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Autismo
Autismo
Autismo
Aurelina Basílio
Universidade Rovuma
Nampula
2020
Amarildo Benjamim Victor Valane
Aurelina Basílio
Universidade Rovuma
Nampula
2020
Índice
Introdução...................................................................................................................................4
1. Conceitualização..................................................................................................................5
2. Autismo...............................................................................................................................5
4. Etiologia do Autismo...........................................................................................................6
7. Tratamento.........................................................................................................................12
Conclusão..................................................................................................................................14
Bibliografia...............................................................................................................................15
Introdução
2. Autismo
Autismo é uma síndrome definida por alterações presentes desde idades muito precoces,
tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por desvios qualitativos
na comunicação, na interacção social e no uso da imaginação (MELLO, 2004, 16).
Estes três desvios, que ao aparecerem juntos caracterizam o autismo, foram chamados por
Lorna Wing e Judith Gould, em seu estudo realizado em 1979, de “Tríade”.
Segundo MELLO (2004, 20) A definição de autismo adoptada pela AMA, para efeito de
intervenção, é que o autismo é um distúrbio do comportamento que consiste em uma tríade de
dificuldades:
4. Etiologia do Autismo
Apesar de muitos estudos efetuados ainda não há certezas quanto ao papel dos genes no
aparecimento do autismo. Sabendo porem que a síndrome acomete mais meninos do que
meninas com total de cinco para um. Actualmente com base da relação do autismo com
diversas patologias (rubéola, paralisia cerebral, meningite, etc.) o autismo tem sido descrito
pela ocorrência em associação com uma grande variedade de perturbações de base biológica.
Com base nesses dados se aceita que o autismo resulte da perturbação de determinadas áreas
do sistema nervoso central que atingem a linguagem, o desenvolvimento cognitivo e
intelectual, assim como a capacidade de estabelecer relação, podendo estar associada a uma
gama de desordem cerebral. As investigações neurobiológicas evidenciaram a origem
orgânica do autismo, embora ainda não tenha sido identificado de forma efectiva.
Pode-se concluir que o autismo é causado por perturbações biológicas diversas, ou seja, que a
um carácter multicausal para ela.
Apesar de o autismo ser uma síndrome definida em termos comportamentais, é aceito também
actualmente que existam deficits cognitivos e vários níveis que a ela são associados. Em 1964
surge a primeira teoria psicológica defendida por Rinland. Essa teoria sugeria que crianças
autistas tinham dificuldade na associação dos estímulos recebidos com a memória resultante
de experiências anteriores, porém foram os estudos defendidos o Hermelin e O’Connor (1970)
que deram a importância definitiva a essas investigações, como objectivo de identificar o
deficit cognitivo básico associado aos distúrbios fundamentais do autismo.
A escola é um lugar que proporciona às crianças a possibilidade de integração social, faz com
que a criança tenha contacto com outros sujeitos que não são do seu meio familiar
contribuindo para o seu desenvolvimento social. Vasques; Baptista, (2003, p.9) diz:
"Mais que um exercício de cidadania, ir á escola, para as crianças com psicose infantil e
Autismo poderá ter valor constitutivo, onde, a partir da inserção escolar seja possível uma
retomada e reordenação da estruturação psíquica do sujeito".
O desafio na educação requer em compreender como ocorrem às relações sociais, didácticas e
metodológicas da criança autista a partir da educação infantil, analisando o desenvolvimento
cognitivo, afectivo e histórico-cultural e a influência familiar. De acordo com Cunha, (2016,
p.23).
"O autismo tem que ter um olhar pedagógico e sabermos como lidar na escola e como abordá-
lo, os sintomas variam muito de indivíduo para indivíduo. Em alguns quadros, há o
acometimento de convulsões, já que o transtorno pode vir associado a diversos problemas
neurológicos e neuroquímicos".
Após o aluno estar incluído na escola, cabe ao educador fazer a primeira identificação precoce
na criança de algo que não está dentro da normalidade, uma conduta essencial para a
intensificação à comunicação, interacção social da criança no ambiente escolar e na
sociedade.
Estas características precisam ser avaliadas pelo educador para seu conhecimento, tornando-se
essencial para entender que tipo de síndrome a criança está sofrendo, isso se ela não tem um
laudo médico. Após identificar que tipo de síndrome a criança está acometida, caberá ao
docente usar metodologias pedagógicas apropriadas para aquela criança, juntamente com o
afecto, pois o afecto é uma ferramenta pedagógica essencial para o professor encontrar
recursos necessários para trabalhar as dificuldades encontradas no seu aluno, que podem ser
várias.
Não existe uma regra igual para todas as crianças, cada criança é única, existem caminhos e
interesses que levam ao ensino aprendizagem. Alguns educadores renomados e respeitados
pesquisadores, afirmam que a aprendizagem mais valiosa para a criança vem por meio de
brincadeiras. Para Lee:
"O brincar é a principal actividade da criança na vida, através do brincar ela aprende as
habilidades para sobreviver e descobre algum padrão do mundo confuso em que nasceu.
(LEE, C. 1977, p.340) ".
As brincadeiras desenvolvem na criança, diversas habilidades e competências para seu
desenvolvimento cognitivo, intelectual, inclusão social e a ajuda a prepará-lo para viver
melhor em sociedade. Vygotsky e Luria (1996, p. 220) afirmam que:
"O homem é uma criatura social, e as condições socioculturais o modificam profundamente,
desenvolvendo toda uma série de novas formas e técnicas em seu comportamento".
A escola é sem dúvida o primeiro passo para a integração e a inclusão do aluno autista. Tudo
começa com a sua integração na educação infantil, onde a criança autista começa a se
desenvolver intelectualmente e afectivamente nos ambientes internos e externos, conhecendo
uma nova realidade, proporcionada pelos alunos, docentes e toda equipe da instituição
escolar. Kupfer (2007, p.36), ressalta que:
A criança moderna é uma criança indissoluvelmente ligada ao escolar,
que lhe atribui o lugar social, a inserção social, é o que a constitui, o
que lhe dá identidade [...]. A história sublinha então uma dimensão da
infância que é dada pelo campo social, que a enquadra, lhe dá
significação e interpretação. O campo social também define um tempo
para essa infância, que é justamente a escolarização obrigatória.
Desde o nascimento da criança, sabe-se que todo o desenvolvimento e a aprendizagem são
processos naturais de cada individuo, mas a aprendizagem escolar é diferente da
aprendizagem espontânea, pois a escola é que produz algo novo e diferente no processo de
desenvolvimento da criança.
Um ensino para todos os alunos na perspectiva inclusiva há que se distinguir pela qualidade, o
desafio de fazê-lo acontecer é uma tarefa que deverá ser para todos os que compõem o
sistema de educação.
Com relação aos medicamentos, eles devem ser prescritos pelos médicos e serão sempre
indicados quando houver alguma morbidade neurológica ou psiquiátrica, e quando seus
sintomas interferem no quotidiano. Vale ressaltar que até o momento não existe uma
medicação específica para o tratamento do autismo. A o longo das últimas décadas devido ao
aumento do número de nascimento de crianças autistas foram criadas intervenções efectivas
para auxiliar não só o autista, mas também oferecer um suporte para toda a família. O que vai
estabelecer o sucesso ou não do desenvolvimento da criança autista é justamente esse apoio e
intervenção familiar feita organizadamente seguindo critérios traçados pela equipe
multidisciplinar.
Conclusão
Podemos perceber que embora o autismo seja um desajustamento crónico, se bem estimulado
as crianças podem eventualmente ter convívio social mesmo que limitado. Notamos que essa
síndrome atinge habilidades indispensáveis para desenvolvimento humano e que por isso
requer rigoroso acompanhamento por parte dos pais e cuidadores, além de haver premissa de
contacto frequente com profissionais da área da saúde e trabalhos inclusivos bem feitos por
parte das escolas e professores, não podemos esquecer do trabalho de conscientização junto a
crianças não autistas para que essas sirvam como via de acesso e não como promotor de
bullying e estigmatizações.
A cura não existe, ao menos não foi descoberta, mas existem técnicas, tratamentos, projectos
educacionais que se usados precocemente podem melhorar drasticamente a qualidade de vida
dos autistas, entretanto, inferimos baseado no estudo que ainda há dificuldades no
desenvolvimento dos autistas ligados a má qualificação dos profissionais envolvidos, pouco
incentivo e políticas públicas apropriadas que ajudem gratuitamente as famílias e os autistas,
além dos altos e abusivos valores praticados nos tratamentos, deficiência na grade escolar no
que tange aos autistas e as escolas inapropriadas sem actividades de estimulação. É notório
que todos os profissionais têm papel de fomentar, estimular e prover tratamentos adequados,
precisam ser facilitadores no processo de melhora, mas percebemos que não existem
instituições ou programas de treinamento suficientes para atender a demanda.
Bibliografia