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Relevancia Do Conhecimento Cientifico Na Pratica Do Treinamento Fisico

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Relevância do conhecimento

Relevância do conhecimento científico


na prática do treinamento físico

Valdir José BARBANTI* * Escola de Educação


Valmor TRICOLI* Física e Esporte da

Carlos UGRINOWITSCH*
USP

Introdução
O ser humano na sua luta pela subsistência e na Qualquer que seja o nome utilizado, esta disciplina
construção de seu futuro, se confronta com os per- acadêmica cobre um grande número de sub-discipli-
plexos problemas do presente. Neste mundo con- nas, algumas já estabelecidas há longo tempo, outras
fuso as ciências, o método científico e a atitude ainda por se estabelecer. As sub-disciplinas
científica têm tido uma importância fundamental. (Biomecânica do Esporte; Fisiologia do Esporte; Me-
É preciso lembrar que a ciência se dedica à desco- dicina do Esporte; Psicologia do Esporte; Bioquímica
berta, organização e humanização da verdade. Os do Esporte; Nutrição do esporte; etc.) desenvolveram
padrões rígidos da verdade científica deveriam ser áreas específicas de conhecimento, o chamado “corpo
aplicados à solução dos problemas humanos. Tem de conhecimento”, com muitas informações impor-
sido assim em muitas áreas da vida humana. A área tantes para esta área do conhecimento.
do esporte, do exercício, da atividade física, não é Historicamente o treinamento físico é uma ati-
exceção neste sentido, embora seja bastante recente vidade muito antiga, mas seu corpo de conhecimen-
a existência de estudos científicos para entender e to é relativamente recente. No começo do século
resolver seus problemas. XX, os treinadores e alguns estudiosos começaram
Em nível internacional o “verdadeiro” a reunir e sistematizar suas experiências com o in-
desenvolvimento científico da Educação Física e tuito de facilitar o processo e aumentar o rendimento
do Esporte começou após a segunda guerra esportivo. Assim, de uma forma quase espontânea,
mundial e em nosso país somente na década de se estruturou as bases do que mais tarde se chama-
80 com a implantação dos cursos de pós- ria Teoria do Treinamento ou Metodologia do Trei-
graduação estrito senso. Após um início confuso namento. Foi na metade do século XX que se
(a confusão ainda persiste!) tentativas foram feitas conheceu um novo ciclo de desenvolvimento acele-
para dar um novo nome à disciplina acadêmica. rado dos aspectos teóricos e práticos do treinamen-
O termo Ciência do Esporte apareceu nos anos 70, to, especialmente nos paises socialistas. Os principais
no espaço da língua alemã (“Sportwissenschaft”), com impulsores nesta tarefa foram os treinadores, médi-
a pretensão de interdisciplinaridade. Lamentavelmente cos e pedagogos do esporte. As sub-disciplinas que
isto não ocorreu, as investigações continuaram mais colaboraram no desenvolvimento dos princí-
unilaterais, as chamadas sub-disciplinas ficaram pios gerais que regiam a atividade esportiva foram a
separadas e desligadas umas das outras, sem Medicina Esportiva e a Metodologia do Treinamen-
preocupação com o equilíbrio entre as questões isoladas to. Com o passar dos anos o treinamento foi ficando
e a perspectiva global. Hoje, na opinião de BENTO mais independente, de forma que na ex- União Sovié-
(1994), não parece sensato sustentar o uso desta tica ele foi considerado como uma sub-disciplina da
designação no singular. Há inúmeros paises Ciência dos Esportes, no que foi copiado pelas duas
europeus usando o termo “ciências do esporte”, Alemanhas (na época, a Oriental e a Ocidental) e cha-
outros mantendo “ciência do esporte” e ainda mada Ciência do Treinamento (Trainingswissenchaft).
outros com “ciências dos esportes”. Nos Estados Importantes publicações foram originadas, sugerindo
Unidos a terminologia é mais vasta: há a “ciência um melhor entendimento do processo de treinamen-
do esporte”, “ciência do exercício”, “ciência da to (BALLREICH, 1969; GROSSER, 1976; HARRE, 1974;
atividade física”. L ETZELTER , 1975; LIESEN & HOLLMANN, 1981;

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M ATWEJEW , 1974; S CHMIDTBLEICHER , 1980; uma fase técnico-tática do treinamento. Com a pro-
ZACIORSKIJ, 1972). Várias dessas obras foram traduzidas cura de melhores resultados, começou se a olhar de
para o inglês e para o português. forma mais atenta e sistemática para alguma coisa que
No passado, o conceito de treinamento era exclusi- está por detrás do movimento. Para a realização de
vo dos esportes e os estudos concentrados em resolver uma técnica, ou sua correção, o atleta necessita ter
os problemas do esporte de elite e apresentavam ca- força, velocidade ou resistência. Nasceu assim a fase
racterísticas de trabalhos com aspectos aplicados. Nos do treinamento físico. Surgiu um conjunto de desig-
anos recentes, o treinamento se disseminou além da nações cuja fundamentação foi baseada na fisiologia.
elite esportiva para várias outras áreas e se tornou uma O treinamento avançou muito baseado, sobretudo,
parte normal de um estilo um estilo de vida ativo de nesta área de conhecimento.
muitas pessoas. Este rápido desenvolvimento do trei- Atualmente, muitos cientistas do esporte usam
namento despertou a atenção dos acadêmicos. O con- métodos bastante sofisticados que envolvem alta
ceito de treinamento, tradicionalmente aplicado aos tecnologia para investigar os movimentos esportivos.
esportes, foi estendido para a saúde, academias, à ter- Métodos foram desenvolvidos para medir a atividade
ceira idade, à reabilitação, etc. Contudo essa extensão elétrica dos músculos (eletromiografia) e hoje são usa-
para quase todas as áreas da atividade física levou não dos para estudos de exercícios e movimentos esporti-
a uma mudança do conceito de treinamento mas in- vos. Outros métodos foram elaborados para quantificar
fluenciou os pesquisadores que atuam nas diversas sub- o gasto energético e fazer análises de gases expirados
disciplinas. Houve um considerável aumento do durante a prática de atividades esportivas.
conhecimento teórico e prático sobre o processo do Pesquisas orientadas para o treinamento das capa-
treinamento. Por exemplo: durante muito tempo o cidades motoras têm mostrado uma grande variedade
olhar dos investigadores dirigiram se fundamentalmen- de resultados com grande significado para o treina-
te para o que era diretamente observável no movimen- mento. Vamos exemplificar com alguns estudos sobre
to, isto é, para seu aspecto externo, caracterizando assim as capacidades motoras força e resistência.

Pesquisas sobre a força motora


A força motora é entendida como a capacidade transversa passa a contribuir somente após 6-8
que um músculo ou um grupo muscular tem de semanas de treinamento.
produzir tensão e se opor a uma resistência externa A partir de 1978 KOMI e BOSCO investigaram
num determinado tempo ou velocidade. exaustivamente por quase duas décadas a utilização
DELORME e WATKINS (1948) foram os primeiros do ciclo alongamento-encurtamento no treinamento
a determinar a importância do treinamento com de força para o desempenho e melhoria da potência
cargas progressivas para o aumento da força e ganhos muscular dos membros inferiores. Eles elevaram em
hipertróficos na musculatura esquelética. um novo nível de entendimento a idéia de acúmulo
Em 1962 o estudo clássico de BERGER recomenda- e utilização de energia elástica divulgada por
va o uso de séries múltiplas para promoção de ganhos CAVAGNA, DUSMAN e MARGARIA em 1968.
significantes na quantidade de força, fator presente até Atualmente o desenvolvimento do conhecimen-
hoje na organização de programas de treinamento. to científico relacionado ao treinamento de força
MORITANI e DEVRIES (1979) inauguraram um tem se voltado ao estudo das diferentes formas de
novo momento no treinamento de força ao organização de programas de treinamento
elucidar as diferentes fases das contribuições (periodização), do esclarecimento dos mecanismos
neurais e hipertróficas na modificação da força responsáveis pelo aumento da área de secção trans-
muscular. Estes pesquisadores foram os primei- versa da musculatura esquelética (hipertrofia), dos
ros a demonstrar que os ganhos iniciais na força efeitos dos diferentes tipos de contração, e da utili-
são oriundos de adaptações neurais (aumento no zação do treinamento de força na melhoria da qua-
recrutamento e sincronização de unidades lidade de vida da população de idosos.
motoras, diminuição na co-contração da mus- O simples fato de executar exercícios de treina-
culatura antagonista, aprendizagem do movimen- mento de força não garante ganhos ótimos de força
to) sendo que o aumento na área de secção e hipertrofia. A efetividade de qualquer programa

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de treinamento está na aplicação correta de princí- da força e da massa muscular em treinamentos


pios científicos na sua organização. A organização periodizados quando comparados com modelos não
dos programas necessita de um bom controle de periodizados.
variáveis como intensidade, volume, intervalo de Deve ser lembrado que a maioria dos estudos é
recuperação e freqüência de treinamento. Desta for- de curta duração. Estudos futuros devem procurar
ma, algum tipo de “periodização” deve ser aplicado. prolongar o tempo experimental para detectar se o
No treinamento de força o termo periodização ga- mesmo padrão de melhoria da força e aumento da
nhou uma nova conotação. Tradicionalmente massa muscular será encontrado com a evolução do
periodização significa a divisão do tempo total de condicionamento físico
treinamento em períodos específicos com o objeti- Independente do tipo de programa, um dos efeitos
vo de obter o maior rendimento esportivo num de- marcantes do treinamento de força é o aumento da
terminado momento. Periodização aplicada ao área de secção transversa da musculatura esquelética
treinamento de força adquiriu o significado de varia- ou hipertrofia muscular (ADAMS, CHENG, HADDAD &
ção sistemática e planejada na distribuição da carga de BALDWIN, 2004). A hipertrofia tem como função bá-
treinamento. Seu objetivo principal é a otimização do sica a produção de um músculo com maior capacida-
princípio da sobrecarga na tentativa de causar sucessi- de de gerar força. Este efeito do treinamento de força
vas adaptações no sistema neuromuscular. já é conhecido há muito tempo, contudo, os mecanis-
Programas de treinamento de força periodizados mos responsáveis por este fenômeno ainda não estão
resultam em maiores ganhos de força que progra- completamente esclarecidos.
mas não periodizados independente da utilização A hipertrofia é desencadeada por estímulos in-
de séries simples ou séries múltiplas de exercícios tensos de curta duração contra cargas de alta intensi-
(KRAMER, STONE, O’BRYANT, CONLEY, JOHNSON, dade. O número de repetições e o intervalo de
NIEMAN, HONEYCUTT & HOKE, 1997; RHEA, BALL, recuperação parecem exercer também um papel fun-
PHILLIPS & BURKETT, 2002; WILLOUGHBY, 1991). damental. Recentemente um estudo conduzido por
Programas periodizados também são mais eficien- HADDAD e ADAMS (2002) demonstrou a real necessi-
tes que não periodizados para promover maiores dade do intervalo de recuperação de 48 horas para a
alterações na composição corporal (S CHIOTZ , repetição do estímulo de treinamento. Neste período
POTTEIGER, HUNTSINGER & DENMARK, 1998) e no de tempo fatores miogênicos associados a hipertrofia
desempenho motor (salto vertical, habilidades es- muscular estão no seu ápice e o organismo encontra-
portivas) (KRAEMER, R ATAMESS, FRY, TRIPLETT- se apto para receber uma nova estimulação.
MCBRIDE, KOZIRIS, BAUER, LYNCH & FLECK, 2000). Além disso, FARTHING e CHILIBECK (2003) en-
Contudo, a periodização parece ser necessária somente a contraram que o treinamento de força com contra-
partir do momento em que o indivíduo adquire um certo ções excêntricas de alta velocidade é mais eficiente
nível de condicionamento de força (FLECK, 1999). para aumentar a hipertrofia muscular quando com-
Modelos de periodização linear e não linear ou parado com treinamentos com contrações concên-
ondulados são os mais investigados. O linear repre- tricas de alta a baixa velocidade. A combinação de
senta o modelo clássico de periodização com uma contrações excêntricas e alta velocidade parece cau-
diminuição progressiva do volume com sar uma maior quantidade de dano muscular de-
concomitante aumento da intensidade dentro dos sencadeando os processos acima mencionados os
ciclos de treinamento. Já o modelo não linear ou quais contribuiriam para o maior grau de hipertrofia.
ondulado é caracterizado por alterações freqüentes Todas estas informações têm se mostrado úteis
(semanais ou até mesmo diárias) na intensidade e para a elaboração de programas de treinamento de
volume de treinamento (RHEA et al., 2002). Acre- força para idosos. Uma das características do enve-
dita-se que os programas de caráter ondulado colo- lhecimento é a redução progressiva na quantidade
cam um maior estresse no sistema neuromuscular de massa muscular e a conseqüente diminuição no
devido a rápida e contínua alteração dos estímulos. desempenho de força. Estes dois fatores afetam dras-
A investigação científica tem demonstrado que es- ticamente a qualidade de vida do idoso uma vez
tes programas são mais eficientes para o aumento que a participação em atividades do cotidiano fica
da força e da massa muscular (RHEA et al., 2002; muito comprometida. Os estudos conduzidos por
RHEA, PHILLIPS, BURKETT, STONE, BALL, ALVAR, & FRONTERA, MEREDITH, O’REILLY, KNUTTGEN e EVANS
THOMAS, 2003). Porém ainda não se sabe quais são (1988), FRONTERA, HUGHES, LUTZ e EVANS (1991)
os mecanismos responsáveis pelo maior aumento e FIATARONE, MARKS, RYAN, MEREDITH, LIPSITZ e

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EVANS (1990) demonstraram que o treinamento de adultos jovens (HAKKINEN, KRAEMER, NEWTON &
força era seguro e eficiente em indivíduos de idade A LEN , 2001; N EWTON, H AKKINEN , H AKKINEN ,
avançada. Atualmente as investigações têm demons- MCCORMICK, VOLEK & KRAEMER, 2002), a diferen-
trado que o corpo humano não perde sua capacida- ça se encontra na quantidade absoluta de ganho de
de de adaptação aos estímulos oferecidos pelo força. Recomendações e protocolos de treinamento
treinamento de força. As adaptações neurais e de força para idosos podem ser encontrados na lite-
morfológicas são semelhantes as apresentados por ratura específica (ACSM, 2002; EVANS, 1999).

Pesquisas sobre a resistência motora


Resistência é definida como a capacidade de sus- em intensidade sub-máxima, não serem capazes de
tentar uma determinada velocidade, ou produção de aumentar o VO2max de atletas que já possuem valores
potência, pelo maior tempo possível (JONES & CARTER, iguais ou superiores a 60 ml.kg-1.min-1 (LAURSEN,
2000). A melhoria dessa capacidade motora envolve SHING, PEAKE, COOMBES & JENKINS, 2002).
adaptações nos sistemas pulmonar, cardiovascular e Contudo, vários estudos apontam que um ele-
neuromuscular. Vários métodos de treinamento vêm vado VO2max não é o único fator determinante da
sendo utilizados, há mais de meio século, com o intui- performance em eventos de resistência. Corre-
to de aprimorar a função desses sistemas e alguns des- dores com valores similares de VO2max apresen-
tes notabilizaram-se por profundos impactos tam performances distintas (LARSEN, 2003). Isto
produzidos no treinamento esportivo, dadas às posto, identificar os fatores que determinam a
melhorias na performance alcançadas com sua utili- performance de corredores de elite é de primor-
zação, entre eles, os métodos intervalados. dial importância para a adequação do volume e
Os métodos intervalados têm como característica a intensidade do treinamento e para seleção dos
utilização de intensidades iguais ou acima das de com- métodos de treino.
petição. A utilização de intensidades elevadas parece O modelo proposto por (BASSETT JUNIOR &
estar diretamente relacionada ao contínuo aumento HOWLEY, 2000) (FIGURA 1) descreve os fatores que
da performance em competição. Isso parece dever-se explicam a maior parte da variância da performance
ao fato de incrementos no volume de treinamento, em provas de resistência de média e longa duração.

VO2max % VO2max no LA

VO2max na Performance
ou
VO2 no LA

Economia de Corrida

Performance em Corridas de Longa Distância

FIGURA 1 - Modelo dos fatores determinantes em provas de resistência (Adaptado de BASSETT JUNIOR & HOWLEY, 2000).

O VO 2max reflete a máxima taxa de gasto capacidade dos músculos extraírem O2 não parece
energético aerobiamente, e está fortemente ser um fator limitante (JONES & CARTER, 2000). Já
correlacionado ao débito cardíaco e, conseqüente- o limiar de lactato (LA) refere-se ao ponto em que o
mente, ao volume sistólico. Os fatores centrais su- lactato sangüíneo acumula-se em valores acima dos
pra-citados parecem limitar o VO2max, já que a de repouso, durante um exercício com incrementos

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constantes de intensidade. Ele indica que a taxa de A partir do conhecimento dos fatores
acúmulo de lactato sangüíneo é maior do que a de determinantes da performance, em provas de mé-
remoção (JUNG, 2003). E, a economia de corrida dia e longa duração, a literatura pertinente vem ten-
expressa a capacidade de produzir trabalho com o tando estabelecer quais os métodos de treinamento
menor gasto energético possível (TURNER, OWINGS mais adequados para causar adaptações centrais e
& SCHWANE, 2003). Ou seja, o consumo de oxigê- periféricas nos sistemas corporais que afetam o ren-
nio para realizar um exercício em uma determinada dimento nessas provas. Além disso, há a tentativa
intensidade absoluta. Indivíduos mais econômicos de determinar a influência do volume e da intensi-
terão um menor consumo de O2 para realizá-lo. dade do treinamento no rendimento desses atletas.
Para que um corredor complete uma maratona Os métodos de treinamento são divididos em
em torno de 2 h e 15 min, ele terá que manter um dois grandes grupos: “slow tempo training” (ST) e
VO2 de aproximadamente 60 ml.kg-1.min-1 durante “high intensity interval training” (HIT). O ST é
toda a corrida. Isso indica a importância do VO2max normalmente executado à intensidades sub-máxi-
para provas de resistência já que indivíduos mas, abaixo, no limiar de lactato ou ligeiramente
sedentários apresentam valores máximos de ~ 45 acima, enquanto o HIT é executado entre a veloci-
ml.kg-1.min-1. Como a maratona é normalmente dade de limiar de lactato e a de VO2max (v-VO2max)
feita com 80-85% do VO2max, o indivíduo deve então (LAURSEN & JENKINS, 2002).
possuir um VO2max em torno de 75 ml.kg-1.min-1 O ST é realizado com um volume entre 30 e 120
(BASSETT JUNIOR & HOWLEY, 2000). Contudo, min com intensidades entre 60 e 85% do VO2max
diferentes atletas podem usar outras combinações (JUNG, 2003) e comumente utilizado nos estágios
de VO2max, percentual de VO2max, e economia de de formação dos atletas. Esse tipo de treino é muito
corrida para produzir resultados semelhantes em utilizado no período básico de fundistas de alto ní-
provas de longa duração como a maratona. Dois vel (BILLAT et al., 2002). Contudo, esse tipo de trei-
corredores podem ter o mesmo VO2 de corrida (60 namento parece não ter uma grande eficiência para
ml.kg-1.min-1), mas um corre utilizando 90% do seu melhorar a performance de atletas de resistência já
VO2max (~ 66 ml.kg-1.min-1), enquanto o outro corre que: a) participantes do esporte de alto nível não
com apenas 80% do seu VO2max (~ 75 ml.kg-1.min-1). obtém aumentos no VO2max com esse tipo de trei-
Alguns estudos vêm sendo feitos na tentativa de namento (BASSETT JUNIOR & HOWLEY, 2000) e b) o
verificar a importância de cada um dos componentes limiar de lactato também parece não ser alterado
do modelo acima (FIGURA 1). Os resultados em indivíduos altamente treinados que utilizam o
encontrados não parecem ser conclusivos mas já ST (POTVIN & BENT, 1997). Deve-se lembrar que
fornecem alguns indicadores. O VO2max parece explicar esses são os principais fatores que determinam a
50% da variância na velocidade média durante uma performance em provas de fundo como citado an-
maratona. A adição do percentual de VO2max utilizado teriormente. Então, a utilização desse método de
durante a corrida aumenta esse percentual para 72% treinamento carece de comprovação científica que
(BILLAT, DEMARLE, PAIVA & KORALSZTEIN, 2002). justifique a sua utilização. O conceito de elevação
Outros autores não enfatizam tanto o VO2max como o do volume durante a fase básica do treinamento,
fator limitante para performances de média e longa apesar de correto dentro do modelo pedagógico de
duração, mas sim a fração do VO2max utilizada durante periodização clássico, não parece ser útil no esporte
a corrida (LARSEN, 2003). Nos últimos 20 anos os de resistência de alto nível. Esse fato fica mais evi-
quenianos passaram a dominar as provas de média e denciado quando são analisados o volume e a fre-
longa duração no atletismo (distâncias maiores que qüência de treinamento de corredores de elite. Eles
800 m) alcançando os 20 melhores tempos em 55,6% realizam entre 10 e 16 sessões de treinamento se-
das provas. Esse percentual era de apenas 13,3% em manais, com um volume semanal total em torno de
1986. Os quenianos possuem VO2max similares aos dos 180 quilômetros, sendo que o treinamento produz
corredores caucasianos. Contudo, eles são capazes de ganhos duvidosos na performance.
correr essas provas com uma fração mais elevada do As pesquisas na área do treino de resistência
VO2max do que os caucasianos (LARSEN, 2003), deveriam testar a magnitude das adaptações fisio
indicando ser esse o fator do sucesso. Da mesma forma, e morfológicas, e de performance usando o ST
WESTON, MBAMBO e MYBURGH (2000) encontraram ou o HIT durante o período de preparação bási-
que os quenianos eram 8% mais econômicos que ca do atleta. A utilização de um treino mais in-
corredores caucasianos. tenso teria como grande benefício a redução do

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volume total do treinamento e a utilização de ve- que cada atleta consegue permanecer na Vmax é
locidades mais próximas das de competição já que variável. HILL e ROWELL (1997) obtiveram valor mé-
atletas de fundo correm suas provas acima do li- dio de Tmax de 290 + 61 segundos. Desses 290
miar de lactato. segundos apenas 56 + 48 segundos atingiram o
O HIT é definido como repetidas séries de exercí- VO2max, ou seja, em apenas 18 + 13% do tempo
cios de curta ou média duração (10 s à 5 min) realiza- total na Vmax. Há a recomendação de que a dura-
dos em intensidade superior à velocidade de limiar de ção dos exercícios em séries de HIT deve ser de 60%
lactato (LAURSEN & JENKINS, 2002). Esse tipo de trei- do Tmax para que um grande volume de treino seja
namento aumenta o VO2max e a fração do VO2max uti- realizado com a utilização do VO2max. Contudo, se-
lizada durante a corrida, mesmo em atletas de alto gundo os autores acima 12 de 13 atletas não atingi-
nível. Ou seja, causando adaptações nos parâmetros ram o VO2max com 60% do Tmax, mas estavam a 95%
determinantes da performance em provas de resistên- do VO2max, percentual esse suficiente para desenvolver
cia (BILLAT et al., 2002), O treino é baseado em dois a capacidade de resistência em atletas de alto nível.
parâmetros que comumente determinam a intensida- A importância da economia de corrida nos re-
de e a duração de cada repetição. sultados de atletas de resistência não foi claramente
A variável que controla a intensidade do exercí- determinada. Ao contrário do citado acima, quan-
cio é a velocidade de VO2max obtida em testes pro- do atletas olímpicos de Portugal e França foram
gressivos (Vmax). Operacionalmente, ela é definida comparados com atletas que não atingiram o índi-
como a menor velocidade que produz o VO2max. ce olímpico dos mesmos paises. Os primeiros ti-
Quanto maior o tempo que o atleta permanecer trei- nham um VO2 mais elevado por quilômetro do que
nando nessa velocidade maiores serão os ganhos de os últimos para o mesmo tempo (BILLAT, DEMARLE,
VO2max (KUBUKELI, NOAKES & DENNIS, 2002). Al- SLAWINSKI, PAIVA & KORALSZTEIN, 2001). Esse fato
guns autores não concordam com essa opinião e indica que os corredores olímpicos tinham uma
acreditam que o trabalho em velocidades entre as menor economia de corrida do que os que não atin-
velocidades de limiar de lactato e de VO2max é sufi- giram o índice. Contudo, vários estudos vêm apon-
ciente para produzir ganhos no último por causa tando que o treinamento pode aumentar a economia
do chamado componente lento do VO2max. Esse de corrida (BERG, 2003), (KUBUKELI, NOAKES &
componente faz com que o VO2 aumente durante DENNIS,2002). Além disso, alguns estudos mais au-
um exercício acima do limiar de lactato com carga daciosos têm usado o treino de força e potência
constante. Contudo, estudos como o de BILLAT et como forma de aumentar a economia de corrida.
al. (2002) demonstraram que corredores de alto Acredita-se que o aumento da força motora dimi-
nível não apresentam o componente lento do VO2, nui o gasto energético, por utilizar um menor
invalidando treinos com velocidades abaixo da percentual em relação à força máxima para intensi-
Vmax para melhoria do VO2max, pois ele não é atin- dades de corrida constantes (H OFF , G RAN &
gido durante o exercício. H ELGERUD , 2002). Já o treino de potência
Alguns autores citam que a Vmax não pode ser o (pliométrico) melhora a eficiência mecânica de corri-
limite superior de velocidade utilizada durante uma da, aumentando a utilização de mecanismos de
sessão de HIT visto que provas como os 800 e 1500 potencialização da força muscular (TURNER, OWINGS
m são completadas em velocidades superiores à Vmax. & SCHWANE, 2003), como o aproveitamento de ener-
Além disso, mesmo em corridas que são realizadas pre- gia potencial elástica durante a fase de propulsão e a
dominantemente entre a velocidade de limiar de lactato ampliação da resposta excitatória do reflexo de
e a Vmax há variações de velocidade que excedem a estiramento (K YROLAINEN , K IVELA , K OSKINEN ,
Vmax. Isso indica a necessidade de treinos em veloci- MCBRIDE, ANDERSEN, TAKALA, SIPILA & KOMI, 2003).
dades superiores à ela (BILLAT, 2001). Para treinar es- As pesquisas disponíveis com atletas de alto nível são
sas variações de velocidade atletas de alto nível realizam escassas e os parâmetros de treinamento pouco descritos
treinos intervalados na velocidade máxima das provas para essas populações. Entender o atleta de alto nível é
de 3000, 5000, e 10000 m, dependendo da distância essencial para entendermos as adaptações crônicas decor-
da especialidade de cada atleta. rentes dos diversos meios de treinamento nos parâmetros
Já a duração dos estímulos tem como base o tem- determinantes da performance. Os meios de treinamento
po que o atleta consegue manter a Vmax durante mais adequados para aumentar a economia de corrida e a
uma corrida em velocidade constante e no plano. fração do VO2max de atletas de alto nível é mais um desafio
Esse tempo é definido como Tmax. O tempo em para a ciência do século XXI.

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Considerações finais
A teoria do treinamento vem sofrendo profun- pesquisam sobre o treinamento físico, tanto de
das alterações com o avanço do conhecimento caráter aplicado quanto básico.
científico. Os resultados das pesquisas aplicadas, Nos anos 90, valor das investigações relacio-
apresentadas aqui, fornecem parâmetros mais pre- nadas aos esportes de maneira geral, começou a
cisos para a determinação das cargas de treina- ser verdadeiramente apreciado. Muitos países
mento, com o intuito de maximizar as adaptações competindo nos Jogos Olímpicos já contavam
provenientes do mesmo. Apesar de não serem com pesquisadores para dar suporte aos seus atle-
abordados nesse ensaio, há inúmeras pesquisas tas. Treinadores e atletas querem saber, por meio
que tentam explicar os mecanismos que desen- de testes, como as sobrecargas do treino nas dife-
cadeiam as adaptações ao treinamento. Essas pes- rentes fases do treinamento, afetam o nível das
quisas, de caráter eminentemente básico, também capacidades e do rendimento competitivo. Final-
fornecem importantes indicativos para o treina- mente é desejável uma maior integração entre as
mento. Como exemplo, podemos citar o estudo evidências teóricas das pesquisas e as experiências
dos mecanismos que produzem a hipertrofia mus- da prática do treinamento. Uma estratégia de-
cular e da ligação desses mecanismos à execução veria incluir a possibilidade de ajudar os trei-
de ações musculares excêntricas. A sub-discipli- n a d o re s d e s e n v o l ve r u m e n t e n d i m e n t o
na da bioquímica do exercício tem tido papel científico e encorajar os investigadores a falar
primordial na elucidação desses mecanismos. Isto linguagens claras, naturais, na tentativa de di-
posto, a teoria do treinamento precisa de conhe- minuir a distância entre a investigação cientí-
cimento integrado das várias sub-disciplinas que fica e a prática do treinamento.

Referências
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ENDEREÇO
Valdir José Barbanti
Depto. de Esporte
Escola de Educação Física e Esporte /USP
Av. Prof. Mello Moraes, 65
05508-900 - São Paulo - SP - BRASIL

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