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Clausdio Candido Joaquim Viegas I

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Cláudio Cândido Joaquim Viegas

Determinacao do Teor das Antocianinas Presentes em Quatro Variedades da


Bata-doce

Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Gestão de Laboratório

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2021
1

Clausdio Candido Joaquim Viegas

Determinacao do Teor das Antocianinas Presentes em Quatro Variedades da


Bata-doce

Projecto Científico a ser Apresentada


ao Departamento de Ciências
Tecnologia, Engenharia e Matemática,
Curso de Biologia, para a obtenção do
grau académico de Licenciatura em
Ensino de Biologia com Habilitação em
Gestão de Laboratório.

Universidade Rovuma Supervisor: MSc. Issufo Mussa

Extensão de Niassa
2021

Índice
Capitulo I: Introdução....................................................................................................4

1.1 Delimitação......................................................................................................6

1.2 Problematização..............................................................................................6

1.3 Justificativa.......................................................................................................6

1.4 Objectivos........................................................................................................6
2

2 Fundamentação Teórica.........................................................................................8

2.1 Antocianina......................................................................................................8

2.1.1 Mudança no pH das Antocianinas............................................................9

2.1.2 Importância das Antocianinas.................................................................11

2.1.3 Utilizações na Indústria...........................................................................12

2.2 Batata-doce....................................................................................................13

2.2.1 Importância do Cultivo da Batata-doce...................................................13

2.2.2 Taxonomia e Botânica.............................................................................14

2.2.3 Classificação...........................................................................................14

2.2.4 Hábito de Crescimento............................................................................14

2.2.5 Sistema radicular.....................................................................................15

2.2.6 Folhas......................................................................................................16

2.2.7 Flores.......................................................................................................19

2.2.8 Frutos e Sementes..................................................................................19

2.2.9 Raízes de Reserva..................................................................................20

3 Capitulo III: Metodologia.......................................................................................22

3.1 Colecta das Amostras....................................................................................22

3.1.1 Higienização............................................................................................22

3.2 Extracção das Antocianinas Presentes em três Variedades da Bata-doce. .22

3.3 Identificação da Variedade com mais Concentração das Antocianinas.......24

3.4 Relação entre as Zonas de Origem Geográfica com a Concentração das


Antocianinas nas Variedades da Batata-doce.........................................................27

3.5 Análise Estatística..........................................................................................27

Bibliografia...................................................................................................................28
3

Lista de Figuras

Figura 1: - a. Estrutura do catião 2-fenilbenzopirílio b. Antocianina (In: Lima, 2007, p.


16)................................................................................................................................10
Figura 2 - Mudanças nas estruturais das antocianinas em meio aquoso em função
do pH (In: LIMA, 2007, p. 19)......................................................................................12
Figura 3: Antocianinas mais encontradas em alimentos (In: Lima, 2007, p. 18)........15
Figura 4: Tipos de crescimento da batata-doce (Huaman,1992)..............................17
Figura 5: Representação do sistema radicular da batata-doce (Huaman,1992).......18
Figura 6: Aspeto geral das folhas da batata-doce quanto ao seu formato [10]..........19
Figura 7:Aspeto geral das folhas da batata-doce quanto ao seu formato [10]...........20
Figura 8: Representação esquemática das diversas componentes da flor da
batatadoce [10, 14]......................................................................................................21
Figura 9: raiz de reserva da batata-doce [10].............................................................22
Figura 10: Corte transversal de uma raiz de reserva da batata-doce [10].................23
Figura 11: Fluxograma do método de extração de antocianina (In: TEIXEIRA;
STRINGHETA; OLIVEIRA, 2008, p. 300)...................................................................28
4

Capitulo I: Introdução

As antocianinas são pigmentos que proporcionam coloração nos vegetais que


varia desde azul ao vermelho. Caracterizam-se, após a clorofila, como um grupo de
pigmento de maior distribuição no reino vegetal. Responsável por diversas cores em
frutas, legumes e hortaliças, como azul, roxo, violeta, magenta, vermelho e laranja
(Damodaran; Parkin; Fennema, 2010).

O termo antocianina é de origem grega, derivada de duas palavras: anthos


(uma flor) e kyanos (azul escuro). Compõem o maior grupo de pigmentos solúveis
em água do reino vegetal (Lopes et al., 2007).

As antocianinas são atribuídas variadas funções como tais: actividade


anticarcinogênica, antiangiogênica e antioxidante; proteção à ação da luz;
mecanismo de defesa; e função biológica (Brilhante 2013). A função oxidante das
antocianinas são mais eficazes quando comparadas a outros antioxidantes
clássicos, como: butilato hidroxi anisol, butilato hidroxi tolueno e alfa tocoferol
(vitamina E) (Lopes et al., 2007).

Existem aproximadamente 400 antocianinas diferentes. As antocianinas


encontram-se distribuídas em numerosas famílias de plantas: Vitaceae (uva),
Rosaceae (cereja, ameixa, framboesa, morango, amora, maçã, pêssego, etc.),
Solanaceae (tamarindo, batata), Saxifragaceae (groselha preta e vermelha),
Ericaceae (mirtilo, oxicoco), Cruciferae (repolho roxo, rabanete), Leguminoseae
(vagem) e Gramineae (sementes de cereais) (Malacrida & Motta, 2006).

Atualmente as indústrias alimentícias são desafiadas a substituicao dos


corantes artificiais por corantes naturais como as antocianinas, devido às restrições
legais, à utilização de determinados corantes sintéticos, ao consumidor que cada
vez mais está disposto a consumir alimentos isentos de produtos químicos
sintéticos, dando preferência ao natural e ao saudável (Teixeira; Stringheta; Oliveira,
2008).

Esse agente natural, quando adicionado a alimentos, por serem pigmentos


hidrossolúveis, confere a coloração aos alimentos, oscilando entre vermelho, laranja
5

e roxo, de acordo com condições intrínsecas, como o pH, temperatura e presença


de oxigênio (Lopes et al., 2007).

São poucas pesquisas desenvolvidas e fontes de antocianinas


comercialmente utilizadas, apesar de haverem aproximadamente 400 tipos de
antocianinas presentes em diferentes plantas como bata-oce, uva, cereja, morango,
amora, maçã, azeitona, figo, marmelo, jabuticaba, cacau, repolho roxo, rabanete,
beringela, feijão, entre outras, poucas delas apresentam-se como fonte comercial
desse pigmento (Teixeira; Stringheta; Oliveira, 2008).

Os alimentos ricos de antocianina são de extrema importância nos hábitos


alimentares, devido as suas ações medicinais no combate à hipertensão, febre,
disenteria, diarreia, problemas no trato urinário, como pedras nos rins, e até gripes e
resfriados (Silva, 2007).

Portanto, o presente trabalho tem como objectivo determinar o teor das


antocianinas presentes em quatro variedades da bata-doce

1.1 Delimitação

O estudo será realizado no Laboratório de Biologia da Universidade Rovuma,


Extensão de Niassa, localizada no bairro de Nnangala nos anos compreendidos
entre 2021-2022.

1.2 Problematização

A batata-doce é uma das fontes das antocianinas sendo que estas, são
atribuídas actividade antioxidactiva dentro do organismo, que com o consumo de
alimentos com baixos teores de antocianinas pode contribuir na redução da
imunidade do organismo deixando o mesmo mais susceptível à ataque dos radicais
livres como consequência, causando doenças crónicas como é o caso das doenças
cancerígenas, cardiovasculares e cerebrais.

O cultivo de sertãs variedades da batata-doce em Moçambique é muito


suprimido, pois a sua prática é realizada de forma rara, não existindo sua exploração
mercantil e científica. Pois estas circunstâncias podem causar a exterminação de
certas variedades actualmente presentes.
6

A província do Niassa em particular as zonas rurais do distrito de Lichinga


desfruta um potencial de produção da batata-doce sendo que, de entre as
variedades existentes verifica-se que uma penas é que se destaca mais ao seu
cultivo e venda isto é, a da polpa amarela deixando de lado as outras variedade
como é o caso à da polpa branca, alaranjada e roxa. Diante do exposto, coloca-se a
seguinte questão:

Qual é o teor das antocianinas presentes para cada variedade da batata-doce


em estudo?

1.3 Justificativa

A escolha deste tema deve-se ao facto que, a batata-doce ajuda no


melhoramento do sistema imunologico, isto é, a batata-doce é uma das fontes de
betacaroteno onde esta é um composto convertido em vitamina A e esta vitamina é
muito importante para o sistema imunologico saudavel.

Os antioxidantes presentes na batata-doce promovem o crescimento de


bacterias intestinais beneficos que para alem disto, as antocianinas presentes na
batata-doce podem proteger o cerebro reduzindo imflamacao e danos caudos pelos
radicais livres devido as suas propriedades antioxidante.

Neste caso, com o desenvolvimento de estudo, mostra-se relevante pois


estudos desta essência são muito precisadas na literatura nacional, o que pode
evitar a perda de sertãs variedades meramente importantes, que para além de
servirem como alimento detém uma grande função para a saúde humana ou
medicinal potencial e económico.

1.4 Objectivos

1.4.1 Geral
 Determinar o teor das antocianinas presentes em quatro variedades da bata-
doce

1.4.2 Específicos
 Extrair as antocianinas presentes em quatro variedades da bata-doce;
7

 Identificar a variedade com mais concentração das antocianinas;


8

2 Fundamentação Teórica
2.1 Antocianina

As antocianinas (Figura 1b) são consideradas antocianidinas com uma ou mais


unidades de açúcar ligado ao núcleo flavílico. São sais derivados do catião flavílio,
2-fenilbenzopirílio (Figura 1a), em que sua estrutura é formada por dezasseis
átomos, quinze carbonos e um oxigênio, todos com hibridização sp2. Dos dezassete
eletrões p, um eletrão ocuparia um orbital antiligante, sendo facilmente removido,
originando a forma catiónica (Lima, 2007).

Figura 1: - a. Estrutura do catião 2-fenilbenzopirílio b. Antocianina (In: Lima,


2007, p. 16)

O que difere as diferentes formas de antocianinas existentes é o número de


grupos hidroxílicos e/ou metoxílicos presentes na aglicona, número e posição dos
açúcares e de ácidos alifáticos ou aromáticos ligados à molécula de açúcar (Lima,
2007).

Estão presentes em diferentes órgãos da planta, como nas flores, caules,


folhas e raízes, sendo encontrada em maior quantidade nas angiospermas (Brilhante
et al., 2013). Actuam como filtro às radiações ultravioleta nas folhas, melhoram e
regulam a taxa de fotossíntese (Teixeira; Stringheta; Oliveira, 2008).
9

Já as antocianinas livres são raramente encontradas em plantas, estão


presentes na forma glicosilada com açúcares que auxiliam na estabilização da
molécula (Teixeira; Stringheta; Oliveira, 2008). Os principais açúcares que se ligam
as antocianidinas são: a glicose, a arabinose, a galactose, a ramnose e a xilose. Em
menor intensidade são encontrados di e trissacarídeos (Lima, 2007).

São consideradas moléculas polares em razão da presença de grupos


substituintes (hidroxilas, carboxilas e metoxilas) e glicosilas residuais ligados aos
seus anéis aromáticos. Devido a isso, são mais solúveis em água do que em
solventes apolares. Em alguns casos, dependendo das condições do meio, as
antocianinas podem ser solúveis em éter. Esta característica ajuda na extração e
separação das antocianinas (Lopes et al., 2007).

2.1.1 Mudança no pH das Antocianinas

As estruturas das antocianinas sofrem influência de diversos factores, como:


temperatura, substituição dos grupos hidroxila e metoxila na molécula, mudança de
pH e possíveis com outras substâncias químicas, o que lhe confere diferentes
colorações (Brilhante et al., 2013).

As antocianinas apresentam-se, em solução aquosa, na forma de uma


mistura de diferentes estruturas em equilíbrio: cátion flavilium (vermelho), base
anidra quinoidal (azul), pseudo-base carbitol (incolor), e chalcona (incolor ou
levemente amarela) (Lopes et al., 2007).

Em pH ácido, as antocianinas apresentam-se numa tonalidade vermelho


brilhante, na forma catiônica, sendo mais estável (Teixeira; Stringheta; Oliveira,
2008). Com o aumento do pH, a intensidade de cor diminui e em solução alcalina, a
cor azul é obtida, porém é instável, ocorrendo uma rápida desprotonação para
formar a base quinoidal. (Lopes et al., 2007).

Em meio aquoso, a hidratação do catião flavilium leva ao equilíbrio entre a


forma carbitol e chalcona. As soluções contendo pigmentos com pH acima de 7,0,
gradualmente mudam a coloração de tonalidade azul para amarela, como um
resultado indireto da formação de chalcona, via fissão do anel da anidrobase (Lopes
et al., 2007).
10

A figura 2 mostra as mudanças que acontecem na estrutura das antocianinas


na condição aquosa em função do pH.

Figura 2 - Mudanças nas estruturais das antocianinas em meio aquoso em função do


pH (In: Lima, 2007, p. 19)

A presença de um ou mais grupos acila, na molécula de antocianina, inibe a


hidrólise do cátion flavilium (vermelho) para formar a base carbitol (incolor),
permitindo a formação preferencial da base quinoidal (azul), resultando em
pigmentos menos sensíveis às mudanças de pH (ou seja, eles mantêm a
11

coloraçãoem meio levemente acidificado a neutro). Os pigmentos acilados são mais


estáveis do que seus análogos não acilados (Lopes et al., 2007).

A temperatura juntamente com a mudança de pH, também interfere na


estrutura, em temperatura ambiente e em meio levemente acidificado, o equilíbrio
entre as formas carbitol e chalcona é muito lento e leva horas para ser atingido. Com
o aumento da temperatura, o equilíbrio desloca na direção da formação da base
chalcona (Lopes et al., 2007).

2.1.2 Importância das Antocianinas

Segundo os estudos actuais revelam que, as antocianinas são responsáveis


pela grande interação entre plantas e animais, por apresentarem atividades
inibidoras sobre o crescimento de larvas de alguns insetos. E às cores vivas e
intensas que elas produzem, participam na combinação reprodutiva das plantas, tais
como a alcance de agirem como atractivas de insetos e pássaros para polinização e
dispersão das sementes. Nas plantas, manifestam similarmente funções
antioxidativas, de proteção à ação da luz, mecanismo de defesa e na função
biológica (Lima, 2007).

Desempenham um papel importante na saúde humana também, pois agem


na prevenção de doenças como câncer, diabetes, desordens cardiovasculares e
neurológicas. Sendo que estudos mais recentes mostraram que esses compostos
naturais são responsáveis por redução da pressão arterial, melhoria da visão, alta
atividade anti-inflamatória e anti-microbiana e supressão da proliferação de células
cancerígenas humanas (Silva, 2007).

O principal emprego biológico atribuído às antocianinas é a atividade


antioxidante, devido a sua estrutura química ser formada por três anéis, que
possuem ligas duplas conjugadas e também hidroxilas distribuídas ao longo da
estrutura que possibilitam o sequestro de radicais livres, causadores de danos
celulares e doenças degenerativas (Bordignon Junior et al., 2009).

2.1.3 Utilizações na Indústria

Na indústria de alimento, utiliza-se muito a adição de corantes, já que a cor e


a aparência têm um papel importante na aceitação dos produtos pelo consumidor.
12

Os corantes mais usados são os de origem sintética, por terem menores custos de
produção, maior estabilidade e capacidade tintorial (Lopes et al., 2007).

Porém, a quantidade de aditivos sintéticos permitidos nos países


desenvolvidos vem diminuindo a cada ano. No Brasil, segundo a Portaria nº 17, em
07.08.1987, a DINAL, vem sendo proibida a utilização de alguns corantes sintéticos
(Lopes et al., 2007)

Visando atingir o público alvo que está cada vez mais disposto a consumir
alimentos isentos de produtos químicos sintéticos, dando preferência ao natural e ao
saudável e devido à necessidade de substituir esses corantes artificiais, a indústria
de alimentos, vem buscando desenvolver corantes alimentícios através de
pigmentos naturais de origem vegetal e animal (Teixeira; Stringheta; Oliveira, 2008).

Um agente natural, que vem sendo estudado para substituir os corantes


sintéticos, é a antocianina, pois compõe o maior grupo de pigmentos solúveis em
água do reino vegetal, além de atuar como agentes da coloração natural em
alimentos, sendo responsável pelos tons compreendidos desde a coloração
vermelha até a coloração azul em muitas frutas, legumes e hortaliças (Lopes et al.,
2007).

As antocianinas mais comuns utilizadas nos alimentos são: delfinídina,


peonídina, pelargonídina, malvídina, cianídina e petunídina (Lima, 2007), suas
estruturas estão representadas na figura 1. Sendo que as duas antocianinas
glicosiladas dão a cor vermelha do da batata-doce com polpa vermelho são:
pelargonidina e a cianidina.(Silva, 2007).
13

Delfinídina Peonídina

Pelargonídina Malvídina

Cianídina Petunídina

Figura 3: Antocianinas mais encontradas em alimentos (In: Lima, 2007, p. 18)

2.2 Batata-doce

A batata-doce é uma hortaliça que, decorrente de sua importância econômica,


representa um recurso natural renovável com indicativo etnográfico medicinal, que a
ser validado, poderá diminuir o consumo de substâncias medicinais de síntese
química (José, 2015).

2.2.1 Importância do Cultivo da Batata-doce

Para Pestana (2011), comparado com outras culturas, a batata-doce é capaz


de crescer em ritmo acelerado em diversas condições ambientais, sendo de alta
adaptabilidade em condições marginais de cultivo. Possui curto ciclo de produção,
alto valor nutricional e versatilidade sensorial em termos de cor, sabor e textura.

Segundo Islam (2014), a cultura de batata-doce é mais tolerante a doenças,


pragas e a elevados valores de humidade que muitos outras hortaliças de folhas
cultivadas na região tropical. Além disso, sua produtividade se deve também ao
número de colheitas ao longo de um ano agrícola, fazendo dessa cultura
interessante para pequenas propriedades rurais quando comparado com outros
vegetais verdes e hortaliças.
14

Observa-se que a batata-doce está entre os cultivos de maior importância no


mundo. Com uma produção anual superior a 133 milhões de toneladas, ocupando o
quinto lugar em termos de quantidade produzida. É cultivada em 111 países sendo
que, aproximadamente 90% da produção é oriunda da Ásia, 5% da África e 5% no
restante do mundo. E apenas 2% da produção concentram-se em países
industrializados como os Estados Unidos e Japão (Faostat, 2016).

2.2.2 Taxonomia e Botânica

2.2.3 Classificação

A batata-doce classifica-se segundo as seguintes categorias:

 Família: Convolvulaceae
 Tribo: Ipomoea
 Género: Ipomoea
 Subgénero: Quamoclit
 Secção: Batatas
 Espécie: Ipomoea batatas (L.) Lam.

2.2.4 Hábito de Crescimento

A batata-doce trata-se de uma planta herbácea e perianal, contudo, através


da sua propagação vegetativa, o seu cultivo passa a ser anual. No que diz respeito
ao seu hábito de crescimento, é predominantemente prostrado, existindo, também,
cultivares que possuem um crescimento ereto ou semi-ereto (Figura 4)
(Huaman,1992).
15

Crescimento Ereto Crescimento Prostrado

Figura 4: Tipos de crescimento da batata-doce (Huaman,1992).

2.2.5 Sistema radicular

O sistema radicular da batata é constituído por dois tipos de raízes: as


fibrosas e as de reserva. As primeiras, servem de ancoragem para a planta e
possuem a função de absorver água e nutrientes, enquanto as raízes de reserva têm
a função de armazenamento (Huaman,1992).

O sistema radicular de plantas obtidas por propagação vegetativa inicia-se


através de raízes adventícias que, gradualmente, irão transformar-se em raízes
fibrosas primárias, saindo destas raízes laterais. À medida que a planta se
desenvolve, e se dá a acumulação de foto assimilados, dá-se início à formação das
raízes de reserva (Huaman,1992).

Quanto às raízes de crescimento, são profundas, podendo alcançar 75 a 90


cm de profundidade, permitindo à planta explorar maior volume do solo (Silva &
Magalhães, 2008).
16

Figura 5: Representação do sistema radicular da batata-doce (Huaman,1992).

As ramas de batata-doce são cilíndricas, e o seu comprimento e número de


entrenós é determinado pelo hábito de crescimento e pelas condições de campo.
Existem cultivares de crescimento ereto, outras de crescimento prostrado e, ainda,
com hábitos de crescimento intermédios. As primeiras podem crescer até 1,0 m de
altura, enquanto as de crescimento prostrado podem chegar até 5,0 m de
comprimento. As cultivares de crescimento intermédio possuem hábitos de
crescimento comuns aos outros dois tipos anteriormente referidos.

Relativamente à cor das hastes, de acordo com a cultivar, varia desde a


coloração verde ao totalmente pigmentado com antocianinas de cor roxa, alterando
entre glabras e totalmente pubescentes, (Huaman,1992).

2.2.6 Folhas

As folhas das plantas de batata-doce são simples e encontram-se


organizadas em forma de espiral alternada, ou seja, a cada duas folhas inseridas no
mesmo plano vertical, seguem-se cinco folhas organizadas em espiral na haste.

Dependendo da cultivar, a extremidade da lâmina da folha pode ser uniforme,


dentilhada ou lobulada, enquanto a sua base possui geralmente dois lóbulos que
podem ser quase retilíneos ou arredondados. É possível organizar o formato das
folhas da batata-doce do seguinte modo: redondas, reniforme, cordiforme, triangular,
17

labiada, lobuladas e quase divididas (Figura 3). As folhas com lóbulos diferem no
ângulo do recorte e no seu número, variando do superficial ao profundo e de 3 a 7
folíolos (Figura 4), (Huaman,1992).

Redonda Reniforme Cordiform


e

Trangula Labial Lobulad Quase


divididddas
Figura 6: Aspeto geral das folhas da batata-doce quanto ao seu formato [10].
18

Dentilhado Leve
Sem lóbulos

Profundo Muito profundo


Moderado
Figura 7:Aspeto geral das folhas da batata-doce quanto ao seu formato [10].

A coloração das folhas difere de cultivar para cultivar, podendo ser verde,
verdeamarelada ou verde com uma pigmentação avermelhada, a qual se pode
localizar apenas nas verduras ou generalizada por toda a folha. Por outro lado, a
coloração das folhas pode sofrer alterações de acordo com o seu estado fenológico,
existindo cultivares em que as folhas, no seu estado de desenvolvimento inicial,
apresentam uma coloração arroxeada, mas, à medida que o seu estado de
desenvolvimento evolui, estas passam gradualmente para a coloração verde
(Huaman,1992).

Em relação ao tamanho das folhas e o seu grau de pubescência, tratam-se de

parâmetros que variam conforme o tipo da cultivar e com as condições ambientais.


As nervuras das folhas são achatadas e a sua coloração, que consiste num bom
19

diferenciador de cultivares, pode tanto ser verde, como total ou parcialmente


pigmentada com antocianinas, (Huaman,1992).

2.2.7 Flores

Nem todas as cultivares de batata-doce possuem a capacidade de florir. Em


condições normais de campo, existem cultivares que não entram em floração, outras
produzem poucas flores e outras, ainda, florescem profusamente (Huaman,1992).

A inflorescência é geralmente do tipo cimo, na qual o pedúnculo é dividido em


dois pedúnculos axiais, que por sua vez, cada um deles é dividido novamente em
outros dois, após a ocorrência da floração. As flores da planta da batata-doce são
hermafroditas (Huaman,1992).

Figura 8: Representação esquemática das diversas componentes da flor da batatadoce [10, 14].

2.2.8 Frutos e Sementes

O fruto da planta da batata-doce trata-se de uma cápsula com um formato


aproximadamente esférico, com uma das extremidades mais pontiaguda, podendo
ou não ser pubescente e, quando se encontra no seu estado maduro, torna-se
castanho, (Huaman,1992).

Cada fruto contém entre 1 e 4 sementes, com um formato ligeiramente


achatado numa zona e convexo na outra, e com uma dimensão de 3 mm. A
germinação trata-se de um processo extremamente difícil, que para ocorrer é
20

necessário a realização de um tratamento abrasivo ou tratamento químico. As


sementes de batata-doce não possuem período de dormência, mas mantêm a sua
viabilidade durante diversos anos, (Huaman,1992).

2.2.9 Raízes de Reserva

As raízes de reserva tratam-se da parte comercial da batata-doce e, muitas


vezes, erradamente denominadas de tubérculos. A maioria das cultivares
desenvolve as suas raízes de reserva nos nós do caule principal que se encontram
cobertos pelo solo, (Huaman,1992).

Figura 9: raiz de reserva da batata-doce [10].

A nível do corte transversal, é possível observar-se a epiderme, o córtex, o


anel vascular e o parênquima central, conforme representado na Figura 7
21

Figura 10: Corte transversal de uma raiz de reserva da batata-doce [10].

A inserção das raízes de reserva ao longo da rama trata-se de um método de


distinção das cultivares de batata-doce, podendo ser agrupadas de uma forma
aglomerada fechada ou aberta, dispersa ou muito dispersa (Figura 8)
(Huaman,1992).
22

3 Capitulo III: Metodologia

3.1 Colecta das Amostras

Cerca de 40 amostras de bata-doce serão colectadas em diferentes zonas do


município da cidade de Lichinga sendo que, ira selecionar-se 10 batatas para cada
variedade na pesquisa mencionada isto é, 10 amostras de polpa alaranjada, 10 de
polpa amarela, 10 de polpa rocha e 10 de polpa branca.

As amostras serão importadas em três zonas rurais do município de Lichinga


em partículas nas Zonas de Malica, Micoco e Matama onde posteriormente serão
colocados em sacos simples e assim, transportados para o laboratório de Biologia
na Universidade Rovuma Extensão do Niassa. Os pontos de coleta serao
georreferenciados através do sistema de posicionamento Global (GPS)

3.1.1 Higienização

Reagentes

 Agua corrente.

Material

 Faca, batata-doce, folha sob forma de papel e toalha.

Procedimentos

 As batatas serão lavadas em água corrente;


 Com o auxílio de facas serão descascadas e novamente lavadas com a água
corrente;
 De seguida, as batatas serão deixadas para retirada do excesso de água sob
folhas de papel e posteriormente serão limpadas com toalha.
 E Colocadas em tigelas plásticas para a subsequente pesagem.
23

3.2 Extracção das Antocianinas Presentes em três Variedades da Bata-doce

Será aplicado o método convencional para o efeito da extracao das


antocianinas.

O metodo Métodos convencionais de extracção de pigmentos usualmente


empregam ácido clorídrico diluído em metanol. Metanol contendo 0,001% v/v HCl
mostra-se mais efectivo, porém o HCl é corrosivo e o metanol é tóxico para o ser
humano; consequentemente, os pesquisadores que trabalham com alimentos
preferem outros sistemas de extracção (Lopes et al., 2000). A extracção das
antocianinas na batata-doce ira efectuar-se a partir da solução extractora que será
obtida a partir do álcool etílico com a concentração de 95-97% de álcool e água
destilada.

Materiais

 Balança;
 Almofariz;
 Pistilo;
 Copo de bequer;
 Frascos de 500ml;
 papel alumínio;
 placa de petri;
 Algodão;
 Balão volumétrico de 100 mL ;
 Erlenmeyer;
 Proveta;
 Estante;
 Tubos de ensaio; e
 papel de filtro.

Reagentes

 Álcool etílico 95-97%, água destilada e HCl.


Equipamentos
 Balança analítica;
24

 Centrifuga;

Procedimentos

 As amostras serão submetidas a uma balança analítica onde, pesarão 35g e


com o pistilo e almofariz ira triturar-se obtendo-se o suco que posteriormente
será transferido para o copo de bequer;
 Serão adicionado 70 mL de solução extractora e depois poderá transferir-se
para os frascos de 500ml;
 De seguida ira adicionar-se 2 ml de HCl para cada frasco;
 Com o papel alumínio os frascos serão envolvidos e colocados no
refrigerador a 6ºC durante 24 horas para a extracção das antocianinas.
Purificação

De seguida, as antocianinas extraídas serão submetidas a uma purificação:

 Com algodão as amostras serão filtradas e o filtrado será colectado em balão


volumétrico de 100mL;
 De seguida, poderá centrifugar-se a 200g/10 min;
 E por último, irá filtrar-se em papel de filtro.

3.3 Identificação da Variedade com mais Concentração das Antocianinas

Para o efeito da identificação da variedade com mais concentração das


antocianinas primeiro será necessário a quantificação das antocianinas.

No entanto, para a quantificação das antocianinas necessariamente efectua-


se a análise de antocianina de acordo com o método de pH único que consiste na
transferência quantitativa de uma alíquota (VAlq) ou um número exacto de vezes do
extracto concentrado (70 mL de solução – amostra mais Solução Extractora),
(Teixeira, 2008).

Materiais

 Copo de bequer, seringa, cubeta e proveta.


25

Reagentes

 Álcool etílico 95-97%, extracto concentrado, extracto diluído e ácido clorídrico


a HCl 37%.

Equipamento

 Espectrofotômetro (QUIMIS – MODELO – Q798DP e Q798DRM).

Procedimentos

 Com a seringa, ira retirar-se 4 ml do extracto concentrado (EC) para o copo


de bequer e adicionar-se-ão 4 ml da solução de pH Único obtendo-se o
estrato diluído (ED);
 E uma pequena quantidade de solução diluída (ED) ira colocar-se em cubete
e posteriormente levar-se para espectofotometro onde ira efectuar-se a leitura
da sua absorbância, no comprimento de onda de 535 nm.

Por fim, os dados obtidos na leitura do comprimento de onda serão


submetidos numa equação a baixo descito para o efeito da quantificação de
antocianina totais em cada amostra de batata-doce sendo expresso em equivalente
da antocianina principal, cianidina-3-glucosídeo.descrita pelo (Teixeira, 2008).

Equação da quantificação das antocianinas:

DO × V E1 × V E 2 ×1000
AT = 1%
Valq × m× E1 cm

Onde:
DO: Densidade óptica do extracto diluído
VE1: Volume total do extracto concentrado
VE2: Volume total do extracto diluído
Valq: Volume da alíquota utilizado na diluição do extracto concentrado
m: Massa da amostra.
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Figura 11: Fluxograma do método de extração de antocianina (In: TEIXEIRA;


STRINGHETA; OLIVEIRA, 2008, p. 300)
27

3.4 Relação entre as Zonas de Origem Geográfica com a Concentração das


Antocianinas nas Variedades da Batata-doce.

Será usado o método aglomerativo, que visa reunir os genótipos em grupos, de


modo que haja homogeneidade dentro destes e heterogeneidade entre os mesmos,
é o mais empregado pelos melhoristas (Cruz et al., 2011). No entanto, neste ambito
de agrupamento sera utilizada a distância euclidiana média como medida de
dissimilaridade a partir dos dados padronizados.

3.5 Análise Estatística

O tipo de estatística aplicada nesta pesquisa será descritivo uma vez que, os
dados serão condensados ou resumidos através de tabelas e gráfios com o objetivo
de facilitar a compreensão e a utilização da informação contida neste trabalho.

O teor das antocianinas presentes em quatro variedades da batata-doce, será


quantificado através das estatísticas descritivas: valores mínimos e máximo, média,
desvio padrão e coeficiente de variação.

Segundo Piana at al (2009), a estatística descritiva é a parte da Estatística que


desenvolve e disponibiliza métodos para resumo e apresentação de dados
estatísticos que tem por finalidade a utilização de tabelas, gráficos, diagramas,
distribuição de frequências e medidas descritivas.

A análise e interpretação dos dados serão feitas com base nos programas
estatísticos Genes (Cruz, 2014), R (R Development Core Team, 2014) e
STATISTICA (Statsoft INC., 2005).
28

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