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SUMÁRIO

1. Introdução...................................................................... 3
2. Componentes............................................................... 3
3. Funções.......................................................................... 7
4. Formação e crescimento.......................................... 7
5. Tipos..............................................................................11
Referências bibliográficas .........................................27
TECIDO CARTILAGINOSO 3

1. INTRODUÇÃO 2. COMPONENTES
O tecido cartilaginoso, ou cartilagem, O sufixo – blasto indica que a célula
é um tipo especializado de tecido está em crescimento ou secretando
conjuntivo que possui uma matriz matriz extracelular ativamente, en-
extracelular firme e flexível, resisten- quanto o sufixo – cito indica que a cé-
te a tensões mecânicas. Este tecido lula diferenciada, em baixa atividade
possui células especializadas – con- de síntese.
droblastos – que secretam a matriz Os condroblastos são células alon-
extracelular na qual, posteriormente, gadas, com pequenas projeções que
ficam presas e passam a ser chama- aumentam sua superfície, facilitando
das de condrócitos. As cavidades da as trocas com o meio. Apresentam
matriz, ocupadas pelos condrócitos, núcleo grande, com nucléolo proemi-
são chamadas de lacunas, podendo nente e citoplasma basófilo, devido
conter uma ou mais células. ao retículo endoplasmático rugoso
desenvolvido para a síntese das pro-
CONCEITO! O tecido cartilaginoso é teínas da matriz. Apresenta também
um tipo de tecido conjuntivo formados um aparelho de Golgi desenvolvi-
por dois tipos de células, condroblastos
do, numerosas mitocôndrias e uma
e condrócitos e uma abundante matriz
extracelular. abundância de vesículas de secreção.
Os condrócitos são mais esféricos,
mas a sua superfície também é irre-
gular. Exibem núcleo ovoide, predo-
HORA DA REVISÃOQ minantemente eucromático. Os con-
A denominação “tecido conjuntivo” cor-
drócitos ativos na produção da matriz
responde a um grupo de diversos teci- extracelular exibem áreas de basofilia
dos com variadas funções, geralmente citoplasmática, que representam o
associados a interação entre outros te- retículo endoplasmático rugoso bem
cidos, conferindo-lhes sustentação. O
tecido conjuntivo compreende um te- desenvolvido para a síntese proteica,
cido tradicionalmente conhecido como bem como áreas claras, que repre-
“tecido conjuntivo propriamente dito” e sentam o grande complexo de Golgi.
um amplo grupo de “ tecidos conjunti-
vos especiais” – adiposo, cartilaginoso,
Há poucas mitocôndrias, o que refle-
ósseo, sanguíneo e hematopoiético. De te a obtenção de energia a partir da
modo geral, são originários de células do glicólise anaeróbica. Nas células mais
mesênquima embrionário e apresentam velhas e menos ativas, o complexo
uma matriz extracelular abundante.
de Golgi é menor; as áreas claras de
citoplasma, quando evidentes, indi-
cam geralmente locais de gotículas
TECIDO CARTILAGINOSO 4

de lipídeos extraídas ou reservas de do tipo II), fibras elásticas e/ou colá-


glicogênio. Os condrócitos são célu- genas (colágeno do tipo I), agregados
las secretoras de colágeno, princi- de proteoglicanos (proteínas + gli-
palmente do tipo II, proteoglicanos e cosaminoglicanos), ácido hialurônico
glicoproteínas. e glicoproteínas de adesão. Como o
colágeno e a elastina são flexíveis, a
consistência firme das cartilagens se
HORA DA REVISÃO! deve, principalmente, às ligações ele-
O material genético das células eucarió- trostáticas entre os glicosaminoglica-
ticas é representado pelo DNA, dividido nos sulfatados e o colágeno, e à gran-
em cromossomos, que se encontram,
de quantidade de moléculas de água
normalmente, associados a proteínas.
Essa associação constitui um comple- presas a esses glicosaminoglicanos,
xo de DNA e proteínas conhecido como o que confere turgidez à matriz.
cromatina. No período interfásico, isto é,
em que a célula não encontra-se em di- O pericôndrio é uma bainha de teci-
visão celular, a cromatina pode ser dis- do conjuntivo denso não modelado
tinta em eucromatina, na sua forma des- que cobre a maior parte da cartila-
condensada, correspondendo a regiões
gem, composto de células morfolo-
em transcrição ativa, e heterocromatina,
com regiões do material genético que gicamente indistinguíveis dos fibro-
não estão envolvidas na transcrição, blastos. Quando está em crescimento
podendo mostrar-se bastante densa ativo, o pericôndrio aparece subdivi-
nas colorações ao microscópio de luz
ou mesmo ao microscópio eletrônico.
dido em uma camada fibrosa externa
Nesse sentido, quando a eucromatina e uma camada celular interna, que dá
predomina, denomina-se o núcleo como origem a novas células cartilagino-
eucromático, indicando uma célula com sas, isto é, os condroblastos. O peri-
alta atividade metabólica. Por outro lado,
quando a heterocromatina predomina, côndrio é responsável pela nutrição,
o núcleo é definido como heterocromá- oxigenação e eliminação de resíduos
tica, e a célula mostra baixa atividade metabólicos da cartilagem.
metabólica.

A cartilagem não contém vasos san-


guíneos, linfáticos ou nervos. Nesse
sentido, suas células recebem nu-
trientes a partir de vasos sanguíneos
presentes nos tecidos conjuntivos que
envolve a cartilagem – pericôndrio -,
por difusão na matriz. A matriz extra-
celular do tecido cartilaginoso é com-
posta por fibrilas colágenas (colágeno
TECIDO CARTILAGINOSO 5

Condrócito

Lacuna
Matriz extracelular

Condroblasto

Pericôndrio

Fonte 1. Tecido Cartilaginoso. Fonte: Sanarflix

SE LIGA! A cartilagem articular consti-


tui a cartilagem hialina que recobre as
superfícies articulares das articulações
móveis. Em geral, a estrutura da carti-
lagem articular assemelha-se à da car-
tilagem hialina. No entanto, a superfície
livre ou articular é desprovida de peri-
côndrio. Do mesmo modo, na superfície
oposta, a cartilagem entra em contato
direto com o osso e, portanto, também
não é revestida de pericôndrio.

SE LIGA! Nas cartilagens presentes em


articulações sinoviais, a nutrição des-
te tecido é feita por difusão pelo líquido
sinovial.
TECIDO CARTILAGINOSO 6

Superfície irregular
Em crescimento Células esféricas

Células alongadas Condroblastos Condrócitos Núcleo ovoide

Elevada atividade
Núcleo grande Células Maduros
metabólica
Basofilia
Gotículas
RER desenvolvido Mais velhos de lipídeos e/
ou reservas de
Síntese proteica glicogênio
Produção da matriz
COMPONENTES
DO TECIDO Poucas mitocôndrias
extracelular
CARTILAGINOSO

Fibrilas
Pericôndrio Matriz extracelular
colágenas do tipo II

Tecido conjuntivo Não contém Fibras elásticas


denso não - modelado vasos e nervos e/ou colágenas

Células similares
Componentes Proteoglicanos
a fibroblastos
Fibrosa externa

Camadas Firme e flexível Glicoproteínas adesivas

Celular interna
Nutrição oxigenação e
Ácido hialurônico
eliminação de resíduos
TECIDO CARTILAGINOSO 7

3. FUNÇÕES totalmente sem fricção. A maioria dos


ossos longos do corpo é formada no
A flexibilidade e a resistência da car-
embrião primeiro como um primórdio
tilagem à compressão lhe dão capaci-
da cartilagem, que serve de molde
dade de funcionar como um amorte-
para posteriormente ser substituído
cedor, e como ela cobre as superfícies
por tecido ósseo. Além disso, o tecido
articulares dos ossos, sua superfí-
cartilaginoso desempenha a função
cie lisa torna possível a movimenta-
de suporte a tecidos moles.
ção das articulações do corpo quase

FUNÇÕES
DO TECIDO
CARTILAGINOSO

Revestimento de Formação e crescimento


Suporte de tecidos moles
superfícies articulares de ossos longos

4. FORMAÇÃO E mais rígida e os condroblastos ficam


CRESCIMENTO aprisionados nela, passam a ser cha-
mados condrócitos. A multiplicação
O processo de desenvolvimento da
mitótica dos condrócitos dá origem
cartilagem, a condrogênese, ocorre a
aos grupos isógenos. As células me-
partir de um tecido embrionário co-
senquimais na periferia da cartilagem
nhecido como mesênquima. Inicial-
em desenvolvimento originam fibro-
mente, as células mesenquimais tor-
blastos, que constituem o pericôndrio.
nam-se arredondadas, retraem seus
prolongamentos e, multiplicando-se
rapidamente, formam aglomerados. SE LIGA! O mesênquima é um tecido
conjuntivo primitivo, formado a partir
Desse modo, essas células passam do tecido embrionário conhecido como
a ser chamadas de condroblastos, e mesoderma, e tem como função formar
iniciam a síntese da matriz extracelu- os tecidos de sustentação e conjunti-
lar, distanciando-se umas das outras. vos do corpo, como os tecidos adiposo,
cartilaginoso, ósseo, hematopoiético e
A partir do momento que a matriz conjuntivo.
começa a adquirir uma consistência
TECIDO CARTILAGINOSO 8

Figura 2. Histogênese da cartilagem hialina, a partir do mesênquima. A – Mesênquima. B - Multiplicação das células
mesenquimais. C – Produção da matriz fazendo os condroblastos se afastarem. D – A multiplicação mitótica dá origem
aos grupos isógenos de condrócitos. Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013

PROCESSO DA CONDROGÊNESE

Células mesenquimais
MESÊNQUIMA Multiplicação das células
tornam-se arredondas e
(tecido embrionário) mesenquimais
perdem seus prolongamentos

As células se afastam
Síntese de
umas das outras e ficam CONDROBLASTOS
matriz extracelular
aprisionadas na matriz

Formação de
CONDRÓCITOS
grupos isógenos

A condrogênese é regulada por mui- influenciados por forças biomecâni-


tas moléculas, incluindo ligantes ex- cas. Elas não apenas regulam o for-
tracelulares, receptores nucleares, mato, a regeneração e o envelheci-
fatores de transcrição, moléculas de mento da cartilagem, como também
adesão e proteínas da matriz. Além modificam as interações das células
disso, o crescimento e o desenvolvi- com a matriz extracelular dentro da
mento do esqueleto cartilaginoso são cartilagem.
TECIDO CARTILAGINOSO 9

SE LIGA! Os condrócitos estão adapta- SE LIGA! A diferenciação das células


dos à baixa tensão de oxigênio, de modo mesenquimais ou dos fibroblastos em
que realizam glicólise para a obtenção condroblastos é desencadeada pela ex-
de energia. Nesse sentido, é importan- pressão do fator de transcrição SOX – 9,
te notar que a baixa tensão de oxigênio que coincide com a síntese de colágeno
provoca a diferenciação das células me- do tipo II.
senquimais em condroblastos.

O crescimento do tecido cartilagi-


noso pode ocorrer por meio de dois HORA DA REVISÃO!
processos: o crescimento intersticial Disco epifisário. A formação dos ossos a
e o crescimento aposicional. O cres- partir de modelos cartilaginosos forma-
dos durante o período fetal é conhecida
cimento intersticial se dá por divisão como ossificação endocondral. Nesse
mitótica dos condrócitos preexisten- processo, a maior parte na cartilagem é
tes. Com o aumento da rigidez da posteriormente substituída por osso, ex-
matriz pelas interações entre as fibri- ceto nas regiões da cartilagem articular
e do disco epifisiário. O disco epifisiário,
las colágenas e os glicosaminoglica- encontra-se entre as epífises (extremi-
nos, esse tipo de crescimento deixa dades) e a diáfise (centro) do osso, e é
de ser viável, de modo que ele ocorre responsável pelo aumento do compri-
mento ósseo. Seu desaparecimento por
apenas nas primeiras fases da vida
ossificação determina o término do cres-
da cartilagem. Há, no entanto, nos cimento longitudinal dos ossos, aproxi-
ossos longos, uma região de cartila- madamente aos 20 anos de idade.
gem, o disco epifisário, onde o cres-
cimento intersticial pode ocorrer até
os 20 anos do indivíduo, bem como
nas regiões de cartilagem articular.
Enquanto isso, o crescimento aposi-
cional ocorre a partir das células da
porção interna do pericôndrio circun-
dante. Essas células mais internas di-
ferenciam-se em condroblastos, que
produzem a matriz cartilaginosa e
assim promovem o crescimento, en-
quanto novos fibroblastos são produ-
zidos simultaneamente para manter a
população celular do pericôndrio.
TECIDO CARTILAGINOSO 10

Cartilagem articular

Osso

Disco epifisário

Medula

Osso

Figura 3. Título: Fotomicrografia da extremidade pro-


ximal de um osso longo em crescimento (85x). Fonte:
PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016
Divisão mitótica
de condrócitos
preexistentes

CRESCIMENTO
Crescimento Crescimento
DO TECIDO
aposicional intersticial
CARTILAGINOSO

Diferenciação das
Ocorre apenas nas
células do pericôndrio
primeiras fases da vida
em condroblastos

Exceto nos discos


Fator de transcrição
epifisiários e cartilagem
SOX - 9
articular
TECIDO CARTILAGINOSO 11

5. TIPOS • Cartilagem elástica – Caracteriza-


-se por fibras e lamelas elásticas,
De acordo com as características de
além de componentes similares
sua matriz extracelular, podemos
aos da matriz da cartilagem hialina.
reconhecer três tipos diferentes de
cartilagem: • Fibrocartilagem – Caracteriza-
-se por fibras colágenos tipo I em
• Cartilagem hialina – Caracteriza-
quantidades abundantes, bem
-se por matriz que contém fibras
como por componentes similares
de colágeno do tipo II, glicosami-
aos da matriz da cartilagem hialina.
noglicanos, proteoglicanos e glico-
proteínas multiadesivas.

CARTILAGEM
CARTILAGEM
HIALINA
HIALINA CARTILAGEM
CARTILAGEM
ELÁSTICA
ELÁSTICA FIBROCA
FIBRO
Pericôndrio
Pericôndrio Pericôndrio
Pericôndrio

Matriz
Matriz
interterritorial
interterritorial Condrócitos
Condrócitos

Matriz
Matriz
territorial
territorial Fibras
Fibras
elásticas
elásticas

Lacunas
Lacunas
sem
sem
condrócitos
condrócitos
Grupo
Grupo
isógeno
isógeno

Condrócitos
Condrócitos
emem
lacunas
lacunas

FIBROCARTILAGEM

icôndrio
Cartilagem hialina
A cartilagem hialina, um tecido de to-
ndrócitos Condrócito nalidade cinza-azulada e de aspecto
as elásticas semitransparente e flexível, é o tipo
Fibras colágenas de cartilagem mais comum do corpo.
É encontrada no nariz e na laringe,
nas extremidades anteriores das cos-
telas, onde se articulam com o ester-
no, nos anéis da traqueia e dos brô-
nquios, e nas superfícies articulares,
Figura 4. Tipos de cartilagem. Fonte: GARTNER, Leslie das articulações móveis do corpo. Ela
P.; HIATT, James. L.. Tratado de Histologia em Cores. 3. proporciona uma superfície da baixo
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007
atrito, participa na lubrificação das
articulações sinoviais e distribui as
TECIDO CARTILAGINOSO 12

forças aplicadas ao osso subjacente. A cartilagem hialina é formada, em


É responsável pelo molde cartilagino- 40% do seu peso seco, por fibrilas
so de muitos ossos durante o desen- de colágeno tipo II associadas a áci-
volvimento embrionário, e constitui do hialurônico, proteoglicanos muitos
dos discos epifisários dos ossos lon- hidratados e glicoproteínas. A orien-
gos em crescimento. tação das fibrilas parece estar rela-
cionada às forças aplicadas sobre a
cartilagem. Por exemplo, na cartila-
gem articular, as fibrilas perto da su-
perfície têm uma orientação paralela
à superfície, enquanto as fibrilas mais
profundas parecem estar orientadas
em colunas curvas.

SE LIGA! Nos preparados comuns, o


colágeno não se distingue porque está
principalmente sob a forma de fibrilas de
dimensões submicroscópicas. Além dis-
so, o índice de refração das fibrilas colá-
genas é muito similar ao das células que
as envolvem. Com isso, a matriz apre-
senta a aparência de uma massa amorfa
e de aspecto homogêneo.

Figura 5. Estrutura geral da cartilagem hialina – Obser-


ve a extensa matriz extracelular que abriga uma popu-
lação esparsa de condrócitos (450x). Fonte: PAWLINA,
Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016

SAIBA MAIS!
Apesar de o colágeno do tipo II ser o mais predominante na matriz extracelular da cartilagem
hialina, outros tipos de colágeno também estão presentes no tecido. O colágeno do tipo IX
facilita a interação das fibrilas com as moléculas de proteoglicanos da matriz e regula a es-
pessura das fibrilas; e o colágeno do tipo X organiza as fibrilas colágenas em uma rede hexa-
gonal tridimensional, o que é crucial para o exercício de sua função mecânica. Além disso, o
colágeno do tipo VI é encontrado principalmente na periferia dos condrócitos, onde auxilia na
fixação dessas células à estruturas da matriz.
TECIDO CARTILAGINOSO 13

Outro componente importante da ma-


triz da cartilagem hialina é a glicopro- TCD
teína estrutural condronectina, uma P
macromolécula com sítios de ligação
CC
para condrócitos, fibrilas colágenas
do tipo II e glicosaminoglicanos. As-
sim, a condronectina participa da as-
sociação do arcabouço macromole-
cular da matriz com os condrócitos.
A matriz extracelular está subdividida
em duas regiões: a matriz territorial,
MI
em torno de cada lacuna, e a matriz
interterritorial. A matriz territorial é
pobre em colágeno e rica em condroi- N MT

tino-sulfato (glicosaminoglicano com


radica sulfato), o que contribui para MI
N
sua basofilia – quando evidenciada MI
em colorações de hematoxilina-eosi-
na – e para uma reação mais inten- Figura 6. Fotomicrografia de amostra de cartilagem
hialina típica corada pela H&E. TCD – Tecido conjuntivo
sa à coloração PAS. A maior parte da denso; P – Pericôndrio; CC – Cartilagem em crescimen-
matriz é interterritorial, mais rica em to; N – Núcleos de condrócitos maduros; MT – Matriz
territorial; MI – Matriz interterritorial; Retângulos – Gru-
colágeno do tipo II e mais pobre em pos isógenos (480x)Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross
proteoglicanos, em comparação com Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan Ltda, 2016
a matriz territorial. Além disso, há uma
região em forma de anel de matriz de
coloração mais densa, localizada ime-
diatamente ao redor do condrócito,
chamada de cápsula pericelular. Ela
contém grande concentração de pro-
teoglicanos sulfatados, ácido hialurô-
nico, várias glicoproteínas multiadesi-
vas, além de fibrilas colágenas do tipo
VI.

Figura 7. Cartilagem hialina da traqueia. PAS. (10x).


Fonte: Montanari, Tatiana. Histologia: texto, atlas e
roteiro de aulas práticas (recurso eletrônico) / Tatiana
Montanari. – 3ª Ed. – Porto Alegre: Edição do Autor,
2016
TECIDO CARTILAGINOSO 14

A substância fundamental da matriz agrecanos. As abundantes cargas


da cartilagem é rica em agrecanos, negativas associadas a estas molé-
grandes moléculas de proteoglicanos culas de proteoglicanos atraem cá-
compostas por eixos proteicos aos tions, predominantemente íons Na+
quais moléculas de glicosaminogli- , os quais, por sua vez, atraem mo-
canos (condroitino-sulfato e quera- léculas de água-água de solvatação.
tam-sulfato) estão ligadas de modo Desta maneira, a matriz da cartilagem
covalente. De 100 a 200 moléculas torna-se hidratada de tal modo que
de agrecanos estão ligadas de modo 80% do peso líquido da cartilagem é
não-covalente ao ácido hialurôni- de água, o que justifica sua capacida-
co, formando imensos complexos de de de resistir a forças de compressão.

Ácido
Fibra de hialurônico
colágeno
tipo II

Ácido
hialurônico

Proteína de
ligação

Proteoglicano

Cerne
proteico

Colágeno tipo II

Sulfato de
condroitina
Figura 8. Representação esquemática da organização molecular da matriz da cartilagem hialina. Fonte: L.C.JUNQUEI-
RA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013
TECIDO CARTILAGINOSO 15

HORA DA REVISÃO!
A substância fundamental corresponde a uma matriz
gelatina hidratada, na qual as fibras e as células estão
imersas. É composta em parte por um líquido chama-
do fluido tissular ou plasma intersticial, derivado do
plasma sanguíneo e de mesma composição; porém a
água presente na substância fundamental não é água
liquida, mas está sob a forma de água de solvatação. A
esse meio aquoso somam-se glicosaminoglicanos, pro-
teoglicanos e glicoproteínas multiadesivas que atuam
como componentes estruturais da matriz extracelular.

SAIBA MAIS!
Nas cartilagens articulares, ocorrem alterações transitórias e regionais no conteúdo de água
durante o movimento articular e quando a articulação está sujeita a pressão. O elevado grau
de hidratação e o movimento da água possibilitam que a matriz cartilaginosa responda a
cargas variáveis de pressão e contribui para a capacidade que a cartilagem tem de sustentar
peso.

Durante toda a vida, a cartilagem so- composição da matriz modifica-se, e


fre remodelação interna contínua, à os condrócitos perdem a sua capaci-
medida que as células renovam as dade de responder a estes estímulos.
moléculas de matriz perdidas por Na periferia da cartilagem hialina, os
processos de degradação. A renova- condrócitos apresentam forma alon-
ção da matriz depende da capacida- gada, com o eixo maior paralelo à
de dos condrócitos de identificar alte- superfície. Mais profundamente, são
rações em sua composição e, a partir arredondados e aparecem em grupos
disso, produzir tipos apropriados de isógenos, contendo até oito células
novas moléculas. Além disso, a ma- originadas de um único condroblas-
triz atua como transdutor de sinal to. As células e a matriz cartilaginosa
para os condrócitos inseridos nela. sofrem retração durante o processo
Por conseguinte, as cargas de pres- histológico, o que explica a forma es-
são aplicadas à cartilagem criam si- trelada dos condrócitos e seu afasta-
nais mecânicos, elétricos e químicos mento da cápsula. Nos tecidos vivos
que ajudam a direcionar a atividade e nos cortes cuidadosamente prepa-
de síntese dos condrócitos. No entan- rados, os condrócitos ocupam total-
to, à medida que o corpo envelhece, a mente as lacunas.
TECIDO CARTILAGINOSO 16

Grupo
isógeno

Gotículas
de lipídeos
Retículo endoplasmático
rugoso
Glicogênio

Matriz
capsular

Fibrilas de
colágeno do
tipo VI

Figura 9. Diagrama das matrizes carti-


laginosas. Fonte: PAWLINA, Wojciech.
Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Matriz Matriz
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, territorial interterritorial
2016

SE LIGA! Citofisiologia dos condróci-


tos – O funcionamento dos condróci-
tos depende de um balanço hormonal
adequado. A síntese de proteoglicanos
é acelerado por tiroxina e testostero-
na, e diminuída por corticosona, hidro-
cortisona e estradiol. O hormônio do
crescimento, produzido pela hipófise,
promove a síntese de somatomedina C
pelo fígado, substância que aumenta a
capacidade sintética dos condroblastos
e a multiplicação dessas células, estimu-
lando o crescimento das cartilagens.

Figura 10. Fotomicrografia da cartilagem hialina Observe


os condrócitos localizados nas lacunas da matriz, e muitos
fazem parte de grupo isógenos. Tanto na parte superior,
quanto na parte inferior, aparece o pericôndrio corado em
rosa. As células do pericôndrio gradualmente se diferen-
ciam em condrócitos. (H&E. Pequeno aumento). Fonte:
L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica:
Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan
Ltda, 2013
TECIDO CARTILAGINOSO 17

CORRELAÇÃO CLÍNICA! Osteoartrite. É uma doença articular degenerativa cuja


patogenia permanece desconhecida, mas sua ocorrência está relacionada ao enve-
lhecimento e com a lesão da cartilagem articular. Caracteriza-se por uma dor arti-
cular crônica com vários graus de deformidade articular e destruição da cartilagem
articular, sobretudo das articulações de sustentação de peso como quadris, joelhos,
mãos, pés e vértebras lombares inferiores. Há redução no conteúdo de proteoglica-
nos, resultando em diminuição do conteúdo de água intercelular na matriz cartilagi-
nosa. Além disso, a síntese de colágeno tipo II e dos proteoglicanos pelo condrócito
é inibida. A osteoartrite não tem cura, e o tratamento resume-se no alívio da dor e da
rigidez para possibilitar maior amplitude do movimento articular. A doença pode es-
tabilizar-se com a idade; no entanto, com mais frequência, ela progride lentamente,
levando, a longo prazo, à incapacidade.

SAIBA MAIS!
Calcificação. A cartilagem hialina está sujeita a sofrer calcificação, um processo em que cris-
tas de fosfato de cálcio são inseridos na matriz cartilaginosa, em três situações:
• Na porção da cartilagem articular em
MATRIZ ÓSSEA
contato com o tecido ósseo em crescimen-
DEPOSITADA
to e os ossos do indivíduo adulto;
• Na cartilagem em que está prestes a ser
ESPÍCULA DE MATRIZ
CALCIFICADA

MEDULA
ÓSSEA substituída por ossos (ossificação endo-
condral) durante o período de crescimento
do indivíduo;
• No adulto, como parte do processo de
ZONA DE CALCIFICAÇÃO
envelhecimento.
CARTILAGEM
HIALINA DA MATRIZ E MORTE DOS
CONDRÓCITOS

Figura 11. Ossificação endocondral – zona de transi-


ção entre o tecido cartilaginoso e o osso. Fonte: http:// Na maioria desses casos, se houver tem-
anatpat.unicamp.br/biossifencondral.html po suficiente, a cartilagem que se calcifica
MATRIZ MATRIZ é substituída por osso. Por exemplo, nos
CARTILAGINOSA
NORMAL
CARTILAGINOSA
CALCIFICADA indivíduos idosos, porções dos anéis carti-
laginosos na traqueia são frequentemente
substituídas por tecido ósseo.
Quando a matriz se torna intensamente
calcificada, os condrócitos são impedidos
CONDRÓCITOS
NORMAIS
de obter seus nutrientes e de excretar seus
resíduos por difusão, o que faz com que
eles se dilatem e morram.
Diversos pesquisadores acreditam que o
processo de remoção da cartilagem envol-
ve um tipo específico de célula, designado
CONDRÓCITOS EM
DEGENERAÇÃO como condroclasto, similar ao osteoclasto,
Figura 12. Cartilagem hialina em degeneração. Fonte: célula característica do tecido ósseo.
http://anatpat.unicamp.br/biossifencondral.html
TECIDO CARTILAGINOSO 18

Condronectina Glicoproteínas Ácido hialurônico

Fibrilas de
Proteoglicanos
Pobre em colágeno colágeno tipo II

Rica em Composição da matriz


Matriz territorial
condroitino - sulfato

Aspecto
Rica em colágeno Matriz interterritorial Regiões da matriz
semitransparente
CARTILAGEM
Pobre em HIALINA
Cápsula pericelular Tipo mais
proteoglicanos Funções
comum no corpo

Fibrilas colágenas
do tipo VI Lubrificação das
articulações sinoviais Onde encontrar

Discos epifisiários
Nariz

Molde cartilaginoso
dos ossos Laringe

Extremidades
anteriores da costela

Anéis da traqueia
e brônquios

Superfícies articulares
TECIDO CARTILAGINOSO 19

Cartilagem elástica
SE LIGA! Com HE, as fibras elásticas
A cartilagem elástica está presente no
são refráteis e eosinófilas; com resorci-
pavilhão auricular (orelha), na tubas na-fucsina, coram-se em violeta escuro;
auditivas, e em peças da cartilagem da com orceína, coram-se em marrom, e,
laringe (como a epiglote e as cartila- com hematoxilina de Verhoeff, em preto.
gens cuneiformes). Basicamente, sua
estrutura é semelhante à cartilagem
hialina, porém inclui, além das fibrilas
de colágeno (principalmente do tipo II),
uma abundante rede de fibras elásti-
cas, contínuas com as do pericôndrio,
de delicadas a grosseiras, ramificadas,
interpostas entre feixes de fibrilas de
colágeno, que lhes dá uma flexibilida-
de muito maior. Devido à presença ele-
vada da elastina, quando examinada a
fresco, a cartilagem elástica apresenta
uma cor mais amarelada e mais opa-
ca do que a cartilagem hialina. Essas
fibras elásticas são mais bem vistas
em cortes com colorações especiais,
como a resorcina-fucsina e a orceína.

Figura 14. Fotomicrografia de corte da cartilagem elás-


tica, corada pelas fibras elásticas. As células não foram
corada. (Coloração pela resorcina. Médio aumento).
Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia
Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan Ltda, 2013

Os condrócitos da cartilagem elásti-


ca são mais abundantes e maiores do
que os da cartilagem hialina. A ma-
triz não é tão abundante quanto a da
Figura 13. Fotomicrografia da cartilagem elástica da cartilagem hialina, e os feixes de fi-
epiglote. Amostra corada em orceína, revelando as fibras
elásticas em marrom, dentro da matriz cartilaginosa. bras elásticas da matriz territorial são
Os núcleos dos condrócitos aparecem em muitas das
lacunas e o pericôndrio é visível na parte superior da fo-
maiores e mais grosseiros do que os
tomicrografia (180x). Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross da matriz interterritorial.
Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan Ltda, 2016
TECIDO CARTILAGINOSO 20

Como a cartilagem hia-


lina, a elástica apresenta
pericôndrio e cresce prin-
cipalmente por aposição,
porém é menos sujeita a
processos degenerativos
do que a hialina. Além
disso, com o processo de
envelhecimento, a ma-
triz da cartilagem elástica
não se calcifica.
Figura 15. Cartilagem elástica da epiglote. (Coloração por hematoxilina de
Verhoeff. 40x). Fonte: Montanari, Tatiana. Histologia: texto, atlas e roteiro
de aulas práticas (recurso eletrônico) / Tatiana Montanari. – 3ª Ed. – Porto
Alegre: Edição do Autor, 2016

Cartilagens
cuneiformes

Melhor visualização com Epiglote


colorações especiais

Maior flexibilidade Laringe

Abundante rede de Tuba auditiva


fibras elásticas

Presença de elastina
Pavilhão auricular

CARTILAGEM
Cor amarelada a fresco Onde encontrar
ELÁSTICA

Condrócitos maiores e Matriz extracelular


em maior quantidade menos abundante
TECIDO CARTILAGINOSO 21

Cartilagem fibrosa (ou inserção de tendões e ligamentos a


fibrocartilagem) ossos. A existência de fibrocartila-
gem nesses locais indica que o tecido
A cartilagem fibrosa é um tecido com
necessita de resistência tanto à com-
características intermediárias entre o
pressão quanto às forças de cisalha-
tecido conjuntivo denso e a cartila-
mento. O grau com que essas forças
gem hialina. É encontrada nos discos
ocorrem se reflete na quantidade de
intervertebrais, na sínfise púbica, nos
componentes de matriz cartilaginosa
meniscos da articulação do joelho, no
presente.
disco articular da articulação tempo-
romandibular (ATM) e em locais de

SAIBA MAIS!
Discos intervertebrais. Interpostos entre as coberturas de cartilagem hialina da superfície
articular de vértebras sucessivas, cada disco contém um centro gelatinoso – núcleo pulposo
– composto de células derivadas da notocorda. Grande parte do núcleo pulposo é circundada
pelo anel fibroso, uma estrutura circular formada por camadas de fibrocartilagem cujas fibras
de colágeno do tipo I apresentam-se verticalmente entre as cartilagens hialinas das duas
vértebras. O anel fibroso dá resistência contra forças de tração, enquanto o núcleo pulposo
resiste a forças de compressão.

Diferente dos outros tipos de cartila-


gem, ela não apresenta pericôndrio,
sendo esse tecido nutrido pelos va-
sos do tecido conjuntivo denso ao
qual está intimamente ligado. A car-
tilagem fibrosa possui uma grande
quantidade de fibras colágenas que
atribui acidofilia à matriz, e uma es-
cassa substância fundamental (ácido
hialurônico, proteoglicanos e glico-
proteínas) limitada à proximidade das
lacunas que contêm os condrócitos.
Os condrócitos estão frequentemen-
te alinhados em fileiras paralelas al-
Figura 16. Fotomicrografia de uma peça de fibrocarti-
ternadas com feixes espessos e gros- lagem (132x). Note o alinhamento dos condrócitos (C)
seiros de colágeno, que se dispõem em fileiras entremeadas com feixes espessoas de fibras
de colágeno (setas). Fonte: GARTNER, Leslie P.; HIATT,
paralelamente às forças de tração a James. L.. Tratado de Histologia em Cores. 3. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2007
que este tecido está submetido.
TECIDO CARTILAGINOSO 22

As células na fibrocartilagem sinte-


tizam uma ampla variedade de mo-
léculas da matriz extracelular, não
apenas durante o seu estágio de de-
senvolvimento, mas também duran-
te o seu estado maduro totalmente
diferenciado. Em consequência, a fi-
brocartilagem tem a capacidade de
responder a mudanças no ambien-
te externo (como forças mecânicas,
alterações nutricionais e mudanças
nos níveis de hormônios e fatores de
crescimento). A matriz extracelular da
cartilagem fibrosa contém quantida-
des significativas de colágeno do tipo
I e do tipo II, cujas proporções podem
variar. Assim, por exemplo, os menis-
cos da articulação do joelho contêm
apenas uma pequena quantidade de
Figura 17. Fotomicrografia da fibrocartilagem. (Colo- colágeno do tipo II, enquanto o disco
ração pelo picrosirius – hematoxilina. Médio aumento)
Fonte: L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia intervertebral contém quantidades
Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara iguais de fibras colágenas do tipo I e
Koogan Ltda, 2013
do tipo II. Além disso, em idosos, há
maior quantidade de colágeno do tipo
II, em virtude da atividade metabólica
dos condrócitos.
TECIDO CARTILAGINOSO 23

Discos intervertebrais

Sínfise púbica

Intermediário
entre tecido conjuntivo ATM
denso e cartilagem
Influência em sua hialina
composição Joelho

Resistência a compressão
Onde encontrar Tendões e ligamentos
e cisalhamento
FIBROCARTILAGEM
Condrócitos alinhados Elevada quantidade
em fileiras paralelas de fibras colágenas

Acidofilia
Não apresenta Escassa substância
pericôndrio fundamental

Nutrição pelos vasos do


tecido conjuntivo denso
TECIDO CARTILAGINOSO 24

SAIBA MAIS!
Reparo da cartilagem. A cartilagem é capaz de tolerar um estresse intenso e repetitivo consi-
derável. No entanto, quando danificada, manifesta incapacidade notável de cicatrização, até
mesmo em lesões mais simples. Tal fato se deve à natureza avascular da cartilagem, à imo-
bilidade dos condrócitos e à capacidade limitada de proliferação dos condrócitos maduros.
Pode ocorrer alguma reparação, mas apenas quando a lesão envolve somente o pericôndrio.
Nesse caso, a reparação resulta da atividade de células progenitoras pluripotentes localizada
no pericôndrio e envolve principalmente a produção de tecido conjuntivo denso.

CORRELAÇÃO CÍNICA. Condrossar-


comas. Os condrossarcomas são, geral-
mente, tumores malignos de crescimen-
to lento, caracterizados pela secreção
de matriz cartilaginosa. Tais tumores
são os segundos tumores do ossos pro-
dutores de matriz mais comuns depois
dos osteossarcomas (tumores malignos
formadores de osso). Mais frequentes
em homens e em indivíduos acima de
45 anos de idade. Os condrossarcomas
originam-se predominantemente no es-
queleto axial, sobretudo nas vértebras,
ossos pélvicos, costelas, escápula e es-
terno, e nas extremidades proximais de
ossos longos. O sintoma mais comum
consiste em dor profunda, frequente-
mente presente por vários meses e de
caráter geralmente vago. Os condros-
sarcomas raramente metastatizam, e
são compostos de cartilagem hialina, Figura 18. Fotomicrografia de um condrossarcoma
que infiltra a cavidade da medula óssea de menor agressividade da epífise de um osso longo.
e circunda as trabéculas ósseas existen- Mostra massa tecidual de condrossarcoma infiltrando
tes. O tratamento é principalmente cirúr- os espaços intertrabeculares da medula óssea. Observe
condrócitos malignos em vários estágios de maturida-
gico para retirada do tumor. de. (H&E. 240X) Fonte: PAWLINA, Wojciech. Ross
Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan Ltda, 2016
TECIDO CARTILAGINOSO 25

CARACTERÍSTICAS CARTILAGEM HIALINA CARTILAGEM ELÁSTICA CARTILAGEM FIBROSA


Discos intervertebrais,
Nariz, laringe, costelas, tra-
Pavilhão auricar, tuba sínfise púbica, ATM, joe-
LOCALIZAÇÃO queia, brônquios e superfí-
auditiva e laringe lhos, punho e inserções
cies articulares
dos tendões
Resiste à compressão
Lubrificação de superfícies
articulares
Proporciona superfície Resiste à deformação em
FUNÇÃO Suporte estrutural no siste-
flexível aos tecidos moles caso de estresse
ma respiratório
Formação do osso (ossifica-
ção endocondral)
Presente (exceto em carti-
PERICÔNDRIO lagens articulares e discos Presente Ausente
epifisiários)
SOFRE CALCIFICAÇÃO Sim Não Sim
ASPECTOS CARACTE- Fibrilas colágenas do tipo Fibrilas colágenas dos
Fibrilas colágenas do tipo II
RÍSTICOS DA MATRIZ II, fibras elásticas tipos I e II
Tabela 1. Comparativa dos três tipos de cartilagem – Adaptada de Ross Histologia: Texto e Atlas, 7º ed. 2016)
TECIDO CARTILAGINOSO 26

Suporte de
tecidos moles
Firme e flexível
Revestimento de Produção da matriz
superfícies articulares extracelular
Tipo + comum
Formação e crescimento
de ossos longos Células Condroblastos

Discos epifisiários Hialina


Funções Condrócitos
Articulações
sinoviais
Proteoglicanos
Ossificação
endocondral
TECIDO
Tipos Componentes Glicoproteínas
CARTILAGINOSO
Abundante rede
de fibras elásticas
Matriz Ácido hialurônico

Maior flexibilidade Elástica


Fibras elásticas
Crescimento e/ou colágenas
Não contém
pericôndrio
Fibrilas colágenas
Resistência a com- Aposicional Intersticial
pressão e cisalhamento
Fibrosa Pericôndrio Difusão de nutrientes
Elevada quantidade Diferenciação
de fibras colágenas Divisão mitótica
e multiplicação
de condrócitos
de células do
preexistentes
pericôndrio
TECIDO CARTILAGINOSO 27

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
http://www.ufrgs.br/biologiacelularatlas/nucleo.htm
https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/ossificacao-endocondral/
http://projetos.unioeste.br/projetos/microscopio/index.php?option=com_phocagallery&-
view=category&id=40&Itemid=120
PAWLINA, Wojciech. Ross Histologia: Texto e Atlas. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
gan Ltda, 2016
GARTNER, Leslie P.; HIATT, James. L.. Tratado de Histologia em Cores. 3. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2007
L.C.JUNQUEIRA; CARNEIRO, José. Histologia Básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan Ltda, 2013
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