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Apostila de Sociologia - 1º Ano PDF
Apostila de Sociologia - 1º Ano PDF
Apostila de Sociologia - 1º Ano PDF
Para alguns sociólogos brasileiros como Carlos Benedito Martins a “sociologia é o resultado de uma tentativa de
compreensão de situações sociais radicalmente novas criadas pela então sociedade capitalista”; para Costa Pinto a
“sociologia é o estudo científico da formação, organização e transformação da sociedade humana”.
O objeto de estudo da sociologia é os fenômenos sociais, isto é, tudo aquilo que se refere às relações entre as pessoas,
suas questões nos seus grupos sociais ou entre os grupos dinamizando a sociedade como um todo.
O campo de estudo da sociologia é a sociedade como um todo, envolvendo todas as suas particularidades, sejam em
características políticas, econômicas, sociais, culturais, históricas, etc.
A sociologia é importante porque nos permite compreender melhor a sociedade em que vivemos e consequentemente,
explicar e buscar soluções para a complexidade das questões sociais. Assim a sociologia vem se tornando uma ciência
imprescindível para o conhecimento do mundo atual.
1ª – ATIVIDADE
a) – Explique o significado da palavra sociologia.
b) – O que é social?
c) – O que é sociedade?
Ciência política – estuda a distribuição de poder nas sociedades, bem como a formação e o desenvolvimento das
diversas formas de governos;
Antropologia – estuda e pesquisa as semelhanças e diferenças culturais entre os vários agrupamentos humanos, assim
como a origem e a evolução das culturas.
2 –ATIVIDADE
a) – Cite e explique as principais ciências sociais.
Outros teóricos fizeram suas interpretações sociais buscando dar à sociologia um caráter de ciência, buscando a
consolidação definitiva sobre um conhecimento verdadeiro e importante para a sociedade; estes desenvolveram um
conhecimento científico-social onde abrange todos os aspectos da sociedade, utilizando-se de outras ciências sociais
como a economia (produção material), política (relações de poder), antropologia (aspectos culturais) e outras. Neste
processo foram importantes as contribuições de Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber.
Reforma Protestante (mudança religiosa), Formação dos Estados Nacionais e o Absolutismo (mudança política e
territorial), Grandes navegações (mudança geográfica), Humanismo/Renascimento (mudança cultural), Revolução
científica (mudança na ciência), Iluminismo (mudança ideológica).
Revolução Industrial representou as transformações de mudança socioeconômicas, com o surgimento das máquinas,
com maior divisão técnica do trabalho, com o aumento da produção, da urbanização, do êxodo rural; a sociedade torna-
se mais complexa e dinâmica, agravando-se também as questões sociais como: crescimento acelerado do
desemprego, miséria, alcoolismo, prostituição e etc.
O sistema capitalista possui uma estrutura social inédita na história da humanidade, que nos instiga a uma reflexão
sobre este sistema, suas transformações, suas crises, seus antagonismos.
É dentro desse contexto que surge a necessidade de se compreender e explicar essa nova realidade. Por isso,
precisou-se de uma ciência que estivesse voltada para essas transformações. A sociologia constitui em certa medida
uma resposta intelectual às novas situações geradas pela nascente sociedade capitalista industrial.
3ª– ATIVIDADE
a) – Por que a sociologia não existia antes? O que é um pensamento sociológico?
Profetas do passado – representados pelos pensadores Edmund Burk (1729-1797), Joseph de Maistre (1753-1821) e
Louis de Bonald (1754-1840). Estes eram conservadores e tradicionalistas, tinham um pensamento reacionário:
condenavam o iluminismo e a revolução francesa, culpavam pelo caos social, desorganização da família, da religião,
das corporações. Estes ideólogos eram apaixonados pelo equilíbrio das instituições religiosas, monárquicas e
aristocráticas da época feudal. Por isso, defendiam a ordem e o equilíbrio da sociedade, preocuparam-se com o
controle, integração, posição, hierarquias sociais e também com os rituais da sociedade.
Socialismo utópico (ou romântico) – representados por Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Pierre-
Joseph Proudhon (1809-1865), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858). Estes eram transformadores,
mas românticos, pois acreditavam que os ricos capitalistas voluntariamente abririam mão de suas riquezas partilhando
com os pobres; apelavam para a natureza boa do ser humano que foi pervertida pelo sistema capitalista. Eram utópicos
porque criticavam o capitalismo e anunciavam os princípios de uma sociedade futura ideal, mas sem indicar os meios
para torná-la real.
Positivismo – O positivismo é uma matriz teórico-filosófica que deu origem a uma sociologia conservadora e afirmadora
da sociedade capitalista. Representado por Augusto Comte (1798-1857) e Emile Durkheim (1858-1917). Estes se
dedicaram em buscar a estabilidade social, preocuparam-se com os problemas da manutenção da ordem capitalista,
queriam estabelecer o bom funcionamento desta sociedade, pretendiam solucionar os problemas sociais através da
coerção física e da educação moral, esta seria a função da sociologia enquanto ciência positiva.
Socialismo científico – representado por Karl Marx (1818-1883) e Frederic Engels (1820-1895). As ideias marxianas
eram de base estritamente econômica, assim, todas as questões sociais tinham origem na desigualdade econômica
entre as classes proprietárias e as não proprietárias dos meios de produção. Por isso, pretendiam realizar mudanças
radicais nesta sociedade através de uma revolução socialista do proletariado, introduzindo a sociedade comunista
como uma sociedade justa e igualitária. Essa perspectiva despertou um pensamento sociológico crítico e negador da
sociedade capitalista.
Funcionalismo – representa uma teoria reprodutora e conservadora da sociedade capitalista. O principal representante
do funcionalismo é Emile Durkheim (1858-1917), este pensador estabelece uma analogia entre a sociedade e o
organismo biológico humano. Assim a sociedade funciona graças a seu sistema orgânico, onde cada instituição ou
pessoa faz parte de relações funcionais, fazendo uma organização social de dependência e complementaridade das
atividades sociais, assim a sociedade é um todo organizado e harmônico.
Marxismo – corresponde às várias interpretações e continuação complementares das teorias de Karl Marx e Engels.
Entre seus principais representantes podemos destacar: Lênin (1870-1924), Rosa Luxemburgo (1871-1919), Gramsci
(1891-1937) e outros. Baseado no socialismo científico e nas novas conjunturas e contexto em que viviam, estes
pensadores desenvolveram novas perspectivas teóricas e práticas, implementando assim o socialismo real, diferente
do socialismo ideal (proposto por Marx).
Escola de Chicago – fundada em 1892, seus principais representantes são George Homans Cooley (1846-1929),
Talcott Parsons (1902), Robert K. Merton (1910). Estes foram influenciados pelo positivismo e o funcionalismo do
francês Durkheim, do polonês Malinowski (1884-1942), e do italiano Vilfredo Pareto (1848-1923). Assim a sociologia
chegou aos E.U.A, através da escola de Chicago que desenvolveu a investigação de campo, de dados empíricos
neutros e objetivos, com procedimentos quantitativos e estatísticos, foram pioneiros nos métodos ecológicos e
etnográficos; desvinculando-se da realidade concreta de sua época, construíram vários conceitos arbitrários e
artificiais, dedicando-se a casos isolados e irrelevantes como as relações sociais em outras sociedades e outros
momentos. A sociologia norte-americana pretendia neutralizar os ideais e teorias do socialismo marxista, entretanto,
também romperam com o estilo dos clássicos que se dedicaram a uma significação histórica como a formação do
capitalismo e a totalidade da vida social.
Escola de Frankfurt – fundada em 1923, sob o nome de Instituto de Pesquisa Social, seus principais representantes
são: Max Horkheimer (1895-1973), Walter Benjamin (1892-1940), Theodor W. Adorno (1906-1969), Herbert Marcuse
(1898-1979) e Jurgem Habermas (1929). Sua filosofia também é conhecida como Teoria crítica. Os frankfurtianos
criticam a dominação da natureza para fins lucrativos colocando a ciência e a técnica a serviço do capital. Os
frankfurtianos querem recuperar a razão não repressora, capaz de autocrítica e a serviço da emancipação humana.
Esses pensadores reutilizam o conceito de iluminismo em sentido mais amplo – um pensador iluminista sempre
combate as superstições, o arbítrio do poder e defende o pluralismo e a tolerância.
4ª – ATIVIDADE
a) – O que são correntes sociológicas?
5ª – ATIVIDADE
a) – Cite os principais pensadores sociais do século XVIII considerados clássicos da sociologia.
b) – Por que os primeiros os pensadores do século XVIII não eram homens de ciência ou sociólogos que viviam dessa
profissão?
c) – Por que os pensadores sociais do século XVIII não desejavam apenas introduzir um mero conhecimento sobre as
novas condições de vida geradas pela revolução industrial?
d) – Por que os principais pensadores sociais do século XVIII são considerados clássicos da sociologia?
6ª – ATIVIDADE
a) – Explique a importância de Augusto Comte para a sociologia?
III – O homem é o mesmo por toda à parte e em todos os termos: em virtude de possuir idêntica constituição biológica
e sistema cerebral.
7ª – ATIVIDADE.
a) – Cite os três princípios básicos do positivismo comteano.
f) – Explique por que Comte diz que o “homem é o mesmo por toda a parte e em todos os tempos”?
A esta forma de conhecimento, corresponde uma forma de organização sócio-política: o Governo Monárquico em que
o poder real absoluto é legitimado pelo direito divino. Aqui se explicam os diversos fenômenos através de causas
primeiras, em geral personificadas nos deuses. O estado teológico subdividiu-se em:
a). Fetichismo, em que o homem confere vida, ação e poder sobrenaturais a seres inanimados e a animais.
b). Politeísmo, quando atribui às diversas potências sobrenaturais ou deuses certos traços da natureza humana
(motivações, vícios e virtudes).
As causas primárias são substituídas por causas mais gerais – as entidades metafísicas – , buscando nestas entidades
(ideias) explicações sobre a natureza das coisas e a causa dos acontecimentos.
3°. Estado positivo ou científico – é o último estágio da evolução humana, em que a sociedade atinge o conhecimento
científico, isto é, verificável, objetivo e que se expressa em termos de leis naturais. A filosofia de Comte é justamente
uma análise do estado positivo. O homem tenta compreender as relações entre as coisas e os acontecimentos através
da observação científica e do raciocínio, formulando leis; portanto, não mais procura conhecer a última das coisas e as
causas absolutas.
8ª – ATIVIDADE.
a). Cite os três estados do progresso da evolução da humanidade segundo a teoria de Comte.
b) – O que é o estado teológico ou fictício?
c) – Explique a que corresponde o estado teológico ou fictício segundo uma organização sócio-política?
f) – Segundo Comte, qual o terceiro estado da evolução da humanidade? E o que ele significa?
Para Comte, somente a filosofia positivista, livre das teologias e da metafísica, poderia superar as contradições da
humanidade, levando a alcançar o seu destino de progresso.
b).O critério histórico, a ordem histórica das ciências: matemática, astronomia, física, química, biologia e sociologia.
Para Comte, o governo deve ser ditatorial, para poder instaurar a nova moral positiva, subordinando os interesses
individuais ao coletivo, garantir a ordem social a qualquer custo.
e) – Explique a religião da humanidade como uma religião positivista proposta por Comte.
10ª – ATIVIDADE.
a) – Quem foi Karl Marx?
c) – O que é Práxis?
Para Marx, portanto, a produção é a raiz de toda a estrutura social. Na sociedade antiga, por exemplo, a relação social
básica era a relação senhor x escravo. Não podemos, segundo Marx, entender a política ou a cultura dessa época sem
primeiramente estudar essa relação básica que condicionava todo o resto da sociedade.
- “Classe em si” – quando o individuo não tem consciência de classe, ele encontra-se em qualquer posição (status) na
estrutura econômica;
- “Classe para si” – quando a pessoa tem consciência de classe, ele assume uma posição político-ideológica.
11ª – ATIVIDADE.
a) – Por que Marx considera que não se pode pensar a relação individuo e sociedade separadamente das condições
materiais que essas relações se apoiam?
e) – Explique as duas grandes classes que existem na sociedade capitalista definida por Marx?
g) – Segundo Marx, o que condiciona ou determina a vida das pessoas na sociedade capitalista?
No processo produtivo, os homens estão ligados entre si e dependem uns dos outros. O trabalho é um ato social, no
sentido de que é realizado na sociedade. As relações que se estabelecem entre os homens na produção, na troca e
na distribuição dos bens são relações de produção. Essas relações existem em todos os processos de produção, no
caso capitalista, ela ocorre antagonicamente entre os proprietários dos meios de produção e os trabalhadores.
O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e como os
distribui. Assim, numa determinada época histórica, uma sociedade tem certa maneira de se organizar para produzir e
para distribuir sua produção. Nesta teoria as relações de produção são o centro organizador de todos os aspectos da
sociedade. Isto é, como era a relação de produção na sociedade primitiva? Como eram a relações de produção na
sociedade escravista? Como eram as relações de produção na sociedade feudal? Como são as relações de produção
na sociedade capitalista?
Para Marx, as forças produtivas altera-se no percorrer da história, antes se produzia com instrumentos simples hoje se
utiliza instrumentos complexos. Ao longo da história, os homens têm produzido aquilo de que necessitam de vários
modos e se organizado também. Por isso, segundo a dialética marxista e seu materialismo histórico, pode-se afirmar
que a história da humanidade é a história da transformação da sociedade humana pelos diversos modos de produção:
modo de produção primitivo, modo de produção escravista, modo de produção asiático, modo de produção feudal,
modo de produção capitalista e modo de produção socialista.
Para entender o processo da acumulação capitalista precisamos conhecer os conceitos de mercadoria, dinheiro,
capital, mais-valia, lucro, salário, força de trabalho e como esses elementos se relacionam neste processo: mercadoria=
é tudo aquilo que se produz para ser vendido ou trocado no mercado, ela possui dois valores, valor de uso (serve para
satisfazer necessidades pessoais) e valor de troca (serve para gerar dinheiro/lucro/capital) um bem só se torna
mercadoria quando passa a ter valor de troca; força de trabalho= é a energia física e mental utilizada para produzir
bens ou serviços. A fonte de valor da mercadoria é a força de trabalho, o valor da mercadoria é determinado pelo tempo
de trabalho socialmente necessário para produzi-la, sem trabalho os objetos não tem valor de troca, logo não podem
ser mercadorias; dinheiro= é uma mercadoria especial que pelo costume ou lei monopoliza o posto de equivalente
geral capaz de comprar outras mercadorias que satisfazem algumas necessidades humanas (tem valor de
uso); capital= é a riqueza (dinheiro, máquinas, matéria-prima) destinada a obter lucro que é reinvestido na obtenção
de mais riquezas; lucro= é uma parte variável (depende das condições de mercado) da mais-valia derivada das vendas
das mercadorias; salário= é o valor pago para o trabalhador (força de trabalho) que não corresponde a riqueza gerada
por ele, mas a penas ao suficiente para sua manutenção e de seus filhos (alimentação, roupas, habitação);mais-valia=
é o valor a mais, criado pelo trabalhador no processo produtivo e que não é repassado para ele; é a diferença entre o
valor da produção total e o valor pago pelo trabalho, é o excedente da produção, tudo que é produzido além do valor
do salário. Para Marx, o processo de produção e de relação social na sociedade capitalista se realiza de maneira
desigual e de exploração, pois nesse processo de produção e na relação capitalista é que surge a mais-valia.
A fórmula da mais-valia:
4.6. ALIENAÇÃO
A palavra alienação vem do latim (alienare, alienus) significa “que pertence a outro”. Alius é o outro. Portanto, sob
determinado aspecto, alienar é tornar alheio, transferir para outrem o que é seu. Para Marx, a alienação ocorre no
processo produtivo e nas relações sociais de produção capitalista. A alienação não é puramente teórica, manifesta-se
na vida real, a partir da divisão do trabalho, quando o produto do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu; a
divisão do trabalho na sociedade capitalista torna o homem um ser incompleto e não realizado. O operário que trabalha
em uma fábrica e produz determinado objeto não escolhe seu próprio salário, o seu horário ou ritmo da produção, isso
é determinado por forças que lhe são estranhas. Além de tudo isso, o produto produzido pelo operário não lhe é
reconhecido e nem lhe pertence, pois devido à divisão do trabalho ele executou apenas uma parte da produção e
recebeu um salário para tanto. Esta divisão do trabalho gera também certa indiferença entre os trabalhadores que
executam atividades diferentes, ficando estranhos entre si. A alienação no processo produtivo gera:
- Fetichismo da mercadoria – ocorre quando a mercadoria passa a ser considerada mais importante que o individuo
que produziu. Ocorre quando o valor de troca (o que a mercadoria vale no mercado) se torna superior ao valor de uso
(o que a mercadoria vale por sua utilidade) determinando as relações humanas.
- Reificação do trabalhador – (do latim, res = coisa) ocorre quando o trabalhador se torna um mero instrumento produtor
de mercadoria, quando a força de trabalho da pessoa se torna mercadoria e pode ser vendida e comprada em troca
de um salário. “É a humanização da mercadoria e a desumanização da pessoa”.
12ª – ATIVIDADE.
a) – O que é produção e quais os elementos que compõe este processo?
c) – Por que a dialética marxista e o materialismo histórico afirmam que a história da humanidade é a história da
transformação das sociedades pelos modo de produção?
f) – Explique os conceitos de: mercadoria, força de trabalho, dinheiro, capital, lucro, salário e mais-valia.
4.7. IDEOLOGIA
No seu livro A ideologia alemã, Marx se refere à ideologia como um sistema elaborado de representações e de
ideias, que correspondem a formas de consciência que os homens têm em determinada época. Essas
representações e ideias são qualificadas como quimeras, formas imaginárias, ilusão, sonho, enfim, algo que esta em
oposição às condições materiais da vida real. Aparece ai também a concepção de que a ideologia é a inversão da
realidade, no sentido de reflexo, como na câmara fotográfica, onde a imagem aparece “invertida”. Marx diz que: “a
existência condiciona a consciência”, ou seja, não é consciência que determina a vida, é a vida que determina a
consciência.
Para Marx, a ideologia é “um sistema de crenças ilusórias relacionadas a uma classe social determinada”. Por isso, ele
diz: “as ideias dominantes de uma época representam as ideias da classe dominante”.
Percebe-se nas teorias de Marx, que o tema ideologia veicula uma relação fundamental que é a oposição entre o falso
(ideologia) e o verdadeiro (saber científico). O falso representa a ideologia e o verdadeiro é representado pela ciência,
que libertará o proletariado da dominação burguesa.
Segundo as teorias marxianas, a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (ideias e
valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem
pensar e como devem pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem
sentir, o que devem fazer e como devem fazer. A ideologia é, portanto, tem as seguintes características: é um corpo
explicativo (representações) e prático (normas, regras, preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador.
13ª – ATIVIDADE.
a) – Para Marx, o que é ideologia?
c) – Explique a frase: “as ideias dominantes de uma época são as ideias da classe dominante”.
14ª – ATIVIDADE.
a) – Para Marx, qual o papel da ciência?
2º. A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos considerados como “coisas”;
3º. A causa de cada fato social deve ser procurada entre os fenômenos sociais que antecedem. Para explicar um
fenômeno social deve-se procurar suas causas;
4º. Todos os fatos sociais são exteriores aos indivíduos, formando uma realidade especifica.
15ª – ATIVIDADE.
a) – Quem foi Emille Durkheim?
De acordo com ele, cada membro da sociedade, tendo uma atividade profissional mais especializada, passava a
depender cada vez mais do outro. Julgava, assim que o efeito mais importante da divisão de trabalho não era o aspecto
econômico, ou seja, o aumento da produtividade, mas sim, o fato de que ela tornava possível a união e a solidariedade
entre os homens (de maneira funcional.). A origem da divisão do trabalho está na densidade dinâmica ou moral, é o
aumento das dimensões absolutas ou do volume da sociedade que determina o processo da divisão do trabalho, que
é o fator preponderante de integração social na sociedade moderna. O progresso da divisão do trabalho é o fio condutor
do processo evolutivo que liga as formas de sociedade mais simples às mais complexas, numa evolução de estrutura
segmentar a uma estrutura organizada – a divisão do trabalho progride quanto mais existem indivíduos que estejam
suficientemente em contato para poder agir e reagir uns sobre os outros.
Inspirado em ideias de Spencer e em um método analógico (comparação), Durkheim desenvolveu a teoria no qual
acreditava que as espécies sociais à semelhança das espécies vivas podem ser classificadas numa escala evolutiva
das mais simples às mais complexas: caracterizaram-se dois tipos de sociedade que corresponderiam ao inferior e
superior da escala evolutiva, ou seja, de uma sociedade simples/tradicional à uma sociedade complexa/moderna; tais
tipos consistem em duas formas de solidariedade social – dois princípios de integração entre indivíduos e grupos no
interior das sociedades: solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica.
» solidariedade mecânica: ocorre quando a consciência coletiva exerce um papel preponderante como princípio de
integração social. A sociedade se apresenta como um conjunto mais ou menos organizado de crenças e sentimentos
comuns a todos os indivíduos (membros do grupo) é a semelhança de crenças e sentimentos que mantêm os indivíduos
e grupos unidos nesse tipo de sociedade todos exercem aproximadamente as mesmas atividades, dividem os mesmos
deuses. São sociedades primitivas (tribais), onde existe a homogeneidade econômica e cultural. As consciências
individuais são subordinadas à consciência coletiva. O direito é repressivo, para manter a coesão social.
» solidariedade orgânica: a integração social é realizada a partir da diferenciação entre indivíduos e grupos no interior
da sociedade, existe um sistema de funções diferentes e especiais, que unem relações definidas, trata-se da
solidariedade produtiva pela divisão do trabalho, que supõe precisamente a diferenciação e a complementaridade de
funções com forma de cooperação e entre os membros da sociedade. São sociedades modernas que possuem uma
organização complexa. O direito é restitutivo, não é tanto para punir as condutas desviantes, mas impor a separação
dos prejuízos causados pelo descumprimento das obrigações profissionais ou funcionais (juridicamente seria o direito
civil, comercial, processual, administrativo).
16ª – ATIVIDADE.
a) – Qual era a visão de Durkheim sobre a sociedade capitalista industrial?
d) – Explique a teoria de Durkheim no qual as sociedades passam de uma sociedade simples/tradicional à uma
sociedade complexa/moderna.
e) – Explique a diferença de uma sociedade tradicional e uma sociedade moderna destacando os dois tipos de
solidariedade mecânica e orgânica desenvolvida por Durkheim.
* Altruísta – quando o individuo fortemente ligado a um grupo não distingue entre seus próprios interesses e os do
grupo, sendo capaz de sacrificar-se por ele. É o caso de soldados que se sacrificam para salvar companheiros. Esse
tipo de suicídio também pode ser levado a efeito pelo individuo que deixa de satisfazer os padrões do grupo: a morte
é, então, preferível a qualquer outra coisa;
* Egoísta – é o suicídio que ocorre quando o individuo não está envolvido com ninguém nem com nenhuma causa,
faltando-lhe laços emocionais que lhe tornem a vida digna de viver;
* Anômico – é o suicídio que se manifesta quando o individuo participa de uma sociedade caracterizada pela anomia
(ausência de regras, sem normas), sendo comum em épocas de depressão econômica.
A importância de O suicídio está intimamente relacionada aos esclarecimentos que presta quanto ao relacionamento
humano, tanto no que se refere aos grupos quanto ao que diz respeito às normas dos grupos.
17ª – ATIVIDADE.
a) – Como Durkheim considera o número crescente de suicídios na sociedade moderna?
As leis são um bom exemplo do raciocínio de Durkheim. Em toda sociedade existem leis que organizam a vida em
conjunto. O individuo isolado não cria leis nem pode modificá-las. São as gerações de homens que vão criando e
reformulando coletivamente as leis. Essas leis são transmitidas para as gerações seguintes na forma de códigos,
decretos, constituições, etc. como indivíduos isolados, têm de aceita-las; sob pena de sofrer castigos por viola-las.
Seguindo essas ideias, Durkheim afirmara que os fatos sociais, ou seja, o objeto de estudo da sociologia, é justamente
essas regras e normas coletivas que orientam a vida dos indivíduos em sociedade. Tais fatos sociais são diferentes
dos fatos estudados por outras ciências por terem origem na sociedade, e não na natureza (como nas ciências naturais)
ou no individuo (na psicologia).
2ª. Exterioridade – o fato social é externo ao individuo, existe independentemente de sua vontade. Isto é, consistem
em ideias, normas ou regras de conduta que não são criadas isoladamente pelos indivíduos, mas foram criadas pela
coletividade e já existem fora de nós quando nascemos.
3ª. Coercitividade – os indivíduos veem-se obrigados a seguir o comportamento estabelecido porque essas ideias,
normas e regras devem ser seguidas pelos membros da sociedade; se isso não acontece, se alguém desobedece a
elas, é punido, de alguma maneira pelo resto do grupo.
É justamente a educação um dos exemplos preferidos por Durkheim para mostrar o que é um fato social. O individuo,
segundo ele, não nasce sabendo previamente as normas de conduta necessárias para a vida em sociedade. Por isso,
toda sociedade tem de educar seus membros, fazendo com que aprendam as regras necessárias à organização da
vida social. As gerações adultas transmitem às crianças e aos adolescentes aquilo que aprenderam ao longo de sua
vida em sociedade. Com isso, o grupo social é perpetuado, a pesar da morte dos indivíduos.
O que a criança aprende na escola? Ideias, sentimentos e hábitos que ela não possui quando nasce, mas que são
essenciais para a vida em sociedade. A linguagem, por exemplo, é aprendida, em grande medida, na escola. Ninguém
nasce conhecendo a língua de seu país. É necessário um aprendizado, que começa já nos primeiros dias de vida e se
prolonga no decorrer dos muitos anos na escola, para que a criança consiga se comunicar de maneira adequada com
seus semelhantes. Sem o aprendizado da linguagem, a criança não poderia participar da vida em sociedade.
5.8. INSTITUIÇÃO
Outro conceito importante para Durkheim é o de instituição. Para ele, uma instituição é um conjunto de normas e
regras de vida que se consolidam fora dos indivíduos e que as gerações transmitem uma às outras. Há ainda muitos
outros exemplos de instituições: família, Estado, Igreja, Exército, etc. Assim, para Durkheim é a sociedade, como
coletividade, que organiza, condiciona as ações individuais. O individuo aprende a seguir normas e regras de ação
que lhes são exteriores. Ou seja, que não foram criadas por ele, e são coercitivas, pois limitam sua ação e prescreve
punições para quem não obedecer aos limites sociais. A função das instituições é socializar os indivíduos, fazer com
que eles assimilem as regras e normas necessárias à vida em comum.
18ª – ATIVIDADE.
a) – O que Durkheim coloca como regra básica de seu método de pesquisa?
Entre suas principais obras podemos destacar: A ética protestante e o espírito do capitalismo e Economia e sociedade.
19ª – ATIVIDADE.
a) – Quem foi Max Weber?
A intenção de conferir à sociologia uma reputação científica encontra na figura de Max Weber, um marco de referência.
Durante toda a sua vida, insistiu em estabelecer uma clara distinção entre o conhecimento científico, fruto de cuidadosa
investigação, e os julgamentos de valor sobre a realidade. Com isso, desejava assinalar que um cientista não tinha o
direito de possuir, a partir de sua profissão, preferência políticas e ideológicas. No entanto, julgava ele, sendo todo
cientista também um cidadão, poderia ele assumir posições apaixonadas em face dos problemas econômicos e
políticos, mas jamais deveria defendê-los a partir de sua atividade profissional. Essa posição de Weber, que tantas
discussões têm provocado entre os cientistas sociais, constitui, ao isolar a sociologia dos movimentos revolucionários,
um dos momentos decisivos da profissionalização dessa disciplina. A ideia de uma ciência social neutra seria um
argumento útil e fascinante para aqueles que viviam e iriam viver da sociologia como profissão. Ela abria a possibilidade
de conceber a sociologia como um conjunto de técnicas neutras que poderiam ser oferecidas a qualquer comprador
público ou privadas. Vários estudiosos da formação da sociologia têm assinalado, no entanto, que a neutralidade
defendida por Weber foi um recurso utilizado por ele na luta pela liberdade intelectual, uma forma de manter a
autonomia da sociologia em face da burocracia e do Estado alemão da época.
A ciência não pode propor fins a ação prática: “uma ciência empírica não está apta a ensinar a ninguém aquilo que
‘deve’, mas, sim, apenas aquilo que ‘pode’ – em certas circunstâncias – aquilo que ‘quer fazer’”. O domínio da ciência
empírica deve ser definido como o dos meios e não como o dos fins.
20ª – ATIVIDADE.
a) – Segundo Weber, qual é ponto chave de uma investigação sociológica?
d) – O que Weber quis salientar ao dizer que o ponto chave da investigação é o individuo e sua ação?
e) – Por que Weber afirma que a ciência não pode propor fins a ação prática?
Em sua obra: “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, Weber procurou demonstrar que a formação do
capitalismo europeu não seguiu apenas causalidades econômicas como propôs Karl Marx em suas teorias estritamente
economicistas. Para Weber, as ideias religiosas e éticas foram de importância fundamental na formação do capitalismo,
buscou também esclarecer os caracteres específicos do capitalismo como um regime econômico de grande
desenvolvimento, principalmente nos países protestantes, especialmente naqueles em que predominava o calvinismo.
Para ele, não havia fundamento em admitir o principio de que a economia dominasse as demais esferas da realidade
social. Esse estudo o levou a pesquisar também a história religiosa e social da Índia, da China e do povo judeu. O
resultado desse trabalho foi publicado em três volumes sob o titulo Estudos Reunidos sobre a Sociologia das Religiões.
Assim Weber fundou uma nova ramificação da sociologia que foi a: Sociologia da religião.
21ª – ATIVIDADE.
a) – Por que Max Weber discordava de Marx sobre o capitalismo?
b) “– O que Weber buscou demonstrar em sua obra: A ética protestante e o espirito do capitalismo”?
Corresponde a um processo de conceituação que abstrai de fenômenos concretos o que existe de particular,
construindo assim um conceito individualizante ou como diz o próprio Weber: “um conceito histórico concreto”.
É um procedimento metodológico que incorporam relações sociais abstratas, características universais da ação social
e conjuntura histórica definida.
O tipo ideal não deve ser aceito somente como generalizações, proposições, definições e hipóteses.
A relação social se refere à conduta de múltiplos agentes que se orientam reciprocamente em conformidade com um
conteúdo específico (conflito, hostilidade, amizade, competição, atração sexual etc.) do próprio sentido das suas ações.
As relações sociais podem ser de natureza transitória, assimétrica: quando não há o mesmo sentido subjetivo e se
expõe atitudes diferentes sem reciprocidade, mas mutuamente orientado à mesma expectativa; simétrica: quando a
relação corresponde em suas expectativas o mesmo significado para todos envolvidos.
Para Max Weber, a análise sociológica estará centrada nos atores e em suas ações. O agente individual é a unidade
da análise sociológica, a única entidade capaz de conferir significado às suas ações. A sociedade não é algo exterior
e superior aos indivíduos; a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais
reciprocamente referidas. Por isso, Weber define como objeto da sociologia a ação social, que é qualquer ação que o
individuo faz orientando-se pela ação de outros. Toda vez que se estabelecer uma relação significativa, isto é, algum
tipo de sentido entre várias ações sociais, terá então relações sociais. Só existe ação social quando o individuo tenta
estabelecer algum tipo de comunicação a partir de suas ações com os demais. Nem toda ação, desse ponto de vista,
será social, mas apenas aquelas que impliquem alguma orientação significativa visando outros indivíduos.
3º. Ação racional- com relação a valores – determinada pela crença consciente num valor considerado importante,
independente do êxito desse valor na realidade;
4º. Ação racional com relação a fins – determinada pelo cálculo racional que coloca fins e organiza os meios
necessários.
Weber admite não existir ação pura todas são possíveis de misturas.
22ª – ATIVIDADE.
a) – O que é o tipo ideal e o que ele corresponde?
b) – O que é ação?
▪ Classes – refere-se a ordem econômica, o interesse econômico é fator que cria uma classe, podendo-se até
considerar que as classes estão estratificadas segundo suas relações com a produção e a aquisição de bens; a
estratificação econômica é, portanto, representada pelos rendimentos, bens e serviços que o individuo possui ou de
que dispõe.
▪ Estamentos (status) – refere-se a ordem social, onde os grupos de status estratificam-se em função do principio de
consumo de bens, representados por estilos de vida específicos, a estratificação social é, portanto, evidenciada pelo
prestigio e honra desfrutados.
▪ Partidos – refere-se a ordem política, que manifesta-se através do poder; a estratificação política é assim observada
através da distribuição do poder entre grupos e partidos políticos, entre indivíduos no interior dos grupos e partidos,
assim como entre os indivíduos na esfera da ação política.
* Tradicional – é baseado na autoridade pessoal do governante, investida por força do costume, é uma autoridade
discricionária, não submetida a princípios fixos e formais. Pertencem ao domínio tradicionais tipos de dominação
gerontocrática, tais como patrimonialismo, patriarcalismo, sultanismo.
* Carismático – é baseada no carisma (emoção), qualidade tida como excepcional de liderança, que se manifesta como
uma espécie de magnetismo pessoal mágico e que leva a pessoa carismática a ter certa preponderância sobre as
demais. Assim o carisma pode estar presente num demagogo ou num ditador, num herói militar ou num líder
revolucionário. É o carisma encarnado na pessoa do chefe que leva os liderados a se entregar emocionalmente a essa
liderança pessoal.
23ª – ATIVIDADE.
a) – Explique a teoria da estratificação social segundo Weber.
BIBLIOGRAFIA:
CASTRO, A. M.; EDMUNDO, F. D. (Org.). Durkheim, Marx e Weber - Introdução ao pensamento sociológico. São
Paulo: Centauros, 2001.
LOWY, Michael. Ideologia e ciência social – elementos para uma análise marxista. São Paulo: editora Cortez, 2000.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 1994.
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. M. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo
Horizonte: UFMG, 2002.