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Anjos - Jorge Linhares

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Anjos

Jorge Linhares

Primeira edição – 2016

Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610, de


19/02/1998. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial
deste livro, por quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos,
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escrito do autor.

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Os textos bíblicos citados neste livro são da Versão Revista e


Atualizada de Almeida, salvo quando indicada outra versão.

Àqueles que entendem bem as Escrituras


e sabem que os anjos são enviados de Deus
para não tropeçarmos em pedras
neste caminho até à glória celestial e eterna.
Sumário

Introdução 7
1. Quem são os anjos? 12
2. Qual é a missão dos anjos? 24
3. Satanás, o anjo caído 31
4. Os anjos no Antigo Testamento 38
5. Os anjos no Novo Testamento 43
6. Podemos adorar os anjos? 52
7. Hoje, podemos contar com anjos? 59
Conclusão 68
Introdução
Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e
de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,
nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a
quem constituiu herdeiro de todas as coisas,
pelo qual também fez o universo.
Ele, que é o resplendor da glória e a expressão
exata do seu Ser, sustentando todas as coisas
pela palavra do seu poder, depois de ter feito a
purificação dos pecados, assentou-se à direita
da Majestade, nas alturas,
tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto
herdou mais excelente nome do que eles.
Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu
Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei
Pai, e ele me será Filho?
E, novamente, ao introduzir o Primogênito no
mundo, diz: E todos os anjos de Deus o
adorem.
Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus
anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de
fogo;
mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é
para todo o sempre; e: Cetro de equidade é o
cetro do seu reino.
Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por
isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de
alegria como a nenhum dos teus companheiros.
Ainda: No princípio, Senhor, lançaste os
fundamentos da terra, e os céus são obra das
tuas mãos;
eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim,
todos eles envelhecerão qual veste;
também, qual manto, os enrolarás, e, como
vestes, serão igualmente mudados; tu, porém,
és o mesmo, e os teus anos jamais terão fim.
Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te
à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos por estrado dos teus pés?
Não são todos eles espíritos ministradores,
enviados para serviço a favor dos que hão de
herdar a salvação? (Hebreus 1.1-14).

Alguns anos atrás, aproveitando alguns dias de


férias, fui viajar com minha família. Pedimos a uma
missionária amiga para que passasse aqueles dias em
nossa casa, para que esta não ficasse sozinha.
Na época, não havia celular, e ficamos sem saber o
que estava acontecendo, mas não nos
preocupávamos, pois nossa amiga era muito
responsável. Quando voltamos de férias, fomos
recebidos por uma missionária “assustada”. Ela veio
ao meu encontro, dizendo:
– Pr. Jorge, a casa do senhor está cheia de
demônios! Escutei passos na cozinha, na sala; e vi as
coisas se mexendo. Eu estava louca para que o
senhor voltasse para me ajudar a repreender estes
demônios.
Com um sorriso, calmamente, eu disse a ela:
– Missionária, antes de viajarmos, não oramos para
que os anjos acampassem na minha casa; que Deus
mandasse os anjos para guardar nossa casa? E você
ficou esses dez dias chamando os anjos de Deus de
demônios!? Os anjos de Deus aqui nesta casa andam
mesmo, fazem barulho, conversam, sentam na sala,
na cozinha; eles voam aqui dentro de casa. Eu
escuto barulho de asas, mesmo. Vamos orar e pedir
perdão a Deus porque você chamou os anjos deles
de demônios.
Demos as mãos ali na sala e orei:
– Senhor, muito obrigado porque o Senhor guardou
nossa casa nesses dez dias. Obrigado pelos seus
anjos.
Quando falei isso, a porta da sala se abriu e uma
nuvem, uma presença gloriosa, invadiu a sala.
Aquela missionária caiu de joelhos e pediu perdão a
Deus. Havia dez dias que ela chamava os anjos de
demônios.
Na época, esse acontecimento me deixou pensativo.
Como os cristãos ignoram a realidade dos anjos!
Falam que acreditam que os anjos existem, mas daí
a ter certeza absoluta e estar consciente dessa
verdade... é outra história.
Os anjos estão presentes nas Escrituras de Gênesis
ao Apocalipse. Eles são reais. O crente precisa
aceitar a existência dos anjos. É preciso ter certeza
absoluta da realidade deles. Temos de aceitar a
realidade dos anjos, assim como aceitamos o fato de
que há pessoas ao nosso redor.
Billy Graham, um servo de Deus conhecido
mundialmente, quando lhe perguntaram sobre os
anjos, afirmou o seguinte:
“Sim, os anjos são reais, tão reais quanto eu e você.
Apesar de serem, em grande parte, invisíveis para
nós, eles existem em grande número. A Bíblia fala
sobre ‘milhares e milhares de anjos se alegrando em
conjunto’ (Hebreus 12.22). Também quando o
nascimento de Jesus foi anunciado aos pastores em
Belém, ‘uma grande multidão do exército celestial
apareceu… louvando a Deus’ (Lucas 2.13).”
O pastor e evangelista Rick Warren está sempre
encorajando os cristãos a aceitarem que os que
confiam em Deus têm um poderoso “exército
invisível de Deus” ao seu lado, mesmo quando toda
a esperança parece estar perdida.
Tenho sentido de Deus a urgência e a importância
de falar sobre esse assunto, pois há vários enganos a
respeito dos anjos entre os crentes. Além disso, nas
igrejas aonde vou, ouço constantemente as pessoas
falarem sobre demônios. São raros os que falam
sobre os anjos, os nossos grandes aliados na guerra
espiritual.
Por isso, escrevi este livro. Que o Senhor possa usar
estas palavras para trazer luz e entendimento aos
seus filhos, a respeito desses seres tão importantes
na vida do cristão.
1
Quem são os anjos?

A Bíblia nos diz que os anjos são seres espirituais


criados pelo próprio Deus:

Aleluia! Louvai ao S ENHOR do alto dos céus,


louvai-o nas alturas.
Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas
as suas legiões celestes...
Louvem o nome do SENHOR, pois mandou ele, e
foram criados.
E os estabeleceu para todo o sempre; fixou-lhes
uma ordem que não passará (Salmos 148.1-6 –
grifo meu).

Pois, nele (Jesus), foram criadas todas as


coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as
invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer
principados, quer potestades. Tudo foi criado
por meio dele e para ele (Colossenses 1.16).

Não há nada que Deus não tenha criado, inclusive


os anjos.
A Bíblia não nos diz exatamente quando os anjos
foram criados, mas indica que eles já existiam e
estavam presentes quando Deus criou a Terra. O
Senhor perguntou a Jó:

Onde você estava quando lancei os alicerces da


terra? Responda-me, se é que você sabe tanto.
Quem marcou os limites das suas dimensões?
Vai ver que você sabe! E quem estendeu sobre
ela a linha de medir?
E as suas bases, sobre o que foram postas? E
quem colocou sua pedra de esquina,
enquanto as estrelas matutinas juntas cantavam
e todos os anjos se regozijavam? (Jó 38.4-7 –
NVI)

Os anjos são mencionados em trinta e quatro livros


da Bíblia.
A palavra hebraica para anjo mais comumente
utilizada no Antigo Testamento é mal’ãkh, e a
palavra grega para anjo mais frequentemente usada
no Novo Testamento é aggelos. As duas palavras
significam “mensageiro”.
Eles são mensageiros de Deus, familiarizados com o
Senhor face a face. Certamente, tratam-se de
criaturas, mas também de um espírito que é santo e
não corrompido em sua essência geral. Mas os anjos
são dotados de livre-arbítrio e, portanto, não estão
isentos de tentação e pecado.
A Bíblia nos ensina que os anjos estão organizados
da seguinte forma:

ARCANJOS

A palavra arcanjo representa a mais elevada posição


na hierarquia angelical. O prefixo arc vem do grego
archai, e sugere tratar-se de um chefe, um príncipe,
um primeiro-ministro.
Trata-se de uma categoria de anjos que exercem
função superior aos demais; a expressão designa
algum poder altíssimo.
Eram príncipes dos exércitos angelicais, os únicos
seres criados que teriam o direito de penetrar na
fulgurância da glória de Deus.
Existe uma corrente de estudiosos da Bíblia que
alega haver apenas um arcanjo, que é Miguel. No
entanto, o contexto das Escrituras dá a entender que
haja outros.
O livro apócrifo (não canônico nem reconhecido
como inspirado) de Tobias apresenta o nome de sete
arcanjos: Rafael, Gabriel, Uriel, Miguel, Izidquiel,
Hanael e Quefarel.
Mas o único nome que aparece na Bíblia é o do
arcanjo Miguel, que significa “Quem é como
Deus?”
O arcanjo Miguel se destaca como uma espécie de
administrador e protetor dos interesses divinos em
relação a Israel:

Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande


príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e
haverá tempo de angústia, qual nunca houve,
desde que houve nação até àquele tempo; mas,
naquele tempo, será salvo o teu povo, todo
aquele que for achado inscrito no livro (Daniel
12.1).

Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia


com o diabo e disputava a respeito do corpo de
Moisés, não se atreveu a proferir juízo
infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O
Senhor te repreenda! (Judas 1.9).

Na visão que João teve na Ilha de Patmos, o arcanjo


Miguel surgirá como o grande comandante dos
exércitos celestiais contra as milícias satânicas,
representadas pelo dragão, símbolo de Satanás:

Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos


pelejaram contra o dragão. Também pelejaram
o dragão e seus anjos;
todavia, não prevaleceram; nem mais se achou
no céu o lugar deles.
E foi expulso o grande dragão, a antiga
serpente, que se chama diabo e Satanás, o
sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para
a terra, e, com ele, os seus anjos (Apocalipse
12.7-9).
Na vinda pessoal do Senhor Jesus, na primeira fase
de convocação dos remidos do Senhor, as Escrituras
não dão nome ao arcanjo, mas declaram que a voz
do arcanjo será ouvida pelos mortos, os quais
ressuscitarão primeiro e se levantarão de suas
sepulturas para ir ao encontro do Senhor nos ares:

Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua


palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e
ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus,
e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (1
Tessalonicenses 4.16).

QUERUBINS

Essa classe de anjos se destaca pela ligação que


possuem com o trono de Deus. A palavra querubim,
no original hebraico é kerühbïm, e tem o sentido de
“guardar, cobrir”.
No Antigo Testamento, são representados como
seres simbólicos e celestiais. No livro de Gênesis,
tinham a incumbência de guardar o caminho para a
árvore da vida, no jardim do Éden; guardavam a
entrada oriental, a fim de que o homem que havia
pecado contra o seu Criador não tivesse mais acesso
ao caminho da árvore da vida.

E, expulso o homem, colocou querubins ao


oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma
espada que se revolvia, para guardar o
caminho da árvore da vida (Gênesis 3.24).

Uma função simbólica semelhante foi creditada aos


dois querubins dourados, postos em cada
extremidade do propiciatório que cobria a arca da
aliança, pois simbolicamente protegiam os objetos
sagrados guardados na arca:

Farás dois querubins de ouro; de ouro batido


os farás, nas duas extremidades do
propiciatório;
um querubim, na extremidade de uma parte, e o
outro, na extremidade da outra parte; de uma
só peça com o propiciatório fareis os querubins
nas duas extremidades dele.
Os querubins estenderão as asas por cima,
cobrindo com elas o propiciatório; estarão eles
de faces voltadas uma para a outra, olhando
para o propiciatório.
Porás o propiciatório em cima da arca; e
dentro dela porás o Testemunho, que eu te
darei.
Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório, do
meio dos dois querubins que estão sobre a arca
do Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o
que eu te ordenar para os filhos de Israel
(Êxodo 25.18-22).

O que aprendemos sobre os querubins é que eles


possuem uma elevada posição na corte celestial e
estão diretamente ligados ao trono de Deus:

Ó S ENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, que


estás entronizado acima dos querubins, tu
somente és o Deus de todos os reinos da terra;
tu fizeste os céus e a terra (Isaías 37.16).

A ligação com o trono de Deus nos ensina que eles


são guardas do acesso à presença do Altíssimo.
No Novo Testamento, a palavra querubim ocorre
apenas na carta aos hebreus:
E sobre ela, os querubins de glória, que, com a
sua sombra, cobriam o propiciatório...
(Hebreus 9.5).

SERAFINS

O vocábulo Serafim deriva do hebraico sãrãph, e


significa ardente, refulgente ou brilhante, nobres ou
afogueados. Essa classe de anjos aparece uma só vez
na Bíblia:

No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor


assentado sobre um alto e sublime trono, e as
abas de suas vestes enchiam o templo.
Serafins estavam por cima dele; cada um tinha
seis asas: com duas cobria o rosto, com duas
cobria os seus pés e com duas voava.
E clamavam uns para os outros, dizendo:
Santo, santo, santo é o S ENHOR dos Exércitos;
toda a terra está cheia da sua glória (Isaías 6.1-
3).

Neste texto, os serafins estão intimamente ligados à


adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço eles
respeitam, proclamam e promovem a Santidade de
Deus.
Os seres celestiais vistos por Isaías tinham forma
humana, ainda que dispusessem de seis asas. Com
um par cobriam o rosto, com o outro par cobriam os
pés, e com o par restante voavam. Estavam postados
acima do trono de Deus, e parecem ser líderes na
adoração ao Senhor.
Esses anjos lideram os céus na adoração ao Todo-
Poderoso e, movidos pelo Espírito Santo, purificam
os servos de Deus para o culto e serviço aceitáveis.
ANJOS

Ao que parece, a palavra “anjo” determina um


termo geral, relativo aos seres celestiais. Entretanto,
além desse termo geral, percebemos uma categoria
chamada “anjos”, que em sua forma difere de outras
categorias.
Geralmente eles aparecem em forma humana,
podendo até mesmo ser confundidos com homens:

Ao anoitecer, vieram os dois anjos a Sodoma, a


cuja entrada estava Ló assentado; este, quando
os viu, levantou-se e, indo ao seu encontro,
prostrou-se, rosto em terra.
E disselhes: Eis agora, meus senhores, vinde
para a casa do vosso servo, pernoitai nela e
lavai os pés... (Gênesis 19.1,2).

Estando Josué ao pé de Jericó, levantou os


olhos e olhou; eis que se achava em pé diante
dele um homem que trazia na mão uma espada
nua; chegou-se Josué a ele e disse-lhe: És tu
dos nossos ou dos nossos adversários?
Respondeu ele: Não; sou príncipe do exército
do SENHOR e acabo de chegar... (Josué 5.13,14).

O único anjo mencionado pelo nome é Gabriel:


Falava eu, digo, falava ainda na oração,
quando o homem Gabriel, que eu tinha
observado na minha visão ao princípio, veio
rapidamente, voando, e me tocou à hora do
sacrifício da tarde (Daniel 9.21).

No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da


parte de Deus, para uma cidade da Galileia,
chamada Nazaré (Lucas 1.26).
O ANJO DO SENHOR

O Anjo do Senhor, que algumas vezes aparece


como “o Anjo de Deus” ou como “meu (ou dele)
anjo”, é representado como um ser celestial enviado
por Deus para tratar com os homens como seu
agente pessoal e porta-voz. Em muitas passagens ele
é virtualmente identificado com Deus, como
extensão da personalidade divina, e fala não
meramente em nome de Deus, mas fala como o
próprio Deus, na primeira pessoa do singular. Por
exemplo:

Com Agar

Tendo-a achado o Anjo do SENHOR junto a uma


fonte de água no deserto, junto à fonte no
caminho de Sur,
disse-lhe: Agar, serva de Sarai, donde vens e
para onde vais?...
Disse-lhe mais o Anjo do SENHOR: Multiplicarei
sobremodo a tua descendência, de maneira que,
por numerosa, não será contada...
Então, ela invocou o nome do SENHOR, que lhe
falava: Tu és Deus que vê; pois disse ela: Não
olhei eu neste lugar para aquele que me vê?...
(Gênesis 16.7-14).

Com Abraão

Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR:


Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui!
Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o
rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que
temes a Deus, porquanto não me negaste o
filho, o teu único filho...
E pôs Abraão por nome àquele lugar—O
S ENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia de
hoje: No monte do SENHOR se proverá.
Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo
do SENHOR a Abraão
e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR,
porquanto fizeste isso e não me negaste o teu
único filho,
que deveras te abençoarei e certamente
multiplicarei a tua descendência como as
estrelas dos céus e como a areia na praia do
mar; a tua descendência possuirá a cidade dos
seus inimigos,
nela serão benditas todas as nações da terra,
porquanto obedeceste à minha voz (Gênesis
22.11-18).
Com Jacó

E o Anjo de Deus me disse em sonho: Jacó!...


Eu sou o Deus de Betel, onde ungiste uma
coluna, onde me fizeste um voto; levanta-te
agora, sai desta terra e volta para a terra de
tua parentela (Gênesis 31.11-13).

Com Moisés

Apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu


sogro, sacerdote de Midiã; e, levando o
rebanho para o lado ocidental do deserto,
chegou ao monte de Deus, a Horebe.
Apareceu-lhe o Anjo do SENHOR numa chama de
fogo, no meio de uma sarça...
Vendo o S ENHOR que ele se voltava para ver,
Deus, do meio da sarça, o chamou e disse:
Moisés! Moisés!...
Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o
Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés
escondeu o rosto, porque temeu olhar para
Deus (Êxodo 3.1-6).

Com Gideão

Então, veio o Anjo do SENHOR, e assentou-se


debaixo do carvalho que está em Ofra, que
pertencia a Joás, abiezrita; e Gideão, seu filho,
estava malhando o trigo no lagar, para o pôr a
salvo dos midianitas.
Então, o Anjo do S ENHOR lhe apareceu e lhe
disse: O S E N H O R é contigo, homem valente
(Juízes 6.11,12).

2
Qual é a missão dos anjos?
E o que esses incontáveis seres invisíveis fazem?
Para que o Senhor os criou? Será que estão sentados
nas nuvens, tocando harpas ou batendo as asas?
Não; as Escrituras são bem claras quanto à missão
desses seres:

Não são todos eles espíritos ministradores,


enviados para serviço a favor dos que hão de
herdar a salvação? (Hebreus 1.14).

Os anjos estão agindo ativamente, a serviço dos que


herdarão a salvação, isto é, nós, os crentes.
Martinho Lutero, o grande reformador, disse em
relação a esses seres espirituais, criados por Deus,
que servem à igreja e ao Reino:
“Estão em pé diante da face do Pai, perto do sol,
mas sem esforço vêm rapidamente socorrer-nos.”
Eles estão sob o comando de Deus e perto do
cristão.
Calvino defendia que “os anjos são despenseiros e
administradores da beneficência de Deus para
conosco... Mantêm a vigília, visando a nossa
segurança; tomam a seu encargo a nossa defesa;
dirigem os nossos caminhos, e zelam para que
nenhum mal nos aconteça”.
Os anjos fazem parte de nossa vida, mesmo que não
os vejamos. Temos de estar sempre conscientes da
presença deles, e ser gratos a Deus por esses seres.
As Escrituras dão evidências até da existência de
anjos da guarda.

Vede, não desprezeis a qualquer destes


pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus
anjos nos céus veem incessantemente a face de
meu Pai celeste (Mateus 18.10).

Creio, de acordo com a Bíblia, que todos nós temos


anjos que foram designados por Deus especialmente
para cuidar de nós. E eles se encontram, sem cessar,
contemplando a face de Deus, como que esperando
a direção divina a nosso respeito.
A Palavra apresenta três grupos de anjos, de acordo
com o ministério deles.

1. Os anjos guerreiros
Uma das funções que os anjos podem exercer é a de
guerreiro. São eles que entram nas batalhas
espirituais. Daniel 10 e Apocalipse 12 mostram
quem é o chefe (o príncipe) desse grupo. Seu nome
é Miguel, e acha-se associado às hostes angelicais de
Deus.
A Bíblia é clara: neste exato momento, os anjos
estão guerreando nas regiões celestes.
O capítulo 10 de Daniel dá uma breve amostra do
que se passa no mundo invisível. Durante três
semanas, Daniel orou a Deus, buscando saber a
vontade divina, mas sem receber resposta. Essa
atitude de Daniel é extraordinária, pois, hoje, a
maioria dos cristãos já teria desistido em menos de
vinte minutos. E Daniel poderia ter desistido
também, mas perseverou em oração e jejum durante
vinte e um dias. Creio que ele teria permanecido até
mais tempo, mas aconteceu algo maravilhoso:
apareceu-lhe um anjo.

Então, me disse: Não temas, Daniel, porque,


desde o primeiro dia em que aplicaste o
coração a compreender e a humilhar-te perante
o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e,
por causa das tuas palavras, é que eu vim.
Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu
por vinte e um dias; porém Miguel, um dos
primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu
obtive vitória sobre os reis da Pérsia (Daniel
10.12,13).

E o anjo completa:

Eu tornarei a pelejar contra o príncipe da


Pérsia (Daniel 10.20).

Essa passagem do livro de Daniel revela que os


anjos lutam. Não sabemos como é essa batalha, mas
eles lutam. E é com nossas orações que lhes damos
apoio nesses combates. Não creio que eles utilizam
raios laser, armas potentes ou se enfrentam os
inimigos com espadas. O certo é que eles usam
algum tipo de força. Hebreus 1.7 fala que eles são
semelhantes ao vento. Um anjo pode ser um vento
de justiça atacando uma força do mal. Não sabemos
ao certo; mas isso não importa muito. O
fundamental é que saibamos que eles lutam, sim, do
nosso lado, em resposta aos nossos pedidos.

2. Anjos mensageiros
Outro grupo de anjos é o dos mensageiros, ou anjos
que levam mensagens.

Havia um homem de Zorá, da linhagem de Dã,


chamado Manoá, cuja mulher era estéril e não
tinha filhos.
Apareceu o Anjo do SENHOR a esta mulher e lhe
disse: Eis que és estéril e nunca tiveste filho;
porém conceberás e darás à luz um filho.
Agora, pois, guarda-te, não bebas vinho ou
bebida forte, nem comas coisa imunda;
porque eis que tu conceberás e darás à luz um
filho sobre cuja cabeça não passará navalha;
porquanto o menino será nazireu consagrado a
Deus desde o ventre de sua mãe; e ele
começará a livrar a Israel do poder dos
filisteus (Juízes 13.2-5 ).

Mas o Anjo do SENHOR disse a Elias, o tesbita:


Dispõe-te, e sobe para te encontrares com os
mensageiros do rei de Samaria, e dize-lhes:
Porventura, não há Deus em Israel, para irdes
consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom?
Por isso, assim diz o SENHOR : Da cama a que
subiste, não descerás, mas, sem falta, morrerás.
Então, Elias partiu (2 Reis 1.3,4).

Creio que, de acordo com a Bíblia, o principal dos


mensageiros é o arcanjo Gabriel. Foi ele quem
comunicou a Maria o nascimento de Jesus, e que
também conversou com Daniel e Zacarias.
A Bíblia mostra vários relatos de anjos conversando
com seres humanos para dar-lhes informações,
avisos ou fazer revelações.
3. Anjos que adoram a Deus
O terceiro tipo são os anjos que exercem a atividade
de adorar a Deus. Há anjos cuja missão é apenas
cultuar e louvar ao Todo-Poderoso. A Palavra fala
de hostes angelicais adorando ao Senhor. Em
Apocalipse, há uma passagem em que milhões e
milhões de anjos proclamam a respeito de Jesus:

Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o


poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra,
e glória, e louvor (Apocalipse 5.12).

Outra passagem bíblica que mostra anjos adoradores


louvando a Deus é a que fala do nascimento de
Cristo.

E, subitamente, apareceu com o anjo uma


multidão da milícia celestial, louvando a Deus e
dizendo:
Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na
terra entre os homens, a quem ele quer bem
(Lucas 2.13,14).

TAREFAS DOS ANJOS

1. Anunciar o que vai acontecer


Gênesis 18.9,10; Juízes 13.1,2; Lucas 1.13;
Apocalipse 1
2. Guiar e instruir

Gênesis 24.7; Êxodo 14.19; Números 20.16;


Atos 7.38

3. Interpretar visões

Zacarias 1.9,19; Daniel 7.16; Apocalipse 17.7

4. Guardar e defender

Gênesis 32.24; 2 Reis 6.17; Salmos 34.7;


Daniel 10.13-11.1
5. Ministrar aos necessitados

Gênesis 21.17; 1 Reis 19.5-7; Lucas 22.43

6. Ajudar os homens a atingirem seu destino

Hebreus 1.14

7. Assessorar no julgamento, tanto o temporal


quanto o Juízo Final

Mateus 16.27; Lucas 9.26; Marcos 13.27;


Atos 12.23

8. Adorar ao Senhor por toda a eternidade

Apocalipse 7.11,12
3
Satanás, o anjo caído
Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho
da alva! Como foste lançado por terra, tu que
debilitavas as nações!
Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu;
acima das estrelas de Deus exaltarei o meu
trono e no monte da congregação me
assentarei, nas extremidades do Norte;
subirei acima das mais altas nuvens e serei
semelhante ao Altíssimo.
Contudo, serás precipitado para o reino dos
mortos, no mais profundo do abismo (Isaías
14.12-15).

Filho do homem, levanta uma lamentação


contra o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o
SENHOR Deus: Tu és o sinete da perfeição, cheio
de sabedoria e formosura.
Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as
pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio,
o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o
carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram
os engastes e os ornamentos; no dia em que
foste criado, foram eles preparados.
Tu eras querubim da guarda ungido, e te
estabeleci; permanecias no monte santo de
Deus, no brilho das pedras andavas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em
que foste criado até que se achou iniqüidade em
ti.
Na multiplicação do teu comércio, se encheu o
teu interior de violência, e pecaste; pelo que te
lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te
farei perecer, ó querubim da guarda, em meio
ao brilho das pedras.
Elevou-se o teu coração por causa da tua
formosura, corrompeste a tua sabedoria por
causa do teu resplendor; lancei-te por terra,
diante dos reis te pus, para que te contemplem.
Pela multidão das tuas iniqüidades, pela
injustiça do teu comércio, profanaste os teus
santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um
fogo, que te consumiu, e te reduzi a cinzas
sobre a terra, aos olhos de todos os que te
contemplam.
Todos os que te conhecem entre os povos estão
espantados de ti; vens a ser objeto de espanto e
jamais subsistirás (Ezequiel 28.12-19).

De acordo com as Escrituras, Satanás fazia parte de


um grupo especial de anjos, conhecidos como
querubins. No entanto, o coração dele foi
corrompido pelo orgulho.
Satanás seduziu e atraiu alguns dos anjos para que
se rebelassem contra Deus e o seguissem. Lúcifer
alegou que era mais poderoso do que Deus e iria
tomar o lugar de Deus como o governador e regente
do universo. Esses anjos seguiram Satanás em sua
rebelião e, juntamente com ele, foram expulsos do
céu.

Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos


pelejaram contra o dragão. Também pelejaram
o dragão e seus anjos;
todavia, não prevaleceram; nem mais se achou
no céu o lugar deles.
E foi expulso o grande dragão, a antiga
serpente, que se chama diabo e Satanás, o
sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para
a terra, e, com ele, os seus anjos (Apocalipse
12.7-9).

A Palavra nos diz que os anjos caídos foram


lançados no inferno para, ali, aguardarem seu
julgamento no fim dos séculos:

Ora, se Deus não poupou anjos quando


pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os
entregou a abismos de trevas, reservando-os
para juízo (2 Pedro 2.4).
E a anjos, os que não guardaram o seu estado
original, mas abandonaram o seu próprio
domicílio, ele (Deus) tem guardado sob trevas,
em algemas eternas, para o juízo do grande
Dia (Judas 6).

Contudo, a promessa de Satanás era uma mentira;


aliás, como todas as suas promessas. A sua rebelião
fracassou; e Satanás é agora um inimigo derrotado!
E o que me faz afirmar isso? A morte e a
ressurreição de Jesus Cristo que venceram o poder
de Satanás sobre o pecado, a morte e o inferno. Virá
o dia em que a derrota de Satanás será completa, e
ele será expulso para sempre “para o fogo eterno,
preparado para o diabo e seus anjos” (Mateus
25.41).
A Bíblia revela também uma grave realidade: apesar
de os anjos que pecaram terem sido lançados no
inferno, alguns continuaram a agir contra Deus e o
seu povo. O diabo e seus demônios ainda operam,
lutando contra os cristãos, procurando impedir que
as pessoas se acheguem a Deus; ou, então, buscando
destruí-las.

Porque a nossa luta não é contra o sangue e a


carne, e sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso,
contra as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes (Efésios 6.12).

Satanás é o líder dos anjos caídos, e Jesus disse que


ele “vem apenas para roubar, matar e destruir”.
Querido leitor, não deixe que isso aconteça com
você. Renda-se a Cristo! Ele é a nossa proteção
contra o diabo.

Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao


diabo, e ele fugirá de vós.
Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós
outros... (Tiago 4.7,8).

CUIDADO!

O apóstolo Paulo afirma que, com o objetivo de


enganar as pessoas, “Satanás se transforma em anjo
de luz” (2 Coríntios 11.14).
Além disso, Paulo nos dá um sério aviso:

Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo


do céu vos pregue evangelho que vá além do
que vos temos pregado, seja anátema (Gálatas
1.8).

Paulo estava certo em sua preocupação quanto a se


dar ouvidos às mentiras do diabo. Muitas religiões
passaram a existir, segundo seus fundadores, por
revelações entregues por “anjos”.
Por exemplo:
• O islamismo teve início quando o profeta
Maomé recebeu uma revelação do Arcanjo
Gabriel. E assim, surgiu o Alcorão, dando
origem ao Islã.

• O mormonismo, segundo seu fundador


Josefh Smith, teve início quando este foi
visitado, quando estava em seu quarto em plena
madrugada, por um anjo de nome Morôni que
lhe revelou o local onde ele encontraria umas
tábuas de ouro contendo o evangelho celeste.
Assim, fundou-se a Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias.

O propósito de Satanás é levar as pessoas a adorá-lo


e a seus espíritos malignos, em vez de adorar a
Deus. O diabo sabe que as pessoas foram criadas
para adorar a Deus. E quando não adoramos ao
Todo-Poderoso, corremos o grave (e quase certo)
risco de adorar o diabo e seus demônios. Quem não
conhece a Deus está servindo a Satanás – tenham
consciência disso ou não.
Alguns dias atrás, eu, o Pr. Marcos e o Pr. Aloísio
fomos a uma casa visitar uma pessoa muito legal,
mas que estava bebendo muito. A esposa pedira que
fôssemos visitá-lo. Quando chegamos na sala, já
senti a presença de demônios. Aquele homem, um
empresário, enfrentara um problema na família, por
isso, estava havia vários dias dentro de casa, só
bebendo.
Apesar de conhecer o evangelho, aquele homem não
se entregara ao Senhor. Então, quando passou por
um problema, desesperou-se, tornando-se alvo fácil
para o diabo.
Eu o abracei, e falei do amor de Deus por ele.
Disse-lhe que não iria jogar a bebida fora, que ele é
quem teria de fazer uma decisão para se livrar
daquela opressão maligna. Ele, então, jogou a
bebida na pia do banheiro, e deu descarga. E junto
com a bebida, foi embora também o domínio do
diabo sobre ele.
Ele havia feito uma consagração consciente ao
diabo? Não; mas o diabo não precisa de autorização;
ele invade, domina, e traz a destruição.
E quando oramos, e aquele homem se entregou ao
Senhor, os anjos de Deus passaram como que uma
varredura pela casa. Aí a presença de Deus se
manifestou.

4
Os anjos no
Antigo Testamento
O Antigo Testamento contém muitos relatos e
evidências acerca do mundo invisível. Mas muitas
vezes nós evitamos examinar esses acontecimentos
históricos. A verdade é que nós, os crentes, vemos
alguns deles como ficção, embora não o
confessemos abertamente. Os relatos sobre milagres
não têm muito a ver com nossa realidade diária, e os
heróis bíblicos nos lembram mais as personagens
das histórias em quadrinhos.
Até mesmo o Deus do Antigo Testamento assume
proporções exageradas em relação ao Deus em que
cremos. Parece mais poderoso, mais atuante na vida
das pessoas.
Vendo nosso mundo atual como uma realidade mais
palpável, achamos o mundo do Antigo Testamento
meio fantasioso.
Os anjos estão presentes em quase todos os
acontecimentos do Antigo Testamento. Vamos ver
alguns desses eventos.
• um apareceu no deserto de Sur, à escrava
egípcia, Agar, a fim de socorrê-la (Gênesis
16.7-12);
• anjos anunciaram a Abraão e Sara o
nascimento de Isaque (Gênesis 18.1-14);
• anunciaram também a destruição das cidades
de Sodoma e Gomorra (Gênesis 18.16-29);
• anjos salvaram Ló do meio da destruição
quando Deus destruía Sodoma e Gomorra por
meio do fogo (Gênesis 19);
• um anjo impediu que Abraão matasse Isaque
na montanha de Moriá (Gênesis 22.11,12);
• um anjo dirigiu Eliézer, o servo de Abraão,
para Arã, em busca de uma esposa para Isaque
(Gênesis 24.7);
• anjos guardaram Jacó durante sua vida de
peregrinação (Gênesis 28.12; 32.1; 49.16);
• um anjo comissionou Moisés a libertar a
Israel do Egito (Êxodo 3.2);
• um anjo guiou Israel no deserto (Êxodo
14.19; 23.20);
• um anjo repreendeu Balaão, um profeta
moabita (Números 22.31-35);
• o Anjo do Senhor falou a Josué quando este
se encontrava ao pé de Jericó (Josué 5.13-15);
• um anjo subiu a Boquim e repreendeu os
israelitas (Juízes 2.1-5);
• um anjo amaldiçoou a Meroz (Juízes 5.23);
• um anjo mandou que Gideão libertasse o
povo de Israel do jugo dos midianitas (Jz 6.11-
15);
• um anjo anunciou o nascimento de Sansão a
Manoá e sua esposa (Jz 13.2-5).
• um anjo feriu a 70 mil escolhidos de Israel no
tempo de Davi (2 Samuel 24.14-17);
• um anjo acudiu Elias quando este fugia da
fúria de Jezabel (1 Reis 19.5-8);
• um anjo matou o exército da Assíria (2 Reis
19.35);
• durante o cativeiro babilônico, um anjo livrou
o profeta Daniel da cova dos leões (Daniel
6.22);
• um anjo ajudou a Zacarias na redação de seu
livro (Zacarias 1.9; 2.3; 4.5).
Usei essas aparições ou intervenções angélicas
apenas como exemplos, pois em outras ocasiões os
anjos estiveram presentes, porém invisíveis aos olhos
humanos.
Entre essas aparições dos anjos, uma me toca
bastante. Mostra o cuidado do Senhor para com
seus filhos, apesar, de muitas vezes, não termos
consciência disso.

ELISEU E O EXÉRCITO SÍRIO

Tendo-se levantado muito cedo o moço do


homem de Deus e saído, eis que tropas, cavalos
e carros haviam cercado a cidade; então, o seu
moço lhe disse: Ai! Meu senhor! Que faremos?
Ele respondeu: Não temas, porque mais são os
que estão conosco do que os que estão com
eles.
Orou Eliseu e disse: SENHOR, peço-te que lhe
abras os olhos para que veja. O SENHOR abriu
os olhos do moço, e ele viu que o monte estava
cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de
Eliseu (2 Reis 6.15-17).
Eliseu era profeta e foi usado por Deus para alertar
o rei de Israel a respeito do ataque dos inimigos. O
rei da Síria chegou a pensar que havia um traidor
entre eles.
Quando lhe disseram que o profeta Eliseu é quem
contava tudo, o rei sírio mandou o exército para
prendê-lo. Então, o lugar onde estava Eliseu foi
completamente cercado pelo exército inimigo. Um
dos alunos viu aquele exército e contou a Eliseu.
Mas o profeta não demonstrou o menor temor;
manteve-se confiante. Calmamente, disse ao rapaz:
“Não se perturbe com essa circunstância, pois os
que estão do nosso lado são em maior número do
que os que estão com eles.”
Ao ouvir isso, o rapaz poderia ter pensado que
Eliseu estava ficando doido. Ele olhou para os lados,
e não viu ninguém na casa, a não ser ele e o profeta.
Ele só via os inimigos (e em grande número). Mas
Eliseu não estava louco, não. Pelo contrário, ele
estava mais consciente da realidade do que seu
discípulo. Ele tinha consciência do mundo invisível.
Então orou e pediu a Deus que abrisse os olhos do
rapaz. E de repente o jovem viu o exército dos
anjos. Aquilo não foi simplesmente um sonho dado
por Deus. O Senhor operou uma mudança no
sentido da visão do jovem, e ele conseguiu enxergar
a realidade. O moço viu “que o monte estava cheio
de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu”.
Posso imaginar como ele deve ter ficado espantado e
empolgado, e talvez até um pouco temeroso.
Enxergara um mundo completamente novo para ele.
Que essa passagem sirva de lição e encorajamento
para nós, hoje. O nosso Deus ainda é o mesmo; e
seus exércitos de anjos, assim como fizeram em
relação a Eliseu, estão a postos para nos ajudar.

5
Os anjos no
Novo Testamento
A palavra mais usada no Novo Testamento para
“anjo” é aggelos, que é a tradução da Septuaginta
da palavra hebraica mal’ãkh. Ambas significam
“mensageiro”.
Aggelos é usada umas poucas vezes no Novo
Testamento para mensageiros humanos, como por
exemplo os emissários de João Batista a Jesus
(Lucas 7.24; ver também Tiago 2.25 e Lucas 9.52).
Na maioria esmagadora das vezes, aggelos se refere
aos mensageiros de Deus, que habitam o mundo
celeste e assistem na sua presença do Todo-
Poderoso. Aggelos é usada tanto para os anjos de
Deus quanto para os anjos maus.
Em todo o Novo Testamento, há inúmeros
testemunhos sobre a atuação dos anjos:

NOS EVANGELHOS

• Um anjo previu o nascimento de João Batista


(Lucas 1.11-14) e lhe deu o nome (Lucas
1.13).
• O mesmo mensageiro predisse a Maria o
nascimento de Jesus Cristo (Lucas 1.26-37) e
lhe deu o nome (Lucas 1.31).
• Um anjo instruiu a José sobre a gravidez de
sua esposa (Mateus 1.20,21).

O nascimento, a vida, a morte e a ressurreição de


Jesus foram marcados pela atuação dos anjos.
No seu nascimento, os anjos foram seus arautos e,
com hinos exultantes, anunciaram as boas-novas à
humanidade. Na tentação, eles o serviram; em sua
agonia, o socorreram; na sua ressurreição, foram os
primeiros a proclamar o seu triunfo; na sua
ascensão, o escoltaram até o trono; e, quando o
Senhor voltar para julgar o mundo da presente Era,
eles formarão o seu séquito! No seu estado glorioso,
eles lhe rendem homenagem suprema.
Que pensamentos sublimes não foram sugeridos,
que emoções de admiração e alegria não foram
despertadas pelas cenas que eles testemunharam na
Terra e ainda testemunham no céu, com referência a
Cristo, sua natureza dupla e sua grande obra
redentora.
Em Belém, os anjos anunciaram aos pastores o
nascimento de Jesus (Lucas 2.8-12).
A seguir, acontece algo maravilhoso:
E, subitamente, apareceu com o anjo uma
multidão da milícia celestial, louvando a Deus e
dizendo:
Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na
terra entre os homens, a quem ele quer bem
(Lucas 2.13,14).

Através de sonhos, um anjo dirigiu a fuga de Jesus e


seus pais para o Egito e também o regresso (Mateus
2.13-20).

Jesus falou que...

• anjos subiam e desciam sobre ele (João 1.51);


• contava com mais de doze legiões de anjos
para vir em sua defesa (Mateus 26.53);
• os anjos estarão com ele no julgamento das
nações quando da sua volta (Mateus 25.31);
• os anjos serão os ceifeiros no fim da presente
era (Mateus 24.39);
• os anjos ajuntarão os eleitos no retorno de
Cristo à Terra com poder e grande glória
(Mateus 24.31);
• os anjos conduziram Lázaro para o seio de
Abraão (Lucas 16.22);
• os anjos separarão os ímpios dos justos por
ocasião da ceifa (Mateus 13.41-49);
• os anjos no Céu contemplam a face de Deus
(Mateus 18.10);
• anjos contemplam a alegria do Senhor no céu
por um pecador que se arrepende (Lucas
15.10).

Além disso, Jesus falou sobre confessar o nosso


nome perante seus anjos (Lucas 12.8); a
imortalidade dos anjos (Mateus 22.30); e o diabo e
seus anjos maus (Mateus 25.41).

NOS ATOS DOS APÓSTOLOS

A Igreja Primitiva foi auxiliada e protegida pelos


anjos:

• dois anjos foram testemunhas da ascensão de


Cristo (Atos 1.10,11);
• um anjo abriu as portas da prisão e soltou os
apóstolos Pedro e João (Atos 5.19);
• um anjo encaminhou Filipe, o Evangelista, ao
eunuco etíope (Atos 8.28);
• um anjo orientou o Centurião Cornélio, a
chamar a Pedro (Atos 10.3);
• um anjo feriu Herodes e ele morreu comido
de bichos (Atos 12.23);
• um anjo esteve com Paulo no caminho de
Roma (Atos 27.23).

Das aparições dos anjos nos Atos dos Apóstolos,


creio que a que fala da libertação de Pedro é um dos
textos bíblicos que fornecem revelações mais claras
sobre anjos.
Por aquele tempo, mandou o rei Herodes
prender alguns da igreja para os maltratar...
Vendo ser isto agradável aos judeus,
prosseguiu, prendendo também a Pedro...
Tendo-o feito prender, lançou-o no cárcere,
entregando-o a quatro escoltas de quatro
soldados cada uma, para o guardarem...
Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas
havia oração incessante a Deus por parte da
igreja a favor dele...
Pedro dormia entre dois soldados, acorrentado
com duas cadeias, e sentinelas à porta
guardavam o cárcere.
Eis, porém, que sobreveio um anjo do Senhor, e
uma luz iluminou a prisão; e, tocando ele o
lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te
depressa! Então, as cadeias caíram-lhe das
mãos.
Disse-lhe o anjo: Cinge-te e calça as sandálias.
E ele assim o fez. Disse-lhe mais: Põe a capa e
segue-me.
Então, saindo, o seguia, não sabendo que era
real o que se fazia por meio do anjo; parecia-
lhe, antes, uma visão...
e, saindo, enveredaram por uma rua, e logo
adiante o anjo se apartou dele.
Então, Pedro, caindo em si, disse: Agora, sei,
verdadeiramente, que o Senhor enviou o seu
anjo e me livrou da mão de Herodes e de toda a
expectativa do povo judaico.
Considerando ele a sua situação, resolveu ir à
casa de Maria, mãe de João, cognominado
Marcos, onde muitas pessoas estavam
congregadas e oravam.
Quando ele bateu ao postigo do portão, veio
uma criada, chamada Rode, ver quem era;
reconhecendo a voz de Pedro, tão alegre ficou,
que nem o fez entrar, mas voltou correndo para
anunciar que Pedro estava junto do portão.
Eles lhe disseram: Estás louca. Ela, porém,
persistia em afirmar que assim era. Então,
disseram: É o seu anjo.
Entretanto, Pedro continuava batendo; então,
eles abriram, viram-no e ficaram atônitos.
Ele, porém, fazendo-lhes sinal com a mão para
que se calassem, contou-lhes como o Senhor o
tirara da prisão e acrescentou: Anunciai isto a
Tiago e aos irmãos. E, saindo, retirou-se para
outro lugar (Atos 12.1-17).

Pedro foi preso por estar pregando o evangelho. E a


igreja se pôs a orar por ele. O que se passou depois
é de tremenda importância: um anjo foi à sua cela.
Isso não é ficção, não é história em quadrinhos, nem
é irreal. Aconteceu de fato com um ser humano,
aqui mesmo, na terra.
Como foi que o anjo entrou na cela? De que forma
ele removeu as correntes das mãos de Pedro? E
como conseguiu sair daquela prisão juntamente com
o apóstolo? Não sabemos. Mas sabemos que nesse
episódio um ser do mundo invisível atuou no mundo
visível.
É igualmente importante observar também que as
orações da igreja interferiam no mundo invisível,
ocasionando a libertação de Pedro. Bastaria esse
simples relato bíblico para convencer-nos de que
temos de orar em todas as situações.
Observemos que os irmãos, querendo explicar um
acontecimento em que não estavam acreditando,
disseram uns aos outros: “É o seu anjo”.
Isso revela duas coisas: primeira, os membros da
igreja primitiva estavam plenamente conscientes da
existência do mundo invisível. Ao saberem da
chegada de Pedro, logo pensaram: “É o seu anjo”.
Em segundo lugar, sabiam que havia um anjo
designado para cada pessoa. E aqueles primeiros
cristãos, que se achavam sob a liderança dos
apóstolos, não eram uns místicos, nem estavam
envolvidos em práticas suspeitas ou heréticas. Pelo
contrário, eram pessoas equilibradas, com os pés no
chão, para quem a presença de anjos era coisa
normal na vida.

NAS EPÍSTOLAS

Os anjos estão também em foco em muitas das


epístolas.
Paulo falou

• de “anjos eleitos” (1 Timóteo 5.21);


• de anjos que virão com Jesus na sua vinda (2
Tessalonicenses 1.7);
• de anjos que nos observam (1 Coríntios 6.3).
• de um possível anjo descendo do céu (Gálatas
1.8);
• que as mulheres deviam se portar
decentemente por causa dos anjos (1 Coríntios
11.10).

A epístola aos hebreus está pontilhada desses seres


celestiais: 1.4,5,6,7,13; 2.2,5,7,9,16; 12.22; 13.2,
etc.

NO APOCALIPSE

É no livro de Apocalipse que temos a maior


concentração de ensinos sobre anjos no Novo
Testamento. É o livro do Novo Testamento que mais
emprega a palavra aggelos (67 vezes). Aqui os anjos
aparecem como agentes celestes que executam os
propósitos de Deus no mundo, como proteger os
servos de Deus (Apocalipse 7.1-3) e aplicar os
juízos divinos sobre a humanidade incrédula e
impenitente (Apocalipse 8.2; 15.1; 16.1).
O livro do Apocalipse está repleto de visões que o
apóstolo João teve do céu. Nelas, os anjos aparecem
como habitantes das regiões celestes, ao redor do
trono divino, em reverente adoração a Deus e ao
Cordeiro (Apocalipse 5.11; 7.11), e passando ao
apóstolo João as visões e as instruções divinas
(Apocalipse 1.1).
Os anjos nesse livro são proeminentes. Um anjo
dirigiu a redação do livro para João (1.1; 22.6,16).
Cada igreja tem seu anjo (2.1,8,12,18; 3.7,14).
Cerca de 71 vezes, os anjos são nele mencionados
como responsáveis por uma missão especial.

6
Podemos adorar os anjos?

Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-


aventurados aqueles que são chamados à ceia
das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São
estas as verdadeiras palavras de Deus.
Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo.
Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou
conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o
testemunho de Jesus; adora a Deus (Apocalipse
19.9,10).

Anjos sabem que não foram criados para serem


adorados; pelo contrário. Estão bem cientes de sua
magnífica missão: e que todos os anjos de Deus o
adorem. Eles não aceitam adoração; de forma
nenhuma.
Quando João se prostrou diante do anjo e quis
adorá-lo, o anjo não aceitou. “Não me adore; adore
a Deus.” O anjo não aceita adoração, mas os
demônios aceitam adoração e oferendas. A avó da
minha esposa, antes de se converter, colocava
refrigerante e balas para as imagens de Cosme e
Damião, e as balas desapareciam. Ela colocava
chocolate, bombom e eles sumiam. Quando ela se
converteu e aceitou a Jesus Cristo, teve muita
dificuldade de quebrar aquela casinha de Angola –
Cosme e Damião na Igreja Católica, menino de
Angola no centro espírita; Senhora da Conceição na
Igreja Católica, Iemanjá no centro espírita; São
Jorge na Igreja Católica, Ogum no centro espírita.
– Jorge, eu não tenho coragem de quebrar meus
meninos de Angola; eles são tão bonzinhos!
Eu orei, pedindo a Deus sabedoria, e disse a ela:
– Pode colocar os refrigerantes que não vai sumir
nem um pouquinho, e se não sumir a senhora vai
saber que é demônio.
Ela encheu o copo, colocou lá e nunca mais o
refrigerante sumiu. Ela me disse:
– Pode quebrar isso tudo.
– Não quebro nada, respondi.
Crente nenhum, pessoa nenhuma, tem o direito de
quebrar imagem de escultura de qualquer católico,
qualquer espírita, qualquer budista, porque a própria
pessoa é que tem de quebrar e desfazer. Não é seu.
Não adianta quebrar uma imagem se não quebrou
aquilo no coração, não adianta tirar de um altar, se
não tirou do coração. Temos de ter respeito para
com todas as religiões. Temos de respeitar tudo em
que a pessoa acredita, até que ela nos peça opinião.
E quando ela nos pedir uma opinião, pregamos a
Palavra, porque é o Espírito Santo quem convence a
pessoa. Não são zombarias, nem brincadeiras ou
palavras sarcásticas que fazem uma pessoa parar de
adorar a uma imagem de escultura, e sim a Palavra
da verdade e o amor por aquela pessoa. E você tem
de falar pelo Espírito Santo, porque o Espírito Santo
é quem convence.
Satanás trabalha com a ignorância – a falta de
conhecimento – das pessoas em relação às verdades
de Deus. As pessoas adoram imagens de escultura
não porque são maldosas, mas porque aprenderam
assim. Há pessoas que estão vivendo uma vida
perdida e que poderiam ter uma vida maravilhosa. E
isso acontece nem sempre porque elas são más, e
sim porque muitas vezes não tiveram um referencial.
Por exemplo, uma pessoa ignorante acende velas
para almas, pensando que está agradando a Deus.
Uma pessoa ignorante, perante uma imagem da mãe
de Jesus, diz: “Eu não posso fazer nada de errado
aqui, porque Nossa Senhora está me vendo”. Aí faz
a coisa errada longe dali; loucura. Eu tinha um
colega que dizia: “Quando vou para a prostituição,
eu tiro meu crucifixo. Se eu vou sair com mulheres,
tiro o crucifixo; não quero ofender o meu Deus”.
Então, ele se converteu, e parou de fazer isso
porque aprendeu as verdades de Deus. Seu coração
se abriu para o Espírito Santo, e ele foi crescendo no
conhecimento do Senhor.
Muitas pessoas podem estar desagradando a Deus
em alguma coisa por ignorância. O problema é que
isso não impede que sejamos punidos. Se toda
ignorância impedisse minha punição estava bom,
pois era só eu não aprender nada, não estudar, e eu
não envelheceria, não adoeceria, não precisava nem
de Salvador. Mas a ignorância não salva, nem livra
de punição. Quantas pessoas justas estão pagando
erros cometidos por governos, quantas pessoas
morrem por erro de um motorista bêbado, por uma
ultrapassagem errada, e pessoas e crianças inocentes
são punidas. Muitas vezes um juiz corrupto,
comprado, muda uma sentença por maldade, e a
pessoa inocente é punida. A ignorância não é
sinônimo de não punição.
Satanás trabalha com a ignorância, por isso Jesus
diz:

E conhecereis a verdade, e a verdade vos


libertará (João 8.32).

A verdade liberta; a ignorância aprisiona.


E um dos enganos dos quais a verdade nos liberta é
achar que devemos adorar aos anjos. Os anjos não
foram criados para serem adorados, mas para adorar
e servir a Deus.

Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu


Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei
Pai, e ele me será Filho?
E, novamente, ao introduzir o Primogênito no
mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem
(Hebreus 1.5,6).

Os anjos não são filhos de Deus. Eu e você somos


filhos de Deus por causa de Jesus; os anjos, não.
Infelizmente, existem igrejas em que pessoas
conversam com anjos. Isso é um absurdo, é
inaceitável! Primeiro, porque anjos não nos
atendem; segundo, eles obedecem e ouvem somente
a Deus. Não encontramos, nem uma vez na Bíblia,
Deus mandando uma pessoa conversar com anjos. E
terceiro, é errado.
E há igrejas que não se contentam em falar com
anjos; estão adorando a anjos. O terrível disso é que
quando agimos contrariando a Palavra de Deus,
abrimos grandes brechas para que o diabo entre em
nossa vida, trazendo seus enganos. Estão mandando
anjos buscar água, fazer alguma coisa elementar;
acham que os anjos estão a serviço de homens. Isso
é um engano diabólico.
É fácil discernir quando é anjo e quando é demônio.
O anjo adora é a Deus, e o demônio incentiva o
homem a glorificar a anjos, ou a qualquer coisa
criada.
Por mais grandiosos que os anjos sejam, jamais
devemos adorá-los. Falsos mestres tentarão nos
conduzir à adoração dos anjos, o que nos afastará da
verdade de Deus e nos levará ao engano. Devemos
respeitar os anjos, admirar sua dedicação a Deus e
apreciar seus serviços, mas, nunca, nunca, podemos
adorá-los.
Nunca devemos orar a anjos ou invocá-los em busca
de orientação ou libertação. Devemos orar somente
ao próprio Senhor. Orar a um anjo pode abrir portas
para o engano espiritual em nossa vida,
principalmente se a pessoa é uma nova convertida
ou não está andando na vontade de Deus. Ela não
será capaz de discernir espiritualmente a verdadeira
natureza de um encontro com um anjo. Quem fala
com um ser que aparenta ou declara ser um anjo,
pode estar falando com um espírito enganador
disfarçado de anjo de luz. Mas quando falamos com
Jesus, nunca erramos. Quando pedimos a Deus para
nos guiar ou libertar, ele pode até usar um anjo para
isso. Mas, nesse caso, não haverá erro, pois é Deus
quem está libertando.
Outro erro é achar que podemos dar ordens aos
anjos. Ninguém pode dar ordens aos anjos, nem
mesmo falar com eles. O anjo não nos atende. E
quem acha que está falando com um anjo, na
verdade está se colocando como alvo de demônios,
porque o diabo ouve e, na base do engano, responde
ao seu pedido. Aí, é só problema; e como!
Como eu já disse, só podemos orar a Deus; somente
a ele podemos pedir as coisas. Apenas ele tem o
poder de agir em nossa vida de maneira a nos
libertar, nos consolar e nos amparar. E algumas
vezes, ele usa anjos para cumprir sua vontade na
nossa vida. Mas é ele, mais ninguém, quem ordena
aos anjos o que eles têm de fazer.
Adoremos ao Senhor, que nos ama, nos alimenta,
nos torna prósperos e abençoados. Façamos coro
com os anjos:

Aleluia! Louvai ao S ENHOR do alto dos céus,


louvai-o nas alturas.
Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas
as suas legiões celestes.
Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas
luzentes.
Louvai-o, céus dos céus e as águas que estão
acima do firmamento.
Louvem o nome do SENHOR, pois mandou ele, e
foram criados (Salmos 148.1-5).

7
Hoje, podemos
contar com os anjos?

Conheço muitas pessoas que já viram anjos ou


receberam mensagens trazidas por eles. Esses nossos
contemporâneos não são mais místicos ou santos
que Maria, Daniel ou Jacó, ou outros cristãos que
tiveram a mesma experiência através dos séculos.
Deus não substituiu a atividade angélica pela
tecnologia, não.
Reconheço que não sei explicar por que nem todos
os crentes veem anjos. É possível que nosso Deus,
em sua sabedoria, esteja ciente de que, devido ao
orgulho, talvez alguns procurassem se relacionar
mais com eles do que com o próprio Deus. Mas não
podemos negar que ele permite que muitos veem
anjos. Acredito que isso acontece para que essas
pessoas tenham uma prova incontestável da
existência deles e do mundo invisível.
Certa vez, eu estava dirigindo por uma estrada de
terra. De repente, vi que o pneu da frente estava
furado e a roda travara. Eu tinha pressa de chegar ao
meu destino. Durante 20 minutos, eu e meus
companheiros de viagem ficamos tentando trocar o
pneu; algo que duraria poucos minutos. Depois que
colocamos a roda e o pneu no lugar e íamos saindo,
chegou um carro da polícia. Os policiais nos
pararam e disseram:
“Vocês não podem ir por aqui. Lá na frente, estão
bloqueando todos os carros e assaltando os
motoristas. Estamos indo buscar reforços, porque
daqui não estamos conseguindo falar. Voltem agora,
porque daqui a pouco vai haver um violento tiroteio
por aqui.”
Assim que voltei a Belo Horizonte, levei o pneu a
um borracheiro, e ele disse:
“Pastor, não tem furo nenhum. Não vou cobrar do
senhor porque não tive que fazer nada. O pneu está
perfeito.”
Então, com o coração grato, percebi que foram os
anjos de Deus que nos salvaram naquele dia.
Quando acordamos à noite, é Deus mandando um
anjo nos acordar para a gente orar, pelo filho, pela
filha. Às vezes, estamos andando pelas ruas e
sentimos um arrepio; não é demônio nem espírito de
morte. É alguém que está orando por nós, pedindo a
Deus por nossa vida, porque demônios não
chegarão perto de nós, porque há anjos ao nosso
redor. Não dê lugar ao diabo, senão você afasta os
anjos de Deus que estão ao seu lado, protegendo-o.
Um rapaz da igreja contou-me como se convertera.
Durante anos, ele tentou conquistar uma vizinha.
Ela, porém, não ligava para ele. Um dia, ele veio à
igreja e aceitou Jesus, e fez uma oração se
consagrando a Deus para sempre. Chorou; ganhou
uma Bíblia e saiu disposto a seguir a Jesus.
Naquela mesma semana, ele passou perto daquela
vizinha. Ela disse a ele:
– Não vai mexer comigo, não?
– O que foi?, perguntou ele.
– Eu sempre gostei de suas palavras, mas nunca dei
confiança... Mas você está tão diferente! Gostaria de
ficar com você.
– Então vamos ao motel, propôs ele.
Quando chegaram ao motel, ele ligou a televisão e
ouviu: “Jesus Cristo ama você; você não pode ficar
aqui; você não pertence a esse lugar”. Hoje ele é um
firme e dedicado servo de Deus.
E ele tem a convicção de que foi um anjo do Senhor
que ligou a televisão naquele canal, para que ele
ouvisse aquelas palavras e saísse correndo do
pecado. Ele havia consagrado a vida a Deus, e o
Senhor não permitiu que ele se afastasse.
Por isso, dou tanta importância a que crianças sejam
consagradas a Deus, pois nenhuma consagração
maligna terá valor nela, porque foi consagrada ao
Senhor Jesus. O que consagração significa? Uso
exclusivo de Deus. Se uma mãe ensinar algo errado
a uma criança, Deus vai disciplinar. Mais tarde,
quando se tornarem adultas, adolescentes, mesmo se
estiverem em alguma boate, alguém vai chegar perto
e dizer: “O seu lugar não é aqui”.
Meu filho, quando adolescente, foi a uma boate,
escondido de mim. Quando ele voltou, apavorado,
ele me disse:
– Pai, estava cheio de macaco, de bicho com bico
grande nas costas dos meus amigos na boate. O que
é aquilo?
– Demônios.
– Mas por que só eu vi?
– Porque você foi consagrado a Deus.
– Mas eram uns bichos estranhos, com bicos
enormes!
– Vai, vai, vai na boate. Você foi consagrado a Deus,
foi separado por Deus. Cuidado, meu filho; não vá
aonde os anjos não podem colocar os pés.
Temos de crer na existência dos anjos e do mundo
invisível, com base no que Deus fala em sua
Palavra, e não na possibilidade de vê-los. Não
podemos permitir que o fato de serem invisíveis aos
nossos olhos nos deixe em dúvida ou impeça que
creiamos neles. Eles estão, sim, ao nosso lado,
cumprindo a missão que o Senhor lhes deu: cuidar
dos filhos de Deus.

TESTEMUNHOS DE SERVOS DE DEUS

Corrie ten Boom foi uma cristã holandesa que


ajudou a salvar a vida de muitos judeus ao escondê-
los dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Ela foi presa junto com sua irmã Betsie e sua família
no campo de concentração de Havensbrook. Logo
ao chegar, deparou-se com uma imensa dificuldade:
certamente tomariam sua Bíblia durante a inspeção
obrigatória. Ela não queria se afastar da Palavra de
Deus, refúgio nos momentos de maior angústia.
Sabia que ler e meditar nas palavras de Deus seria
sua única chance naquele lugar.
Em Havensbrook, quando chegavam, todas as
prisioneiras passavam por duas inspeções em dois
postos de guardas. Na primeira, precisavam se
despir completamente; na segunda, tinham os
cabelos cortados e raspados. Assim começou sua
vida naquela prisão. Corrie ten Boom entrou na fila
com sua Bíblia. E decidiu orar:
“Meu Deus, que teus anjos me rodeiem e não
permitam que os guardas me revistem.”
Para sua alegria, foram inspecionadas as duas
prisioneiras que estavam atrás e à frente dela, mas
ela passou sem ser vista pelos guardas. Na segunda
inspeção, repetiu a oração:
“Meu Deus, que teus anjos continuem me
ocultando, pois preciso continuar com minha
Bíblia.”
E passou pela segunda inspeção sem ser notada.
Essa intervenção angelical lhe proporcionou a força
de que precisava para enfrentar os maus-tratos e as
torturas vivenciadas no campo de concentração, até
ser finalmente libertada.
Durante as férias na sua pátria, um missionário
americano contou à sua igreja a seguinte
experiência:
“A cada duas semanas, vou de bicicleta à cidade
para fazer compras. Algum tempo atrás, eu me dirigi
à cidade e, como sempre, fui ao banco a fim de
sacar dinheiro para comprar medicamentos e outras
coisas. Após ter comprado aquilo de que
necessitava, parti para realizar a minha viagem de
regresso à base. A viagem durava dois dias, por isso
dormi na selva. Cheguei em casa a salvo. Quando
refiz a viagem duas semanas mais tarde, um jovem
veio ter comigo e me disse:
“‘Há duas semanas, eu e alguns amigos meus o
seguimos dentro da selva. Nós sabíamos que você
dormiria na selva, e tínhamos decidido matá-lo e
roubar o dinheiro e os medicamentos. Justamente
quando estávamos para invadir o seu acampamento,
vimos vinte e seis guardas armados.’
“Eu comecei a rir, e lhe disse que eu não havia
nenhum guarda comigo, e que eu estava
completamente sozinho, mas não consegui
convencê-lo.
“‘Todos os meus amigos viram os homens, e nós
todos os contamos. Nós tivemos medo dos guardas,
por isso não o atacamos.’
Assim que o missionário disse isto, um homem na
igreja levantou-se, interrompendo o relato para
perguntar quando isso tinha acontecido. E explicou
ao missionário o motivo de sua pergunta:
“Quando isso estava acontecendo de noite na África,
aqui era de manhã. Eu tinha programado jogar
golfe, mas de repente senti um tal peso para orar por
você que chamei outros homens para orar comigo
aqui na igreja.”
Então, ele virou-se e pediu que aqueles que oraram
pelo missionário se levantassem. Maravilhado, o
missionário constatou que foram 26; exatamente o
número dos anjos que o tinham protegido.

Um missionário dos irmãos morávios narrou uma


história maravilhosa, sobre alguns cristãos que
estiveram sob a proteção de anjos.
Um casal de missionários americanos foi trabalhar
num lugar onde, vinte anos antes, o povo havia
matado e devorado dois outros missionários.
Posteriormente, esse casal relatou que, muitas vezes,
eles tinham a sensação de que estavam cercados não
apenas pela população hostil, mas também pelos
próprios poderes das trevas. E estes eram tão
perceptíveis que todas as noites eles tinham de se
levantar e fortalecer o coração, lendo a Palavra de
Deus e orando. Certo dia, um habitante do lugar foi
até a casa deles e disse:
– Eu queria ver suas sentinelas de perto.
Ao que o missionário respondeu:
– Não há nenhuma sentinela aqui. Temos apenas
uma cozinheira e um garoto que cuida do gado. De
que sentinela o senhor está falando?
O homem pediu ao missionário que o deixasse olhar
por toda a casa. Ele permitiu, e o visitante andou por
ela, verificando cada cantinho. Saiu dali muito
frustrado.
O missionário pediu ao homem que explicasse
direito o que dissera sobre as sentinelas, e ele
respondeu o seguinte:
– Quando você e sua esposa chegaram aqui, nós
resolvemos que iríamos matá-los, como fizemos
com os outros missionários, vinte anos atrás. Viemos
aqui várias vezes, noites seguidas, com essa
intenção, mas em volta da casa sempre havia duas
fileiras de guardas, munidos de armas reluzentes. Aí
não tivemos coragem de chegar perto. Por fim,
contratamos um matador profissional, que dizia não
ter medo nem de Deus nem do diabo. Ontem à
noite, ele veio aqui e chegou bem perto da casa,
carregando a lança. E nós viemos acompanhando-o
de longe. E aí estavam os guardas brilhantes. O
assassino saiu correndo, aterrorizado. Então
desistimos de matá-los. Agora me diga, quem são
esses guardas?
O missionário abriu a Palavra de Deus e leu:
– ”O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que
o temem e os livra.”

Conclusão
E por que a existência dos anjos é tão importante?
Porque assim que obtivemos a salvação passamos a
viver na mesma esfera em que eles vivem.

Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade


do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a
incontáveis hostes de anjos, e à universal
assembleia (Hebreus 12.22).

A salvação é um “pacote” de bênçãos. Recebemos o


perdão dos pecados. Tornamo-nos novas criaturas.
As coisas velhas já passaram. Passamos a ter um lar
celestial. Somos filhos do Deus vivo. Achamo-nos
rodeados por incontáveis hostes todos os momentos
de nossa vida. Quantos crentes se acham
constantemente conscientes desse fato? Estamos
cercados de anjos, e isso é tão certo quanto o chão
em que pisamos. É muito real.
Se nossa consciência a respeito dos anjos fosse mais
aguçada, muitos de nossos problemas seriam
solucionados. Sei de muitos crentes que desistiram
de realizar a obra de Deus porque se deixaram
dominar pelo pessimismo e pelo medo. Foram
derrotados por suas próprias palavras; deixaram se
vencer pelas suas circunstâncias ou de outras
pessoas. Mas se confiarmos em Deus não
precisamos ser derrotados. E uma das maneiras
pelas quais podemos obter vitória todos os dias é
estarmos conscientes da presença desses nossos
maravilhosos aliados. Temos de estar cientes disso
nas vinte e quatro horas do dia, com a mesma
certeza de que vemos, ouvimos, cheiramos, tocamos
e provamos as coisas “visíveis”.
Muitos servos de Deus testemunharam a ação de
anjos a seu favor e a favor de outros. E nós também
podemos viver essa realidade. Então, quando nos
virmos diante de circunstâncias difíceis, de
adversidades insuperáveis e de inimigos impiedosos,
não precisamos ser derrotados. E não podemos dizer
palavras negativas que trazem a derrota para nós e
para outros. A única coisa que precisamos saber (e
crer) é que nosso inimigo se acha em desvantagem,
pois, como disse o profeta Eliseu, “mais são os que
estão conosco do que os que estão com ele”.
E não nos esqueçamos nunca de que:
O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que
o temem e os livra (Salmos 34.7).

Porque aos seus anjos dará ordens a teu


respeito, para que te guardem em todos os teus
caminhos (Salmos 91.11)

Oração

Ó Senhor, sou grato a ti pelo teu cuidado!


Não importa onde eu esteja, os teus anjos se
acampam ao meu redor.
Abra meus olhos para esta maravilhosa realidade:
os anjos são teus ministros para não deixar que eu
tropece. Que eu nunca me esqueça disso.
Em nome de Jesus.
Amém.
Sobre o Autor
Há anos, o Pr. Jorge Linhares abençoa milhares de
pessoas com ministrações da Palavra de Deus nas
áreas de liderança, motivação e família, tendo
publicado mais de 200 obras.
Presidente do Conselho de Pastores do Estado de
Minas Gerais (CPEMG).
Bacharel em Teologia. Formado em História, pela
PUC Minas, Bacharel em Psicanálise e Pós-
Graduado em Gestão de Empresas. Doutor em
Filosofia e Psicanálise pela Sociedade Psicanalítica
Miesperanza, EUA.
Conferencista internacional, tendo ministrado na
Europa, EUA, África e toda América do Sul. Pastor
da Igreja Batista Getsêmani, em Belo Horizonte
(MG).

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