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TCC Agropecuária Completo

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1

ESCOLA TÉCNICA CENTRO PAULA SOUZA


FREI ARNALDO MARIA DE ITAPORANGA
Técnico em Agropecuária

Kayque Borges Mariano


Leonardo Santana Dalbem
Maria Clara Borges
Wigor Pedro de Lima

O USO DAS TÉCNICAS DA MEDICINA VETERINÁRIA TRADICIONAL


CHINESA EM EQUINOS

Votuporanga - SP
2021
2

Kayque Borges Mariano


Leonardo Santana Dalbem
Maria Clara Borges
Wigor Pedro de Lima

O USO DAS TÉCNICAS DA MEDICINA VETERINÁRIA TRADICIONAL


CHINESA EM EQUINOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso Técnico em
Agropecuária da ETEC Frei Arnaldo Maria
de Itaporanga, orientado pela Prof. Giane
da Silva Conhalato, como requisito parcial
para obtenção do título de técnico em
Agropecuária.

Votuporanga - SP
2021
3

DEDICATÓRIAS

Dedico este trabalho aos meus colegas de curso, por terem me auxiliado e assim
como eu concluem uma difícil etapa da vida acadêmica.
Também dedico este trabalho as professoras Giane e Marcela que nos
auxiliaram e guiaram para a conclusão deste trabalho.
Kayque Borges.

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, agradeço a ele por tudo, por ter me
concedido paciência para conseguir terminar este trabalho e por não ter deixado
eu desistir de tudo, sem ele nada seria possível.
Dedico e agradeço a minha família, por ter me ajudado e me dado conselhos
para que eu conseguisse terminar este trabalho.
Agradeço e dedico as professoras Giane e Marcela, por terem nos auxiliado e
nos ajudado a terminar o possível trabalho.
Leonardo Santana.

Primeiramente, dedico esse trabalho a Deus por tudo, sem Ele nada seria
possível.
Agradeço também as professoras Giane e Marcela, que nos auxiliaram a concluir
esse trabalho. Muito obrigada.
Também a minha família, por todo o carinho, afeto, incentivo que me deram. Sou
grata a todos.
Maria Clara.

Com gratidão, dedico este trabalho a Deus. Devo a Ele tudo que sou e sem Ele
nada seria possível, a Ele toda honra e glória.
Agradeço e dedico este trabalho a minha mãe Gislaine, e ao meu pai, Jair. Este
trabalho é a prova de que todas suas orientações e conselhos valeram a pena.
Amo vocês.
Dedico este trabalho também as professoras Giane e Marcela, por toda
motivação e dedicação incondicional que me ajudou até aqui.
Wigor Pedro.
4

AGRADECIMENTOS

Queremos agradecer a Deus por ser nossa base.


Gratidão às professoras Giane da Silva Conhalato e Marcela de Lima Serafim,
que foram pessoas essenciais para a realização do presente trabalho e por todo
o apoio que deram ao longo do percurso.
Agradecimento também à Jair Jorge de Lima e Sérgio Luiz Perez Merlotti que
nos recebeu na fazenda, gerenciou nossa visita técnica e possibilitou a
realização deste trabalho.
5

“Não importa o que aconteça, continue a nadar”


(WALTERS, GRAHAM; PROCURANDO NEMO, 2003.)
6

RESUMO
As técnicas de Medicina Veterinária Tradicional Chinesa utilizada para
tratamentos em Equinos estão em grande desenvolvimento, mesmo com a
escassa adesão das propriedades pela prática para serem feitos estudos. Neste
caso, as diferentes técnicas de Acupuntura e outros fatores serão discutidos ao
longo desta revisão. Podemos afirmar que as Técnicas de Acupuntura
promovem resultados favoráveis em relação à eficácia analgésica, e não
apresentando efeitos adversos, juntamente com outras técnicas, as quais muitas
vezes são utilizadas para tratar a dor, problemas fisioterápicos, patologias, o
manejo e aumentar a viabilidade de tratamentos, não mais necessitando do uso
de tratamentos convencionais e sim de novas técnicas mais ágeis, seguras e
econômicas. Atualmente, a necessidade de melhorar as técnicas e opções de
tratamento leva a que sejam recuperadas técnicas associadas a outras
medicinas, seguras e efetivas, para tratamento de casos clínicos crônicos, onde
a medicina convencional não alcança o sucesso e ainda auxiliar em casos
agudos que podem ser geridos de forma a diminuir os malefícios para o paciente.

Palavras-chave: Medicina Veterinária Tradicional Chinesa, Equinos,


Acupuntura.
7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Símbolo que representa o YIN e YANG.............................................15
Figura 2 - Acupontos em equinos......................................................................19
Figura 3 - Representação dos pontos................................................................21
Figura 4 - Características da língua e significado..............................................25
Figura 5 - Utilização da agulha seca em equinos..............................................28
Figura 6 - Bastão de moxa Artemisia.................................................................29
Figura 7 - Utilização da moxabustão indireta.....................................................29
Figura 8 - Tipos de Agulhas reutilizáveis...........................................................31
Figura 9 - Lancetas grandes, médias e pequenas reutilizáveis.........................31
Figura 10 - Agulhas reutilizáveis........................................................................31
Figura 11 - Hot needles......................................................................................32
Figura 12 - Agulhas Descartáveis......................................................................32
Figura 13 - Agulhas Hipodérmicas.....................................................................33
Figura 14 - Agulhas Sistêmicas.........................................................................34
Figura 15 - Lanceta descartável........................................................................34
Figura 16 - Palpação e pontos de acupuntura...................................................37
Figura 17 - Vista geral da Fazenda Santo Antônio............................................39
Figura 18 - Vista geral da área de pastagem.....................................................39
Figura 19 - Bovinos em confinamento...............................................................40
Figura 20 - Bovinos em confinamento...............................................................40
Figura 21 - Equinos da propriedade..................................................................41
Figura 22 - Cavalo de raça indefinida................................................................41
Figura 23 - Éguas de raças indefinidas..............................................................42
Figura 24 - Éguas de raças indefinidas.............................................................42
Figura 25 - Éguas de raças indefinidas..............................................................42
Figura 26 - Éguas de raças indefinidas..............................................................43
Figura 27 - Equino de 10 anos...........................................................................44
Figura 28 - Equino de 12 anos...........................................................................44
Figura 29 - Acupuntura em Cavalo....................................................................44
Figura 30 - Veterinária inserindo agulhas..........................................................45
Figura 31 - Acupuntura realizada na égua.........................................................45
Figura 32 - Moxabustão em equinos..................................................................46
Figura 33 - Utilização de cavalos para o manejo de bovinos.............................46
Figura 34 - Contenção em Equino com cabresto...............................................47
Figura 35 - Agulhas descartáveis utilizadas na Acupuntura...............................47
Figura 36 - Bastão de lã de Moxa......................................................................48
Figura 37 - Profundidade das agulhas nos Equinos..........................................49
Figura 38 - Profundidade das agulhas nos Equinos...........................................49
Figura 39 - Agulhas em ponto Ying Tang...........................................................50
Figura 40 - Agulhas em ponto Ying Tang...........................................................50
Figura 41 - Local de realização da Moxa e casco com formação de laminite......51
Figura 42 - Técnica para encontrar pontos de dores.........................................52
Figura 43 - Apalpação em Equinos....................................................................52
Figura 44 - Agulhas com presença de sangue de pontos de dor.......................53
Figura 45 - Agulhas com presença de sangue de pontos de dor.......................53
Figura 46 - “Tsun” / “cun”...................................................................................54
Figura 47 - Medindo acupontos com Tsun.........................................................54
Figura 48 - Alunos realizando Acupuntura em Equinos.....................................55
Figura 49 - Alunos realizando Acupuntura em Equinos......................................55
8

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................10

2. JUSTIFICATIVA......................................................................................12

3. OBJETIVOS............................................................................................13

3.1 Objetivo Geral..........................................................................................13

3.2 Objetivos Específicos..............................................................................13

4. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................14

4.1 Introdução à medicina veterinária tradicional chinesa..............................14

4.2 Fundamentos da medicina tradicional chinesa (MTC).............................14

4.3 Princípios da MTC...................................................................................15

4.3.1 Teoria do YIN e YANG.............................................................................15

4.3.2 Teoria dos 5 elementos............................................................................15

4.3.3 Substâncias essenciais...........................................................................16

4.3.4 ZANG-FU (órgãos e vísceras) .................................................................17

4.3.5 Meridianos...............................................................................................18

4.3.6 Acupontos...............................................................................................19

4.4 Diagnóstico à luz da MTC........................................................................21

4.4.1 Observação/ Inspeção.............................................................................21

4.4.2 História pregressa...................................................................................22

4.4.3 Exame Físico...........................................................................................23

4.4.4 Protocolo de tratamento..........................................................................25

4.5 Técnicas de Tratamento..........................................................................27

4.5.1 Acupuntura com agulha seca...................................................................27

4.5.2 Moxabustão.............................................................................................28

4.6 Acupuntura em Animais de Grande Porte – Equinos...............................29

4.6.1 Utilizações...............................................................................................29
9

4.6.2 Materiais..................................................................................................30

4.6.3 Contenção em Equinos...........................................................................34

4.6.4 Palpação E Pontos de Acupuntura Em Equinos......................................36

4.7 Indicações da Acupuntura Veterinária.....................................................37

4.8 Contraindicações da Acupuntura Veterinária..........................................38

5. METODOLOGIA - RELATO TÉCNICO...................................................39

5.1 Descrição da Propriedade.......................................................................39

5.2 Atividade realizada na Fazenda...............................................................40

5.2.1 Quantidade de animais de cada espécie.................................................40

5.2.2 Raça dos animais....................................................................................41

5.3 Acupuntura em Equinos..........................................................................43

5.3.1 Atividades realizadas com os Equinos....................................................46

5.3.2 Materiais utilizados na contenção, acupuntura e moxabustão................47

5.3.3 Locais e profundidade que foi inserido as agulhas e o que pode


tratar...................................................................................................................48

5.3.4 Técnica de Moxa......................................................................................50

5.3.5 Reação dos animais durante a acupuntura e na hora da retirada das


agulhas..............................................................................................................51

5.3.6 Técnica para saber onde os Equinos sentem dores ou incômodos..........51

5.3.7 Medida para encontrar pontos de Acupuntura.........................................53

5.3.8 Duração de uma Sessão de Acupuntura..................................................54

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
10

1. INTRODUÇÃO

Segundo Rocha et al. (2014, pág.156), desde a década de 1970, a


Organização Mundial de Saúde vem incentivando o uso da acupuntura e de
outras práticas alternativas pelos países membros. Posteriormente, criou-se um
documento intitulado “Estratégia da OMS sobre Medicina Tradicional (MT) 2002-
2005”, com o objetivo de promover o desenvolvimento de políticas para a
implantação de Medicina Tradicional e estabelecer requisitos de segurança,
eficácia, qualidade, uso racional e acesso.
No Brasil, a prática da MTC teve início em 1810 com a imigração dos
chineses. A acupuntura japonesa foi inserida em 1908, em 1958, o fisioterapeuta
que foi praticamente responsável pela introdução e dispersão da acupuntura na
sociedade brasileira em 1950, Friedrich Spaeth, iniciou ensinamentos e a
propagação da prática milenar no Rio de Janeiro e em São Paulo. Foi fundada
em 1972, a (ABA), Associação Brasileira de Acupuntura (ROCHA et al. 2014,
pág.156).
Um dos principais incentivadores do estudo da Acupuntura Veterinária foi
o Professor Tetsuo Inada, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, que,
em meados da década de 1980, ensinava a transposição da técnica a partir de
humanos para animais. O I Simpósio Brasileiro de Acupuntura Veterinária
ocorreu em 1994, com a vinda do Professor Oswald Kothbauer, pioneiro da
hipoalgesia cirúrgica na Faculdade de Veterinária da Universidade de Viena,
Áustria e Professor Wang Qing Lan, Vice-Reitor da Faculdade de Veterinária, da
Universidade de Pequim, China. E em 1999, durante o I Congresso Brasileiro de
Acupuntura Veterinária foi fundada a Associação Brasileira de Acupuntura
Veterinária (ABRAVET), com o escopo de agregar médicos veterinários
acupunturistas e promover seu aperfeiçoamento técnico (SCOGNAMILLO-
SZABÓ, BECHARA, 2009, pág.4).
Segundo Glória, (2017, pág.94) a cura de uma doença não deve passar
apenas pela administração de fármacos como terapêutica, deve sim integrar a
aplicação das técnicas mais indicadas para o caso, com o menor dano possível
para o paciente levando a um maior bem-estar e possível cura do caso clínico.
De acordo com Lopes (2010, pág.1) atualmente, a utilização da medicina
alternativa vem se tornado mais popular, chamando a atenção de muitos
11

proprietários, por serem métodos de tratamento que proporcionam uma melhor


qualidade de vida aos animais. Segundo CRMV/SP (2019, pág.15) a acupuntura
pode ser realizada em todos os tipos de animas, desde cães e gatos até aves e
répteis, trazendo grandes benefícios aos animais como por exemplo na
identificação de doenças e na diminuição da dor e do desconforto.
É importante também saber qual a técnica de estímulo será utilizada,
existem diversas técnicas possíveis, sendo elas: variação de pressão física,
agulhamento, variação de temperatura, eletroacupuntura, implante, acupuntura
auricular, utrassom, leserpuntura, indução magnética, aquapuntura,
ozôniopuntura, fitopuntura, homeopuntura, hemopuntura, farmacopuntura,
sangria (GASTAL, 2010, PÁG.19, 20,21,22).
O valor terapêutico da acupuntura tem sido confirmado nos últimos anos
e um número crescente de médicos veterinários desejam integrá-la na sua
prática clínica. Só com um diagnóstico adequado é que a aplicação da
acupuntura irá apresentar os resultados também adequados e eficazes. No
oriente, a MTC é a praticada e indicada para todas ou quase todas as patologias
e até de forma preventiva. (GLÓRIA, 2017, pág.70).
Com base nestas informações, o presente trabalho tem o objetivo de
acompanhar o manejo de Equinos na atividade de acupuntura visando a
utilização das técnicas, onde presenciaremos na prática uma sessão de
Acupuntura Veterinária na Fazenda Santo Antônio no município de
Simonsen/SP.
12

2. JUSTIFICATIVA

A Acupuntura Veterinária é um tratamento alternativo para diversos


problemas de saúde, incluindo o tratamento da dor. Já apresenta imensa
comprovação científica, com resultados de estudos baseados nos critérios que
são adotados para avaliar o efeito dos tratamentos convencionais, por exemplo,
com uso de fármacos.
A grande importância e vantagem da acupuntura é que, sendo tão eficaz
quanto os tratamentos convencionais com fármacos para tratar a dor aguda, não
apresenta os efeitos adversos desses tratamentos.
No caso da acupuntura, não temos efeitos adversos, e a eficácia
analgésica é semelhante à dos fármacos. Isso é particularmente importante para
tratar a dor naqueles animais que já tenham distúrbios gastrointestinais como,
para os quais é contra indicado o uso de anti-inflamatórios. Nesses casos, a
acupuntura é uma excelente opção, pois além de tratar a dor, tem efeito
antiemético, ou seja, bloqueia a náusea e vômito, e ainda pode ter efeito
antidiarreico. Assim, a acupuntura pode ser utilizada não só para tratar a dor,
mas para tratar a própria patologia que o animal apresenta nesses casos.
Outra vantagem da acupuntura em relação aos tratamentos
convencionais é o seu custo. Os fármacos que tratam a dor normalmente têm
um custo alto, enquanto que a acupuntura, exceto pelas agulhas e pela sessão
de acupuntura que é feita pelo médico veterinário, não tem custo quase nenhum.
Com base nestas informações, o presente trabalho tem o objetivo de
acompanhar o manejo de Equinos na atividade de acupuntura visando a
utilização das técnicas, onde presenciaremos na prática uma sessão de
Acupuntura Veterinária na Fazenda Santo Antônio no município de
Simonsen/SP.
13

3. OBJETIVOS

3.1 GERAL

Descrever a Medicina Veterinária Tradicional Chinesa, com o uso da


Acupuntura Veterinária e da Moxabustão na Fazenda Santo Antônio no
município de Simonsen-SP.

3.2 ESPECÍFICOS

 Agendar a visita técnica na propriedade;


 Listar a quantidade de animais, espécies e Equinos que foram utilizados;
 Listar a Infraestrutura e instalações das atividades;
 Relatar a Acupuntura Veterinária e a Moxabustão, e suas utilizações em
equinos;
 Listar os materiais utilizados para a contenção, para uso da Acupuntura
e da Moxabustão;
 Acompanhar os procedimentos para adaptar o animal a técnica;
 Apontar as regiões do animal, os acupontos a serem utilizados e a função
de cada um deles;
 Descrever até onde pode ser inserida a agulha;
 Descrever o tempo de duração de uma sessão de acupuntura;
 Relatar se o animal sentia dor nos locais acupunturados e como saber se
sentia dor;
 Relatar a unidade de medida da Acupuntura.
14

4. REVISÃO DE LITERATURA (DESCRIÇÃO TÉCNICA)

4.1 Introdução à medicina veterinária tradicional chinesa

Um general durante a Dinastia Zhou (1027-221 aC) Sun-Yang, é o


considerado ‘pai’ da medicina veterinária tradicional chinesa, se dedicando na
acupuntura em animais, ele também foi o autor do livro ‘Cânone da Medicina
Veterinária’ onde fala sobre o uso da acupuntura em animais (SCOGNAMILLO-
SZABÓ; BEACHARA, 2009, pág. 4).
Embora exista relatos do uso da acupuntura no Ocidente desde o século
XVII, os estudos científicos foram buscando entender melhor sobre a técnica
começaram a ocorrer durante 1970. Em 1974 foi fundada a Sociedade
Internacional de Acupuntura Veterinária (IVAS), logo depois, em 1996 a
acupuntura veterinária foi aceita como parte da medicina veterinária pela
Associação Médica Veterinária Americana (AMVA), e no Brasil foi criada a
Associação Brasileira de Acupuntura Veterinária (ABRAVET) em 1999
(HAYASHI; MATERA, 2005, pág. 110).
A acupuntura não trata apenas um local do corpo, mas todo o sistema
nervoso, fazendo assim o equilíbrio do corpo todo, mas apenas o uso da
acupuntura nem sempre se tem o melhor resultado, por isso é importante saber
o diagnóstico do animal para saber qual a melhor técnica de tratamento a ser
utilizada (SOCOTT E SILVA, 2011, pág. 5, 6).

4.2 Fundamentos da medicina tradicional chinesa (MTC)

Os chineses criaram fundamentos visando explicar a natureza, e são


baseados nesses fundamentos que os médicos chineses utilizavam no
entendimento do corpo humano, sendo eles: Qi, Yin Yang, Wu Xing. O Qi é sobre
a teoria da origem da vida, o Yin Yang sobre os opostos (luz e sombra), e o Wu
Xing sobre os cinco elementos. A partir desses conceitos foi criado a teoria Zang
Fu (MARQUES, 2011, pág.8).
A criação desses fundamentos foi um grande marco na história intelectual
da China que antes era baseada em terapias ancestrais e expulsão de demônios
sendo substituída assim por leis naturais (JACQUES, 2003, pág.8)
15

4.3 Princípios da MTC

4.3.1 Teoria do YIN e YANG


Segundo Glória (2017, pág.34), essa teoria encerra dois princípios
opostos, Ex.: claro e escuro, dia e noite, feminino e masculino, atividade e
repouso. São opostos que não existem um sem o outro. Entre estes opostos
existem interações importantes que dão corpo à teoria, entre eles estão a
Oposição, Inter-relação e a Inter transformação.
Segundo Godinho (2018, pág.12), a teoria do YIN e YANG provavelmente
é a mais distintiva e importante na teoria da Medicina Tradicional Chinesa, a
China teve suas primeiras observações que levaram à conclusão que os
fenômenos da natureza são classificados em dois polos opostos onde o YIN é
negativo e o YANG é positivo, fazendo assim uma linha de equilíbrio.

Figura 1: Símbolo que representa o YIN e YANG.


Fonte: Https://www.simbolos.com.br/yin-yang/

“Com esta teoria é possível definir a natureza do desequilíbrio e proceder


ao equilíbrio de acordo com as propriedades que o YIN e YANG manifestam um
com o outro. ” (ÉVORA, 2017, pág.34)

4.3.2 Teoria dos 5 elementos


Essa teoria se baseia nos fatores naturais, onde os cinco elementos são:
madeira, fogo, terra, metal e água. Estes elementos têm relação com os órgãos
e vísceras, energias, partes do corpo, entre outras. Feitos estudos destes
elementos na natureza teve-se a comparação das alterações naturais com a
modificação do próprio organismo, definindo ciclos fisiológicos e patológicos, que
permite a definição do diagnóstico e tratamento para ocasião. Visando as
características e informações de como é produzido e controlado o ciclo, pode-se
16

avaliar o elemento predominante no paciente, obtendo o diagnóstico e o


tratamento. (GLÓRIA, 2017, pág.35).
Segundo Barreto (1997, pág.18), os elementos são ligados a um sistema
de órgãos, Ex.: Terra ligada à digestão, que se associa ao Baço/Pâncreas e
Estomago. Metal ligado a respiração e eliminação, que se associa aos Pulmões
e Intestino Grosso. Água liga-se com a movimentação dos líquidos, associa-se
aos Rins e Bexiga. Madeira está ligada com a árvore do processo tóxico,
associando-se ao Fígado e Vesícula Biliar. Fogo é ligado à circulação de sangue,
hormônios e alimentos, associa-se ao Coração, Intestino Delgado e seus
assistentes.
Essa teoria ocupa um importante lugar na medicina chinesa, pois
fenômenos dos tecidos, órgãos, fisiologia e patologia do corpo tem sua
classificação e interpretação pelas inter-relações destes cinco elementos, a
teoria dos cinco elementos tem sua utilidade como guia na prática médica da
MTC (Medicina Tradicional Chinesa). (SILVA, 2013, pág.4).

4.3.3 Substâncias essenciais


As substâncias essenciais, que também são chamadas de essências
vitais são correspondentes ao “Qi”, ao sangue e aos líquidos orgânicos que são
os materiais básicos do organismo, seu desenvolvimento, suas origens, sua
distribuição e circulação, só pode ser efetuada pela atividade funcional das
vísceras. Inversamente, as atividades funcionais das vísceras não se
manifestam em que o “Qi”, o sangue e líquidos orgânicos sirvam de base
material. (MELLO, MEIJA, FARIA, 2016, pág.4).
Segundo Glória (2017, pág. 36), o “Qi” ou também chamado de energia
vital, na medicina tradicional chinesa se considera que só existe a vida se existir
o “Qi”. Sendo assim a energia base para que todas as funções dos organismos
ocorram. O “Qi” pode ser visto em variadas formas, em diferentes funções e
distintas origens. Onde as mais importantes são: JING “Qi” – sendo o “Qi” que
dá a vida e resulta da concessão, energia inata recebida pelos progenitores
sendo assim o único “Qi” que não pode ser renovado. ZHONG “Qi” – energia
resultante da respiração, pode ser comparado com oxigênio que entra nos
eritrócitos, que leva a energia as células para seu funcionamento. WEI “Qi” –
energia defensiva, comparado com sistema imunitário, tendo sua função de
17

controlar as glândulas sudoríparas, aquecer o interior, regular a temperatura e


proteger a superfície corporal. O “Qi” apresenta funções fundamentais para o
funcionamento fisiológico, Ex.: impulsionar a distribuição e repartição de energia,
sangue e fluídos aos tecidos, proteger o organismo contra agentes patogênicos,
controlar a circulação dos líquidos corpóreos (urina, linfa, sangue e secreções)
e transformar os alimentos para que absorvam suas energias. O “Qi” tem sua
circulação por cada órgão e víscera um período de duas horas, sendo assim,
inicia-se seu ciclo às 3 horas no Pulmão e termina as 3 horas no Fígado.
Segundo Silva (2013, pág. 6), o sangue tem sua principal fonte o YONG
“Qi” (“Qi” nutritivo) que tem sua geração por substancias e matérias da água e
dos alimentos digeridos pelo Estomago e Baço. YIN “Qi” é a base do sangue, os
líquidos fazem parte do sangue. O sangue tem função de nutrir o organismo, é
governado pelo coração e tem sua armazenagem e limpeza pelo fígado. O
sangue e o “Qi” são ligados um no outro, não existe um sem o outro.
Segundo Luca (2008, pág. 61), os líquidos orgânicos, também conhecido
como JIN YE, tem suas origens nas águas e alimentos que são recebidos pelo
Estômago que tem sua transformação e são transportados pelo Baço, que são
o suor, lágrima, urina, muco, saliva e os líquidos próprios dos Órgãos/Vísceras
e das articulações.

4.3.4 ZANG-FU (órgãos e vísceras)


O termo genérico de ZANG-FU na MTC, designa o conjunto dos órgãos e
vísceras do corpo e na realidade abrange três categorias, os ZANG consistem
nos cincos órgãos que são: Fígado, Rim, Coração, Pulmão e Baço. Com função
de produzir, transformar e armazenar energia (“Qi”), líquidos orgânicos (JIN YE),
sangue (XUE), essência adquirida e essência inata (JING) e o espirito vital
(SHEN). As FU consistem em seis vísceras e também nas vísceras
extraordinárias, os FU são: Estômago, Bexiga, Intestino Delgado, Vesícula Biliar,
Intestino Grosso e Triplo-Aquecedor. Que tem a função de receber, digerir e
transformar alimentos e excretar resíduos. E as vísceras extraordinárias são:
Cérebro, Ossos, Medula, Vasos e o Útero. Que tem as funções de armazenar as
essências. (LUCA, 2008, pág. 62,63).
Segundo Silva (2011, pág. 19), a teoria ZANG – FU tem como base os
órgãos que se referem ao ZANG, os principais associados das vísceras que se
18

referem aos FU, que por meio dos canais colaterais, se relacionam com os
tecidos que são: Músculo, Tendões, Pele, Vasos e Ossos, e também se
associam com os cinco sentidos e os nove orifícios que são: Boca, Língua,
Orelha, Olhos, Nariz e orifícios interiores. Está teoria além disso, explica as
essências, os líquidos corporais e o sangue que se baseia nas substancias,
visando a importância de se considerar o corpo como um todo.

4.3.5 Meridianos
Segundo Barone e Fernandes (s/d, pág. 2), os Meridianos, correspondem
aos canais energéticos do corpo que também é chamado de JING LUO. Eles
têm a função de apresentar trajetos definidos, que são marcados por pontos
cutâneos sensíveis que conduzem o “Qi” e XUE, conectam os ZANG FU, os
membros e articulações, a parte superior à inferior e a superfície com a
profundidade.
Segundo Silva (2013, pág. 19), os Meridianos formam redes entrelaçadas
de trilhas intercaladas que são ligadas aos órgãos, aos ossos, aos tecidos, aos
músculos e a pele, que unificam nosso corpo, está energia que circula nos canais
é YANG na defesa externa do corpo, e YIN é mais na nutrição interna do corpo.
Esses canais se ligam profundamente aos órgãos e vísceras, externam nas
ramificações superficiais na pele. E está rede é formada pelos meridianos
principais que são doze e por extras que são oito. Os doze órgãos e vísceras na
visão chinesa compõem o corpo ligando a um meridiano ou a um canal de
energia principal, onde o nome corresponde ao órgão ou víscera que afeta. Os
doze meridianos principais são: Pulmão e Intestino Grosso, Estômago e Baço,
Coração e Intestino Delgado, Rim e Bexiga, Pericárdio e Triplo Aquecedor,
Fígado e Vesícula Biliar. E os oito Meridianos Extras são: quatro canais de
energia curiosos YIN: CHONG MAY, YIN WEI MAI, REN MAI, YIN QLAO MAI.
Quatro canais de energia curiosos YANG: YANG QLAO MAI, DU MAI, YIN WEI
MAI, DAÍ MAI.
Segundo Glória (2017, pág. 41), cada um dos Meridianos principais
apresentam um número variado de pontos, o Meridiano do Coração tem 9
pontos, Intestino Delgado tem 19 pontos, Pulmão tem 11 pontos, Baço/Pâncreas
tem 21 pontos, Fígado tem 13 pontos, Estômago tem 45 pontos, Intestino Grosso
tem 20 pontos, Bexiga tem 67 pontos, Triplo Aquecedor tem 23 pontos, Mestre
19

do Coração tem 9 pontos, Rim tem 27 pontos e a Vesícula Biliar tem 44 pontos.
E também os Meridianos extraordinários, onde os mais importantes são: REN
MAI (VC) e DU MAI (VG), esses Meridianos tem seus próprios pontos não são
correspondentes a nenhum órgão, respectivamente 24 e 28 pontos no total, onde
a energia ancestral é distribuída (no embrião esses dois meridianos
permaneciam como se fosse um vaso só). Os meridianos que restam estão
associados a zonas e sistemas do organismo permitindo uma interação mais
interna entre os principais meridianos, que tem uma das várias funções guardar
o “Qi” e distribui-lo de acordo com a necessidade.

Figura 2: Acupontos em equinos


Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/21307980/acupontos-e-
meridianos-no-cavalo
4.3.6 Acupontos
Segundo Taffarel, Freitas (2009, pág.2), os acupontos têm sua definição
como um ponto da pele de sensibilidade espontânea ao estímulo, e também a
resistência elétrica reduzida. Possuem o diâmetro de 0,1 a 5cm, entretanto é
uma área de condutividade elétrica ampla e aumentada comparando com as
áreas da pele ao redor. Os acupontos estão localizados próximos a articulações
e bainhas tendíneas, na ligação musculo-tendínea, septos intramusculares e
nervos, locais de maior diâmetro do musculo e regiões de penetração dos feixes
nervosos da pele e nos vasos sanguíneos. Quando se punciona um ponto de
acupuntura, ocorre sensação de calor ou parestesia elétrica, onde está sensação
é denominada como de “Qi”. Os animais demonstram esta sensação com uma
discreta sonolência, leve repuxo de pele ou um breve tremor de cauda.
20

Segundo Godinho (2018, pág. 30), os acupontos têm suas localizações


por meio de referências a cartografias pela experimentação e tradição cientifica,
e também pela detecção através de aparelhos eletrônicos especializados. Os
acupontos têm sua classificação em 4 tipos, que são: tipo 1, são os pontos
motores e os mais comuns, onde os nervos penetram no músculo; tipo 2, são
encontrados em regiões onde os nervos interceptam na porção ventral e dorsal
do corpo; tipo 3, são localizados sobre os nervos e plexos superficiais; tipo 4, se
localizam nas junções músculo-tendíneas. Mediante a espécie a qual vai ser
tratada, as diferenças anatômicas do animal e como a doença se apresenta, são
selecionados os Acupontos mais adequados, para resolver o quadro patológico
e a prevenção recidivas, sendo assim na medicina veterinária é normalmente
utilizado entre cinco a dezenove pontos por sessão.
Segundo Glória (2017, pág. 42), a acupuntura clássica reconhece cerca
de 361 acupontos que se localizam nos meridianos das superfícies, 309
constituem os meridianos principais, 24 formam os meridianos VC e 28 formam
os meridianos VG. E se considerarmos outras técnicas como aurículopuntura ou
craniopuntura é possível numerarmos mais de 2000 pontos. Cada ponto tem sua
função que não é destinada apenas para o tratamento, onde alguns pontos
auxiliam no diagnóstico, podendo ser descoberta através da palpação e
manifestações dolorosas ou desconfortáveis do paciente. Dentre esses pontos
da acupuntura, os específicos são: Pontos Diagnósticos – SHU e MU, que são
denominados pontos de alarme (MU) e pontos de associação (SHU), que tem
extrema importância na definição e diagnóstico na origem do desiquilíbrio.
Pontos SHU antigos, que são associados aos cinco elementos, eles que
manipulam a energia na acupuntura, para cada meridiano principal existem 5
pontos SHU antigos. Pontos YUAN e LUO, YUAN que em chinês significa,
principal ou origem e LUO significa rede, cada um dos 12 meridianos principais
tem um ponto fonte de YUAN e um ponto de conexão LUO. Pontos XI-CLEFT
que significa, fenda ou buraco que são chamados de pontos de acumulo,
localizados onde os músculos e ossos se encontram, existem 12 pontos XI-
CLEFT onde o sangue e o “Qi” dos meridianos principais se convergem e se
acumulam. Pontos HUI, eles não se relacionam com os meridianos, mas sim
com as estruturas. Pontos confluentes, é onde os 12 meridianos principais e 2
dos meridianos extraordinários (VC e VG) mostram mapeados todos os seus
21

pontos em meridianos acessíveis. Pontos Gerais e Sintomáticos, pontos


escolhidos que fazem parte do protocolo de tratamento, pois suas atuações são
imediatas e não dependem da origem do desequilíbrio. Pontos 4 Mares e 4
Portões, pontos Mar são designados devidos à sua função de armazenar uma
determinada substância, pontos Portão, são os mais simples na prática da
acupuntura, que são dois apenas, o 3 F e o 4 IG.

Figura 3: Representação dos pontos


Fonte: https://infoequestre.vet/amp/fisiatria-e-reabilitacao/acupuntura-aplicada-
a-medicina-equina/

4.4 Diagnóstico à luz da MTC


Os métodos de diagnóstico da medicina ocidental e da medicina oriental
apresentam a mesma base, a anamnese e o exame físico, embora se destaque
o tipo de questões, observações e exames físicos diferentes, ambas têm o seu
protocolo de diagnóstico para chegar à causa da patologia. No diagnóstico em
MTC, o médico veterinário vai usar as suas habilidades mais naturais, os
sentidos. (GLÓRIA, 2017, pág. 53).

4.4.1 Observação/ Inspeção


Na medicina chinesa, todas as teorias e princípios resultaram da
observação e no seu protocolo de diagnóstico, a observação é das fases mais
importantes. É a partir do momento que o paciente entra no espaço do
22

consultório que a observação deverá tomar lugar, sendo importante observar,


numa primeira instância, comportamentos, reações e interações com o
ambiente. A análise à distância é essencial para que o paciente se sinta
descontraído e manifeste o seu comportamento natural. A inspeção à distância
inclui avaliar (Xie, Huisheseng; Preast 2007) (Schwartz 1996):
Comportamento: Segundo Glória, (2017. pág. 53), o comportamento do
paciente num ambiente estranho vai com certeza alterar, mas dentro do que é
possível observar, dever-se-á avaliar as características comportamentais que
possam ajudar a definir o elemento mais predominante na personalidade do
paciente (cinco elementos). Também é possível observando o comportamento e
identificar algumas alterações emocionais patológicas que auxiliam o
diagnóstico.
SHEN: De mesma autoria, corresponde ao espirito do animal que é
guardado no coração. É classificado de acordo com o brilho do olho do paciente.
Permite ao observador avaliar o estado geral de saúde física ou emocional.
Pele e Pelo: na MTC estão relacionados com o pulmão e com a nutrição
correta da superfície corporal feita pelo sangue, QI e líquidos orgânicos. Devem
ser observadas: alopecia, descamação, brilho do pelo, cor e textura da
pele. (GLÓRIA,2017. pág. 54)
Tipo corporal: De acordo com Évora, (2017. pág. 69) esta avaliação
pode dar variadas informações relativamente ao paciente. A conformação
corporal pode denunciar algum tipo de lesão, dor ou malformação; A constituição
corporal permite avaliar a magreza ou excesso de peso do animal e possíveis
causas.
Secreções: observar se existem secreções anómalas e definir a cor,
espessura e natureza é essencial para caracterizar o tipo de agente patogénico
envolvido, como por exemplo: uma secreção transparente e fluida
apresenta uma natureza mais YIN e fria, enquanto uma secreção pastosa e
amarelada tem uma natureza mais YANG e de calor. (ÉVORA, 2017. pág. 69).

4.4.2 História pregressa


De acordo com Lavrador, (2017, pág. 54) anamnese ou o questionário ao
tutor é uma etapa muito demorada e exigente do diagnóstico em MTC. É através
destas informações que é possível definir uma sequência de acontecimentos e
23

possíveis causas para que no final seja possível concluir a causa do


desequilíbrio. Para além das questões habituais do histórico médico, são
realizadas algumas questões que normalmente não estão presentes numa
anamnese de medicina convencional tais como:
 O paciente prefere locais frios ou quentes?
 Que tipo de alimentos gosta mais?
 Em que lugar ele gosta de dormir?
 Quanto bebe de água?
 Como é a urina, cor, cheiro e quantidade?
 Como são as fezes, cor, cheiro, forma e quantidade?
 Quais os sintomas, como se manifestam e em que períodos do dia?
 Qual o horário em que os sintomas pioram ou melhoram?
 Qual a estação ou em que condições climáticas piora ou melhora os
sintomas?
 Houve alguma alteração no comportamento ou comportamentos
específicos que se destaque?
Todas estas informações são uteis para definir características específicas
importantes para o diagnóstico: YIN ou YANG, cinco elementos, agentes
patogénicos e ainda que órgãos poderão estar afetados. (LAVRADOR, 2017,
pág. 55).

4.4.3 Exame Físico


Segundo Glória, (2017, pág. 55), é nesta fase do protocolo de diagnóstico
que é possível utilizar os restantes sentidos: tato, visão e olfato. A palpação é a
parte essencial deste exame, visto que permite retirar o máximo de informações
do corpo do paciente.
Pulso: inicia-se o exame pela palpação do Pulso pois é o elemento que
mais pode variar com a manipulação do paciente. O pulso em animais de
estimação como cão e gato é palpado apenas com três dedos, na área triangular
dos músculos da face interna da coxa, correspondendo à artéria femoral, o pulso
deve ser avaliado de acordo com a frequência, ritmo, igualdade bilateral, forma,
tamanho, profundidade, vigor (Xie, Huisheseng; Preast 2007). Existem
dezessete tipos de pulso descritos na literatura veterinária chinesa (Auteroche,
B.; Navailh 1992).
24

O tipo de pulso informa ao veterinário que tipo de patologia está presente,


por exemplo: um pulso irregular indica alteração cardíaca, um pulso superficial e
rápido indica um excesso de calor interno, um pulso fraco e vazio indica uma
deficiência de QI e sangue.
Acrescentando informação ao tipo de pulso é possível aceder à energia de cada
órgão e víscera através da palpação das seis posições do
pulso (Xie, Huisheseng; Preast 2007).– Posição para palpação correta do pulso
de um canídeo.(Adaptado de Schwartz 1996) – Posição para palpação correta
do pulso de um canídeo.(Adaptado de Schwartz 1996)– Seis posições dos
ZANG-FU no pulso. (Adaptado Xie, Huisheseng; Preast 2007)
Pontos de Diagnóstico: O “Qi” dos ZANG-FU encontra-se distribuído
pelos pontos MU e SHU, como descrito anteriormente nos acupontos. Estes
serão ótimos indicadores de afeções dos órgãos e víscera, uma vez que em
situações patológicas estes pontos encontrar-se-ão mais sensíveis. Podem ser
igualmente utilizados para tratamento devido à ligação direta com o respetivo
ZANG-FU. (GLÓRIA, 2017, pág. 56)
Palpação: A exploração das diversas áreas do corpo é importante para
verificar alterações físicas anormais, avaliar temperatura, texturas, dureza das
superfícies corporais (exemplo importante é a avaliar a temperatura das
extremidades e das regiões dolorosas e comparar com outras áreas) e ainda
avaliar a sensação de alguns pontos pertencentes a meridianos que apresentam
relação com o desequilíbrio existente (Xie, Huisheseng; Preast, 2007).
Inspeção da Língua: A língua é considerada a porta de entrada para o
interior do corpo. Menos volátil que o pulso, mas pode ao longo do dia variar a
informação que transmite. Na língua existem áreas diferentes que
correspondem aos órgãos internos. Devem ser avaliadas características muito
específicas como: revestimento ou capa da língua, textura, formato e cor. A cor
pode variar entre pálida, vermelha, púrpura ou amarela. O revestimento é a
característica que mais facilmente varia podendo adquirir várias cores e
espessuras. (Xie, Huisheseng; Preast 2007).
25

Figura 4: Características da língua e significado


Fonte: Xie, Huisheseng; Preast (2007).

Auscultação e Olfato: São das últimas informações recolhidas. A


auscultação do coração e respiração pode dar informações sobre o estado físico
do órgão e direcionar o tratamento. A utilização do olfato para inspecionar boca,
ouvidos ou secreções é bastante útil visto que é possível associar um odor a um
dos cinco elementos e consequentemente a um órgão (Schwartz 1996).

4.4.4 Protocolo de tratamento


Segundo Évora (2017, pág. 57) o diagnóstico na medicina chinesa não se
define como um nome para uma dada doença, é definido como síndromes
associadas a um ou mais órgãos ou vísceras. As síndromes estão associadas a
excessos ou deficiências: YIN ou YANG de algum ZANGFU, agentes
patogénicos que afetam algum ZANG-FU ou apenas de alguma substância (QI,
sangue ou líquidos orgânicos). Para chegar a um diagnóstico final é necessário,
através de todas as informações recolhidas, criar uma ordem lógica de
acontecimentos e definir com exatidão a causa primária do desequilíbrio, sendo
este o fundamento do tratamento em MTC, começar a tratar a origem do
desequilíbrio.
Estando a síndrome do paciente definida é necessário determinar a
estratégia de tratamento. Este passo permite ao médico veterinário uma
orientação para a escolha da técnica terapêutica e prever o tempo necessário o
tratamento. Definir uma estratégia de tratamento significa determinar o que é
fundamental realizar para contrariar ou recuperar o desequilíbrio e definir a
ordem de urgência de atuação. (ÉVORA, 2017, pág. 57)
Com a estratégia de tratamento definida a escolha dos meios de
tratamento é o passo seguinte para a conclusão do protocolo de tratamento.
Dentre as várias técnicas possíveis, devem ser escolhidas técnicas adequadas
26

ao caso clínico, ao paciente, à síndrome e ainda à disponibilidade do tutor. De


entre as variadas técnicas, a acupuntura é das técnicas mais utilizadas na
MTC. (GLÓRIA, 2017, pág. 58)
De acordo com Glória, (2017, pág. 58) seleção dos pontos é a etapa mais
importante do tratamento com esta técnica. Existem várias vertentes e tipos de
protocolos de acupuntura na utilização de pontos, o que dependerá
essencialmente do objetivo do tratamento e da base académica do terapeuta:
Pontos locais: pontos que geram efeitos locais e são indicados para
afeções localizadas. Podem ainda ser pontos direcionais, ou seja, pontos locais
que direcionam a restante escolha de pontos para o local desejado.
Pontos Distantes: são pontos que estão localizados à distância. Podem
ser baseados no meridiano que passa pela localização da lesão ou pelo órgão,
ou então na associação dos cinco elementos e fisiologia dos ZANG-FU.
Pontos sintomáticos: baseados em extensa experiência clínica. São
pontos que provocam alívio sintomático e de ação rápida, que normalmente
resultam de uma escolha que não trata diretamente a síndrome do desequilíbrio,
mas que permite um alívio rápido de um sintoma.
Pontos de equilíbrio: existe algumas técnicas de escolha de pontos que
favorecem o equilíbrio energético, onde são escolhidos pontos que
equilibram MA e MP, esquerdo e direito, YIN-YANG, abdómen e dorso, entre
outros possíveis desequilíbrios. Existem para isso pontos e colocações
específicos para o efeito.
Pontos Especiais: São todos os outros pontos passíveis de utilizar que
apresentam uma função especifica, conhecidos anteriormente: SHU antigos,
YUAN e LUO, XI-CLEFT, HUI, Confluentes e pontos quatro Mares e pontos
quatro Portões.
O número de pontos também dependerá do caso clínico e da necessidade
da síndrome. A premissa da MTC na realização de protocolos de acupuntura
refere que se deve realizar o tratamento com o menor número possível de
pontos, no entanto podem ser utilizadas até 20 agulhas, no máximo
(SCHOEN 2001).
Depois de definir o protocolo de acupuntura deve ser determinado o tempo
de manutenção da agulha no tratamento, este pode variar de cinco a dez minutos
para tonificação e de 15 a 20 minutos para dispersão do ponto, a técnica de
27

colocação e manipulação da agulha também é um ponto fundamental para o


melhor resultado (HALTRECHT 2014).
Quando necessário devem ser acumulados tratamentos com outras
técnicas, no mesmo dia ou em dias alternados, para uma rápida melhoria do
bem-estar do paciente. Regra geral, as terapias que normalmente se agrupam é
a acupuntura e moxabustão ou acupuntura e fitoterapia, por exemplo. Deve-se
ainda definir a regularidade do tratamento, visto que a acupuntura mantém o seu
efeito por 7 dias, os tratamentos com essa técnica devem ser feitos com um
intervalo de uma semana. (GLÓRIA, 2017, pág. 59)

4.5 Técnicas de Tratamento

4.5.1 Acupuntura com agulha seca


O uso de agulhas na acupuntura é a técnica mais comum a ser utilizada
na veterinária, as agulhas são feitas de aço inoxidável com seu comprimento e
espessura variando de acordo com a espécie do animal assim como a doença
(PANTANO, 2011, pág. 9).
Na acupuntura, as agulhas são inseridas em pontos anatômicos,
denominados de acupontos, para que assim diminua a dor do animal, podendo
ser ela cronológica ou aguda. Cada ponto tem uma função diferente quando
estimulado, porém, caso feito de maneira errada pode acabar piorando os sinais
clínicos (FOGANHOLLI; RODRIGUES; PROCÓPIO, 2007, pág. 2, 3).
Quando a agulha de acupuntura atinge a pele, hipoderme, fáscia e/ou
músculos é causada uma sensação de ‘choque’, podendo ser percebida nos
animais através do olhar, contrações musculares e cutâneas, e vocalização
(HUMMEL, 2009, pág. 15).
28

Existem também diversas dificuldades ao se realizar a prática do


agulhamento em animais, por conta da grande variedade de espécies, a
necessidade de contenção de alguns animais, e realizar o manejo adequado
para aqueles assustados ou agitados (SCOGNAMILLO-SZABÓ; BEACHARA,
2009, pág. 6).

Figura 5: Utilização da agulha seca em equinos


Fonte: https://www.equisens.es/terapias-con-caballos/acupuntura-equina/

4.5.2 Moxabustão
A moxabustão cujo significado é “queima da moxa”, é um método da
medicina chinesa, sendo uma terapia térmica, já que o efeito da queima da moxa
aquece o Yang eliminando assim o frio do Yin e os efeitos são dissipados pela
umidade e vento, e acaba ativando o sangue o Qi. A moxa é feita com ervas do
tipo Artemisia, podendo ser aplicada diretamente ou indiretamente na pele
(GRIZENDI, 2020, pág. 22).
Na moxabustão direta é enrolada a erva em volta do papel arroz,
formando assim algo parecido com um ‘charuto’, e colocada em cima de um
acuponto, entretanto esse método não é muito utilizado em animais por causa
da dor realizada pela queima (REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA EQUINA,
2015, pág. 4, 5). “A técnica consiste em, primeiramente, tricotomizar a área de
aplicação, aplicar no ponto uma solução de gel à base de água, aplicar os cones
de moxa e ascender” (GLÓRIA, 2017, pág. 60).
Na moxabustão indireta a combustão da moxa não ocorre diretamente
sobre a pele, com uma distância de 1 a 2,5 cm, por um período de três a quinze
minutos, realizando movimentos suaves e circulares ou verticais (REVISTA
BRASILEIRA DE MEDICINA EQUINA, 2015, pág. 5).
29

Por se tratar de uma terapia térmica, o uso da moxabustão é usada na


redução da dor e da tensão, diminuição da viscosidade, melhora a circulação
sanguínea, aumenta a perfusão de sangue aos órgãos e tecidos, por causa da
estimulação térmica estimula os receptores locais e as células do sistema
imunológico e diferente de outros estimulantes térmicos modernos, a
moxabustão tem efeitos farmacológicos (GRIZENDI 2020, pág. 22, 23).

Figura 6: Bastão de moxa Artemisia


Fonte: rmvetacupuntura.blogspot.com

Figura 7: Utilização da moxabustão indireta


Fonte: https://www.equitacao.com/artigos/2465/10/a-acupuntura-tem-utilidade-
nos-cavalos/

4.6 Acupuntura em Animais de Grande Porte – Equinos

4.6.1 Utilizações
Segundo Passos (2011, pág. 1), especificamente no que se refere ao
desempenho físico, esse requer a interação complexa de mecanismos que
envolvem os sistemas musculoesquelético, nervoso, respiratório e
cardiovascular. Na Medicina Tradicional Chinesa, as lesões causadas pelo
30

esporte e trabalho são, muitas vezes, resultado de estresse sobre tecidos


enfraquecidos e/ou sistema imunológico debilitado.
Além da utilização da acupuntura como recurso terapêutico, ela também
pode ser usada para diagnosticar diversas lesões. Isto ocorre porque existem
pontos de acupuntura que indicam alterações em muitos órgãos ou sistemas, ou
seja, existem pontos diagnósticos que são indicativos de lesões no boleto,
cascos, quartela, jarrete, dentre outros. Este recurso se torna muito importante,
pois pode muitas vezes prevenir lesões que ainda estão por vir ou que o animal
ainda não mostrou sintomas físicos. Quando se associa a acupuntura em
equinos a outras terapias complementares como a fisioterapia, a homeopatia e
a fitoterapia, além de um programa adequado de treinamento, os resultados
costumam ser excelentes (PASSOS, 2011, pág1).

4.6.2 Materiais
De acordo com Prado (2018, pág4), não é de hoje que as agulhas de
acupuntura em equino trazem curiosidades e dúvidas. Seus tamanhos quase
sempre exagerados e suas formas de aplicações, atrai olhares curiosos.
Veremos aqui os tipos de agulhas e a região onde cada uma é mais indicada,
porém isto não é uma regra, irá depender do protocolo de tratamento de cada
profissional, pois cada um tem uma forma particular de trabalhar.
As agulhas são classificadas em dois tipos, agulhas Reutilizáveis e
Descartáveis.

Agulhas Reutilizáveis
 São as mais antigas, normalmente maiores e mais grossas;
 Hoje em dia ainda são comercializadas e usadas, principalmente na
China;
 Locais de uso: com maior musculatura como na anca, garupa e coxa;
 Mais utilizadas: são as lancetas, usadas para sangria;
 Vantagem: a durabilidade;
 Desvantagem: são bem doloridas e tem que esterilizar;
 Após usa-las terão que ser lavadas e esterilizadas em autoclave a 120°C
por no mínimo 30 minutos.
31

Figura 8: Tipos de Agulhas reutilizáveis


Fonte: PRADO, 2018

Figura 9: Lancetas grandes, médias e pequenas reutilizáveis.


Fonte: PRADO, 2018

Figura 10: Agulhas reutilizáveis.


Fonte: PRADO, 2018
32

Hot Needles ou Agulhas de Fogo

Segundo Nishijima (2018, pág. 6), estas agulhas ao serem usadas com a
técnica (que as deixa incandescente), proporcionam uma estimulação mais forte
quando comparada as outras. São comercializadas em vários tamanhos e
espessuras. É aconselhável fazer o procedimento apenas uma vez por semana
e após a aplicação passar pomada, além de evitar vento e água no local onde a
agulha foi inserida.

Figura 11: Hot needles.


Fonte: PRADO, 2018

Agulhas Descartáveis
Em equinos as mais usadas são:
 Agulhas hipodérmicas;
 Agulhas sistêmicas (a convencional de humano e pequenos animais);

Figura 12: Agulhas Descartáveis


Fonte: PRADO, 2018
33

Hipodérmicas
 Mais utilizadas: 40x12 (rosa) e 30x08 (verde);
 Locais de uso: com musculatura acentuada como peito, pescoço,
escápula, dorso, garupa, coxa e membros (acima das articulações do
carpo e tarso). Usadas também para sangrias;
 Vantagem: 1 agulha por pacote evitando o desperdício e prática;
Desvantagem: por serem grossas o equino se incomoda com a aplicação e não
são utilizadas nas extremidades dos membros.

Figura 13: Agulhas Hipodérmicas


Fonte: PRADO, 2018
Sistêmicas
 Mais utilizadas: 0,25x30 e 30x8;
 Locais de uso: qualquer região do equino, porém o tamanho da agulha
poderá facilitar dependendo da localização do ponto e sua profundidade.
Maior aplicabilidade: para locais com menos musculatura (ou nenhuma)
como na face e extremidade dos membros;
 É comum alguns profissionais só trabalharem com essas agulhas, são
bem práticas e a aceitação pelo equino é melhor;
 Vantagem: praticamente indolores e como são descartáveis não se tem
o trabalho de esterilizar;
 Desvantagem: entortam com facilidade e quando fabricadas 10 agulhas
no pacote pode-se não usar todas, causando desperdício.
34

Figura 14: Agulhas Sistêmicas


Fonte: PRADO, 2018
Lancetas
 Comercializada para uso humano;
 Usadas em equinos para sangria de pontos mais delicados como na face.

Figura 15: Lanceta descartável


Fonte: PRADO, 2018

Com isso, Prado (2018, pág.9), recorda que a escolha pelo tipo de agulha
irá depender da conduta terapêutica de cada profissional veterinário
acupunturista, visto que além da raça, idade, temperamento e grau de debilidade
de cada equino, também temos que levar em consideração a questão do bom
senso em cada procedimento.

4.6.3 Contenção em Equinos


Segundo Martins, (2019, pág. 18), se tratando de equinos, deve-se
observar o comportamento do animal na tentativa de se ter uma ideia sobre a
sua possível reação a contenção (coices, mordidas), atentando-se, por exemplo,
35

para o posicionamento das orelhas, já que os animais traiçoeiros geralmente


demonstram a intenção de escapar da contenção abaixando-as. Quando o
cavalo é manso, essa fase do manejo é muito fácil de ser resolvida, bastando,
para isso, manter o cabresto e/ou a corda escondida, realizando-se uma
aproximação lenta.
“Durante o manejo em locais fechados e pequenos é importante, que a
porta não esteja completamente fechada, de modo que permita a saída do
operador, mas não do animal” (MARTINS, 2019, pág. 19).
De acordo com Tavares (2019, pág. 19), os animais novos ou adultos
muito mansos podem ser contidos apenas com o auxílio das mãos, segurando-
se as orelhas, os lábios, as crinas, a cauda e/ou a pele do pescoço. Um meio
eficaz e simples para se conter manualmente um cavalo calmo e não muito forte
é agarrando-se a pele do animal na base do pescoço, promovendo uma rotação
firme.
Os potros não acostumados com o manuseio de pessoas, ao contrário do
que possa parecer, são perigosos e podem morder e coicear perigosamente. A
contenção dos potros em posição quadrupedal pode ser feita, também,
posicionando-se ao seu lado e passando-se uma mão em volta da musculatura
peitoral e a outra por trás da coxa ou na base da cauda, suspendendo-a
(KAVSKI, 2019, pág. 19).
“Como aponta Feitosa (2004, pág. 20), o animal não deve ser, em
hipótese alguma, amarrado pelo pescoço, pois uma queda acidental ou uma
tentativa de fuga poderá resultar em óbito por asfixia”.
De acordo com Feitosa (2004, pág21), para realizar a contenção do
membro anterior de equídeos:
1. Dê tapinhas no pescoço ou no dorso do animal para distraí-lo;
2. Com uma das mãos, desvie o peso do animal para o lado oposto que você
deseja suspender;
3. Posicione a outra mão na região do boleto e suspenda o metacarpo (canela)
rapidamente em direção ao seu antebraço;
4. Mantenha o corpo do animal desviado para o lado oposto do membro
suspenso;
5. Acompanhe com cuidado os movimentos do animal, evitando acidentes.
36

De mesma autoria, para realizar a contenção do membro posterior de


equídeos:
1. posicione-se de costas para as partes anteriores do animal;
2. com uma das mãos, desvie o peso do animal para o lado oposto que você
deseja suspender;
3. posicione a outra mão na região do boleto, suspenda o metatarso e desvie o
membro para trás ou para frente; e se desviado para trás, coloque-o sobre a
perna e descanse-o na coxa.
“Na maioria das vezes, os equinos, não permitem a elevação de um dos
membros posteriores por muito tempo, devendo-se, em intervalos regulares,
deixá-lo descansar. O desvio para trás também pode ser feito com a utilização
de cordas” (FEITOSA, 2004, pág. 22).
4.6.4 Palpação e Pontos de Acupuntura em Equinos
Segundo Shoen, (2006), partindo para o exame de palpação propriamente
dito, iniciamos pelos pontos da cabeça do equino, onde são palpados pontos ao
longo da articulação temporomandibular, ou seja, E7, VB2, ID10. Estes se
sensíveis indicam alterações nessas articulações, esta condição pode ser
confirmada através da palpação em VB20 e B10. Palpa-se então os pontos ao
longo do pescoço afim de saber se há hipersensibilidade em algum dos canais,
os pontos geralmente palpados são: TA 15, TA16, ID16, IG16, IG17, IG18, VB21,
E10, R27.
De acordo com o mesmo autor, logo após, avaliar os pontos do membro
anterior, neste momento busca pontos gatilhos na região do ombro, papando os
pontos ID9, IG15 e TA14, geralmente reatividade nessa região pode indicar lesão
na escápula. Partimos então para a palpação dos pontos P1 e VC17. Dor no
primeiro ponto pode indicar distúrbios respiratórios enquanto no segundo,
distúrbios relacionados ao tórax. Para finalizar o exame do membro anterior,
palpa-se os pontos Ting afim de encontrar alterações nos meridianos.
A palpação do dorso e do abdômen tem grande importância, pois neles
se encontram alguns dos pontos mais importantes. Estes se localizam no dorso
paralelamente à coluna vertebral, são chamados de pontos shu. A palpação se
inicia no B13, ponto de assentimento do pulmão, e percorre pelo dorso em
sentido caudal até a região lombar B23, ponto de assentimento do Rim. Os
pontos da Bexiga se associam a pontos de outros órgãos e se reativos podem
37

indicar distúrbios nos órgãos de assentimento ou lesões locais. Nesse momento


passa-se a palpar pontos alarme localizados ao longo do abdômen e do tórax
(F14, F13, VB25), (SHOEN, 2006).
De acordo com Vieira (2018), parte-se então para a região sacral. Esta
região deve ser avaliada cautelosamente, pois é uma área de hipersensibilidade
e alto índice de formação de pontos gatilho. Os principais pontos avaliados são
B13, E30, VB27, VB29, VB30, B25, B27, B28. Através desses pontos podemos
avaliar desde distúrbios imunológicos até alterações osteomusculares, exemplo:
alterações em jarrete, casco, boleto, joelho e articulação coxofemoral.
Finalizando a palpação chega-se ao membro pélvico. Os pontos avaliados
conseguiram demonstrar problemas de joelho, jarrete, até alterações locais em
outras articulações. Os principais pontos palpados são B36, B37, B38, B39,
VB32, e pontos Ting (VIEIRA, 2018).

Figura 16: Palpação e pontos de acupuntura


Fonte: Shoen (2006)

4.7 Indicações da acupuntura veterinária

Na China, a acupuntura é utilizada rotineiramente para o


tratamento de diversas afecções. A eficácia dessa técnica levou,
em 1979, especialistas de 12 países presentes no Seminário
Inter-Regional da Organização Mundial da Saúde, a publicar em
uma lista provisória de enfermidades que podem ser tratadas
pela acupuntura e que inclui, dentre outras, sinusite, rinite,
amidalite, bronquite e conjuntivite agudas, faringite, gastrite,
duodenite ulcerativa e colites agudas e crônicas e outras, num
total de 43 enfermidades. Essa resolução demonstra claramente
38

que a terapia acupuntural e da moxa originada da China é bem


conhecida e creditada em todo o mundo (BANNERMAN, 1979;
CHONGHUO, 1993).

Segundo Altman (1992), as ações da Acupuntura nas patologias mais


comuns na Medicina Veterinária são: gastrites, enterites, colites, bronquite,
broncopneumonia, miocardites, arritmia cardíaca, nefrites, alterações na micção,
prostatite, cistite, hipotiroidismo, hipertiroidismo, diabetes insipidus,
espondilopatia hipertrófica, paralisia facial, epilepsia, sequelas da cinomose,
mastite, conjuntivite, otite média, alívio da dor, analgesia cirúrgica, entre outras.

4.8 Contraindicações da acupuntura veterinária

De acordo com Bannerman (1980), outro fator importante a se considerar,


são os casos agudos, nos quais a eliminação da dor possa levar o animal a uma
atividade desmedida, o que pode se tornar um obstáculo para a cura da lesão
inicial.
Algumas precauções devem ser tomadas na aplicação da acupuntura.
Algumas ocasiões na qual a técnica deve ser evitada:
 Imediatamente depois de o animal ingerir muita comida;
 Depois do exercício físico intenso ou em um animal cansado;
 Paciente que acabou de tomar banho ou que vai tomar banho logo depois
da seção (para evitar o excesso de estresse);
 Em casos de intoxicações por atropina, narcótico, antagonistas narcóticos
ou corticosteroides;
 Quando o animal não pode ser atendido em um local no qual s e sinta
calmo e tranquilo e observado durante as seções de tratamento.
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1979).
39

5. METODOLOGIA

5.1 Descrição Da Propriedade


A propriedade escolhida pelos integrantes do grupo foi a Fazenda Santo
Antônio, situada no município de Simonsen e localizada no interior de São Paulo.
Atualmente a propriedade está sobre a direção do sócio-proprietário e
Engenheiro Agrônomo Sérgio Luiz Perez Merlotti.
Atualmente a Fazenda Santo Antônio é constituída por uma área de 223
hectares, tendo como divisões 8 piquetes com pastagem e cana, contando com
cochos e vascas. E para o manejo dos animais é utilizado o curral.

Figura 17: Vista geral da Fazenda Santo Antônio


Fonte: LIMA, 2021

Figura 18: Vista geral da área de pastagem


Fonte: LIMA, 2021
40

5.2 Atividade realizada na Fazenda


A Fazenda Santo Antônio é completamente destinada a pecuária, mais
especificamente a produção de gado (bovinos) de corte, sendo produzidos parte
na própria Fazenda e parte proveniente da Inseminação Artificial.

Figuras 19 e 20: Bovinos em confinamento


Fonte: LIMA, 2021

5.2.1 Quantidade de animais de cada espécie


No âmbito pecuário, a propriedade conta com cerca de 120 vacas
provenientes da própria Fazenda e 5 bois Senepol PO, provenientes de
Inseminação Artificial.
E em relação aos Equinos, a propriedade conta com cinco animais, sendo
eles: um cavalo e quatro éguas.
41

Figuras 21: Equinos da propriedade


Fonte: LIMA, 2021

5.2.2 Raça dos animais


Em relação a raça dos Equinos, nenhum um cavalo tinha raça definida,
eram de raça indefinida ou híbridos:

Figura 22: Cavalo de raça indefinida


Fonte: LIMA, 2021
42
43

Figura 23, 24, 25 e 26: Éguas de raças indefinidas


Fonte: LIMA, 2021

5.3 Acupuntura em Equinos


Inicialmente foi feita uma escolha nos animais que seriam realizadas as
sessões de Acupuntura e Moxabustão pela Veterinária e pelo funcionário da
Fazenda, foram separados dois equinos, um cavalo (Pé de Pano) e uma égua,
pois eram os dois que mais permitiam a aproximação e o manejo de várias
pessoas.
As sessões de Acupuntura e de Moxabustão foram realizadas com o
objetivo de demonstração das Técnicas da Medicina Tradicional Chinesa e não
para algum tratamento em específico. Os procedimentos foram feitos pela
Professora e Médica Veterinária com especialização em Fisioterapia e Medicina
Veterinária Tradicional Chinesa (MVTC), Marcela Serafim e sob a fiscalização
de um Funcionário.
Quando a Acupuntura e a Moxabustão são realizadas sem o animal portar
nenhuma complicação, as técnicas agem sim com funcionalidades nos animais,
sendo esses tratamentos considerados preventivos para futuras complicações,
exemplo: problemas na coluna, laminites, doenças de pele, claudicações, etc.
44

Figura 27: Equino de 10 anos Figura 28: Equino de 12 anos


Fonte: LIMA, 2021 Fonte: LIMA, 2021

Figura 29: Acupuntura em Cavalo


Fonte: LIMA, 2021
45

Figura 30: Veterinária inserindo agulhas


Fonte: LIMA, 2021

Figura 31: Acupuntura realizada na égua


Fonte: LIMA, 2021
46

Figura 32: Moxabustão em equínos


Fonte: LIMA, 2021

5.3.1 Atividades realizadas com os Equinos


Todos os equinos da fazenda são voltados para o manejo pecuário.
Apesar de a Acupuntura e a Moxa ser mais utilizada em equinos para
venda e para animais atletas, ela tem uma forte presença nos animais que são
utilizados para trabalhos pecuários, pois os equinos destinados ao trabalho estão
expostos a grandes perigos, seja pelo trabalho excessivo, estresse ou até por
acidentes com outros animais. Em todos esses casos e mais outros, as técnicas
da Medicina Veterinária Tradicional Chinesa são indicadas como os melhores
pois, se bem realizadas não correm risco algum de causar efeitos colaterais e
também porque muitas vezes o problema não está diretamente ligado ao corpo
do animal e sim a sua mente e sua energia.

Figura 33: Utilização de cavalos para o manejo de bovinos


Fonte: LIMA, 2021
47

5.3.2 Materiais utilizados na contenção, acupuntura e moxabustão


Para a contensão e realização das técnicas foram necessários o uso de
alguns utensílios, que auxiliaram no processo de contensão do animal e na
aplicação das técnicas.
Na contensão dos equinos foi utilizado o cabresto, uma peça feita de
corda que foi colocada na cabeça do cavalo, e que auxilia o profissional na
condução do animal ou então para deixa-lo amarrado em algum lugar.

Figura 34: Contenção em Equino com cabresto


Fonte: Lima, 2021
Na acupuntura foram utilizadas 16 agulhas comuns descartáveis
(hipodérmicas) de numeração 30x8mm (Canhão verde). Apesar de existirem
agulhas específicas para animais de grande porte, estas também podem ser
utilizadas em muitos locais, pois ambas têm a mesma funcionalidade e
apresentam os mesmos resultados.

Figura 35: Agulhas descartáveis utilizadas na Acupuntura


Fonte: Lima, 2021
48

Já na técnica de Moxabustão foi utilizado um bastão de lã de moxa que


tem como principal ativo a erva Artemísia que foi acesa com um maçarico.

Figura 36: Bastão de lã de Moxa


Fonte: Lima, 2021

5.3.3 Locais e profundidade que foi inserido as agulhas e o que pode tratar
Os locais aonde foram realizados a acupuntura foi nos pontos,
respectivamente Bai Hui (ponto mestre da coluna), VG-3, B-23, B-52, VG-4, B-
22, VG-5, VB-20 e Yin Tang (localizado na face frontal do cavalo). Para cada
estrutura e musculatura de cavalo, é feita a distinção de profundidade da
inserção das agulhas, locais com menor musculatura exigem a aplicação da
agulha deitada ou inserindo somente uma pequena porção da agulha, já em
locais com maior presença de musculatura exigem uma aplicação firme,
profunda, de preferência até o canhão da agulha (parte plastificada colorida da
agulha). No cavalo as agulhas foram inseridas em maior profundidade exceto o
ponto da face aonde contém menos musculatura, já na égua todos os pontos
foram feitos com uma pequena porção da agulha, na região de toda a coluna
todos os pontos que forem utilizados devem ser feitos igualmente dos dois lados
do animal.
49

Figura 37 e 38: Profundidade das agulhas nos Equinos


Fonte: Lima, 2021

De certa forma, a acupuntura pode tratar toda e qualquer complicação nos


animais, porém os pontos localizados na região da coluna e lombar são
destinados no tratamento de problemas de joelho, alterações em jarrete, casco,
boleto, articulação coxofemoral, pulmão e rim. Yin Tang, (o ponto localizado na
face) é utilizado para acalmar a mente, diminuir o estado de ansiedade e reduz
os efeitos indesejáveis e quantidade de resíduos em alimentos de origem animal.
50

Figura 39 e 40: Agulhas em ponto Ying Tang


Fonte: Lima, 2021

5.3.4 Técnica de Moxa


O local onde foi aplicado a moxa foi no meridiano Vb20 fazendo
movimentos circulares, a distância que foi aplicada a moxa foi feita com o apoio
da mão e o espaço da pele do animal e da moxa com a grossura do dedo
mindinho.
Para realizar uma sessão de Moxabustão com segurança, sempre que for
aplicar a moxa deve-se utilizar o dedo mindinho como apoio para que não
aconteça de queimar o animal caso ele se mexa. A moxa serve para acalmar o
animal, para ajudar na cicatrização de feridas, alivio de dor muscular. Esse
tratamento não se pode utilizar em casos de doenças ou machucados que
causem calor, Ex.: Laminite (inflamação das lâminas do casco).
51

Figura 41: Local de realização da Moxa e casco com formação de laminite


Fonte: LIMA, 2021

5.3.5 Reação dos animais durante a acupuntura e na hora da retirada das


agulhas
No cavalo que foi realizado a acupuntura não era um animal que mostrava
algum ponto de dor, enquanto inseriam as agulhas ele não demonstrou quase
nenhuma reação, sem sinal de dor. Na retirada das agulhas também não se
obteve nenhuma reação de rejeição ou incomodo do animal. Porém, na égua foi
possível observar melhor os efeitos da acupuntura, pois quando a agulha foi
inserida o animal demonstrou algumas reações de dores (incômodo em toda a
coluna, tentativa de mordida e movimentação da cabeça e pescoço) porém,
durante a acupuntura ela estava com sinais de relaxamento e de sonolência.

5.3.6 Técnica para saber onde os Equinos sentem dores ou incômodos


Todos os animais têm pontos de dores, principalmente os que são
utilizados para trabalhos, e quando esses pontos são apalpados (a palpação é
feita com o polegar ou com os dedos dobrados, passando eles pelos meridianos)
pode ser que o animal reaja, e isso é um sinal de dor. A palpação deve ser feita
pelas laterais do animal porque assim não corre o risco de acidentes.
52

No cavalo não foi possível observar pontos de dor, já que ele não teve
nenhuma reação durante a palpação, no entanto na égua foi possível observar
as reações, pois sentiu incomodo na região da coluna.
A observação da posição e da profundidade das agulhas é um grande
sinal para saber se o animal está com dor e se está sendo tratada. Se o animal
sentir dor no local aonde foi inserido a agulha, a agulha permanecerá na posição
e profundidade que foi inserida, a medida que a dor for anestesiada a agulha ira
subir ou mudar de posição, se a agulha for retirada enquanto o animal estiver
com dor terá uma certa resistência ao sair da pele, semelhante a uma atração
magnética.
A presença de sangue na coloração escura também é um indicativo que
o animal tem algum ponto de dor.

Figura 42: Técnica para encontrar pontos de dores


Fonte: Lima, 2021

Figura 43: Apalpação em Equinos


Fonte: Lima, 2021
53

Figura 44 e 45: Agulhas com presença de sangue de pontos de dor


Fonte: Lima, 2021

5.3.7 Medida para encontrar pontos de Acupuntura


Na Medicina Tradicional Chinesa são utilizadas unidades de medidas na
Acupuntura, sendo elas baseadas em proporcionalidade e dimensionamento de
cada paciente, ou seja, as posições e locais dos pontos variam de animal para
animal, pois é baseada no peso, tamanho e espécie de cada animal.
A medida utilizada na Acupuntura é em “Tsun” ou “cun”, que em equinos
é feita com o punho, sendo proporcional ao casco do cavalo, essa medida se
aplica somente a direção e posicionamento dos acupontos e não a sua
profundidade.
54

Figura 46: “Tsun” / “cun”


Fonte: LIMA, 2021

Figura 47: Medindo acupontos com Tsun


Fonte: LIMA, 2021

5.3.8 Duração de uma Sessão de Acupuntura


Uma sessão de acupuntura leva em torno de no mínimo 40 a 60 minutos,
mas a ação analgésica começa a partir dos primeiros 15 minutos agindo,
tranquilizando e tratando as dores ou doenças. A sessão realizada na fazenda
55

durou em torno de 10 minutos cada equino, somente para uma demonstração


das técnicas utilizadas.

Figura 48 e 49: Alunos realizando Acupuntura em Equinos


Fonte: LIMA, 2021
56

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o observado na propriedade, o manejo realizado na
fazenda envolve técnicas da Medicina Veterinária vistas de uma outra maneira,
utilizando um conhecimento científico, equipamentos e profissionais, próprios da
Medicina Veterinária Tradicional Chinesa, porém, apesar de ter sido realizado a
sessão de Acupuntura e Moxabustão na propriedade, essas técnicas ainda não
são adotadas, sendo sua utilização feita apenas para fins acadêmicos.
As técnicas observadas têm como objetivo apresentar menor dano
possível para o paciente levando a um maior bem-estar e possível cura do caso
clínico, a grande vantagem da acupuntura é que, sua eficácia e igual aos
tratamentos convencionais com fármacos para tratar a dor aguda ou crônica, não
apresenta os efeitos adversos desses tratamentos e outra vantagem em relação
aos tratamentos convencionais é o seu baixo custo. Essas técnicas não
apresentam desvantagens, apenas algumas contra indicações.
Portanto, a Acupuntura acaba chamando muita atenção pelos seus
tratamentos diferenciais, apesar desses métodos serem totalmente eficazes.
Concluímos que a utilização das técnicas de Acupuntura e Moxabustão é uma
área da medicina ainda pouco explorada e pouco acreditada entre a comunidade
de médicos veterinários por assentar em conceitos abstratos da medicina
milenar.
57

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