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Ficha Álvaro de Campos
Ficha Álvaro de Campos
Ficha Álvaro de Campos
GRUPO I
Lê atentamente os poemas de Álvaro de Campos. Em seguida, segue as indicações e responde às questões
assinaladas, de forma clara, bem estruturada e fundamentada no texto.
1. Este poema não apresenta regularidade métrica ou estrófica. No entanto, obedece a certas regras de composição
*1.1. Identifique as repetições que lhe marcam o ritmo.
*1.2. Mostre como as sensações auditivas e as visuais nele são referidas, fundamentando a sua resposta.
2. *Explicite de que modos é sugerida, ao longo deste poema, a experiência da passagem do tempo.
3. *Indique um sentido possível do verso 17: «Os duplos passos em conversa falam-me».
1. * No poema, o sujeito poético evoca uma viagem de barco. Caracterize o espaço físico representado.
2. *Explicite os efeitos de ritmo e de sentido produzidos pela repetição da interjeição «Ah» (vv. 6,8,13,19,22).
5. *Explique por que razão o sujeito poético anseia por «esse momento, como por outros análogos» (v. 22).
C
4. *Caracterize os lugares representados pelos advérbios «lá» (v. 6) e «aqui» (v. 11).
Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo. 15 Sobre o parapeito da janela da traseira da casa,
São – tictac visível – quatro horas de tardar o dia. Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro,
Abro a janela diretamente, no desespero da insónia. Debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.
E, de repente, humano,
5 O quadrado com cruz de uma janela iluminada! Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!
Fraternidade na noite! Que fazes, camarada, da janela com luz?
E
Na casa defronte de mim e dos meus sonhos, Que grande felicidade não ser eu!
Que felicidade há sempre!
15 Mas os outros não sentirão assim também?
Moram ali pessoas que desconheço, que já vi mas não vi. Quais outros? Não há outros.
São felizes, porque não são eu. O que os outros sentem é uma casa com a janela fechada,
Ou, quando se abre,
5 As crianças, que brincam às sacadas altas, É para as crianças brincarem na varanda de grades,
Vivem entre vasos de flores, 20 Entre os vasos de flores que nunca vi quais eram.
Sem dúvida, eternamente.
Os outros nunca sentem.
As vozes, que sobem do interior do doméstico, Quem sente somos nós,
Cantam sempre, sem dúvida. Sim, todos nós,
10 Sim, devem cantar. Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.
1. As sensações do sujeito poético são determinantes para a construção de uma certa ideia de quotidiano feliz. Identifique
duas sensações representadas nas quatro primeiras estrofes, citando elementos do texto para fundamentar a sua
resposta.
2. Caracterize o tempo da infância tal como é apresentado na terceira estrofe do poema.
3. Explique a relação que o sujeito poético estabelece com os «outros» nas seis primeiras estrofes do poema,
fundamentando a sua resposta em referências textuais pertinentes.
4. Relacione o conteúdo da última estrofe com as reflexões apresentadas nas duas estrofes anteriores.
Bom trabalho!
Profª Consolação Francisco