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Escolha A Melhor Parte

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ESCOLHA A MELHOR PARTE

Lucas 10.38-42

INTRODUÇÃO

1. O lugar do acontecimento relatado pelo evangelista Lucas é Betania, um vilarejo situado 3Km a
leste de Jerusalém. Betânia era um lugar relevante para o Senhor Jesus, um lugar onde o
Salvador era acolhido. Nesse lugarejo Jesus tinha amigos que o recebiam em sua casa para
compartilharem uma refeição em comunhão à mesa (João 12.1-2; Marcos 14.3).
A relevância desse lugarejo para Jesus é evidenciada na sua atitude de levar seus discípulos para
lá na ocasião da sua ascensão aos céus (Lucas 24.50-51).

2. As pessoas citadas no texto alem do Senhor Jesus; são Marta, a anfitriã; e Maria, sua irmã. Em
meio a uma viagem, Jesus entra na aldeia de Betânia e é hospedado na casa de Marta (verso
38). Jesus tem uma grande amizade com a familia de Marta, uma amizade construída num
terreno de milagres. João evidencia a profunda amizade entre Jesus e Lázaro, irmão de Marta,
ao registrar a seguinte fala de um mensageiro direcionada a Cristo: “Por isso, as irmãs de
Lázaro mandaram dizer a Jesus: — Aquele que o Senhor ama está doente.” (João 11.3). Outro
provável membro dessa família é Simão, o leproso (Mateus 26.6), o seu parentesco com os
irmãos Lázaro, Marta e Maria é evidenciada pelas semelhanças no relato paralelo de João
12.1-3. Os dois relatos apresentam semelhanças que demonstram ser a mesma situação
contada por dois historiadores diferentes, em um apresenta o dono da casa e no outro quem
mais estava presente no jantar em Betânia. Simão, apesar de ser chamado leproso, não tinha
mais a enfermidade, somente assim seria possível ele estar reunido com outras pessoas em sua
casa, já que o leproso era isolado por ser considerado impuro. A cura certamente foi obra de
Cristo.

3. O relato de Lucas 10. 38-42 apresenta uma situação que constantemente vemos se repetir no dia
a dia na vida cristã, priorizar outras atividades que consideramos importantes, até mesmo na
igreja, em detrimento da adoração e da vida devocional. A minha intenção com esse sermão é
mostrar por meio da verdade bíblica que a melhor escolha é estar aos pés de Jesus.

I. UM SENHOR, DUAS ATITUDES DIFERENTES (Lc 10.38-40 parte a)

1. Ao chegar à casa, Jesus é recepcionado pelas irmãs Marta e Maria. Provavelmente Marta fosse a
irmã mais velha já que ela é identificada como a anfitriã do Senhor e de seus discípulos.
As duas irmãs têm atitudes distintas em relação a Jesus. Uma se assenta aos seus pés para ouvir
seus ensinos, alegrar-se em conhecer verdades eternas ditas pela boca do próprio salvador que
ali estava diante de seus olhos. Salvador que é Deus encarnado vivendo entre os homens de
forma tão simples que apesar de ser Deus imensurável Ele estava ali abrigado em uma casa num
vilarejo. Maria sabia do privilégio que tinha e por isso não podia perder tempo com mais nada
que não fosse estar aos pés do Mestre. A bíblia nos mostra nos evangelhos que esse senso de
adoração de Maria era aguçado. Em outra ocasião em um jantar ali mesmo em Betania, Maria
vai pegar um frasco de perfume de nardo puro e ungir a Jesus, o perfume escorrerá e molhará os
pés dele e Maria usará os próprios cabelos para enxugá-los. Maria não saberá na ocasião, mas
ela estará preparando o corpo do Senhor para o seu sepultamento. Aquela ação de Maria será
tão notável que Jesus declarará: “Em verdade lhes digo que, onde for pregado em todo o mundo
o evangelho, também será contado o que ela fez, para memória dela” (Marcos 14.9).
Já Marta se lança às atividades domesticas na intenção de oferecer a melhor refeição e a melhor
acolhida para Jesus e seus companheiros. Marta aparentemente é uma mulher proativa e
dinâmica sempre cuidadosa com suas atividades domesticas. João relata em seu evangelho que
era Marta que servia uma ceia preparada para Jesus após os acontecimentos do milagre da
ressurreição de Lázaro (João 12.1-2).

2. As duas irmãs representam bem dois tipos de cristãos que temos em nossas igrejas, os que se
ocupam em adorar, estar na presença de Deus e aprender da sua palavra; e os que se ocupam
com um ativismo religioso.
O primeiro grupo entende que sua vida em Cristo não faria sentido se não dedicassem tempo
para adorar e aprender do Senhor. A instrução da palavra é mais que uma atividade da igreja, é
base primordial que sustenta a vida da igreja e dos salvos. Sem a pregação da Palavra não
haveria fé, pois está escrito que “... a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo”
(Romanos 10.17). Sem a instrução da palavra seriamos espiritualmente famintos, Jesus
responde ao Diabo depois ser desafiado a usar seu poder para transformar pedras em pães: “o
ser humano não viverá só de pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus
4.4). Sem a palavra de Deus não conheceríamos sua vontade, somente a bíblia nos apresenta a
vontade de Deus para que possamos andar em retidão segundo os seus mandamentos e assim
não pecar contra a santidade do excelso Senhor como assim fora declarado pelo salmista Davi
em seu mais extenso salmo, uma declaração do seu apreço à Lei de Deus: “Guardo a tua palavra
no meu coração para não pecar contra ti” (Salmo 119.11). A palavra de Deus é luz que ilumina,
é a espada do espírito, é espada afiada de dois gumes.
O ato de Maria de sentar-se aos pés de Jesus é significativo, pois sentar-se aos pés de alguém
significa ser discípulo deste. Paulo declarou ter sido discípulo de Gamaliel usando essa
expressão “Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas fui criado nesta cidade e aqui fui
instruído aos pés de Gamaliel...” (Atos 22.3). Todo cristão nascido de novo deve antes de
qualquer coisa sentar-se aos pés de Jesus, tornar-se seu discípulo. Deus nos deixou pastores,
mestres, pais e mães espirituais para nos ensinar, exortar e orar conosco para trilharmos o bom
caminho rumo à eternidade.
Mas temos o segundo grupo. O grupo daqueles que estão sempre “agitando-se de um lado para
o outro, ocupados em muitos serviços...” (Lucas 10.40). Que acreditam que a obra de Deus se
baseia no quantitativo e no constante auto-sacrifício. Encaram a fé de forma dogmática e
ritualística. Consomem todo o seu tempo para planejar, executar e supervisionar projetos;
trabalham sem parar e sempre estão assumindo mais funções e responsabilidades. Acreditam
piamente que o ativismo religioso é a obra de Deus e que Ele só se agradará da vida deles se
eles a consumirem de tal forma que reste apenas migalhas de tempo e atenção para familiares e
amigos.
II. AS CONSEQUENCIAS DE SER MARTA (Lucas 10.40 parte b – 41)

1. Viver uma religiosidade militante trás consigo algumas conseqüências que refletem diretamente
em quem somos e como agimos em relação ás demais pessoas à nosso volta.
Primeiro, a arrogância. Marta se dirige a Jesus e o interpela de forma veemente: “O Senhor não
se importa com o fato de minha irmã ter deixado que eu fique sozinha para servir?” (verso 40).
Marta está convencida que sabe exatamente o que é melhor para Jesus e seus convidados e não
consegue enxergar outra forma de servir que não seja a forma dela. Tem muita gente dentro das
igrejas e da vida lá fora que acham que a única forma correta de fazer as coisas é a sua. É tão
arrogante que não dá sequer uma chance de conhecer outros métodos. Simplesmente os ignora e
declara inferiores todos àqueles que agem e vivenciam sua fé de outra forma. Note que a
pergunta de Marta não tinha o objetivo de obter uma reposta, Marta pergunta e já dá a resposta:
“Diga-lhe que venha me ajudar” (verso 40), ela está dando ordem ao seu Senhor, tamanha a sua
arrogância. Quando adotamos o caminho de Marta canonizamos nossas convicções como se
fossem verdades absolutas, como se fosse a mais pura revelação do alto da qual ninguém pode
discordar. Instalamos nos nossos arraiais um legalismo que sufoca a vida devocional e a
liberdade das pessoas, tornamos aquele ambiente que deveria ser de liberdade e regozijo em um
ambiente opressivo. Mas não é só isso.

2. Segunda conseqüência é inquietação e preocupação. Jesus, cujos olhos são como chamas de
fogo (Apocalipse 1.14) e que sonda os corações e prova os pensamentos (Jeremias 17.10), faz
uma verdadeira ressonância da alma de Marta e lhe apresenta um detalhado diagnóstico:
“Marta! Marta! Você anda inquieta e se preocupa com muitas coisas” (verso 41). O poder do
evangelho em nossas vidas produz paz, a paz que nos foi concedida por Cristo: “Deixo com
vocês a minha paz, a minha paz lhes dou...” (João 14.27) e que é gerada em nós pelo Espírito
Santo (Gálatas 5.22). Se você não consegue sentir os efeitos práticos dessa paz em seu coração,
então você esta vivendo no mesmo ativismo religioso de Marta. Vive preocupado, fruto de uma
confiança superficial e acha que os resultados positivos dependem unicamente de seus esforços,
e não somente isso, também está inquieto, o pensamento está sempre acelerado e o coração
atribulado por tantas coisas a fazer. Não é sem motivo que cresce o numero de cristãos com
tantas doenças relacionadas ao estresse e as emoções, com famílias problemáticas por causa da
falta de atenção do pai ou da mãe e até lideres esgotados e desanimados.
Diante de um diagnostico tão terrível, o que fazer?

III. ESCOLHA A MELHOR PARTE (Verso 42)

1. Parte da solução é entender que a vida cristã não se baseia em servir a Cristo apenas com as
coisas naturais. Após o diagnostico Jesus prescreve o remédio para Marta: “mas apenas uma
é necessária...” (verso 42). Por mais que a vida pratica de uma comunidade de fé seja
composta de varias atividades que são importantes para o pleno funcionamento da igreja,
uma atividade é essencial: ser um discípulo que se assenta aos pés do Mestre, isto é, se
alimentar da sua Palavra para se desvencilhar das cargas pesadíssimas. Jesus certa vez
declarou: “Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os
aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, que sou manso e humilde de
coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. Porque o meu jugo é suave e o meu
fardo é leve.” (Mateus 11. 28-30). Só o aprendizado da Palavra nos ajudará a crescer em
graça e conhecimento e termos uma vida espiritual saudável e equilibrada, cheia do Espírito
Santo de Deus.

2. Em segundo lugar, Jesus deixa claro que existe uma escolha: “... Maria escolheu a melhor
parte...” (verso 42). Por mais que pareça difícil desacelerar e deixar toda uma forma de se
viver o cristianismo, Jesus mostra que Maria escolheu a melhor parte. Pare, faça um auto-
exame e veja se a sua forma de viver têm trazido paz de espírito, melhoras na sua comunhão
entre irmãos, satisfação e crescimento espiritual. Se não, você tem uma escolha. Decida-se
pela melhor parte. Jesus disse a Marta que aquilo que Maria escolheu “não lhe será tirada”
(verso 42), certa vez escutei de um professor: “O conhecimento que você adquire nunca
poderá ser roubado de você”. Da mesma forma os efeitos produzidos pela Palavra do Senhor
Jesus não poderão ser arrancados de nós. Podem confiscar nossos bens, tirar nossos cargos,
fechar nossas igrejas, proibir nossos cultos e até tirar nossas vidas; mas a eternidade dada
àqueles que se sentam aos pés do Senhor Jesus não poderá ser tirado.

CONCLUSÃO

1. Escolha a melhor parte, viva a vida em Cristo em sua plenitude. O mestre está na sua
sala, ele quer a sua companhia, ele quer que você o ouça e aprenda.

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