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FREITAS FILHO, Almir Pita Et Al. Pequenas Usinas Hidrelétricas. História e Economia, V. 9, N. 2, P. 19-32, 2011.

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Pequenas usinas hidrelétricas:

o caso da usina de Marmelos

Almir Pita Freitas Filho


Dr. Sc – IE/UFRJ - almir@ie.ufrj.br

Antonio Lopes de Souza


PhD – LANTEG/DEE/UFRJ - lopes@dee.ufrj.br

Margareth Guimarães Martins


Dr. Sc – LANTEG/DEE/UFRJ - meggmartins@globo.com

Maria Ana Quaglino


PhD – LANTEG/DEE/UFRJ - mariaanaquaglino@globo.com

Sergio Sami Hazan


PhD – LANTEG/DEE/UFRJ - sergio@dee.ufrj.br

Resumo
Este artigo relembra a história da primeira usina hidrelétrica da América Latina, a Usina Hidrelétrica de Marmelos, hoje conhecida
como Marmelos Zero, da pioneira Companhia Mineira de Eletricidade. Embora a usina seja hoje um museu, ela e outras pequenas
geradoras formam o complexo de Marmelos ainda em operação (Marmelos 2), na categoria definida pela legislação atual como
“Pequenas Centrais Hidrelétricas” (PCHs). Este modelo de aproveitamento hidrelétrico tem sido defendido por vários argumen-
tos, dentre os quais, ser potencialmente menos agressivo ao ambiente e ter custo reduzido; é considerado um investimento de
pequena monta. A questão da sustentabilidade econômica e ambiental de tais empreendimentos, à luz dos estudos de caso sobre
esta experiência pioneira, foi o objeto de nossas reflexões. Os autores são membros de uma equipe multidisciplinar (historiadores
e engenheiros) que atua no Laboratório de Novas Tecnologias para o Ensino de Engenharia – LANTEG/DEE e no Instituto de
Economia, ambos da UFRJ, e que está reunida no Grupo de Pesquisa do CNPq, “A Eletricidade na Belle Époque (1870-1914)”.
.

Abstract
This article deals with the history of the first Hydroelectric Power Plant in Latin America, The “Marmelos Hydroelectric Power
Station”, also known as “Marmelo Zero”, which belonged to a pioneer Brazilian electrical company, the “Companhia Mineira de
Eletricidade”. Although “Marmelo Zero” today is in fact a museum, it is part of the Marmelos hydroelectric power stations com-
plex, in which one (Marmelos 2) is still operational and connected to the Brazilian Electrical Power Plants System as a “PCH”
(Small Electrical Station). The “PCH” is a category of electrical power plants encouraged by the Brazilian government’s policies
and legislation. Those who are in favor of this energy supply model argue that the “PCHs” are less aggressive to the natural
environment and less expensive to build. Wether or not this model is, in fact, economically and environmentally self-sustainable,
is a main concern in our analysis of this pioneer experience in Brazil. The authors are all members of a multidisciplinary research
team (historians and engineers) working at the Laboratory for New Technologies in Teaching Engineering (Laboratório de Novas
Tecnologias para o Ensino de Engenharia – LANTEG/DEE) and in the Institute of Economics, both within the Federal University
of Rio de Janeiro (UFRJ). This team is also a research group, registered at the National Research Council (CNPq), specialized in
studying electricity during the “Belle Époque” (1870-1914).

História e Economia Revista Interdisciplinar 19


Pequenas usinas hidrelétricas: o caso da usina de Marmelos

Introdução e serviço; e geram impostos para os municípios


do seu entorno e empregos diretos e indiretos
(ENERGISA, s.d.). Os críticos das PCHs, en-

E
ste artigo é o resultado da reflexão de tretanto, afirmam que elas são menos confiáveis,
uma equipe multidisciplinar, que atua devido aos seus reservatórios serem pequenos
no Laboratório de Novas Tecnologias e ao seu porte, não têm acesso ao mercado de
para o Ensino de Engenharia – LANTEG/DEE capitais, possuem dificuldades para manter uma
e no Instituto de Economia, ambos na UFRJ e estrutura de comercialização e de manutenção,
estão reunidos no Grupo de Pesquisa CNPq, além disso, são ameaçadas por clientes sensíveis
“A Eletricidade na Belle Époque (1870-1914)”, à segurança de fornecimento e às variações de
que possui duas linhas de pesquisa (História da preços, sofrem com a imprevisibilidade das chu-
Eletricidade e História da Iluminação Pública), vas, além de não possuírem marcos regulatórios
baseadas na perspectiva da história econômica claros e, portanto, poderem ser atingidas por al-
conjugada com a história da engenharia elétrica. terações na legislação (BRDE, 2002 ).
Nosso objetivo é criar recursos para a compreen-
Não obstante, consideramos oportuno
são dos aspectos técnicos, econômicos e sociais
relembrar a história da Usina de Marmelos Zero,
das aplicações da engenharia elétrica desde os
Figura 1, que embora atualmente seja patrimô-
seus primórdios.
nio de um museu, foi importante, como marco
O debate atual sobre a obtenção de ener- inicial do aproveitamento hidrelétrico do Bra-
gia elétrica considera viável o uso de Pequenas sil, notadamente, do Rio Paraibuna, onde várias
Centrais Hidrelétricas (PCHs), que, por defi- experiências de pequenas hidrelétricas foram
nição se caracterizam pela pequena potência e desenvolvidas.
reservatórios de pequeno porte. A Legislação
vigente define as PCHs como empreendimentos
hidrelétricos com potência entre 1.000 e 30.000
kW, área de reservatório delimitada pela cota
d’água associada à vazão de 100 anos e extensão
total igual ou inferior a 3,0 km² (ANEEL, 1998).

O resultado deste debate tem sido, não


só a construção de diversas PCHs, mas também,
a recuperação de usinas antigas. Os defensores
deste tipo de hidrelétrica afirmam que suas van-
tagens são: o menor impacto social e ambiental,
uma vez que se trata de uma fonte renovável,
opera a fio d’água e são construídas rapidamen-
te. Além disso, ressaltam que as mesmas garan-
tem maior confiabilidade para o sistema, devido
à geração distribuída e descentralizada; possuem Figura 1 -Usina Marmelos Zero (Foto:
baixo custo; contribuem para a redução do efeito Museu Usina Marmelos Zero – Universidade
estufa; dispensam importações de equipamentos Federal de Juiz de Fora)

20 História e Economia Revista Interdisciplinar


II. Bernardo Mascarenhas: movidas a energia hidráulica. Apesar de resistên-
o empreendedor cias na família contra o projeto, Bernardo con-
seguiu convencer dois de seus irmãos a compor,
Bernardo Mascarenhas, nascido em 30
em 1868, o capital para a fábrica. Esta foi cons-
de maio de 1846, era o décimo filho de um bem
truída na localidade de Cedro, próximo às fazen-
sucedido comerciante que fez fortuna monopoli-
das da família. A parcela de Bernardo Mascare-
zando o comércio de sal em Minas Gerais e que
nhas para o empreendimento veio da venda de
se tornou, depois, produtor rural, Figura 2.
sua participação nos negócios de sal. Aquela foi
a primeira de várias unidades fabris têxteis cria-
das pela família Mascarenhas. Nos anos 1870,
dois outros irmãos de Bernardo construíram a
fábrica de Cachoeira que, em 1883, foi fundida
com a fábrica de Cedro, formando uma socieda-
de anônima. Em 1888, três anos depois de mudar
para Juiz de Fora, período em que se tornou fun-
dador do “Banco de Crédito Real”, em 1885, e
investiu na compra de terrenos na área, Bernardo
Mascarenhas diversificou e expandiu ainda mais
os seus negócios constituindo e desenvolvendo
ali a “Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas”
e a “Companhia Mineira de Eletricidade”, Figu-
ra 3. Em 1889, o empresário inaugurou a Usina
Hidroelétrica de Marmelos, a primeira do tipo na
América Latina. Dez anos depois, em 9 de outu-
bro, faleceu vítima de um ataque cardíaco (BIR-
CHAL, 2004; GIROLETTI, 1988).
Figura 2 - Bernardo Mascarenhas (Foto: III. A Companhia Mineira
Centro de Ciências da Universidade Federal de
de Eletricidade – CME
Juiz de Fora)
O empreendedorismo de Bernardo Mas-
Depois de completar os estudos em tra- carenhas, aliado às condições favoráveis para a
dicional internato mineiro, o Colégio Caraça, industrialização da região de Juiz de Fora, fez
o futuro empresário decidiu não cursar o nível com que ele se aventurasse pelo setor energético.
superior, preferindo enveredar imediatamente Afinal, o esforço da época pela busca de energia
no mundo dos negócios: aos dezoitos anos, re- mais barata e alternativa ao carvão importado e
cebeu do pai a quantia de 26 contos de reis, que o gás, era uma meta comum de diversos empre-
aplicou na compra e venda de gado, constituindo sários e autoridades municipais visando atender
sociedade com um de seus irmãos. A sociedade às necessidades de eletrificação para ilumina-
prosperou e incorporou a atividade de comercia- ção pública e industrial. Convencido de que era
lização de sal, até que, em 1865, Mascarenhas possível fornecer eletricidade para Juiz de Fora,
decidiu propor à família investir na montagem de Bernardo Mascarenhas, graças ao seu prestígio
uma fábrica de tecidos, cujas máquinas seriam como empresário, conseguiu vencer as resistên-

História e Economia Revista Interdisciplinar 21


Pequenas usinas hidrelétricas: o caso da usina de Marmelos

cias dos céticos quanto ao novo padrão ener- Mascarenhas, maior acionista da empresa, e sua
gético, por meio de cartas e artigos de jornais família controlavam a maioria das ações (GIRO-
(MAGALHÃES, 2000) e, desta forma, obteve LETTI, 1988). Uma vez obtido o capital, foi fá-
o capital necessário para formar a Companhia cil para Mascarenhas iniciar o empreendimento,
Mineira de Eletricidade cuja fachada da sede é pois conseguiu da Câmara Municipal de Juiz de
reproduzida na Figura 3. Fora a transformação de sua antiga concessão de
iluminação pública e particular a gás. A referida
modificação incluiu a geração e a transmissão
de energia elétrica para os mesmos fins e para
fornecer força motriz para sua fábrica e outras
indústrias da região (IEPHA-MG).

QUADRO I. COMPANHIA MINEIRA DE ELETRICIDADE:


ACIONISTAS DA FAMÍLIA MASCARENHAS

Acionistas Número Profissão


de Ações

Bernardo Mascarenhas 400 Industrial


D. Policena P. S. Mascarenhas 100 Fazendeiro-Industrial
Francisco Mascarenhas 78 Industrial e Fazendeiro
Vitor Mascarenhas 50 Industrial
Caetano Mascarenhas 50 Industrial
Dr. Viriato Mascarenhas 35 Industrial
Teófilo M. Ferreira 30 Industrial
Elvira D. Mascarenhas 25 Industrial
Dr. Pacífico Mascarenhas 20 Médico e Industrial
Bernardo F. Pinto 20 Fazendeiro- Industrial
Antônio D. Mascarenhas 20 Industrial
Altivo Diniz Mascarenhas 15 Industrial
Antonio Augusto Mascarenhas 10 Industrial

TOTAL DE AÇÕES DA 853(56,8%)


FAMÍLIA MASCARENHAS
Fonte: GIROLETTI (1988), Tabela 19, p. 89.

Figura 3 – Fachada da sede da Compa-


nhia Mineira de Eletricidade, 1915 (Foto: Museu O capital inicial da CME era de cento e
Usina Marmelos Zero – Universidade Federal de cinqüenta contos de réis, duplicou em dois anos
Juiz de Fora) de funcionamento, chegando a oitocentos contos
de réis em 1884. Após a morte de Mascarenhas,
quando os herdeiros e sócios de Mascarenhas
transferiram o controle acionário para o grupo
Apesar de a CME estar vinculada a um
Assis-Penido, formado por fazendeiros locais,
dos setores de ponta da economia capitalista,
sob a liderança do Coronel Teodorico de Assis,
não passava de uma empresa local e familiar,
o capital já era de 1.400 contos de reis (GIRO-
uma vez que, “dos trinta acionistas originais
LETI, 1988), apesar de a companhia manter o
doze pertenciam à família Mascarenhas e mui-
seu caráter familiar e regional. Não obstante, o
tos outros eram nomes proeminentes da comu-
capital continuou a se multiplicar, atingindo a
nidade empresarial local” (BIRCHAL, 2004),
cifra de 7.000 contos de réis na segunda metade
fato amplamente demonstrado nos três quadros
dos anos 1920. O aumento do capital da Com-
abaixo, onde é possível observar que Bernardo

22 História e Economia Revista Interdisciplinar


QUADRO II. COMPANHIA MINEIRA DE ELETRICIDADE: OUTROS ACIONISTAS

Acionistas Número Profissão


de Ações

Bento Xavier (Carneiro?) 125 Comerciante ou Industrial (?)


Barão e Baronesa Juiz de Fora 100 Fazendeiro
Francisco Eugênio Rezende 97 Fazendeiro
Francisco Batista de Oliveira 70 Comerciante
Dr. Bernardo Silva 40 Advogado e Político
Barão de Santa Helena 30 Fazendeiro, Político, Banqueiro e Diretor da Ferrovia União Mineira
Frederico Ferreira Lage 25 Fazendeiro
Dr. Alfredo Ferreira Lage 25 Advogado, Proprietário de Prédios Urbanos
Francisco F. de Assis Fonseca 20 Fazendeiro
Manoel Vidal Barbosa Lage 20 Fazendeiro, Político, Fundador Diretor da Ferrovia União Mineira
Dr. Azarias José de Andrade 20 Médico e Industrial
Carlos José Pereira 10 Fazendeiro
Dr. Fernando Lobo L. Pereira 10 Advogado, Político, Diretor do B.C.R. e Banco do Brasil
Manoel Matos Gonçalves 10 Fazendeiro e Banqueiro
J. Pereira de Morais 10 Fazendeiro (?)
J. B. Oliveira e Souza 10 Comerciante
Dr. Francisco Vicente Gonçalves Pena 25 Profissional Liberal

TOTAL DEMAIS ACIONISTAS 647(43,2%)


FAMÍLIA MASCARENHAS

Fonte: GIROLETTI (1988), Tabela 19, p. 89.

QUADRO III. COMPANHIA MINEIRA DE ELETRICIDADE:


Mineira de Eletricidade manteve-se estagnada e
ACIONISTAS a absorção pela CEMIG foi o resultado esperado,
Acionistas Número Ações em
de Ações Porcentagem
uma vez que esta passou a monopolizar os servi-
Família Mascarenhas 853 56,8
ços de eletricidade no estado de Minas Gerais.
Demais Acionistas 647 43,2
Criada no final do regime escravista, a
TOTAL 1500 100
empresa contou com mão-de-obra livre nacional
Fonte: GIROLETTI (1988), Tabela 19, p. 89.
e estrangeira. Segundo Birchal, baseado nas in-
panhia Mineira de Eletricidade foi baseado na formações de P. Oliveira,
ampliação do número de consumidores (BAR-
em 1889, por exemplo, durante a
ROS, 2008; GIROLETTI, 1998 e BIRCHAL,
instalação da usina, a companhia contratou
2004). Somente na década de 1950, esta empresa
dois técnicos norte-americanos, que chega-
começou a dar os primeiros sinais de perda de ram juntos com o equipamento encomendado
fôlego. O crescimento da economia industrial à Westinghouse Electric Company (WEC).
na área de Juiz de Fora, que ela havia ajudado a Além disso, em 1891, Bernardo Mascarenhas
impulsionar, torná-la-ia pequena demais. O des- enviou o seu eletricista, Wan Wagenen, que
certamente era um estrangeiro, para os EUA
fecho foi sua absorção pela CEMIG, nos anos de
discutir com os engenheiros da WEC o projeto
1980. Entre os anos 1940 e 1980, a Companhia da nova usina que ele estava planejando cons-
QUADRO IV. COMPANHIA MINEIRA DE ELETRICI- truir. Portanto, parece que os estrangeiros eram
DADE: EVOLUÇÃO DO CAPITAL – 1888 - 1826
empregados principalmente naquelas posições
Anos Capital em Contos de Réis mais técnicas. Além do mais, em 1893, a com-
1888 150 panhia informou aos seus consumidores que
1890 300 o aumento no preço do serviço de iluminação
1894 800 doméstica era em função, entre outras coisas,
1911 1400
do aumento nos salários de seus empregados
1916 2500 estrangeiros(BIRCHAL, 2004).
1926 7000
Fonte: GIROLETTI (1988), p. 90.
O mesmo autor ressalta que, “brasileiros

História e Economia Revista Interdisciplinar 23


Pequenas usinas hidrelétricas: o caso da usina de Marmelos

livres eram certamente empregados pela CME, ra central da América do Norte (VIANA, s.d.)
pois, como mostra a mesma carta enviada pela e transformou-se na primeira de toda a América
companhia aos seus consumidores em 1893, o Latina, Figura 4.
aumento no preço dos serviços prestados pela
empresa também se devia ao aumento nos salá-
rios dos funcionários brasileiros”, que supõe-se,
ao menos no início fossem “empregados princi-
palmente nos trabalhos menos especializados”
(BIRCHAL, 2004).

Nos trinta e quatro anos, que vão da sua


fundação até o período de aceleração da indus-
trialização brasileira, nos anos 1930, a produção
de energia elétrica cresceu em mais de 200%, Figura 4- Usina Marmelos Zero, 1889. (Foto:
contribuindo para a fama de Juiz de Fora, como Museu Usina Marmelos Zero da Universidade Federal
a “Manchester brasileira”. de Juiz de Fora)

Henrique Hargreeves, autor do estudo O ano de 1896 foi marcado pela cons-
trução à jusante da Usina Marmelos Zero, dando
pioneiro sobre a CME, classifica como “passado
origem à Usina Marmelos 1, o que levou à desa-
histórico” o período que vai da sua fundação até
tivação da usina pioneira no ano seguinte, Figura
1937, uma vez que ao longo destes quarenta e
5 e Figura 6.
sete anos, foi implantado o conjunto de usinas
localizadas nas cachoeiras de Marmelos. Sendo
que a partir da Segunda Guerra Mundial, novas
possibilidades de expansão da Companhia Mi-
neira se apresentaram, caracterizada pelo apro-
veitamento da cachoeira de Joasal e pela substi-
tuição dos equipamentos da Westinghouse pelos
da General Electric (HARGREEVES, 1971). A
troca do equipamento deveu-se à obsolescência
das máquinas pioneiras. Por essa ocasião, a Ge- Figura 5 – Interior da Usina Marmelos 1,
neral Electric era uma concorrente à altura da 1889. (Foto: Museu Usina Marmelos Zero da Univer-
sidade Federal de Juiz de Fora).
Westinghouse.

O processo da geração da energia que


impulsionou o crescimento industrial de Juiz de
Fora começou com a Usina de Marmelos, co-
nhecida atualmente como Marmelos Zero. Essa
usina, que foi construída pela CME por iniciativa
de Bernardo Mascarenhas, entrou em funciona-
mento em cinco de setembro de 1889, apenas
sete anos após a inauguração da hidrelétrica de Figura 6 - Usina Marmelos 1, 1889. (Foto:
Appleton, Winscosin (Estados Unidos), primei- Museu Usina Marmelos Zero da Universidade Federal
de Juiz de Fora).

24 História e Economia Revista Interdisciplinar


Duas novas usinas foram inauguradas, as eletrificaram. A partir de 1898, começaremos a
atualmente denominadas Marmelos 1A e Mar- observação das indústrias que se mecanizavam,
a partir do fornecimento de força motriz pela
melos 2, respectivamente nos anos de 1905 e
CME. A análise das fontes permite-nos dizer
1910. A quarta unidade do conjunto de usinas da que a eletrificação das atividades industriais na
cachoeira de Marmelos levou à desativação gra- localidade estendeu-se no tempo (BARROS,
dativa das demais. Marmelos Zero foi transfor- 2008).
mada em Museu em 1988 e, atualmente apenas
a Usina de Marmelos 2 continua em operação, É do mesmo autor o quadro abaixo.
enquanto próximo à Usina 1 QUADRO V. INDÚSTRIA E FORÇA UTILIZADA EM JUIZ DE FORA
localiza-se o Memorial da Ele-
Estabelecimento Fundação Força
tricidade (AMARAL, 2011).
Fábrica de Móveis Corrêa & Corrêa 1878 A vapor de 35 cavalos Motor
Os efeitos das Usinas Fábrica de tecidos Industrial Mineira
Fábrica da firma Christovam de Andrade, Gama & C.
1883
1885
Força hidráulica e a vapor
Força a vapor
de Marmelos sobre a industria- Tecelagem Mascarenhas 1887 Motor Westinghouse de 30 cavalos
Mechanica Mineira 1890 Motor elétrico de 30 cavalos
lização de Juiz de Fora são vi- Serraria a vapor do Sr. Pedro Schubert 1894 Motor elétrico
Fábrica de Carruagens 1895 Motor a vapor de 12 cavalos
síveis, pois, quando a CME foi Fábrica de Pregos S. Nicolao 1896 Motor Otto a Petróleo de 8 cavalos
Fábrica de Massas Alimentícias Dr. Paulo Simoni 1896 Motor Elétrico
inaugurada havia onze estabe- Cortume Detlef Krambeck * Vapor
Fábrica de Meias Antônio Meurer * Motor Elétrico
lecimentos industriais na cida- Fábrica de desfiar fumos * Vapor
de. Inaugurados entre 1865 e Oficina de Carpintaria e marcenaria dos Srs. Pantoleoni, * Motor Elétrico
Arcuri, Timponi & Comp.
1889, este número aumentou
em 5%, taxa considerada ele- Fonte: BARROS, 2008.
vada para a época, no período
de operação da Usina Zero até a inauguração de
III. A Localização de
Marmelos 2 (HARGREEVES, 1977). Além de
Marmelos Zero
alimentar a indústria, a energia da CME também A escolha do local por Mascarenhas de-
servia à iluminação pública e privada, sendo que, veu-se ao fato do terreno ser próximo aos seus
Marmelos Zero, por exemplo, era capaz de ilu- demais empreendimentos industriais de Juiz de
minar 1.080 residências (PATICIEÉ, 2009). Fora e por ser cortado pelo Rio Paraibuna, con-
QUADRO IV. INAUGURAÇÃO DE ESTABELECIMENTOS
siderado por muitos autores como um motor da
INDUSTRIAIS EM JUIZ DE FORA economia da cidade. Mais precisamente, a Usina
Número de Empresas Período de Marmelos Zero está localizada a 21º 47’ de
Industriais
Latitude Sul e 43º 19’ de Longitude Oeste, ou
04 1890-1897 (Usina Marmelos Zero)
seja, a sete quilômetros de Juiz de Fora, às mar-
11 1898-1910
Fonte: HARGREEVES, 1977, P. 32..
gens da antiga Estrada União e Indústria, primei-
ra importante rodovia que ligava o município ao
Cleyton Souza Barros em seu completo Rio de Janeiro.
trabalho sobre a eletricidade em Juiz de Fora
mostrou que: O Rio Paraibuna é o principal afluente do
Rio Paraíba do Sul, nasce na Serra da Mantiquei-
As fontes jornalísticas informam so-
ra nas proximidades da cidade de Antônio Car-
bre a industrialização da cidade mineira. Cabe
adotar a verificação do processo de instalação los e atravessa diversos municípios fluminenses
de algumas unidades fabris, ao mesmo tempo e mineiros, incluindo Juiz de Fora. O Paraibuna
dando maior atenção às instalações que mais se tem grande importância para a cidade escolhida

História e Economia Revista Interdisciplinar 25


Pequenas usinas hidrelétricas: o caso da usina de Marmelos

por Mascarenhas porque possui volume hídrico e não era um fator considerado pelos gestores de
declividade adequados para a construção de pe- usinas hidrelétricas.
quenas usinas hidrelétricas. Além disso,
IV. O Conjunto de Edificações de
os efeitos combinados da geomorfo- Marmelos Zero
logia regional e das características sobre sua
A Usina de Marmelos Zero foi constru-
bacia hidrográfica explicam a formação da
várzea, cujo limite a jusante está na cachoei- ída um nível abaixo da antiga Estrada União e
ra de Marmelos. O perfil do rio apresenta-se Indústria, atual BR-267, aproveitando a caracte-
encachoeirado no alto curso e lento-divagante rística íngreme do terreno, Figura 7.
sobre as várzeas do platô em Juiz de Fora (ME-
NEZES, 2007).

Toda a história do Rio Paraibuna na re-


gião do município de Juiz de Fora é marcada,
além da possibilidade de aproveitamento hidrelé-
trico, por diversas enchentes, acidentes causados
por despejos industriais, grande concentração
de lixo e índices elevados de descarga de esgoto
doméstico, esse último especialmente na jusante
do núcleo urbano daquele município. Não obs-
tante, até o momento o fluxo e a capacidade de
Figura 7 - Início da Construção da Bar-
depuração do Paraibuna têm conseguido manter
ragem da Usina Marmelos Zero, 1888 (Foto :
níveis de qualidade de água e volumes conside-
Museu Usina Marmelos Zenos da Universidade
rados bons, graças às afluências dos rios Preto e
Federal de Juiz de Fora).
do Peixe, que possuem águas de boa qualidade.
Figura 8 – Parte do complexo da Usina
Não encontramos referências para Mar- de Marmelos Zero em fotografia antiga. (Fonte:
melos Zero sobre problemas com o Rio Paraibu- Revista Mundo Elétrico, Ano 18, página 14)
na. Não obstante, Marmelos 1
sofreu problemas devido ao as-
soreamento do rio causado pelo
despejo de lixo urbano (VIAN-
NA, s.d.). Normalmente, o acú-
mulo de lixo urbano no rio pode
ter duas conseqüências sobre o
fornecimento de energia elétri-
ca: a obstrução da tomada de
água diminui a vazão dos dutos
para as turbinas e a má qualida-
de da água produz cavitação nas
pás das turbinas. Obviamente,
na época da construção de Mar-
melos Zero a poluição dos rios

26 História e Economia Revista Interdisciplinar


Além do prédio da usina propriamente Marmelos 1A e Marmelos 2), a Vila Operária e
dita, a barragem, o posto do barrageiro, a subes- um complexo esportivo (IEPHA-MG).
tação elevada, diversas passarelas e condutores
V. Os Equipamentos da Usina
d’água formaram o primeiro conjunto de edifi-
cações do empreendimento hidrelétrico da CME.
Marmelos Zero
As referências arquitetônicas deste conjunto são Em sua primeira configuração a usina
inglesas, a cobertura em duas águas enfeitadas continha dois grupos geradores monofásicos de
com recortes pendentes de madeira, as paredes 125kW e 1000 volts cada operando na frequên-
são de tijolos maciços aparentes e embasamento cia de 60 hertz, ambos fabricados pela Westin-
de pedra “por vãos com verga em arcos abatidos” ghouse, Figura 10. Cento e oitenta lâmpadas
(IEPHA-MG), Figura 8 e Figura 9. O projeto da incandescentes, de 32 velas, a 50 volts, compu-
usina foi feito pela empresa americana Max No- nham o sistema de iluminação pública de Juiz de
thman & Co., muito conhecida na época como Fora naquele ano. Dois anos depois, além do uso
representante de companhias estrangeiras para público, foram instaladas 700 lâmpadas para uti-
venda de serviços e produtos e registro de paten- lização doméstica (MARCOLIN, 2005).
tes no Brasil.

Figura 10: Interior da usina hi-


drelétrica de Marmelos Zero (Fonte:
Energia Elétrica no Brasil, 500 anos,
Figura 9 – O complexo da Usina de Mar- página 27)
melos: Usina Marmelos Zero, em fotografia re-
cente. (Foto: IEPHA-MG) Posteriormente, um terceiro grupo ge-
rador, também da Westinghouse, foi adiciona-
O muro de arrimo abaixo da margem da do com o objetivo de aumentar a capacidade
rodovia foi feito em blocos de pedra. Destacam- da usina e com isso suprir a demanda crescente
se ainda o telhado da fachada posterior, estrutura- de consumo de energia elétrica na região, prin-
do em madeira com uma pequena torre quadrada, cipalmente por parte da indústria têxtil. A usina
a escada de cimento à margem do rio, as compor- de Marmelos Zero funcionou até 1896 quando
tas e tubulações. Ao longo dos anos, o conjunto foi desativada e substituída por unidades mais
arquitetônico da Usina Marmelos Zero, foi sendo modernas como Marmelos 1 e 1A, que também
completado com as demais usinas (Marmelos 1, foram desativadas, e 2.

História e Economia Revista Interdisciplinar 27


Pequenas usinas hidrelétricas: o caso da usina de Marmelos

A usina de Marmelos 2 tem potência ins- de corrente contínua e Westinghouse chegou a


talada de 4 MW e faz parte do sistema que su- travar uma longa batalha judicial com Thomas
pre energia para a cidade de Juiz de Fora, sendo Edison, que ficou conhecida como a “Guerra
responsável por cerca de apenas 0,4% da energia dos Sete Anos” ou “Guerra das Correntes”. Ao
desta cidade. Deste modo, a indisponibilidade da final da batalha judicial, com a vitória de Wes-
geração desta usina pouco interfere no sistema tinghouse ao provar que o uso de corrente alter-
elétrico de potência. A vantagem desta é que, nada era seguro e não constituía ameaça a vidas
devido à proximidade do centro de consumo, humanas, ele ganhou o direito de desenvolver o
esta dá suporte de tensão local. Devido a pou- projeto do sistema hidrelétrico de Niagara Falls,
ca geração de energia, os custos de operação e o primeiro grande sistema para a produção co-
manutenção foram reduzidos com a automação mercial de eletricidade para diversos usos tais
das máquinas e extinção do pessoal de operação como transporte ferroviário, iluminação e força
local (AMARAL, 2011). motriz, dentre muitos outros. A companhia de
Westinghouse cresceu rapidamente, adquirindo
QUADRO V. COMPANHIA MINEIRA DE ELETRICIDADE:
ENERGIA ELÉTRICA GERADA reputação internacional no desenvolvimento de
Ano Número de Geradores Total de KW
equipamentos elétricos e eletromecânicos o que
1896 02 600 permitiu com que passasse a exportar com suces-
1905 01 300 so os seus produtos para diversos países, dentre
1910 01 300 os quais o Brasil, que usou geradores de corrente
1915 02 600 alternada desta marca em Marmelos Zero e suas
1921 01 600 sucessoras (QUAGLINO, 2009).
1922 01 600

1930 01 1360 A trajetória empresarial de Westinghouse


Fonte: GIROLETTI (1988), p. 90. permitiu que seus produtos se tornassem conhe-
cidos mundialmente. Foi através da publicidade
A contribuição de George Westinghouse gerada pelos seus êxitos sobre Thomas Edison,
ao desenvolvimento do uso comercial da eletri- principal concorrente de Westinghouse, que pro-
cidade foi marcante. Ele esteve, desde a adoles- vavelmente levou Bernardo de Mascarenhas a
cência, envolvido com a invenção de dispositi- optar por aquela tecnologia. Na ocasião da cons-
vos mecânicos ou eletromecânicos, tendo obtido trução de Marmelos Zero havia três possibilida-
sua primeira patente, um motor rotativo a vapor, des principais: os equipamentos das empresas de
aos 19 anos. Em meados da década de 1880, vol- Zénobe Gramme (MARTINS, 2009 e SOUZA
tou seus interesses para os sistemas de distribui- et allii., 2010) , Thomas Edison (QUAGLINO,
ção de energia elétrica via corrente contínua de 2010) e George Westinghouse. As máquinas elé-
Thomas Edison, os quais logo abandonou para tricas do primeiro empresário estavam em pro-
dedicar-se à pesquisa e desenvolvimento de dis- cesso de obsolescência e Westinghouse havia
positivos para a geração e distribuição de ener- vencido a “Guerra dos Sete Anos”.
gia elétrica por corrente alternada. Em 1886,
ele criou a Westinghouse Electric Company que V. CONCLUSÃO
passou a produzir e comercializar geradores de
O sonho de Bernardo Mascarenhas de
corrente alternada. Sua companhia enfrentou
abastecer seus empreendimentos com energia
grande oposição dos defensores dos sistemas
elétrica demonstrou a viabilidade das pequenas

28 História e Economia Revista Interdisciplinar


usinas hidrelétricas. Afinal, Marmelos Zero e impressionante, mesmo aos olhos de hoje. Em-
suas sucessoras contribuíram para o desenvol- bora o equipamento tenha rapidamente chegado
vimento da “Manchester Brasileira”, pois, como à obsolescência, era o que havia de mais mo-
demonstramos ao longo do artigo, Juiz de Fora derno na época, além do que, em outras usinas,
ganhou em número de estabelecimentos indus- equipamentos semelhantes tiveram uma maior
triais e com a crescente iluminação de suas ruas durabilidade e foram substituídos por tecnolo-
e casas. Certamente que a mística da luz elétrica gias mais modernas de maneira menos traumá-
tão difundida na Belle Époque, o prestígio políti- tica. Quanto aos efeitos ambientais do conjunto
co e social e empreendedorismo do fundador da de usinas da cachoeira de Marmelos é importante
primeira hidrelétrica da América Latina facilita- ressaltar, que seus contemporâneos não possuíam
ram a concretização das suas idéias, a despeito o conceito contemporâneo e legal de impacto
das dificuldades técnicas e dos problemas advin- ambiental. Não obstante, sabemos que o impacto
dos do pioneirismo de sua realização. de cada projeto de PCH deve ser examinado cui-
dadosamente de maneira individual.
A segunda face da moeda da experiência
de Marmelos mostra que, talvez pelas pressões A barragem construída no final do século
políticas e da demanda, o projeto da Usina te- XIX permite que o sonho de Mascarenhas sobre-
nha sido concebido de forma precipitada, tanto viva, na energia de Marmelos 2, que atualmente
que Marmelos Zero foi construída em apenas é operada remotamente, está interligada ao siste-
seis meses e durou aproximadamente sete anos, ma que abastece Juiz de Fora e sua hinterland,
uma durabilidade bastante reduzida mesmo con- produz 0,4% da carga máxima atendida do mes-
siderando os padrões da época. Sua sucessora, mo e representa uma advertência aos contempo-
Marmelos 1, também não durou muito. O inves- râneos para a busca de soluções mais duráveis
timento inicial não foi desprezível, sendo que o em projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas.
parque arquitetônico construído continua sendo

História e Economia Revista Interdisciplinar 29


Pequenas usinas hidrelétricas: o caso da usina de Marmelos

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