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Abiku Pesquisa

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Sucessivos abortos numa mesma mulher, partos seguidos da morte da criança recém

nascida, morte de crianças ou jovens, repentinas e associadas a estágios significativos de

vida, tais como mudanças nas fases de crescimento, aniversários, casamento ou nascimento

do primeiro filho, são identificados como acontecimentos ligados aos Àbíkú.

O que é “Àbíkú”?

A tradução literal é “nascido para morrer” (a bi ku) ou “o parimos e ele morreu” (a bi o ku),

designando crianças ou jovens que morrem antes de seus pais. Há, assim, dois tipos de

Àbíkú: o primeiro, Àbíkú – omode, designando crianças e o segundo, Àbíkú – Agba,

referindo-se a jovens ou adultos que morrem, via de regra, em momentos significativos de

suas vidas e sempre antes dos pais, apresentando nisso uma alteração da ordem natural que

socialmente é aceita e entendida como: aqueles que chegaram ao Aiyé (mundo físico)

primeiro, voltam primeiro ao Orún (mundo espiritual). Nessa questão, além da lógica

natural, está presente a garantia da continuidade no Aiyé e a certeza da lembrança e do

culto ao ancestral que deixa descendentes que recontarão sua história ao longo dos tempos,

garantindo sua “sobrevivência” na comunidade.

No Orún vive um grupo de crianças chamadas Emere ou Elegbe e este grupo constitui o Egbe

Orún Àbíkú, ou seja, sociedade das crianças que nascem para morrer. Contam os mitos que

a primeira vez que os Àbíkú vieram para a terra foi em Awaiye e constituíam um grupo de

duzentos e oitenta, trazidos por Alawaiye, chefe deles no Orún. Na encruzilhada que une o

Orún ao Aiyé, ikorita meta, todos pararam e vários pactos foram feitos, definindo o momento

particular do retorno de cada um ao Orún. Alguns voltariam quando vissem pela primeira vez
o rosto da mãe, outros quando casassem, um terceiro grupo voltaria quando completassem

determinado tempo de vida, um quarto grupo voltaria quando tivessem o primeiro filho, e

assim por diante. E o carinho dos pais, o amor que recebessem ou os presentes não seriam

capazes de retê-los no Aiyé. Alguns assumiram o compromisso de que nem nasceriam. Esse

pacto deveria ser cumprido e os seus companheiros no Orún manterem-se presentes na sua

vida, interagindo no seu dia a dia, para que não o esquecessem e retornassem ao Orún tão

logo o momento pactuado ocorresse.

Como chega a ocorrer o nascimento ou a manifestação de um Àbíkú em uma gravidez? O

Ioruba acredita que a acção do Àbíkú ocorre por determinação do destino da mãe, ou por

força de magia/feitiçaria, ou por condições acidentais. O Prof. Sikiru Salami e a Profa. Dra.

Iyakemi Ribeiro, na sua monografia “Ayedungbe: a terra é doce para nela se viver – rito na

luta contra a morte de Àbíkú”, definem essas condições acidentais como “aquisição

inadvertida de um Àbíkú por uma mulher grávida que não tenha tomado os necessários

cuidados para evitar isso”. Existe a crença de que uma mulher grávida, ao passar por

determinados locais em que os Àbíkú se estabelecem, se não estiver devidamente protegida,

pode ver-se invadida por este “espírito” e tornar-se sujeita à gravidez de um Àbíkú. Por isso

cuidados especiais são tomados pelas mulheres tão logo tenham consciência do estado de

gravidez. Não é raro que mulheres grávidas carreguem junto a barriga um “ota”,

devidamente preparado, para evitar essa “invasão” por parte de um Elegbe. Sacrifícios,

oferendas e rezas são feitas também com o objectivo de evitar que uma mulher tenha filhos

Àbíkú ou que, grávida, venha a ser “invadida” por um deles.


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Deixando de lado condições acidentais ou efeito de magia/feitiçaria, temos observado que a

ocorrência de Àbíkú numa mãe invariavelmente repete uma história familiar que podemos

reconhecer procurando os seus antecedentes. Ou seja, podemos procurar nos antecedentes

familiares da mãe para constatar, invariavelmente, que este Àbíkú vem se fazendo presente

na família, geração após geração, em linha directa ou não.

Outra questão interessante é que podemos afirmar com grande precisão que alguns Odú de

nascimento predispõem a ocorrência de Elegbe. Assim, temos que mulheres regidas pelo

Odú Ogundabede (Ogunda + Ogbe) são naturalmente predispostas a gerarem filhos Àbíkú e,

identificadas, quando ainda não são mães, certas oferendas são realizadas e alimentos são-

lhes dados para prevenir a ocorrência. Ebó igualmente é feito nas situações em que já

geraram filhos ou planejam gerar – um preá é colocado acima da porta de entrada da casa e

um peixe acima da porta de trás, para proteger os moradores da visita dos Elegbe que ali
vêm em busca de seus companheiros. Neste caso, deixam de ter acesso ao interior da casa e

levarão, no lugar da pessoa que vieram buscar, o preá e o peixe. Um Orin Egbe , cantiga

dedicada a Aragbo ou Ere Igbo, Orixá protector das crianças Àbíkú, fala-nos desse Ebó.

Entendemos, assim, que Egbe é cultuado e louvado com a finalidade de defender as crianças

da morte prematura e oferendas lhe são feitas para que “desistam” de levar os Àbíkú de

volta para o Orún, sendo um de seus objectivos a questão da manutenção dessas crianças

no Aiyé. Segundo o Prof. Sikiru Salami e a Profa. Dra. Iyakemi Ribeiro, na obra já citada, “…

Estabelece-se assim um jogo de forças entre Aragbo e a comunidade de Àbíkú que deseja

levar seus membros do Aiyé, mundo físico, para o Orún, mundo dos mortos, mundo

espiritual.

Cultos e oferendas são realizados tanto para que a comunidade de Àbíkú abra mão de levá-

los de volta, como para que Ere igbo os proteja de serem reconduzidos à terra espiritual.”

Todas as pessoas nascidas dentro do Odú Ogundabede, homens e mulheres, devem cultuar

Egbe. Entende-se também que quem o cultua evoca as suas bênçãos em benefício das

crianças do núcleo familiar. Aliás, o culto de Egbe e suas festas trazem muita semelhança

com as festas e o culto que se fazem para “Cosme e Damião” e que são, muitas vezes,

confundidas com o culto do Òrìsà Ibeji. Este Òrìsà e Egbe (ou Aragbo) são de distintas

naturezas, justificam abordagens e tratamentos diferenciados, têm formas particulares de

serem louvados, são cultuados por diferentes razões e necessidades, e os seus cultos não

podem ser confundidos sob pena de incorrermos em erro de fundamento.

Por último, dois aspectos são importantes de serem nomeados: o primeiro, diz respeito ao

que podemos chamar de comportamento peculiar da criança Àbíkú. São, certamente,

crianças que se distinguem por este aspecto. Segundo, a resistência, na nossa cultura, que

os pais têm em aceitar o facto de terem um filho Àbíkú e a dificuldade consequente em lidar

com esta criança e todas as necessidades decorrentes da luta pela sua permanência no Aiyé.

Cabe aí um importante papel para o sacerdote que pode ajudá-los a compreender a questão,

dar-lhes orientação e acompanhamento durante todo o processo.

Texto de José Ribas


Por Fernando D’Osogiyan

O têrmo Abikú não se pontua apenas à aqueles que nascem para morrer, como determina o

conceito Yurubá, pois sendo assim todos nós seríamos Abikús. Costumo dizer, para

exemplificar, que Abikú tem qualidade, ou seja, existem vários tipos de abikú e formas de

atuação e agregação, numa mesma concepção.


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Pode-se cuidar de uma criança Abikú, fazendo-a conviver normalmente entre os seus

fazendo oferendas, ebós, tratamento do Orí que são capazes de reter no mundo o Abikú e de

lhe fazer esquecer sua promessa de volta, rompendo assim o ciclo de idas e vindas

constantes entre o Orun e o Aiye, fazendo pactos também.

Os Abikús tem influência na família, são poderosos manipuladores, videntes, espíritos

envelhecidos, atitudes de adulto, etc.

A energia de um Abikú pode rondar uma gravidez, muitos rompimentos e perda de bebê

estão relacionadas, porém, não se pode confundir falta de cuidados e tratamento adequado

na gravidez com Abikú. Quando o zelador observa através do jogo a presença de Abikú, o

tratamento começa no ventre da mãe com as obrigações necessárias e ebós, através de

Oxun, Orí, Exú, Egungun, Oxalá.

Existem também os Orixás Abikús Oxalá e Nanã, pois regem a vida e a morte nos dois

planos de vida e energia, sendo assim, todas as pessoas de Oxalá e Nanã são Abikús,

inclusive a própria iniciação os diferencia como especiais. Mas, independente disso, outras

pessoas de qualquer outro Orixá pode ser da família Abikú, a família Kóreo.

Um conceito interessante, que vale uma reflexão é que: uma pessoa pode introduzir em sua

vida o espírito abikú, quando antecipa os seus ciclos naturais em função da ambição ou

opções de vida. Isto a levará a tornar-se um Abikú, pois certamente terá a data da sua

morte antecipada.

Abikú é muito mais do que se pode imaginar, sem dúvida alguma, há conceitos, preceitos,

ewós, etc, e deve ser tratado simultâneamente no mundo visível e invisível.

Os Abíkú são na verdade, espíritos que provocam a morte das crianças em que estejam encarnados, ou
seja, que provocam a própria morte. A palavra de origem yoruba pode ser literalmente traduzida como:
“Nós nascemos para morrer”.

A ação do Abíkú encarnando-se sucessivas vezes em crianças geradas por uma mesma mulher e
provocando sua morte durante a fase de gestação, ou logo após o nascimento, mas sempre antes dos
nove anos de idade, é tida e havida como uma verdadeira maldição.

Sabemos que o espírito, já em estágio de adiantada evolução, buscando acelerar ainda mais o processo,
provoca esse tipo de fenômeno que, se do ponto de vista espiritual pode ser considerado benéfico, do
ponto de vista material é visto como uma desgraça que se abate sobre uma família, determinando dor e
luto constantes.

Os espíritos Abíkú formam um grupo denominado Egbe Orun Abíkú, que habita no mundo paralelo que
nos rodeia, o Orun, morada dos deuses e dos antepassados.
No Orun, termo que pode ser corretamente traduzido para céu, este grupo de espíritos dividem-se em
categorias, de acordo com o sexo, sendo que os pertencentes ao sexo masculino são chefiados por
Oloiko (Chefe do grupo) e os de sexo feminino, por Iyajanjasa (A Mãe que bate e corre).

Na sua vinda do Orun para o aiye (terra), os espíritos, também conhecidos como Emere, estabelecem um
pacto com Onibode Orun, o guardião dos portais do Orun, condicionando sua permanência, no nosso
mundo, a determinadas exigências.

Através do pacto formalizado, alguns destes espíritos determinam-se simplesmente, não nascer,
enquanto outros, determinados a voltar logo após seu nascimento, morrem subitamente, quer seja por
acidente, quer seja por doença, assim que rompa seu primeiro dente.

Todos os Abíkú são considerados espíritos infantis e possuem companheiros ou amiguinhos mais
chegados, com os quais costumam brincar no Orun. Logo que uma destas crianças nasce, seu par
começa a interferir na sua vida terrena, aparecendo-lhe em sonhos ou atormentando-o de diversas
formas, para que não se esqueça do compromisso assumido, e que retorne, o mais rapidamente possível,
ao seu convívio.

Segundo a lenda, os que vieram à terra, pela primeira vez, na localidade denominada Awaiye, trazidos
por Alawaiye, rei de Awaiye e seu chefe no Orun. O grupo era formado por 280 espíritos que, parando no
portal do céu, fizeram diversos pactos, condicionando seu retorno a diferentes situações, que variavam de
acordo com a escolha de cada um. Desta forma, alguns estabeleceram a data de sua morte para depois
que vissem, pela primeira vez, o rosto de suas mães; outros, para quando completassem sete dias de
nascidos; outros ainda, para quando começassem a andar; alguns, para quando ganhassem um irmão
mais novo; outros, para quando se casassem ou construíssem uma casa. Aqueles que nascessem
comprometiam-se a não aceitar o amor de seus pais e, todos os presentes e agrados recebidos, seriam
inúteis para retê-los na Terra, ao passo que alguns, se comprometeram, simplesmente, a provocarem
seus próprios abortos, não chegando sequer a nascer. Estabeleceram ainda que, se seus pais
adivinhassem seus rituais, roupas e oferendas, e, se em tempo hábil os oferecessem, concordariam em
permanecer neste mundo.

Determinaram ainda entre si um ritual no qual, roupas, chapéus e turbantes tingidos de osun, com valor
simbólico de 1.400 cawrís, deveriam ser pendurados nas árvores de um bosque especialmente
consagrado para seu culto. Folhas sagradas deveriam ser friccionadas em seus corpinhos já tingidos de
osun, shaworos seriam colocados em seus tornozelos, pequenas incisões seriam feitas em seus corpos,
e, através delas, pós mágicos de diversas folhas, seriam inseridos como proteção. Com os mesmos pós,
seriam confeccionados amuletos de couro, denominados ondê, que deveriam ser presos às suas cinturas.
Alguns deles deveriam levar nos tornozelos, argolas e correntes de ferro, para evitar que fugissem para o
Orun e, suas oferendas, conforme determinariam os Itan Ifá, seriam compostas de cabras, pombos, galos,
doces, diversos tipos de cereais, bebidas e guizos, que deveriam ser entregues no bosque sagrado,
soltas nas águas de um rio, ou enterradas em suas margens. Somente assim, concordariam em
permanecer sobre a Terra.

Apesar disto, se Iyajanjasa ou Oloiko insistissem em levar alguns deles de volta para o Orun, seus corpos
sem vida deveriam ser marcados com escarificações, queimaduras ou mutilações, para que seus colegas
do Orun, não os reconhecendo, se negassem a aceitá-los no egbe. As mesmas marcas, reaparecendo
nos corpos que tomassem para renascer, serviriam para que pudessem ser identificados e,
imediatamente, submetidos aos procedimentos mágicos que fariam com que prolongassem suas vidas.
Segundo as tradições, o Ipori ao atingir elevado estágio de evolução, costuma reunir-se em grupos,
aguardando em copas de determinadas árvores consideradas sagradas, situadas em trilhas existentes
em alguns bosques. A passagem de uma mulher de “corpo aberto”, ou seja, em fase de menstruação, é
por ele esperada para que, através dessa “abertura”, possa estabelecer-se em seu interior, aguardando
ali, que ocorra a fecundação, quando então, aloja-se no embrião, dando início a uma nova encarnação
que poderá ser interrompida antes do total desenvolvimento do feto, ou num período de nove anos após o
nascimento, conforme seja o seu plano de mais rapidamente processar sua evolução.

A ocorrência de abortos sucessivos, ou a morte dos filhos ainda pequenos, configuram-se como sintomas
da presença de um Abíkú e, contatada essa presença, a mulher afetada deve submeter-se a um
complexo tratamento espiritual, tendo que reunir-se a um grupo denominado Egbe Obá, onde é praticado
um culto específico a Abíkú.

Como parte integrante do Egbe Obá, a mulher passa por uma série de procedimentos ritualísticos que
visam garantir o nascimento de seu próximo filho, não por intermédio da expulsão do Abíkú alojado em
seu corpo, mas através de sua concordância do mesmo em nascer e continuar vivendo no corpo em
gestação, por um período correspondente à média normal de vida humana.

Um babalawo, especialista no trato com, indica o ebó que irá garantir o nascimento com vida do próximo
filho da mulher em questão, mantendo-o vivo, retendo-o sobre a Terra e rompendo, definitivamente, sua
ligação com o Orun.

Iniciado o tratamento espiritual, a mulher tem o corpo, principalmente o abdome, esfregado com folhas
sagradas, toma banhos e chás das mesmas folhas e passa a cuidar de uma entidade feminina chamada
Egbe Eleriko, que atormenta as crianças durante o sono, produzindo marcas e ferimentos superficiais em
seus corpos.

Um assentamento de Egbe Eleriko é feito em sua casa, onde, anualmente, serão oferecidos sacrifícios de
animais, com toques, cânticos e danças ritualística.

Esta entidade tem que ser cultuada permanentemente e, a cada cinco dias, cabaças com oferendas lhe é
oferecida num rio.

Dentro destas cabaças são colocados ovos, obís, favas bejerekun, akasá, bananas, doces, inhame,
acarajés, cana-de-açúcar e penas ekodidé, tudo em número de seis. A cabaça é fechada e, depois de
colocada dentro de um saco, é entregue nas águas de um rio, acompanhada de rezas

Apesar de atormentar as crianças, Egbe Eleriku tem o poder de dar filhos e fortuna às mulheres que a
cultuam e nem todas as crianças são por ela perseguidas.

Um oriki de Egbe Eleriko, recolhido em Ibadan, demonstra a ligação acima referida, e serve como uma
súplica feita pelas mulheres que, sob sua proteção, desejam filhos sadios e livres da praga.

Um procedimento muito usado para constatar a presença do Abíkú, no caso de falecimento de uma
criança de menos de nove anos, faz parte de um ritual durante o qual, o cadáver do pequenino, depois de
lavado com infusões de ervas sagradas, é marcado com cortes superficiais em diversas partes do corpo,
feitos com afiadas lâminas de aço. Através destas escarificações são introduzidos alguns tipos de pós
obtidos da moagem de elementos naturais, considerados mágicos. Cortes mais profundos são feitos no
alto da cabeça e o lóbulo de uma das orelhas é extirpado. Um guizo de ferro fornecido pelo Egbe Obá é
atado ao tornozelo do cadáver que, só então, receberá sepultura.
A próxima criança gerada pela mãe do falecido, se apresentar uma das marcas feitas no cadáver de seu
irmão, se possuir lóbulo duplo ou bipartido numa das orelhas, ou ainda, se possuir um sexto dedo num
dos pés ou mãos, estará caracterizando a presença do Abíkú, devendo ser imediatamente submetida aos
rituais que lhe preservarão a vida e que, da mesma forma que os procedimentos relativos ao cadáver de
seu falecido irmão, só podem ser ministrados por um sacerdote do culto de Ifá, Babalawo consagrado e
especializado neste tipo de ritual.

Assegurado o nascimento da criança, e tendo esta efetivamente nascida com vida, deverá então ser
submetida aos rituais propiciatórios, para que o espírito permaneça naquele corpo, com a garantia de que
será aquela a sua última encarnação.

Um ebó será preparado, com um pedaço de tronco de bananeira vestido com roupas e gorros tingidos de
osun e bordados de búzios e guizos. Pendura-se tudo nos galhos de uma árvore e, no chão, arria-se, ao
redor do tronco, pratos ou alguidares de barro contendo inhame, acarajé, ekurú, akasá, canjica, doces,
frutas, bebidas, folhas ritualísticas, tudo bem coberto com mel de abelhas. Uma cabra, um pombo e um
galo são sacrificados e arriados no local, onde permanecerão por algum tempo. Depois, embrulham-se os
corpos dos animais sacrificados num pano branco, cobre-se com bastante pó de efun, amarra-se e
enterra-se nas margens de um rio, ou despacha-se nas águas, de acordo com a orientação obtida através
do oráculo.

Na confecção do ebó, não são utilizadas rezas ou cânticos, sendo exigida, isto sim, a presença dos pais
do Abíkú, que deverão saber o objetivo do ebó. As mesmas folhas oferecidas no sacrifício serão utilizadas
em banhos e na confecção de pós mágicos que serão esfregados nas incisões do Abíkú e na preparação
do amuleto ondê, que deverá acompanhá-lo pelo resto da vida. As folhas têm que ser consagradas antes
de sua utilização e, para isso, possuem ofós específicos, que ressaltam suas qualidades e funções.

Formalizado o pacto, a criança viverá normalmente, como qualquer ser humano, só devendo morrer em
idade bastante avançada. Acredita-se que os seres humanos dotados de espírito Abíkú, talvez pelo alto
grau de evolução de seu Ipori, são dotados de muita inteligência e, no decorrer de suas vidas, transforma-
se em verdadeiros líderes, dedicados ao bem estar de sua comunidade e principalmente dos seus
familiares.

Às crianças Abíkú que conseguem sobreviver, são dados nomes específicos que fazem referência à sua
especial condição de nascimento. Isto deverá ocorrer sempre, no sétimo dia depois de seu nascimento –
se for menina, ou no nono dia – se for menino. No caso de gêmeos, os nomes serão dados no oitavo dia
após o nascimento. Esta festividade que comporta um ritual é denominada Ikomojade, e tem por
finalidade principal, dar aos Abíkús, nomes que desestimulem sua volta ao Orun, alguns dos quais, com
seus respectivos significados em português, relacionamos em seguida:

Malómo – não vá embora novamente

Kosokó – não existe mais terra- a terra acabou

Banjokô – sente-se e fique comigo

Durosimi – espere para me enterrar quando eu morrer

Jekiniyin – permita que eu tenha um pouco de respeito

Akisotan – não existe mais mortalha para o sepultamento


Apara – aquele que vai e vem

Okú – o morto

Igbe Koyi – nem a floresta quer você- a selva rejeita essa criança

Enú- Kún-Onipê – o consolador está cansado

Tijú-Icú – envergonhe-se de morrer

Buro-Orí-Iké – fica, espere e veja como serás mimado

Aiye Dun – a vida é doce

Aiye Lagbé – ficamos no mundo

Age Igba – que a riqueza não se perca

Ajuki – o morto viverá

Apaara – frequenta minha casa

Ayomu mo – vai pra o céu e volta

Bajoko – senta-se ao meu lado

Duro – me atende e fica

Duro Joyé – continua a gozar a vida

Sinmi – é difícil ficar enterrado

Shome – difícil fazer as crianças permanecer

Toyé – se ficares, receberás homenagens

Wojú – difícil olhar para os meus olhos

Ebe Loko – implora pra ficar

Ení Lolobo – alguém partiu e voltou

Inu Kuno naipe – estou cansado (a) de receber pêsames

Ikú Faryin – a morte perdoa

Iletan – está acabado

Kike – indulgente

Kaje Yu – não é aceito pra morrer

Kokun – não morras mais

Koni Bi Re – não vai lá

Kosile – não vai enterrar mais

Ifari – chamemo-lhes

Kosoko – não vai cruzar o túmulo


Kumipayi – Kuti – a morte não mata mais este aqui

Maku – não morre mais

Matnami – não larga mais a vida

Obi Mesan – não vingarás

Ikú Okura – a morte é apenas um nome

Oku se Hiyn – o morto que retorna

Amatunde – o menino que retorna

Orun Kun – o céu está cheio

Ratini – suporta-me

Tomi Mowo – quem sabe como cuidar

Tijuiko – vergonha da morte

Jekin-niyin – me dá seu preço

Akuji – o que está morto, desperta

Omotundé – a criança voltou.

Como se vê, os nomes abíkú renegam a morte e a possibilidade de retorno ao Egbe Orun. Ressaltam a
vida e o quanto é bom desfrutar das coisas existentes sobre a Terra, principalmente o amor dos pais e
irmãos. Estas crianças devem ser chamadas, sempre, por estes nomes, o que ajuda o rompimento
definitivo do seu vínculo com o grupo Emeré.

Periodicamente oferecem-se comidas ritualísticas às crianças Abíkú, o que acontece, invariavelmente, por
ocasião de seus aniversários natalícios, produzidas principalmente, com feijões e óleo de palma. Acredita-
se que durante estes festivais, os espíritos Abíkú se apresentam e, ao participarem do evento, são
apaziguados.

A noção do Abíkú existe em quase toda a África negra, variando apenas na forma de tratamento deste
fenômeno. Vários povos mantêm a mesma crença, embora dêem a eles, nomes diferentes. Os igbos os
chamam de ogbanje, eze-nwany, agwu ou ainda, iyi-uwa-ogbanje. Entre os nupe, são conhecidos como
kuchi ou gayakpeama. Os fanti os conhecem pelo nome de kossamah, os akan pelo nome de awomawu,
e os haussa chamam-nos de danwabi ou kyauta.

Também entre os povos bantu, originários do Sul da África, encontramos os uafú zá kuíza, cujos funUm
Itan de Ifá revela, por intermédio do Odu Irosun Meji, um sacrifício específico para garantir o nascimento
de uma criança.
sobre este assunto pois temos diversos tipos de abiku e cada caminho tem nomes que
especificam sua vinda a terra .
Táíwò : 1° gêmeos nascido , significa aquele que veio para olhar o mundo
Kéhìndé : 2° gêmeos nascido , aquele que veio depois
Ídòwú : 3° dos gêmeos
Àlàbá : 4° crianças mulher
Ídogbe : 4° filho homem
Erinlè : o que nasce com o cordão umbilical em volta dos pulsos
Tàlàbí : menina que nasce empelicada
Sàlàkó : menino que nasce empelicado
Òní : aquele que chora muito
Ìgé : que vem com os pés primeiro
Àjàyí : que nasce com o rosto para a terra
Òjó : menino nascido com o cordão umbilical emrolado no pescoço
Àìná : menina que nasce com o cordão enrolado no pescoço.
Dàda : a que nasce com um tufo de cabelo em forma de coroa
Ìlòrí : criança gerada antes que que a menstruação tenha se restabelecido
Olúgbódi : crianças que nasce com 6 dedos.

ÀbíkúÀbíkú - a palavra já diz tudo: A = Nós; Bi = Nascer; Ku = Morrer


(Nós nascemos para morrer).No Orun; um mundo paralelo que nos
rodeia, onde vivem Deuses eAntepassados, palavra facilmente
traduzível por Céu; mora um grupo de crianças chamado Egbe Orun
Abiku - as crianças que nascem para morrer em curto espaço de
tempo, gerando grande sofrimento para as suas famílias.As meninas
são chefiadas por Oloiko (chefe de grupo) e os meninos por Ìyájanjasa
(a mãe que bate e corre).A permanência dos Abiku ou Emere é
condicionada a um pacto que fazem na vinda do Orun para o Aiye [a
Terra] com Onibode Orun, o porteiro do Céu.

Este pacto é cumprido rigorosamente pelos Abiku, uma criança cujo


acordo for não nascer, realmente não nascerá; outra que combine
voltar quando romper seu primeiro dente, terá morte súbita, por
acidente ou por doença, horas ou dias após o aparecimento deste
dente.Quando uma criança Abiku nasce, seu par, aquele seu
companheiro mais chegado no Orun, começará a interferir em sua
vida, atormentando-a, aparecendo-lhe em sonhos, a fim de que não se
esqueça de seus amigos do Orun e rapidamente volte para eles,
assim que houver cumprido o seu pacto.Várias histórias de Abiku nos
são relatadas nos Itan Ifá, pelos odú Odi, Obara,Ejiogbe, Irete-Irosun,
Otura-Rete, Iwori-Wosa entre outros (tradição oral).A primeira vez que
os Àbíkú vieram para a Terra foi em Awaiye, rei de Awaiye, num grupo
de duzentos e oitenta, trazidos por Alawaiye, rei de Awaiye e chefe
deles no Òrun. Na vinda para a Terra, todos pararam no portal do Céu
e vários pactos foram feitos. Eles voltariam ao Òrun quando:- Vissem
pela primeira vez o rosto de sua mãe;- Casassem;- Completassem 7
dias de vida;- Tivessem novo irmão;- Construíssem uma casa;-
Começassem a andar.E nenhum queria aceitar o amor de seus pais, e
os presentes e mimos seriam insuficientes para retê-los na Terra, e
talvez alguns absolutamente não nascessem.Esta primeira leva de
crianças Àbíkú combinaram entre si também roupas, rituais, chapéus
e turbantes, tingidos de òsun que teriam valor simbólico de 1.400
búzios e que, se seus pais adivinhassem estas roupas e dessem-nas
como oferendas, poderiam segurá-las na Terra.As roupas seriam
colocadas penduradas nas árvores do Bosque Sagrado dos Àbíkú, em
Awaiye, e seus pais fariam anualmente uma festa, com tambores e
cantigas, para alegrar os Àbíkú, que seriam untados com òsun, e não
voltariam mais ao Òrun, rompendo assim o pacto feito, e seu vínculo
com o Egbe Òrun Àbíkú.Outras histórias são contadas por Òrúnmìlà
sobre crianças que, depois de várias idas e vindas entre o Céu e a
Terra, puderam ser conservadas vivas, devido a seus pais terem
consultado Ifá e feito os Ebo determinados por Òrúnmìlà, trocando ou
acrescentando um nome que os desanimassem de morrer novamente,
usando folhas sagradas em fricções nos seus corpinhos, para afastar
os outros companheiros Àbíkú, colocando em seus tornozelos
Sawooro , fazendo em seus corpos pequenas incisões, e através
delas inserindo pó preto e mágico de uma mistura de folhas, e com
este mesmo pó enchendo um amuleto de couro em forma de pequeno
saco, chamado Óndè que seria preso à cintura da criança.Alguns
Àbíkú também deveriam colocar em seus tornozelos pesadas argolas
e correntes que não os deixariam fugir para o Òrun. As oferendas
eram feitas como recomendavam os Itan Ifá - troncos de bananeira,
cabras, galos, pombos, roupas e chapéus tingidos com òsun,
alimentos, guizos, búzios, doces, bebidas, a serem entregues no
Bosque Sagrado, ou enterrados à margem de um rio, ou soltas nas
águas.Estes Ebo possibilitariam aos pais reter seus filhos na Terra, e
eles não morreriam mais.Porém, se apesar das oferendas, os chefes
das Comunidades Àbíkú, Oloiko e Iyajanjasa insistissem em vir à
Terra em busca de suas crianças, e conseguissem levá-las de volta ao
Òrun, os pais deveriam marcar seus corpos com cortes, ou mesmo
mutilá-los ou queimá-los, para que seus pares no Òrun não os
reconhecessem ou aceitassem de volta. Também pelas marcas
seriam reconhecidas quando voltassem à Terra e não quereriam mais
nascer.Nas terras de ancestralidade Yorùbá, uma mãe que perde
vários filhos antes ou depois do nascimento, por morte brusca, súbita
ou inexplicável, procura um Bàbáláwo e descobre estar dando a luz a
uma criança Àbíkú, que pode nascer e morrer inúmeras vezes
impedindo-a também de ter filhos normais.O Bàbáláwo indica a
necessidade de Ebo, o uso de folhas, procedimentos estes usados
para afastar o Àbíkú, se os filhos da mulher estiverem mortos, e para
que ela possa gerar crianças perfeitas. Ou para reter a criança na
Terra e romper seu vínculo com o Òrun, mantendo-a viva.Até que a
criança complete nove anos, sempre próximo à data do seu
aniversário, determinadas oferendas serão feitas e depois repetidas
até o Àbíkú completar dezenove anos.A criança deverá usar roupas
especiais, com enfeites e cores específicas, seu nome deve ser
mudado ou a ele crescentado outro, que desestimule sua volta ao
Òrun.Guizos em quantidade devem ser presos a seus brinquedos,
roupas, tornozelos, pulso, pois o som dos guizos faz bem ao Àbíkú e
afasta os amigos do Céu.A fava Éerù, no Brasil chamada Bejerekun,
deve ser usada em banhos e chás, pacificando a criança, Efun
também pode ser utilizado para acalmá-la.As folhas são usadas em
fricções ou banhos, e com elas é feita a mistura mágica com a qual se
protege a criança e se prepara o amuleto, que o Àbíkú carregará por
toda a sua vida.O corpo da mãe também deve ser defendido e
esfregado com folhas, para que ela não atraia uma nova criança
Àbíkú.Se a mãe tiver também problemas com Egbe, chamada
Eleeriko, uma deusa considerada o feminino de Egungun, que
atormenta as crianças, marcando-lhes o corpo durante a noite, ela
será avisada de que deve zelar por Egbe, entregando-lhe cabaças
com oferendas no rio, e louvando-a a cada quinto dia.Também um
altar com símbolos religiosos poderá ser instalado na casa, e
anualmente serão feitas festas com sacrifícios de animais, tambores e
dança.Nem toda criança Àbíkú é atormentada por Egbe que também
pode dar filhosàs mães que a louvam.Há alguns Orìkí de Egbe que
demonstram bem esta ligação. Este que damos a seguir é de Ibadan,
e é uma súplica para que Egbe envie crianças sadias que não sejam
Àbíkú ou Emere.Mãe, proteja-me, eu irei ao rioNão permita Emere
seguir-me em casaMãe proteja-me, eu irei ao rioNão permita que uma
criança amaldiçoada siga-me em casaMãe proteja-me, eu irei ao
rioNão permita que uma criança estúpida siga-me em casaOlugbon
morrei e deixou filhos atrás deleArega morreu e deixou filhos atrás
deleOlukoyi morreu e deixou filhos atrás deleEu não poderei morrer
sem deixar filhos atrás de mimEu não poderei morrer de mãos vazias,
sem descendentes [1].No Brasil, porém, o termo Àbíkú, dito "Abikum"
tem significado totalmente diverso. A mãe que entra grávida para o
processo de iniciação, dá a luz à uma criança que já nasce "feita
pronta", sem necessidade da tonsura ritual. Quando esta criança
completa sete anos, sacrifícios são feitos para seu Òrìsà, sua cabeça
é recoberta por uma cabaça antes que o sangue seja derramado, pois
sobre a cabeça de uma criança "Abikum" o sangue não deve
correr.Esta criança nunca estará sujeita a um transe de possessão por
um Òrìsà, a ela estarão vetadas a maioria dos cargos dentro da
hierarquia sacerdotal brasileira. Ao mesmo tempo, ela já nasce com
um posto honorífico, o de "feita sem ter sido raspada", e é tido com
certo que nenhum mal físico ou espiritual poderá atingi-la.Dizem
também alguns sacerdotes que as crianças que nascem em datas
determinadas são "Abikum". E, sendo assim, pais e mães ambiciosos,
programam seus filhos para que nasçam nestes dias, e até mesmo
operações cesarianas são realizadas, para adequar a chegada ao
mundo das crianças às datas de nascimento apropriadas para
"Abikum".O modo de encarar a pessoa "Abikum" muda de casa para
casa, podendo ser acrescentados ou eliminados detalhes dessa
explanação.Os pais e mães de Òrìsà brasileiros deveriam reavaliar
seu conceito sobre crianças Àbíkú, uma vez que estes nascimentos
ocorrem não só na terra Yorùbá, elas nascem em todo o mundo e no
Brasil também. É imperioso também que se instruam sobre todo o
ritual sacro a ser realizado dentro da problemática Àbíkú.Vários povos
ao redor do Golfo de Guinéa tem a mesma crença nos Àbíkú, embora
deem à eles nomes diferentes. Os Nupe chamam-nos de Kuchi ou
Gaya-Kpeama. Entre os Ibo, são chamados Ogbanje ou Eze-Nwanyi
ou Agwu ou ainda Iyi-Uwa Ogbanje. Já os Haussa chamam-nos
Danwabi ou kyauta. Os Akan denominam a mãe de um Àbíkú
Awomawu e entre os Fanti são conhecidos por Kossamah.Famílias
que já perderam um ou mais filhos, tendem a buscar na religião um
consolo e uma explicação para estas mortes, e é dever da Tradição de
Òrìsà e do Candomblé Ketu, estar apta para oferecer, além de um
amparo religioso que diminua o sofrimento dos pais, uma solução para
que tal tragédia não mais ocorra.Temos muita pouca literatura em
português sobre o assunto, talvez apenas a tradução de um excelente
artigo de Pierre Verger, publicado em 1983 na Revistas Afro-Asia no
14, com uma explanação ampla sobre Itan Ifá, Oruko Àbíkú, folhas e
Ofo do qual farei citações literais mais adiante.Outros autores
africanos, franceses e ingleses falam sobre o assunto, em
considerações superficiais ou profundas, mas suas publicações não
estão disponíveis para a quase totalidade do sacerdócio brasileiro.O
fato de não possuirmos no Brasil local determinado, como a Floresta
Àbíkú de Awaiye, não nos impede de sacralizar parte de um bosque
para receber as oferendas das famílias das crianças Àbíkú.Tomando
por base as recomendações do Itan Ifá, um Ebo poderá ser montado
com um pedaço de tronco de bananeira, roupas e gorros tingidos de
òsun e bordados de guizos e búzios, pratos com comidas (Iyan; Akara;
Ekuru; Eko; Doces; Canjica; Frutas; Mel; Guizos; Bebidas; Animais;
Cabra; Pombo; Galo; Folhas).As roupas serão colocadas nos galhos
da árvores, as comidas e oferendas ao redor no chão, ou monta-se
um carrego como para a morte, embrulhado em pano branco, que
será enterrado ou solto nas águas de um rio.Não é necessário o uso
de palavras, pois só o fato dos pais saberem qual o significado da
oferenda secreta é suficiente para dar força mágica ao Ebo.Nada
porém dever ser feito sem confirmação e autorização de Òrúnmìlà,
pois só a ele cabe nos orientar em nossas dificuldades e dúvidas.As
folhas são colhidas como oferenda e utilizadas para fazer fricções no
corpo, ou na feitura de pós mágicos que serão esfregados nas
incisões no corpo e rosto dos Àbíkú, e na confecção de amuletos
(Onde) ou para banhos rituais.Cada folha tem sua frase mágica,
chamada Ofo, que aumenta seu poder de atuação no Ebo.As crianças
Àbíkú devem, no sétimo dia a partir do nascimento, se forem meninas,
ou no nono dia, se forem meninos (se for o caso de gêmeos, o dia
certo é o oitavo) passar pelo ritual de Ikomojade , quando recebem um
nome específico que desestimule sua volta ao Òrun. Nesta cerimônia
são usados água, dendê, sal, mel, obì, peixe, gin, atare.Os nomes
Àbíkú negam a morte e contam a doçura e a alegria da vida.Contam
também como a Terra é bela e boa para se viver. Deve-se sempre
chamar a criança por este nome, que pode ser incorporado
oficialmente ou não aos seus outros nomes e sobrenomes. Isto
também ajuda no rompimento do vínculo com o Egbe Òrun
Àbíkú.Como a descoberta do pacto é algo difícil, sempre próximo ao
dia do aniversário da criança, até que esta complete 19 anos ou pelo
prazo que o Ifá determinar, devem ser feitas oferendas nos locais
sacralizados, acompanhadas ou não de Ebo a Egbe Eleriko.Para
Òrìsà Egbe se colocam, em uma grande cabaça, os seguintes
elementos: Ovos; Akasa; Iyan; Akara; Eba; cana-de-açúcar; Obi; Éerù,
Ekodide; Bananas; Àádun; Doces - em um número de 1 ou 6. Esta
cabaça é fechada, colocada em um saco e solta num rio, com
acompanhamento de rezas e cantigas.Os Àbíkú não são, como
querem certos autores ou sacerdotes, seres maléficos, que tem por
"missão" causar sofrimento às suas mães.Eles carregam consigo, por
causa de seu constante morrer/renascer, o peso de Iku, a morte, e são
seres divididos entre a vontade de ficar na Terra com suas famílias e o
desejo e a obrigação de retornar ao Egbe Òrun.O Bàbálòrìsà ou
Ìyálòrìsà, tenho verificado que uma criança é Àbíkú, deve estar
preparado para contornar a natural reação dos familiares, de medo,
susto, repulsa e mesmo horror, porque a primeira impressão de pais
não habituados ao assunto, é crer que o sacerdote coloca seu filho em
uma classificação espiritual de maldade e perversão. Também o risco
iminente de uma morte súbita apavora a família que tende a reagir
com agressividade ou incredulidade, e quer garantias infalíveis e
imediatas que isso não é verdade, por quaisquer meios.Portanto, é
necessário que se explique aos pais o problema, e que se dê ao
mesmo tempo soluções adequadas, que se cite casos e exemplos,
naturalmente sem falar em nomes ou detalhes desnecessários, a fim
de que os familiares concordem em ser totalmente esclarecidos e
orientados para uma solução definitiva. Explicar também que
oferendas "podem" reter o Àbíkú na Terra, se feitas corretamente, mas
antes que tenha sido o pacto identificado e rompido, a oração e a
crença profunda nos Òrìsà é de grande valia.Mães que já tenham
perdido filhos Àbíkú devem ser avisadas da necessidade de oferendas
para que o Àbíkú não volte a nascer de seus corpos e elas possam
dar à luz crianças normais.Por vezes o nascer e morrer inúmeras
vezes de uma criança pode abalar físicae psiquicamente a Mãe e
recursos médicos e terapêuticos "nunca" devem ser abandonados.
Pelo contrário, sua utilização deve ser incentivada, em combinação
com o tratamento espiritual.Os pais não devem considerar isso com
"castigo", "karma", "feitiço" ou outras explicações engendradas pela
falta de conhecimento. Para isso o sacerdote deverá esclarecê-los e
pacificá-los com a solidez e peso de seus argumentos.

efeito das vibrações destas entidades, que embora sejam infantis,


podemos assim dizer, estão vinculadas a todas as entidades que se
opõem a evolução do ser humano, através da reencarnação.Os
ÀBÍKÚ desencarnados se associam às entidades outras com a
finalidade de fazer cumprir os contratos anteriores entre eles e os que
estão encarnados, esquecendo-se da união, por estarem com o
espesso véu da veste física.Como coloquei anteriormente, a sorte
(destino) pode ser modificada, numa certa medida, quando certos
segredos conhecidos são aplicados de maneira correta e em tempo
hábil. Dentre os elementos que podem ser utilizados, as folhas
mensageiras são importantes, embora não tão usadas.A próxima
criança gerada pela mãe do falecido, se apresentar uma das marcas
feitas no cadáver de seu irmão, com o lóbo duplo ou bipartido numa
das orelhas, ou ainda, se possuir
um sexto dedo num dos pés ou mãos, estará caracterizado a
presença do ÀBÍKÚ, devendo ser imediatamente submetida aos rituais
que lhe preservarão a vida e que, da mesma forma que os
procedimentos relativos ao cadáver de seu falecido irmão, só podem
ser ministrados por um sacerdote do culto de Ifá, Babalawo
consagrado e especializado neste tipo de ritual.Assegurado o
nascimento da criança, e tendo esta, efetivamente nascida com vida,
deverá então ser submetida aos rituais propiciatórios para que o
espírito permaneça naquele corpo, com a garantia de que será aquela
a sua última encarnação.Um ebó será preparado, com um pedaço de
tronco de bananeira vestido com roupas e gorros tingidos de osun e
bordados de búzios e guizos.Penduram-se tudo nos galhos de uma
árvore e, no chão, arria-se ao redor do tronco, pratos ou alguidares de
barro contendo inhame, acarajé, ekurú, akasá, canjica, doces, frutas,
bebidas, folhas ritualísticas, tudo bem coberto com mel de
abelhas.Uma cabra, um pombo e um galo são sacrificados e arriados
no local, onde permanecerão por algum tempo. Depois, embrulham-se
os corpos dos animais sacrificados num pano branco, cobre-se com
bastante pó de efun, amarra-se e enterra-se nas margens de um rio,
ou despacha-se nas águas, de acordo com a orientação obtida
através do oráculo.Na confecção do ebó, não são utilizadas rezas ou
cânticos, sendo exigida, isto sim, a presença dos pais biológicos do
ÀBÍKÚ, que deverão saber o objetivo do ebó. As mesmas folhas
oferecidas no sacrifício serão utilizadas em banhos e na confecção de
pós mágicos que serão esfregados nas incisões do ÀBÍKÚ e na
preparação do amuleto que deverá acompanhá-lo pelo resto da vida.
As folhas têm que ser consagradas antesde sua utilização e, para
isso, possuem ofós específicos, que ressaltam suas qualidades e
funções.Estas são as plantas sagradas utilizadas em seus
rituais:•Abirikolo ► Cascaveleira, também conhecida como amendoim-
do-mato, ou ainda, xekeré.•Agidimagbayin ► Walteria americana –
Folha de veludo, erva de soldado.•Idi ► Amendoeira.•Ija ► Osun -
Bixa orellana, Lin.•Lara pupa ► Mamona vermelha.•Olobutoje ►
Pinhão-da-Bahia.•Opa emere ► Dobradinha-do-campo.Estes são os
ofós de consagração de cada folha:Abirikolo: Ewe abirikolo, insinu
Orun e pehindá.Folha abirikolo, coveiro do céu,
retorne.Agidimagbayin: Ewe agidimagbayin, Olorun maa ti kun, a a ku
mo.Folha agidimagbayin, Olorun fecha as portas do Orun para que
não morramos mais.Idi: Ewe idi lori ki ona Orun temi odi.Folha idi, diga
que o caminho do Orun está fechado para mim.Olobotuje: Olobotuje
ma je ki mi bi abíkú omó.Folha de olobotuje, não me deixe parir
filhos.Opa emere: Opa emere kipe ti fi ku, yiomaa ewu ni, nwón ba ri
opa emere.Galho de emere não permita que eles morram - a vara de
emere os apazigua.Formalizado o pacto, a criança viverá
normalmente, como qualquer ser humano, só devendo morrer em
idade bastante avançada.Acredita-se que os seres humanos dotados
de espírito ÀBÍKÚ, talvez pelo alto grau de evolução de seu ori, são
dotados de muita inteligência e, no decorrer de suas vidas,
transforma-se em verdadeiros líderes, dedicados ao bem estar de sua
comunidade e principalmente dos seus familiares.Obatalá participa
das ligações que existem entre o orixá da criação, as pessoas de
corpos mal formados, corcundas, aleijados, albinos e aqueles cujo
nascimento é anormal (ÀBÍKÚ e ibeji).Portanto, ao contrário que
muitos falam, nada tem a ver com a criança que já nasce "feita" no
santo.Olorum fecha a porta para que não morram, mas sabemos que
a criança vê coisas más em sonhos, criança chama seus
companheiros, brinca com eles, briga, cobram a fidelidade e a
promessa e eles dizem que quando saíram para este mundo, que não
se esqueceriam deles, mas quando ele chegou ao mundo, ele os
esqueceu. Seus companheiros chegam à beira do regato, eles
chamam pelo companheiro.Os pais atentos correm a procura dos
babalawos, pedindo que Ifá os ajude, para que este ÀBÍKÚ não seja
capaz de morrer, mesmo que seus companheiros o chamem e que ele
não sejam capazes de encontrá-lo.Se a família não corresponde com
o carinho e as obrigações devidas, o chefe da sociedade (dos ÀBÍKÚ)
no céu, parte para o mundo e ajuda a criança apartir. Estas crianças
não escutam. Elas se vão.Os rituais, embora antigos, passados de
boca em boca, escondidos embaixo das unhas de pais e mães de
santo, fagulhas espalhadas, de prática religiosa e cultural, que se
adaptam e se aplicam ainda hoje através da sabedoria, associada à
evolução tecnológica com muita propriedade.No entanto existem
rituais sabidos e antigos que não divulgarei por não aceitar, por
acreditar ser rituais retrógrados que agridem, e estimulam mentes
desorganizadas em nome de manter rituais dos antepassados e
ortodoxos, manipulando assim dor e sofrimento com a desculpa de
socorro e felicidade.Quem esta desesperado, fragilizado e desejoso
de um milagre pode aceitar o que considere, repito EU método
inadequado.A facilidade de hoje, através de exames radiológicos,
confirmam com certeza situações que podem identificar um ÀBÍKÚ
que esta comprometida em criar situações de sofrimento mãe-filho,
exames que somados aos búzios ajudam a evitar sofrimento,
amenizando as cargas energéticas grosseiras.Ainda hoje e desde
sempre, esperamos que perpetue-se o trabalho para a manutenção da
vida em todas as suas formas, descartando o estímulo ao aborto,
mesmo em situações de tratamento difícil, árduo, devendo a vida
prevalecer sempre.Pela prática divinatória , através do jogo de búzios,
podemos identificar, nos dias de hoje, muitos desses ÀBÍKÚ, que
percebemos em uma segunda instância, passam a existir por
ingerência do ser humano, através do aborto praticado em tempos
passados, sob o véu de mil e uma desculpa, mas o sacrilégio, o
martírio é o mesmo.Ao praticar um aborto, eliminamos apenas o corpo
denso, o físico, mas não eliminamos o espiritual, que sofrerá a carga
detonadora de seu corpo físico, gerando indignação, e cobrança
futura.Mesmo uma criança deficiente, deve ter sua vida mantida,
desde que seu espírito esteja ativo. Tem a criança deficiente e ou
ÀBÍKÚ o direito de nascer? Temos o direito de rejeita-los por
problemas físicos, ou por larvas espirituais grosseiras? ... Esta
pergunta parece, a princípio, absurda, mas não é, e nos dias atuais é
tema aberto, ainda que à " portas fechadas".A concepção de
aprimoramento através da reencarnação sucessiva, rompe sobre
maneira, com o véu do comodismo relativo a aborto e ao deficiente, e
claro sobre os ÀBÍKÚ.A reencarnação rompe com a fumaça que
esconde a confusão, esclarecendo e valorizando todas as
experiências humanas, tornando possível que materialistas
espiritualistas e pragmatistas ofertem a cultura social preciosos
subsídios, porque prevê que o homem do futuro será um homem
prático, com condições de solucionar, com grande margem de êxito,
os problemas terrenos e imediatos, valorizando o mundo material, pois
estará mais certo da imortalidade, entendendo assim o significado
circunstancial.Nós, esotéricos, espiritualistas, místicos e todos que
pregam a reencarnação como forma de aprimoramento, resgate; não
supervalorizamos o nascimento de uma criança deficiente, mas
observamos como um reforço na comprovação de nossa teoria a
respeito da finalidade evolutiva do ser humano.Por este motivo a
criança deficiente e os ÀBÍKÚ, sob o prisma místico, têm o direito a
vida, nascer. Reencarnar é ter a chance de evoluir, e quanto mais
cedo um espírito se aprimorar, evoluir, se reajusta ou se redime pelas
vidas sucessivas, tanto melhor para ele, e para todos da sociedade
ligado a ele, pois estamos todos comprometidos direta ou
indiretamente.Nossas necessidades, nosso destino e nossos erros
são muitos parecidos, e na engrenagem das leis cósmicos – Karma -
tem sido e vai sempre ser regra unânime.Quem colocar obstáculos no
caminho do seu semelhante, terá obstáculos iguais a transpor em sua
jornada, daí então a necessidade de trabalharmos e usarmos todos os
meios possíveis para fazermos os ÀBÍKÚ membros de nossa
sociedade.Esta situação pode e deve ser tratado no seu campo
espiritual, e os antigos nos legaram instrumentos para fazê-lo, através
de ebós e oferendas específicas, que se vale do mesmo princípio dos
antigos: "enganar" os ÀBÍKÚ.Não vamos driblar as leis divinas, mas
podemos alterar os casos não irreversíveis após o nascimento, mas
durante a gestação e nos primeiros meses de vida, muita coisa pode e
deve ser feita.LENDAS:Segundo a lenda, os ÀBÍKÚ vieram à terra,
pela primeira vez, na localidade denominada Awaiye, trazidos por
Alawaiye, rei de Awaiye e seu chefe no Orun.O grupo era formado por
280 espíritos que, parando no portal do céu, fizeram diversos pactos,
condicionando seu retorno a diferentes situações, que variavam de
acordo com a escolha de cada um.Desta forma, alguns estabeleceram
a data de sua morte para depois que vissem pela primeira vez, o rosto
de suas mães; outros, para quando completassem sete dias de
nascidos; outros ainda, para quando começassem a andar; alguns,
para quando ganhassem um irmão mais novo; outros, para quando se
casassem ou construíssem uma casa. Havia aqueles que nascessem
comprometidos a não aceitar o amor de seus pais e todos os
presentes e agrados recebidos, seriam inúteis para retê-los na Terra,
ao passo que alguns, se comprometeriam, simplesmente, a
provocarem seus próprios abortos, não chegando sequer a nascer.
Estabeleceram ainda que, se seus pais adivinhassem seus rituais,
roupas e oferendas, e, se em tempo hábil os oferecessem,
concordariam em permanecer neste mundo."Um caçador que estava à
espreita, no cruzamento dos caminhos dos ÀBÍKÚ, escutou quais
eram as promessas feitas por três ÀBÍKÚ quanto a época do seu
retorno ao céu."Um deles promete que deixará o mundo assim que o
fogo utilizado por sua mãe para preparar sua papa de legumes, se
apague por falta de combustível.O segundo esperará que o pano que
sua mãe utilizar, para carregá-lo nas costas se rasgue. A terceira
(porque é uma menina ÀBÍKÚ) esperará, para morrer, o dia em que
seus pais lhe digam que é tempo dela se casar e ir morar com seu
esposo."O caçador vai visitar as três mães no momento em que elas
estão dando a luz seus filhos ÀBÍKÚ e aconselha à primeira que não
deixe se queimar inteiramente a lenha sob o pote que cozinha os
legumes que ela prepara para seu filho; a segunda que não deixe se
rasgar o pano que ela usa para carregar seu filho nas costas, que
utilize um pano de qualidade diferente (dos que se usam geralmente
para este fim); ele recomenda, enfim, a terceira, de não especificar,
quando chegar a hora, qual será o dia em que sua filha deverá ir para
a casa do seu marido.As três mães vão, então, consultar a sorte, e Ifá,
Ihes recomenda que façam respectivamente as oferendas de um
tronco de bananeira, de uma cabra e de um galo, impedindo, por meio
deste subterfúgio, que os três ÀBÍKÚ possam manter seu
compromisso.Oferece-se um galo para o senhor dos caminhos, BARA
LONA, que encombrirá o engodo, não despertando a curiosidade e
nem a manifestação dos que estão no mundo espiritual. Porque, se a
primeira coloca um tronco de bananeira no fogo, destinado a cozinhar
a papa do seu filho, antes que ele se apague (o tronco de bananeira,
cheio de seiva e esponjoso, não pode queimar) e o ÀBÍKÚ, vendo uma
racha de lenha não consumida pelo fogo, diz que o momento de sua
partida ainda não é chegado. A pele de cabra oferecida pela segunda,
serve para reforçar o pano que ela usa para levar seu filho nas costas;
a criança ÀBÍKÚ não vai achar que esse pano se rasgou e não vai
poder manter sua promessa.Quando chegou a hora de dizer à filha já
uma moça, que ela deveria ir para a casa de seu marido, os pais não
lhe disseram nada e a enviaram bruscamente para casa dele.OS
IBEJIS NASCEM COMO ÀBÍKÚS MANDADOS PELOS
MACACOSEra uma vez um fazendeiro que vivia caçando macacos,
pois os macacos eram uma praga para o fazendeiro, devorando toda a
sua lavoura.O fazendeiro e seus filhos vigiavam a plantação e mesmo
com uso de paus, pedras e flechas, não continham o ataque dos
macacos.O fazendeiro perseguia os macacos por toda parte, mas eles
continuavam sua investida às safras. Eles criaram mil artimanhas para
enganar o fazendeiro.Nessa disputa, muitos macacos foram mortos,
os sobreviventes persistiam.Uma das esposas do fazendeiro ficou
grávida. Veio então um vidente para adverti-lo. Ele disse que aquela
matança de macacos era perigosa, pois os macacos eram sábios e
tinham poderes. Disse que eles gerariam uma criança ÀBÍKÚ, aquela
que nasce para morrer cedo.Assim, logo depois do nascimento, a
criança morreria e isso tornaria a acontecer de novo, num nascer para
morrer sem fim, atormentando o fazendeiro até o último de seus
dias.O adivinho aconselhou o fazendeiro a deixar os macacos
comerem empaz. O fazendeiro ouviu, mas não se convenceu e
continuou vigiando seus campos e caçando macacos na mata.Os
macacos decidiram mandar dois ÀBÍKÚ para o fazendeiro. Dois
macacos transformaram-se, então, em ÀBÍKÚ e entraram no ventre da
esposa grávida do fazendeiro. Lá eles ficaram até a hora de nascer
como gêmeos.Eles foram os primeiros Ibeji a nascer entre os iorubás

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