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As Crianças e o Brincar Heurístico

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As crianças e o brincar

heurístico.
Prof. João Luiz Silva
Elinor Goldschmied e uma
abordagem significativa
Suas contribuições
• ELINOR G.

• Viveu parte de sua infância no campo, brincando com elementos “naturais e


reais”, o que contribuiu para a sua pesquisa.
• No ensino médio, escolheu estudar na área da educação no Fröebel Institut,
na Inglaterra onde formou-se como educadora da primeira infância.
• Trabalhou no campo da saúde mental, nesta época atuou como responsável
por crianças refugiadas, consideradas selvagens.
• Em 1945 trabalhou no campo da saúde mental, Elinor inspirou-se em Anna
Freud e Dorothy Burlingham.

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• Após a segunda guerra, Elinor seu marido Guido e seu filho Marco
retornam à Itália. Neste momento, visitou vários orfanatos e
observou as poucas condições relacionadas ao lúdico. Servindo de
inspiração para a sua abordagem.
• Elinor leva reflexões sobre a importância do brincar nesses espaços,
considerando a brincadeira com materiais diversificados que
fornecem um grande número de experiências.
• Tais experiências possibilitam a construção de bases em seu
trabalho, tanto na Itália como na Inglaterra e na Catalúnia. Sendo
considerada como uma das grandes especialistas no campo da
educação e cuidados de 0 a 3 anos.

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Sua proposta pedagógica

• Parte do pressuposto de que a criança é um ser ativo para fazer as


suas descobertas, o mundo que a cerca e o cotidiano.

• Desenvolvendo o papel de respeito e escuta aos bebês e crianças


pequenas.

“Os adultos têm um papel importante na modelagem do


comportamento das crianças, mas eles podem escolher entre fazê-lo
de forma autoritária ou cooperativo, por meio de ordens ou
negociação.” Elinor G.

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• Se quisermos que elas cresçam como cidadãos ativos e
participativos, entretanto, precisamos aceitar que mesmo às
crianças menores deveria ser dada a oportunidade de
expressar suas opiniões e sua parte na tomada de decisões~,
tão logo elas tenham competência para tanto.

• Quanto melhor for a qualidade das oportunidades para


brincar oferecidas às crianças, mais prazerosas serão as
experiências, tanto para elas quanto para os adultos.

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Organização das sessões

“Criar um ambiente visual satisfatório não é uma tarefa que se faz


uma só vez para sempre, mas algo que precisa acontecer de forma
continua. Da mesma forma que, em nossos lares, fazemos
constantemente ajustes e melhorias, mudando quadros de um
aposento para o outro, mudando uma luminária ou uma planta, uma
creche parecerá convidativa e bem cuidada somente se o mesmo tipo
de processo acontecer.” Goldschmied e Jackson (2006, p.35)

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• CONTEXTO é um termo que deriva do latim contextus e se refere a
todos os fatores geográficos, físicos, culturais, históricos, sociais e aos
elementos construídos que caracterizam um determinado lugar em
que algo vai ser desenvolvido.

• CONTEXTOS PREPARADOS PELO PROFESSOR, sendo uma estratégia


de aprendizagem, um modo de pensar e organizar a complexa tarefa
de “ensinar” uma decisão criativa que favorece nas crianças seu
processo de aprender.

• ESPAÇOS/LUGARES que provoquem desafios nas crianças.

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Contextos de aprendizagens

Surgem através de observações, levando em


consideração os aspectos cognitivos, afetivos,
simbólicos, imaginativos, expressivos e que provocaram
interações sociais capazes de estimular nas crianças o
espírito de colaboração a troca de saberes, o esforço
individual e o coletivo nas experiências construtivas.

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O contexto estético se torna aliado nesses momentos de pesquisa, o
espaço pode ampliar o repertório de construções ou se tornar
limitador, a estética do local deve levar em conta a ação social da
criança sobre o local, quando arquitetamos o espaço estamos
pensando na pluralidade e materiais que o grupo demonstra
interesse, convidando a criança para a sua brincadeira e construção.
A organização do material disponível leva em conta o tempo de
pesquisa e interesse do grupo, um ambiente visual que seja um
convite para encontros e conexões é o ideal para as crianças.

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Precisamos entender que todos os espaços da escola são importantes e
propiciam diferentes encontros, pensando em espaços polivalentes, ou
seja, que cumpram distintas funções.

ESPAÇOS ONDE AS CRIANÇAS POSSAM EXPERIMENTAR, ONDE POSSAM


FAZER E DESFAZER, COMPARTILHAR, RELACIONAR-SE. TRABALHAR COM
OS OUTROS, SENTIR NOVAS SENSAÇÕES, EXPLORAR DISTINTAS
POSSIBILIDADES QUE LHES PERMITAM NOVAS DIMENSÕES RELACIONAIS.

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Espaços que possam...

• EMPILHAR
• ACOMODAR
• ESCOLHER
• EQUILIBRAR
• COMPARAR
• COMPOR
• CLASSIFICAR
• INTERAGIR EM DUPLAS, GRUPOS OU SOZINHOS.

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Cesto dos
Tesouros
Apesar dos grandes avanços em nosso
conhecimento acerca de como um bebê se
desenvolve desde antes do nascimento até a
maturidade, neste país estamos ainda longe
de dar sério reconhecimento à importância
dos primeiros três anos.

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Trecho livro: Educação de 0 a três anos 14
• Os bebês que participam do cesto são aqueles que permanecem
sentados sozinhos e ainda não caminham.

• As vestimentas deverão ser confortáveis para a exploração do


brincar.

• As sessões deverão ser realizadas em pequenos grupos de 2 a 4


bebês.

• Importante realizar esses momentos após sono, higiene e


alimentação.

• Duração entre 25 a 50 minutos.

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Os cestos dos tesouros e a brincadeira heurística com objetos
têm um denominador comum na atividade das crianças: a
exploração e o descobrimento dos objetos. A primeira
brincadeira é o prelúdio da segunda, e, por sua vez, esta ultima
será mais rica quanto mais frutífera tiver sido a anterior.
Tere Majem e Pepa Odena

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O que os bebês fazem?
• O cesto dos tesouros é uma PROPOSTA!
• Trata-se de uma coleta especial de materiais, não são
“brinquedos” que podemos encontrar em casa, confeccionar,
recuperar ou então comprar.
• Outros materiais não dariam à criança referências tão
precisas sobre a superfície dos objetos, o peso, a
temperatura, a forma, a cor, o som, a consistência.

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Os bebês que estão nesse estágio encontram-
se em um período de transição entre o que
Corinne Hutt (1979) chamou de “brincar
epistêmico”, no qual a pergunta na mente da
criança parece ser “o que é isto?”.
A seleção dos materiais é feita atendendo a objetivos criativos e
renovadores, quer dizer, temos de nos perguntar como
podemos proporcionar às crianças a melhor “dieta mental”,
equilibrada e estimulante.

Por meio do cesto dos tesouros , ajudamos os bebês a


estabelecerem os primeiros contatos, comunicações e interesses
mútuos enquanto brincam com objetos do cesto.

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Jogo Heurístico
Trata-se de um jogo de descobertas de grande importância ao
desenvolvimento das crianças bem pequenas pela
oportunidade de potencializar a ação autônoma e a sua
liberdade em investigar.

(GOLDSCHMIED; JACKSON, 2006)


Os tapetes tem como função promover
a interação entre as crianças ao
mesmo tempo em que asseguram que
cada uma possa começar sua
brincadeira com seus próprios objetos.

Ofertar uma rica variedade de


materiais não estruturados, para
potencializar as suas pesquisas e
criações.
Bandejas de experimentação
A bandeja de experimentação é uma proposta inspirada na
perspectiva de Goldschmied (2006), constitui-se como uma
proposta na qual a criança é colocada a descobrir as coisas por
si mesmo.

A proposta das bandejas vai ao encontro da necessidade das


crianças de experienciar jogos de criatividade, nos quais a
disponibilidade e seleção dos materiais ocasiona essa
possibilidade criativa (GODAL, 2015).
▪ As bandejas de experimentação podem ser
usadas como propostas de aprendizagens,
sendo elas organizadas de modo que promovam
explorações potentes e significativas no
desenvolvimento das crianças pequenas.

▪ A partir disso, o contato com os artefatos


compreendidos nas bandejas contribuem para a
aprendizagem das crianças, proporcionando a
elas momentos de exploração e manipulação
com recursos que fazem parte do cotidiano ou
do meio ambiente, e que se tem livre e fácil
acesso aos mesmos. Ademais, esse jogo
heurístico dispõe de materiais que instigam a
curiosidade da criança, resultando em
brincadeiras prazerosas.
Com base nas afirmações das autoras
Carballar Castilla e Jiménez Cabrera
(2016), através do uso das bandejas, é
possível estimular as habilidades
motoras das crianças; estimular os
sentidos através do contato com
materiais naturais e do uso cotidiano;
incentivar a curiosidade por meio da
exploração, observação e concentração
dos elementos que compõem a
bandeja. Além do que, através dessa
atividade, cada criança tem a chance de
exercer sua capacidade de escolha,
raciocínio lógico-matemático e
manipulação diante dos objetos que
lhes são expostos.
MATERIAIS NATURAIS

São os materiais de vida:

• Permitem às crianças construir seu próprio universo natural.


• Fazem as crianças entrarem em um diálogo com o misterioso, com a
anatomia da natureza: árvores, pedras, sementes, as plantas movem
as crianças a falar com o que está oculto na natureza.
• Possibilitam indagar sobre as peculiaridades dos materiais. A madeira
que varia de acordo a como se apresenta, as pedras em diferentes
quantidades, formas e tamanhos.

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MATERIAIS ARTIFICIAIS

• Materiais que oferecem infinitas possibilidades. As crianças podem


dar a eles múltiplas funções em comparação com as que lhes dão os
adultos, seu potencial cria novas possibilidades.
• PERMITEM QUE AS CRIANÇAS SE APROPRIEM DE OBJETOS COM
SIGNIFICADOS
• POSSIBILITAM VALORIZAR OS OBJETOS POR SUA HISTÓRIA E POR SEU
VALOR CULTURAL.
• PROMOVEM COMPORTAMENTOS COLETIVOS E INDIVIDUAIS, OU SEJA,
COMUNIDADES DE SIGNIFICADO.

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Sugestões de materiais para compor os cestos

Objetos naturais:
- Frutas e legumes
- Conchas
- Pedaços de bambu
- Cascas de coco
- Porongo ou cuias de chimarrão
- Pinhas
- Pedras
- Esponjas naturais
Objetos feitos de recursos naturais:

- Cinto de couro
- Pequenas bolsas de couro ou tecido
- Prendedores de roupa
- Pequenos cestos de vime
- Pincel de barba
Objetos de madeira:

- Colheres de pau
- Descanso de panela
- Argolas grandes
- Massageador de madeiras
Objetos de metal:

-Correntes
-Chave de boca
-Coador de chás
-Colheres de diferentes formas
-Lata de leite
-Pequenas tigelas de metal
-Forminhas
-Batedor de ovos
-Molho de chaves
-Conchas
-escumadeira
Outros objetos:
- Saquinhos de tecidos contendo cheiros
- Bolas de diferentes tamanhos
- Estojos
- Escovas
- Cachecol
- Pompom de lã
- castanholas
Objetos de papel:

- Tubos de papel higiênico, papel toalha, etc


- Caixas de perfume, remédios, cremes
- Coador de café
- Cadernos pequenos
Planejamento da sessão

DATA:
Quais crianças estavam O que chamou a
na sessão? atenção? (SITUAÇÃO
DE DESTAQUE).
O QUE FOI PROPOSTO?
COLOCAR REGISTROS
Importante
O brincar heurístico não contém brinquedos comerciais nem
objetos de plástico, já que esses só têm variedade de cor. A vida
cotidiana já está cheia de cores. Sobretudo interessa oferecer às
crianças todo tipo de materiais naturais, que normalmente não
estão ao seu alcance, com o propósito de proporcionar-lhes
uma oferta o mais ampla possível de experiências sensoriais.

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Porque pensar no brincar heurístico para as
crianças??
• Capacidade de concentração.
• A utilização das mãos e dos movimentos de todo o corpo.
• A capacidade de escolher entre muitos objetos.
• A capacidade de exploração de um conjunto muito variado
de objetos e o descobrimento de suas propriedades.
• Que a criança aprenda sozinha e por si mesma sem depender
do adulto.
• A estruturação do pensamento.
• Que a criança aja de acordo com seu próprio ritmo.
• O prazer da surpresa.
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Referências

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