Brasil Colonial
Brasil Colonial
Brasil Colonial
5.(FGV Eco) “(...) a terra que dá ouro esterilíssima de tudo o que se há mister
para a vida humana (...). Porém, tanto que se viu a abundância de ouro que se
tirava e a largueza com que se pagava tudo o que lá ia, (...) e logo começaram
os mercadores a mandar às minas o melhor que chega nos navios do Reino e de
outras partes, assim de mantimentos, como de regalo e de pomposo para se
vestirem, além de mil bugiarias de França (...) E, a este respeito, de todas as
partes do Brasil se começou a enviar tudo o que a terra dá, com lucro não
somente grande, mas excessivo. (...) E estes preços, tão altos e tão correntes
nas minas, foram causa de subirem tanto os preços de todas as coisas, como se
experimenta nos portos das cidades e vilas do Brasil, e de ficarem desfornecidos
muitos engenhos de açúcar das peças necessárias e de padecerem os
moradores grande carestia de mantimentos, por se levarem quase todos aonde
hão de dar maior lucro.”
Antonil, Cultura e opulência do Brasil, 1711
No texto, o autor refere-se a uma das conseqüências da descoberta e
exploração de ouro no Brasil colonial. Trata-se
a) do desenvolvimento de manufaturas para abastecer o mercado interno.
b) da inflação devido à grande quantidade de metais e procura por mercadorias.
c) do incremento da produção de alimentos e tecidos finos na área das minas.
d) da redução da oferta de produtos locais e importados na região mineradora.
e) do desabastecimento das minas devido à maior importância das vilas
litorâneas.
7.(FGV ADM) “...se V.A. não socorre a essas capitanias e costas do Brasil, ainda
que nós percamos a vida e fazendas, V.A. perderá o Brasil.”
Carta, de 1548, enviada ao rei de Portugal, pelo capitão Luís de Góis, da
Capitania de São Vicente
O documento:
a) mostra que São Paulo e São Vicente foram as duas únicas capitanias que não
conseguiram prosperar.
b) alerta a Coroa portuguesa a que mude com urgência a política, para não
perder sua nova colônia.
c) revela a disputa entre donatários, para convencer o Rei a enviar auxílio para
suas respectivas capitanias.
d) exagera o risco de invasão do território, quando não havia interesse
estrangeiro de explorá-lo.
e) demonstra a incapacidade dos primeiros colonizadores de estabelecer
atividade econômica no território.
11.(FEI ADM) Podem ser apontados como motivos que levaram ao fracasso da
ocupação holandesa no nordeste brasileiro no século XVII, exceto:
(A) o declínio dos preços do açúcar no mercado internacional.
(B) a substituição de Nassau no comando da colônia nordestina.
(C) a elevação dos juros dos empréstimos, o que levou muitos senhores de
engenho à falência.
(D) a existência de um movimento de resistência à ocupação holandesa que
ganhou força com a saída de Nassau.
(E) o boicote ao produto vindo da colônia holandesa por parte de Portugal e
Espanha, grandes consumidores de açúcar.
13.(FUVEST 06)“O que mais espanta os Índios e os faz fugir dos Portugueses, e
por conseqüência das igrejas, são as tiranias que com eles usam, obrigando-os a
servir toda sua vida como escravos, apartando mulheres de maridos, pais de
filhos, ferrando-os, vendendo-os, etc. [...] estas injustiças foram a causa da
destruição das igrejas...” Padre José de Anchieta, na segunda metade do século
XVI.
A partir do texto, é correto afirmar que
a) a defesa dos indígenas feita por Anchieta estava relacionada a problemas de
ordem pessoal entre ele e os colonizadores da capitania de São Paulo.
b) a escravidão dos índios, a despeito das críticas de Anchieta, foi uma prática
comum durante o período colonial, estimulada pela Coroa portuguesa.
c) os conflitos entre jesuítas e colonizadores foram constantes em várias
regiões, tais que: Maranhão, São Paulo e Missões dos Sete Povos do Uruguai.
d) a posição de defesa dos indígenas, assumida por Anchieta, foi isolada nas
Américas, tanto na Portuguesa quanto na Espanhola.
e) a defesa dos jesuítas foi assumida pela Coroa nos episódios em que essa
ordem religiosa lutou por interesses antagônicos aos dos colonizadores.
25.(Ufscar 08) A forte e atual presença de usos e costumes dos iorubas na Bahia
deve-se
a) à sua chegada no último ciclo do tráfico dos escravos na região, no fim do
século XVI e início do XVII.
b) à vitória dos portugueses sobre os holandeses no Golfo da Guiné, de onde
vieram para o Brasil numerosos escravos embarcados no forte São Jorge da
Mina.
c) ao controle pelos portugueses da costa do Congo, onde obtinham um grande
número de escravos, trocados por barras de ferro.
d) à presença numerosa desse povo em Angola, onde era realizado o comércio
entre a África e a Bahia, envolvendo escravos e o tabaco.
e) à resistência cultural desses descendentes de escravos oriundos de classe
social elevada e de sacerdotes firmemente ligados aos preceitos religiosos
africanos.
27.(UNESP 08) Observe a tabela. Tentar achar tabela (John Manuel Monteiro,
Negros da terra.)
Os dados da tabela permitem concluir que
A) com o início do tráfico negreiro em meados do século XVI, não houve mais
práticas de escravidão contra as populações indígenas.
B) a economia paulista, pautada pela pequena propriedade rural, raramente
utilizou-se da mão-de-obra compulsória, fosse dos índios ou dos africanos.
C) em São Paulo, ao contrário do resto da Colônia, a Igreja Católica concordava
e patrocinava a escravização dos índios.
D) a efetiva escravização dos índios em São Paulo só ocorreu ao final do século
XVIII, com as dificuldades do acesso à mão-de-obra africana.
E) apesar das restrições legais, a escravização dos índios continuou recorrente
em São Paulo e teve o seu auge em meados do século XVII.
32.(UNESP 06) E, não havendo nas minas outra moeda mais que ouro em pó, o
menos que se pedia e dava por qualquer coisa eram oitavas [cerca de 3 gramas
e meia]. [Porei] aqui um rol [...] dos preços das coisas que [...] lá se vendiam no
ano 1703 [...] Por um boi, cem oitavas. Por uma mão de sessenta espigas de
milho, trinta oitavas. Por uma alqueire de farinha de mandioca, quarenta
oitavas. Por um queijo do Alentejo, três a quatro oitavas. Por uma cara de
açúcar [açúcar em forma de disco] de uma arroba, 32 oitavas. Por um barrilote
de vinho, carga de um escravo, cem oitavas...
(André João Antonil. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas,
1711.)
As informações apresentadas pelo cronista do século XVIII demonstram que o
regime alimentar da população da região das Minas Gerais era
A) controlado pela legislação da Metrópole, que reservava o mercado
consumidor das minas para as mercadorias européias.
B) submetido a uma situação de carestia dos gêneros alimentícios, fato que
inviabilizou a continuidade da exploração aurífera na região.
C) composto por gêneros nativos da América, produtos transplantados pelos
colonizadores para o solo americano e mercadorias importadas.
D) precário e insuficiente para o conjunto da população, formada por
funcionários lusitanos, garimpeiros e escravos.
E) dependente de gêneros extraídos da natureza local, aplicando-se para isso
conhecimentos adquiridos com os índios.
37.Não é minha intenção que não haja escravos... nós só queremos os lícitos, e
defendemos (proibimos) os ilícitos.
Essa posição do jesuíta Antônio Vieira, na segunda metade do século XVII,
A) aceita a escravidão negra mas condena a indígena.
B) admite a escravidão apenas em caso de guerra justa.
C) apóia a proibição da escravidão aos que se convertem ao cristianismo.
D) restringe a escravidão ao trabalho estritamente necessário.
E) conserva o mesmo ponto de vista tradicional sobre a escravidão em geral.
Fuvest 08
39. O estabelecimento dos franceses na Baía de Guanabara, em 1555, é um
entre outros episódios que ilustram as relações entre a França e as terras
americanas pertencentes à Coroa lusitana, durante os três primeiros séculos da
colonização.
a) Explique o que levou os franceses a se estabelecerem pela primeira vez
nessas terras.
b) Cite e caracterize uma outra tentativa francesa de ocupação na América
Portuguesa.
FEI 06 Adm
40. Após o desaparecimento do rei português D. Sebastião no norte da África,
Espanha e Portugal consumaram a chamada União Ibérica (1580 – 1640), sob o
reinado de Filipe II, rei espanhol. Uma das conseqüências da União Ibérica foi:
(A) A formação do mais poderoso império até então visto, que abarcava, além
da América, África, Ásia e boa parte da Europa Oriental.
(B) A invasão holandesa no nordeste brasileiro.
(C) A invasão francesa no Rio de Janeiro.
(D) A interrupção do tráfico de escravos para as colônias espanholas e
portuguesas.
(E) A perda de territórios da colônia portuguesa para as colônias espanholas,
consumada pelo tratado de Madrid.
41. (Unicamp 07) O aprisionamento de indígenas pelos bandeirantes foi uma
forma de obter mão-de-obra para a lavoura e para o transporte. No litoral, o
preço dos indígenas era bem menor que o dos escravos negros — o que
interessava aos colonos menos abonados. O sistema de apresamento consistia
em manter boas relações com uma tribo indígena e aproveitar seu estado de
guerra quase permanente com seus adversários, para convencê-la a lhes ceder
os vencidos, os quais costumeiramente eram devorados em rituais
antropofágicos. (Adaptado de Laima Mesgravis,
“De bandeirante a fazendeiro”. In: Paula Porta (org.), História da cidade de São
Paulo: a cidade colonial, 1554-1822. São Paulo: Paz e Terra, 2004, vol. 1, p.
117.)
a) O que foram as bandeiras?
b) Por que o aprisionamento dos indígenas interessava aos bandeirantes e aos
colonos?
c) O que eram rituais antropofágicos?
Gabarito
1. B
2. D
3. B
4. D
5. B
6.
Os setores beneficiados pelo tratado são a indústria têxtil inglesa e a vinicultura
portuguesa.
Embora Portugal possuísse o exclusivo colonial do Brasil, sua economia
dependia de um parceiro comercial
forte, como a Grã-Bretanha, para o escoamento dos produtos.
A Inglaterra já era uma grande potência marítima, principalmente desde os Atos
de Navegação, e seu governo
estava comprometido com as atividades burguesas desde a Revolução Gloriosa,
ratificando tratados
como este, de panos e vinhos, com Portugal.
b) No século XVIII, a mineração sobrepunha-se à produção açucareira e
algodoeira, constituindo a principal
atividade econômica da Colônia. O ouro brasileiro foi utilizado para saldar
déficits comerciais, comprometendo
o desempenho da economia lusa.
c) A metade final do século XVIII, na Inglaterra, assumiu a eclosão da Revolução
Industrial com as profundas
transformações socioeconômicas provocadas pelo desenvolvimento da
maquinofatura. Assim, a indústria
tornou-se o setor de ponta da economia britânica. Com o Tratado de Methuem,
estabeleceu-se o domínio
econômico inglês sobre Portugal, abrindo-se amplos mercados fornecedores de
matérias-primas e produtos
primários, bem como mercados consumidores dos produtos industriais
britânicos.?
7. B
8. E
9. A
10. C
11. E
12. B
13. C
14. a) A valorização e a expansão da fé católica eram componentes
importantes do universo ideológico português,
que foram reforçados pela Contra-Reforma — ou Reforma Católica —,
quando se pretendeu ganhar para o
catolicismo, no Novo Mundo, as almas perdidas para o protestantismo, na
Europa.
b) A exploração econômica da colônia, realizada dentro dos parâmetros do
mercantilismo, baseava-se na produção
de mercadorias destinadas a abastecer o mercado europeu e tinha como
elemento fundamental o monopólio
do comércio, que permitia ao grupo mercantil metropolitano obter
elevados lucros, tanto na venda
de mercadorias para a colônia como na compra dos produtos coloniais.
Além disso, a colônia era explorada também pela via tributária, por meio
dos elevados impostos cobrados pela
Coroa.
16. B
17. D
18. a) A ação das bandeiras — tanto as de caça ao índio como as de busca ao
ouro — contribuiu para a incorporação ao Brasil de vastas áreas das atuais
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Esse aspecto foi muito valorizado por
diversos historiadores, embora o alargamento de fronteiras não fizesse
parte dos objetivos dos bandeirantes.
b) Nos séculos XVII e XVIII, São Paulo era uma capitania pobre, sem
recursos para a aquisição de mão-de-obra africana. Assim, a economia
paulista era totalmente dependente do trabalho de escravos índios,
cabendo aos bandeirantes a tarefa de aprisionar os indígenas. Para isso,
fez-se uso de extrema violência, o que levouà quase extinção da
população indígena nas regiões onde a ação bandeirante foi mais intensa.
20. E
21. B
22. E
23. B
24. B
25. E
26. A
27. E
28. C
29. D
30. a) Na primeira metade do século XVII, ocorria na Europa a “União das
Coroas Ibéricas”, isto é, o domínio político da Espanha filipina sobre Portugal
e seu império colonial. Nesse momento desenrolava-se uma prolongada
guerra entre as Coroas Ibéricas e a República das Províncias Unidas.
Impossibilitados de derrotá-la militarmente, os Habsburgos de Espanha
decretaram um embargo açucareiro com o propósito de arruinar a economia
batava. Para evitar o colapso de seu comércio, o governo das Sete
Províncias, com o auxílio do grande capital burguês, criou em 1621 a
Companhia das Índias Ocidentais, para conquistar e administrar as áreas
produtoras de açúcar do Nordeste brasileiro. Dessa forma, a Holanda
pretendia retomar o comércio açucareiro.
b) Na primeira metade do século XIX, ocorreram em Pernambuco a
Revolução de 1817 e a Confederação do Equador de 1824. Ambas foram
republicanas, liberais e lideradas por setores das elites aristocráticas. A
primeira combatia a monarquia absolutista de D. João VI e a segunda foi
uma violenta reação contra a monarquia autoritária e centralista de D.
Pedro I.
31. B.
32. C
33. D
34. a) Sem dúvida, o texto de Pero de Magalhães Gandavo é um claro exemplo
de etnocentrismo porque utiliza os elementos da cultura européia para
condenar os brasilíndios como ateus, anárquicos, desumanos, cruéis,
antropófagos, desonestos e preguiçosos.
b) A colonização portuguesa foi uma verdadeira catástrofe para as comunidades
tribais. Elas foram dizimadas pelas doenças trazidas pelos europeus e pela
imposição do trabalho compulsório, além do processo de aculturação realizado
pelos missionários católicos.