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Conceitos de Arteterapia

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Conceitos

A prática da Arteterapia pode ser baseada em diferentes referenciais


teóricos, como a Psicanálise, a Psicologia Analítica, a Gestalt-terapia, dentre
outras abordagens advindas especialmente do campo da Psicologia, que
considera fundamental a compreensão do arteterapeuta acerca do ser
humano. Desta forma, os conceitos em Arteterapia diferenciam-se
amplamente conforme a abordagem seguida pelo arteterapeuta.
No caso da prática arteterapêutica pautada na Psicologia Analítica, aponta-se
que, para Jung, a arte tem finalidade criativa, e a energia psíquica consegue
transformar-se em imagens e, através dos símbolos, colocar seus conteúdos
mais internos e profundos. De acordo com o pensamento junguiano, deve-se
observar os sonhos, pois são criações inconscientes que o consciente muitas
vezes consegue captar, e junto ao terapeuta pode-se buscar sua significação.
No volume XI de Obras Completas de Freud[4], ele relata que frequentemente
experimentamos os sonhos em imagens visuais, sentimentos e
pensamentos, sendo mais comum na primeira forma. E parte da dificuldade
de se estimar e explicar sonhos deve-se à dificuldade de traduzir essas
imagens em palavras. Muitas vezes, quando as pessoas sonham, dizem que
poderiam mais facilmente desenhá-los que escrevê-los. De acordo com
escritos freudianos, as imagens escapam com mais facilidade
do superego do que as palavras, alojando-se no inconsciente e por este
motivo o indivíduo se expressa melhor de forma não verbal. [necessário verificar] A
necessidade da comunicação simbólica origina-se deste pressuposto, como
forma de auto-conhecimento no tratamento terapêutico. Quanto à Arteterapia
de Orientação Psicanalítica, um autor que traz importantes contribuições
teóricas é Donald Woods Winnicott. Ele foi um pediatra e posteriormente
psicanalista inglês que desenvolveu uma teoria sobre o desenvolvimento
emocional que dava grande importância para a criatividade como um
elemento atrelado à Saúde. Além disto, instaurou o recurso do grafismo nos
atendimentos que realizada, denominando a técnica criada como Jogo do
Rabisco. É um autor que dá grande importância para a relação estabelecida
entre paciente e terapeuta, mais do que para a verbalização de
interpretações dos possíveis conteúdos inconscientes que podem estar
presentes nas produções.
Partindo do princípio de que muitas vezes não se consegue falar a respeito
de conflitos pessoais, a Arteterapia propõe recursos artísticos para que
sejam projetados e analisados todos esses processos, obtendo-se uma
melhor compreensão de si mesmo, e podendo ser trabalhados no intuito de
uma libertação emocional.
A Arteterapia baseia-se na crença de que o processo criativo envolvido na
actividade artística é terapêutico e enriquecedor da qualidade de vida das
pessoas. Por meio do criar em arte e do reflectir sobre os processos e os
trabalhos artísticos resultantes, pessoas podem ampliar o conhecimento de si
e dos outros, aumentar a auto-estima, lidar melhor com sintomas, stress e
experiências traumáticas, desenvolver recursos físicos, cognitivos,
emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer artístico.
As linguagens plásticas, poéticas e musicais, dentre outras, podem ser mais
adequadas à expressão e elaboração do que é apenas vislumbrado, ou seja,
esta complexidade implica na apreensão simultânea de vários aspectos da
realidade. Esta é a qualidade do que ocorre na intimidade psíquica: um
mundo de constantes percepções e sensações, pensamentos, fantasias,
sonhos e visões, sem a ordenação moral da comunicação verbal do
cotidiano.
Uma obra de arte consegue, por si só, transmitir sentimentos como alegria,
desespero, angústia e felicidade, de maneira única e pessoal, relacionadas
ao estado espiritual em que se encontra o autor no momento da criação.
A utilização de recursos artísticos (pincéis, cores, papéis, argila, cola, figuras,
desenhos, recortes, etc.) tem como finalidade a mais pura expressão do
verdadeiro self, não se preocupando com a estética, e sim com o conteúdo
pessoal implícito em cada criação e explícito como resultado final. Contudo,
as técnicas de utilização dos materiais, acima citados, são para simples
manuseio dos mesmos, e não para profissionalização ou comercialização.
Objetivos
A Arteterapia tem como principal objetivo atuar como um catalisador,
favorecendo o processo terapêutico, de forma que o indivíduo entre em
contato com conteúdos internos e muitas vezes inconscientes, normalmente
barrados por algum motivo, assim expressando sentimentos e atitudes até
então desconhecidos. Arteterapia é benéfico para pessoas de qualquer
idade, sendo utilizado tanto para o auto-conhecimento e auto-expressão,
como também nos casos de doenças mentais.
A Arteterapia resgata o potencial criativo do homem, procurando
a psique saudável e estimulando a autonomia e transformação interna para
reestruturação do ser. Propõe-se então, a estruturação da ordenação lógica e
temporal da linguagem verbal de indivíduos que preferem ou de outros que
só conseguem expressões simbólicas. A busca da terapia da arte é uma
maneira simples e criativa para resolução de conflitos internos, é a
possibilidade da catarse emocional de forma direta e não intencional.
Profissionais na área

 Arteterapeuta
 Arte-Educador
 Terapeuta Ocupacional
 Psicólogo
 Enfermeiros Especialistas em Enfermagem da Saúde Mental e Psiquiatria
 Fonoaudiólogos
 Psicomotricistas
 Professores em geral
 Gastronomos
 Médicos de diversas especialidades
 Arquitetos
 Profissionais de várias áreas que se identifique com mobilização através da arte

Leituras selecionadas
ANDRADE, Liomar Quinto de. Terapias Expressivas: Arte-Terapia, Arte-
Educação, Terapia Artística. São Paulo: Vector, 2000.
CARVALHO, Maria Margarida (coordenadora). A Arte Cura? Recursos
Artísticos em Psicoterapia. São Paulo: Editorial Psy II, 1995.
FREUD, Sigmund. Arte, literatura e os artistas. in>: IANNINI, Gilson;
TAVARES, Pedro Heliodoro (Org.) Obras incompletas de Sigmund Freud.
BH: Autêntica Editora, 2012
JUNG, Carl G. O espírito na arte e na ciência. Petrópolis: Vozes, 2007
KANDINSKY, Wassily. Do Espiritual na Arte e na Pintura Em Particular. SP:
Martins Fontes, 1996
KRAMER, Edith. Terapia através del arte en una comunidad infantil. Buenos
Aires: Kapelusz, 1982
KRAMER Edith El arte como terapia infantil. México: Ed Diana, 1985
KLEE, Paul. Sobre a arte moderna e outros ensaios. RJ: Zahar, 2001
NAUMBURG, Margaret. An Introduction to Art Therapy: Studies of the "free"
Art Expression of Behavior Problem Children and Adolescents as a Means of
Diagnosis and Therapy. USA: Teachers College Pré, 1973
RHYNE, Janie. Arte e Gestalt, padrões que convergem. SP: Summus, 2000
VYGOTSKY, L.S. A Imaginação e a Arte na Infância, Lisboa: Relógio d'água,
2009
VYGOTSKY, L.S Psicologia da Arte. SP: Martins & Fontes, 2001
SILVEIRA, Nise da. Imagens do Inconsciente. Petrópolis: Vozes, 2015
Referências

1. ↑ Vick, Randy (1 de janeiro de 2003). «A brief history of art therapy». Handbook of Art


Therapy. Consultado em 27 de dezembro de 2017
2. ↑ Gilroy, Andrea; Dalley Tessa (Org.). Pictures at an Exhibition (Psychology Revivals):
Selected Essays on Art and Art Therapy NY: Routledge, 1989 ISBN-13: 978-0415839914 ISBN-
10: 0415839912 in: Google Books Aces. Feb. 2020
3. ↑ Frayze-Pereira, João A. (dezembro de 2003). «Nise da Silveira: imagens do inconsciente
entre psicologia, arte e política». Estudos Avançados. 17 (49): 197–208. ISSN 0103-
4014. doi:10.1590/S0103-40142003000300012
4. ↑ Sigmund, Freud. «Cinco lições de psicanálise, Leonardo da Vinci e outros trabalhos» (PDF).
Conexões clínicas. Consultado em 27 de dezembro de 2017

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