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Modelo Ecológico de DONHRENWEND 11

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Mónica Ali Selemane

Modelo de Dohrenwend
(Licenciatura em Psicologia Educacional)

Universidade Rovuma
Nampula
2019
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Mónica Ali Selemane

Modelo de Dohrenwend

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue ao respectivo docente, na cadeira
de Psicologia Social da Saúde, no curso de
Licenciatura em Psicologia Educacional, 20
ano, regime regular.

Docente: MA. Laurentino Tarcísio

Universidade Rovuma

Nampula

2019
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Índice
Introdução........................................................................................................................................4

1. O modelo de Dohrenwend, no quadro conceptual do ponto de vista ecológico......................5

1.1. Origem da psicologia comunitária........................................................................................5

2. Fundamentos da psicologia comunitária..................................................................................6

2.1. Psicologia Comunitária e Ecologia.......................................................................................6

3. Processo gerador de psicopatologia por sobrecargas psicossociais.........................................7

4. Principais modelos de stress no trabalho..................................................................................8

4.1. Modelo de Ajustamento Pessoa - Ambiente.........................................................................8

4.2. Modelo Exigências - Controlo..............................................................................................8

4.3. Modelo do Desequilíbrio Esforço - Recompensa.................................................................8

5. Meios de superação do processo e mediadores situacionais psicológicos...............................8

Conclusão......................................................................................................................................10

Bibliografia....................................................................................................................................11
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Introdução
O presente trabalho tem como tema O modelo de Dohrenwend, no quadro conceptual do ponto
de vista ecológico, mas concretamente do Processo gerador de psicopatologia por sobrecargas
psicossociais e Meios de superação do processo e mediadores situacionais psicológicos, importa
realçar que a natureza dos fatores psicossociais depende substancialmente da interpretação dos
trabalhadores. Desempenhar uma grande variedade de tarefas pode causar stress para umas
pessoas. A caracterização da organização saudável de Henry (2005) atém-se a variáveis
relacionadas com a organização e desempenho do trabalho dentro da organização. Outras
descrições mantêm esses mesmos fatores mas incluem também indicadores de saúde e bem-estar
e dimensões da vida das pessoas extrínsecas ao trabalho, como o equilíbrio entre o trabalho e a
família.
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1. O modelo de Dohrenwend, no quadro conceptual do ponto de vista ecológico


1.1. Origem da psicologia comunitária
A Psicologia Comunitária surge em meados da década de 60, no decurso de um período de
grandes transformações, não somente na área da Saúde Mental, mas também na sociedade em
geral. Colocaram-se novas questões relacionadas com os problemas sociais, acrescidas de um
ritmo de mudança acelerado e abrangente o que levou a que, metodologias até aí utilizadas para a
compreensão dos fenómenos sociais, se tornassem inadequadas.

Estudos Epidemiológicos como os de Dohrenwend e Dohrenwend (1969), Strole et. al. (1962), e
Leighton (1 9631, demonstraram de forma consistente, uma relação inversa entre o status social e
as perturbações psicológicas e concluíram, que as problemáticas emocionais são mais frequentes
e mais profundas em grupos populacionais de baixos rendimentos, mas também que essas
problemáticas surgiam em áreas geográficas onde a desorganização social tendia a prevalecer,
apontando estes dados, para a necessidade de reformas no sistema de saúde mental.

A relação entre os problemas sociais e a Saúde Mental, levou a progressiva substituição do


modelo biológico e individual, por uma intervenção educacional, de crítica social, de
implementação de reformas e planeamento social.
Rappaport (1 977), refere-se a Saúde Mental Comunitária como uma
abordagem dos problemas comunitários que rejeita a noção de défice, e
defende o princípio do ajustamento do indivíduo ao seu meio, da
relatividade cultural e da diversidade, que transforma o objectivo da
intervenção social no fornecimento de recursos materiais, educacionais e
psicológicos de suporte, aos indivíduos e grupos de uma comunidade que
assim, podem viver segundo formas diferenciadas da sociedade em geral.

Os psicólogos comunitários construíram uma nova visão do psicólogo, cujo principal objectivo
passou a ser o estudo, a compreensão, a conceptualização e a intervenção rigorosa nos processos,
através dos quais, as comunidades pudessem melhorar o estado psicológico geral dos indivíduos
que nela vivessem.
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2. Fundamentos da psicologia comunitária


2.1. Psicologia Comunitária e Ecologia
A Ecologia é um referencial fundamental a Psicologia Comunitária, funcionando como um
paradigma científico e um conjunto de valores, partindo do pressuposto de que o ambiente
exerce efeitos significativos no comportamento humano. O estudo de unidades maiores do que os
organismos individuais tem vindo a ser o objecto da Ecologia, incluindo populações,
comunidades, ecossistemas e a biosfera.
A perspectiva ecológica, segundo Kelly (1 987), transpõe para a Psicologia, a necessidade da
observação dos indivíduos nos seus contextos naturais, propõe a impossibilidade de separação da
definição dos problemas, dos métodos de investigação, dos valores subjacentes e o trabalho ou
posição do interventor social, pelo que a investigação comunitária é uma intervenção no puxo
contínuo da vida comunitária.
A perspectiva ecológica, na generalidade, não entende o comportamento humano como o efeito
Linear de uma causa única e isolada, o que representa uma separação clara em relação à tradição
dominante na Psicologia, que tem por base testagem de hipóteses causais.

James Kelly (1 966), ao propor uma analogia entre a Psicologia Comunitária e a Ecologia,
identificou quatro princípios para a abordagem da intervenção comunitária:
 O primeiro, relaciona-se com o facto de os componentes de uma unidade social serem
interdependentes, isto é, as mudanças num dos componentes de um ecossistema,
produzirão mudanças noutros componentes desse mesmo ecossistema.
 O segundo princípio, relaciona-se com o carácter cíclico dos Recursos (cycling of
Resources) e sugere que no sistema biológico, a transferência de energia revela os
componentes individuais que constituem o sistema e as suas interpelações, a energia é
transmitida através deste ciclo, ou seja, o que resta numa etapa serve de base para a fase
seguinte do ciclo
 O terceiro princípio, é o da Adaptação, que realça a especificidade dos recursos que o
meio proporciona e como estes podem facilitar determinados comportamentos e
constranger outros;
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 O quarto princípio, relaciona--se com a Sucessão, que implica a avaliação dos ambientes
ou contextos como algo não estático.
3. Processo gerador de psicopatologia por sobrecargas psicossociais

O instituto norte-americano de segurança e saúde ocupacional considera que o conceito


“psicossocial” engloba vários factores, distribuídos por três domínios;
 Trabalho e ambiente de trabalho;
 Ambiente extra trabalho; e
 Características individuais dos trabalhadores.
No entanto interacções entre factores em cada um destes domínios constituem um processo de
stress, cujos resultados se pensa que influenciam tanto a saúde do trabalhador como o seu
rendimento ocupacional.
Factores psicossociais são classificados em negativos e positivos. Esta distinção deve ser
entendida a dois níveis, um relativo à natureza dos factores psicossociais, e outro às suas
consequências. Os factores psicossociais serão positivos ou negativos em função da sua presença
ou ausência (por ex., assédio moral) ou da sua intensidade (por ex., sobrecarga ou sob carga de
trabalho).

Segundo (Ramos, 2001). O stress eh classificado em sete grandes categorias São eles:

 As condições físicas do trabalho, iluminação, ventilação, ruído;

 As características do trabalho sobrecarga de trabalho, ritmo, natureza das tarefas;

 O papel na organização ambiguidade, conflito;

 A estrutura e o clima organizacionais competição, liderança, cultura de tomada de


decisões;

 Mudança organizacional, violência psicológica no trabalho;

 O relacionamento interpessoal por ex, conflitos interpessoais;

 A carreira profissional centrada no mundo do trabalho ou numa nova organização,


formação, transições na carreira, reforma;
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 Os factores extrínsecos ao trabalho, tais como a articulação família, trabalham, stressores


crónicos por ex, doença familiar, microstressores como o trânsito, e até macrostressores
por ex, períodos de crise económica) (Ramos, 2012).

4. Principais modelos de stress no trabalho


4.1. Modelo de Ajustamento Pessoa - Ambiente
De acordo com o modelo de ajustamento pessoa-ambiente (Caplan, 2011; Edwards, Caplan &
Harrison, 2000; French, Rogers & Cobb, 1974), o stress no trabalho é o desajustamento entre o
indivíduo e o ambiente de trabalho. Por seu lado, a saúde no trabalho realiza-se no acerto entre a
pessoa e o trabalho. Ou seja, fracos ajustamentos pessoa - ambiente definem o stress no trabalho,
enquanto bons ajustamentos pessoa - ambiente reflectem a saúde e o bem-estar no trabalhador
são factores de promoção.

4.2. Modelo Exigências - Controlo


O modelo exigências - controlo (Karasek, Baker, Marxer, Ahlbom, & Theorell, 1981; Karasek &
Theorell, 1990; Karasek, 2011) permite conceber o stress no trabalho enquanto ausência de
controlo do indivíduo sobre as exigências impostas pelo trabalho. Quando o controlo das pessoas
é elevado, mesmo na presença de fortes exigências profissionais, o trabalho é agente de
aprendizagem, de desenvolvimento pessoal e de saúde.
4.3. Modelo do Desequilíbrio Esforço - Recompensa
Segundo o modelo do desequilíbrio esforço - recompensa (Siegrist, 2002; Siegrist, Falck, &
Joksimovic, 2005), o stress resulta da discrepância entre o esforço das pessoas e as recompensas
obtidas do trabalho. A saúde no trabalho é entendida como reciprocidade entre os custos do
envolvimento no mesmo e os ganhos obtidos.

5. Meios de superação do processo e mediadores situacionais psicológicos


A literatura refere-se ao bem-estar usando vários qualificativos, dos quais os mais salientes são o
bem-estar afectivo, o bem-estar subjectivo, o bem-estar psicológico e bem-estar social.
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O bem-estar subjectivo reflecte o quanto a pessoa se julga feliz. O conceito traduz a avaliação
global da satisfação com a vida e inclui as respostas emocionais da pessoa e a satisfação com os
seus diferentes domínios de vida. O bem-estar subjectivo é constituído por três componentes, o
primeiro de natureza cognitiva e os dois últimos de natureza emocional, satisfação com a vida,
afecto positivo energia, entusiasmo, excitação e afecto negativo (raiva, culpa, depressão).

O bem-estar psicológico traduz o funcionamento psicológico positivo e é constituído por seis


dimensões;
 Auto-aceitação, avaliações positivas de si mesmo e do seu passado
 Crescimento pessoal, sentimento de desenvolvimento contínuo enquanto pessoa;
 Objectivos de vida, crença de que a vida tem propósitos e significado;
 Relações positivam com os outros, possuir relações interpessoais de qualidade,
 Domínio do meio, capacidade de gerir com eficácia a própria vida e o mundo
circundante;
 E autonomia sentimento de autodeterminação, (Ryff, 1989; Ryff & Keyes, 1995).
O bem-estar social representa a avaliação das circunstâncias e do funcionamento pessoal em
sociedade e é constituído por cinco dimensões;
 Integração social, pertença, partilha e qualidade da relação com a sociedade e a
comunidade;
 Contribuição social, avaliação do seu próprio valor social;
 Coerência social, avaliação do mundo social como compreensível, sensível e previsível);
 Aceitação social, confiança e consideração pelos outros; e
 Evolução social, crença no potencial da sociedade e na sua concretização pelas
instituições e pelos cidadãos) (Keyes, 1998).
Bem-estar afectivo representa uma estimação subjectiva de quanto uma pessoa se sente bem ou
mal, e refere-se especificamente ao trabalho.
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Conclusão
A caracterização da organização saudável de Henry (2005) atém-se a variáveis relacio-nadas
com a organização e desempenho do trabalho dentro da organização. Outras descrições mantêm
esses mesmos fatores mas incluem também indicadores de saúde e bem-estar e dimensões da
vida das pessoas extrínsecas ao trabalho, como o equilíbrio entre o trabalho e a família.
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Bibliografia
MARCO ANTÓNIO FERREIRA RAMOS COPING, FATORES PSICOSSOCIAIS E
CAPACIDADE PARA O TRABALHO.Departamento de Educação. 2014.

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