2004) refere ainda que a fluência leitora se desenvolve através da leitura assistida, da
repetição de leitura, bem como da implementação de uma monitorização do progresso dos
alunos. Esta monitorização serve de avaliação das capacidades da leitura, mas pode também ser
útil como elemento motivador, uma vez que, torna visível a evolução da criança.
Além da consciência fonémica e da fluência da leitura, o National Reading Panel cit. em Cruz,
(2007) refere ainda a importância da compreensão do princípio alfabético – que facilita a
25
- Soletrar;
conhecimento prévio das palavras que estão a ler. De forma lúdica, através do jogo, podemos
ensinar novo vocabulário, dando instruções explícitas e indicações para que o aluno construa
estratégias de memorização conceptual.
A criança deve ser incentivada para a leitura como forma de aumentar o vocabulário. A
compreensão de textos, o objectivo essencial da leitura, pode ser desenvolvida através do
ensino de estratégias de compreensão. O professor deve aumentar o acesso e o tempo de trabalho
com textos informativos, narrativos, centrados nos interesses e nas vivências dos alunos,
criando possibilidades do uso deste tipo de textos em pequenas dramatizações, diálogos,
entre outros Ferreira,( 2001).
Hennigh (2003) sugere ainda as actividades de leitura partilhada como uma técnica eficaz, que
pode possibilitar quer o progresso académico, quer o sentimento de sucesso por parte do aluno.
No desenvolvimento das capacidades de leitura nos primeiros anos de escolaridade, a leitura
partilhada deve englobar os seguintes passos: seleccionar o texto; levar os alunos a
mobilizar conhecimentos prévios; ler o texto em voz alta; solicitar as reacções iniciais dos
alunos; segunda leitura realizada pelo professor, com debate; terceira leitura individual.
Pensamos que o professor deve utilizar um texto com repetições, ritmo, estruturado,
enérgico e com boa qualidade literária. Quando o material apresenta ritmo e outras
sonoridades, os alunos com DAE podem mais facilmente recordar o texto e o significado de cada
palavra. A seguir, o professor pode utilizar a estratégia de brainstorming, assim como, colocar
algumas questões de antecipação do conteúdo do texto que vai ser lido. Estas questões
farão apelo às experiências pessoais dos alunos (conhecimento prévio). Outra forma de
antecipação do conteúdo consiste em mostrar a capa do livro, imagens alusivas ao
conteúdo do texto de modo a que os alunos façam previsões do conteúdo. A seguir poderá ouvir
a história promovendo padrões correctos de leitura, a fim de servirem como modelos de
compreensão da história de carácter geral e a audição da história com os alunos a
acompanhar a mesma. Durante esta leitura é fundamental desenvolver competências de
leitura como a entoação, os sons de palavras e o vocabulário. Por fim, tem lugar a leitura final,
lendo os alunos os textos de forma autónoma.
27
(2008).
Alguns estudos indicam que intervenções específicas, com a ajuda do computador, podem
ajudar a superar alguns dos problemas característicos das dificuldades da leitura Shaywitz,
(2006).
Morais (1997) refere ainda que o computador pode ser um auxiliar valiosíssimo na
aprendizagem da leitura.
Este autor e Rose & Meyer (2006) mencionam que se começa a entender e a utilizar o
verdadeiro poder dos computadores no ensino e na aprendizagem da leitura. Nesta perspectiva
“(…) as Novas Tecnologias estão: a aumentar a perspectiva acerca dos objectivos implicados
no ensino e no domínio da leitura; a incrementar a informação relativa às pessoas que
queremos ensinar; e a ampliar o conhecimento sobre o que devemos ensinar e sobre o como
devemos fazer” Cruz, (2007, p.168).
2.2.1.Importância da leitura
A importância da leitura transcende a escola, pois a maioria do que se deve aprender na vida terá
de ser conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do que
qualquer diploma. O processo de leitura não é somente um produto final do processo escolar,
mas representa também um importante avanço para o desenvolvimento de uma determinada
sociedade. Através da leitura, o aluno desenvolve melhor a linguagem, e se torna um indivíduo
mais comunicativo, inserido num grupo social que possui vida e histórias individuais.
A leitura é uma conquista social, a qual está presente no nosso universo todos os dias e todas as
horas, desde o momento em que começamos a compreender as primeiras letras e á conhecer o
mundo que nos rodeia por meio da leitura. Analisa-se, que a realização de leitura de textos
literários para as crianças, desperta nas mesmas os sentimentos mais profundos, singelos e
28
sinceros, como também, o interesse pelo aprendizado, pelo enredo, pela fantasia, pelo
desenvolvimento da linguagem, da imaginação, da criatividade, da expressão de ideias, do prazer
pela leitura e pela escrita de forma concreta, oportunizando situações significativas, nas quais as
crianças passam a interagir em seu processo de construção do conhecimento, possibilitando
assim, o seu desenvolvimento de forma gradativa e qualitativa nos diversos contextos sociais. A
leitura é a única actividade que constitui, ao mesmo tempo, disciplina de ensino e instrumento
para manejo das outras fases do currículo a ênfase está em aprender a ler para aprender. Nas
séries fundamentais, a aprendizagem do código dentro de contextos significativos para a criança
é de grande importância.
Percebe-se a influência que a leitura exerce na vida de uma criança no seu desenvolvimento
emocional, social, intelectual, cognitivo, etc. Por este motivo, deve haver uma demanda
comprometida e uma necessidade de desenvolver atividades diversificadas de leitura e escrita, as
quais devem ser planejadas pelo professor/educador, e aplicadas de forma ética e divertida no
ensino-aprendizagem dos discentes, na busca de despertar o prazer dos educandos em ler e
escrever, e estas atividades, devem estar presentes diariamente na vida de tais alunos, tanto no
contexto formal, quanto no contexto não formal
2.2.2.Dificuldades de leitura
Na nossa óptica os alunos no PEA da leitura podem apresentar dificuldades de descodificação
das palavras, pois a descodificação não se trata apenas de diferenciar ou identificar as letras,
palavras e símbolos, mas trata também da união dos símbolos com os sons.
Um elemento que pode ajudar o professor a motivar os alunos e buscar demonstrar o significado
do que está sendo proposto dentro da sala de aula é sempre apresentar o motivo pelo qual é
importante realizar tais tarefas. Outro factor é buscar a união da turma, que pode ser realizada
através da leitura fragmentada, onde cada aluno faz a leitura de um parágrafo, ou determinado
trecho do texto, como, por exemplo, representando os personagens presentes na história. Essas
são técnicas muito utilizadas actualmente dentro da sala de aula, pois têm o poder de incentivar a
leitura, mas não devem ser usadas de maneira única, e sim, intercalada com outras práticas
prazerosas e atractivas
As escolas, não devem limitar-se apenas há livros didácticos como se fosse o suficiente, mas
devem seleccionar e oferecer obras literárias aos seus alunos, pois o literário é a peça chave para
começar á desenvolver um processo de leitura e escrita qualitativo, como também, a conquista
para a formação de uma sociedade leitora, de escolas mais entrosadas com a leitura e de alunos
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que despertem o prazer e o gosto pelos livros. É necessário que uma cultura literária seja
enraizada nas escolas, nas casas das famílias, na sociedade em geral, através de um sistema
educacional rico em cultura, saberes, e conhecimentos para todas as pessoas. Obviamente, a
prática de ler, não se concentra apenas em utilizar-se de palavras e linguagens prontas e acabadas
retiradas dos livros, mas sim de um sistema complexo (cultural e social).
Para identificar a estrutura global que está na base de qualquer texto, o aluno deve ter a
capacidade de o descodificar de acordo com a sua tipologia - descritivo, narrativo, expositivo,
argumentativo, etc. e de acordo com os seus géneros discursivos – romance, crónica,
relatório, anúncio, etc.; deve ser capaz de prever a sua essência, o que pressupõe algum
percurso hierarquizado, uma vez que o de nível superior possui mais informação do que o
de nível inferior; para além disso, o aluno tem de ter a capacidade de, em simultâneo, integrar
informação grafonemática, morfémica, semântica ( coerência), sintáctica (coesão),pragmática,
esquemática e interpretativa.
Assim, a leitura, literária ou não, motiva para outras leituras, forma uma estrutura cognitiva e
flexível, muda maneiras de pensar, dá prazer, desenvolve as capacidades de comunicação e
conduz à resolução de problemas.
A pedagogia por competências, de que aqui falámos já, propõe, como vimos, a figura do
professor como mediador, sendo-lhe atribuído um papel mais activo no processo de
ensino/aprendizagem, de forma a conseguir que o aluno supere as suas dificuldades. Partindo
do princípio de que ler é compreender, não é possível falar em ensinar os alunos a ler, mas
em alunos que aprendem a ler, activando os processos cognitivos implícitos na construção
de sentido do texto: processos de organização – cronológica, espacial, etc,; processos de
elaboração – formular perguntas, hipóteses, fazer inferências e conclusões; processos de
focalização – distinguir ideias principais de ideias secundárias; processos de integração –
unir num todo coerente as partes da informação e os processos de verificação – apreciar a
consistência interna do texto.
Nesta perspectiva, não interessa ensinar conteúdos mas sim fazer com que os alunos
reflictam nas estratégias que utilizam, que conheçam outras e que aprendam a regulá-las
de acordo com os objectivos dessas estratégias, com os tipos de texto, os géneros
discursivos e o tempo disponível.
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O objectivo central deste estudo foi de analisar as dificuldades dos alunos na leitura, e não
necessariamente efectuar o levantamento de alunos com dificuldades na leitura, e propor
estratégias convista a superação das dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura.
3.2.População e Amostra
Nesta fase, apresentamos os instrumentos que facilitaram a obtenção de dados no campo sobre a
pesquisa, discutindo as definições apresentadas pelos autores sobre a entrevista e o questionário e
o porquê da sua escolha. Para a recolha de dados, optamos pela pesquisa bibliográfica, entrevista,
questionário.
A pesquisa bibliográfica é aquela que abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação
ao tema em estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
monografias, dissertações, teses, material cartográfico, até meios de comunicação orais: rádio,
gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão Lakatos e Marconi,( 2013,p.182).
Nessa óptica, fizemos as nossas consultas em dissertações, teses, material cartográfico, e entre
outras fontes que abordam os conteúdos que se enquadram no âmbito da nossa pesquisa. As
leituras feitas permitiram que façamos a confrontação das opiniões e visões de vários autores
sobre o problema em estudo. Foi possível também com esta pesquisa buscarmos subsídios para
dar continuidade à pesquisa do campo a partir da confrontação das ideias dos diferentes autores
referentes a bibliografia, conciliadas com as nossas ideias.
3.3.2.Entrevista
Entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas mediante a conversação,
obtenha informações a respeito de determinado assunto. É um procedimento utilizado na
investigação social para a recolha de dados ou para ajudar no diagnóstico e no tratamento de um
problema social Marconi e Lakatos, (2017,p.319).
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Para Castilho, entrevista é encontro de duas pessoas com o objectivo de obter informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversa natural ou programada de forma
profissional estruturada ou semiestruturada que intercala perguntas do roteiro e outras que
surgirem com o desenvolver da entrevista Castilho, (2014,p.25).
A nossa entrevista teve como alvo a Direcção da Escola em causa, concretamente, o Director
Adjunto da Escola, e os professores que leccionam a língua portuguesa, através de guião
previamente preparado composto por perguntas abertas, que serviram de base orientadora,
abrindo espaço para algumas questões espontâneas que surgirem. Refira-se que a escolha desta
técnica foi pelo facto de ser eficiente para obtenção de dados com profundidade, dado que os
membros de direcção e os professores são a peça chave para o acesso à informação e às
evidências sobre o fenómeno em estudo.
3.3.3. Questionário
O questionário é uma técnica de recolha de dados constituído por uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito, sem a presença do entrevistador. As perguntas
são encaminhadas aos informantes em formulários próprios, contendo como anexo uma carta
explicando o objectivo, a natureza e a importância da pesquisa Marconi e Lakatos, (2017,p.322).
Em função disso, aplicamos como técnica de recolha de dados o questionário que foi
direccionado aos alunos, do 1º ciclo em particular os que frequentam a 8ª classe, tendo sido por
escrito o qual foi composto por perguntas de escolha múltipla.
3.4.1.Análise do conteúdo
Na óptica de Silva & Fossá (2013,p.57), O método de análise de conteúdo constitui-se em um
conjunto de técnicas utilizadas na análise de dados qualitativos. A análise de conteúdo é uma
técnica de análise das comunicações, que permitiu analisar as respostas da entrevista dirigida ao
DAE e aos professores e as respostas do questionário dirigido aos alunos da 8ª classe na Escola
Secundaria de Chidenguele.
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Tomando como base as questões dirigidas para a nossa amostragem, apresentamos em forma de
subcapítulos, o que constitui a realidade vivida no campo de estudo, obedecendo à seguinte
maneira:
A leitura é um meio eficiente para se construir uma compreensão do mundo, sendo o elo capaz
de ligar as culturas e é por meio desse acto de ler que o aluno forma uma visão crítica e é
também através da leitura que se compreende melhor a função do indivíduo no meio social em
que ele vive.
No que concerne a importância da leitura, Silva (2003), explica quenunca é demais lembrar que a
prática da leitura é um princípio de cidadania, ou seja, leitor cidadão, pelas diferentes práticas de
leitura, pode ficar sabendo quais são as suas obrigações e também pode defender os seus direitos,
além de ficar aberto às conquistas de outros direitos necessárias para uma sociedade justa,
democrática e feliz. Silva, (2003, p. 24).
De acordo com o referido autor, percebe-se então que a escola é o ambiente ideal para se buscar
conhecimento, e tem como função, formar cidadãos capazes de terem um olhar crítico acerca do
mundo exterior, actuando de maneira competente e digna, condizente com seu meio social. E,
para isso, a leitura desempenha papel importante na formação de uma sociedade mais juntos e
igualitária, onde a busca pelo conhecimento é constante, para o correcto exercício da cidadania.
Do inquérito dirigido aos alunos, questionados estes se na turma existiam alunos com
dificuldades na leitura, todos afirmaram que sim e assinalaram as dificuldades em conhecer as
palavras, dificuldades em combinar as sílabas, dificuldades em conhecer o som das palavras.
Não
15%
SIM
85%
SIM
100%
SIM
100%
P3: O aluno com dificuldades na leitura geralmente tem a tendência de apresentar um baixo
aproveitamento pedagógico.
Relativamente a pergunta número 1 do inquérito dirigido aos alunos com o teor: Os alunos com
dificuldades na leitura apresentam um rendimento negativo? De acordo com os dados colhidos,
todos os participantes correspondentes a 100%, foram unânimes em afirmar que SIM. Conforme
ilustra o gráfico a seguir:
40
SIM
100%
4.4. Atitudes dos professores face aos alunos com dificuldades na leitura
No que tange a pergunta número 5 da entrevista dirigida ao DAP, em que se pretendia saber das
actividades específicas, que orientam aos professores de modo a recuperar os alunos com
dificuldades na leitura, este respondeu que : como medidas de superação recomendamos a eles a
desenvolverem o espírito de procura de ajuda nos colegas mais experientes em matéria de
leitura e na direcção da escola”.
Questionados os professores sobre as medidas que tem levado acabo convista a ajudar os alunos
com dificuldades na leitura os entrevistados revelam que naquela escola não se desenvolvia
actividades específicas, (feitas fora das aulas normais), de modo a recuperar os alunos com
dificuldades na leitura, não obstante, procuram identificar o desempenho de cada aluno, chamam
atenção na sala de aulas, comunicam aos pais e encarregados de educação, a direcção da escola e
orientam os trabalhos de cópia, actividades de soletração das palavras. O estrato acima é
elucidado pelos seguintes depoimentos:
P1: Informo a direcção da escola para juntos traçarmos estratégias de superação das
dificuldades dos alunos na leitura.
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P4: Chamo atenção e incentivo para se esforçar de modo a melhorar as suas habilidades na
leitura.
Na nossa óptica, estas declarações dos professores sobre as medidas tomadas com vista a
recuperação dos alunos com dificuldades na leitura, algumas não deixam claro o que realmente
pode ajudar estes alunos, isto é, depois de se informar a direcção e os pais e encarregados de
educação, que medidas tomam estes intervenientes para reforçar a aprendizagem dos alunos.
Acreditamos que para que o aluno possa, de fato, aprender o conteúdo passado pelo professor, é
preciso que o mesmo realize um trabalho constante, utilizando-se de estratégias diversificadas
dentro da sala de aula, através do material disponibilizado pela própria escola, e também com
textos trazidos pelos alunos, ou extraídos da convivência do meio social em que os professores e
alunos estão inseridos. Assim, é de grande importância que o professor ensine certas estratégias
de leitura a sua turma, de forma com que ela desenvolva sua leitura de maneira mais fácil e
eficaz. Essas estratégias consistem em técnicas conscientes e inconscientes que o leitor utiliza
para descodificar, compreender e também interpretar o que está lendo, ao mesmo tempo em que
soluciona os problemas observados durante a leitura.
Santos (2012), avança que ao realizarem a actividade de leitura, os alunos devem se sentir
motivados, e isso pode acontecer através do professor, que deve encorajá-los a continuar no
caminho do aprendizado e aperfeiçoamento. É dever do docente encorajar os estudantes,
fornecendo os recursos necessários e auxiliando sempre que julgar necessário. (Santos, 2012)
Um elemento que pode ajudar o professor a motivar os alunos e buscar demonstrar o significado
do que está sendo proposto dentro da sala de aula é sempre apresentar o motivo pelo qual é
importante realizar tais tarefas.
Outro factor é buscar a união da turma, que pode ser realizada através da leitura fragmentada,
onde cada aluno faz a leitura de um parágrafo, ou determinado trecho do texto, como, por
exemplo, representando os personagens presentes na história. Essas são técnicas muito utilizadas
actualmente dentro da sala de aula, pois têm o poder de incentivar a leitura, mas não devem ser
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usadas de maneira única, e sim, intercalada com outras práticas prazerosas e atractivas Coelho,
(1991).
O professor deve optar por utilizar textos que incentivem a reflexão, que instiguem os alunos a
opinarem e demonstrarem o que compreenderam da leitura, através de abordagens que se
relacionam com a realidade vivenciada pelos discentes, o que pode incentivar ainda mais a
leitura. Além disso, é dever do professor valorizar o conhecimento que o aluno já possuía antes
de trabalhar o texto, tendo em vista que o conhecimento surge através da leitura de textos, e
também do mundo em que vivemos. Santos,( 2012).
Face aos resultados obtidos no âmbito da nossa pesquisa sobre dificuldades dos alunos da 8ª
classe na leitura, concretamente para o caso da Escola Secundaria de Chidenguele, verificamos
que houve a comprovação das nossas hipóteses em maior escala, relativamente ao corpo docente
da escola envolvido na pesquisa, ao confirmar que os alunos apresentam dificuldades de
reconhecimento e entendimento da palavra escrita, dificuldades em relacionar o som e a palavra
escrita.
No que concerne aos alunos, também verificamos a comprovação das nossas hipóteses. Nesse
caso, a dificuldade em conhecer as palavras escritas foi assinalada por 85% dos alunos
inqueridos, a dificuldade na compreensão do material escrito foi assinalada por 100% dos alunos
inqueridos, e por último a dificuldade em relacionar o som com a palavra escrita também foi
assinalada por 100% dos alunos inqueridos.
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CAPÍTULO V. CONCLUSÕES
5.1.Conclusão
Os resultados principais reportados neste estudo trouxeram dados importantes sobre as
dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura.
Do estudo feito e baseado na questão principal da pesquisa, pode se concluir que as dificuldades
dos alunos da 8ª classe na leitura são: dificuldades de reconhecimento e compreensão da palavra
escrita, dificuldades em relacionar o som e a palavra escrita.
Concluiu-se ainda que a leitura é um requisito para se obter conhecimento, que é muito
importante actualmente par ao mercado de trabalho, para o exercício dos direitos e
principalmente, da cidadania, ou seja, é através da leitura que se compreende melhor a função do
indivíduo no meio social em que ele vive. A leitura é então uma ferramenta na busca por
conhecimento.
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5.2.Sugestões
De acordo com às constatações sobre as dificuldades dos alunos da 8ª classe na leitura, tendo em
conta os objectivos definidos, bem como as hipóteses previamente avançadas, colocamos as
seguintes sugestões: Sugere-se aos professores a prestarem maior atenção nos alunos com
dificuldades na leitura;
Sugere-se ainda aos professores a optarem em utilizar textos que incentivem a reflexão, que
instiguem os alunos a opinarem e demonstrarem o que compreenderam da leitura, através de
abordagens que se relacionam com a realidade vivenciada pelos discentes.
5.3.Referências bibliográficas
Ajuriaguerra, J. (1995).Manual de Psicopatologia, Porto Alegre: Artes Médicas.
Bernice,Y, Wong, L. (1991). Learning about learning disabilities. New York: Academic Press
Cagliari, C. L. (2009).Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione.
Freire, P. (1989).A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23ª Ed. São
Paulo: Cortez.
Gil, A. C. (2006). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social 5ª Edição, Atlas Editora, São Paulo.
Hennigh, K. (2003). Compreender a Dislexia. Porto: Porto Editora.
Lakatos, E.M. Marconi, M. A. (2002). Panejamento e Execução de Pesquisas: Amostragens e
Técnicas de Pesquisas, Elaboração, Análise e Interpretação de Dados, 5ª ed. São Paulo: Atlas.
Morais, J. (1997). A arte de ler. Psicologia cognitiva da leitura. Lisboa: Edições Cosmos.
Nerici, I. G. (1992).Didática Geral Dinâmica. São Paulo, 11ª Ed: Atlas.
5.4.Apêndices
Roteiro de perguntas
5. Quais são actividades específicas, que orientam aos professores de modo a recuperar os alunos
com dificuldades na leitura.
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Caro aluno, a presente entrevista visa recolher informações científicas sobre as dificuldades dos
alunos na leitura.
Roteiro de perguntas
Muito Obrigado!
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Caro professor
Roteiro de perguntas
4. Quais são as medidas que tem levado acabo convista a ajudar os alunos com dificuldades na
leitura.
Muito Obrigado!