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5 A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS - Escatologia Geral - 1 A Segunda Vinda de Cristo - P1

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ESCATOLOGIA: A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS

ESCATOLOGIA GERAL
5. SEGUNDA VINDA DE CRISTO
Primeira parte
Os profetas não distinguiram claramente uma dupla vinda de Cristo, mas o próprio Senhor e os apóstolos deixam
claro que à 1ª vinda seguir-se-á uma 2ª.
• Jesus se referiu ao Seu retorno mais de uma vez, nos últimos dias do Seu ministério público, Mt 24.30; Mt
25.19,31; Mt 26.64; Jo 14.3.
• Quando de Sua ascensão, anjos apontaram para o Seu regresso, At 3.20,21; Fp 3.20; 1Ts 4.15,16; 2Ts 1.7,10;
Tt 2.13; Hb 9.28.
Vários termos são empregados para denotar este evento. Eis os mais importantes:
(1) ‘apocalypsus’ (Apocalipse: desvendamento, revelação): indica a remoção daquilo que agora obstrui a nossa
visão de Cristo, 1Co 1.7; 2Ts 1.7; 1Pe 1.7,13; 1Pe 4.13;
(2) ‘epiphaneia’ (Epifania: aparecimento, manifestação): refere-se à vinda de Cristo, saindo Ele de um substrato
oculto com as ricas bênçãos da salvação, 2Ts 2.8; 1Tm 6.14; 2Tm 4.1,8; Tt 2.13;
(3) ‘parousia’ (Parusia: literalmente, presença), que assinala a vinda que precede a presença ou que resulta na
presença, Mt 24.3,27,37; 1Co 15.23; 1Ts 2.19; 1Ts 3.13; 1Ts 4.15; 1Ts 5.23; 2Ts 2.1-9; Tg 5.7,8; 2Pe 1.16;
2Pe 3.3,4,12; 1Jo 2.28.
A. A 2ª VINDA: UM EVENTO ÚNICO.
Dispensacionalistas distinguem duas vindas futuras de Cristo. Às vezes procuram manter a unidade da ideia da
2ª vinda falando dela como dois aspectos daquele grande evento. Mas, desde que as duas são, na realidade,
apresentadas como dois eventos diferentes, separados por um período de vários anos, cada qual com seu
propósito, dificilmente poderão ser consideradas como um evento único. Vejamos:
• 1ª. A ‘paurosia’, ou simplesmente “a vinda”:
o Resulta no arrebatamento dos santos, às vezes descrito como sendo secreto.
o É iminente, isto é, pode ocorrer a qualquer momento.
o Não há eventos preditos que devam preceder sua ocorrência.
o A opinião dominante é: Cristo não descerá à terra, mas permanecerá nas alturas.
o Os que morrem no Senhor ressuscitarão dos mortos, os santos vivos serão transfigurados, e juntos recolhidos
para encontrar-se com o Senhor nos ares. Daí, esta vinda é também denominada “vinda para os Seus santos”,
1Ts 4.15,16.
o Seguir-se-á um intervalo de 7 anos, no qual alguns eventos ocorrem:
a. O mundo será evangelizado, Mt 24.14,
b. Israel se converterá, Rm 11.26,
c. Ocorrerá a grande tribulação, Mt 24.21,22, e
d. O anticristo ou homem do pecado será revelado, 2 Ts 2.8-10.
• 2ª. A ‘revelação’ ou ‘dia do Senhor’: Após estes eventos, o Senhor virá com os seus santos, 1Ts 3.13
(‘parousia’), e descerá à terra. Esta vinda não pode ser iminente, porque terá que ser precedida por diversos
eventos preditos. Nesta vinda, Cristo julgará as nações existentes, Mt 25.31-46, e introduzirá o reino milenar.
Assim, teríamos duas vindas distintas do Senhor, separadas por um período de 7 anos, das quais, uma é iminente
e a outra não, uma é seguida pela glorificação dos santos, e a outra pelo julgamento das nações e pelo
estabelecimento do reino. Esta elaboração da doutrina da 2ª vinda é muito conveniente para os
dispensacionalistas, visto que facilita a defesa da ideia de que a vinda do Senhor é iminente, mas não tem base
na Bíblia, mas traz implicações antibíblicas.
Em 2Ts 2.1,2,8, ‘parousia’ e “dia do Senhor” são usados um pelo outro e em 2Ts 1.7-10, a revelação no v.7 não
se ajusta sincronicamente à ‘parousia’ de que fala o v.10. Mt 24.19-31 mostra a vinda do Senhor e os eleitos
sendo reunidos imediatamente, após a grande tribulação referida no contexto, ao passo que, de acordo com a
teoria em foco, deverá ocorrer antes da tribulação.

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Finalmente, segundo esta teoria, a igreja não passará pela grande tribulação, que é apresentada em Mt 24.4-26
em sincronia com a grande apostasia, mas a descrição bíblica em Mt 24.22; Lc 21.36; 2 Ts 2.3; 1 Tm 4.1-3; 2
Tm 3.1-5; Ap 7.14 é completamente diferente.
COM BASE NA BÍBLIA, PORTANTO, A 2ª VINDA DO SENHOR SERÁ UM ÚNICO EVENTO.
Mesmo entre premilenistas há os que discordam da doutrina de uma dupla 2ª vinda de Cristo, e se referem a ela
como uma novidade sem fundamento:
Frost: “Não é um fato sabido em geral, e, não obstante, é incontestável que a doutrina da ressurreição e do
arrebatamento anteriores à tribulação é uma interpretação moderna – sou tentado a dizer, uma invenção
moderna”. Diz ainda, que ela se originou nos dias de Irving e Darby.
Alexander Reese, apresenta um forte argumento contra esta ideia em sua obra sobre O Impendente Advento de
Cristo (The Approaching Advent of Christ).
B. OS GRANDIOSOS EVENTOS QUE PRECEDERÃO A ‘PAROUSIA’.
Segundo as Escrituras, o retorno do Senhor não deve ser entendido como sendo eminente, pois importantes
eventos deverão ocorrer antes que ele ocorra, ou seja, à luz da Escritura, não se pode afirmar que não haja
eventos preditos que deverão ocorrer antes da 2ª vinda.
Frost, a despeito do seu dispensacionalismo, rejeita a doutrina da iminência. Ele prefere falar da vinda de Cristo
como “impendente” (prestes a acontecer).
Aparentemente, a doutrina da iminência da volta de Cristo apoia-se nas declarações bíblicas de que Cristo virá
“dentro de pouco tempo”, Hb 10.37; ou “sem demora”, Ap 22.7; nas exortações para que vigiemos e esperemos
por Sua vinda, Mt 24.42; Mt 25.13; Ap 16.15; e no fato de que a Escritura condena a pessoa que diz, “Meu
Senhor demora-se” (ou, “retarda a sua vinda”), Mt 24.48. Jesus ensinava que a Sua vinda estava próxima, porém
isto não é o mesmo que ensinar que era iminente:
• 1º - Deve-se ter em mente que, ao falar de Sua vinda, Cristo nem sempre está pensando na vinda escatológica.
Às vezes Ele se refere à Sua vinda em poder espiritual no dia de Pentecoste; às vezes à Sua vinda em
julgamento, na destruição de Jerusalém.
• 2º - Cristo e os apóstolos ensinam que ocorrerão vários eventos importantes antes do Seu retorno físico no
último dia, Mt 24.5-14,21,22,29-31; 2Ts 2.2-4. Portanto, Cristo não descreve a Sua vinda como iminente.
• 3º - É evidente que, quando Ele falava da Sua vinda como próxima, não tencionava retratá-la como
imediatamente às portas. Exemplos:
o A parábola dos talentos: Jesus ensina que o senhor dos servos voltou para ajustar contas com eles
“depois de muito tempo”, Mt 25.19. Foi contada justamente com o propósito de corrigir a noção de “que
o reino de Deus havia de manifestar-se imediatamente”, Lc 19.11.
o A parábola das 10 virgens: Trata da demora do noivo – “tardando o noivo”, Mt 25.5.
o O apóstolo Paulo: Vejamos a harmonia com o que ele diz em 2Ts 2.2.
o O apóstolo Pedro: “Onde está a promessa da sua vinda?” (ou, “onde está o dia da sua vinda?”). Vemos
as predições da proximidade da 2ª vinda conforme o ponto de vista divino, segundo o qual um dia é
como mil anos, e mil anos como um dia, 2Pe 3.3-9. (v. Sl 90.4)
Dizer que Jesus ensinava a 2ª vinda como logo, às portas seria dizer que Ele errou, pois já se passaram quase
2.000 anos desde aquele tempo. Como então podemos ser concitados a velar pela Sua vinda? Jesus nos ensina a
vigiar atentando para os sinais: “quando virdes todas estas cousas, sabei que está próximo, às portas”, Mt
24.32,33. Mas não precisamos interpretar a exortação à vigilância como uma exortação a esquadrinhar os céus
em busca de sinais imediatos do aparecimento do Senhor. Antes, devemos ver nela uma admoestação para
estarmos despertos, alerta, preparados, ativos na realização da obra do Senhor, para não sermos surpreendidos
por repentina calamidade. Os seguintes eventos grandiosos devem preceder a vinda do Senhor.
1. O CHAMAMENTO DOS GENTIOS.
• Passagens do Novo Testamento assinalam o fato de que o Evangelho do Reino deverá ser pregado a todas as
nações antes da volta do Senhor, Mt 24.14; Mc 13.10; Rm 11.25.

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• Atestam outros textos que gentios entrarão no Reino em grande número, na nova dispensação, Mt 8.11; Mt
13.31,32; Lc 2.32; At 15.14; Rm 9.24-26; Ef 2.11-20, e outras passagens.
Estes textos tratam, claramente, da evangelização de todas as nações como a meta da história. Dificilmente
funcionará dizer que o Evangelho já foi proclamado entre todos os povos, nem que as ações de um único
missionário em cada uma das nações do mundo preenchem todos os requisitos da afirmação de Jesus. Também é
igualmente impossível sustentar que as palavras do Salvador requerem a pregação do Evangelho a todos os
indivíduos das diferentes nações do mundo. Contudo, eles exigem que essas nações, como nações, sejam
completamente evangelizadas, de modo que o Evangelho se torne um poder na vida do povo, um sinal que
reclama decisão. Deve ser pregado a elas para testemunho, para poder-se dizer que lhes foi dada uma oportunidade
para se decidirem pró ou contra Cristo e Seu reino. Essas palavras implicam claramente que a grande comissão
deve ser levada a cabo em todas as nações do mundo, a fim de se fazerem discípulos de todas as nações, isto é,
dentre o povo de todas as nações. Todavia, elas não justificam a expectação de que todas as nações, de maneira
total e completa, aceitarão o Evangelho, mas somente que se encontrarão adeptos em todas as nações e, assim,
essa proclamação servirá de instrumento para chegar-se à plenitude dos gentios. No final dos tempos poder-se-
á dizer que a todas as nações foi dado conhecer o Evangelho, e o Evangelho testificará contra as nações que não
o aceitaram.
Muitos dispensacionalistas têm um conceito diferente desta matéria. Não crêem que a evangelização do
mundo precisa ser, nem que será completada antes da ‘parousia’, que é iminente. De acordo com eles, ela
realmente começará naquela ocasião. Eles assinalam que o Evangelho indicado em Mt 24.14 não é o Evangelho
da graça de Deus em Jesus Cristo, mas o Evangelho do Reino, que é completamente diferente, as boas novas de
que o Reino mais uma vez está às portas. Depois que a igreja for removida deste cenário terreno, e com ela retirar-
se o Espírito Santo que nela habita – quer dizer, após terem sido restauradas as condições do Velho Testamento
– só então o Evangelho com o qual Jesus começou o seu ministério tornará a ser pregado. A princípio será pregado
pelos que foram convertidos pelo própria remoção da igreja, e mais tarde, talvez por Israel convertido e um
mensageiro especial, ou, particularmente durante a grande tribulação, pelo remanescente fiel de Israel. Essa
pregação será grandemente eficaz, muito mais eficaz que a pregação do Evangelho da graça de Deus. Será nesse
período que os 144.000 e a grande multidão que ninguém poderá contar, de Ap 7, se converterão. E dessa maneira
se cumprirá a predição de Jesus registrada em Mt 24.14. Os premilenistas mais antigos não criam desta forma, e
mesmo agora é rejeitada por alguns dos premilenistas atuais, e, certamente, não se recomenda a nós. A distinção
entre um duplo Evangelho e uma dupla vinda do Senhor é insustentável. O Evangelho da graça de Deus em Jesus
Cristo é o único Evangelho que salva e que dá entrada no reino de Deus. E é absolutamente contrário à história
da revelação, que um regresso às condições do Velho Testamento, incluída a ausência da igreja e do Espírito
santo que nela habita, seja mais eficaz que a pregação do Evangelho da graça de Deus em Jesus Cristo e do que
o dom do Espírito Santo.
2. CONVERSÃO DO PLEROMA1 DE ISRAEL. Tanto o Velho Testamento como o Novo falam de uma futura
conversão de Israel, Zc 12.10; Zc 13.1; 2Co 3.15,16, e Rm 11.25-29 parece relacionar isto com o fim dos tempos.
Premilenistas dizem que haverá uma restauração e uma conversão nacionais de Israel, que a nação judaica será
restabelecida na Terra Santa, e que isso terá lugar imediatamente antes ou durante o reino milenar de Jesus Cristo.
É muito duvidoso, porém, que a Escritura dê base para a expectação de que Israel, nesses tempos finais, será
restabelecido como nação2 que se converterá ao Senhor. Algumas profecias parecem predizer isso, mas devem
ser lidas à luz do Novo Testamento.
O Novo Testamento justifica a expectação de uma futura restauração e conversão de Israel? Isto não é
ensinado, nem sequer implicitamente, em passagens como Mt 19.28 e Lc 21.24, frequentemente citadas em seu
favor. O Senhor falou com muita clareza da oposição dos judeus ao espírito do Seu reino, e da certeza de que

1 Cl 2.9 – Pleroma = plenitude


2 A primeira edição da Teologia Sistemática de L. Berkhof data de agosto de 1938. Dez anos depois de Israel foi restabelecido na Palestina,

sem que se tenha estabelecido o reino milenar nos termos apregoados pelos premilenistas em foco. E continua de pé a questão sobre
se as profecias bíblicas prometem a conversão de Israel como nação. Nota do tradutor.

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eles, que num sentido podiam ser chamados filhos do Reino, perderiam o seu lugar nele, Mt 8.11,12; Mt 21.28-
46; Mt 22.1-14; Lc 13.6-9. Ele informa os judeus ímpios que o Reino será tirado deles e dado a uma nação que
produz frutos dignos do Reino, Mt 21.43. E mesmo quando fala das diversas formas de corrupção que, com o
correr do tempo, se insinuariam na igreja, das dificuldades que ela enfrentaria, e da apostasia que finalmente lhe
sobreviria, Ele não dá a entender nenhuma prospectiva restauração e conversão do povo judeu. Este silêncio de
Jesus é muito significativo. Ora, pode-se pensar que Rm 11.11-32 certamente ensina a futura conversão da nação
de Israel. Muitos comentadores adotam esta ideia, mas há considerável dúvida. Em Rm 11.9-11 o apóstolo discute
a questão sobre como as promessas de Deus a Israel podem ser conciliadas com a rejeição da maior parte de
Israel. Primeiramente, ele assinala em Rm 9 e 10 que a promessa se aplica, não a Israel segundo a carne, mas ao
Israel espiritual; e, em segundo lugar, que Deus ainda tem os seus eleitos no seio de Israel, que ainda há nele um
remanescente conforme a eleição da graça, Rm 11.1-10. E mesmo o endurecimento da maior parte de Israel ainda
não é o derradeiro fim para Deus, mas, antes, um meio em Suas mão para levar a salvação aos gentios, a fim de
que estes, por sua vez, pelo gozo das bênçãos da salvação, provoquem a inveja de Israel. O endurecimento de
Israel sempre será parcial, pois, através dos sucessivos séculos, sempre haverá alguns que aceitam o Senhor. Deus
continuará reunindo os Seus eleitos remanescentes dos judeus durante toda a nova dispensação, até à plenitude
(pleroma, isto é, o número total dos eleitos) dos gentios, e, assim, todo o Israel (seu pleroma, isto é, o número
total dos verdadeiros israelitas) será salvo. “Todo o Israel” deve ser entendida como um designativo, não da
nação toda, mas do número total dos eleitos, do povo da antiga aliança. Os premilenistas tomam Rm 11.26 no
sentido de que, após Deus ter completado o Seu propósito com os gentios, a nação de Israel será salva. Mas, no
início da sua discussão do assunto, em Rm 9.6-8, disse o apóstolo que as promessas eram para o Israel espiritual;
não há evidência de mudança do pensamento na seção intermediária, de sorte que esta viria como uma surpresa
em Rm 11.26; e o advérbio ‘houtos’ não pode significar “depois disso”, mas unicamente “desta maneira”
(“assim”). Com a plenitude dos gentios se entraria também na plenitude de Israel.
3. A GRANDE APOSTASIA E A GRANDE TRIBULAÇÃO. Acham-se ligadas no discurso escatológico de
Jesus, Mt 24.9-12,21-24; Mc 13.9-22; Lc 21.22-24. Há parcial cumprimento nas palavras de Jesus nos dias que
precedem a destruição de Jerusalém, mas é claro que terão cumprimento maior no futuro, numa tribulação que
sobrepujará tudo quanto já foi experimentado, Mt 24.21; Mc 13.19. Paulo também fala da grande apostasia em
2Ts 2.3; 1Tm 4.1; 2Tm 3.1-5. Ele já via algo desse espírito de apostasia em seus dias, mas se vê claramente que
ele quer calcar em seus leitores que essa apostasia assumirá proporções muito maiores nos últimos dias. Aqui, de
novo, os dispensacionalistas dos dias presentes divergem de nós. Eles não consideram a grande tribulação como
precursora da vinda de Jesus (‘parousia’), mas acreditam que se dará em seguida à “vinda” e que, portanto, a
igreja não passará pela grande tribulação. O que supõem é que a igreja será “arrebatada” para estar com o Senhor,
antes de sobrevir a tribulação, com todos os seus terrores, aos habitantes da terra. Eles preferem falar da grande
tribulação como “o dia da aflição de Jacó”, visto que será um dia de grande angústia para Israel, e não para a
Igreja. Mas os fundamentos que eles aduzem para este conceito não são muito convincentes. Alguns deles extraem
toda força que podem da sua própria noção preconcebida de uma dupla segunda vinda de Cristo, e, portanto, não
tem nenhum sentido para os que estão convictos de que não há prova dessa dupla vinda na Escritura.
Jesus menciona a grande tribulação como um dos sinais da Sua vinda e do fim do mundo, Mt 24.3. É dessa
vinda (‘parousia’) que Ele está falando através de todo esse capítulo, como se pode ver pelo emprego repetido
da palavra ‘parousia’, Mt 24.3,37,39. É simplesmente razoável supor que Ele está falando da mesma vinda no
v.29, vinda que se seguirá imediatamente à tribulação. Essa tribulação afetará os eleitos também: correrão perigo
de extraviar-se, Mt 24.24; por amor deles esses dias serão abreviados, v.22; serão reunidos dos quatro cantos do
mundo por ocasião da vinda do Filho do homem, v.31; e serão encorajados a erguer as cabeças quando virem
acontecer essas coisas, visto estar próxima a sua redenção, Lc 21.28. Não há base para limitar esses eleitos de
Israel, como fazem os premilenistas. Paulo descreve claramente a grande apostasia como anterior à segunda
vinda, 2Ts 2.3, e lembra a Timóteo o fato de que tempos difíceis sobrevirão nos últimos dias, 1Tm 4.1,2; 2Tm
3.1-5. Em Ap 7.13,14 se diz que os santos no céu saíram da grande tribulação, e em Ap 6.9 vemos esses santos
orando por seus irmãos que ainda estavam sofrendo perseguição.

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