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Guia Básico Da Astronomia Amadora - Revista Galileu - Revista
Guia Básico Da Astronomia Amadora - Revista Galileu - Revista
Guia Básico Da Astronomia Amadora - Revista Galileu - Revista
16 min de
leitura
Zênite
Ponto do céu acima da cabeça do observador
Nadir
Ponto do céu na direção oposta à do zênite
Eclíptica
Círculo imaginário que representa a trajetória aparente do Sol e dos planetas na esfera
celeste durante o ano.
Ascensão Reta
Medida sobre o plano do Equador Celeste. A origem é no Ponto Vernal, que marca a
posição do Sol no equinócio de primavera do Hemisfério Norte, enquanto a extremidade
encontra-se localizada na vertical do astro.
Declinação
É perpendicular ao Equador Celeste (grande círculo imaginário que projeta a Linha do
Equador da Terra na esfera celeste). Medida sobre a vertical do astro, com origem no
equador e extremidade no próprio astro.
MAPA CELESTE
Veja acima as constelações do Hemisfério Sul. Astrônomos do Norte invejam a riqueza
de nossos céus, com visão privilegiada da Via Láctea.
Observador no equador
Todas as estrelas nascem e se põem (intervalo de 12 horas) em arcos perpendiculares
ao horizonte. Constelações dos dois hemisférios visíveis no céu ao longo do ano.
Em latitude intermediária
Certas estrelas nascem e se põem. Algumas ficam 24 horas acima do horizonte; outras,
abaixo. Percorrem arcos no céu com certa inclinação em relação ao horizonte.
Na década de 1990, a Motorola criou uma constelação (sim, o termo é este mesmo) de
66 satélites para fornecer sinal de celular em todo o planeta. Só que uma década antes
do iPhone, quase ninguém tinha celular — o projeto Iridium fracassou no mercado. Não
na astronomia. Quando passam no ângulo certo, esses satélites refletem tanta luz solar
que se tornam um dos objetos mais brilhantes do céu noturno, com brilho quase duas
vezes mais intenso que o de Vênus.
“Em termos de distância espacial, eles estão muito próximos de nós”, afirma o
astrônomo Marcelo De Cicco, pesquisador do Inmetro. Grandes objetos metálicos como
a ISS e o Hubble também podem ser avistados a olho nu. O brilho não oscila como o
das estrelas e lembra um pouco o de um avião, mas sem as luzes coloridas. “Eles
aparecem como uma bolinha de brilho estável em trajetória retilínea.” Informe-se sobre
a passagem de todos esses satélites pelos céus de sua cidade no site Heavens Above.
O Spot the Station, da NASA, monitora a ISS.
DICA Nº 3 - O QUE SÃO AS SUPERLUAS
Gloriosas imperfeições estão por toda parte no delicado arranjo da mecânica celeste.
Um exemplo é o que ocorre cerca de seis vezes ao ano pelo fato de a órbita da Lua em
torno da Terra ser levemente elíptica, e não um círculo perfeito: há momentos em que
ela está mais perto que a distância média de 384 mil quilômetros.
Quando coincide com a Lua Cheia ou com a Lua Nova, temos, no jargão astronômico,
uma “lua do perigeu-sizígia”. São as famosas superluas. Nessas ocasiões, a Lua Cheia
tem um diâmetro aparente 14% maior e um brilho 30% mais intenso do que teria no
ponto mais distante. “Claro que impressiona mais quando é Cheia, mas a Nova também
é importante”, diz o astrônomo Roberto Costa, do IAG-USP. “Ambas provocam marés
mais altas, o que pode ser relevante para as atividades dos pescadores.” Superluas são
bons momentos para levar o binóculo a um lugar alto e escuro para admirar as crateras
lunares.
(Ilustração: Marcus Penna)
O Star chart é um dos apps mais famosos para explorar o céu noturno e descobrir o
nome dos astros em realidade aumentada. Todas as 88 constelações e os oito planetas
do Sistema Solar estão incluídos no catálogo, que conta com 120 mil estrelas de
ambos os hemisférios, além de 110 objetos de céu profundo. Avance ou volte 10 mil
anos no tempo. Ative o modo noturno para que a vista não fique ofuscada.
Sirius
Constelação: Cão Maior
Distância: 8,6 anos-luz
Magnitude aparente: -1,46
Ascensão reta: 6h 45m 9s
Declinação: -16° 42' 58"
Canopus
Constelação: Carina
Distância: 313 anos-luz
Magnitude aparente: -0,72
Ascensão reta: 6h 23m 57s
Declinação: -52° 41' 45"
(Ilustração: Marcus Penna)
Alpha Centauri
Constelação: Centauro
Distância: 4,3 anos-luz
Magnitude aparente: -0,27
Ascensão reta: 14h 39m 37s
Declinação: -60° 50' 2''
Antares
Constelação: Escorpião
Distância: 520 anos-luz
Magnitude aparente: 0,96
Ascensão reta: 16h 29m 24s
Declinação: -26° 25' 55''
Recomendam-se binóculos aos iniciantes, mas De Cicco diz que lunetas ou telescópios
com qualidade ótica e abertura entre 70 mm e 150 mm também são uma boa. Mas não
mais do que isso. “Se o entusiasta investe em equipamento avançado sem conhecer o
céu, acaba tendo a impressão de que a astronomia é chata e difícil.” Contra isso, ele
tem uma dica infalível: começar pelo charme do planeta dos anéis. “O primeiro Saturno
a gente nunca esquece — é uma gracinha.”
Bem-acabado e com entrada para tripé, o Binóculo Celestron Upclose é ideal para observar a Lua,
aglomerados estelares, galáxias e também nebulosas. Prático e potente, o Telescópio Orion
Skyscanner possui suporte giratório para apoiar em mesas. Estude detalhes do relevo lunar e os
planetas
Binóculo Celestron Upclose 10X50 • Ampliação: 10 vezes • Abertura: 50 mm • Peso:
765 g • Campo de visão angular: 6,8° • R$ 389,20 • gerilu.com.br
SEM PICARETAGEM
Aberturas e ampliações realistas para fugir de ciladas
Binóculos
“Binos” para os íntimos, são ótimos para se familiarizar com as estrelas. O mais
indicado para iniciar é o modelo com ampliação de 7 vezes e abertura de 50 mm (7x50),
que permite observações incríveis da Lua, de galáxias e de aglomerados estelares.
Como o tremor dos braços é um problema, invista em um bom tripé.
Telescópio
Não caia no conto das ampliações milagrosas de 500 ou mil vezes: costumam ser má-fé
ou ótica duvidosa que gerará aberrações cromáticas e deformações. Evite lunetas com
abertura de 50 ou 60 mm. “Não dá para ver nada, só a Lua e a vizinha”, brinca Julio
Lobo, do Observatório Municipal de Campinas.
Luas de Júpiter
As quatro maiores luas de Júpiter pareciam meras estrelinhas na luneta de Galileu. Mas
observações sistemáticas revelaram que Io, Calisto, Ganímedes e Europa orbitavam o
gigante gasoso. O geocentrismo ia perdendo sentido. Encontrá-las é uma experiência
emocionante, possível até com binóculos.
Fases de Vênus
Descobrir que Vênus tinha fases como a Lua foi um choque para a Europa seiscentista.
“É impossível explicar isso supondo que o Sol gira em torno da Terra”, afirma Costa. O
fenômeno ocorre pois a órbita venusiana é mais interna: conforme a posição, vemos o
disco de Vênus iluminado ou sombreado.
O Stellarium é o programa dos sonhos para qualquer um que ame astronomia. Com
código aberto, mostra um céu tão realista que tem sido usado em planetários. Conta
com catálogo de 600 mil estrelas e zoom poderoso para “viajar” até os astros, que têm
fichas técnicas. Aplique datas passadas ou futuras e explore céus de outros lugares do
Sistema Solar. “Programe a hora em que vai ver o céu e imprima para poder estudar as
estrelas mais brilhantes e as constelações usando uma pequena lanterna com filtro
vermelho, para não ofuscar a visão”, sugere o astrônomo Julio Lobo.
DICA Nº 10 – OBSERVE NEBULOSAS
“Por apresentar estrutura versátil, é um belo objeto a ser observado com binóculos, mas
através de telescópios apresenta características ainda mais belas”, diz Marcelo De
Cicco. Aproveite o verão para contemplar outro esplendor, pouco abaixo das Três
Marias: a Grande Nebulosa de Órion. Visível a olho nu, é um objeto famoso. “Permite
que se usem ampliações mais altas, mesmo com aberturas pequenas.”
Saco de carvão
Constelação: Cruzeiro do Sul
Distância: 600 anos-luz
Ascensão reta: 12h 50m 0s
Declinação: -62° 30' 0''
Órion (M42)
Constelação: Órion
Distância: 1,5 mil anos-luz
Ascensão reta: 5h 35m 17s
Declinação: -5° 23' 28'''
As luzes das cidades impedem que 62% dos brasileiros contemplem a Via Láctea.
Pouca coisa além dos astros mais brilhantes como Vênus e a estrela Sirius são visíveis
em lugares como São Paulo. “Um bom local para contemplar o céu precisa ser alto,
longe de áreas urbanas e de parques industriais com atmosfera poluída”, destaca Saulo
Gargaglioni, especialista do Laboratório Nacional de Astrofísica que também indica
noites de inverno e sem luar. Estudos apontam que a poluição luminosa ainda prejudica
o metabolismo de animais e vegetais.
CINCO ESTRELAS
Cidades brasileiras que se destacam pelo céu estrelado
(Ilustração: Marcus Penna)
O LADO SOMBRIO DA FORÇA
Postes ineficientes projetam luz para todos os lados, agravam a poluição luminosa e
desperdiçam energia
Grande Nuvem
Constelação: Dourado
Estrelas: 30 bilhões
Distância: 163 mil anos-luz
Magnitude: 0,9
Ascensão reta: 5h 23m 34s
Declinação: -69° 45’ 22”
Pequena Nuvem
Constelação: Tucana
Estrelas: 3 bilhões
Distância: 200 mil anos-luz
Magnitude: 2,7
Ascensão reta: 0h 52m 44s
Declinação: −72° 49' 43''”
Telescópio Celestron Omni Xlt 150 • Tipo: Refrator • Ampliação: 30x-354x • Abertura:
150 mm • Peso: 22,4 kg • Distância focal: 750 mm • US$ 2.250,09/R$ 7.698,49 •
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AL
Observatório Genival Leite Lima
Av. Fernandes Lima, s/nº, Maceió
Terças, quintas e sábados, 19h30 às 22h
Gratuito
AP
Planetário Móvel Maywaka
Museu Sacaca — Av. Feliciano Coelho, 1.509, Macapá
Sábados, 14h às 17h
Gratuito
BA
Observatório Antares
UEFS — R. da Barra, 925, Feira de Santana
Terças e quintas, 18h às 21h
Gratuito
CE
Planetário Rubens de Azevedo
Centro Dragão do Mar — R. Dragão do Mar, 81, Fortaleza
Sextas a domingos, sessões às 18h e 19h
R$ 10
DF
Observatório da UnB
Fazenda Água Limpa, Vargem Bonita, Quadra 17, Brasília
Segunda a sábado, 8h às 18h (agendamento)
Gratuito
GO
Planetário da UFG
UFG — Av. Contorno, 900, Goiânia
Aos domingos, às 15h30 e 17h
R$ 6
MA
Planetário Móvel da Secti
Itinerante
Informações: planetario@secti.ma.gov.br
Gratuito
MS
Clube de Astronomia Carl Sagan
Casa da Ciência UFMS — Cidade Universitária, Campo Grande
Sextas, 19h. Infos: cacarlsagan@gmail.com
Gratuito
MG
Observatório do Pico dos Dias
Laboratório Nacional de Astrofísica — Bom Sucesso, Brazópolis
Agendamento: gcapistrano@lna.br
Gratuito
PA
Centro de Ciências e Planetário do Pará
UEPA — Av. Augusto Montenegro, Km 3, Belém
Sábados, às 16h e 17h
R$ 5
PB
Planetário da FUNESC
R. Abdias Gomes de Almeida, 800, João Pessoa
Sábados e domingos, às 17h
R$ 4
PR
Observatório Prof. Leonel Moro
Bairro rural de Juruquí, Campo Magro
Primeiros sábados dos meses, 20h às 23h
Gratuito
PE
Observatório do Alto da Sé
Rua Bispo Coutinho, s/nº, Olinda
Terças a domingos, 16h às 20h
Gratuito
RJ
Observatório do Valongo
UFRJ — Ladeira Pedro Antônio, 43, Rio de Janeiro
Quartas, 18h às 21h
Gratuito
Planetário da Gávea
R. Vice-Governador Rubens Berardo, 100, Rio de Janeiro
Sábados, domingos e feriados,
14h30 às 17h
R$ 26
RN
Planetário de Parnamirim
Pq. Aluízio Alves — Av. Castor Vieira Régis, s/nº, Parnamirim
Sábados, às 15h30 e 17h
R$ 4
RS
Observatório da UFRGS
Av. Osvaldo Aranha, s/nº, Porto Alegre
Terças e quintas, 19h às 22h
Gratuito
RR
Planetário Móvel da UFRR
Itinerante
Informações: posfisica@ufrr.br
Gratuito
SC
Observatório da UFSC
Campus Reitor João David Ferreira Lima, s/nº, Florianópolis
Quartas, a partir de 19h
Gratuito
SE
Planetário da CCTECA
Pq. da Sementeira — Av. Oviêdo Teixeira, 51, Aracaju
Terças a sextas, 9h às 12h e 14h às 17h / Sábados e domingos, 14h às 17h
Gratuito
SP
Observatório Municipal Jean Nicolini
Estr. do Capricórnio, s/nº, Campinas
Domingos, 17h às 21h
R$ 4
Caixas de joias
Constelação: Cruzeiro do Sul
Estrelas: 100
Distância: 6,4 mil anos-luz
Magnitude: 4,2
Ascensão reta: 12h 53m 42s
Declinação: −60° 22' 0''
(Ilustração: Marcus Penna)
Omega Centauri
Constelação: Centauro
Estrelas: 10 milhões
Distância: 15,8 mil anos-luz
Magnitude: 3,9
Ascensão reta: 13h 26m 47s
Declinação: −47° 28' 46''
Vixen Polarie Star Tracker • Capacidade: 3,1 kg • Peso: 0,6 kg (sem pilhas) •
Dimensões: 95x137x58 mm Bateria: 2 pilhas AA • US$ 1.024/R$ 3.503,66 •
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A astrofotografia é uma arte encantadora, pois promove uma conexão profunda com o
universo (veja relato do astrofotógrafo Kiko Fairbairn nas próximas páginas). Mais
versáteis, lentes fotográficas são indicadas a iniciantes: fotografar com telescópios
exige prática. Grandes-angulares abaixo de 50 mm são boas para compor paisagens
com a Via Láctea. Fairbairn sugere iso alto (entre 640 e 3.200), diafragma bem aberto
(de 2.8 a 6.3), foco no infinito e uma regra para o tempo de exposição: divida a distância
focal da lente por 400. Mas como fotos da Lua já exigem outra configuração, o jeito é
pesquisar. Invista em controle de disparo remoto e montagem equatorial.
5 de dezembro - Superlua
Única do ano, não será das melhores: fica cheia 17 horas antes da máxima
aproximação (distância de 357,4 mil km).