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Jamir Lopes TCC USP
Jamir Lopes TCC USP
Jamir Lopes TCC USP
SANTOS - SP
2020
JAMIR FERREIRA LOPES
SANTOS – SP
2020
JAMIR FERREIRA LOPES
Banca Examinadora:
_____________________________________________
Convidado:
_____________________________________________
Convidado:
Agradecimentos
À Prefeitura Municipal de Santos -
Secretaria Municipal de Cultura;
Mário de Andrade
RESUMO
This study aims to review the theoretical foundations and reflect on contemporary
concepts in the culture field. Analyzing, in particular, the current phase of public
cultural management in Santos and the application of the Municipal Culture Plan -
sanctioned by the Municipal Mayor, through Law No. 3,372 of July 11 th, 2017. This
project may be an important reference for the Public Consultation to be held in 2020,
with the purpose of analyzing, simplifying and updating the Santos Culture Plan. This
monograph presents the National Culture Plan, situates the context and justifies the
City Plan presented here with historical, social, economic and demographic
conditions of Santos, as well as a diagnosis of the Cultural Sector (its administrative
and legal structure, its cultural equipments and main actions), which provided
grounds for the development of the Plan.
INTRODUÇÃO................................................................................................13
1. O CAMPO DA CULTURA.........................................................................14
1.1 Conceitos de cultura.................................................................................14
5.2.1 Os Desafios...................................................................................65
5.2.2 As Diretrizes..................................................................................65
5.2.3 As Estratégias...............................................................................66
5.3 O Sistema Municipal de Financiamento à Cultura................................66
5.3.1 O Fundo Municipal de Cultura – FACULT....................................66
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................71
ANEXOS......................................................................................................73
ANEXO 1 Tabela de Caracterização do Município.....................................73
ANEXO 2 -- Análise da Implementação do PMC de Santos..................... 82
INTRODUÇÃO
Este processo teve início quando em 13 de novembro de 2013 foi firmado o “Acordo
de Cooperação Federativa”, assinado entre o governo federal por intermédio do
então Ministério da Cultura, a Prefeitura Municipal de Santos e a Secretaria
Municipal de Cultura para a elaboração do nosso Plano. A partir de então, nesta
época, a cidade contou com auxílio do Programa de Assistência Técnica à
Elaboração de Planos Municipais de Cultura de Capitais e Cidades de Regiões
Metropolitanas (2013), que teve a participação de 20 municípios de todo o Brasil,
todos contemplados com a capacitação de elaboração.
A adesão do município ao Sistema Nacional de Cultura (SNC) trouxe um novo ritmo
aos diálogos para a consolidação da política cultural na cidade. Foram realizados
vários encontros em todas as regiões do município, cujas informações fazem parte
do diagnóstico do Plano de Cultura; proposta da política cultural para o decênio de
2017 a 2027.
Definir o que é cultura não é uma tarefa simples. A cultura evoca interesses
multidisciplinares, sendo estudada em áreas como sociologia, antropologia, história,
comunicação, administração, economia, entre outras. Em cada uma dessas áreas, é
trabalhada a partir de distintos enfoques e usos. Tal realidade concerne ao próprio
caráter transversal da cultura, que perpassa diferentes campos da vida cotidiana.
15
Além disso, a palavra “cultura” também tem sido utilizada em diferentes campos
semânticos em substituição a outros termos como “mentalidade”, “espírito”,
“tradição” e “ideologia” (CUCHE, 2002).
A Constituição Federal brasileira, em seu artigo 215, prevê que o Estado garantirá a
todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional,
e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
No texto constitucional, é possível encontrar alguns exemplos do que a doutrina
especializada usualmente considera como espécies de direitos culturais. São eles:
o direito autoral (artigo 5º, XXVII e XXVIII), o direito à liberdade de expressão da
atividade intelectual, artística, científica e de comunicação (artigos 5º, IX, e 215, §3º,
II), o direito à preservação do patrimônio histórico e cultural (artigos 5º, LXXIII, e
215, §3º, inciso I); o direito à diversidade e identidade cultural (artigo 215, caput,
§ 1º, 2º, 3º, V, 242, § 1º); e o direito de acesso à cultura (artigo 215, §3º, II e IV).
vale uma liberdade de pensamento se não posso expressá-lo de modo que faça
realmente sentido? Não basta que me seja garantido o direito de subir num caixote
em praça pública e dizer o que me passa pela cabeça. Importa que essa liberdade
possa ser exercida no interior de um sistema no quais palavras e atos façam pleno
sentido entramado, e esse sistema tem um nome hoje: vida cultural”
Assim, fica claro que o respeito aos direitos humanos, é condição indispensável
para que uma determinada tradição cultural seja fomentada.
18
Por fim, como bem discursou o respeitado diplomata ganês Kofi Annan (2001) [1]
[1]. O referido texto é parte do discurso do ex-Secretário Geral das Nações Unidas e Nobel da Paz, Kofi Annan, dirigido à
Assembleia Geral, no dia 10 de novembro de 2001.
19
Por sua vez, o reconhecimento do caráter público de uma política cultural se instala
como mais um dilema na definição deste termo. Para além do aparato institucional
do Estado, as políticas culturais podem ser realizadas por inúmeros setores e
agentes sociais, inclusive atuando em conjunto. Este é, particularmente, um
alinhamento exigido pelas novas demandas sociais emergidas das constantes
transformações culturais observadas na contemporaneidade. A transversalidade do
campo cultural, apontado por Rubim (2006), que perpassa todas as áreas da vida
social, tais como economia, comunicação, direito, comportamento, diversidade,
política (trans) nacional, exige das políticas culturais uma articulação capaz de
romper as fronteiras da dimensão sociológica da cultura.
Como apresentado pela filósofa Marilena Chauí (2006), a política cultural não pode
limitar-se às tradições oligárquicas e autoritárias, a partir do Estado, cuja relação
com o setor cultural pode ser resumida em quatro principais modalidades: A Liberal,
que identifica cultura e belas-artes, estas últimas consideradas a partir da diferença
clássica entre artes liberais e servis. Na qualidade de artes liberais, as belas-artes
são vistas como privilégio de uma elite escolarizada e consumidora de produtos
culturais; A do Estado Autoritário, na qual o Estado se apresenta como produtor
oficial de cultura e censor da produção cultural da sociedade civil; A Populista, que
manipula uma abstração genericamente denominada cultura popular, entendida
como produção cultural do povo e identifica como o pequeno artesanato e o folclore,
isto é, com a versão popular das belas artes e da indústria cultural; e A Neoliberal,
que identifica cultura e evento de massa, consagra todas as manifestações do
narcisismo desenvolvidas pela “mass media” (jornal, rádio, televisão etc.), e tende a
privatizar as instituições públicas de cultura deixando-as sob a responsabilidade de
empresários culturais. (CHAUÍ, 2006).
20
Ainda nesta mesma linha, Coelho (2011) destaca que “cabe ao Estado preservar a
vida cultural que existe não criar uma, produzir uma. O Estado contemporâneo não
produz cultura, apenas cria as condições para que a cultura aconteça”. Conforme
demonstrado, o acesso à cultura é um direito fundamental em razão das funções
que ocupa na sociedade, possibilitando entender o mundo e atuar sobre sua
transformação.
Dessa forma, e ainda de acordo com Durand, os indicadores podem ser úteis em
duas esferas de atuação distintas e que, muitas vezes, não dialogam entre si: na
gestão pública ou privada da cultura; na interpretação do meio cultural, ou seja, para
a compreensão dos fenômenos culturais. Como ferramenta de gestão e de políticas
culturais, os indicadores podem apontar com clareza os avanços ou retrocessos de
determinadas políticas ou de programas, comparando seus resultados com os
objetivos específicos previamente definidos. O professor Enrique Saravia, da
Fundação Getúlio Vargas (FGV/Rio) afirma que, quanto às características, os
indicadores podem ser: Estratégicos - quando se referem a metas; de
Sustentabilidade - quando aferem a consecução de propósitos de políticas; de
Resultado - quando avaliam o desempenho de programas e projetos determinados;
de Atividade - quando apontam características de desempenho.
24
O Plano Nacional de Cultura (PNC) foi sancionado pela Lei Federal nº 12.343/2010,
de 02 de dezembro de 2010, com duração de 10 anos (2010-2020) e cria o Sistema
Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC). O PNC, composto de 36
estratégias, 275 ações e 53 metas, consiste em um conjunto de diretrizes e
estratégias “cujo objetivo é orientar o desenvolvimento de programas, projetos e
ações culturais que garantam a valorização, o reconhecimento, a promoção e a
preservação da diversidade cultural existente no Brasil”, e passa a ser o eixo
norteador para a implantação de uma visão ampla sobre as três dimensões da
cultura:
a) a simbólica: todos os seres humanos têm a capacidade de criar
símbolos, expressados através das práticas culturais diversas, relacionadas às
necessidades e ao bem-estar do homem enquanto ser individual e coletivo;
b) a cidadã: um direito básico do cidadão conforme previsto da
Constituição Federal, incluindo a cultura como mais um dos direitos sociais, ao lado
da educação, saúde, trabalho, moradia e lazer, bem como os mecanismos de
participação social, formação, relação da cultura com a educação e promoção da
livre expressão e salvaguarda do patrimônio e da memória cultural; e
c) a econômica: como vetor econômico, considerando o potencial da
cultura para gerar dividendos, produzir lucro, emprego e renda, assim como
estimular a formação de cadeias produtivas que se relacionam às expressões
culturais e à economia criativa. No ano de 2012, dia 29 de novembro, com intensa
participação da sociedade civil e o respaldo do Ministério da Cultura, aprova-se a
Emenda Constitucional nº 71, acrescentando o artigo 216-A a Constituição Federal,
instituindo assim, um dos marcos legais de maior importância para a cultura no país,
o Sistema Nacional de Cultura, “organizado em regime de colaboração, de forma
descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta
de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os
entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento
humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais”.
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 2012).
Santos foi alçada à categoria de cidade em 1839, pela Lei nº 122, assinada pelo
presidente da Província de São Paulo, Venâncio José Lisboa. A partir de meados do
século XIX, diante do crescimento da economia brasileira por conta da produção
cafeeira, Santos iniciou um processo de intensa transformação. Por conta do porto,
a cidade santista experimentou primeiro uma série de novidades que chegavam da
Europa, como a fotografia, o transporte em bondes, o teatro, o cinema, o sorvete,
entre outras coisas. O advento da ferrovia, a partir de 1867, trouxe um crescimento
exacerbado e a cidade, ocupada de maneira descontrolada, mergulhou em
profundas crises sanitárias, que culminaram em milhares de mortes causadas por
doenças transmitidas por ratos e insetos. Rios e córregos estavam poluídos, além do
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que o avanço da cidade para a área da orla do mar estava impedido por conta de
terras alagadas e instáveis, por serem pântanos salgados.
Santos está situada na região Sudeste do Brasil, litoral do Estado de São Paulo e
faz limites com Santo André e Mogi das Cruzes ao norte, com o Oceano Atlântico e
Guarujá, ao sul, com Bertioga a leste e com Cubatão e São Vicente a oeste.
Conforme Censo IBGE Cidades de 2010, Santos tem uma população estimada em
2019 de 433.311 habitantes, densidade demográfica de 1.494,26 hab./km² e IDH –
Índice de Desenvolvimento Humano de 0,840.
Com o território de 271 km², o município de Santos está distribuído em 231 km² de
área continental e 39,4 km² de área insular. Na área insular, em terreno plano, a
cidade está apenas a dois metros do nível do mar, entre os morros. O ponto mais
alto fica na Vila Progresso, com 211 metros de altura.
A cidade é formada pelos bairros: na Zona Leste - Aparecida, Boqueirão, Embaré,
Gonzaga, José Menino, Pompéia, Ponta da Praia, Campo Grande, Centro,
Encruzilhada, Estuário, Jabaquara, Macuco, Marapé, Paquetá, Alemoa, Macuco,
Paquetá, Saboó, Valongo, Chinês (recentemente renomeado na área central), Vila
Belmiro, Vila Mathias, Vila Nova e Vila Rica; na Zona Noroeste – Alemoa, Areia
Branca, Bom Retiro, Caneleira, Castelo, Chico de Paula, Outeirinho, Piratininga,
Rádio Clube, Saboó, Santa Maria, São Jorge São Manuel e o Ilhéu Alto (novo
bairro). Além dos bairros dos morros: Monte Serrat, Morro Cachoeira, Morro
Caneleira, Morro Chico de Paula, Morro Fontana, Morro Jabaquara, Morro José
Menino, Morro Marapé, Morro Nova Cintra, Morro Pacheco, Morro Penha, Morro
Saboó, Morro Santa Maria, Morro Santa Teresinha, Vila Progresso e Morro São
Bento.
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FIGURA 1 - Mapa da área insular de Santos – Bairros e População (Censo IBGE 2010);
Reprodução Fonte: Jornal A Tribuna 2016
FIGURA 2 - Mapa Limites de Santos SP\ Reprodução da PMS - Portal Melhor de Santos 2016.
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2.4 DEMOGRAFIA
Nos municípios de Santos, Cubatão, Guarujá, Praia Grande e São Vicente, embora
em 2000 haja redução da fecundidade, a faixa etária mais acentuada era a de 15 a
19 anos, seguida pela de 20 a 24 anos, indicando a presença da chamada onda
jovem. Já em 2010 revela a maior concentração nas faixas de 25 a 34 anos,
consequência do processo de envelhecimento populacional.
A razão de dependência é uma medida teórica que calcula a proporção entre a
população economicamente dependente (menor de 15 de anos e maior de 60) e a
população que deveria sustentá-la, isto é, potencialmente produtivos (entre 15 e 59
anos de idade), fazendo uma ponte entre o contexto demográfico e o
socioeconômico. As razões de dependência estimadas para 2000 e 2010 sintetizam
as mudanças na estrutura demográfica da Baixada Santista e seus reflexos em
termos de desafios para as políticas públicas.
Em Santos, a razão juvenil cai para 4,2% enquanto a dos adultos maiores aumenta
5,8% e a dos maiores de 80 anos, 65,6%. Valores elevados indicam consideráveis
encargos assistenciais para a sociedade. É interessante destacar três recortes que o
município contempla, e que por suas razões, será necessário um novo enfoque
gradativo para atender essas demandas. O primeiro é o envelhecimento da cidade
(19,1%, considerando a cidade como capital estadual do público acima dos 60
anos). O segundo é referente à população feminina (54,2%), o mais acentuado
proporcionalmente no país, podendo ser destacado principalmente no estrato etário
da terceira idade, condizente com o hábito de mulheres estarem mais atentas à
prevenção de saúde e menos vítima de violência em relação aos homens, o que não
despreza a sua maior valorização em políticas públicas a serem implementadas na
cidade. Por exemplo, é salutar observarmos também o quanto o gênero ainda
influencia na baixa valorização financeira das mulheres no mercado de trabalho. De
acordo com o Ministério do Trabalho, em Santos em 2014, a participação da mulher
no trabalho formal é de 44,7%, mas o percentual do rendimento feminino em relação
ao masculino era de 70,1% em 2.014, independentemente da escolaridade. Entre os
de nível superior, a desigualdade salarial aumenta: o percentual passa para 57,9%.
E um terceiro aspecto é em decorrência da raça/cor, sendo que Santos tem o estrato
acima de 72% da população branca (maior do que a média estadual pouco abaixo
de 65%, e do que a média regional, em cerca de 55%), tendo o seu índice inverso
(negros e pardos) menor também em relação à Baixada Santista e Estado.
Compreendendo o município como capital metropolitana e de que o Brasil como um
todo ainda não oferecem total equidade e de políticas afirmativas, pode-se entender
que o custo maior de vida em Santos em relação às demais cidades proporciona
31
FIGURA 3 - Projeção da população residente em Santos e na Baixada Santista conforme Fundação Seade, e IBGE;
Reprodução do Plano Metropolitano de Desenvolvimento Estratégico da B. Santista 2014\2030, da Agem, de 2013.
2.6 TURISMO
Cidade com 7 km de praia, privilegiada pelo sol e pelo mar de águas calmas, mas
com infraestrutura de metrópole e repleta de belezas e atrações para todas as
idades, o ano todo. Santos, localizada em uma ilha, a apenas 70 km de São Paulo -
a maior metrópole brasileira, perto dos principais aeroportos nacionais e
internacionais, e com fácil acesso por modernas rodovias. A cidade possui uma
diversidade de cenários aliada a uma riqueza cultural, histórica e ecológica,
transformando o município em atraente destino para o turismo de negócios e lazer.
Um dos orgulhos dos santistas são os Jardins da Orla da Praia, que desde o ano 2000
entrou para o Guinness Book of Records, o livro dos recordes, como o maior do mundo -
com 5.335m de comprimento e largura entre 45 e 50m, um total de 218.800 mil metros
quadrados. Os últimos dados da Secretaria de Meio Ambiente apontam que o jardim tem
cerca de 920 canteiros de plantas e mais de 1700 árvores e palmeiras. A Temporada de
Cruzeiros de Santos (de novembro a março) movimenta cada vez mais turistas e
33
6. Museu de Pesca - Surgido a partir das ruínas do antigo Forte Augusto que
abrigou inicialmente a Escola de Aprendizes-Marinheiros, depois uma Escola de
Pesca até seu propósito atual. Sua construção data do ano de 1734. Em 1770, foi
realizada uma reforma e recebeu artilharia como sete canhões, em 1837, passou
para o Ministério da Marinha. Hoje o acervo do museu conta com diversas espécies
de peixes, crustáceos, aves e mamíferos marinhos taxidermizados ou suas ossadas.
A principal atração é o imponente esqueleto de baleia, uma Balaenoptera physalus,
com 23 metros de comprimento e 7 toneladas.
Número de visitas: 49 mil (2018);
10. Pantheon dos Andradas - Local que mantém o jazigo das cinzas de José
Bonifácio de Andrada e Silva, o “Patriarca da Independência”, e de seus irmãos
Antônio Carlos, Martim Francisco e padre Patrício Manuel. O pantheon foi
inaugurado em 7 de setembro de 1923. O templo cívico ocupa o espaço da antiga
portaria do Convento do Carmo, no Centro Histórico de Santos. O espaço conta com
a estátua de José Bonifácio, monumento projetado pelo escultor Rodolfo Bernardelli,
feito na Itália.
Número de visitas: Cerca de 5 mil (2018).
culturais, como também colocando o aluno como protagonista de todas estas ações
na produção de novas ações culturais junto aos espaços e às grades curriculares e
extracurriculares de ensino.
A Secretaria Municipal de Cultura de Santos foi criada em 1985 pela Lei nº 88, com
a função de garantir aos munícipes o pleno exercício dos direitos culturais e o
acesso democrático às fontes de cultura, assim como apoiar e incentivar a
valorização e a difusão de suas manifestações, com prioridade para as diretamente
ligadas à história de Santos, à sua comunidade e aos seus bens. Entre as funções
da secretaria, estão o gerenciamento de equipamentos culturais, a promoção de
cursos e a organização de eventos públicos de caráter cultural. Cabe a ela também
ser a coordenadora central da implantação do Plano Municipal de Cultura,
promovendo a pactuação de cronogramas e orçamentos, monitoramento de metas e
ações e avaliação de resultados e processos.
No Organograma atual da Secretaria Municipal de Cultura de Santos temos o
Gabinete do Secretário e três Departamentos, a saber: o Departamento de
Formação e Pesquisa Cultural (DEFORPEC); o Departamento de Eventos
(DEVENT) e o Departamento de Cine, Teatros e Espaço Culturais (DECITEC).
Existem várias coordenadorias subordinadas a cada um destes departamentos.
O Departamento de Formação e Pesquisa Cultural (DEFORPEC) possui duas
coordenadorias: a Coordenadoria de Formação Cultural (COFORM) – responsável
pela gestão das oficinas e cursos livres do Projeto Fabrica Cultural, pela Escola Livre
de Dança (ELD), a Escola de Bailado Municipal de Santos (EBMS) e pela
administração da Escola de Artes Cênicas (EAC); e a Coordenadoria de Informação
e Centros Culturais (COCEC) – que é responsável pela gestão da Rede de
Bibliotecas Públicas e dos Centros Culturais.
Já o Departamento de Cine, Teatros e Espaço Culturais (DECITEC) possui seis
coordenadorias: a Coordenadoria dos Teatros (COTEST), subdivididas em
Coordenadoria do Teatro Coliseu (COTEST-C), Coordenadoria do Teatro Municipal
Brás Cubas e Rosinha Mastrângelo (COTEST-BC\RM) e a Coordenadoria do Teatro
Guarany (COTEST-G); a Coordenadoria de Cinemas (COCINE) - responsável pela
gestão do Cine Arte “Posto 4” e do Museu de Imagem e Som de Santos (MISS); e a
Coordenadoria de Museus e Galerias (COMUG) – responsável pela gestão da Casa
do Trem, Pantheon dos Andradas, Feira de Artes, Museu do Transporte, além da
programação das exposições nas galerias públicas.
No Departamento Eventos (DEVENT) existe somente uma Coordenadoria, a de
Eventos e Festas Populares (COEFP) – responsável pela produção das principais
festas e eventos públicos da cidade. Além disso, diretamente subordinado ao
Gabinete do Secretário de Cultura temos a Coordenadoria de Música – responsável
pela gestão e produção da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, o Coral
Municipal e o Quarteto de Cordas. Além disso, existem as diversas seções
administrativas, financeiras das diversas áreas artísticas, subordinadas a cada uma
das coordenadorias e departamentos. Sendo que estes cargos de chefes das
diferentes seções são ocupados exclusivamente por funcionários de carreira da
Prefeitura de Santos (concursados).
O Conselho Municipal de Cultura (CONCULT) teve sua criação em 1994 pela Lei nº
1367, tornando-se em 2002 um órgão normativo, consultivo e deliberativo das ações
culturais. Foi assegurada a participação paritária entre governo e sociedade civil
representado pelos diversos segmentos culturais existentes no município. O
Conselho contribui com a formulação e o acompanhamento das políticas culturais;
colabora para o cumprimento do Plano Municipal de Cultura, orientado pelas
diretrizes estabelecidas na Conferência Municipal de Cultura (Instância de gestão
participativa, constituída a cada dois anos para a articulação direta entre o órgão
executivo e sociedade civil).
Já o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (CONDEPASA) foi criado
na Lei nº 753/1991, nos termos do artigo 209 da Lei Orgânica do Município, é órgão
autônomo e deliberativo em questões referentes à preservação e tombamento de
bens culturais e naturais. Ele tem como objetivos: Definir a política municipal de
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Santos possui uma ampla infraestrutura cultural em diversos pontos de seu território.
Teatros, centros culturais, uma rede de bibliotecas, salas de cinema e espaços para
apresentações artísticas diversas, compõem a estrutura pública que oferece
inclusão social e cultural para a população. Todos os equipamentos culturais
possuem histórias relevantes, características próprias e também muitas fragilidades.
3.4.6 Teatro Coliseu - Começou sua história em 1897. Maior teatro da cidade, com
capacidade para mil espectadores, o Teatro Coliseu possui a configuração atual
desde 1924. O prédio localizado na Rua Amador Bueno, 237 - Centro Histórico – é
de estilo eclético, belos afrescos e detalhes arquitetônicos, conta com acústica
excelente e requintes de decoração que lhe deram fama e o classificaram entre os
melhores do país. Palco da estreia do cinema falado em Santos, em 1929, o Teatro
Coliseu recebeu os principais musicais, concertos, óperas, peças teatrais e outros
espetáculos de companhias nacionais e internacionais. Entrou em decadência nos
anos 1970 e foi desativado na década seguinte. Abandonado, passou mais de dez
anos em obras de recuperação e reabriu as portas em 2006. Recebe semanalmente,
desde então, grandes espetáculos de música, teatro e dança com os principais
artistas nacional e internacionalmente conhecidos.
Fragilidades: Reforma e Adequação de segurança para os camarotes superiores e
frisas, Falta do AVCB - Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros; manutenção
externa e interna; Capacitação e formação de equipe de monitores e recepção do
Teatro; Falta de investimentos para a modernização cênica, sonorização e
iluminação do equipamento.
3.4.7 Cine Arte Posto 4 - Exibições de filmes de arte e mostras temáticas podem
ser conferidas, a preços acessíveis, no Cine Arte Posto 4. Inaugurado em 8 de
novembro de 1991, o espaço apresenta produções cinematográficas de vários
países. A sala de projeção „Rubens Ewaldo Filho‟ (homenagem ao santista, famoso
crítico de cinema, falecido em 2019) é equipada com ar-condicionado, som ambiente
41
3.4.8 Casa do Trem Bélico - A história da Casa do Trem Bélico começa entre 1640
e 1656 (período da restauração da independência de Portugal). Porém, suas
características atuais datam, provavelmente, de 1734. Devolvido à cidade em 2009,
o espaço é a sede do Circuito Turístico Cultural dos Fortes (em parceria com a
Universidade Católica de Santos) e também abriga mostras de temas bélicos e
lançamentos de livros. Rua Tiro 11 - Centro Histórico de Santos.
Fragilidades: Baixa frequência de público, acervo pouco atraente, sem orçamento
específico para exposições e a realização eventos no local. Além da necessidade de
discussão pública para a revitalização e modernização do espaço.
3.4.10 Concha Acústica - Projetada pelo arquiteto Carlos Prates, a Concha foi
inaugurada em junho de 1981, instalada nos jardins da praia, ao lado do Canal 3,
durante o 93º aniversário do bairro Gonzaga. O espaço funciona para apresentação
semanal de música e espetáculos infantis ao ar livre, sempre recebendo bom
público. Capacidade para 370 pessoas, sendo 250 sentadas e 120 em pé. Nas
últimas décadas os moradores dos prédios próximos passaram a reclamar da
acústica da concha: por ser voltada em direção à avenida, o som gerado pelas
apresentações artísticas era refletido em direção aos prédios, causando
intolerâncias e reclamações pelo desconforto sonoro.
Fragilidades: Com a entrega da reforma da Concha Acústica em 2015, que teve
como objetivo principal amenizar o problema de acústica do equipamento e
reclamações dos moradores dos prédios vizinhos. O local ganhou recursos acústicos
e de controle do som, para evitar impactos ao ambiente. Porém, com isso a Secretaria
de Cultura limitou a programação de shows de várias formações artísticas, além de
proibir a adequada amplificação de alguns instrumentos musicais, como as percussões e
guitarra. Outro fator é que com a colocação de painéis de vidro temperado de 16 mm,
com 3,20m de altura, no entorno do espaço, causou uma barreira para a entrada de
vento que faz a temperatura interna aumentar, resultando num grande desconforto para
o público e artistas nos períodos mais quentes do ano.
Manuel. O templo cívico conta com monumento projetado pelo escultor Rodolpho
Bernardelli, feito na Itália, além de valiosos quadros em bronze que descrevem
cenas da história do Brasil. Praça Barão do Rio Branco, s/nº - Centro.
Fragilidades: Baixa frequência de público, equipamento pouco atraente;
Necessidade de discussão pública para a revitalização e modernização do espaço.
por aquele que é considerado um dos pioneiros da dança no Brasil, Décio Stuart. A
partir de 1997, passou a ser coordenada por Renata Pacheco, também bailarina e
coreógrafa, que instituiu novo método de trabalho buscando sempre o melhor
resultado e a profissionalização das bailarinas e bailarinos. O concorrido Curso da
EBMS é gratuito e tem oito anos de duração, onde para ingressar no primeiro ano, a
criança deve ter entre 7 e 10 anos. Esporadicamente a coordenação do curso abre
testes para a entrada nas vagas remanescentes do segundo ao sétimo ano do
curso. Com alunas da EMBS, foram criados pela gestão, o Corpo de Baile Oficial da
Secretaria de Cultura, o Corpo de Baile Infantil e o Corpo de Baile Juvenil, levando a
escola a ser conhecida nacionalmente por participações em festivais e performances
em praças públicas. Em 2004, mais um grande passo foi dado com a fundação do
Balé da Cidade de Santos, que hoje é referência nacional de dança, entre as
conquistas de destaque, figuram o Festival de Dança de Joinville, Passo de Arte,
Festival Dançar a Vida e o concurso Youth America Gran Prix (Nova York), entre
outros. A Escola de Bailado de Santos possui atualmente 326 alunas (2019).
Pontos Fortes: Tradição, participação e qualidade técnica de professores e alunos,
além dos muitos prêmios nacionais e internacionais já conquistados.
Pontos Fracos: Manutenção das salas de aula da EMBS no Centro de Cultura
Patrícia Galvão; Necessidade de maior apoio para participação do Balé da cidade nos
principais festivais nacionais e internacionais; Necessidade de dar maior agilidade e
eficiência a gestão administrativa na EBMS – já está em curso o edital para o convênio
entre uma Organização Social de Dança e a Prefeitura de Santos para a gestão da
EMBS em 2020.
A Escola de Artes Cênicas (EAC) Wilson Geraldo, de Santos, forma seus alunos no
curso profissionalizante de teatro desde 2009, foi idealizada e é mantida pela
Administração Municipal há 10 anos. Conhecer-se, expressar-se para, então, criar.
Esta é a filosofia e intuito que norteia toda a parte pedagógica desta que é a
principal escola de teatro do litoral paulista, localizada junto ao Teatro Guarany, na
Praça dos Andradas, 100 – Centro Histórico de Santos. O Curso tem duração de
três anos, com aulas diárias com professores de Santos e da Capital, e é dividido
nas seguintes disciplinas: Interpretação, Expressão Corporal, Expressão Vocal,
História do Teatro, Canto, Dança e Cenário e Figurino. A diretora artística da EAC é
a professora, atriz e diretora Renata Zhaneta, que está à frente da escola há quatro
anos. Nesses dez anos, a EAC transformou a vida de cerca de 130 profissionais,
que saíram da escola pronta para embarcar em qualquer área de atuação. É o caso
do Christian Malheiros, que é um dos protagonistas da série 'Sintonia', da Netflix.
Atualmente, a EAC conta com 110 alunos (2019).
Pontos Fortes: Curso conceituado entre os alunos, com professores de grande
experiência na formação teatral. Além de gratuito e profissionalizante, o estudo na
EAC facilita a retirada do registro profissional, o DRT. Com o convênio firmado com
o Sindicato dos Artistas do Estado de São Paulo, os alunos da Escola de Artes
Cênicas (EAC) Wilson Geraldo ganham o registro DRT de ator quando se formam.
Pontos Fracos: Falta de melhor manutenção das salas de aulas, necessidade de
modernização cênica, acústica, luz e som do Teatro Guarany.
Em 1998, iniciou os Projetos Dó, Ré, Mi, Concertos Populares, viajando com a
Música Sinfônica e Conversas Musicais e em 2002, com o Quarteto de Cordas
“Martins Fontes”, os Projetos Concertos Oficiais Fá-Sol-Lá e os Populares.
Conquistando notório destaque no circuito cultural sinfônico, a OSMS recebeu
menção da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), como exemplo de
trabalho e qualidade entre as orquestras criadas no Estado de São Paulo. A
Orquestra Sinfônica Municipal de Santos também atua ao lado de grandes artistas e
realizando importantes exibições, como no Festival Internacional de Campos do
Jordão e em espaços como Sala São Paulo, Teatro Municipal de São Paulo e
Theatro São Pedro. Entre alguns nomes que já foram acompanhados pela sinfônica
estão Ivan Lins, Emílio Santiago, Guilherme Arantes, Leila Pinheiro, Edson Cordeiro,
Zizi Possi. Além de grandes solistas e regentes convidados. Outros eventos
marcantes na história da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos foram em 2012 no
show de estreia da primeira edição do Santos Jazz Festival ao lado do mestre
Hermeto Pascoal e participação da Jazz Big Band, a linda apresentação ao lado da
cantora Rosa Passos & Quarteto na quarta edição do Santos Jazz Festival em 2015
e mais recentemente Concertos de Rock ao lado do cantor Cristopher Clark &
convidados (2017 a 2019).
Pontos Fortes: Tradicional corpo estável de Santos, que conseguiu formar público
para as apresentações da orquestra e com um bom conceito entre os munícipes em
geral.
Pontos Fracos: Boa parte dos músicos da orquestra de Santos reside na capital,
em São Paulo (cerca de 50%); falta uma política de formação musical no município
ou um Conservatório Municipal, com a possibilidade de formar novos músicos para
compor a OSMS; Necessidade dar maior agilidade e eficiência a gestão
administrativa da Orquestra, compatível com a ótima qualidade artística que a
caracteriza - sendo que passar a administração para uma experiente Organização
Social é uma das alternativas.
Idealizado e fundado em 1976, o Quarteto de Cordas Martins Fontes foi criado com
objetivo de divulgar e aproximar à música de câmara a população. A primeira
exibição aconteceu em 20 de abril do mesmo ano no Teatro Municipal Braz Cubas.
Contudo, foi oficializado pela Prefeitura Municipal de Santos em 1982. Nestas mais
de quatro décadas, diversos projetos foram realizados com a finalidade de divulgar o
repertório camerístico. Dentre suas principais atividades destacaram-se os Projetos
"Fá, Sol, Lá", "Concertos Oficiais" (mostrando as principais obras dos compositores
que escreveram músicas para esta formação), "Didático" (realização de
apresentações em escolas para incentivar as crianças ao estudo da música),
"Concertos Populares", "Roteiro Musical" (realização de concertos em patrimônios
turísticos da Cidade, como igrejas e museus). O repertório do grupo é extremamente
abrangente indo de peças escritas originalmente para a formação e arranjos feitos
especialmente para o grupo. De Beethoven a Pixinguinha, de Villa-Lobos a
Piazzolla, de Mozart a Coldplay sem barreiras. O grupo possui uma formação
clássica, composta por dois violinos, viola e violoncelo. A atual formação é composta
por Ulisses Nicolai e Adonai Ribeiro (violinos), Erlon Lima (viola) e Rossana.
48
No final da década de 90, com o intuito de recuperar sua identidade cultural, várias
ações foram desenvolvidas em Santos com o objetivo de estimular os investimentos
no turismo e no comércio, como na revitalização do Centro Histórico. Em janeiro de
2006, o Teatro Coliseu Santista, o maior da cidade foi devolvido à população, após
longo processo de restauro. Em dezembro de 2008, outro importante espaço
cultural, o Teatro Guarany, foi reinaugurado, com a finalidade de abrigar uma Escola
de Artes Cênicas, “Wilson Geraldo”.
Com referência ao patrimônio cultural edificado pulsante na cidade, destaca-se o
Centro Cultural Patrícia Galvão, inaugurado em janeiro de 1972, como parte das
comemorações pelos 133 anos de elevação de Santos à categoria de cidade. O
lugar abriga um grande complexo que promove cultura das mais diversas vertentes;
abrange o Teatro Municipal Braz Cubas, o Teatro de Arena Rosinha Mastrângelo
(em reforma), a Escola de Bailado Municipal, a Hemeroteca Municipal Roldão
Mendes Rosa, o Museu da Imagem e do Som de Santos, e as galerias de arte Braz
Cubas e Patrícia Galvão, além da estrutura administrativa da Secretaria de Cultura.
No que tange à preservação da história e memória da cidade podemos elencar
também os museus, como o Pantheon dos Andradas, o Museu do Café Brasileiro
(Bolsa do Café), o Museu de Arte Sacra de Santos, a Pinacoteca Benedicto Calixto,
o Museu de Pesca de Santos, o Museu Oceanográfico, o Museu do Porto, o Museu
do Mar, a Casa do Trem Bélico (Museu das Armas), o Museu De Vaney, o Memorial
das Conquistas do Santos Futebol Clube e o Museu Pelé.
Símbolos da religiosidade local, as edificações sacras destacam-se por sua
arquitetura e história: do período barroco, a Igreja do Rosário, o Santuário Santo
Antônio do Valongo, a Igreja Conventual da Ordem Primeira de Nossa Senhora do
49
Voltando à pesquisa dos Hábitos Culturais dos Paulistas, do Instituto JLeiva (2014),
além do desinteresse citado por um terço da população em referência a não ir a
cinemas, teatros e museus, é interessante notar que os 34% dos entrevistados
afirmam não ir ao teatro por questões econômicas, o que não condiz com a
realidade municipal, em que a maior parte das apresentações cênicas da Cidade
são gratuitas ou de preços populares, e que apenas às que se encontram no circuito
dos teatros públicos (Coliseu e Braz Cubas) concentram uma bilheteria de ingressos
de valor mais alto. Isto significa uma falta de conhecimento da população com a
programação artística local. Isso é ressaltado pelo fato de 65% da população
escolhe ir para uma atividade cultural a partir da programação na TV, que concentra
as divulgações para estes teatros ou casas comerciais com shows de alto valor em
relação às produções dos artistas da Cidade. Mostra-se também que gêneros
próprios da Baixada Santista e do litoral brasileiro, como o pagode (20%), o samba
(19%) e o funk (8%) são preteridos em relações ao estilo musical do sertanejo
(25%), próprio do interior do País e em ascensão nas mídias. Se o segmento
audiovisual e o movimento teatral da Baixada Santista preferencialmente fazem
produções sobre a realidade local e nacional em formas de drama, a população
ainda escolhe assistir a filmes de aventura (52%) e comédia (44%) em vez do drama
(15%) e documentário (10%), da mesma forma que prefere comédias já
consagradas (70%) ao invés de drama (39%), também se destacando o stand up
comedy, comum em bares e teatros públicos (27%).
Também interessante perceber que a maioria da população considera como eventos
mais importantes shows e concertos (14%) e a Virada Cultural (9%), que geralmente
são realizados por artistas de fora da Região, em vez de produções artísticas locais.
Entre os locais apontados como referências culturais, opta-se pelo SESC Santos
(95%), o Coliseu (94%) e o Museu do Café (87%), que contam com grande
divulgação da mídia local e, sendo espaços geridos por iniciativa privada, com
exceção do Coliseu, mas que, por sua vez, tem uma agenda geralmente voltada a
produções de fora da região. Ao mesmo tempo, o Cine Arte Posto 4, o Centro de
Cultura Patrícia Galvão, o Centro Cultural da Zona Noroeste e a Gibiteca Marcel
Rodrigues Paes são conhecidos respectivamente por 55%, 41%, 36% e 34% da
52
população. Importante ressaltar que, exceto o Centro Cultural da ZN, todos os outros
existem há cerca de 20 anos ou mais na Cidade.
A cidade de Santos, no litoral de São Paulo, faz parte desde 2015 como uma das oito
cidades criativas no mundo do cinema, da Rede de Cidades Criativas da Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) - que contempla
sete campos criativos como cinema, artesanato e arte popular, design, gastronomia,
literatura, artes de mídia e música. No Brasil, com a inclusão recente, em outubro de
2019, das cidades de Belo Horizonte e Fortaleza, agora são 10 (dez) os municípios
que fazem parte da rede de Cidades Criativas da UNESCO: Florianópolis, Belém
Paraty e Belo Horizonte (cidades criativas no segmento gastronômico); Brasília,
Curitiba e Fortaleza (design); João Pessoa (artesanato); Salvador (música); e Santos
(Cinema). A Rede de Cidades Criativas da UNESCO foi lançada em 2004 e,
atualmente, conta com 180 membros no mundo. O objetivo principal é promover a
cooperação internacional entre os locais que investem na criatividade, por meio de um
bom desenvolvimento urbano sustentável, inclusão social e vitalidade cultural. Para
participar da inscrição na Rede de Cidades Criativas, a prefeitura de Santos criou, em
2014, um grupo que trabalhou em conjunto com produtores locais e representantes de
coletivos de audiovisuais e de universidades.
Em 2017 foi criado por decreto do Prefeito Municipal de Santos o Comitê Santos
Cidade Criativa, com os seguintes objetivos:
1. Propor, conduzir e subsidiar a elaboração, implementação e avaliação de
planos e políticas públicas para o desenvolvimento da economia criativa
no município de Santos;
2. Articular no âmbito público e junto ao setor privado a inserção da
temática da economia criativa nos respectivos âmbitos de atuação;
55
que está entre as oito cidades criativas no mundo no segmento cinema. A Prefeitura
de Santos prepara para este aguardado Encontro Anual da Rede de Cidades
Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) a realização de workshops, palestras, encontros de prefeitos,
reuniões de trabalho e muitas apresentações artísticas e atividades especiais em
locais no Centro Histórico da cidade, como os teatros Coliseu e Guarany, o Museu
Pelé, a Bolsa Oficial do Café, na Casa da Frontaria Azulejada, no SESC Santos
(Aparecida), além do novo Centro de Atividades Turísticas, previsto para ser
inaugurado no primeiro semestre de 2020 na Ponta da Praia. Todas essas
atividades serão voltadas para os sete campos criativos da Rede e incentivarão
novas parcerias entre as cidades criativas da UNESCO.
A sede da FAMS está localizada na Rua Amador Bueno, 22, Centro, desde
dezembro de 2012. Com mais de três milhões de documentos, a FAMS possui
registros que vão do final do século XVIII aos dias de hoje, que vão desde históricos
de sepultamentos e processos administrativos da Prefeitura até raridades como
registros de personalidades importantes no contexto da história santista. Possui
também um acervo fotográfico de mais de 300 mil imagens. Seu enorme acervo está
dividido entre os arquivos Permanentes, Intermediário e Geral. É no Arquivo
Permanente (AP) que se encontra o mais antigo documento que conta detalhe dos
primórdios de Santos: um contrato para a pesca da baleia, datado de 1765. A FAMS
guarda e disponibiliza a Biblioteca FAMS Digital, onde é possível fazer o download
gratuito de diversos livros que falam sobre a história de Santos.
De acordo com dados do IBGE (2018), 139 milhões são usuários da internet, o que
representa acesso de 66% do total da população. O número revela o quadro de
"exclusão digital" de 34% da população, segundo a pesquisa "Global Digital Report
2018", realizada pela Hootsuite e We are Social, em parceria com outras
organizações internacionais de pesquisa, como GlobalWebIndex, GSMA
Intelligence, Statista, Locowise e SimilarWeb. O estudo também ratifica a existência
de mais de uma linha móvel por habitante – 113% da população, dado influenciado
pela compra de dois chips pelos mesmos usuários. E conclui que 67% dos donos de
aparelho celular no Brasil têm modelo smartphone.
Em nosso campo de atuação, vivemos hoje num capitalismo cultural-digital, que tem
como núcleo o processo de digitalização do simbólico. Esse processo abriga quatro
fenômenos interdependentes: (1) a consolidação da tecnologia do streaming; (2) a
expansão global do uso dos dispositivos digitais móveis, especialmente os smart-
phones; (3) a convergência digital; (4) o advento e a profusão da Web 2.0, etapa da
Internet na qual a maioria dos conteúdos é criada, distribuída, compartilhada e
consumida pelos próprios usuários. As interfaces entre esses quatro fenômenos
permitiram que as maiores corporações de tecnologias digitais do planeta (Google,
Amazon, Facebook, Apple e Microsoft) também tenham se tornado grandes
corporações de arte, cultura e entretenimento, construindo novos modelos de
negócios - os serviços culturais-digitais, especialmente a oferta dos serviços por
assinatura via streaming.
Não há dados locais para o uso da cultura digital em Santos neste PMC, mas é
estratégico ampliar a utilização destas novas ferramentas, como oportunidade de
ampliar a comunicação da área cultural, para atender a população. As novas mídias
interagem de tal forma que ressignificou nos últimos anos o mercado das gravadoras
musicais, da forma de assistir televisão e até o cinema (Netflix, Globo play, Playplus,
entre outros), atingindo outros setores culturais, a ponto de criar seus próprios
ícones e referências.
Em Santos, já há políticas de inclusão digital por meio de iniciativa pública em parte
das praças e frota de ônibus, mas deve-se observar de modo mais intersetorial
sobre a cultura digital como um todo. Existe o portal “Cultura Santos” para a
postagem e divulgação dos principais eventos da agenda da SECULT nas redes
sociais (facebook, Instagran, Youtube e Twitter). Porem falta tornar esta rede de
comunicação mais atraente, para fidelizar e ampliar o número de seguidores.
Além disso, é necessário que a SECULT invista no desenvolvimento de um
aplicativo móvel para celulares, conhecidos como App (abreviação para “application”
do inglês), para ampliar e facilitar a comunicação com público de cultura e com o
munícipe em geral. Requer ser desenvolvido estrategicamente conforme as
necessidades de comunicação da secretaria e do público da cultura. Como por
exemplo, ter as informações básicas, endereços e horários de funcionamento de
todos os equipamentos culturais da cidade, a ampla agenda e programação cultural
dos eventos externos, teatros e equipamentos em geral. Podendo até fazer reservas
de ingressos para os teatros ou inscrições para cursos, através deste dispositivo
tecnológico. Além de poder tirar dúvidas frequentes ou fazer o atendimento
eletrônico da população através deste aplicativo.
16) Reconhecer e legitimar a vocação da cidade para ações culturais nos espaços
públicos (praças, parques, vias, etc.), promovendo total acessibilidade e liberdade de
expressão das manifestações artísticas.
5.2.2 As Diretrizes
5.2.3 As Estratégias
O Fundo de Assistência à Cultura de Santos (FACULT) foi criado pela Lei nº 630/89
e atualizado pela Lei nº 2.370/10 e Lei nº 2.966/14. Trata-se de um fundo de
67
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A cidade de Santos, tema desta monografia, é uma das mais antigas em termos
históricos e culturais do Brasil, da mesma forma que a maioria das cidades do litoral
de São Paulo, pois estão inseridas no contexto histórico do início da colonização do
Brasil, na primeira metade do século XVI. Todas as tradições e influências culturais
que constituem a nossa cultura da influência dos índios, negros e caiçaras, somadas
à colonização portuguesa e a variada relação com todos os imigrantes de diferentes
nacionalidades (espanhóis, japoneses, chineses, italianos, poloneses, africanos,
árabes, americanos e sul-americanos) que chegaram para o Brasil principalmente
pelo Porto de Santos - o maior da América Latina.
Podemos dizer que todos os principais fatos e acontecimentos históricos do Brasil
estão relacionados com a história da Cidade e da região: índios, piratas, escravos,
economia relacionada à cana-de-açúcar e engenhos, sal, ouro, café,
desenvolvimentos urbano, a luta pela abolição dos escravos e pela proclamação da
República, a questão da cultura envolvendo teatro, dança, música etc., movimento
operário no final do século XIX e primeiras décadas do século XX, golpe militar em
1964 e, principalmente, a luta pela autonomia após a intervenção militar.
Porém, Santos continua com sua tradição de liberdade, caridade e lutas pela
conquista de direitos - tendo como referências personagens históricos de
fundamental importância: Brás Cubas, Alexandre e Bartolomeu de Gusmão, José
Bonifácio de Andrada e Silva e seus irmãos, além de muitos artistas e
personalidades culturais, tais como: Patrícia Galvão, a Pagu; Plínio Marcos; Cacilda
Becker; Carlos Alberto Soffredini; Miroel Silveira; Sérgio Mamberti, Bete Mendes,
Ney Latorraca, Alessandra Negrini e Alexandre Borges, no teatro, TV e Cinema;
Benedito Calixto e Mario Gruber, nas artes visuais; Vicente de Carvalho, Martins
Fontes, Narciso Andrade, Roldão Mendes Rosa, Jose Roberto Torero e Manoel
Herzog na literatura; Gilberto Mendes, Almeida Prado, Chorão e Tulipa Ruiz, na
música, entre outros.
A cidade possui um Plano Municipal de Cultura aprovado e ativo desde 2017, fruto
de um trabalho de construção coletiva entre a sociedade civil e o setor público, com
ampla articulação popular e participação democrática de todos os setores artísticos
e de produção.
Os objetivos, metas e ações previstas neste plano estão avançando e sendo
concretizados, na sua maioria dentro dos prazos previstos, porém, algumas
diretrizes do plano ainda estão na estaca zero, sem implementação ou avanços. Tais
como: o Sistema Municipal de Bibliotecas, o plano setorial para o fortalecimento das
culturas afro-brasileiras, o fortalecimento das culturas periféricas e urbanas (como a
criação da Casa de Cultura do Hip Hop), a ineficiente manutenção de alguns
equipamentos históricos (Outeiro de Santa Catarina, Casa da Frontaria Azulejada,
Teatro Coliseu, Teatro Guarany e Teatro Rosinha Mastrângelo) e a necessidade de
uma maior descentralização na realização da agenda de eventos e festivais – para
ampliar a inclusão da população das áreas periféricas da cidade (Zona Noroeste,
Morros e Área Continental), que possuem menos acesso aos equipamentos e
atividades culturais da cidade.
Para finalizar, não podemos deixar de lado aquele antigo conceito de que um povo
forte, livre e desenvolvido é aquele que conhece o seu passado, que vivencia a sua
cultura, criando as condições para que as gerações vindouras vivam num mundo e
numa cidade melhor e menos desigual.
E também não podemos esquecer uma das frases magníficas, e sempre atual, do
dramaturgo santista Plínio Marcos “Um povo que não ama e não preserva suas
formas de expressão mais autênticas jamais será um povo livre”.
71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COELHO, Teixeira. O novo papel dos direitos culturais: Entrevista com Farida
Shaheed, da ONU. In: REVISTA OBSERVATÓRIO ITAÚ CULTURAL. Direitos
Culturais: um novo papel. Número 11, Jan./abr, 2011. São Paulo: Itaú Cultural, 2011.
p. 19-20. COSTA, Antonio Firmino. Políticas Culturais: Conceitos e Perspectivas.
OBSpesquisas, Observatório das Atividades Culturais 2, 1997.
CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru, Edusc, 2012.
DURAND, José Carlos - a Revista Observatório Itaú Cultural - n. 4, 2008
FERNANDES, António Teixeira. Para uma Sociologia da Cultura. Porto: Campo
das Letras, 1999.
IBGE Cidades - https://cidades.ibge.gov.br, acessado em 25/04/2019
INSTITUTO JLEIVA. Hábitos Culturais dos Paulistas. São Paulo: Jleiva, 2014.
Disponível em: <http://jleiva.com.br/pesquisa_sp/cidades.html#santos>., acessado
em 15/09/2019
ANEXO 1
% do
Estrutura População Total
Etária (2010) (2010
)
Menos de 15 70.251
16,75
anos
População 290.23
69,20
15 a 64 anos 6
ATLAS BRASIL 2013
População
de 65 anos 58.911 14,05
ou mais
Razão de
44,50 -
dependência
Taxa de
envelhecime 14,05 -
nto
População – Etnias A
População Branca 302.733, Preta 19.885 e T
2013
Parda 92.124 L
A
74
S
B
R
A
S
I
L
População – Pirâmide etária - Santos - SP
Distribuição por gênero Distribuição por Sexo, segundo
os grupos de idade
HomensMulheres10505100 a
410 a 1420 a 2430 a 3440 a
4450 a 5460 a 6470 a 7480 e +
Homen Mulhere
Data
s s
0 a 4 3,00% (2,48%)
5 a 9 2,77% (2,60%)
10 a
3,22% (3,08%)
14
15 a
3,29% (3,28%)
19
20 a A
3,60% (3,70%)
24 T
25 a L
3,80% (4,14%)
29 A
30 a S
3,57% (4,11%)
34 B 2013
35 a R
3,30% (3,80%) A
39
40 a S
3,20% (3,84%) I
44
L
45 a
3,33% (4,02%)
49
50 a
3,09% (3,83%)
54
55 a
2,67% (3,51%)
59
60 a
2,12% (2,99%)
64
65 a
1,66% (2,49%)
69
70 a
1,43% (2,19%)
74
75 a
1,05% (1,79%)
79
80 e + 1,05% (2,37%)
Salário médio mensal
dos trabalhadores 3,3 salários mínimos IBGE CIDADES 2016
Trabalho e formais
rendimento Pessoal ocupado (n°
206.394 pessoas IBGE CIDADES 2016
absoluto)
População ocupada (%) 47,5 % IBGE CIDADES 2016
Principais atividades Comércio, Serviços, Transporte (presença do Diário oficial de
2018
econômicas Porto de Santos) e Turismo Santos
Renda média da
R$ 1.693,65 ATLAS BRASIL 2010
população (R$)
Economia População
Economicamente Ativa 206.394 pessoas ATLAS BRASIL 2013
(PEA)
Produto Interno Bruto – R$ 46.007,27
IBGE CIDADES 2015
PIB per capita (R$)
75
Secretaria IBGE –
Caracterização do órgão gestor Municipal de Suplemento 2014
Cultura de Cultura
Perfil do titular do órgão gestor - Escolaridade do Superior Prefeitura de
2014
titular Completo Santos
Pessoal ocupado na área da cultura IBGE –
Estrutura 281 Suplemento 2014
institucional – de Cultura
Gestão IBGE –
Oferta de cursos de capacitação para servidores e
Municipal de NÃO Suplemento 2014
gestores públicos da cultura
Cultura de Cultura
Política municipal de cultura – existência (s/n) IBGE –
SIM Suplemento 2014
de Cultura
Consórcio intermunicipal de cultura – existência IBGE –
(s/n) SIM Suplemento 2014
de Cultura
Fundo Municipal de Cultura (Sim/Não) SIM
Ano da lei de criação IBGE –
É exclusivo da cultura SIM Suplemento
Tem CNPJ próprio - SIM de Cultura e 2014 e 2020
O ordenador de despesas é.… o Secretário de Prefeitura de
Cultura ou Técnico nomeado Santos
Destinação específica de percentual NÃO
Objetivos do Fundo Municipal de Cultura
Fomentar a produção cultural local SIM
Impulsionar projetos coletivos que envolvam
várias áreas artísticas SIM
Impulsionar projetos coletivos que envolvam
vários artistas da mesma área SIM
Incentivar projetos culturais inovadores SIM
Fundo
Municipal de
Cultura Financiar calendário de festas tradicionais do
município SIM IBGE –
Financiar eventos sem periodicidade Suplemento
determinada SIM de Cultura e 2014 e 2020
Financiar festas populares SIM Prefeitura de
Manter o patrimônio cultural SIM Santos
Revitalizar áreas históricas NÃO
Financiar a manutenção de grupos culturais
tradicionais NÃO
Permitir a circulação da produção artística SIM
Garantir o acesso da população às atividades
culturais SIM
Garantir a manutenção de espaços culturais
SIM
Outros
A seleção dos projetos que recebem apoio do
fundo é feita:
Através de editais públicos SIM
Através de concursos SIM
IBGE –
Por indicação governamental SIM
Suplemento 2014
Por indicação do conselho municipal de cultura
de Cultura
NÃO
Por indicação de órgãos da sociedade civil
NÃO
Outra
Plano Municipal de Cultura – existência (s/n) / Diário oficial
SIM 2017
situação de Santos
Conferência de Cultura – existência / situação Diário oficial
Sistema SIM 2017
de Santos
Municipal de
Cultura Conselho de Política Cultural – existência /
situação Diário oficial
SIM 2018
Ativo desde 2008 – Decreto N° 5120- de Santos
2008 CONCULT, de 27 de junho de 2008
77
IBGE –
Livraria (Sim/Não) SIM Suplemento 2014
de Cultura
IBGE –
Galerias de arte (Sim/Não) SIM Suplemento 2014
de Cultura
IBGE –
Unidade de ensino superior (Sim/Não) SIM Suplemento 2014
de Cultura
IBGE –
Circo fixo (Sim/Não) NÃO Suplemento 2014
de Cultura
IBGE –
Espaço para circo (Sim/Não) SIM Suplemento 2014
de Cultura
IBGE –
Concha acústica (Sim/Não) SIM Suplemento 2014
de Cultura
IBGE –
Ponto de leitura (Sim/Não) SIM Suplemento 2014
de Cultura
IBGE –
Ponto de Memória (Sim/Não) SIM Suplemento 2014
de Cultura
Existe no município Ponto de Cultura (Sim/Não) SIM – 02
Quantidade de pontos de cultura (N/A) Pontos de
A gestão municipal tem ações em parceria com Cultura – IBGE –
algum ponto de cultura (Sim/Não) Instituto Arte Suplemento
Pontos de no Dique e de Cultura e
2014
Cultura Instituto Querô Secretaria de
– ambos Cultura de
mantem Santos
parcerias com
a Prefeitura
Jornal impresso local (Sim/Não) SIM
Revista impressa local (Sim/Não) SIM
Rádio AM local (Sim/Não) SIM
Rádio FM local (Sim/Não) SIM
IBGE –
Meios de Rádio comunitária (Sim/Não) SIM
SIM Suplemento 2014
Comunicação Tv comunitária (Sim/Não) SIM de Cultura
Geradora de TV (Sim/Não) SIM
Provedor de internet (Sim/Não) SIM
Canais de TV aberta captados no município
(N/A) mais de 5 canais
___________________________________________
INSTITUTO JLEIVA. Hábitos Culturais dos Paulistas. São Paulo: Jleiva, 2014. Disponível em:
<http://jleiva.com.br/pesquisa_sp/cidades.html#santos>.
Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo – Cadastro Estadual de Museus de São Paulo (CEM-
SP) - https://cem.sisemsp.org.br
Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo – Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São
Paulo (SISEB-SP) - http://www.bibliotecaspaulistas.sp.gov.br
ANEXO 2
_________________________________________________________________
Situação até 2017: O SMIIC está previsto na Lei que criou o Sistema Municipal de
Cultura - Santos e será implantado até 2020.
SITUAÇÃO ATUAL: O SMIIC está em implementação gradual e continua através do
programa transparência “Dados Abertos” da Prefeitura de Santos.
Ações:
a). Regulamentar o Sistema Municipal de Indicadores e Informações Culturais de
Santos até 2020;
b). Estimular e capacitar permanentemente gestores públicos, produtores culturais,
artistas e demais interessados a utilizar a ferramenta digital do Mapa Cultural;
c). Implementar o SMIIC e integrar suas informações ao Sistema Nacional de
Informação e Indicadores Culturais (SNIIC) e ao futuro Sistema Estaduais de
Informações e Indicadores Culturais (SEIIC);
d). Realizar o Mapeamento Cultural coletando informações a respeito das cadeias de
valores da economia e territórios criativos existentes, dos equipamentos culturais,
dos patrimônios materiais e imateriais e da diversidade das expressões culturais e
artísticas;
e). Construir ferramenta digital colaborativa de código aberto para disponibilização
do SMIIC;
f). Estabelecer parcerias com os Sistemas Nacionais e Estaduais de Informações e
Indicadores Culturais, e com institutos de pesquisa, para manutenção e continuidade
das informações;
g). Privilegiar indicadores culturais que contribuam para a gestão das políticas
públicas e para o fomento de estudos e pesquisas específicas;
h). Realizar o cadastramento dos profissionais, serviços e espaços de Artesanato e de
Trabalhos Manuais em conformidade às normas do Programa e da base conceitual do
Artesanato Brasileiro e Sutaco – Subsecretaria do Trabalho Artesanal nas
Comunidades.
Resultados e Impactos esperados:
a) Criação do SMIIC e, com a base de dados coletada e integrada ao Sistema Nacional
de Cultura, será possível conhecer e reconhecer tanto a diversidade cultural como a
produção artística do município.
b). Efetivar um inventário cultural permanente acessível e organizado.
c). Criar um mapeamento que permitirá um melhor diagnóstico da situação cultural,
reavaliação de diretrizes, metas e ações para a construção das políticas públicas;
d) Criação de publicações de planejamento estratégico com base nos dados do SMIIC.
Indicadores de monitoramento e avaliação:
a) SMIIC implantado e em funcionamento;
85
p). Criar e apoiar encontros literários voltados ao público infantil, jovem e idoso;
q). Garantir a formação permanente dos escritores e profissionais do segmento de
livro e literatura;
r). Ampliar as ações da atual coordenadoria de bibliotecas para abranger iniciativas
de fomento ao livro, leitura, produção e difusão literária;
s). Disponibilizar em todas as bibliotecas públicas, computadores com softwares
específicos para deficientes visuais;
Situação até 2017: Na área museológica o município de Santos conta com várias
unidades que exploram sua situação histórica e geográfica privilegiada e tradição
esportiva, e que preservam objetos, documentos, livros e fotografias significativas
para a cultura regional e brasileira.
Ligados à SECULT, há o Museu de Imagem e do Som de Santos (criado em 1996 na
Vila Mathias, com 150 equipamentos antigos audiovisuais, 10 mil discos, 8 mil VHSs,
entre outros), Casa do Trem Bélico (criado entre os séculos 17 e 18 no Centro,
entregue à Prefeitura em 2009), Pantheon dos Andradas (criado em 1923 no Centro,
com jazigo de José Bonifácio de Andrada e Silva e de sua família).
A Prefeitura por meio da Secretaria de Turismo administra o Museu Pelé (revitalizado
no Valongo em 2014, com mais de 2,3 mil itens do acervo do Pelé), e através da
Secretaria de Esportes o Centro da Memória Esportiva Museu De Vaney (na Ponta da
Praia, com 500 troféus e material esportivo relacionado desde 1939). Ainda há outros
espaços museológicos: Fundação Arquivo e Memória de Santos, Museu de Arte Sacra
de Santos (gerido pela Cúria Diocesana), Museu do Café (gerido pelo INCI), Museu do
Mar (Governo Estadual), Museu do Porto (Codesp), Pinacoteca Benedicto Calixto
(Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto), Casa Saturnino de Brito (Sabesp), Museu do
Mar e Museu Marítimo (iniciativa particular) e demais espaços.
SITUAÇÃO ATUAL: O SMM está em processo gradual de implementação. Porém
com poucos avanços na maioria das ações planejadas para a implementação da
Meta 4.
Ações:
a). Regulamentar o Sistema Municipal de Museus até 2022;
b). Engajar agentes públicos e privados para apoiar a função social dos museus da
cidade e seus projetos culturais;
c). Promover campanhas a respeito do papel social dos museus na sociedade;
d). Dinamizar a participação das instituições locais nas datas especiais: Semana dos
Museus e Primavera dos Museus;
e). Criar o roteiro específico de linha turística os espaços culturais diversos;
f). Implementar um centro de formação e serviço vinculado à Coordenadoria de
Museus e Galerias, com destaque para a preservação do acervo municipal, criando
uma reserva técnica adequada;
g) Implantar o Museu das Artes, contemplando pintura, desenho, escultura,
promovendo a vinda de grandes e pequenas exposições;
89
Situação até 2017: Santos possui um rico acervo de bens culturais. No papel essencial
da proteção do patrimônio material, desde o ano de 1989, conta com o Conselho de
Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa), criado inicialmente para ser
um colegiado para assessorar a SECULT. Em 1991 (Lei nº 753/91), adequando-se aos
dispositivos da Lei Orgânica Municipal, tornou-se órgão autônomo e deliberativo.
Posteriormente, com a inclusão do segmento do Patrimônio Histórico Edificado no
Conselho Municipal de Cultura, fortaleceu-se a construção de diretrizes para a
política de preservação do patrimônio cultural.
A legislação urbanística do município de Santos destaca-se pela implantação de
políticas de preservação do patrimônio, integrando-as ao zoneamento da cidade por
meio da Lei de Uso e Ocupação do Solo e especialmente pela criação do Programa de
Revitalização e Desenvolvimento da Região Central – Alegra Centro (LC 470/2003),
aliada a incentivos fiscais. O patrimônio cultural santista está presente em seus bens
móveis e imóveis, assim como nas manifestações de saberes e fazeres de sua
população. Boa parte dos monumentos e prédios de valor histórico se concentra no
centro da cidade, mas o conjunto arquitetônico de bens tombados em diferentes
bairros (54 imóveis), além de centenas de bens gravados com níveis de proteção,
reflete diversos períodos da formação urbana de Santos.
SITUAÇÃO ATUAL: O SMPHC está em processo gradual de implementação.
90
Ações:
a) Regulamentar o Sistema Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural até 2022;
b) Instituir o Centro de Formação, Pesquisa e Memória Cultural a fim de apoiar ações
educativas e de pesquisas históricas, articulados entre a Fundação Arquivo e
Memória de Santos e a Hemeroteca Municipal;
c) Reativar o Programa Municipal de Educação Patrimonial e História;
d) Estabelecer convênios de cooperação técnica com universidades locais, estaduais e
nacionais para fomentar pesquisas sobre a história de Santos;
e). Retomar e aumentar em 100% o número de vagas da Oficina Escola de Restauro;
f). Criar projeto de história funerária, tornando os cemitérios da cidade pontos de
referência histórica;
g). Atualizar permanentemente a produção e distribuição de cartilhas educativas
(impressas e/ou eletrônicas) sobre os equipamentos históricos da cidade;
h). Manter e incrementar as ações de difusão dos monumentos, dos edifícios
tombados e museus da cidade ao público-alvo;
i). Incentivar as pesquisas às práticas imateriais da região – saberes e fazeres;
j). Coletar material (fotografias, documentos, áudio e vídeo) pertinente à história da
Zona Noroeste, focando principalmente os temas da migração, cultura nordestina e
meio ambiente;
k). Realizar e/ou apoiar a criação de cursos para divulgar a história dos bairros e das
instituições da Zona Noroeste;
l) realizar palestras nas diversas instituições culturais parceiras a fim de debater as
formas de preservação e revitalização do patrimônio e valorização da memória
cultural;
m). Organizar oficinas, exposições e eventos culturais relativos ao patrimônio pelo
menos durante uma semana em cada semestre do ano para possibilitar intercâmbio
de experiências na cidade e capacitação de monitores para dar apoio às campanhas
de divulgação;
n). Disponibilizar em plataforma virtual o mapeamento dos imóveis históricos e os
bens culturais a serem pesquisados, como também com detalhamento de seus
acervos e bancos de imagens;
o) Criação no CONDEPASA de uma cadeira da representação da sociedade civil do
CONCULT;
p). Fazer oficinas de treinamento prático para restauro, conservação e manutenção
de patrimônios; com noções teóricas de manejo de ferramentas para trabalhar com
diferentes materiais: argamassas, alvenarias, cerâmicas, telas, tintas, madeiras e
metais;
91
Ações:
a). Criar políticas públicas para o fomento ao Audiovisual e os Multimeios como
direito social básico.
b). Articular uma comissão para consolidar a criação de um Sistema Municipal do
Audiovisual prevendo todos os seus elementos constitutivos, como o Fundo Setorial
do Audiovisual e o Plano Municipal do Audiovisual.
c). Criar um escritório de gestão compartilhada entre a sociedade civil e a Secretaria
de Cultura para a promoção das políticas públicas para o audiovisual previsto e
amparado pelo Sistema Municipal do Audiovisual, a exemplo do SPCine.
d). Readequar o perfil da Film Comission e submetê-la à gestão do escritório
compartilhado.
e). Fomentar a parceria com uma Incubadora de Projetos do setor submetida ao
escritório compartilhado para fortalecer os Festivais, Mostras e os Produtores locais.
f). Instituir incentivos fiscais para estimular a cadeia de economia e prestação de
serviços do audiovisual, através de linhas de crédito à produção, distribuição e
aquisição de equipamentos de audiovisual, bem como a isenção de imposto para
sediar empresa de locação de equipamento para produções publicitárias e de longas
metragens.
g). Aproximar os setores da economia da economia criativa através de ações
conjuntas.
h). Fomentar a criação do Polo Cinematográfico de Santos em parceria entre o poder
público e privado dentro dos potenciais territórios criativos.
i). Realizar a catalogação e digitalização do acervo da cinematografia santista, o
Museu da Imagem e do Som e a Cinemateca.
j). Regularizar uma sede própria para a Cinemateca.
k). Fomentar a difusão do audiovisual privilegiando salas itinerantes ou ao de cinema
ao ar livre para a exibição em todo o território santista, com programação de
conteúdo nacional e regional, de curtas e longas metragens.
94
l). Garantir a exibição de mostras de obras regionais nas salas de exibição municipais
comerciais e públicas.
m). Ampliar a acessibilidade dos portadores de necessidades especiais ao cinema;
n). Qualificar a formação profissional em nível técnico para o audiovisual e
multimeios através da criação de uma Escola Livre de Cinema, a exemplo de Santo
André, e em parceria com a ETEC ou com Universidade da região;
o). Ampliar a formação superior de graduação e especialização em audiovisual;
p). Ampliar a capacitação em dramaturgia e gestão de negócios em audiovisual;
q). Promover intercâmbios nacionais e internacionais entre as instituições de ensino
locais, bem como os cineastas independentes através de Incubadora de Projetos,
estimulando a formação inicial e a pós-graduação;
r). Inserir a formação em linguagem audiovisual no sistema regular de ensino, em
parceria com a SEDUC;
s). Implantar videotecas escolares na rede pública de ensino;
t). Fomentar os cineclubes da cidade, bem como estimular a criação de novos.
Resultados e impactos esperados:
a) Crescimento duradouro de políticas para a economia da cultura por meio do
fomento à profissionalização do setor através de projetos fortes que possam disputar
o mercado audiovisual e a criação de empresas com práticas comerciais adequadas a
um ambiente de livre concorrência;
b) Dinamismo nas obras, serviços e formatos de cultura audiovisual e nos modelos
gerenciais e de negócios;
c) Acessibilidade da população;
d) Proteção e promoção ao audiovisual produzido na cidade, salvaguardando seu
espaço na exploração do mercado interno;
e) Princípio da diversidade cultural e dos múltiplos sujeitos e interesses para um
ambiente de democracia e pluralidade;
f) Autonomia e independência dos autores no sentido de valorizar a liberdade de
criação como pilar da atividade audiovisual;
g) Expansão da formação profissional e de público para o audiovisual.
Indicadores de monitoramento e avaliação:
a) Legislações pertinentes ao Sistema Municipal do Audiovisual;
b) Relatório de ações sobre formação profissional e de público para o audiovisual;
c) Relatório de ações sobre acessibilidade dos equipamentos públicos voltados ao
audiovisual;
d) Diagnósticos sobre a economia da cultura no mercado audiovisual.
95
Situação até 2017: As artes cênicas de Santos são produzidas pelos movimentos e
grupos culturais de mais longa trajetória da cidade. Consecutivamente, por serem
frutos de criações coletivas, tratam-se dos setores melhores organizados nos debates de
políticas públicas, e com função de sensibilizar o Poder Público e outros segmentos
artísticos com suas respectivas demandas.
O Movimento Teatral da Baixada Santista se encontra em Santos reunindo cerca de 20
grupos, desenvolvendo o Motim – Mostra Regional de Teatro e o Festa – Festival
Santista de Teatro – este, criado em 1958 por Patrícia Galvão, criadora da então União
do Teatro Amador de Santos. A cidade ainda contempla o Festes – Festival de Teatro
de Estudantes de Santos (SECULT), o Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes
Cênicas de Santos (SESC), o Fescete – Festival de Cenas Teatrais (Tescom), a Mostra
da Trupe Olho da Rua, a Mostra de Teatro do Sindicato dos Metalúrgicos (Temetal),
entre outros.
O segmento se encontra com maior destaque em seis diferentes núcleos de formação
da sociedade civil, que por sua vez disseminam em diferentes mostras e linhas de
pesquisa. Há a Vila do Teatro (criada em 2012, que reúne diferentes grupos voltados
às artes de rua e ocupação pública), o Café Teatro Rolidei (criado nos anos 2000, com
grupo teatral e associação voltada à inclusão social com pessoas com deficiência), a
Escola Tescom (desde os anos 90, com foco em teatro, pesquisa e educação), além do
Casarão Santa Cruz, o SESI e o SENAC. Outra companhia histórica mantém
residência na cidade, entre elas, a mais antiga em atividade é o TEP/Unisanta, há 50
anos.
Vale ressaltar que a sociedade civil também participa do cenário de artes cênicas com
a manutenção de teatros e auditórios (sindicatos, Sistema S, entre outros), além de que
há um crescimento dos movimentos autônomos de ocupação de espaços públicos
(praças, parques e espaços ociosos) para a realização de suas produções artísticas. A
Prefeitura, por sua vez, contribui com a manutenção da Escola de Artes Cênicas
Wilson Geraldo, e dos teatros municipais (Coliseu, Braz Cubas e Guarany), sendo que
falta reativar o teatro de arena Rosinha Mastrângelo. Também realiza programas de
iniciação artística em equipamentos da SECULT e escolas, no entanto, falta uma
política efetiva de fomento aos grupos residentes de Santos, além de ampliação da
agenda dos teatros públicos aos coletivos da região.
Na área da dança, há diversas escolas da sociedade civil, principalmente na Zona Leste
da Cidade, sendo que as mais antigas datam de 40 anos. Diferentes gêneros de dança
se destacam na Cidade, desde o tradicional balé, até a dança contemporânea, da dança
97
Ações:
a) Reestruturação do organograma da SECULT envolvendo seus departamentos e
coordenadorias visando à pluralidade das linguagens artísticas, como departamento de
artes cênicas, reunindo projetos de formação, fomento e de difusão, além de espaços
relacionados e políticas públicas para a área;
b). Mapear e liberar os edifícios públicos ociosos (Prefeitura, Governo Estadual e
União) para que os artistas independentes, grupos, companhias, coletivos, entre outros,
possam realizar ensaios de espetáculos em fase de criação, montagem e/ou
apresentação;
c). Garantir que os cargos de gestão na SECULT sejam ocupados por profissionais
dotados de formação e/ou notório saber na área cultural;
d) Estudo e criação de mecanismos de fomento separados por segmento, complexidade
e temas diversos;
e) Estudo e criação de mecanismos de fomento a jovens artistas e grupos culturais
garantindo a participação de agentes de territórios marcados pela vulnerabilidade
social;
f) Revendo a Lei de Uso e Ocupação do Solo, elaborar Lei Municipal para a
destinação de espaço público para montagem de lona circense visando o apoio a
difusão da arte circense no município;
g) Criação de uma Escola Municipal de Circo;
h) Criação de uma Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de Santos.
i) Reforma de isolamento acústico do Teatro Guarany;
j) Readequação do Teatro Coliseu de acordo com as normas previstas pelo Corpo de
Bombeiros e demais órgãos vinculados a preservação do patrimônio público material;
k) Criação de lei municipal que normatize a criação e continuidade da Escola de Artes
Cênicas Wilson Geraldo;
l) Realização de estudos visando modificar a forma de contratação de professores e
funcionários da EAC Wilson Geraldo;
m) Regularização da EAC Wilson Geraldo junto ao Ministério da Educação;
n). Promover uma ampla discussão sobre o uso da Concha Acústica;
o) Reabertura do Teatro de Arena Rosinha Mastrângelo, cuja gestão deve ocorrer por
meio de editais de ocupação artística;
p) Realização de seminários, oficinas, cursos, palestras, residências artísticas,
intercâmbios que visem o aperfeiçoamento dos artistas e grupos locais, garantindo a
capacitação em novas linguagens e experimentações artísticas;
q) Estudo e pesquisa para viabilização de criação de uma Universidade Pública
Municipal de Artes;
98
r). Estimular parcerias do poder público municipal com o Sistema S para garantir a
formação cultural especializada de artistas e grupos locais;
s). Garantir a ocupação por artistas e grupos culturais locais nos teatros, galerias e
demais espaços culturais municipais;
t). Garantir a abertura de editais públicos para a contratação de grupos e artistas locais
para os eventos e projetos da SECULT e demais secretarias;
u). Criar uma programação continuada com espetáculo, shows de outras regiões para a
cidade;
v) Realização de seminário entre universidades e instituições de ensino formal e
gestores e fazedores de cultura;
w). Realizar estudo para a criação da Faculdade de Licenciatura em Dança;
x). Obter a chancela junto ao Conselho Estadual de Educação para que os principais
equipamentos públicos municipais de cultura e formação possam emitir certificação de
seus cursos;
y). Garantir que os festivais, mostras e demais eventos artístico-culturais que utilizem
de espaços públicos, destinem parte do recurso arrecadado com bilheteria, taxas de
inscrição e demais formas utilizadas de arrecadação financeira para o Fundo Municipal
de Cultura;
z). Promover a diversidade de cursos, temáticas e linhas de pesquisa na área da dança,
garantindo a diversidade cultural, de gênero e raça.
Indicadores de monitoramento e avaliação:
a) Melhor eficiência do organograma municipal e das políticas públicas de cultura;
b) Maior quantidade de coletivos artísticos em atividade de produção e difusão de suas
obras culturais;
c) Maior variedade de mecanismos de fomento aos artistas da Cidade;
d) Maior aproveitamento dos espaços públicos culturais e ociosos da Cidade para
manifestações artísticas.
Resultados e impactos esperados:
a) Reestruturação do organograma da Secretaria da Cultura, visando à pluralidade das
linguagens artísticas e profissionais dotados de formação e/ou notório saber;
b) Mapeamento e diagnóstico sobre as produções artísticas realizadas na Cidade; e
sobre os espaços públicos culturais e ociosos para manifestações artísticas;
c) Criação de legislações específicas para mecanismos de fomento aos artistas;
d) Relatório anual de ações de realização e apoio às expressões artísticas, como sua
pesquisa, produção e difusão de bens culturais.
Prazo de execução: Ações de médio prazo até 2020 e de ampliação até 2026.
_________________________________________________________________
Situação até 2017: Hoje o único fundo existente é o Fundo de Assistência à Cultura
(FACULT), criado por uma legislação que visa contemplar projetos de diversos
segmentos artísticos. Nele, ocorre uma única modalidade de edital anual (que se
encontra em sua quinta edição), mas que ainda não supre as necessidades
transversais e mais amplas do fazer cultural na cidade. Tendo em vista essa realidade,
atualmente a SECULT encaminhou o processo de criação do Projeto de Lei para um
novo Fundo Municipal de Cultura, conforme o previsto na Lei do Sistema Municipal
de Cultura em trâmite no Legislativo.
Ações:
a). Garantir que os festivais, mostras e demais eventos artísticos e culturais que
utilizem de espaços públicos, destinem parte do recurso arrecadado com a bilheteria,
taxa de inscrição e demais formas utilizadas de arrecadação financeira, para o Fundo
Municipal de Cultura;
b). Garantir dotação orçamentária progressiva para os festivais e mostras tradicionais
que fazem parte do calendário cultural oficial da cidade realizados pelos produtores
independentes locais;
c) Reformulação do FACULT em relação ao aporte financeiro, segmentação dos
editais, comissão de seleção, isenção fiscal e divulgação;
d). Promover campanha continuada voltada ao incentivo de doações e contribuições
para ampliação dos recursos do Fundo Municipal de Cultura de Santos;
e). Estabelecer parcerias com instituições financeiras para ampliação dos
financiamentos para a Cultura;
f). Realizar editais públicos de fomento e de manutenção para cada segmento
representado no CONCULT, publicados anualmente até 2025;
g). Instituir o Programa Anual de Editais e Concursos Culturais;
h) Criação de um selo de responsabilidade cultural para empresas que invistam no
Fundo Municipal de Cultura;
100
Situação até 2017: O Conselho Municipal de Cultura foi instituído pela Lei nº. 1367
de 13 de dezembro de 1994, órgão normativo, consultivo e deliberativo das ações
culturais e assegura a participação popular paritária com 11 (onze) representantes do
Governo e 11 (onze) representantes da Sociedade Civil.
As Pré-Conferências, a Conferência Municipal de Cultura e a Eleição/Posse da
Diretoria do Conselho Municipal de Cultura – CONCULT são realizadas, bienalmente,
no primeiro trimestre do ano em que se inicia o novo mandato dos conselheiros.
Santos realiza Conferências de Cultura desde o ano de 2000.
101
SITUAÇÃO ATUAL: A Meta 10 e boa parte das ações previstas ainda não foram
cumpridas.
Ações:
a) Legitimar a Política Pública de Cultura como direito social básico;
b). Manter as Conferências Municipais de Cultura a cada dois anos em consonância às
Conferências Estadual e Nacional;
c) Criar os Fóruns bienais dos segmentos culturais representados no Conselho
Municipal de Cultura, intercalando as ações das conferências;
d). Ofertar curso de formação continuada para os membros do Conselho Municipal
de Política Cultura;
e). Divulgar amplamente as ações do CONCULT, como também melhorar a
divulgação, por meios diversos, das ações dos fóruns, conferências e demais espaços
de participação social;
f). Garantir o direito das pessoas com deficiências diversas, no sentido de promover
acessibilidade nos fóruns e conferências de cultura;
g). Fomentar seminários, fóruns e audiências públicas sobre o segmento cultural
junto aos fazedores de arte e a população;
h). Pleitear cadeira do CONCULT no Conselho Municipal de Emprego, Trabalho e
Renda.
Resultados e Impactos esperados:
a) Fortalecimento na representação da sociedade civil nos processos decisórios das
políticas públicas para a Cultura.
b) Organização das Pré-Conferências Setoriais de forma transparente, fortalecendo os
processos decisórios das políticas públicas para a Cultura de Santos.
c) Dinâmica de diálogo direto entre a Secretaria Municipal de Cultura - SECULT e cada
setor para a elaboração dos planos setoriais.
d) Alinhamento ao calendário das Conferências Nacional e Estadual, bem como o
cumprimento das sugestões das pautas de discussão propostas pelo Ministério da
Cultura.
Indicadores de monitoramento e avaliação:
Realização e relatórios de fóruns, conferências e pré-conferências setoriais.
Prazo de execução: Ações de curto praz até 2018 e gradualmente até 2026.
_________________________________________________________________
102
____________________________________________________________
Ações:
a). Manter o vínculo junto aos veículos de comunicação na difusão da programação
cultural da Cidade;
b). Manter programas audiovisuais via SECOR referente aos equipamentos históricos
e culturais da Cidade;
c). Estimular integração de setores públicos da SECULT nas redes sociais;
d). Criar uma agenda permanente de workshops de comunicação e cultura com
diferentes públicos: artistas, produtores culturais, jornalistas, estudantes de
comunicação, etc.
e). Estimular parcerias e criações de projetos de educação, mídia livre e comunicação
comunitária junto aos coletivos artísticos, acadêmicos e demais interessada;
f). Divulgar e publicizar amplamente as ações e projetos da área cultural em diversos
mecanismos de comunicação, em especial nos meios multimídias;
g) Publicizar a sistematização de resultados e impactos de projetos culturais
financiados por recursos públicos municipais;
103
h). Manter, ampliar e integrar as atividades educativas (programa Vovô Sabe Tudo,
publicações impressas, vídeos institucionais e demais ações) sobre os equipamentos
históricos da Cidade;
i). Estimular parceria com universidades que possuam o curso de Rádio e TV para a
criação de uma TV e rádio públicas.
Resultados e Impactos esperados:
a) Universalização da informação sobre a cultura local.
b) Facilidade no acesso aos meios midiáticos com conteúdo da cultura local.
c) Aumento comparativo de inserções de ações culturais na imprensa (clipping);
d) Aumento comparativo de quantidade de veículos tradicionais e alternativos em
Santos que abranjam a área cultural;
e) Aumento e realização de atividades integradas de difusão sobre a história cultural
da Cidade (via SETUR, SECOR e SECULT)
f) Aumento das atividades de formação sobre cultura e comunicação realizadas
anualmente pelo Poder Público.
Indicadores de monitoramento e avaliação:
a) Relatório comparativo de inserções de ações culturais na imprensa (clipping);
b) Relatório comparativo de quantidade de veículos tradicionais e alternativos em
Santos que abranjam a área cultural;
c) Relatórios das atividades de formação sobre cultura e comunicação realizados
anualmente pelo Poder Público
d) Relatório das atividades integradas de difusão sobre a história cultural da Cidade.
e) Avaliação anual.
Prazos de execução: A partir de 2018.
____________________________________________________________
META 12: Equipamentos e Espaços Culturais Públicos adequados em 100% até 2026
Situação até 2017: Santos respira cultura em diversos pontos de seu território. A
SECULT possui diversos teatros públicos, centros culturais, cinemas, espaços para
apresentações e uma rede de bibliotecas compondo uma estrutura que oferece
104
Ações:
a) Criar Editais de Ocupação para o uso dos equipamentos culturais e espaços
públicos, para os grupos e coletivos culturais da região, de forma, a atender de modo
equânime os segmentos, linguagens, gêneros e projetos culturais propostos;
b) Manutenção constante dos teatros municipais e demais equipamentos culturais de
acordo com as normas previstas pelo Corpo de Bombeiros e demais órgãos
vinculados a preservação do patrimônio público material;
c). Realizar diagnóstico das condições atuais dos equipamentos em todos os espaços
públicos municipais, bem como promover sua revitalização e manutenção;
d). Proteger e valorizar os equipamentos culturais através de um sistema permanente
de segurança em parceria com a Secretaria Municipal de Segurança;
e). Prover espaços para a realização ensaios de grupos musicais independentes
cameratas, grupos musicais acústicos e orquestras;
f). Criar projetos para aprimorar instalações, equipamentos de instituições culturais e,
ainda preservação dos acervos e equipamentos;
g). Criar legislação de isenção de impostos (como o ISS e IPTU) em espaços culturais,
sem fins lucrativos, mantidos pela sociedade civil;
h). Retomar o espaço do Centro de Cultura Patrícia Galvão, integralmente - sem a
ocupação pela estrutura administrativa da Secretaria de Cultura.
Resultados e impactos esperados:
Equipamentos públicos geridos pela prefeitura dotados de estrutura física e
acessibilidade adequadas, ampliando a fruição do fazer cultural no município,
possibilitando a difusão de novas linguagens e realização de programação constante.
Indicadores de monitoramento e avaliação:
a) Relatório quantitativo e qualitativo dos tipos de equipamentos culturais de Santos.
b) Levantamento mensal do público frequentador e atividades desenvolvidas nos
equipamentos culturais.
Prazo de execução: Até 2026.
105
____________________________________________________________
Situação até 2017: Estima-se que, em 2010, as riquezas produzidas por esta atividade
representaram 2,6% do PIB brasileiro. Isso equivale a 95 bilhões de reais. O Plano
Nacional pretende aumentar esse percentual para 4,5% do PIB.
Ações:
a). Realizar e apoiar pesquisas permanentes para levantamento dos dados referentes
às cadeias produtivas da cultura de Santos;
b) Incentivar e mediar através de instituições financeiras à criação de linhas especiais
de crédito para artistas e produtores culturais de pequeno e médio porte, para
formação, produção e difusão em diversas linguagens artísticas e culturais;
c). Criar incubadora de atividades referentes à economia criativa em Santos,
possivelmente em parceria com a Incubadora Municipal de Empresas:
d). Realizar formação e capacitação, como oficinas e cursos, referentes à elaboração
de projetos e prestação de contas para participação em editais e outras linhas e
mecanismos de financiamento público.
e). Realizar cursos técnicos, instrumentais e profissionalizantes na área da economia
da cultura, abarcando diversas áreas da cadeia produtiva.
f). Promover ações e campanhas de valorização e reconhecimento para empresas que
apoiem a cultura, com a homologação do CONCULT;
g). Fortalecer a cidade através de leis de fomento, compreendendo-a como polo de
economia criativa, a fim de estimular a permanência do artista;
h). Promover parcerias com o terceiro setor na elaboração de projetos e no
fortalecimento da economia da cultura.
Resultados e impactos:
a) Pesquisas para levantamento dos dados referentes às cadeias produtivas da
cultura realizadas;
106
META 14: 100% dos Territórios Criativos estruturados e com Fóruns permanentes
implantados até 2022
d). Implantar políticas culturais nos territórios criativos com destaque para os de
vulnerabilidade social, prevendo a realização de espetáculos, apresentações musicais,
cursos e oficinas permanentes, entre outras iniciativas, garantindo a diversidade de
linguagens, gêneros e temas;
e). Potencializar saberes e fazeres próprios em 100% dos territórios.
f). Realizar parceria com o Estado, União, 3º setor e sociedade de melhoramentos no
desenvolvimento de projetos culturais que abranjam o maior número possível de
territórios;
g). Fomentar a criação de projetos itinerantes e de mobilidade para o
desenvolvimento de atividades culturais e cursos profissionalizantes, nos territórios
distantes das regiões centrais e orla;
Resultados e impactos esperados:
a) Mapeamento dos territórios criativos considerando-se a área insular e continental
do município;
b) Fóruns instituídos e atuantes na discussão, execução e fiscalização das políticas
culturais dos territórios;
c) Desenvolvimento e sustentabilidade cultural, social e econômico dentro dos
territórios.
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
a) Índices e Relatórios das ações realizadas, implantação e atuação dos seminários e
fóruns;
b) Índices e gráficos com o levantamento da participação social em fóruns e outros
espaços de debate sobre políticas públicas culturais;
c) Avaliações anuais.
Prazo de Execução: A partir de 2018 até 2022.
META 15: 100% das ações de fomento à criação, difusão e produção cultural
realizadas até 2026.
Situação até 2017: Em que pese o movimento cultural na cidade, por meio da
grande quantidade de fazeres culturais realizados com o apoio e pelo poder público,
iniciativa privada e terceiro setor, percebe-se ser um movimento quase espontâneo
que acontece a partir de demandas e iniciativas propostas que vão acontecendo
conforme as solicitações do momento ou cumprimento de calendário e datas
comemorativas e sem a oitiva da sociedade civil, enquanto classe.
Como consequência, tem-se um movimento não planejado e não equitativo, no qual
acabam sendo privilegiadas as áreas, territórios, segmentos ou fazeres de maior
108
Ações:
a) Instituir a “Casa de Cultura de Hip Hop” com gestão compartilhada entre poder
público e sociedade, para ações de formação, pesquisa e difusão;
b). Criar polos artesanais;
c) Estimular junto às entidades de artesanato e demais instituições interessadas à
criação do Selo “Amigo do Artesão Santista”.
d). Estabelecer parceria entre a prefeitura e os produtores independentes locais para
a produção de mostras e festivais inéditos, além daqueles que fazem parte do
calendário cultural oficial da cidade;
e). Promover a segmentação e o aumento dos valores dos prêmios do FACULT;
f) Realizar a Bienal de Gravuras, retomada da Bienal de Artes Visuais de Santos, como
também realizar e apoiar demais festivais e mostras de artes visuais;
g). Promover o exercício das funções da Coordenadoria de Eventos e Festas
Populares - Seção de Festas Populares/DEVEPRO, no âmbito de sua competência, em
conformidade ao Decreto nº 5.489/2010;
h). Incentivar a criação de Associações, ONGs e Cooperativas de natureza cultural;
i). Realizar e incentivar espetáculos de Ópera, Multimídia e Musicais, como também
apresentações e concertos de música abrangendo gêneros, linguagens e formação
vocal e instrumental diversas;
j). Realizar o Festival Universitário da Música Popular Brasileira;
k). Retomar a realização do Festival de Música Contemporânea com ênfase na
formação, experimentação, pesquisa, discussão e performance;
l). Realizar e apoiar concurso para jovens solistas (instrumental e canto) e de
composição (música coral e sinfônica);
m). Elaborar e publicar no início de cada ano a Temporada Anual dos Corpos Estáveis
de Música e Dança, com empenho dos devidos recursos financeiros;
109
Situação até 2017: Santos possui o Conselho de Emprego, Trabalho e Renda, por
meio do qual, anualmente, é elaborado um Plano de Trabalho prevendo a
participação de representantes de empresas, sindicatos, associações ou escolas para
fazerem apresentações de propostas futuras para o município. O objetivo é informar
sobre as ações que estão sendo desenvolvidas na cidade pelos diferentes agentes,
enriquecer as discussões e fundamentar a formulação de eventuais propostas de
políticas públicas no âmbito do emprego, informações sobre vagas captadas,
trabalhadores inscritos, encaminhados e colocados, e o Relatório de Qualificação
Profissional, com a posição de todas as oportunidades de qualificação profissional
oferecidas gratuitamente aos munícipes durante o período.
Trimestralmente o Conselho de Emprego também analisa o Relatório de Evolução de
Emprego em Santos, elaborado com base em dados do CAGED. Possui ainda a Sala do
Empreendedor Santista, criada pela Prefeitura Municipal de Santos em junho de 2014
para agilizar o processo de abertura de empresas, alteração de atividades econômicas
e transferência de local. O objetivo é agregar em um único local, serviços antes
distribuídos em vários setores e prédios públicos.
É um balcão único de atendimento, onde o empresário tem a sua disposição os
seguintes serviços: análise e viabilidade do empreendimento, informações sobre
abertura, análise documental dos processos, protocolo, autorizações de notas fiscais,
rapidez na liberação das licenças de MEI, autônomos e liberais. O município conta
com a Lei Complementar n. º 820, de 26 de dezembro de 2013, publicada no Diário
Oficial do Município em 27/12/2013, que criou o Estatuto do Empreendedor Santista
instituindo tratamento especial a Microempresa, à Empresa de pequeno porte e ao
Microempreendedor Individual (MEI) além de outras providências.
Conforme acompanhamento da Coordenadoria de Requalificação Profissional da
PMS, tendo como dados os índices da RAIS – Santos e do CNAE-IBGE, temos como
últimos levantamentos publicados sobre o emprego em Santos nas atividades ligadas
à Cultura: Empego Formal – 864 pessoas, em um universo aproximado de 190 mil
empregos (RAIS-SANTOS, 2014) e Microempreendedor Individual – MEI – 610
microempreendedores (349 homens e 261 mulheres) (CNAE-IBGE MEI SANTOS, junho
2016).
Baseado nos levantamentos acima, fomentar o emprego formal ou formalizado, bem
como o protagonismo da mulher nas atividades ligadas à cultura, promovendo a
111
Ações:
a). Equiparar gradualmente aos valores de mercado a remuneração de professores,
educadores, oficineiros e demais funcionários da cultura de acordo com sua
formação.
b). Estabelecer o regime formal de trabalho como meio de contratação dos
professores e funcionários da EAC.
c). Facilitar a transparência dos processos de seleção para os cargos e projetos
temporários na área cultural, incluindo critérios objetivos, técnicos e acadêmicos
realizados por órgãos competentes;
d). Manter e ampliar a realização de concursos públicos para provimento dos cargos
vagos da SECULT, sempre que necessário;
e). Promover o ingresso, por meio de concurso público, para compor o quadro da
equipe técnica do arquivo municipal de partituras - acervo, editoração e restauro;
f). Ampliar, por meio de L.C., o número de integrantes da OSMS e Coral Municipal;
g) Criar, através de L.C., a função específica de Regente Assistente da OSMS;
h). Alterar, atendendo as específicas necessidades funcionais e de estrutura, as Leis
de Criação dos Corpos Estáveis de Música - OSMS, Coral Municipal, Quarteto Martins
Fontes e Camerata Heitor Villa-Lobos, bem como elaborar e publicar seus respectivos
regimentos;
i). Firmar parcerias com o SEBRAE para cursos, palestras, workshops e orientação aos
artistas, técnicos, produtores, gestores e agentes culturais sobre o
empreendedorismo da área específica da cultura;
j). Firmar parceria com a Sala do Empreendedor Santista para contemplar o viés
específico da área cultural ou, a partir de sua orientação e expertise, criar a Sala do
Empreendedor Cultural Santista;
k). Estimular artistas, técnicos, produtores, gestores e agentes culturais a se
formalizarem ou se regulamentarem na ótica do emprego;
l). Propor a contratação por regime formal ou regularizado dos cargos a serem
preenchidos com a instalação dos novos equipamentos e centros culturais, com
gestão compartilhada ou pública e da criação de novas unidades, seções e corpos
estáveis da Secretaria de Cultura;
112
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META 17: 100% dos grupos, indivíduos e comunidades atuantes nas práticas da
diversidade da cultura tradicional popular contemplados por ações de valorização,
reconhecimento e fomento até 2026.
Ações:
a). Elaborar programas e ações culturais, assim como projetos de formação
profissional e de público, que levem em conta a diversidade cultural, as demandas e
as características específicas de diversas linguagens artísticas, garantindo a
diversidade cultural, de gênero e etnia;
b) Criar a Casa do Folclore e da Arte Popular Santista;
c) Instituir o Plano de Promoção do Artesanato Santista, em parceria com a Secretaria
Municipal de Turismo;
d) Criar um Edital de Fomento para o festejo do Carnaval, para regulamentar e
fomentar o repasse financeiro para as escolas de samba da cidade;
e) Fomentar a Feira de Artesanato com itinerância nos bairros e comunidades, com
planejamento e estrutura padronizada, com enfoque na economia solidária e criativa;
f) Criar um Edital de Intercâmbio da Cultura para custeio de transporte de artistas, de
grupos, de produtores culturais e de equipamentos necessários às apresentações
artísticas;
114
e). Criar uma seção de cultura tradicional nas bibliotecas escolares, em parceria com
a SEDUC, e públicas do município que envolva também a aquisição de cordéis e
material audiovisual de referência;
g). Realizar em parceria com a SEDUC projetos de inserção dos estudantes em
espaços comunitários para promover o diálogo entre imaginário e as tradições locais
com as formas de difusão tecnológica do conhecimento e das manifestações
simbólicas de outros lugares e partes do mundo;
h). Incentivar o estudo e a preservação das culturas de imigrantes, tão importantes
na formação cultural da cidade, como os japoneses, italianos, etc.;
i). Estabelecer abordagens transversais para a execução de políticas dedicadas às
culturas populares, incluindo esse campo na formulação de programas, projetos e
ações das linguagens artísticas e demais segmentos de promoção da diversidade
cultural;
j). Fomentar, por meio de editais de concessão de recursos e premiações às
iniciativas pioneiras e exemplares de promoção, o fortalecimento, a circulação, o
intercâmbio e a divulgação das culturas indígenas.
Resultados e impactos esperados:
a) Incremento da Economia Criativa ligada aos produtores de artesanato santista.
b) Ampliação dos espaços de vivências dos grupos de cultura tradicional popular.
c) Diversificação dos espaços de experimentação dessas culturas produzidas pelas
comunidades tradicionais de Santos.
d). Ampliar o conhecimento nacional e internacional das manifestações santistas da
cultura popular.
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
a) Relatórios de valores financeiros gerados durante as feiras de artesanato e o
número de fazedores de arte beneficiados;
b) Relatórios quantitativos de festejos de cultura tradicional popular e folclore
ocorridos e de grupos e públicos participantes nos mesmos eventos;
c) Monitoramento de referências sobre economia criativa no SMIIC.
Prazo de Execução: Gradualmente até 2026.
META 18: Plano Setorial para a cultura afro-brasileira implantado em Santos até
2026
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SITUAÇÃO ATUAL: Meta 18 e ações com poucos avanços significativos. Meta ainda
não cumprida.
Ações:
a). Fomentar projetos de promoção das culturas afro-brasileiras, por meio da
valorização de suas diferentes contribuições para as manifestações culturais;
b) Realizar o Edital da Cultura de Matrizes Africanas;
c) Aplicar a Lei Federal 10.639 que prevê o ensino de história e cultura afro-brasileira
através de oficinas de Cultura Negra, em parceria com a SEDUC;
d). Criar o Plano Municipal de Igualdade Racial;
e) Ampliar o ‘Roteiro Étnico’ terrestre e via bonde, em parceria com a SEDUC e a
Secretaria de Turismo;
f) Instituir um Centro Municipal de Cultura Negra;
g) Aprovar em Lei Municipal e promover ações em homenagem ao ‘Dia da Mulher
Negra Latino-americana e Caribenha’, em 25 de julho.
h). Sistematizar e publicar dados históricos sobre os quilombos da cidade.
i) Realizar uma Mostra Cultural Negra anualmente, garantindo o protagonismo dos
artistas e produtores negros na concepção e realização do evento.
j) Instituir Lei Municipal de proteção às religiosidades afro-brasileiras.
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Situação até 2017: Em Santos, existem iniciativas (cursos, oficinas, projetos) nos
setores públicos, privados e no terceiro setor voltadas à formação e capacitação (livre
e regular) na área cultural, com ênfase para a formação artística. Porém, essas
iniciativas ocorrem de forma isolada e autônoma, em geral sem o aprofundamento
da qualificação compatível ao que se espera para o mercado de trabalho cultural e
sem a preparação que hoje necessita o profissional da cultura ao exercício de suas
funções sejam artistas, técnicos, produtores, gestores, professores e outros
pertinentes à área. Os cursos de graduação (sempre privados) aos poucos se
extinguiram e os poucos que existem não dão conta da atual realidade. Como
consequência, observa-se uma estagnação, um desagregamento da prática e da
pesquisa, tanto nos aspectos quantitativos como principalmente qualitativos dos
fazeres culturais. Assim, torna-se urgente a implantação de uma política pública, em
âmbito municipal, de programas e ações voltados à formação, capacitação e
profissionalização, em todos os níveis do estudo formal e/ou informal que promova o
fomento e o desenvolvimento da área cultural, em toda a sua abrangência.
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Ações:
a) 100% das linguagens artísticas e culturais contempladas em um programa
municipal de formação em arte e cultura;
b). Fomentar a realização de formação artística e de público para a dança com ênfase
na diversidade de linguagens por meio de trabalhos de pesquisa e investigação e a
produção;
c). Estabelecer diálogo com as instituições de ensino privadas e públicas da região
para o fomento a profissionalização e capacitação dos artistas e gestores culturais da
região;
d). Realizar seminários entre universidades e instituições de ensino formal, gestores e
fazedores de cultura;
e). Realizar seminários, oficinas, cursos, palestras, residências artísticas, intercâmbios
priorizando artistas e grupos locais através de parcerias como o Sistema S,
Universidades e outras;
f) Capacitar de forma permanente os Artesãos locais, por meio da realização de
simpósios e encontros periódicos;
g). Realizar cursos em esculturas de areia;
h). Ampliar a oferta de vagas em oficinas e cursos de iniciação musical realizadas no
CAIS Vila Mathias;
i). Realizar no CAIS Vila Mathias, mostras, palestras, workshops e cursos voltados aos
diversos gêneros da música;
j). Criar cursos técnicos e profissionalizantes de prática e aperfeiçoamento de cordas,
sopro, coral e canto;
k). Realizar cursos, oficinas e estágios profissionalizantes aos funcionários e gestores
dos equipamentos culturais da cidade;
l). Obter a chancela junto ao Conselho Estadual de Educação para que os principais
equipamentos públicos municipais de cultura e formação possam emitir certificação
de seus cursos;
m) Implantar a Universidade Pública Municipal de Artes e Cultura; incluindo entre os
cursos o Bacharelado e a Licenciatura em Dança;
n) Oficializar a Orquestra Jovem por meio de Lei Municipal;
o) Instituir a Escola Municipal de Capoeira;
p) Implementar a Escola Livre de Música criada pela L.C. nº 667, de 29/12/2007.
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META 20: Ações para Formação de Plateia 100% implantada a partir de 2018.
Ações:
a) Implementar o Programa Municipal de Formação de Plateia que possa integrar as
diversas áreas e gêneros, em parceria pública, privada e do terceiro setor;
b) Realizar ações que fomentem um público crítico e sensível para a dança e para
outras linguagens artísticas e culturais, considerando os variados gêneros;
c) Ampliar e resgatar, a exemplo dos projetos musicais de formação de plateia pelos
espaços da cidade, outros das diversas linguagens artísticas e culturais,
contemplando os variados gêneros, considerando a especificidade etária e cultural do
público;
d). Oferecer oficinas e/ou palestras para formação de plateia segmentada para
preparação da fruição de eventos culturais (espetáculos, óperas, festivais,
exposições, bienais) específicos realizados no município.
Resultados e impactos esperados:
a) Aumento quantitativo do público presente e participante nas atividades culturais
na cidade;
b) Estímulo às práticas e aprendizado artísticos culturais em todas as faixas etárias;
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
a) Relatório quantitativo de pessoas que frequentam museu, centro cultural,
espetáculos de teatro, circo, dança e música, em relação à situação de 2017.
b) Monitoramento de ações previstas na meta de acordo com o SMIIC;
c) Avaliação permanente e relatórios quantitativos e qualitativos anuais.
Prazo de execução: A partir de 2018.
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META 21: 70% das Ações de Transversalidade atendidas com no mínimo 01 (uma)
iniciativa anual por Secretarias afins a partir de 2018.
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Ações:
a) Fomentar a intersetorialidade dos programas e projetos culturais;
b). Fomentar mecanismos de diálogo com as Secretarias de Educação, Esporte,
Turismo, Meio Ambiente, e demais órgãos com interface cultural para a criação de
ações e projetos conjuntos;
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c). Preservar a memória e identidade da cultura local por meio de ações transversais
em parceria com órgãos vinculados ao turismo e preservação do patrimônio material;
d). Firmar parcerias com equipamentos públicos municipais vinculados à assistência
social, saúde, turismo, educação, meio ambiente, esportes e cidadania, a fim de
fomentar ações culturais;
e) Fomentar, junto às Secretarias pertinentes, políticas públicas municipais de
segurança alimentar, habitacional e social para artistas de baixa renda, com
prioridade para artistas idosos, deficientes físicos, mulheres e negros;
f). Promover por meio de programas culturais a inclusão social, em conjunto com a
Seas e a Secid;
g). Fomentar eventos e cursos culturais para pessoas com necessidades especiais;
h). Implementar, em conjunto com a Seas, ações e programas com o objetivo de
minimizar as situações de risco e vulnerabilidade por meio do fomento a atividades,
cursos, palestras e encontros contemplando as diversas linguagens artísticas e
segmentos culturais;
i). Aprimorar o atendimento de forma Inter setorial às crianças e adolescentes com
direitos violados, com especial atenção à redução da reincidência;
j). Construir fluxo de atendimento entre as Secretarias Municipais e parceiros da rede
de atendimento de/com/para a juventude;
k) Realizar, junto a Coordenadoria da Juventude e setores pertinentes, feira
itinerante e/ou estratégia que possibilite a sustentabilidade da iniciativa e incentive a
profissionalização da juventude;
l) Promover e fomentar, junto a Coordenadoria da Juventude, ações que tenham por
objetivo o estímulo à elaboração e realização de projetos culturais produzidos por
jovens;
m). Ampliar, em parceria com a SEDUC e Delegacia Regional do Estado, os projetos
musicais, dos diversos gêneros, em escolas públicas municipais e estaduais;
n) Incentivar, junto a Coordenadoria do Deficiente, a formação de Coral com pessoas
com deficiência, integrado com outros grupos, ou como coral específico;
o) Desenvolver, junto a Coordenadoria do Deficiente, ações efetivas de promoção e
fruição cultural por parte das pessoas com deficiência;
p). Garantir 100% dos equipamentos culturais (museus, cinemas, teatros, arquivos
públicos e centros culturais) atendendo os requisitos legais de acessibilidade e
desenvolvendo ações de promoção da fruição cultural por parte das pessoas com
deficiência, em relação ao total dessas instituições ou equipamentos;
q). Resgatar, reconhecer e valorizar a cultura afro-brasileira dentro dos conteúdos de
formação cultural, bem como em atividades de produção e de eventos;
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ANEXO 3
Registre-se e publique-se.
Palácio "José Bonifácio", em 11 de julho de 2017.