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Teorias Personalidade Freud e Erikson

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3.1.

CONCEITO DE PERSONALIDADE E DE TEORIAS PSICODINÂMICAS DA


PERSONALIDADE
Personalidade

 É um modo particular como percebemos o mundo e interagimos com o


ambiente.
 A personalidade representa aquelas características da pessoa que explicam
padrões consistentes de sentimentos, pensamentos e comportamentos.

A intenção do estudo da personalidade é entender a razão humana, das diferenças


individuais e a possibilidade de alteração desses traços e/ ou factores de personalidade.

Teorias psicodinâmicas da personalidade

São teorias que afirmam que o comportamento é resultado de forcas psicológicas que
actuam dentro do indivíduo, geralmente fora da consciência.

Nesse ponto, existem pontos básicos de convergência dessas teorias:

 Uma parte significativa da vida mental é inconsciente;


 Processos mentais ocorrem de forma paralela ( o que pode gerar conflitos);
 Os padrões estáveis de personalidade não só começam a se formar na infância
como as experiencias precoces tem um forte efeito no desenvolvimento da
personalidade,
 As representações mentais que temos de nós mesmos e dos demais tendem a
guiar nossas interacções com outras pessoas;
 O desenvolvimento da personalidade implica em aprender a regular os
sentimentos sexuais e agressivos, assim como implica em buscar a
independência social.
3.2.SIGMUND FREUD
Sigmund Freud é o pai da psicanálise, a sua influencia verbal repassada aos nossos
tempos através de suas obras, era tamanha que chegou a ser indicado ao Nobel de
literatura e foi vencedor do premio Goethe (aos 74 anos de idade). Apesar de inúmeras
críticas actuais ao seu método e sua aplicabilidade, Freud é o autor que maior impacto
teve no estudo da personalidade ate então. Esse chairman da psicanálise desenvolveu
o método da livre associação para estudar os fenómenos de suas tópicas.

A livre associação é um método onde os pacientes são convidados a relatarem


continuamente qualquer coisa que lhes ocorrer na mente, sem levar em consideração
quão sem importância ou possivelmente embaraçadora esta situação possa parecer.
Esse método seria o mais adequado para o contexto clínico para acessar conteúdos
conscientes e inconscientes. Na esfera do inconsciente, seu conteúdo não pode ser
acessado, segundo Freud, somente através da livre associação, da análise dos sonhos e
da análise dos actos falhos.

Freud descreveu em sua obra, posteriormente, a análise de chistes como sendo


também uma forma de evidenciar conteúdos inconscientes. Assim:

Métodos de acesso ao inconsciente

a) Livre associação;
b) Analise dos sonhos;
c) Analise dos actos falhos;
d) Analise dos chistes.

Os chistes são “gracejos” pelos quais sentimos prazer. São situações aparentemente
tolas que geram prazer, como as brincadeiras e piadas. A palavra chiste é uma espécie
de válvula de escape de nosso inconsciente, que o utiliza para dizer, em tom de
brincadeira, aquilo que verdadeiramente pensa. Freud acreditava que utilizar o humor e
a ironia no dia-a-dia, deixava o quotidiano mais leve e a realidade mais tolerável. É isto
que o chiste possibilita quando conecta arbitrariamente, através de uma associação
verbal, duas ideias contrárias ou sem sentido aparente.

Um conceito é básico na teoria freudiana de personalidade: o passado é determinante


para o presente. Esse conceito é chamado de determinismo psíquico e parte do
pressuposto que existe uma continuidade nos eventos mentais e que esses são
historicamente desenvolvidos.

Freud descreveu sua teoria ao longo de 24 obras. Essas obras apresentam a evolução
do pensamento freudiano e a ampliação dos conceitos. O caso mais exemplar é a
descrição da pulsao de morte na obra “ Alem do principio do prazer”.

A motivação é vista por Freud como uma busca hedonista de dar vazão a energia
psíquica acumulada. Essa energia psíquica é limitada e visa de regra, não consegue
suprir simultaneamente as necessidades humanas de forma satisfatória. Essa energia
provem das pulsoes, a sexual e a agressiva, e motivam para a constante busca do
prazer.

3.2.1.Modelo Tópico de Freud


A base topológica de Freud é a raiz para a explicação da personalidade humana. Em
grego, “topos” significa “lugar”. Assim o modelo tópico designa um modelo de lugares
sendo que Freud descreveu a dois deles:

1. Primeira tópica: Topográfica e;


2. Segunda tópica: Estrutural.

Primeira Tópica: Modelo Topográfico da Mente

Essa tópica refere-se ao nível de consciência (acesso) aos processos intra-psíquicos e a


qualidade dos conteúdos de cada um. Freud definiu três (3) níveis da consciência:

1) Consciente;
2) Pré-consciente e;
3) Inconsciente.

O consciente engloba todos os fenómenos que em determinado momento podem ser


percebidos de maneira consciente pelo indivíduo.

O pré-consciente refere-se aos fenómenos que não estão conscientes em determinado


momento mas pode tornar-se, se o indivíduo desejar se ocupar com eles (o pré-
consciente é um filtro de intermédio entre consciente e o inconsciente).

O inconsciente diz respeito aos fenómenos e conteúdos que não são conscientes e
somente sob circunstâncias muito especiais podem tornar-se. Assim, para Freud,
apenas uma pequena parte de nossos pensamentos e emoções são perceptíveis e
tempo todo, alguns estão no nível pré-conscientes e a maioria dos nossos fenómenos
intra-psiquicos é inconsciente. Essa função de depósito de pensamentos, emoções e
desejos, é necessária, pois esses conteúdos causariam medo e ansiedade ao indivíduo
caso fossem conscientes.

É necessária uma atenção especial o conceito freudiano de inconsciente. Essa parte do


aparelho psíquico humana é caracterizada por não ter nenhuma formação lógica ou
pensamento racional (processo primário) e desenvolve-se como sendo um depósito
para ideias sociais inaceitáveis, memórias traumáticas e emoções dolorosas colocados
fora da mente pelo mecanismo de repressão psicológica. O inconsciente é alógico
(aberto á contradições), atemporal e aespecial (conteúdos de épocas ou espaços
diferentes podem se conectar). Essa instância é governada pelo princípio do prazer (a
busca do prazer e evitação estímulos aversivos).

Segunda Tópica: Modelo estrutural da personalidade

Na segunda tópica, desenvolvida décadas depois da primeira, Freud diferencia


instâncias da personalidade em três (3) estruturas:

I. O Id
II. O Ego e;
III. O Super-ego.

Id é a fonte da energia psíquica (a libido), é formado pelas pulsoes/instintos, impulsos


orgânicos e desejos incoscientes.

Ele funciona segundo o princípio do prazer, ou seja, busca sempre o que produz prazer
e evita o que é aversivo. Não faz planos, não espera, busca uma solucao imediata para
as tensões, não aceita frustrações e não conhece inibição. De acordo com Freud a
energia psíquica é de natureza inconsciente e está armazenada no Id. Essa energia é de
natureza sexual (libido) e não tem objecto. De acordo com a teoria psicanalítica o Id é a
parte mais antiga do aparelho psíquico, do ponto de vista topológico, o Id é
reservatório de toda energia psíquica. Ele ignora a realidade, os princípios lógicos e
racionais tais como o tempo e a causalidade entre eventos. Dessa forma, diz-se que o Id
trabalha através do princípio primário.

Ego desenvolve-se a partir do Id com objectivo de permitir que seus impulsos sejam
eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é chamado princípio da
realidade. É esse principio que introduz a razão, o panejamento e a espera ao
comportamento humano: a satisfação da pulsoes é retardada ate o momento em que a
realidade permita satisfações com um máximo de prazer e um mínimo de
consequências negativas. A principal função do Ego é buscar uma harmonização
inicialmente entre os desejos do Id e a realidade e posteriormente, entre esses e as
exigências do Super-ego.

Super-ego é a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade. O


Super-ego tem três (3) objectivos:

 Inibir (através da punicao ou sentimento de culpa) qualquer impulso contrario


ás regras e ideais por ele ditados;
 Forçar o Ego a se comportar de maneira moral (mesmo que irracional);
 Conduzir o indivíduo á perfeição – em gestos, pensamentos e palavras. O Super-
ego forma-se após o Ego, durante o esforço da criança de introjectar os valores
recebidos pelos pais e da sociedade a fim de receber amor e afeição. Ele pode
funcionar de uma maneira bastante primitiva, punindo o indivíduo não apenas
por acções praticadas, mas também por pensamentos, outra característica sua é
o pensamento dualista (tudo ou nada, certo ou errado, sem meio-termo). O
Super-ego divide-se em dois (2) subsistemas:
o O Ego ideal - que dita o bem ser procurado;
o Consciência - que determina o mal a ser evitado.

3.2.2.Fases do Desenvolvimento Psicossexual


A transição de uma fase para a outra é biologicamente determinada, de tal forma que
uma nova fase pode iniciar sem que os processos da fase anterior tenham se
completado. As fases se seguem umas atrás ás outras em uma ordem fixa e, apesar de
uma fase se desenvolver a partir da anterior, os processos desencadeados em uma fase
nunca estão plenamente completos e continuam agindo durante toda a vida da pessoa.

Fase oral (0-1 ano de idade)

Nessa fase a criança vivencia prazer e dor através da satisfação (ou frustração) de
pulsoes orais, ou seja, pela boca. Essa satisfação se da independentemente da
satisfação da fome. Assim, a sucção da criança no seio da mãe tem uma função ligada
ao prazer, alem de servirem de alimentação. Ao ser confrontada com frustrações a
criança é obrigada a desenvolver mecanismos para lidar com tais frustrações.

Esses mecanismos são a base da futura personalidade da pessoa. A fixação nessa fase
causa a depressão. O principal processo na fase oral é a criação da ligação entre mãe e
filho.

Fase anal (1-3 anos de idade)

Nessa fase, segundo Freud a satisfação das pulsoes se dirige ao ânus, ao controle da
tensão intestinal. Nessa fase a criança tem que aprender a controlar sua defecação, e
dessa forma, deve aprender a lidar com a frustração do desejo de satisfazer suas
necessidades imediatamente. Como na fase oral, também os mecanismos
desenvolvidos nesta fase influenciam o desenvolvimento da personalidade. A fixação
nessa fase ocasiona a neurose obsessivo-compulsiva (anancástica).

Fase fálica (3-5 anos de idade)

Esta fase se caracteriza pela importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do
falo ou pénis, nessa fase prazer e desprazer então assim, centrados na região genital.
As dificuldades dessa fase estão ligadas ao direccionamento da pulsao sexual ou
libidinosa ao progenitor do sexo oposto e aos problemas resultantes. A resolução
desse conflito está relacionada ao complexo de Édipo e á identificação como
progenitor de mesmo sexo.

Complexo de Édipo quando o menino apaixona-se pela mãe e tem rivalidade com o pai
e no caso da menina forma-se o complexo de Electra onde a menina apaixona-se pelo
pai e tem rivalidades com a mãe.

Fase de latência (5-11 anos de idade)

Depois da agitação dos primeiros anos de vida segue-se uma fase mais tranquila que se
estende ate a puberdade. Nessa fase as fantasias e impulsos sexuais são reprimidos,
tornando-se secundários, e o desenvolvimento cognitivo e a assimilação de valores e
normas sociais se tornam a actividade principal da criança, continuando o
desenvolvimento do Ego e do Super-ego.

Fase genital (11 anos ate o fim da adolescência)

Nessa fase as pulsoes sexuais, depois da longa fase de latência e acompanhando as


mudanças corporais, despertam-se novamente, mas desta vez se dirigem a uma pessoa
do sexo oposto. Como se depreende da explanação anterior, a escolha do parceiro não
se dá independentemente dos processos de desenvolvimento anteriores, mas é
influenciada pela vivencia nas fases anteriores.
3.2.3.Carácter
A fixação nas fases de desenvolvimento freudianas identifica o tipo de carácter que a
pessoa possui: carácter oral, anal, fálico ou genital.

a. Carácter oral

É caracterizado pelo optimismo, a passividade e a dependência. Para Freud, os


transtornos alimentares poderiam se dar ás dificuldades na fase oral.

b. Carácter anal

É caracterizado por três (3) traços que são: Ordem, Parcimónia (económico) e
Teimosia.

c. Carácter fálico

Por sua vez, gera dificuldades na formação do Super-ego (regras sociais), na


identificação do papel sexual e ate mesmo na sexualidade, envolvendo inibição
sexual, promiscuidade sexual e homossexualismo.

d. Carácter genital

É descrito como o ideal freudiano do desenvolvimento pleno, que se desenvolve na


ausência de fixações ou depois de sua resolução por meio de uma psicanálise. Contudo,
o indivíduo livre de conflitos pré-edipicos significativos, aprecia uma sexualidade
satisfatória, preocupando-se com a satisfação do companheiro sexual, evitando assim a
manifestação de um narcisismo egoísta. Assim, sua energia psíquica sublimada fica
disponível para o trabalho que é prazeroso.

3.2.4.Mecanismos de Defesa
Mecanismos de defesa são mecanismos inconscientes que se encarregam de minimizar
as consciências de um evento demasiado intenso, para que o indivíduo possa seguir
funcionando normalmente.
O Ego muitas vezes não consegue lidar com as demandas do Id e com as cobranças do
Super-ego. Assim, surgem os mecanismos de defesa, que são defesa bem sucedida
contra a ansiedade, pois ele diminui a tensão. Destaca-se que os mecanismos de defesa
contra a ansiedade podem ser encontrados em indivíduos saudáveis, porem quando
estão fortemente associados e trazem dificuldades sociais caracterizam-se enquanto
neuroses.

Mecanismos de Defesa Mais Comuns

 Repressão é o processo pelo qual se afastam da consciência conflitos e


frustrações demasiadamente dolorosos para serem experimentados ou
lembrados, reprimindo-os e recalcando-os para o inconsciente, o que é
desagradável é, assim, esquecido.
 Formação reactiva consiste em ostentar um procedimento e externar
sentimentos opostos dos impulsos verdadeiros, indesejados.
 Projecção consiste em atribuir a outros as ideias e tendências que o sujeito não
pode admitir como suas.
 Regressão consiste em retomar a comportamentos imaturos, característicos de
fase de desenvolvimento que a pessoa já passou.
 Sublimação é a satisfação de um impulso inaceitável através de um
comportamento socialmente aceite. Expressão de impulso recalcado de forma
produtiva e criativa.
 Identificação é o processo pelo qual um individuo assimila um aspecto, uma
característica de outro.
 Deslocamento é o processo pelo qual agressões ou outros impulsos
indesejáveis, não podendo ser direccionados á pessoas a que se referem, são
direccionados á terceiros.
 Negação é a tentativa de não aceitar na consciência algum facto que perturba o
Ego.
 Racionalização é o processo de achar motivos lógicos e racionais aceitáveis para
pensamentos e acções inaceitáveis.
 Isolamento uma ideia ou um acto sofre o rompimento de suas conexões com
outras ideias e pensamentos.
 Erik Erikson

Nascido a 15 de Julho de 1902, no início do século em Frankfurt, na Alemanha. Filho de


pais Dinamarqueses, mas abandonado à nascença pelo pai, foi educado por Theodor
Homburger, um pediatra Judaico - Alemão, que pensava ser o seu verdadeiro pai. Em
1927, Erikson enveredou pela docência, tornando-se a convite de um antigo colega de
escola, professor numa escola que se distinguia pelo seu estilo muito progressivo.
Neste local Erikson teve a oportunidade de ensinar, não só as matérias convencionais,
mas algo que muito lhe agradava como a pintura, o desenho e a história de diferentes
culturas como a Índia e a esquimó. Durante este período da sua vida Erikson começou a
relacionar-se com a família Freud, muito especialmente com Anna Freud, com quem
iniciou psicanálise e com quem ganhou o gosto do estudo da infância. Em 1930
publicou o seu primeiro artigo e em 1933, após completar a sua formação como
psicanalista, foi eleito para o instituto de psicanálise de Viena. Também em 1933
emigrou para os Estados Unidos onde iniciou a prática da psicanálise infantil em
Boston, associando-se à faculdade de medicina de Harvard. A partir desta altura Erikson
começou a preocupar-se com o estudo da forma como o Ego ou a consciência operam
de forma criativa em indivíduos considerados sãos.

Em 1936, Erikson abandonou a universidade de Harvard para trabalhar no Instituto de


Relações Humanas de Yale. E em 1938 deu inicio aos seus primeiros estudos sobre as
influências culturais no desenvolvimento psicológico, estudando crianças Índias no Pine
Ridge Reservations. Erikson faleceu em Maio de 1994. A teoria psicanalítica
contemporânea de Erik Erikson é de ênfase dinâmica, também conhecida por teoria
psicossocial enquadra-se no vasto quadro das teorias da personalidade.

Teoria Psicossocial
Erikson (2000) propõe uma concepção de desenvolvimento em oito estágios
psicossociais, perspectivados por sua vez em oito idades que decorrem desde o
nascimento até à morte. Cada estágio é atravessado então por uma crise psicossocial
entre uma vertente positiva e uma negativa, não sendo necessário perspectivar o
termo crise com dramatismo, visto o mesmo servir para designar um ponto decisivo e
necessário, um momento crucial, quando o desenvolvimento tem de optar por uma ou
outra direcção, escolher este ou aquele rumo, mobilizando recursos de crescimento,
recuperação e nova diferenciação. (Erikson, Apud, Manuela Monteiro & Milice Ribeiro
dos Santos, 2001).  

Erikson dá especial importância ao período da adolescência, devido ao facto ser a


transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam acontecimentos
relevantes para a personalidade adulta.

Cada estágio contribui para a formação da personalidade total (princípio epigenético),


sendo por isso todos importantes mesmo depois de se os atravessar. Como cada
criança tem um ritmo cronológico específico, não se deve atribuir uma duração exacta
a cada estágio.

O núcleo de cada estágio é uma crise básica, que existe não só durante aquele estágio
específico, nesse será mais proeminente, mas também nos posteriores a nível de
consequências, tendo raízes prévias nos anteriores.

Estágios de desenvolvimento segundo Erickson

Para Erikson, em cada um dos 8 estágios temos de lidar bem ou mal com uma crise.

1º Confiança Básica Versus Desconfiança Básica (primeiro ano de vida)


A fase Oral Sensorial do desenvolvimento psicossocial que é paralela a oral do
desenvolvimento psicossocial de Freud, ocorre durante o primeiro ano de vida, época
do nosso maior desamparo. A criança é totalmente dependente dos cuidados básicos
da mãe para sobreviver e ter segurança e afecto. Nessa etapa a boca de vital
importância e a criança vive por meio da boca e ama com ela. (Erikson, 1959, p.57)

Nesta idade a criança vai aprender o que é ter ou não confiança, esta está muito
relacionada com a relação entre o bebé e a mãe. A confiança básica é demonstrada
pelo bebé na capacidade de dormir de forma pacífica, alimentar-se confortavelmente e
de excretar de forma relaxada e esta expectativa proporciona o inicio da nossa
identidade do ego e que se lembrava de ter formado esse vínculo de confiança com a
mãe.

2º Autonomia Versus Vergonha e Dúvida (2 a 3anos)

Durante Fase muscular anal corresponde a fase anal de Freud a criança vai aprender
quais os seus privilégios, obrigações e limitações. Há por ela, uma necessidade de auto-
controle e de aceitação do controle por parte das outras pessoas, desenvolvendo-se
um senso de autonomia.

O aspecto negativo deste estágio é a vergonha e a dúvida quando perde o senso de


auto-controle, os pais contribuem neste processo ao usarem a vergonha na repressão
da teimosia.

A força básica que surge da autonomia é a vontade que envolve a determinação de


exercer a liberdade de escolha e autolimitação diante das demandas da sociedade.

3º Iniciativa Versus Culpa (3 a 5 anos)       


Relativamente ao terceiro estágio estipulado por Erikson, equivale ao estágio
psicossexual genital-locomotor, é o da iniciativa e, é semelhante a fase fálica do sistema
Freudiano. Uma era de crescente destreza e responsabilidade.

Nesta fase a criança encontra-se nitidamente mais avançada e mais organizada tanto a
nível físico como mental. É a capacidade de planejar as suas tarefas e metas a atingir
que a define como autónoma e por consequência a introduz nesta etapa.

No entanto este estágio define-se também como perigoso, pois a criança busca
exaustivamente e de uma forma entusiasta atingir as suas metas que implicam
fantasias genitais e o uso de meios agressivos a manipulativos para alcançar a essas
metas.

«O propósito, então, é a coragem de imaginar e buscar metas valorizadas não inibidas pela
derrota das fantasias infantis, pela culpa e pelo medo cortante da punição». (Erikson,
Apud., Calvin S. Hall; Lindzey Gardner; John B. Campbell, 2000)    

4º Diligência Versus Inferioridade (6-11anos)

A fase de latência de desenvolvimento psicossocial de Erikson a criança necessita


controlar a sua imaginação exuberante e dedicar a sua atenção à educação formal. Ela
não só desenvolve um senso de aplicação como aprende as recompensas da
perseverança e da diligência.

O prazer de brincar, o interesse pelos seus brinquedos são gradualmente desviados


para interesses por algo mais produtivo utilizando outro tipo de instrumentos para os
seus trabalhos que não são os seus brinquedos.

Também neste estágio existe um perigo eminente que se caracteriza pelo sentimento
de inferioridade aquando da sua incapacidade de dominância das tarefas que lhe são
propostas pelos pais ou professor.
5º Coesão da Identidade Versus Confusão de papéis (12 a 18 anos)

É a fase na qual temos que enfrentar e resolver a crise da nossa identidade básica do
ego, formamos a nossa auto imagem, integração de ideias sobre nós mesmos e o que
os outros pensam sobre nós.

Identidade do ego

A auto imagem formada durante a adolescência que integra as nossas ideias quanto ao
que somos e ao que queremos ser.

A crise de Identidade

O fracasso em adquirir a identidade do ego durante a adolescência.A força básica que


deveria se desenvolver durante a adolescência é a fidelidade, que surge de uma
identidade o ego coesa e engloba sinceridade, genuidade e um senso de sinceridade,
genuidade e um senso de dever nos nossos relacionamentos com outras pessoas.

«[…] uma mudança decisiva, um momento agudo de desequilíbrio. A noção está portanto
associada às noções da continuidade ou da descontinuidade do desenvolvimento, e à
própria validação do conteúdo dos estádios». (Roland Doron; François Parot, 2001:
p.196)

6º Intimidade Versus Isolamento

Considera o inicio da fase adulta uma etapa mais prolongada do que as outras
extendendo se do ffinal da adolescência ate aproximadamente 35 anos

Este estágio caracteriza-se pelo facto de pela primeira vez o indivíduo poder desfrutar
de uma genitalidade sexual verdadeira, mutuamente com o alvo do seu amor.
«Os jovens adultos estão preparados e dispostos a unir a sua identidade a outras pessoas.
Eles buscam relacionamentos de intimidade, parceria e associação, e estão preparados
para desenvolver as forças necessárias para cumprir esses cumprimentos, ainda que para
isso tenham de fazer sacrifícios». (Calvin S. Hall; Gardner Lindzey; John B. Campbell,
2000)

7º: Generatividade (preocupação com outras gerações) Versus Estagnação (35 a 55


anos)

É um dos mais extensos estágios psicossociais e resume-se no conflito entre educar,


cuidar do futuro, criar e preocupar-se exclusivamente com os interesses e necessidades
de orientação da próxima geração.

8ª Idade: Integridade do ego Versus Desespero (55 a +)       

A última idade do desenvolvimento psicossocial é marcada por um olhar retrospectivo,


que faz com que, ao aproximarmo-nos do final vida sentamos a necessidade de
aquilatar o que dela fizemos, revendo escolhas, realizações, opções e fracassos. (Luís
Rodrigues, 2001: p.283)

Nesta etapa da vida a questão que se coloca é «Teve a minha vida sentido ou falhei?».
Esta última idade ocorre frequentemente a partir dos 60 anos. A forca básica associada
a essa fase final do desenvolvimento é a sabedoria, que é derivada da integridade do
ego, é expressa na preocupação desprendida com o todo da vida.

3.1.4 Visão sobre a natureza Humana

Erikson pensava que nem todos fossem bem sucedidos na obtenção de esperança,
objectivos, sabedoria e outras virtudes. Apresentou uma imagem optimista da natureza
humana, nos temos a capacidade de atingir forcas básicas, solucionar cada conflito de
maneira positiva e dirigir conscientemente o nosso crescimento. Não somos vítimas de
forcas biológicas ou experiencias da infância e somos mais influenciados pela
aprendizagem e pelas interacções sociais.

1.2.2. Avaliação da teoria de Erikson

Erikson concordava com algumas formulações teóricas de Freud, mas se desviou da


linha de raciocínio Freudiano nos seus métodos de avaliação da personalidade.
Questionava a utilidade e até a segurança de algumas das técnicas freudianas, a
começar pelo divã analítico. Pedir aos pacientes para se deitarem no divã poderia levar
a uma exploração sádica, criar a ilusão de objectividade, estimular uma ênfase
excessiva no material inconsciente e gerar impessoalidade e altivez excessiva por parte
da terapêutica. Ele preferia que eles ficassem de frente um para o outro e sentassem
em cadeiras confortáveis.

1.2.3. Erikson versus Freud

Erikson identificou o tributo de Freud para o entendimento do desenvolvimento, mas


demarcou-se deste perspectivando o desenvolvimento de uma óptica não patológica.
Apercebendo-se de que Freud persistiu excessivamente no domínio da sexualidade e
das relações familiares. (Luís Rodrigues, 2001)

O que diferencia basicamente, a Teoria Psicanalítica Contemporânea de Erik Erikson da


Teoria Psicanalítica Clássica de Sigmund Freud, é o facto de Erikson ter uma concepção
mais englobante do desenvolvimento, essencialmente porque, o desenvolvimento
abarca todo o ciclo de vida e não é assente em termos psicossexuais, mas sim em
termos psicossociais. Isto porque o meio não é só a família mas agentes externos, tais
como, o meio sociocultural, os grupos e as sociedades.

Confusão de identidade

Erikson considera que a sintomas psicológicos que não podem ser explicados pela
teoria freudiana os quais estão aparentemente relacionadas a um censo de alienação
das tradições culturais e resultavam numa falta de imagem ou identidade clara da self.
Esse fenómeno, que ele inicialmente denominou confusão de identidade, era
semelhante ao problema que observava entre os veteranos emocionalmente
perturbados.

Pontos Chaves

Erikson perspectivava o desenvolvimento tendo em conta aspectos de cariz biológico,


individual e social.

A teoria psicossocial em análise enfatizava o conceito de identidade, a qual se forma no


5º estágio, e o de crise que sem possuir um sentido dramático está presente em todas
as idades, sendo a forma como é resolvida determinante para resolver na vida futura os
conflitos.

Com Erikson o conceito de Ego emerge com uma concepção ampliada, na qual assume
novas dimensões, sendo considerado criativo devido à sua versatilidade para resolver
os diferentes acontecimentos em cada estágio.

O panorama ocupado pela teoria eriksoniana despoletou por parte dos críticos várias
reacções, os quais apologizavam que a mesma não tinha em igual linha de conta as
raparigas, assim como, o facto de dar mais ênfase à infância do que a fase adulta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Barros, A. ,Estratégia Concursos, psicologia INSS, 2013.

Tuntufye Mwamwenda. Psicologia Educacional: Uma perspectiva Africana. (2005)

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