Cognition">
Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Produ To

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 45

ANDRÉIA VAZ CUNHA DE SOUSA

A formação de leitores no
ciclo de alfabetização
Caderno
de Sequências
Didáticas
FICHA TÉCNICA
Organização: Andréia Vaz Cunha de Sousa e Samuel
Luis Velázquez Castellanos.
Redação: Andréia Vaz Cunha de Sousa.
Revisão do texto: Samuel Luis Velázquez Castellanos.
Ilustração/Capa: Mariceia Lima
"Acreditamos que a educação sozinha não
transforma a sociedade, sem ela tampouco a
sociedade muda.
Se a nossa opção é progressiva, se estamos a
favor da vida e não da morte, da equidade e
não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da
convivência com o diferente e não de sua
negação, não temos outro caminho senão viver
a nossa opção.
Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre
o que dizemos e o que fazemos."

Paulo Freire
APRESENTAÇÃO
Caros professores,

Parabéns pelo seu interesse em novos conhecimentos e novas estratégias que

auxiliam no processo de ensino e aprendizagem dos alunos no ciclo de

alfabetização. Que bom que você acredita que o ensino criativo e contextualizado

pode ser uma alternativa para gerar bons resultados.

Neste Produto Educacional, em formato de caderno de sequências didáticas, lhes

apresentamos sugestões de atividades que visam desenvolver a Formação de

leitores no ciclo de alfabetização.

Nesse contexto, as ideias aqui apresentadas, além de fomentarem a formação de

leitores, propõem desenvolver reflexões sobre as práticas de leitura, tendo em vista

que muitos alunos saem do ciclo de alfabetização sem terem se apropriado da

leitura e da escrita.

Em virtude disso, pensamos em estratégias de leitura que amenizem esses

impactos negativos demonstrados nas avaliações em larga escala realizados nessa

etapa de escolarização. Sendo assim, este recurso apresenta sequências didáticas

divididas em 4 etapas, acompanhadas dos respectivos objetivos, procedimentos e

encaminhamentos, seguidas das atividades realizadas e das fotografias que

registram alguns desses momentos e da avaliação do alcance das intervenções que

fizeram o uso deste material.

Agradecemos a todos (as) e ansiamos que este produto educacional provoque o

desejo de colocar em prática atividades de leitura de maneira significativa e

prazerosa.  Acrescentamos ainda que a proposta foi desenvolvida no ano 2019,

como produto da dissertação da Pedagoga Andréia Vaz Cunha de Sousa, então

aluna do Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação de Gestão de

Ensino da Educação Básica (PPGEEB), da Universidade Federal do Maranhão

(UFMA), com orientação acadêmica do Professor Doutor Samuel Luis Velázquez

Castellanos.

Convidamos você a construir a sua experiência!


sumário
1. INTRODUÇÃO, 5
2. DIAGNÓSTICO DA TURMA, 9
3. SEQUÊnCIAs DIDÁTICAS, 16
3.1 Sequência 1: Brincadeiras, 17
3.2 Sequência 2: Parlendas, 22
3.3 Sequência 3: Adivinhas, 28
3.4 Sequência 4: Canções de Natal, 34
4. DIAGNÓSTICO APÓS AS INTERVENÇÕES, 38
5. CONCLUSÃO, 40
Referências, 42
SOBRE OS AUTORES, 43
1.
o d ução
intr
introdução
Para Freire (1989), a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e, a

leitura desta, implica a continuidade da leitura daquele. Assim depreende-se que o

ato de ler é um meio de conhecer o mundo, o seu conceito passa pela sua

compreensão. Nesse contento, a escola deve ampliar o verdadeiro sentido da leitura

e da formação de leitores visto que, se vivemos em uma sociedade letrada o acesso

ao ambiente letrado é condição indispensável para a participação social.

A escola tem ainda um papel fundamental na ensino da leitura, por isso ela precisa

assumir uma proposta de valorização do ato de ler, e a responsabilidade de

organizar, criar, adequar propostas e estratégias de leitura favoráveis, que

proporcionem um trabalho significativo que contribua com a formação inicial de

leitores, pois acreditamos que a mesma é responsável por favorecer de forma

significativa com a formação do indivíduo, instigando-o a refletir sobre a sociedade,

acerca de seu dia a dia e, sobretudo, ampliando e diversificando visões e

interpretações  sobre o mundo. Para que essa formação ocorra, é essencial que a

leitura propriamente dita aconteça em ambientes favoráveis para sua apropriação,

mas, acima de tudo, seja produzida, respeitando o nível sociocultural do leitor.

Para tal, uma das ferramentas fundamentais, é o domínio da linguagem, adquirido a

partir da leitura e da escrita que, por sua vez, refletirão em todas as áreas do

conhecimento.

Acreditamos que o gosto de ler e a aquisição de hábitos de leitura por parte das

crianças, é um processo contínuo que começa na família e que deve ser reforçado

assim que entre na educação pré-escolar e ao longo de toda a sua escolaridade;

parceria entre escola e família que pode favorecer muito esse processo.

Assim, conforme Jolibert (1994, p. vii.19), “a aprendizagem da leitura (assim como a

da escrita) deve ser realizada em situações reais, onde tenha uma função social

concreta, e que a tarefa do aprendiz seja basicamente a de buscar sentido no texto”.

Nessa perspectiva, compreendemos que esse contato com a diversidade de textos,

sendo clássicos ou textos atuais referentes ao cotidiano dos alunos farão com que

percebam o valor do uso dos textos lidos.

6
No que se refere à formação de leitores, a leitura precisa deve ser trazida para a

sala de aula objetivando a busca de sentido, não somente como decodificação de

letras ou palavras, mas sobretudo como uma larga compreensão do escrito, para que

se torne uma ferramenta no processo de construção de conhecimentos, que levará a

criança/aluno a estabelecer questionamentos e refletir sobre si mesmo e sobre o

mundo que o cerca (RIBEIRO; ARCHANGELO, 2009; JOLIBERT, 1994).

Ainda sobre formação de leitor, Kleiman (1995) ressalta que a característica mais

marcante é a flexibilidade durante a leitura. Entendemos, portanto que a formação

do leitor por meio das estratégias de leitura direciona para caminhos variados que

envolvem diversas habilidades de interpretar e compreender textos. A estratégia

pensada para desenvolver tais competências foram as sequências didáticas a partir

de gêneros textuais.

Assim, a proposta foi organizada e encaminhada em forma de sequências didáticas,

definidas por Dolz e Schneuwly (2004, p. 97) como “um conjunto de atividades

escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral

ou escrito”. Nessa lógica, acreditamos ainda que tem a finalidade de auxiliar o aluno

a conhecer melhor um gênero de texto, favorecendo sua escrita ou fala de uma

forma mais adequada e autônoma numa dada situação de comunicação.

7
2.
gn ó s t i co
dia
da t u r m a
2 DIAGNÓSTICO DA TURMA
Com o intuito de conhecer o nível de leitura e escrita dos alunos utilizamos

dois instrumentos: um teste da Provinha Brasil e um autoditado. O primeiro é

um instrumento do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica

(Saeb) – uma avaliação o para diagnóstico em larga escala, desenvolvida

pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

(Inep/MEC) e têm o objetivo de avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo

sistema educacional brasileiro, detectando-se os problemas do processo de

alfabetização das crianças no intuito de melhorar-se a qualidade do

letramento inicial. A seguir seguem as questões referentes a este teste, bem

como as habilidades exigidas em cada quesito.

·        
Avalia-se na questão 1: a habilidade de reconhecer o valor sonoro de

uma sílaba a partir de uma imagem, variando nas alternativas, apenas a

sílaba inicial das palavras.

Avalia-se na questão 2: a habilidade de reconhecer as letras do

alfabeto.

9
Avalia-se na questão 3: a habilidade de reconhecer o valor sonoro de uma

sílaba a partir de uma imagem, variando nas alternativas, apenas a sílaba

inicial das palavras.

       

Avalia-se na questão 4: a habilidade de ler palavras e estabelecer relação

entre significante e significado a partir de uma imagem.

      

Avalia-se na questão 5: a habilidade de reconhecer letras, diferenciando-

as de outros sinais gráficos.

        

Avalia-se na questão 6: habilidade de reconhecer o valor sonoro de uma

sílaba a partir de uma imagem.

Avalia-se na questão 7: a habilidade de identificar a relação entre

grafemas e fonemas da letra inicial da palavra realizando uma

correspondência sonora.

Avalia-se na questão 8: habilidade de ler palavras e estabelecer relação

entre significante e significado a partir de uma imagem

10
Avalia-se nas questões 9 e 10: a habilidade de reconhecer o valor sonoro de

uma sílaba a partir de uma imagem em que a similaridade nas alternativas

apresenta-se somente na sílaba inicial das palavras.

              

Avalia-se na questão 11: o reconhecimento da finalidade do texto com o

apoio das características gráficas do texto-base ou do gênero.

11
Avalia-se na questão 12: habilidade de identificar o número de sílabas de

uma palavra a partir de uma imagem.

Avalia-se na questão 13:  habilidade de reconhecer o valor sonoro de uma

sílaba (JA) a partir de uma imagem.

Avalia-se na questão 14: habilidade do estudante reconhecer diferentes

tipos de letras.

      

Avalia-se na questão 15: habilidade de identificar a sílaba final de uma

palavra.

12
    

Avalia-se na questão 16: habilidade de reconhecer o assunto do texto

com o apoio das características gráficas.

       

Avalia-se na questão 17: habilidade de ler frases.

        

Avalia-se na questão 18: reconhecimento da finalidade do texto com o

apoio das características gráficas do texto-base ou do gênero.

13
Avalia-se a habilidade de reconhecer o assunto do texto com o apoio das

características gráficas.

Avalia-se na questão 20: habilidade de reconhecer o assunto de um

texto com o apoio do título e subtítulo.

14
O autoditado é uma atividade diagnóstica onde a criança escreve a partir

de uma figura. Esta estratégia se sustenta em formas de verificar os

conhecimentos sobre o sistema alfabético e a ortografia basicamente,

auxiliando aos professores a identificar nos alunos o conhecimento

mobilizado e o que ainda precisa ser reforçado. Nessa prática de efeitos e

resultados já comprovados, utiliza-se da teoria de Emília Ferreiro, que

separou os níveis de aquisição da linguagem: as hipóteses de escrita. A

hipótese é aquilo que o aluno pensa a respeito da leitura e da escrita, é a

forma natural de como ele pensa, acha, supõe que seja a leitura e a grafia de

determinada palavra, frase ou texto. Por isso o diagnóstico é um

procedimento individual, feito com um aluno de cada vez, para que viabilize

questionamentos, leituras e, sobretudo a liberdade que a escrita espontânea

propõe.

A seguir segue a atividade diagnóstica:

NOME:________________________________ DATA: ________________

15
3.
SE Q U Ê N C I A S
D I D ÁT I C A S
Sequência 1: Brincadeiras
A primeira sequência didática tem como objetivo trabalhar textos

lúdicos dentro do contexto brinquedos e brincadeiras por

entendermos que este aspecto ocupa um lugar importante no

imaginário infantil, proporcionando condições de interpretação da

realidade, de forma a promover nas crianças articulações entre

a realidade e as suas formas de expressão. Com isso, a capacidade

de sintetizar informações, de compreender o mundo e por assim dizer

melhorar sua aprendizagem.

Acerca disto, a BNCC também prioriza o uso da mesma:

Assim, a instituição escolar precisa promover


oportunidades ricas para que as crianças possam,
sempre animadas pelo espírito lúdico e na
interação com seus pares, explorar e vivenciar um
amplo repertório de movimentos, gestos, olhares,
sons e mímicas com o corpo, para descobrir
variados modos de ocupação e uso do espaço com
o corpo. (BRASIL, 2017, p. 39)
 

Sendo assim, a pretensão é que ao trazer essa temática para a sala

de aula, se possa estimular a formação inicial de leitores de uma

forma lúdica e próxima ao contexto dos alunos, os quais devem

participar brincando e envolvendo-se em brincadeiras antigas e

atuais no contato com histórias, vídeos e textos escritos. Em seguida,

propõe-se que façam a interpretação oral, as inferências, as relações

do texto com suas vivências ou com outros textos já lidos.

17
Sequência 1: Brincadeiras

18
Sequência 1: Brincadeiras

19
Sequência 1: Brincadeiras
Foto 1 - Ilustração do cartaz
Brinquedos e brincadeiras

Foto 2 - Identificação de
brinquedos e brincadeiras.

Fonte: registrada pela pesquisadora.

Fonte: registrada pela pesquisadora.

20
Ilustração A- Texto Infância

Fonte: http://umaprofessoramaluquinha.com.br/2013/01/sequencia-
didatica-poema-infancia/

Por meio dessas atividades o docente tem a oportunidade de

proporcionar momentos ricos de aprendizagem utilizando-se do lúdico,

tendo em vista que esse conteúdo desperta o interesse e motivação das

crianças em virtude da faixa etária do grupo. Deste modo, estimula-se o

desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, assim como se

despertam reflexões acerca da retomada das brincadeiras infantis do

passado, aproximando-o das vivências de seus familiares, propiciando

ainda um resgate cultural.

Essas estratégias permitem a participação de todos os sujeitos

envolvidos no processo, uma vez que permite a interação e diálogo

constante entre o grupo, onde o lúdico ocupa um lugar importante no

imaginário infantil, proporcionando condições de interpretação da

realidade, de forma a promover nas crianças articulações entre a

realidade e a sua forma de expressão.

21
Sequência 2: parlendas
A segunda sequência didática é pautada no tema Parlenda, dando

continuidade ao tema brinquedos e brincadeiras e estabelecendo um

elo entre eles. Sabe-se que parlendas são versinhos com temática

infantil recitados em brincadeiras de crianças. Trabalhar com este

gênero textual permite desenvolver a linguagem oral, as atitudes de

interação, de colaboração e de troca de experiências em grupos e de

memorização. A BNCC já enfatiza o trabalho com esse gênero desde

a educação infantil, quando menciona nos objetivos de

aprendizagem: “Manipular textos e participar de situações de escuta

para ampliar seu contato com diferentes gêneros textuais (parlendas,

histórias de aventura, tirinhas, cartazes de sala, cardápios, notícias

etc.)”. (BRASIL, 2017, p. 49).

Nesse sentido, no intuito de continuar favorecendo a formação inicial

de leitores, o trabalho com parlendas possibilita aproximá-los ao tema

em foco de forma lúdica, na pretensão de tornar esses momentos

mais expressivos e carregados de significados.

Revisar as análises do trabalho acadêmico A formação de leitores no 2º ano do


ensino fundamental: um estudo na UEB Olavo Melo, seção 3 – Reconhecimento
do campo: diagnósticos pilotos, sujeitos e cenário – (SOUSA, 2020)

22
Sequência 2: parlendas

23
Sequência 2: parlendas

Fonte: Elaborada pela pesquisadora.

24
Sequência 2: parlendas
Foto 3- Organização do texto em tiras.

Fonte: Registrada pela pesquisadora.

25
Sequência 2: parlendas

Foto 4- Identificação da palavra “vaca” e rimas do texto.

Fonte: Registrada pela pesquisadora.

26
Sequência 2: parlendas
Ilustração B: Parlenda “Cadê o toucinho que estava aqui? ”

Fonte : Google imagem.

Parlenda é um gênero do folclore brasileiro utilizado nas brincadeiras

infantis, que pela sua ludicidade, exerce um importante papel no

desenvolvimento da criança, estimulando a oralidade, a memorização e a

expressão corporal, dentre outras habilidades.

Desse modo, a sequência didática trabalha também a função de brincar

com as palavras, explorando-as quanto ao ritmo e a rima.

As parlendas, como uma proposta de trabalho nas classes iniciais de

alfabetização atende o educando globalmente, enriquecendo o seu

universo de conhecimentos e ao mesmo tempo, resgata o lúdico, o

prazeroso no processo de aprendizagem. Assim, essas atividades promovem

a interação dos sujeitos com seus pares de forma significativa e prazerosa.

27
Sequência 3: ADIVINHAS
No intuito de estabelecer uma conexão entre os temas anteriores, sugere-

se “Adivinhas” como tema para a terceira sequência didática, pela sua

dinamicidade e ludicidade que envolve tal gênero. Entende-se que a língua

oral e escrita é fundamental para que as pessoas possam se comunicar e

exercer a cidadania de forma efetiva, assim é essencial que a escola

favoreça a construção desses saberes contribuindo para que os alunos

possam se comunicar nos mais diferentes contextos, como está explicitado

no Parâmetro Curricular Nacional (PCN) de Língua Portuguesa (1997, p. 22):

Nessa perspectiva, a língua é um sistema de signos histórico e


social que possibilita ao homem significar o mundo e a
realidade. Assim, aprendê-la é aprender não só as palavras,
mas também os seus significados culturais e, com eles, os
modos pelos quais as pessoas do seu meio social entendem e
interpretam a realidade e a si mesmas. (PCN DE LÍNGUA
PORTUGUESA, 1997, p. 22).

O documento citado também faz referência às adivinhas como um dos

gêneros discursivos que devem ser trabalhados em sala de aula. Deste

modo, observa-se, então, a importância do uso deste gênero textual nas

práticas pedagógicas onde a ludicidade tem papel fundamental na

aprendizagem do aluno. Conforme Dionísio (2000, p.2), “as adivinhas,

desde atividades de entretenimento até atividades de fixação de tópicos

gramaticais se prestam (e se emprestam) à formação intelectual de nossos

alunos”.

Revisar as análises do trabalho acadêmico A formação de leitores no 2 º ano do ensino


fundamental: um estudo na UEB Olavo Melo, seção 3 – Reconhecimento do campo:
diagnósticos pilotos, sujeitos e cenário – (SOUSA, 2020)

28
Sequência 3: ADIVINHAS

29
Sequência 3: ADIVINHAS

30
Sequência 3: ADIVINHAS
Foto 5- Adivinhas rimadas sobre animais.

Fonte: Registrada pela pesquisadora.

31
Sequência 3: ADIVINHAS
Foto 6- Festival de adivinhas

Fonte: Registrada pela pesquisadora.

32
Sequência 3: ADIVINHAS
Ilustração C – Adivinhas de frutas

Fonte: http://mundodaprofessoraflaviacarias.blogspot.com/2011/07/adivinhas-qual-e-
fruta.html

Acreditamos que essas atividades levam os alunos a desenvolverem a

competência leitora de forma prazerosa e significativa, uma vez que

as adivinhas estão presentes no contexto dos alunos por meio da

brincadeira. A disputa também provoca o interesse através da

competitividade e, sem percebê-la, estão aprendendo e

desenvolvendo suas oralidades, utilizando ainda conhecimentos

sociais, culturais e linguísticos.

33
Sequência 4 CANÇÕES DE NATAL
A quarta etapa de sequências didáticas teve como tema canções de

Natal em virtude da aplicação das sequências didáticas coincidirem

com a data festiva, pois um período no qual as cidades, lojas, casas

são enfeitadas com os símbolos natalinos. A proposta sobre esse tema

busca incentivar laços familiares, vocabulários, palavras de gentileza e

estimular boas ações.

As canções tornam-se um gênero textual pertinente nessa faixa etária

uma vez que as mesmas são textos rimados com repetições, o que vem

estimular o processo de alfabetização e leitura dos alunos.

A nova BNCC fomenta o uso de canções, na parte de Língua

portuguesa:

O Eixo da Oralidade compreende as práticas de linguagem que

ocorrem em situação oral com ou sem contato face a face, como

aula dialogada, webconferência, mensagem gravada, spot de

campanha, jingle, seminário, debate, programa de rádio,

entrevista, declamação de poemas (com ou sem efeitos sonoros),

peça teatral, apresentação de cantigas e canções (...)” (BRASIL,

2017, p. 76-77)

Assim entende-se que o trabalho com canções natalinas favorece a

escuta, envolvimento e compreensão da linguagem, além de despertar

nas crianças o respeito à diversidade por meio da sociabilização e do

resgate do verdadeiro espírito da data, vivenciando-se situações que

reflitam sobre os sentimentos de solidariedade e cooperatividade, em

relação àqueles que passam por necessidades básicas de

sobrevivência.

Revisar as análises do trabalho acadêmico A formação de leitores no 2 º ano do ensino

fundamental: um estudo na UEB Olavo Melo, seção 3 – Reconhecimento do campo:

diagnósticos pilotos, sujeitos e cenário – (SOUSA, 2020)

34
Sequência 4 CANÇÕES DE NATAL

35
Sequência 4 CANÇÕES DE NATAL
Ilustração D: Cruzadinha com símbolos natalinos

36
Sequência 4 CANÇÕES DE NATAL
Ilustração E: Texto “A árvore de Beto”

A partir dessas atividades com gênero de canções, os alunos não

apenas trabalham o desenvolvimento da competência leitora, o

conhecimento de gêneros e a apreciação musical (letra e

melodia), como também, despertam emoções, pensamentos

críticos e tornam os educandos mais sensíveis às questões e

problemáticas do cotidiano. Assim, explorar as potencialidades da

música contribui para o desenvolvimento do raciocínio, da

criatividade, dentre outros dons e aptidões, por este motivo deve-

se aproveitar esta ferramenta educacional dentro das salas de

aula.

37
4.
G N Ó S T IC O
DIA
AP Ó S A
E R V E N Ç Ã O
INT
4. diagnóstico após a intervenção
Neste momento faz-se importante analisar e comparar o desempenho na

provinha Brasil e a atividade diagnóstica sobre a escrita, com o alcance das

intervenções por meio de sequências didáticas que visam promover a

formação de leitores.

Com a provinha Brasil e a atividade diagnóstica objetiva-se investigar as

habilidades desenvolvidas pelas crianças acerca da leitura e da escrita, bem

como detectar possíveis problemas no processo de alfabetização no intuito

de melhorar a qualidade do letramento inicial. Assim, aconselha-se que

sejam aplicados em dois momentos da pesquisa: ao se fazer o diagnóstico

piloto sem que os alunos tenham vivenciado as intervenções e,

posteriormente, após a aplicação das sequências didáticas. Os resultados

possibilitam fazer um comparativo entre as impressões dos alunos e verificar

quais permanências e/ou mudanças ocorreram na forma de verem a leitura

e o ato de ler.

A fim de identificar a desenvoltura dos alunos nas situações de escrita

também, uma vez que a leitura está diretamente vinculada a ela, utiliza-se a

mesma operacionalidade que se usou no segundo diagnóstico piloto com o

diagnóstico após intervenção a fim de identificar a evolução do domínio de

cada aluno em relação aos padrões da linguagem escrita.

39
5.
CO N C L US ÃO
5. conclusão
Considerando a importância da formação de leitores no ciclo de

alfabetização e cientes de que para a execução se faz necessária

principalmente a atuação do docente, idealizamos este caderno como um

apoio ao educador que leciona no 1 º e 2 º ano do ensino fundamental, com

o propósito de contribuir com seu trabalho docente e com a formação

inicial dos leitores/alunos. Por este motivo esperamos que possa fazer o uso

deste material, sinalizando-lhe ainda que esta não é uma proposta

engessada, uma vez que permite que se criem ou ampliem estratégias que

favoreçam a aprendizagem dos alunos, permitindo a evolução no nível de

leitura e da escrita. Nesse sentido, desenvolvemos várias atividades e

metodologias que podem ser utilizadas e adaptadas a cada realidade

escolar.

Cagliari (2013, p. 38) afirma que, “o professor não precisa de um método

específico, ele faz seu próprio método usando sua criatividade e

experiência”. Ou seja, não existe uma proposta pronta para práticas

satisfatórias, assim como não existe uma receita certa a se seguir, mas há

preceitos das bases e parâmetros educacionais que podem nortear a

atuação docente, assim cada professor conduzirá suas atividades conforme

seu contexto, pretexto e texto.

Diante disso, enfatizamos ainda que desenvolver esta

proposta não é uma tarefa simples, tendo em vista que o

educador necessitará realizar modificações em seu

planejamento, bem como alterar sua rotina escolar. Assim

sendo, obstáculos surgirão, mas você deve ponderar que

existe um propósito maior, que é formar cidadãos críticos,

participativos na sociedade e formadores de opinião.

Enfim, desejamos que suas experiências com a proposta

sugerida sejam enobrecedoras no ato de ensinar a leitura e a

escrita, da mesma forma como foi para nós pesquisadores,

dado que tivemos a chance de construir e experimentar em

um contexto escolar que não tinha muito a oferecer, mas que

após as intervenções se tornou possível criar possibilidades

que favorecessem a formação de leitores, despertando o

desejo pela leitura e promovendo a formação inicial de

leitores; sujeitos que leem para além dos registros escrito, mas

que, conforme Paulo Freire (2011), desenvolvem a percepção e

interpretação crítica por meio da leitura de mundo.

41
referências
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais da

Língua Portuguesa. Brasília, 1997. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf.

Acessado em: 26/07/2019.

BRASIL. Base Nacional Curricular Comum. Brasília, 2017. Disponível em:

<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 26 ago. 2019.

CAGLIARI, Luiz Carlos. As dificuldades da alfabetização nas séries iniciais:

será um problema de método? Ed. Cortez (2013).

DOLZ, Joaquim; NOVARRAZ, Michéle; SCHNEUWLY, Bernard. Sequência

didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In:

DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard e Colaboradores. Gêneros orais e

escritos na escola. Tradução e organização Roxane Rojo e Glaís Sales

Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de

Letras, 2004

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se

completam. 51. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

JOLIBERT, J. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

KLEIMAN, Angela B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização

na escola. In: KLEIMAN, Angela B. (org.). Os significados do letramento: uma

nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado

das Letras, 1995. p. 15-61.

RIBEIRO, Maria Augusta H. W.; ARCHANGELO, Rosemeire Ribeiro. Pinóquio e

o processo de construção da leitura. In: MICOTTI, Maria Cecília de Oliveira.

Leitura e escrita: como aprender com êxito por meio da pedagogia de

projetos. São Paulo: Contexto, 2009.

42
sobre os autores

Andréia Vaz Cunha de Sousa, Mestranda em

Educação pelo Programa de Pós-Graduação

em Gestão do Ensino da Educação

Básica/PPGEEB, Pedagoga, formada pela

Universidade Federal do Maranhão e

Psicopedagoga. Atua como professora da

Rede Municipal de Educação do Município

de Paço do Lumiar e professora da

Educação Superior.

Atuou como coordenadora pedagógica e

atua como professora alfabetizadora desde

2008. Tem experiência na área de

Alfabetização e Letramento, é pesquisadora

com ênfase em leitura e escrita. É membro

do Núcleo de Estudos e Documentação em

Andréia Vaz Cunha de Sousa História da Educação e das Práticas Leitoras

no Maranhão (NEDHEL).

Possui graduação em Artes pelo Instituto Superior de Artes de

Havana -ISA (1996) e em Filosofia pela Universidade da Habana

(1996). Mestrado em Educação pela Universidade Federal do

Maranhão (2007) e doutorado em Educação Escolar pela

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2012). Pós-

Doutor em Educação pelo Centre d´Histoire Culturalle des Sociétés

Contemporaines da Université de Versailles- França (2014-2015).

Pós-Doutor pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP em

parceria com o Instituto de Educação da Universidade de Lisboa –

Portugal (2018-2019). Professor Adjunto IV do Departamento de

Educação I da Universidade Federal do Maranhão. Professor

permanente dos Programas de Pós-Graduação em Educação:

(PPGE) e do Ensino da Educação Básica (PPGEEB) da UFMA e do

PPGEd da UFPA. Professor colaborador do Membro da Associação

para a Pesquisa sobre o Brasil na Europa (ARBRE) e da Association

pour le Développement de l´Histoire Culturelle (ADHC). Tem

experiência na área de Educação, com ênfase em História da

Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: História

da Educação, História do Maranhão, Historia do Livro e da leitura e

Cultura Material Escolar. Bolsista Produtividade da FAPEMA. Samuel Luis Velazquez Castellanos

43
ANDRÉIA VAZ CUNHA DE SOUSA

A formação de leitores no
ciclo de alfabetização

Caderno
de sequências
didáticas

Você também pode gostar