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Etica de Platao

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1ºgrupo

UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTAO

CURSO DE GESTAO DE RECURSOS HUMANOS

Delfina da Graça
Cesar Quimbra Cesar

Ética de Platão

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos com Habilitação


em Higiene e Segurança no Trabalho
4º Ano

QUELIMANE

2021
1ºgrupo

Delfina da Graça
Cesar Quimbra Cesar

Ética de Platão

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos com Habilitação em


Higiene e Segurança no Trabalho

Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura em Gestão


de Recursos Humanos, na Faculdade de Economia e
Gestão na cadeira de Ética e deontologia Profissional,
como requisito de obtenção do titulo de licenciado em
Gestão de Recursos Humanos com Habilitações em
Higiene e segurança no Trabalho.
Orientadora: Doutora: Catarina Matete

QUELIMANE

2021
Índice
INTRODUÇÃO................................................................................................................................3

OBJECTIVOS..................................................................................................................................4

Geral.................................................................................................................................................4

Específicos........................................................................................................................................4

Metodologia......................................................................................................................................4

ÉTICA DE PLATÃO.......................................................................................................................5

Vida e Obra de Platão.......................................................................................................................5

OBRAS.............................................................................................................................................5

Ética de Platão..................................................................................................................................6

A Ética nos diálogos de Platão.........................................................................................................8

Ética e Teoria das Idéias nos diálogos de Platão..............................................................................9

Platão e Sua Utopia........................................................................................................................10

O Pensamento de Platão.................................................................................................................12

CONCLUSÃO................................................................................................................................14

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA.............................................................................................15
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INTRODUÇÃO

O presente Trabalho da cadeira de Ética e Deontologia Profissional intitulado Ética de Platão


iremos abordar sobre Platão, explicar sobre as suas teorias você vai conhecer um pouco de quem
foi este filósofo tão importante para a história da humanidade e quais foram os seus principais
pensamentos. Dizer que Platão viveu durante o período clássico da Grécia antiga. Era filósofo e
matemático e fundador da Academia de Atenas, a primeira instituição de ensino superior do
mundo ocidental. Sócrates foi o mentor de Platão, e Aristóteles, seu pupilo. Juntos, os três foram
os maiores pensadores da história e há quem diga que foram os principais responsáveis pela
filosofia natural, pela ciência e filosofia ocidental. Por tanto salientarmos que o Platão nasceu em
Atenas no ano de 347 antes de cristo na época da Tirania dos Trinta e tinha mais três irmãos. A
data de seu nascimento não é totalmente certa. Os historiadores chegaram à conclusão de que ele
nasceu neste ano devido alguns textos da época. A família dele aparece em alguns de seus textos,
em forma de diálogo. Estudiosos dizem que os diálogos escritos por Platão, com sua família
retratam os dias mais felizes para eles.
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OBJECTIVOS
Geral
 Compreender a Ética de Platão
Específicos
 Identificar as principais teorias da ética do Platão
 Descrever a Ética do Platão num todo
 Descrever a contribuição do pensamento da ética do Platão

Metodologia
Para, (GERHARDT & SILVEIRA, 2009) metodologia é a sucessão de passos pelos quais se
descobrem novas relações entre fenómenos que interessam um determinado ramo científico ou
aspectos ainda não revelados de uma realidade, identificados através de procedimentos
indispensáveis e que vão auxiliar no alcance dos objectivos pretendidos. O presente trabalho, foi
efectuado tendo como base: levantamento bibliográfico e Pesquisa na Internet, com intuito de
pesquisar fontes de informação sobre o tema em estudo e aprofundar um problema de pesquisa,
considerando o conhecimento já existente.
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ÉTICA DE PLATÃO

Vida e Obra de Platão

Platão foi discípulo de Sócrates e um dos mais importantes filósofos da Grécia Antiga. No


período antropológico, iniciado a partir das ideias socráticas, Platão destacou-se por ter lançado a
sua teoria idealista e por ter deixado escrita a maioria dos textos conhecidos hoje sobre Sócrates.
O idealismo platônico consiste, basicamente, em uma distinção entre conhecimento sensível,
inferior e enganoso, que seria obtido pelos sentidos do corpo, e conhecimento inteligível, superior
e ideal, que acessória a verdade sobre as coisas. O conhecimento inteligível seria aquele que
permite o nosso acesso ao ser e à essência de algo, que seria imutável, ao contrário da aparência,
que pode enganar-nos. O conhecimento inteligível estaria no Mundo das Ideias e das Formas,
enquanto o conhecimento sensível estaria em nossa realidade material.
O Mundo das Ideias ou das Formas (que deve ser escrito com letra maiúscula) seria a realidade
intelectual, verdadeira, eterna e imutável, que pode ser acessada apenas por meio da
capacidade racional do ser humano. Nessa instância, estariam as essências das coisas, os
conceitos, as ideias fixas e imutáveis que descrevem essencialmente cada ser ou objeto existente.
Já o mundo sensível seria a realidade com a qual nos defrontamos em nosso mundo prático, que
experimentamos. Essa realidade sensível é ilusória e enganadora, pois, para usar um jargão
popular no qual Platão inspirava-se: as aparências enganam.

OBRAS
A maior parte dos escritos de Platão é composta pelos diálogos socráticos, em que o seu mestre,
Sócrates, é a figura central. Em geral, os diálogos falam sobre um determinado tema, mas sem
grandes delimitações ou especificações, podendo falar sobre outros assuntos.
Temos conhecimento, hoje, de 35 diálogos deixados por Platão. Abaixo, estão listados os
principais textos e suas características gerais:
 Apologia de Sócrates: escrito após a morte de Sócrates, o texto narra os últimos
momentos do mestre de Platão, quando foi acusado de corrupção da juventude de Atenas,
julgado e condenado à morte.
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 Láques, ou da coragem: o livro traz uma nova concepção de coragem ao cidadão grego,
antes habituado à concepção heroica relacionada a Aquiles e Ulisses, por exemplo. Agora,
a concepção de heroísmo ganha uma conotação de ação moralmente equilibrada e justa.
 Hípias menor: diálogo em que são tratadas as noções de verdade, mentira e justiça.
 Hípias maior: nesse texto, Platão expõe as suas concepções sobre o belo e as artes.
 Górgias: livro que fala sobre a Retórica, tomando como interlocutores principais Sócrates
e o sofista Górgias.
 Fédon: diálogo em que Platão expõe a sua concepção de alma, de reencarnação e assuntos
em relação à constituição metafísica do homem.
 O Banquete: nesse livro, Platão utiliza a figura de Sócrates para falar sobre o bem e o
amor ideal.

Ética de Platão
Platão propõe uma ética transcendente, dado que o fundamento de sua proposta ética não é a
realidade empírica do mundo, nem mesmo as condutas humanas ou as relações humanas, mas
sim o mundo inteligível. O filósofo centra suas indagações na Ideia perfeita, boa e justa que
organiza a sociedade e dirige a conduta humana. As Ideias formam a realidade platônica e são os
modelos segundo os quais os homens tem seus valores, leis, moral. Conforme o conhecimento
das ideias, das essências, o homem obtém os princípios éticos que governam o mundo social.

O uso reto da razão é entendido como o meio de alcançar os valores verdadeiros que devem ser
seguidos pelos homens. No mito da caverna, o filósofo expõe a condição de ignorância na qual se
encontra o homem ao lidar com o conhecimento das aparências. Somente pelo conhecimento
racional o homem pode elevar-se até as Ideias, até o Ser e conhecer a verdade das coisas. Isto se
dá através do método dialético, o qual elimina as aparências e encontra as essências, a verdade no
conhecimento das coisas. Este método filosófico tem por finalidade libertar os homens da
ignorância e levá-los ao conhecimento de ideia em ideia, até alcançar o conhecimento da Ideia
Suprema: o Bem. As outras ideias participam desta e devem sua existência a esta.
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O Bem ilumina o ser com verdade, permitindo que seja conhecido, assim como o Sol ilumina os
objetos e permite que sejam vistos – nota-se aqui a analogia entre Bem e Sol apresentada no mito
da caverna. Existem diversas ideias e é devido à participação nestas, mesmo que enquanto cópia
imperfeita, que se fez possível o mundo sensível. Ao contemplar a ideia do Bem, o homem passa
a sofrer as exigências do Ser, isto é, suas ações devem ser pautadas conforme a ideia
contemplada.

A alma humana – de suma relevância para a ética platônica- é tripartite, isto é, forma-se pela
inteligência, pela irascibilidade e pela concupiscência. Tal como as partes da cidade ideal, cada
uma das partes da alma possui suas funções específicas que não podem ser exercidas por
nenhuma das outras partes. Cada uma das partes da cidade e, por analogia, cada uma das partes
da alma, possui uma função própria a qual pode ser executada com excelência ou não, e, ao
executá-la com excelência, sua virtude própria é exercida.

A virtude é definida, pois, como capacidade de realizar a tarefa que lhe é inerente. No caso do
governante da cidade e da alma racional, a virtude inerente aos mesmos é a sabedoria; no caso
dos guerreiros e da parte irascível da alma, a virtude que lhes é própria é a coragem; por fim, no
caso da parte concupiscente da alma e dos produtores de bens da cidade, a virtude própria é
temperança. Dada a posição de cada classe, pode-se definir a justiça como cada parte fazendo o
que lhe compete, conforme suas aptidões. Portanto, ao estabelecer uma relação de analogia entre
a sociedade e indivíduo, Platão define o conceito de justiça – o qual seria também concebido
como princípio de equilíbrio do indivíduo e da sociedade – e o liga ao conceito de virtude.

O sentimento de justiça é, pois, a virtude maior cujo valor ético guia as condutas dos homens.
Para que esta virtude seja alcançada, o homem deve buscar o bem em si mesmo, porque ele
realiza o ideal de justiça, tanto com relação ao bem individual quanto social.

A ética platônica ocupa-se com o correto modo de agir e sua relação com o alcance da
felicidade. Contudo, o discurso ético apresentado na República acerca da felicidade relaciona esta
com o conceito de justiça. O problema da justiça enquadra-se no âmbito político, o qual tem
estreita relação com o campo da ética: é deste modo que surge a tese central de que só o justo é
feliz. No diálogo República, buscando a constituição da cidade ideal, surge o problema cerne
8

acerca da definição da justiça para que se pudesse, posteriormente, definir o que é a justiça tanto
no indivíduo quanto no Estado. Há, pois, um paralelo entre Estado e indivíduo a fim de que se
encontre a definição de justiça.

Para Platão, a sociedade seria como algo orgânico e bem integrado, como uma unidade
construída por vários elementos independentes, embora integrados. A cidade forma-se por três
classes, como já apontamos, e cada classe possui sua função específica. Deve-se notar que tais
funções são determinadas conforme as aptidões naturais de cada membro da cidade. O objetivo
desta divisão é mostrar com mais clareza como ocorre o mesmo na alma humana. A finalidade da
cidade justa e boa é, então, propiciar a felicidade do indivíduo ao viabilizar a prática de suas
virtudes, de suas aptidões específicas.

As ideias – das quais se originam as cópias sensíveis – são, pois, existentes em si e por si, são
realidades universais, eternas, imutáveis. Por tais motivos, são os modelos a serem seguidos, são
paradigmas para a construção da cidade ideal e para a educação moral, política e espiritual do
homem. Além do mais, são ordenadoras do cosmos.

Fica evidente que a proposta de Platão liga-se, principalmente, às ideias de Justiça e do Bem –
este último é o supremo valor que sustenta a justiça com relação à organização política e à
conduta individual. O equilíbrio entre as três partes componentes da alma e da cidade gera
equilíbrio, harmonia e leva à felicidade. Assim, Platão busca por definições gerais, universais,
imutáveis, eternas, existentes por si mesmas: as Ideias. Como veremos adiante, tal busca é oposta
à busca aristotélica pela virtude ligada à aplicabilidade desta.

A Ética nos diálogos de Platão


Com Platão, a Ética ganha atenção especial. É comum na literatura especializada nos diálogos de
Platão dividi-los em grupos. Uma dessas divisões diz respeito à cronologia na elaboração dos
diálogos. Uma delas comporta 3 momentos: no primeiro momento, o qual mais nos interessará
aqui, corresponde aos diálogos escritos na juventude (o segundo momento é o dos diálogos de
maturidade e, por fim, no terceiro momento, os diálogos de velhice), denominados diálogos
aporéticos, isto é, diálogos que acabavam em aporia, em dificuldade, sem se chegar à definição
do objeto investigativo motivador do diálogo. Tais diálogos chegam ao fim sem o aclaramento de
9

certas dúvidas, de certos questionamentos, não sendo obtido conhecimento seguro acerca do
objeto investigado. Esses diálogos têm como protagonista Sócrates que, diferentemente dos pré-
socráticos, irá dar grande atenção ao homem enquanto objeto de estudo, sobretudo no que diz
respeito à Ética.

Ética e Teoria das Idéias nos diálogos de Platão


Relembrando rapidamente, de modo bastante geral, alguns pontos da Teoria das Idéias
concernentes à discussão ética apresentada nos diálogos de Platão: Sócrates propõe a separação
do mundo em sensível e inteligível. O mundo sensível seria apreensível pelos sentidos, apreensão
essa que não oferece o conhecimento acerca do mundo, mas apenas opiniões sobre ele, uma vez
que os entes existentes no mundo, que são múltiplos e em transformação, são apenas cópias
imperfeitas da verdadeira realidade, a das Idéias, realidade essa una e imutável, apreensíveis pela
razão. Através dos sentidos apreendemos, por exemplo, as múltiplas árvores existentes no
mundo, que estão em processo de transformação, de vir-a-ser. As árvores do mundo (que estão
em processo de transformação, em devir) não correspondem à verdadeira realidade e não nos
possibilitam sequer conhecer o que é a árvore, que é uma Idéia una e imutável. Se a árvore fosse
uma laranjeira e se a laranjeira correspondesse à idéia de árvore, então, uma jabuticabeira, que é
bem diferente, ou não poderia ser árvore ou a idéia de árvore teria que ser múltipla. Se fosse
múltipla, ela teria que ser tão múltipla quantos são os tipos de árvores. Se as árvores são
infinitamente diferentes, as idéias de árvores seriam infinitamente diferentes, não nos
possibilitando conhecer o que é árvore, pois “árvore” receberia infinitos significados. A proposta
socrática é que se faz necessária uma Idéia una das coisas, como a de árvore, para que, ao se falar
de árvore, algo determinado seja compreendido. As múltiplas árvores (em devir) do mundo só
são reconhecidas enquanto tais por participarem da idéia una de árvore. As Idéias asseguram o
plano do conhecimento na proposta socrática. Quanto a certo modelo ético proposto por Sócrates
nos diálogos de Platão, ele pressupunha o conhecimento, portanto as Idéias.
Do mesmo modo que no supramencionado exemplo da árvore: face aos múltiplos bens ditos das
múltiplas coisas e situações do mundo não seria possível o conhecimento acerca do Bem,
conhecimento esse necessário para se poder agir bem. Em um certo modelo ético socrático, o
conhecimento das boas ações necessariamente conduziria o agente às boas ações. Só agiria mal
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quem desconhecesse como agir bem. Uma razão bem cultivada conduziria o agente às acções
moralmente boas. Educar bem o agente, do ponto de vista ético, pressuporia fazê-lo ter acesso.

Platão e Sua Utopia


Não é temerário afirmar que Platão está entre os filósofos mais conhecidos em todo Ocidente, e
sem muito esforço, por simples inferência, pode-se afirmar, sem muito risco, que suas obras estão
entre as mais traduzidas e lidas nesta parte do mundo. Porém, essa divulgação toda não facilita a
apresentação de sua biografia. Para começar, Platão não é, para muitos autores, o seu nome, mas
sim, seu apelido. Há uma versão que afirma que este apelido tem sua origem na sua estrutura
física bem desenvolvida devido à prática de modalidades esportivas e exercícios para a guerra.

A prática de tais exercícios o teria deixado com os ombros largos, daí a suposta origem do
apelido. Seu suposto nome seria Arístocles, que é pouco divulgado, motivo de ser quase
desconhecido aos leitores comuns. Para Watanabe (2002), outra dificuldade, no que se refere à
vida de Platão é o ano de seu nascimento. Há divergência entre os biógrafos se seria 427 ou 428
a.C. Há, ainda, biógrafos que afirmam que poderia não ser nenhuma das datas, isso devido a
multiplicidade de calendários e a uma possível manipulação da data de nascimento, fazendo com
que esta coincidisse com a comemoração envolvendo o deus Apolo, para dar a Platão origem
divina.
Segundo Watanabe (2002), o que se tem por certo é de que Platão nasceu não muito tempo após a
morte de Péricles, governante de Atenas entre 460 e 429 a.C., portanto quando a democracia já
havia sido consolidada em Atenas, cidade natal de Platão. Além de participar da democracia,
como membro da aristocracia, pode usufruir da Scholé, ou seja, estar livre das obrigações civis
para se dedicar ao conhecimento. Discípulo de Sócrates, herdou do mestre a busca pela verdade
através do diálogo. No seu “tempo livre” tinha como discussão do momento a tentativa de
explicação do universo por meios naturais, não mais por ação divina. Esta era a meta dos
chamados pré-socráticos, que buscavam descobrir a arché, ou seja, o princípio organizador da
natureza. “Nessa época histórica, a preocupação maior era entender a realidade, o mundo (o
cosmos) em sua totalidade” (RIBEIRO, 1988, p. 21). Segundo Ribeiro (1988), os pensadores que
se propuseram a esse empreendimento se dividiam entre aqueles que estavam atentos à
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transformação e aqueles que se inclinavam à permanência. Entre os defensores da transformação


quem se destacou foi Heráclito, que defendia a ideia de que tudo muda e nada permanece. Para
ele o fogo é elemento desencadeador da transformação, o que explica a realidade por seu eterno
movimento de destruição e de fusão. No grupo da permanência, o destaque é Parmênides.

Do confronto entre Parmênides e Heráclito, Platão tira a base de sua filosofia que é a teoria do
Mundo das Ideias e o Mundo Sensível.1 Segundo Platão, o Mundo Sensível é mera cópia do
Mundo das Ideias. É no Mundo Sensível que estão as mudanças, por ele atingimos no máximo a
opinião, jamais o conhecimento ou a verdade. No Mundo das Ideias é que se encontra a essência
das coisas, por isso, é este que deve ser almejado quando se busca a verdade e seus equivalentes
na política, na moral e no conhecimento, ou seja, em tudo que é importante, ao menos para o
ateniense. Apesar da forte influência de Heráclito e Parmênides na filosofia de Platão, o seu
mestre maior foi Sócrates. Mesmo não tendo deixado nenhum legado escrito e sua própria
existência ser questionada, Sócrates tornou-se um dos nomes mais expressivos da filosofia,
graças, principalmente, a Platão e Xenofonte, principais biógrafos de Sócrates.

Conforme Durant (2000), Sócrates tinha um grupo heterogêneo de discípulos,


predominantemente composto de jovens. A atração exercida sobre estes, deve-se, provavelmente,
a novidade de seu discurso, que na sua essência questionava o ceticismo e a amoralidade dos
sofistas, grupo de educadores que estava em alta entre camadas sociais de destaque de então. O
mestre de Platão não aceitava o descompromisso, ou até mesmo a descrença, que os sofistas
tinham para com a verdade: “A tese sofista era de que o importante era defender um argumento
de forma a convencer o ouvinte, mesmo que não fosse verdade” (RIBEIRO, 1988 p. 24). Sócrates
questionava, também, o politeísmo, comum na religião grega de sua época.
Ao inquerir sobre as divindades gregas, Sócrates oportunizou a seus desafetos a possibilidade de
levá-lo a julgamento pelo Tribunal de Atenas. A questão religiosa foi apenas um pretexto para
tentar calar, temporária ou definitivamente, Sócrates. O que de fato incomodava os opositores de
Sócrates era, pelo uso da ironia, o desmascaramento que este impunha aos falsos conhecedores,
numa época em que ser destaque na oratória, ou seja, na capacidade argumentativa, ser flagrado
em contradição nos argumentos, e em público, era um verdadeiro desastre.
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Outra coisa que incomodava os líderes políticos de Atenas era a contrariedade que Sócrates
apresentava quanto à democracia ateniense. Segundo o filósofo, pela democracia abria-se espaço
para governantes despreparados, passíveis de cometerem distorções nos valores que guiariam seu
governo.

A harmonia proposta por Platão passa, necessariamente, pela divisão de funções que são
distribuídas a partir de um critério pré-estabelecido de formação e seleção. As três funções
básicas estariam voltadas para a produção, defesa e governo. A cidade idealizada por ele, além da
divisão das funções regimentalmente estabelecida, não faria distinção entre homens e mulheres:
não há emprego concernente à administração da cidade que pertença à mulher enquanto mulher,
ou ao homem enquanto homem, ao contrário, as aptidões naturais se distribuem igualmente entre
os dois sexos” (PLATÃO, 1973, p. 14). Colocar a mulher em condição de igualdade com o
homem, para aquela época é no mínimo surpreendente.
A partir dos dados apresentados e somando-se a eles o fato de que Platão defendia uma sociedade
destituída da propriedade privada, a questão que se faz é: quem conseguiria governar e manter a
harmonia e a justiça em uma cidade tão distinta da vivenciada pelo próprio Platão? É neste
cenário que entra a figura do filósofo-rei. Por ter tido uma formação mais apurada e completa,
este teria as condições mínimas para governar a República. Refém de seu mestre, Platão se
apropria da ideia socrática de que o conhecimento leva à virtude, e a expressão máxima da
virtude é a justiça. Se a meta desta nova cidade é manter a harmonia pela prática da justiça,
ninguém estaria mais preparado para cumprir este papel do que o filósofo, pois das três categorias
básicas, é ele quem melhor foi preparado para e no conhecimento.

O Pensamento de Platão

Para que você entenda o que o filósofo entendia como ética, é importante mencionar primeiro
outro das suas ideias. Platão afirmava que a alma humana era divisível em três partes. Uma delas
é racional, a qual nos faz buscar o conhecimento. Outra delas é irascível, sendo a responsável
pela produção de emoções. A terceira parte é apetitiva e está relacionada a busca do prazer.
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Porque Platão entendia que uma pessoa só pode tomar decisões corretas quando a parte racional
da sua alma falar mais alto. No fundo, todos nós sabemos disso, normalmente quando nós somos
guiados pelas nossas emoções ou pelo nosso desejo de sentir prazer, nós acabamos sendo
precipitados e inconsequentes.

Além disso, precisamos entender que com relação à ética para Platão, ela tem a finalidade de
levar o homem a se voltar para o bem. Em outras palavras, o ser humano deveria buscar aquilo
que engrandece a sua alma e abrir mão das coisas materiais ou dos prazeres. Interessante não?
Dessa forma, podemos afirmar que, para Platão, o indivíduo ético é aquele que é capaz de
governar a si mesmo. Ou seja, é aquele que exercita a sua habilidade de autocontrole.

Platão é considerado um filósofo que viveu no limiar do pensamento antigo com o pensamento
político moderno. Mas ele não falava somente sobre política e era capaz de abordar os mais
diferentes temas com a mesma desenvoltura, como o amor por exemplo. Sua obra é um dos
legados mais importantes do conhecimento humano, onde ele falava de amor, de ética, política,
metafísica e sobre a teoria do conhecimento.

Quase toda sua obra é conhecida, e somente um dos textos onde ele fala sobre o Bem, está
perdido. Ele costumava escrever em forma de diálogo, onde se misturavam mitos poéticos com
pensamentos totalmente racionais.

Um dos pensamentos mais conhecidos de Platão é sobre o espírito humano. Segundo ele, a alma
estaria aprisionada em uma caverna, se isolando da verdadeira realidade. Para ele tudo nascia, se
desenvolvia e morria. Mas o ser humano precisa transcender o seu ser físico e admirar a esfera
inteligível, o principal objetivo dos seres humanos. Muito do pensamento de Platão influencia o
pensamento atual. Ele defendia por exemplo, que a mulher tivesse a mesma educação que o
homem recebe. Ele também acreditava que a ciência seria fruto da inteligência humana e do
amor.
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CONCLUSÃO

Após a abordagem da vida e obra do Platão, concluiu-se que Platão foi um dos principais


filósofos gregos da Antiguidade. Platão, não só foi um dos maiores Filósofos de todos os tempos,
como um dos maiores escritores da História da Humanidade. Deixou cerca de trinta textos sob
forma de diálogo. Desta feita concluímos que mesmo tendo escrito suas obras há mais de vinte
séculos, Platão ainda nos oferece fonte para reflexões interessantes. A sua utopia, retratada em A
República, nos impele a uma reflexão em torno da busca do verdadeiro conhecimento, que vai
além da técnica e nos faz pensar no sistema de representatividade em nossas universidades.
Sistema este carregado de vícios, mesmo com muitos acertos, onde quem nos representa, muitas
vezes, busca servir-se do poder e não servir pelo poder, contaminando o sistema com privilégios
aos “filhos da corte”, anulando, assim, qualquer possibilidade de justiça. Resta saber se uma
administração isenta de privilégios e vícios da politicagem seria possível, ou isso é tão utópico
quanto a república pensada por Platão o era para seu tempo. Caso acreditemos que esse intento
ultrapassa os limites da utopia, as reflexões aqui apresentadas representam um pequeno passo
apenas, é uma porta que se abre para discussões mais profundas e profícuas. Para finalizer este
resumo sobre Platão, vamos deixar algumas de suas frases mais ilustres: A harmonia se consegue
através da virtude; Vencer a si próprio é a maior das vitórias; Praticar injustiças é pior que sofrê-
las. O que mais vale não é viver, mas viver bem.
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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA
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Nova Cultural, 2000.
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PROTA, Leonardo. Universidade, ética e poder. Revista de Filosofia Crítica, Paraná, v. 1, n. 2,
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SALINAS, Walmir Ruis. Poder, ética, cidadania e o inferno de Dante. In: III EPCT, 2008,
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WATANABE, Lygia Araújo. Platão por mitos e hipóteses. 1. ed. São Paulo: moderna, 1995.
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WEBER, Max. Sobre a universidade: o poder do estado e a dignidade da profissão acadêmica.
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