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Batismo Infantil - Alan Rennê
Batismo Infantil - Alan Rennê
Batismo Infantil - Alan Rennê
A Verdade do Evangelho
Batismo Infantil:
Bezerro de Ouro da Reforma
Ou Ordenança Bíblica?
Por Dorisvan Cunha e Alan Rennê
Editor Responsável:
Dorisvan Cunha
Revisão
Tiago Ferreira da Cunha
Projeto Gráfico:
Yasmin Cunha | yasmin-ssantos@live.com
SUMÁRIO
Prefácio........................................................................................................04
Introdução....................................................................................................05
PRIMEIRA PARTE..................................................................................07
O fundamento Bíblico.................................................................................08
Um só Cristo, uma só aliança......................................................................11
A aliança, o selo e as crianças.....................................................................13
Batismo: a continuidade do selo no Novo Testamento...............................17
Aplicações necessárias................................................................................20
1. Somos contra o dispensacionalismo......,,,,,.............................................20
2. Somos contra a exclusividade do credobatismo......................................20
3. Somos contra a negligência do povo da Aliança.....................................20
SEGUNDA PARTE...................................................................................21
O Período de transição da aliança...............................................................22
Batismo: um novo símbolo.........................................................................25
Implicações da doutrina..............................................................................28
As principais objeções contra o pedobatismo.............................................30
1. O argumento da Grande Comissão..........................................................30
2. Não há nenhum exemplo claro no Novo Testamento..............................31
3. Não há nenhum ensino claro no Novo Testamento.................................32
4. O argumento de que os bebês não podem raciocinar e crer....................33
Conclusão....................................................................................................35
Bibliografia..................................................................................................36
4 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
PREFÁCIO
1
Paul Washer, Dez acusações contra a igreja moderna, p. 44.
2
CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER, XXVII. V.
5 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
INTRODUÇÃO
Existem alguns assuntos no meio do povo de Deus, que são polêmicos
e levantam grandes questionamentos. Não há nenhum problema com isso.
Dúvidas e questionamentos são benéficos. O malefício tem início quando
os assuntos controversos começam a ser tratados de uma forma legalista,
autoritária e facciosa.
Um desses assuntos controversos é a prática cristã do pedobatismo,
ou, como é mais comumente conhecido, batismo infantil. No geral, o
sacramento do batismo tem dividido o evangelicalismo, a ponto de alguns
estudiosos se referirem a ele como “águas que dividem”.3
A prática do batismo infantil é aceita e ordenada pela Igreja
Presbiteriana do Brasil. A igreja reconhece sua validade e estabelece que os
pais apresentem seus filhos ao rito. Os Princípios de Liturgia dizem o
seguinte no artigo 11: “Os membros da Igreja Presbiteriana do Brasil
devem apresentar seus filhos para o batismo, não devendo negligenciar essa
ordenança”.4 Além disso, a Confissão de Fé de Westminster, símbolo de fé
oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil e de muitas outras igrejas
reformadas, diz que: “Não só os que de fato professam a sua fé em Cristo e
obediência a ele; mas também os filhos de pais crentes (ainda que só um
deles o seja) devem ser batizados” (XXVIII, 4).5
Infelizmente, muitos membros da Igreja Presbiteriana do Brasil estão
negligenciando esta ordenança. Nem sempre é possível saber os motivos
que os levam a isso, mas ao que parece tal negligência está relacionada
com as dúvidas a respeito da validade desta ordenança. Muitas pessoas
duvidam de que esta prática de fato possua algum respaldo bíblico.
O propósito deste livro é dirimir essas dúvidas.
Para os que ainda não são familiarizados com teologia, faz-se
necessária a explicação de dois termos:
PRIMEIRA PARTE
Dorisvan Cunha
8 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
O FUNDAMENTO BÍBLICO
Gênesis 17.7-14:
“Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência
no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da
tua descendência. Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas
peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu
Deus. Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua
descendência no decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança, que
guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós
será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por
sinal de aliança entre mim e vós. O que tem oito dias será circuncidado
entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido em
casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe.
Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu
dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua.
O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida
será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança”.
7
Neste texto Paulo está respondendo ao possível questionamento do v.6: “será que a palavra de Deus
falhou para com a descendência de Abraão?” a resposta dele gira em torno do argumento de que os
verdadeiros descendentes nunca foram os da carne, ou seja, os descendentes físicos de Abraão, mas sim o
povo da promessa. Veja: “...Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser
considerados como descendência os filhos da promessa.” Em paralelo a este argumento ver também Gl 3.
29.
8
Veja: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes,
como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo...”
9
kai. shmei/on e;laben peritomh/j sfragi/da th/j dikaiosu,nhj th/j pi,stewj (NA 27). “E recebeu o sinal da
circuncisão como selo da Justiça da fé...” (ARA-Rm 4.11).
10 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
10 Ibid.
11 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
12
A idéia de dispensação aqui usada está relacionada com a maneira de administrar a aliança.
13 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
queriam dar a entender que Jesus inaugurou outra aliança sem nenhuma
ligação com o Antigo Testamento.
Expliquei que existem pelo menos duas palavras no texto grego para a
terminologia “novo”. Elas são neós e kainós. A Bíblia sempre se refere à
nova aliança como sendo "kainós" e não "neós". Kainós significa
basicamente novo no sentido de “renovado”. Neós é novo no sentido de
“recém-nascido” ou de “totalmente novo”. O Dicionário Internacional de
Teologia diz que no uso secular, kainós denota aquilo que é novo quanto à
qualidade, em comparação com aquilo que existia até agora, aquilo que é
melhor do que o antigo, enquanto neós se emprega temporalmente para
aquilo que não existia antes, e que acaba de aparecer, isto é, totalmente
novo15.
A Nova Aliança, portanto, não é alguma coisa que não existia antes, e
que acabara de ser inaugurada por Jesus. Trata-se, antes, de uma renovação
quanto à qualidade, um melhoramento da aliança. Esse princípio reforça
unidade entre Antigo e Novo Testamento. Jesus é a semente de Abraão; o
único que fielmente guardou a Aliança. Se uma pessoa está em Cristo está
na Aliança com Abraão, não apenas porque Abraão creu em Deus, mas
principalmente porque Cristo é a bênção prometida na Aliança: “se sois de
Cristo, também sois descendentes de Abraão”.
Sim! Deus quis matar a Moisés! Isso porque ele negligenciou o selo
do pacto. Não colocou o sinal da aliança em seus filhos.20 Isso mostra que
Deus leva a sério, tanto a aliança como o selo da aliança.
matrimônio, elas se tornam, aos olhos de Deus, uma única pessoa. Se isto não fosse verdade, nossos filhos
não seriam santificados. Do mesmo modo que os filhos são vistos de forma especial por causa dos pais, o
mesmo princípio se aplica com relação às esposas. Nesse ponto alguém pode questionar: por que não
batizamos uma esposa incrédula se nós batizamos crianças? John P. Sartelle argumenta que, como um
adulto, a esposa é responsável pela sua própria profissão de fé perante o Senhor. Já as crianças são
batizadas com base na fé que seus pais demonstram, uma vez que são incapazes de fazer a própria
profissão de fé. Contudo, trazem a marca da fé demonstrada pelos pais que invocam para eles o nome do
Seu Senhor, em seus primeiros anos.
20
Matthew Henry, commentary on books of the Bible, (Êxodo4. 24).
17 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
23
Paulo Anglada, Batismo, a circuncisão Cristã, p. 8.
24
R C Sproul, Verdades Essenciais da Fé Cristã, p. 17
19 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
APLICAÇÕES NECESSÁRIAS
25
Crença de que somente os adultos devem ser batizados, visto que só eles podem exercer fé para isso.
26
Confissão de Fé de Westminster, XXVIII, v.
20 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
SEGUNDA PARTE
Alan Rennê
21 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
O PERÍODO DE TRANSIÇÃO
DA ALIANÇA
COLOSSENSES 2.11-12
“Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos,
mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo,
tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente
fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou
dentre os mortos”.
Nosso intento neste trabalho é estabelecer uma associação entre a
circuncisão no Antigo Testamento e o batismo no Novo Testamento,
mostrando a sua correlação e a explicação para a prática adotada tanto
pelos presbiterianos como pelos luteranos.
Como foi mostrado pelo Pr. Dorisvan, existe uma só Aliança, contudo,
essa aliança foi administrada de modos diferentes ao longo da Revelação
bíblica. A aliança feita com Abraão ainda está em vigor em nossos dias.
Apesar disso, ela é administrada de uma forma diferente da época do
Antigo Testamento. Agora a aliança possui símbolos diferentes e seu
escopo é mais claramente revelado, ou seja, ela se estende a pessoas de
todas as tribos, povos, raças, línguas e nações.
Acontece que, houve um período de transição entre a antiga
administração do Pacto e a nova. Isso se deu no período em que o Senhor
Jesus Cristo esteve aqui na terra, no seu ministério terreno. Com isso em
mente, devemos entender que o selo da aliança abraâmica, a circuncisão,
encontra sua verdade plenamente cumprida no Novo Testamento.27 Nesse
período de transição da antiga para a nova aliança, “as coisas da velha
aliança não são precipitadamente descartadas”.28
A passagem de Gálatas 4.4, afirma que, “vindo, porém, a plenitude do
tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”. Era
necessário que Jesus cumprisse “toda a justiça”, mesmo sem jamais ter
conhecido pecado algum (Mateus 3.15). Para que esse objetivo fosse
alcançado, era necessário que ele se submetesse aos ritos prescritos de
purificação: a circuncisão e o batismo de João.29
27
O. Palmer Robertson, O Cristo dos Pactos, (São Paulo: Cultura Cristã, 2002), 144.
28
Norval Geldenhuys citado em O. Palmer Robertson, O Cristo dos Pactos, 144.
29
O batismo de João era para arrependimento. Todavia, não foi primariamente com esse propósito que
Jesus se submeteu a ele. Ao afirmar que convinha cumprir “toda a justiça” Jesus tinha em mente cumprir
as demandas da lei para a consagração de um sacerdote: um sacerdote deveria ser consagrado por outro
sacerdote por aspersão com água: “Toma os levitas do meio dos filhos de Israel e purifica-os; assim lhes
farás, para os purificar: asperge sobre eles a água da expiação; e sobre todo o seu corpo farão passar a
navalha, lavarão as suas vestes e se purificarão” (Números 8.6,7). Cf. Ronald Hanko, A Doutrina
Reformada dos Sacramentos, pág. 18. Edição eletrônica extraída do site http://www.monergismo.com.
Sobre a necessidade de Jesus se submeter ao batismo de João como uma exigência de purificação pelos
22 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
pecados do seu povo, cf. William Hendriksen, Comentário do Novo Testamento: Mateus, Vol. 1, (São
Paulo: Cultura Cristã, 2001), 300,301.
30
William Hendriksen, Comentário do Novo Testamento: Lucas, Vol. 1, (São Paulo: Cultura Cristã,
2003), 221.
31
Ibid, 222.
32
O. Palmer Robertson, O Cristo dos Pactos, 145.
33
Thayer’s Greek Lexicon in BIBLEWORKS 7.0.
34
O. Palmer Robertson, O Cristo dos Pactos, 145.
23 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
exposta por Pedro: “Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu
testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos
concedera. E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles,
purificando-lhes pela fé o coração” (15.8,9). A purificação simbolizada
pelo antigo e obsoleto sinal da circuncisão é aqui mencionada.
O sinal chegou ao seu fim, mas a realidade simbolizada por ele, não.
O que acontece, é que outro sinal tomou o seu lugar.
24 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
É significativo que o Senhor Jesus Cristo não tenha ordenado aos seus
discípulos que dessem continuidade à circuncisão veterotestamentária. Em
vez disso, ele ordenou que os seus discípulos fizessem discípulos de todas
as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo
(Mateus 28.19). Os discípulos levaram isso a sério. Logo que o apóstolo
Pedro pregou o seu primeiro sermão no dia de Pentecostes e quase três mil
pessoas creram, imediatamente começaram a batizá-las: “Então, os que lhe
aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia
de quase três mil pessoas” (Atos 2.41). Philippe Landes comenta essa
passagem como segue:
35 Philippe Landes, Estudos Bíblicos sobre o Batismo de Crianças, (São Paulo: Casa Editora
Presbiteriana, 1979), 19.
36 Ronald Hanko, A Doutrina Reformada dos Sacramentos, 25,26.
25 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
37
Eles fazem uma má interpretação de passagens como Romanos 6.4 e Colossenses 2.11,12, para
sustentar a ideia de que o batismo deve ser administrado por imersão.
38
Thayer’s Greek Lexicon in BIBLEWORKS 7.0.
39
Charles Hodge, O Batismo Cristão: Imersão ou Aspersão?, (São Paulo: Cultura Cristã, 2003), 18.
40
John Sartelle, John Evans, Paulo Anglada e Joseph Pipa, O Batismo Infantil: O que os pais deveriam
saber acerca deste sacramento, (São Paulo: Os Puritanos, 2000), 13.
41
Robert L. Reymond, A New Systematic Theology of the Christian Faith, (Nashville, Tennessee:
Thomas Nelson, 1998), 923. Minha tradução.
42
John Sartelle, John Evans, Paulo Anglada e Joseph Pipa, O Batismo Infantil: O que os pais deveriam
saber acerca deste sacramento, (São Paulo: Os Puritanos, 2000), 40.
26 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
43
Louis Berkhof, Teologia Sistemática, 585.
44
John Sartelle, John Evans, Paulo Anglada e Joseph Pipa, O Batismo Infantil: O que os pais deveriam
saber acerca deste sacramento, (São Paulo: Os Puritanos, 2000), 40.
27 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
IMPLICAÇÕES DA DOUTRINA
Com as informações acima expostas, podemos traçar algumas
implicações da doutrina estudada.
46
Robert L. Reymond, A New Systematic Theology of the Christian Faith, 939. Minha tradução.
29 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
51
John Calvin, Commentary on Matthew, Mark, Luke, Vol. 3, (Grand Rapids, MI: Christian Classics
Ethereal Library, 1999), 237. Extraído do site http://www.ccel.org/ccel/calvin/calcom33.html. Minha
tradução.
52
Ibid. Minha tradução.
53
Mark Dever, Refletindo a Glória de Deus: elementos básicos da estrutura da Igreja, (São José dos
Campos: Fiel, 2008), 77.
54
John Sartelle, John Evans, Paulo Anglada e Joseph Pipa, O Batismo Infantil: O que os pais deveriam
saber acerca deste sacramento, 55.
31 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
59
John Sartelle, John Evans, Paulo Anglada e Joseph Pipa, O Batismo Infantil: O que os pais deveriam
saber acerca deste sacramento, 58.
60
Thayer’s Greek Lexicon in BIBLEWORKS 7.0. Minha tradução.
61
Charles Hodge, O Batismo Cristão: Imersão ou Aspersão?, (São Paulo: Cultura Cristã, 2003), 53.
33 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
CONCLUSÃO
Nossa intenção neste trabalho não foi escrever algo exaustivo sobre o
tema. Tentamos mostrar pelo testemunho das Escrituras que o batismo
infantil está longe de ser o “bezerro de outro da reforma”. Infelizmente,
nosso irmão Paul Washer, a quem tanto admiramos e respeitamos, não foi
feliz em sua declaração. Se bem que na citação ele fala em “batismo
infantil para a salvação”, o que nós também não cremos. De acordo com o
que foi mostrado, o batismo infantil não é uma invenção da Igreja Católica
medieval, por isso não cremos em regeneração batismal. Cremos que as
crianças são batizadas por pertenceram ao pacto. A inclusão dos filhos,
portanto, é ordenança da Escritura, relevante para igreja contemporânea.
De bezerro de ouro da reforma, o batismo infantil passa a ser a grande
herança da reforma, ou melhor, herança da eterna aliança de Deus os filhos
da aliança. Os que rejeitam ou negligenciam tal ensinamento, incorrem em
grande pecado contra Deus. O SENHOR da aliança não muda! Ele fez um
pacto com Abraão e seus descendentes e se manterá firme até que seu plano
seja totalmente concretizado.
Se Deus quis incluir as crianças no seu pacto, não temos direito e nem
autoridade de agir contrariamente à sua vontade. Para aqueles que não
aceitam tal prática, resta apenas a interrogação do apóstolo Paulo: “Quem
és tu, ó homem, para discutires com Deus?” (Rm 9.20).
Que o Senhor nos ajude na prática destes ensinamentos, e que isto não
seja apenas mais um conhecimento adquirido. Que tenhamos coragem de
defender a fé de nossos pais, e que não nos submetamos às práticas
contemporâneas que negam a perpetuidade do pacto de Deus e inclusão dos
filhos dos crentes na aliança da graça.
34 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
BIBLIOGRAFIA
BERKHOF, Louis, Teologia Sistemática, São Paulo, 2ª Ed., Cultura Cristã, 2002.
GRONINGEN, Gerard Van, Revelação Messiânica no Velho Testamento, São Paulo: Cultura
Cristã, 2004.
GRONINGEN, Gerard Van, Criação e Consumação, São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
HARRIS, R. Laird, Inspiração e Canonicidade da Bíblia, São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
HARRIS, R. Laird, ARCHER, Gleason L. Jr., WALTKE, Bruce K., Dicionário Internacional
de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo, 2º Ed., Vida Nova.
LASOR, William S., HUBBARD, David A., BUSH, Frederic W., Introdução ao Antigo
Testamento, São Paulo, 2º Ed. Vida Nova.
ROBERTSON, O. Palmer, O Cristo dos Pactos, São Paulo: 1º Ed., Cultura Cristã, 2002.
SPROUL, R. C. Verdades Essenciais da Fé Cristã, São Paulo, 2ª Ed., Cultura Cristã, 2006.
SARTELLE, John., EVAN, John., ANGLADA, Paulo, PIPA, Joseph. O Batismo Infantil, São
Paulo: 1ª Ed., 2000.
35 Batismo Infantil: Bezerro de Ouro da Reforma Ou Ordenança Bíblica?
SOBRE OS AUTORES
Pr. Alan Rennê é Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico do
Nordeste, em Teresina (2005); Bacharel em Teologia pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie (2009); Mestrando em Teologia (Sacrae Theologiae
Magister) com concentração em Estudos Históricos e Teológicos e linha de
pesquisa em Teologia Sistemática no Centro Presbiteriano de Pós-
Graduação Andrew Jumper; pastor presbiteriano, atualmente serve como
pastor-auxiliar na Igreja Presbiteriana de Tucuruí-PA, servo de Cristo Jesus
e comprometido com a boa e saudável teologia reformada.