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A Crise Do Segundo Reinado e A Guerra Do

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HISTÓRIA

PROF. MARCELO TAVARES


EXTENSIVO ENEM 2020
Disciplina: História
Professor: Marcelo Tavares
Aula: A crise do Segundo Reinado e a Guerra do
Paraguai

A crise do Segundo Reinado e a Guerra do Paraguai


1. As oligarquias paulistas e o republicanismo

As oligarquias paulistas, ligadas ao desenvolvimento e exportação do


café como produto principal da balança comercial brasileira, passam por
um grande processo de fortalecimento e crescimento econômico entre
1860 e 1890. Nesse período, os cafeicultores paulistas desenvolvem várias
políticas de incentivo à mão de obra imigrante, como a criação da
Sociedade de Promoção à Imigração, uma organização que incentivasse a
imigração e também a garantia de que o imigrante chegasse ao Brasil sem
dívidas, pagando as viagens dos imigrantes. Além disso, a SPI estabeleceu
a criação de salários fixos e até a possibilidade de aumento salarial de
acordo com a produtividade, o que tornou a mão de obra da cafeicultura
paulista mais produtiva, erguendo São Paulo como uma grande potência
econômica por conta da enorme produtividade e lucratividade do café.
Dessa forma, São Paulo se torna uma potência econômica e também o
principal local de chegada dos imigrantes europeus. Além disso, São Paulo
torna-se também o primeiro centro de criação de uma ideia republicana,
sendo fundado em 1870 o Partido Republicano Paulista (PRP). Muito da
luta pelo republicanismo estava ligada à ideia das elites paulistas de que o
Estado de São Paulo era forte, rico, poderoso, mas acaba tornando-se
fragilizado por ser “uma locomotiva poderosa que carregava vagões
vazios”. Ou seja, as elites econômica de São Paulo acreditavam que
produziam e quem ficava com a maior parte dos recursos era o governo
central. Dessa forma, passaram a defender a ideia do federalismo,
buscando maior autonomia para as províncias como forma de
desvinculação com o poder central e maior autonomia para gerir seus
interesses locais. Com o crescente republicanismo, outras questões vão
contribuir para acelerar a derrota da monarquia e o fortalecimento da
ideia de República.
2. A Guerra do Paraguai

A Guerra do Paraguai foi um conflito militar envolvendo a chamada


tríplice aliança, composta pelo Império do Brasil e pelas repúblicas do
Uruguai e da Argentina contra o Paraguai. O conflito ocorreu entre 1864
até 1870.
Muito se discutiu na historiografia brasileira sobre as motivações da
guerra e as causas do seu início. Há, basicamente, duas grandes
interpretações sobre a guerra. A primeira, produzida nas décadas de 1970
e 1980, demonstra a ideia de um Paraguai forte, que buscava o controle
do Rio da Prata e uma saída para o mar, sendo uma opção invadir o sul do
Brasil. Esse fortalececimento do Paraguai confrontava os interesses
ingleses na região, que desejavam manter o controle econômico da
América e a formação de um grande império paraguaio seria algo ruim
para seus interesses. Dessa forma, com a intervenção e apoio da
Inglaterra imperialista, os países da América como Brasil, Uruguai e
Argentina insurgem-se contra o Paraguai, buscando derrotá-lo.
Essa interpretação historiográfica ganhou muita força e ainda é muito
presente em muitos livros didáticos, apostilas e materiais. No entanto,
desde a década de 1990, novas pesquisas têm demonstrado outra
interpretação que é mais aceita pelos historiadores e também vem sendo
cada vez mais abordada nos vestibulares. Essa interpretação busca
compreender a guerra como um processo ligado às independências e
formação dos Estados nacionais na América. A formação desses Estados
nacionais contribuiu para a formação de interesses geopolíticos na região
do Rio da Prata. Esses interesses geopolíticos é que são as causas da
guerra. As tensões no rio da prata e os interesses geopolíticos dos Estados
nacionais na região produzem a Guerra do Paraguai.
Para entendermos melhor isso, precisamos compreender que o Brasil,
Argentina e Uruguai tinham uma forte influência e disputas geopolíticas
na região do Prata desde muito tempo, disputas essas que remontam ao
período colonial quando Portugal e Espanha disputaram a região e fizeram
vários tratados. O Brasil, após a independência, adotou uma política
imperialista na região muito forte e costumava intervir no Uruguai com
frequência e a Argentina também possuía um histórico de intervenções na
região. Dessa forma, o presidente paraguaio Solano López, decidiu intervir
na região para tentar diminuir a influência da Argentina e do Brasil na
região. Para isso, sequestrou um navio brasileiro que passava pelo Rio do
Prata, exigindo que o Brasil retirasse a sua intervenção no Uruguai. O
império do Brasil entende esse fato como uma declaração de guerra e
inicia um contra-ataque militar dando início à guerra do Paraguai. Dessa
forma, podemos notar como que a guerra do Paraguai foi realmente um
conflito geopolítico entre os Estados nacionais que tinham acabado de se
formar na região.
A guerra teve início em 1864, exigindo grandes esforços econômicos,
políticos e militares do império brasileiro, contibuindo para o
enfraquecimento da economia imperial e o seu desgaste, ainda que o
Brasil tenha saído vitorioso da guerra. Muitos voluntários foram
recrutados para a guerra, os chamados voluntários da pátria, e isso
contribuiu para a libertação dos escravos, uma vez que a maioria desses
voluntários eram negros escravizados que iam para as fileiras de guerra
com a promessa de quando voltassem, estariam livres da escravidão. No
entanto, ao retornarem, mesmo que livres, muitos desses ex-escravos
viam seus entes familiares ainda sob o jugo da escravidão. Outro fator que
contribuiu para o enfraquecimento da monarquia foi o fortalecimento dos
militares após a guerra. Os militares ao retornarem vitoriosos de um
grande conflito militar ganharam força política interna, buscando
melhores condições para os militares e, mais tarde, os militares se
envolveriam com as ideias republicanas em oposição à monarquia.
Dessa forma, a Guerra do Paraguai contribuiu para acelerar um processo
já em curso: o enfraquecimento da monarquia e o fortalecimento de
setores republicanos.

3. A Crise do Segundo Reinado

A crise do Segundo Reinado acontece a partir da década de 1870, com


forte influência da Guerra do Paraguai e da consequente crise econômica
que ela gerou.
Outro fator que contribuiu para o enfraquecimento da monarquia foi o
paulatino fim da escravidão. Em 1871 houve a criação da lei do ventre
livre, que libertava aqueles nascidos de mulheres escravas. No entanto,
quando a criança nasce ela ficaria a cargo do senhor da mãe dela, que
deveria criar essa criança até os 8 anos de idade e, a partir dessa idade,
deveria permanecer com a criança ou entregá-la para institutos de
caridade. Dessa forma, a partir da década de 1870 a sociedade civil
brasileira passou a se organizar de maneira mais efetiva para lutar contra
a escravidão. Muitos negros e mulatos de importância na sociedade
passaram a adotar uma postura mais atuante e mais incisiva, buscando a
criação de sociedade e insituições que contribuíram diretamente para o
enfraquecimento da escravidão. O movimento republicano também ganha
muita força com um discurso abolicionista. Essa mobilização da sociedade
contribuiu para uma organização autônoma da sociedade que acabou se
voltando contra a monarquia imperial.
Além desses fatos, o fortalecimento do exército após a guerra do
Paraguai é fundamental para a desagragação da monarquia. Nesse
período entre as décadas de 1870 e 1880 os militares passam a absorver
ideias positivistas ligadas à república como um sistema mais “avançado”,
mais ligado ao “progresso” e a monarquia enxergada como o “atraso”.
Além disso, passam a enxergar o agentes do Estado monárquico como
agentes corruptos, atrasados, que buscavam somente a atenção dos seus
próprios interesses e não tinham qualquer compromisso com a sociedade
brasileia. Dessa forma, para muitos militares, apenas a República seria
capaz de mudar esse panorama e, assim, as ideias republicanas tomam
uma parte expressiva dos militares, sobretudo dos setores médios. Os
clubes militares passam a ser grande foco de discussão republicana, tendo
o professor Benjamin Constant grande papel de liderança na propagação
de ideias republicanas entre os seus alunos na escola militar do Rio de
Janeiro. Dessa forma, os embates entre militares e políticos imperiais
tornaram-se mais constantes. Outro grupo que acabou nesse período se
chocando com a monarquia foi a chamada Questão Religiosa, quando o
Papa publicou uma bula proibindo a participação da maçonaria em
reuniões católicas e o imperador D. Pedro II não aceitou a bula papal,
gerando um conflito com a Igreja Católica o que acasionou até mesmo na
prisão do Bispo de Olinda.
Todos esses fatores demonstram as rusgas e disputas que giravam em
torno da modernização da monarquia. Essa questão de modernizar a
monarquia passava também pelas ideias sociológicas do positivismo, que
surge na Europa no século XIX com August Comte. O positivismo é uma
teoria que busca compreender o funcionamento das sociedades e, no
positivismo, esse desenvolvimento está ligado a etapas de progresso.
Cada sociedade mundial estaria em uma etapa do progresso e da
civilização, sendo as sociedades europeias localizadas em uma etapa
acima das outras. Dessa forma, para Comte, as sociedades tendiam a
crescer rumo a um progresso positivo, baseado na ideia de ordem. Essas
ideias positivistas foram absorvidas por setores do exército que passaram
a identificar na monarquia um sistema atrasado em relação à república.
Assim, esses setores do exército passaram a se organizar em torno da
figura de lideranças como Benjamin Constant e Ruy Barbosa até que em
15 de Novembro de 1889 os setores militares conseguem mobilizar
Deodoro da Fonseca, um general do exército, a iniciar o processo de
derrubada do Visconde de Ouro Preto e iniciar a República, que nasce a
partir de um golpe que o exército deu na monarquia imperial e sem
participação da sociedade civil.
QUESTÕES
DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS
1. (UEG 2016) Observe a charge a seguir.

A charge ironiza o dístico “ordem e progresso”, presente na atual Bandeira


do Brasil. A sua origem e significado remetem a um contexto marcado:

A) pela presença do catolicismo romano nas instituições políticas do


Império Brasileiro e o esforço de preservar a ordem social vigente.
B) pela influência do positivismo francês entre os oficiais militares
republicanos e uma postura ideológica das elites dirigentes em evitar
radicalismos políticos.
C) pelo desejo dos oficiais militares republicanos em romper os laços com
a sociedade agrária imperial, inspirando-se no liberalismo norte-
americano.
D) pelo esforço das elites agrárias paulista e mineira em manter os seus
privilégios sociais e políticos, mas, ao mesmo tempo, buscando o
progresso econômico.

2. (UEG 2012)
A tira corrobora uma posição da historiografia brasileira que sustenta o
raciocínio de que a Abolição dos escravos, em 1888, foi uma medida:

A) expressiva social e juridicamente, já que não preconizou nenhuma


indenização pecuniária aos influentes proprietários de escravos.
B) ineficaz politicamente, visto que não conseguiu aumentar a
popularidade do Imperador e evitar o advento da República.
C) irrelevante do ponto de vista econômico, uma vez que os imigrantes
europeus constituíam a mão de obra mais importante nas lavouras.
D) paliativa, do ponto de vista social, já que a Lei de Terras de 1850 não
permitia a emancipação econômica dos negros libertos.

3. (UECE 2019) A Guerra do Paraguai (1865-1870), o maior conflito bélico


da América do Sul, começou com:

A) o ataque a navios da Grã-Bretanha no Rio da Prata.


B) a quebra do acordo com a Tríplice Aliança.
C) a ofensiva paraguaia contra o Brasil e a Argentina.
D) o fechamento do comércio fluvial na região platina.

4. (UECE 2019) Atente para o seguinte excerto:

“Surgindo em 25 de maio de 1870 a primeira sociedade libertadora na


província do Ceará – a de Baturité e, posteriormente, em 25 de junho do
mesmo ano, a de Sobral, denominada Sociedade Manumissora
Sobralense. Ambas compostas, na sua grande maioria, por indivíduos
pertencentes aos setores médio e alto da sociedade cearense. Em 1879
surge a Sociedade Perseverança e Porvir, fundada por 10 sócios [...]. Essa
sociedade foi a progenitora da Sociedade Cearense Libertadora (S.C.L),
fundada um ano depois”.

CAXILÉ, Carlos Rafael V. Olhar que Enxerga Além das Efemérides: o Movimento [...] na
Província do Ceará (1871-1884). Anais do XVII Encontro Regional de História – O lugar
da História. ANPUH/SPUNICAMP. Campinas, 6 a 10 de setembro de 2004, p.3-4.

Sobre essas sociedades libertadoras surgidas na província do Ceará a


partir da década de 1870, é correto afirmar que:

A) tratavam da libertação da província do controle administrativo da


província de Pernambuco, a que o Ceará esteve submisso desde o fim das
capitanias hereditárias.
B) lutavam pela autonomia da província que, juntamente às províncias do
Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco formariam uma república de
nome Confederação do Equador.
C) apoiavam o movimento republicano nascido em São Paulo e que
defendia a imediata substituição do governo monárquico de D. Pedro II
por um governo republicano eleito pelo voto universal masculino.
D) tinham por missão promover o abolicionismo através de ações como a
alforria de escravos e a divulgação de seus ideais políticos, sociais e
econômicos através da atividade de imprensa.

5. (UPE-SSA 2 2018) Durante a segunda metade do século XIX, o Brasil


viveu um período extremamente turbulento em sua História. Novos ideais
emergiam diante de uma estrutura política, que não atendia aos
interesses de um grupo, a nova burguesia urbana, que ascendia no cenário
político da época, buscando representação e participação na vida política
brasileira. Contudo, não encontravam espaço no sistema, que vigorava até
então. A base de sustentação do Império – a monarquia monocultora e
escravista – via-se, então, em processo de desestruturação, sendo alvo de
pesadas críticas.

CARVALHO, Mariana Nunes de. Intelectuais, imprensa e a contestação ao regime


monárquico.
Fonte:
http://www.encontro2008.rj.anpuh.org/resources/content/anais/1212976674_ARQUI
VO_MARIANA-ANPUH-2008.pdf

Esse momento relatado propiciou várias contestações do sistema político


brasileiro, as quais tinham entre suas bandeiras:

A) o fim da monarquia e a abolição da escravidão.


B) a instituição do trabalho compulsório e da República.
C) o início da industrialização e a ampliação da escravidão.
D) o apoio à política migratória e a defesa do sistema parlamentar.
E) a reforma no modelo político e a demarcação das terras indígenas.

6. (UECE 2018) O processo que conduziu à abolição da escravidão no Brasil


e que contou com a atuação de nomes como José do Patrocínio, Joaquim
Nabuco, Luís Gama, Castro Alves, Rui Barbosa e muitos outros intelectuais
teve seu desenlace com a assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888;
contudo, conforme o excerto a seguir, muitos veem esse processo como
inacabado.
“Conservadora e curta, com pouco mais de duas linhas, a Lei nº 3.353, a
chamada Lei Áurea, decretou, no dia 13 de maio de 1888, o fim legal da
escravidão no Brasil. Mas se a escravidão teve seu fim do ponto de vista
formal e legal há 130 anos, a dimensão social e política está inacabada até
os dias atuais. Essa é a principal crítica de estudiosos e militantes dos
movimentos negros à celebração do 13 de maio como o dia do fim da
escravatura”.

GONÇALVES, Juliana. 130 anos de abolição inacabada. Brasil de fato. Acessível em:
https://www.brasildefato.com.br/2018/05/13/130-anosde-uma-abolicao-
inacabada/acesso em 05/07/2018.

Em relação ao fim da escravidão no Brasil, na perspectiva do trecho acima,


pode-se afirmar corretamente que:

A) apressou a queda do já combalido sistema monárquico e sua


substituição por uma república em 15 de novembro de 1889, mas não
criou condições necessárias para a plena integração dos libertos na
sociedade brasileira.
B) atrasou o estabelecimento de um governo republicano que inserisse a
população afrodescendente na sociedade brasileira com igualdades de
condições aos demais grupos, o que só correu no Estado Novo em 1937.
C) por ter sido muito tardio, proporcionou condições para uma adequada
inserção da população de ex-escravos na sociedade brasileira na condição
de proprietária das terras a ela destinadas pelo governo.
D) ocorreu exclusivamente pelo interesse da monarquia em angariar o
apoio do movimento abolicionista, que era muito popular junto à
população, e em se opor aos seus rivais tradicionais, os latifundiários e os
militares.

7. (G1 - IFBA 2016) Neste país, que se presume constitucional e onde só


deverão ter ação poderes delegados, responsáveis, acontece, por defeito
do sistema, que só há um poder ativo onímodo, onipotente, perpétuo,
superior à lei, e à opinião, e esse é justamente o poder sagrado, inviolável
e irresponsável. (Trecho do Manifesto Republicano, publicado no Jornal A
República, do Rio de Janeiro, em dezembro de 1870.)
Disponível em: <http:/www.historiamais.com/manifesto.htm>. Acesso em 20.09.2015.

A crítica apresentada pelo Manifesto Republicano de 1870 pode ser


associada:

A) ao despototismo de D. Pedro II, no desrespeito à Constituição Imperial.


B) aos amplos e ilimitados poderes garantidos ao Imperador pelo Poder
Moderador.
C) à irresponsabilidade de D. Pedro II no trato com o dinheiro e com as
finanças públicas.
D) ao estado de corrupção e fraudes que envolvia D. Pedro II e grande
parte de seus assessores.
E) aos prejuízos econômicos do país nas negociatas que D. Pedro II
realizou com a Inglaterra.

8. (UPE-SSA 2 2016) A Proclamação da República é um episódio da


modernização à brasileira. Nas décadas finais do Império, o vocábulo
república expandiu seu campo semântico, incorporando as ideias de
liberdade, progresso, ciência, democracia, termos que apontavam, todos,
para um futuro desejado.

MELLO, Maria Tereza Chaves. A modernidade Republicana. In:


http://www.scielo.br/pdf/tem/v13n26/a02v1326.pdf. (Adaptado)

O texto demonstra que, no final do Segundo Império, os ideais


republicanos já estavam bastante difundidos no Brasil. Os adeptos do
republicanismo, nesse período, tinham como principal pensamento a

A) defesa do federalismo, buscando maior autonomia para as províncias.


B) luta pela continuidade da concentração política, mesmo sem a figura do
imperador.
C) organização de uma República centralizadora, sendo o Estado de São
Paulo a sede político-administrativa.
D) implantação de um regime militar em que os grandes nomes da guerra
da Tríplice Fronteira tomassem a direção nacional.
E) construção de um parlamentarismo em que o primeiro-ministro seria o
responsável pela manutenção da unidade nacional.

9. (UECE 2016) Atente às seguintes afirmações acerca do momento


histórico brasileiro conhecido como Segundo Reinado:

I. Esse período, no primeiro momento, constituiu a luta a favor da


permanência da monarquia, sob a égide de Pedro I.
II. A crise interna do sistema escravista, aliada aos vários conflitos e
revoltas internas observadas durante esse período, contribuíram para pôr
fim ao Segundo Reinado.
III. O final do Segundo Reinado representou o fim do período Imperial no
Brasil e o início do sistema republicano.
É correto o que se afirma somente em:

A) I e II.
B) I e III.
C) II.
D) III.

10. (ENEM 2018) A poetisa Emília Freitas subiu a um palanque, nervosa,


pedindo desculpas por não possuir títulos nem conhecimentos, mas
orgulhosa ofereceu a sua pena que “sem ser hábil, é, em compensação,
guiada pelo poder da vontade”. Maria Tomásia pronunciava orações que
levantavam os ouvintes. A escritora Francisca Clotilde arrebatava,
declamando seus poemas. Aquelas “angélicas senhoras”, “heroínas da
caridade”, levantavam dinheiro para comprar liberdades e usavam de seu
entusiasmo a fim de convencer os donos de escravos a fazerem alforrias
gratuitamente.

MIRANOA, A. Disponível em: www.opovoonline.com.br. Acesso em: 10 jun. 2015.

As práticas culturais narradas remetem, historicamente, ao movimento:

A) feminista.
B) sufragista.
C) socialista.
D) republicano.
E) abolicionista.

11. (ENEM PPL 2016) Enfermo a 14 de novembro, na segunda-feira o


velho Lima voltou ao trabalho, ignorando que no entretempo caíra o
regime. Sentou-se e viu que tinham tirado da parede a velha litografia
representando D. Pedro de Alcântara. Como na ocasião passasse um
contínuo, perguntou-lhe:

– Por que tiraram da parede o retrato de Sua Majestade?


O contínuo respondeu, num tom lentamente desdenhoso:
– Ora, cidadão, que fazia ali a figura do Pedro Banana?
– Pedro Banana! – repetiu raivoso o velho Lima.
E, sentando-se, pensou com tristeza:
– Não dou três anos para que isso seja uma República!

AZEVEDO, A. Vidas alheias. Porto Alegre, s.e, 1901 (adaptado).

A crônica de Artur Azevedo, retratando os dias imediatos à instauração da


República no Brasil, refere-se ao(à):

A) ausência de participação popular no processo de queda da Monarquia.


B) tensão social envolvida no processo de instauração do novo regime.
C) mobilização de setores sociais na restauração do antigo regime.
D) temor dos setores burocráticos com o novo regime.
E) demora na consolidação do novo regime.

12. (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2016)

Segundo a charge, os últimos anos da Monarquia foram marcados por:

A) debates promovidos em espaços públicos, contando com a presença da


família real.
B) atividades intensas realizadas pelo Conde D’Eu, numa tentativa de
salvar o regime monárquico.
C) revoltas populares em escolas, com o intuito de destituir o monarca do
poder e coroar o seu genro.
D) críticas oriundas principalmente da imprensa, colocando em dúvida a
continuidade do regime político.
E) dúvidas em torno da validade das medidas tomadas pelo imperador,
fazendo com que o Conde D’Eu assumisse o governo.

13. (ENEM 2015)

TEXTO I

Em todo o país a lei de 13 de maio de 1888 libertou poucos negros em


relação à população de cor. A maioria já havia conquistado a alforria antes
de 1888, por meio de estratégias possíveis. No entanto, a importância
histórica da lei de 1888 não pode ser mensurada apenas em termos
numéricos. O impacto que a extinção da escravidão causou numa
sociedade constituída a partir da legitimidade da propriedade sobre a
pessoa não cabe em cifras.

ALBUQUERQUE. W. O jogo da dissimulação: Abolição e cidadania negra no Brasil. São


Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

TEXTO II

Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a população livre do Rio


de Janeiro se tornou mais numerosa e diversificada. Os escravos, bem
menos numerosos que antes, e com os africanos mais aculturados,
certamente não se distinguiam muito facilmente dos libertos e dos pretos
e pardos livres habitantes da cidade. Também já não é razoável presumir
que uma pessoa de cor seja provavelmente cativa, pois os negros libertos
e livres poderiam ser encontrados em toda parte.

CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na


Corte. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

Sobre o fim da escravidão no Brasil, o elemento destacado no Texto I que


complementa os argumentos apresentados no Texto II é o(a):

A) variedade das estratégias de resistência dos cativos.


B) controle jurídico exercido pelos proprietários.
C) inovação social representada pela lei.
D) ineficácia prática da libertação.
E) significado político da Abolição.

14. (ENEM 2014) Respeitar a diversidade de circunstâncias entre as


pequenas sociedades locais que constituem uma mesma nacionalidade,
tal deve ser a regra suprema das leis internas de cada Estado. As leis
municipais seriam as cartas de cada povoação doadas pela assembleia
provincial, alargadas conforme o seu desenvolvimento, alteradas segundo
os conselhos da experiência. Então, administrar-se-ia de perto, governar-
se-ia de longe, alvo a que jamais se atingirá de outra sorte.

BASTOS, T. A província (1870). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1937 (adaptado).

O discurso do autor, no período do Segundo Reinado no Brasil, tinha como


meta a implantação do:
A) regime monárquico representativo.
B) sistema educacional democrático.
C) modelo territorial federalista.
D) padrão político autoritário.
E) poder oligárquico regional.

15. (ENEM 2014)

De volta do Paraguai

Cheio de glória, coberto de louros, depois de ter derramado seu sangue


em defesa da pátria e libertado um povo da escravidão, o voluntário volta
ao seu país natal para ver sua mãe amarrada a um tronco horrível de
realidade!

AGOSTINI. “A vida fluminense”, ano 3, n. 128, 11 jun. 1870. In: LEMOS, R. (Org). Uma
história do Brasil através da caricatura (1840-2001). Rio de Janeiro: Letras &
Expressões, 2001 (adaptado).

Na charge, identifica-se uma contradição no retorno de parte dos


“Voluntários da Pátria” que lutaram na Guerra do Paraguai (1864-1870),
evidenciada na:

A) negação da cidadania aos familiares cativos.


B) concessão de alforrias aos militares escravos.
C) perseguição dos escravistas aos soldados negros.
D) punição dos feitores aos recrutados compulsoriamente.
E) suspensão das indenizações aos proprietários prejudicados.
GABARITO:

Resposta da questão 1: [B]


Somente a proposição [B] está correta. A questão remete ao conflito que
ocorreu no Segundo Reinado, entre a farda e o paletó, ou seja, entre
militares e os políticos. Após a Guerra do Paraguai, 1865-1870, os militares
brasileiros adotaram ideias abolicionistas, republicanas e positivistas. A
ideia era conciliar “Ordem” e “Progresso”. A monarquia entrou em
declínio perdendo suas bases de apoio. A monarquia foi abandonada. Os
militares ganharam consciência de grupo, de corporação e, proclamaram a
República em 15 de novembro de 1889.

Resposta da questão 2: [D]


Não apenas a Lei de Terras, mas a estrutura econômica em sua totalidade
não possibilitava que os negros, ex-escravos, se integrassem
efetivamente. Ou seja, essa camada expressiva da sociedade permaneceu
marginalizada do ponto de vista socioeconômico, além de serem vítimas
do preconceito. Vale ressaltar que a referida Lei foi elaborada 38 anos
antes da abolição da escravidão e seu objetivo era dificultar o acesso à
terra aos imigrantes, que começavam a chegar ao Brasil para trabalhar nas
lavouras de café.

Resposta da questão 3: [C]


Acordos firmados entre o governo brasileiro e grupos políticos de
Argentina e Uruguai e as pretensões expansionistas do governo paraguaio
de Solano Lopez levaram ao início da Guerra. O primeiro passo foi a
invasão paraguaia ao Brasil e à Argentina.

Resposta da questão 4: [D]


A luta pela abolição na província do Ceará, marcada pelo surgimento de
confrarias e sociedades secretas, ficou caracterizada por estratégias como
a compra de alforrias, a compra de cativos para posterior libertação e a
divulgação maciça de ideais políticos e sociais pró-abolicionistas.

Resposta da questão 5: [A]


Somente a alternativa [A] está correta. A partir da segunda metade do
século XIX, o Brasil passou por transformações econômicas importantes
associadas à Revolução Industrial e ao café. Surgiram ferrovias e indústrias
acompanhadas da transição do trabalho escravo para o trabalho livre
através da chegada dos imigrantes europeus. Surgiu no Sudeste uma elite
forte ligada ao café defendendo mudanças no país, por exemplo, abrir
espaço na política. Desenvolveu no Brasil uma forte campanha
abolicionista e republicana que culminaram no fim da escravidão em 1888
e da monarquia no ano seguinte.

Resposta da questão 6: [A]


Somente a proposição [A] está correta. Em 2018 completaram 130 anos
da Lei Áurea, 1888, que aboliu a escravidão no Brasil. No entanto, a elite
branca racista e preconceituosa, não criou condições para a inserção dos
negros na sociedade brasileira, permaneceram vivendo a margem o que
explica a difícil condição que ainda vivem, vítimas de violência e racismo e
preconceito mesmo representando praticamente a metade da população
brasileira.

Resposta da questão 7: [B]


A questão faz uma crítica ao poder moderador instituído na constituição
brasileira de 1824. De acordo com este poder, o imperador poderia
interferir nas demais esferas de poder, ou seja, o regime era uma
monarquia constitucional, mas com uma fachada absolutista. Esta
constituição foi muito centralizadora desagradando às elites locais. No
mesmo ano em que a carta foi outorgada, ocorreu a Confederação do
Equador em Pernambuco com caráter separatista e republicano. Muitas
críticas foram feitas a este documento como sugere o Manifesto
Republicano de 1870.

Resposta da questão 8: [A]


Somente a proposição [A] está correta. A questão aponta para o
Movimento Republicano que surgiu no Segundo Reinado, 1840-1889.
Neste contexto surgiu um forte grupo político denominado por alguns
historiadores como a “burguesia cafeeira paulista”. Estes barões do café
criaram em 1873 na Convenção de Itu o PRP, Partido Republicano Paulista.
Esta elite paulista estava incomodada com a forte centralização do poder
nas mãos do imperador através do poder Moderador. Desta forma, o PRP
defendeu o Federalismo, ou seja, maior autonomia para as províncias.

Resposta da questão 9: [D]


A afirmativa [I] está incorreta, porque durante o Segundo Reinado o
Império era comandado por d. Pedro II;
A afirmativa [II] está incorreta, porque os conflitos e revoltas internas
foram típicos do Período Regencial, e não do Segundo Reinado.
Resposta da questão 10: [E]
Identificamos o movimento abolicionista nas expressões Maria Tomásia,
comprar liberdades, donos de escravos e alforrias.

Resposta da questão 11: [A]


A queda da Monarquia deveu-se a um conjunto de fatores que
culminaram em um golpe militar que depôs d. Pedro II. Mas tal articulação
não contou com a efetiva participação da população brasileira, o que fica
evidenciado na falta de noção do que estava acontecendo do personagem
da crônica.

Resposta da questão 12: [D]


A charge mostra a postura da imprensa brasileira durante o Segundo
Reinado: criticar a família imperial e o regime monárquico. D. Pedro II era
criticado por seu imobilismo. E o conde D’Eu era criticado por ser francês e
autoritário.

Resposta da questão 13: [E]


O único elemento que podemos destacar do texto I que complementa o
texto II é o seguinte: “(...) no entanto, a importância histórica [caráter
político, observação da corretora] da lei de 1888 não pode ser mensurada
apenas em termos numéricos. O impacto que a extinção da escravidão
causou numa sociedade constituída a partir da legitimidade da
propriedade sobre a pessoa não cabe em cifras (...)”. Nele, fica claro que o
autor faz referência ao significado político da Abolição.

Resposta da questão 14: [C]


O modelo federalista – adotado, por exemplo, pelos EUA após a
Independência, e parcialmente adotado pelo Brasil durante o Segundo
Reinado – dava aos Estados certa autonomia governamental, sem
ingerência do Estado Central. A frase “administrar-se-ia de perto,
governar-se-ia de longe, alvo a que jamais se atingirá de outra sorte”
demonstra esse ideal.

Resposta da questão 15: [A]


Os cativos enviados aos campos de batalha na guerra do Paraguai
receberam a promessa da alforria no retorno ao Brasil. Porém, a liberdade
e a cidadania não se estendiam aos seus familiares, ainda que mais
próximos. Nota-se isso no trecho “o voluntário volta ao seu país natal para
ver sua mãe amarrada a um tronco horrível de realidade”.

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