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Sarah Afonso

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SARAH AFFONSO – BIOGRAFIA

História da Cultura e das Artes- módulo 8

Iara Sousa 12º TCM Nº8


Índice

Introdução………………………………………………………………..………3
Contextualização histórica………………………………………………..…..4
Expressionismo…………………………………………………………………....4
Vida de Sarah Affonso………………………………………………………….5
Alguns prémios…………………………………………………………………...7
Exposições das obras……………………………………………………………7
Descrição de três obras………………………………………………………..9

Iara Sousa 12º TCM Nº8


Introdução
Sarah Affonso, nome artístico de Sarah Sancha Afonso foi uma pintora portuguesa.
Pintora e ilustradora portuguesa teve uma participação ímpar na vida artística dos anos
trinta. Considerada a mulher dos sete ofícios pois dedicou-se a várias áreas alem da
pintura.
Foi mulher de Almada Negreiros, um grande pintor também dessa época. Casou aos
35 anos com José de Almada Negreiros. Sara Afonso conciliou a sua vida de mãe de
família e de pintora. 

“ É difícil, eu não sei explicar o que é a pintura [...] Ainda hoje uma senhora que é
muito simpática quis conhecer-me, veio cá a casa, olhou para os meus quadros e disse:
'A sua pintura é igual à de Almada.' Disse isto para ser simpática, mas isto fere-me. Ele
é o que é. Eu sou o que sou. Mas, que me venham dizer que a minha pintura é igual à
dele, isso ofende-me, sobretudo porque ele tem um grande nome. E isso foi das coisas
que me fez parar. Havia sempre alguém a dizer: 'A sua pintura é igual à de Almada.' E
não é nada igual. Ora diz-me lá se este quadro é igual àquele?! ”
SARAH AFFONSO

Percebendo o que está referido acima, o objetivo deste trabalho é escrever uma
biografia da artista acima mencionada: Sarah Affonso, referindo onde nasceu, viveu,
estudou; por que movimentos artísticos foi influenciada e a descrição de pelo menos 3
obras da mesma.

A metodologia usada neste trabalho foi sites web gráficos enriquecidos com
informações acerca do tema referido anteriormente.

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CONTEXTUALIZAÇÃO O expressionismo é um movimento que
HISTÓRICA nasce na Alemanha com o objetivo de
exprimir as emoções e sentimentos.
Representa as realidades invisíveis, os
No final do séc. XIX e início do séc. estados de espírito do pintor.
XX, dá-se início a uma época de paz, O expressionismo é uma arte de dentro para
prosperidade económica, avanço fora.
material, desenvolvimento industrial
no qual é dado o nome de Belle
Époque, ou Bela Época em Português.
Esta arte é a consequência dos tempos
perturbados e complicados da 1ª Guerra
Nesta altura, surgem inovações Mundial e da renovação cultural. Tenta
técnicas como os primeiros telefones, exprimir todos os sentimentos interiores do
a eletricidade, os elevadores, os 1ºs artista como traumas pessoais, experiências
modelos de aviões ou os primeiros perturbadoras que o pintor viveu,
automóveis. estabelecendo assim uma ligação com o
espetador.
Em 1914 inicia a 1ª Guerra Mundial.
A Belle Époque termina e começa um O expressionismo usava formas exageradas,
período de destruição e sofrimento que cores sombrias, escuras e agressivas. Os
levará à morte 9 milhões de pessoas, pintores deste movimento foram
aproximadamente. influenciados por Munch e Van Gogh.

Durante este período, vários outros Após os terríveis acontecimentos, como a 1ª


acontecimentos surgiram. Todo este Guerra Mundial, as pinturas expressionistas
sofrimento manifestou-se nas obras revelaram o desespero, o delírio sentido pelo
dos filósofos, artistas plásticos, povo.
cineastas, escritores e músicos da
época.

A arte, nessa época, tornou-se mais


individualista, independente de Numa iniciativa pouco comum, dois dos
qualquer programa político, principais museus portugueses, o Museu
ideológico, temático ou técnico. Calouste Gulbenkian (MCC) e o Museu
Nacional de Arte Contemporânea
(MNAC), articularam as respetivas
Foi no início do séc. XX, que surgiram programações num projeto expositivo
também movimentos artísticos de colaborativo sobre a vida e obra da artista
vanguarda em vários países europeus. modernista Sarah Affonso (1899-1983), no
Os artistas foram sendo influenciados ano em que se comemora o 120.º
por várias correntes. Sarah Affonso, aniversário do seu Nascimento.
foi influenciada pelo Expressionismo.

EXPRESSIONISMO
VIDA DE SARAH AFFONSO

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Sarah Sancha Affonso nasceu a 13 de Maio deixa o Naturalismo completamente de
de 1899, em Lisboa, sendo a filha mais lado e se foca em tudo o que absorve na
velha de 6 irmãos. Mesmo tendo nascido capital francesa.
em Lisboa, a sua infância e adolescência
foi vivida em Viana do Castelo, com a Ao voltar a Portugal, concilia os trabalhos
família, pois o seu pai, oficial do exército, em bordado e malha com a ilustração de
foi aí colocado. Esta vivência vai ser muito motivos infantis para os livros
importante nas suas obras. infantis Mariazinha em
África: romance para
Em 1915, no regresso a Lisboa, começa o meninos  (1925, 1935)
curso de Pintura na Escola de Belas Artes e Tesouro da casa
de Lisboa, onde foi aluna de Columbano amarela  (1932), de
Pinheiro. Em 1922, terminou o curso, numa Fernanda de SARAH AFFONSO, O
altura em que não era habitual as mulheres Castro, Bonecos de MEU RETRATO , 1927
frequentarem os cursos de Belas Artes, Estampar  (1929), de
devido à preocupação que os pais tinham Teresa Leitão de Barros, ou para o
por elas terem que desenhar homens nus. jornal Abc-zinho.

Dois anos depois de ter terminado o curso, Em 1925 e 1926, expõe respetivamente no
em 1924, vai sozinha para Paris (na altura, a I e II Salão de Outono da Sociedade
cidade de Picasso), onde mergulha Nacional de Belas Artes, o primeiro
profundamente numa cultura artística organizado por Eduardo Viana e o segundo
ignorada em Portugal. por José Pacheko.
Em 1928, inaugura a sua primeira
Passou oito meses em Paris, onde abre os exposição individual no Salon Bobone, em
Lisboa. 
horizontes a novas formas, técnicas e
tendências artísticas, a par das aulas de
modelo vivo na Académie de la Grande Entre 1928 e 1929, regressa a Paris, onde
Chaumière, escola inovadora dedicada ao trabalha num atelier de costura, mas é
modelo vivo fora das contingências obrigada a voltar definitivamente para
academicistas, Convive com Diogo de Portugal devido à doença e morte da sua
Macedo, Francisco Franco, Dordio Gomes mãe.
e Abel Manta.
Após regressar desta segunda estadia em
O Louvre passa a ser um dos pontos Paris, começa a frequentar A Brasileira, no
constantes dos passeios que dava, apesar de Chiado, algo inédito para uma mulher na
não ter gostado particularmente da sua altura. Estas idas ao emblemático café
primeira ida ao famoso museu. Sarah não se serviram como forma de se afirmar e
relacionava de todo compensar a perda de liberdade que teve
com as obras expostas ao voltar de Paris, pois Portugal era ainda
– tudo muito grande, muito atrasado em relação a esses aspetos,
tudo muito igual. principalmente no que toca às liberdades
das mulheres.
Esta viagem a Paris
vai ser muito Começou por haver quem se risse da sua
importante no seu presença, mas cedo estabeleceu um grupo
percurso enquanto de companheiros, no qual se inseria
artista, sendo que Almada Negreiros, tendo inclusive uma
hora específica para aparecer e passar

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SARAH A FFONSO, MÃE E


tempo com eles. dos bordados e da cultura popular,
Desta forma, começou a fazer parte da vida evocando os costumes, as festas e as lendas
social e artística de Lisboa, sendo que da infância em terras do Minho. No
alguns dos seus colegas artistas lhe entanto, em 1939, ano da última exposição
solicitavam trabalhos. individual na Galeria do Século, abandona
a pintura.
Apesar da segunda metade do século XX
representar uma expansão das mulheres no Continuará, porém, a expandir a sua
mundo da Arte, acompanhando o criação pela Quinta da Lameirinha,
movimento da inserção das mulheres no principalmente no que toca a elementos
mundo do trabalho, criando uma decorativos, e a auxiliar o marido com as
interrupção com a ideia existente de que a suas encomendas e obras de maior
mulher é só mãe de dificuldade.
família e dona de casa,
isto acaba por ser algo Sarah viu-se obrigada a interromper as
não tão notório em férias em Moledo para acompanhar o
Portugal, principalmente marido que, por motivos profissionais,
com a mudança de voltava a Lisboa: “Fiz as malas, guardei as
regime. telas, chorei todo o dia e o José percebeu
SARAH AFFONSO COM que eu nunca mais iria pintar…” (Sarah
Sarah não representa esta CERCA DE 19 ANOS Affonso, cit. in “Fotobiografia”, MNAC,
alteração nas suas obras, 2019; id. in Negreiros, 1989, p. 79).
mas esta alteração afetou Relatou o episódio, bem mais tarde, em
a liberdade e os direitos da mulher conversa com a nora que lhe gravava as
portuguesa que passaram a representar um memórias. E, quando esta lhe perguntou a
nível de restrições, algo que a artista não razão, respondeu simplesmente “Não era
estava habituada, principalmente tendo em feliz, se não desistisse” (cit. in Negreiros,
conta os anos em que viveu em Paris. 1982, p. 79).

Em 1934, com 35 anos, casa com José de ALGUNS PRÉMIOS


Almada Negreiros, com quem tem 2 filhos:
José Afonso (que nasce no mesmo ano) e Em 1944, é-lhe atribuído
Ana Paula (nasce em 1942). Após a sua o Prémio Souza-Cardozo,
união com o também pintor, o tema da pelo quadro Retrato do
família passa a estar presente e a ser Filho.
bastante recorrente nas suas obras.
Em 1953, obras suas
integram a 2ª Bienal do
Os primeiros anos Museu de Arte Moderna S ARAH AFFONSO, RETRATO
do casamento de São Paulo. DO FILHO , 1936
constituem uma Também neste ano, tem a sua primeira
fase de produção exposição retrospetiva na Galeria Março,
artística mais em Lisboa. A segunda acontece na Galeria
intimista e Dominguez Alvarez, no Porto.
individual, mas
também mais livre Em 1982, é condecorada com a Ordem de
e diversificada, SARAH AFFONSO, FAMÍLIA, Santiago de Espada, pelo Presidente da
passando dos 1937 República General António Ramalho
retratos e paisagens Eanes, nas celebrações do 10 de Junho.
urbanas para a incorporação de motivos

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EXPOSIÇÕES DAS OBRAS cá este Inverno a pintar e, portanto, a
prolongar este estado de graça em que me
encontro. Esta região é um campo inédito
As exposições da MCC e do MNAC
em pintura. Tudo são quadros à espera de
procuram esclarecer, não o que poderia ter
pintores. E eu sinto isso profundamente. A
sido, mas aquilo que, efetivamente, foi.
minha pintura deu mais um avanço e os
Dois anos depois da grande retrospetiva da
quadros que levo d’aqui marcam um
obra de Almada Negreiros, na Gulbenkian,
progresso sobre os outros, é uma fase que
estas exposições mostram a obra de Sarah
me interessa explorar. Estou lírica, serena
Affonso de forma autónoma, sem a sujeitar
e mais humana.” (Sarah Affonso, cit. in
a comparações extrínsecas, mesmo que a
painel parietal, MCC, 2019).
vida pessoal e familiar seja evocada para
ilustrar as suas inspirações e influências.
A partir daí, surgem as procissões, feiras e
romarias, cenas populares e rurais, as
A cronologia das exposições corresponde à
tonalidades de verde intenso, nas obras de
diacronia dos respetivos conteúdos: na
Sarah Affonso. 1937 foi um ano
Gulbenkian, expõem-se as obras da década
particularmente produtivo com obras onde
de 1930 que materializam as memórias do
se destacam, nesta exposição, A Estrela, O
Minho; no MNAC, traça-se o percurso
Coreto, Estampa Popular (conhecido
biográfico e artístico de Sarah Affonso
como Casamento na Aldeia), Lavradeiras
numa abordagem mais antológica e,
com Bois e Família (autorretrato com o
também, com uma museografia mais
marido e o filho).
convencional, sem prejuízo de algumas

As obras expostas são esclarecidas por


textos da sua autoria, recolhidos das
conversas fixadas por Maria José
Almada Negreiros (1993),
complementados por objetos,
fotografias, cartazes, artefactos
etnográficos, bordados, filigranas,
figurado popular, artefactos cedidos
pelo Museu Nacional de Etnologia,
registos audiovisuais realizados por
Benjamim Pereira, desenhos técnicos
E XPOSIÇÃO “S ARAH A FFONSO E A ARTE POPULAR DO de Fernando Galhano, empréstimos de
M INHO ”, M USEU C ALOUSTE G ULBENKIAN diversos museus e colecionadores.
soluções cénicas e criativas.
Alguns são objetos da própria artista,
sublinhando a sua relação ao Minho:
A exposição da Gulbenkian justapõe a obra fotografias, figuras populares de
às referências, memórias e inspirações da músicos e de animais, traje, cartazes
artista. O ano de 1933 surge como um das Festas de Nossa Senhora da
ponto de viragem, tendo como epígrafe a Agonia, em Viana do Castelo. 
frase de uma carta escrita a Fernanda de
Castro:

“Fui ontem à terra de meu pai, a dois


quilómetros de Valença […] se tivesse um
pequeno capital […] creio que ficava por

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EXPOSIÇÃO “S ARAH A FFONSO E A ARTE
POPULAR DO M INHO ”

Sarah Affonso pode ter deixado de pintar,


mas não abandonou a sua condição de
artista. Pintava, mas também desenhava,
bordava e era magistral naquilo que fazia.
Esta é a constatação que se avoluma ao
longo da visita, com a sensação de que a
artista merecia estas exposições e de que,
sem esgotar o assunto, nem explorar todas Junta de Turismo da Costa do Sol, no
as perspetivas e temas correlacionados, Estoril; e “Homenagem a Sarah Affonso”
estas exposições também não desmerecem (1978), no Centro de Arte Contemporânea
a artista. do Museu Soares dos Reis, no Porto.

Almada morreu em 1970. Em meados da Sarah Affonso morre a 14 de Dezembro de


década, Sarah Affonso foi alvo de 1983, em Lisboa. Foi como que uma
exposições que homenageavam a sua obra: mulher dos sete ofícios, dedicando-se a
“Sarah Affonso” (1977) e “Retratos de várias áreas para além da pintura, como o
Sarah Affonso (1927-1947)” (1978), na bordado, a ilustração (incluindo ilustração
de livros infantis), entre outros.

DESCRIÇÃO DE TRÊS OBRAS Intuitivamente etnográfico, o seu olhar


interessa-se pelo primordial rural, pelos
rituais dos pescadores, pela ocupação
De cores vivas e vibrantes, as suas
das mulheres e crianças, e desenvolve-
obras, alegóricas e aparentemente
se em desenho, bordado e cerâmica,
ingénuas, são modernistas no tema, nas
mesmo com o abrandamento da
referências, na síntese das formas, no
produção da pintura após o seu
recorte das figuras e no rigor da
casamento, em 1934, com Almada
composição.
Negreiros.

Sarah Affonso
A Família

 Uma das obras mais emblemáticas de Sarah Affonso;


 Encontramos uma síntese de vários aspetos que
caracterizam os seus trabalhos, a qualidade do traço, o
cromatismo, o desenho implícito na composição
narrativa – como se tratasse de um sonho acordado –
elementos tradicionais da cultura popular, como os
bordados, os brinquedos e as lendas.

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 associação lírica sobre a realidade, em que o tema se funde com a vivência dos
retratados.
  As figuras concentram vários papéis, tanto comunicam um mito universal, como um
retrato de Sarah Affonso, que se encontra autorrepresentada no tempo e espaço
absorto e abençoado de artista, mulher e jovem mãe.

Sarah Affonso
Retrato de Matilde
 O retrato de Matilde Velez Caroço, amiga de Sarah
Affonso, tal como na maioria dos retratos pintados pela
artista, apresenta-se numa atitude deliberada de pose. 
 Neste retrato, por exemplo, encontramos a figura a
sobressair de um fundo de manchas de cor suave, que
modulam o seu volume e definem a cena doméstica.
 A qualidade da superfície pictórica revela uma
aplicação espontânea da tinta a óleo, aspeto que
contribui para que a representação tenha um carácter
autónomo relativamente à situação real, que por sua
vez, remete para o universo onírico de Sarah Affonso.

Sarah Affonso
Sem título

 Esta exposição centra-se na


relação entre a obra de Sarah
Affonso e a arte popular da
região do Minho. 

 Muitas vezes lembrada como


a esposa de Almada
Negreiros, Sarah Affonso foi
uma artista modernista por
direito próprio, com um
percurso notável.
 Esta exposição examina a relação singular de Sarah Affonso com a arte e cultura
popular do Minho, região do Norte de Portugal onde viveu durante a sua
infância e adolescência, entre 1904 e 1915.

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Webgrafia
https://proximarte.com/2021/03/01/sarah-affonso-biografia/

https://proximarte.com/2021/03/04/sarah-affonso-obra/

https://amusearte.hypotheses.org/3933

https://artsandculture.google.com/story/IgWBhSi37BSP3Q?hl=pt-PT

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