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O Bom Pastor e As Familias
O Bom Pastor e As Familias
O Bom Pastor e As Familias
Nas celebrações matrimoniais judaicas e cristãs, canta-se o salmo da família (Sl 127), com o
qual o Papa iniciou a Exortação Apostólica e queremos ecoar com alegria: “Feliz quem teme o
Senhor e segue seus caminhos. Viverás do trabalho de tuas mãos, viverás feliz e satisfeito.
Tua esposa será como uma vinha fecunda no interior de tua casa; teus filhos, como brotos de
oliveira ao redor de tua mesa. Assim será abençoado o homem que teme o Senhor. De Sião o
Senhor te abençoe! Possas ver Jerusalém feliz todos os dias de tua vida. E vejas os filhos de
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teus filhos. Paz sobre Israel!” É festa para a Igreja quando pode oferecer as boas notícias. E
elas estão dentro de nossas casas!
Vivemos neste final de semana a Festa do Bom Pastor, na qual resplandecem as atitudes
daquele que quer para todos a vida em abundância. Cabe bem ver as parábolas, chamadas no
seu conjunto de Parábola do Bom Pastor (Cf. Jo 10, 1-30) dirigidas às famílias, acolhendo
justamente o Evangelho da Família, dirigido a toda a sociedade, que clama, tantas vezes sem
consciência clara, por tal novidade.
Com Jesus, que é a porta das ovelhas, queremos adentrar na casa e no coração de todas as
famílias. “Cruzemos o limiar desta casa serena, com sua família sentada ao redor da mesa em
dia de festa. No centro, encontramos o casal formado pelo pai e pela mãe com toda a sua
história de amor” (Amoris lætitia 9). Nasça em nós um respeito profundo pela intimidade do lar,
com seus segredos, conselhos, liberdade, afeto! Quem ninguém entre na família como o
mercenário ou o salteador, mas seja ela reconhecida como espaço sagrado! É hora de ser
radicais, impedindo que entrem em nossas casas os mercenários e ladrões, que roubam nada
menos do que a nossa dignidade, para espalhar, na praça pública do mundo, a história e os
valores, ainda em desenvolvimento, mas presentes em nossas famílias.
A vida em abundância entra pela porta da casa quando a família acolhe Jesus. Ele é a porta
e é aquele que vai à frente das ovelhas, sejam elas o pai, a mãe ou os filhos. O alimento
verdadeiro, que sustenta as pessoas da família, tem um nome, que é o próprio Jesus, que é
porta, sustento, pastor, aquele que conduz à boa pastagem (Cf. Jo 10, 9). Muito antes de
nossas famílias existirem, o Senhor se entregou por elas e confirmou a bênção primordial da
família. A força de suas palavras o revela: “Nunca lestes que o Criador, desde o princípio, os
fez homem e mulher? Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e eles
serão uma só carne” (Gn 2, 24; Mt 19, 4; Cf. Amoris lætitia 9).
O bom pastor conhece as ovelhas! Aqui ele se torna referência, mais uma vez, para a família.
O lar é o lugar do conhecimento profundo. Quantos pais e mães até se assustam (bendito
susto!) quando seus filhos se soltam quando estão em casa, parecendo até agressivos, como
gente que trata bem só quem é de fora. É que em casa os defeitos e as qualidades são
tocados com um amor que tudo cobre, tudo suporta e tudo perdoa! Em casa damos uns para
os outros a vida, e não firulas ou enfeites, feitos muitas vezes de superficialidade. Benditas
sejam as discussões, as lágrimas, e também os abraços, beijos, sorrisos e afetos de quem se
sente em casa! E o pastor que é Jesus nos conhece, também porque garantiu estar presente
entre aqueles que se reúnem em seu nome (Cf. Mt 18, 20), não só quando rezam, mas em
todas as ocasiões.
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A família tem também sua dimensão missionária. Certamente muitos de nós temos a
experiência de viver em famílias que agregam parentes e conhecidos, atraindo gente que
apenas se sente bem naquela casa, reunindo amigos e conhecidos. As casas se tornam
grandes, a ajuda a outras pessoas se multiplica, há um gosto especial em estar juntos!
Desejamos que nossas famílias olhem para as outras, atraiam, para contribuírem de seu modo
a fim de que venha a existir um só rebanho e um só pastor.
O Papa Francisco põe em nossa boca uma belíssima oração, dirigida à Sagrada Família, que
oferecemos agora a todas as famílias: “Jesus, Maria e José, em vós contemplamos o
esplendor do verdadeiro amor. Confiantes, a vós nos consagramos, Sagrada Família de
Nazaré. Tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração.
Autênticas escolhas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas. Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver
sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado. Sagrada Família de
Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família,
da sua beleza no projeto de Deus. Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém!
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