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Apostila Bases Biblicas e Teologia Da Família

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Desenvolvimento Temático

Unidade I – Bases Bíblicas da Família – V.T


DECIFRE O ENIGMA DE AGUR
A FAMÍLIA NO VELHO TESTAMENTO
O FIM DA ERA ANTEDILUVIANA
RELACIONAMENTO DE FAMÍLIA – V.T.
POLIGAMIA
CASAMENTO E DIVÓRCIO
Unidade II – Bases Cristãs da Família
MATRIMÔNIO CRISTÃO E TEMAS CIRCUNDANTES
A COMUNICAÇÃO NO LAR
BARREIRAS À BOA COMUNICAÇÃO
APERFEIÇOANDO O REL. CONJUGAL
LIÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FAMILIAR
A FAMÍLIA E AS FINANÇAS
EXPERIMENTE O MELHOR DA VIDA CONJUGAL
EDUCAÇÃO DOS FILHOS
A TRAGÉDIA DAS DROGAS E A FAMÍLIA
Unidade III – Família Ministerial
A VIDA CONJUGAL DO PASTOR
FAMÍLIA E PÓS-MODERNIDADE
TRABALHOS INDIVIDUAIS I E II

DECIFRE O ENIGMA DE AGUR


Texto: Provérbios 30: 18-19
“ Há quatro coisas misteriosas que eu não consigo entender: A águia voando no céu, a cobra se arrastando
nas pedras, o navio que encontra o seu caminho no mar e o amor entre um homem e uma mulher.”
Eis aí, o enigma de Agur, o sábio. Pouco se sabe sobre este autor, a não ser que era filho de Jaque de Massá e
escreveu o capítulo 30 do livro de Provérbios. Seu nome, Agur, em hebraico significa cobrador ou
colecionador.
Três coisas que o maravilhavam e uma quarta , misteriosa demais, para a pronta compreensão. São frases
com linguagem figurada. São alegorias, comparações misteriosas, metáforas:
O vôo da águia
O serpentear da serpente
O navio em alto mar
A união de um homem e uma mulher
O que estas alegorias podem nos ensinar com relação ao amor e ao casamento?

1ª Alegoria: O vôo da Águia

FIGURA DE “ELEVAÇÃO” A águia é uma ave altaneira. Eleva-se a grandes altitudes. O casamento tem
esta proposta de elevação, de magia, de fazer sair de um lugar inferior para um plano elevado. Visa
engrandecer, alçar as virtudes.
Elevar-se acima das propostas egocêntricas, na doação de um para com o outro.
O casamento ideal tem em Cristo Jesus, a figura modelo. Jesus, o desprezado do povo judeu, foi alçado
numa cruz. Ressuscitou e agora está elevado por Deus e constituído Senhor.

O vôo da águia maravilha o observador atento! O casal que vive bem encanta o olhar perspicaz...
A águia constrói o seu ninho em lugares seguros! Zela pelos filhotes! Assim, o casal protege a casa e o lar e
com bravura defende os filhos.
A águia vive cerca de 70 anos, mas aos 40 anos passa por uma grande crise. Nessa fase da vida, ela tem de
tomar uma séria decisão: lutar para viver mais 30 anos ou definhar aos poucos.
Nessa idade, suas unhas estão compridas e flexíveis. Não conseguem mais agarrar as presas das quais se
alimenta. Seu bico, alongado e pontiagudo, curva-se. As asas, envelhecidas e pesadas em função da
espessura das penas, apontam contra o peito. Voar é difícil.
Nesse momento crucial de sua vida, a águia tem de enfrentar um doloroso processo de renovação que se
estenderá por 150 dias.
Ela voa para o alto de uma montanha e recolhe-se a um ninho próximo a um paredão de pedra. Aí,ela
começa a bater o bico na rocha até conseguir arrancá-lo. Depois, a águia espera nascer um novo bico, com o
qual vai arrancar as velhas unhas. Quando as novas unhas começarem a nascer, ela passa a arrancar as velhas
penas. Só após cinco meses, ela poderá sair para o vôo de renovação e viver mais 30 anos.
Assim, o casamento tem suas fases críticas e requer renovação para a sua sobrevida. Isto se dá com o
sacrifício de ambos os cônjuges que subentende paciência, tolerância, compreensão, perdão...

2ª Alegoria: O caminho da serpente nas rochas


FIGURA DE PRUDÊNCIA. A serpente capta todas as vibrações no ar e vai esgueirando-se entre as pedras.
A serpente é avisada. É cuidadosa. Busca refúgio ante qualquer ameaça, qualquer sinal de perigo.
De igual forma, o casal deve guardar o seu ninho, seu refúgio, seus filhos e proteger a relação.
Jesus pretende que os que Nele crêm, sejam prudentes como as serpentes. Há muitos inimigos do lar que o
casal deve ficar atento:
A cobiça - o mito da grama mais verde.
A comunicação truncada, que vai deixando de existir.
O excesso de trabalho que gera o cansaço e stress.
O Endividamento – comprometimento financeiro abala o amor.
O sexo sem qualidade. Sem carícias, sem palavras afetivas.
A negligência espiritual.
Enfim, a serpente quer privacidade absoluta. O casal também necessita desta tão preciosa privacidade.
3ª Alegoria: O caminho do navio em alto mar
Figura de rota e direção. Esta figura do navio singrando os mares, não sugere apenas quietude; sugere
também rota e direção, esperança e objetividade!
Esperança – Porque há um porto a ser alcançado!
Objetividade – Porque há uma rota traçada. Há uma carta hidrográfica indicando os relevos litorâneos,
profundidade, faróis, ainda que o navio pareça perdido na imensidão das águas.
Nos mares, sobrevêm, tormentas, tempestades, ventos fortes, ondas gigantes e icebergs. Perigos escondidos e
que surgem repentinamente. De igual forma, o casamento é uma instituição açoitada por elementos naturais,
muitas vezes em revolta: O mau temperamento; a impaciência; a infidelidade, o desamor, o desarranjo
hormonal, os desgastes.
Quando formos acometidos por contrariedades repentinas, busquemos no timoneiro experiente, o auxílio
certo.
Cristo é o capitão que repreende o vento e o mar se aquieta!

4ª Alegoria: O Caminho do homem com uma mulher.


Figura do que é maravilhoso e insondável. O sábio diz não compreender. Está no âmbito das coisas divinas!
É materialização do Sonho de Deus! O próprio Deus planejou e disse:
-“Não é bom que o homem esteja só!” (Gn. 2:18 )
Deus não nunca pretendeu homens e mulheres vivendo sozinhos. O homem completa-se na mulher e a
mulher no homem. A união de ambos é que constrói a história.
- Que caminhos trilharão? Quais novos seres trarão ao mundo? Quais deveres têm sobre si? Apenas o anseio
de serem felizes? Não!
Na verdade, um anseio por eternidade. Um desejo de ser como Deus: Amar e se perpetuar. Deus é amor e é
eterno. Feliz o homem e a mulher que constroem uma caminhada harmoniosa juntos. O poeta Vinícius de
Moraes disse: “ A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”.
Temos exemplos de encontros felizes e infelizes:
Lutero se casou com a ex-freira Catarina Von Bora. Houve muita calúnia e acusação, mas Lutero considerou
que uma esposa piedosa é o melhor presente de Deus. Ela foi realmente sua animadora nas horas de
dificuldade.
John Wesley, a princípio defendia o celibato dos clérigos, mas com o tempo mudou de idéia. Depois de
algumas decepções por interesses amorosos não correspondidos, acabou se casando com Molly Vazeile. Esta
mulher se mostrou extremamente ciumenta e violenta. Wesley queria governá-la com doçura, mas não
conseguiu e Molly saiu da vida de Wesley, deixando-o muito abatido.
O caminho de um homem com uma mulher é algo maravilhoso e insondável. O amor, a união conjugal são
elaborações divinas. Como disse Donaldo Goergen: “A sexualidade e a espiritualidade são amigas, não
adversárias.”
A Bíblia afirma: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus
julgará os impuros e os adúlteros.” (Hebreus 13:4 )

A palavra traduzida por “leito”, no grego é “Koite”, com o seu sentido de intercurso sexual e “implantação
de espermatozóide”. Este é o caminho natural planejado por Deus: a união de um homem com uma mulher.
Que os nossos lares, prezados alunos, tenham:
A elevação do vôo da águia
A prudência das serpentes
A rota e a esperança do navio em alto mar
O amor sacrificial, capaz de explicar o caminho de um homem com uma mulher. Amém!
Por: Rev. Sila D.Rabello

ORAÇÃO DAS MULHERES


“ DEUS, EU VOS PEÇO: SABEDORIA PARA ENTENDER MEU HOMEM, AMOR PARA PERDOÁ-
LO, PACIÊNCIA PARA ATURAR SEUS ATOS; PORQUE, DEUS, SE EU PEDIR FORÇA, EU BATO
NELE ATÉ MATÁ-LO.”

FAMÍLIA NO VELHO TESTAMENTO


METANARRATIVA DA GÊNESE BÍBLICA:
A primeira referência bíblica sobre a espécie humana está em Gênesis 1:26 “Também disse Deus: façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” Temos aí a resposta para a pergunta: Quem nos
projetou e nos fez?
Gênesis principia relatando: ”No princípio criou Deus os céus e a Terra.”(Gn.1:1)
A primeira vez que aparece o nome do ser criador e que se traduziu por “Deus” é o texto que citamos de
Gênesis 1:1. Na língua hebraica usou-se o termo “ELOHIM” indicando o ser supremo, o único digno de
veneração e adoração. ELOHIM é uma forma pluralizada de Elah ou Eloah, sendo a palavra formada por:
EL – o poderoso, o ser supremo. Alah – jurar. O sufixo HIM – propõe pluralidade e comunhão. Portanto o
nome indica o ser supremo que se compromete com o homem com juramento, pactos ou alianças. Apenas
em Gênesis 1 até o 2:3 aparece o nome Elohim. A partir do verso 4 a história do homem sobre a Terra e o
destino do planeta está confiado a “YH VH” , este tetragrama, sem vogais no hebraico.( ‫ ) יהוה‬Colocando-se
as vogais, temos; “YAH WEH”. O nome aparece grafado em português como Javé ou Jeová.
A Septuaginta ou Versão dos 70, passou a usar a palavra “adonai” (Senhor) para indicar YHVH .Esta
tradução do Antigo Testamento, da língua hebraica para a grega, foi feita entre os anos 285 e 150 a.C. em
Alexandria, no Egito.
Implicações sociais quando se sabe de onde viemos: O criacionismo afeta de maneira radical a ética e as
relações sociais. Se creio que foi Deus quem me criou, eu valorizo a vida e respeito o próximo. A criação é
um ato responsável do Criador que a tudo criou e tudo mantém.
Por que o ser criado por Deus foi chamado de homem? (Gn.1:27 5:1-2)
O termo hebraico traduzido por homem é “Ādām” (Adão) A princípio é um termo genérico, onde homem e
mulher são seres humanos, e é o nome que foi escolhido para representar a raça.
Uma questão Teológica:
Há sugestão de liderança ou chefia masculina desde o princípio da criação? A não ser pelo fator da
precedência.(I Tm.2:13) Há um plano original de Deus para a raça humana, onde homens e mulheres estão
sob a mesma missão. A questão da “autoridade” ou liderança será fator determinante na harmonia do
relacionamento.

A Unidade da Raça Humana


No sentido absoluto da ação, Deus criou só um indivíduo; a saber: Adão. Ele não criou no sentido absoluto,
a mulher. Formou-a dele. Nisto vemos a unidade absoluta da natureza humana, por isso há empatia e
aceitação. (Gn.2:23) Deus podia ter criado Eva independente de Adão, dando-lhe natureza distinta. Neste
caso, não teríamos uma mesma natureza.
A unidade da espécie humana é um fato de importância capital. O homem é a realização do pensamento
divino que planejou uma só e grande família humana. “Deus...de um só fez toda a geração dos homens para
habitar sobre toda a face da terra.”(At.17:26)
A unidade da raça leva-nos a compreender a transmissão do “Lapso” (queda) diante do Criador, como disse
o apóstolo Paulo:
“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Rm.5:12)
Dentro do tema da Unidade da espécie humana, vemos como que uma “programação” ou um “sistema
operacional” deixado por Deus no interior do ser humano. Principais argumentos:
O testemunho da Consciência – “Estes (os gentios) mostram a norma da Lei gravada no seu coração,
testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos (razão), mutuamente acusando-se ou
defendendo-se.” (Rm.2:15)
Vocação moral e religiosa – A natureza moral e religiosa de todas as variedades fenotípicas é
especificamente idêntica. (Ec.3:11) O conhecimento de Deus é inato e intuitivo. Há um padrão interno
gravado nos corações. Esta crença está presente em todas as culturas, seja no modo monoteísta ou politeísta.
Instintos – Os instintos são comuns a todos os humanos; a auto-defesa e defesa da prole, preservação,
reprodução, desejo de amar e de ser amado, companheirismo, etc.
O testemunho da Natureza – (Sl. 19:1, Rm. 1:19-20)
As espécies são protegidas por leis biológicas – É fato admitido universalmente pelos naturalistas que a
união entre animais de espécies diferentes nem sempre é fértil e que o produto de semelhantes uniões,
raríssimas vezes, pode propagar. Entre os homens, porém, no sentido genérico de humanidade, não há
nenhum obstáculo para a reprodução com quaisquer fenótipos. Assim, a Bíblia e a ciência harmonizam-se na
explicação da origem da raça humana a partir de um só individuo.
(JOINER, Eduardo. Manual Prático de Teologia. Ed.Central Gospel.RJ.2004.pp.155-158)
Papéis masculinos e femininos
Há algumas evidências bíblicas que exigem estudo. Alguns autores admitem que as diferenças de autoridade
foram introduzidas só depois do surgimento do pecado no mundo; como parte do castigo da queda, quando
Deus decretou para Eva: “ O teu desejo será para o teu marido e ele te governará.” (Gn.3:16) Alguns autores
situam neste verso o princípio da liderança masculina na família. Outro texto diz: “Também o homem não
foi criado por causa da mulher e sim a mulher por causa do homem.” (I Co.11:9) Não há sugestão de
rivalidade ou inferioridade entre os seres, mas aponta que existe diferença de papeis a serem cumpridos.
a) Adão foi criado primeiro - O fato de Deus ter criado primeiro Adão, sugere a liderança natural de Adão
dentro da família. É compatível com o “padrão da Primogenitura” no Antigo Testamento, onde o filho que
nasce primeiro detém a liderança e certos benefícios dentro da família. O apóstolo Paulo, em I Tm.2:13, usa
o argumento da precedência de Adão para restringir certos papeis, na igreja, a homens, como autoridade e
ensino.
No Novo Testamento, consultar os seguintes textos:
I Tm.2:8-15 – Proibição de ensinar e exercer liderança
I Co. 14:34-35 – Permanecer calada na Assembléia – A mulher devia permanecer calada no culto público
por 4 motivos:
1- A Lei Determinava – (Lei religiosa)
2- Questão cultural ( v.35b “Porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja”.
3- Fator da precedência Natural ( I Tm. 2:13-14)
4- Questão da fragilidade emocional
Entenderemos melhor os papéis masculinos e femininos na atualidade, se separarmos os ambientes:
a) No Reino de Deus – Homens e mulheres são iguais. ( Gálatas 3:28 I Co. 11:11)
b) Na Natureza – São interdependentes (I Co. 11:12)
c) Na Sociedade – Igreja e família, a mulher deve priorizar a liderança masculina.
b) Eva foi criada como auxiliadora de Adão – “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma
auxiliadora que lhe seja idônea.” (Gn.2:18) O apóstolo Paulo interpreta este verso e diz: “Também o homem
não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem.”(I Co.11:9) Não se deve supor
aqui uma sugestão de importância menor, mas sim, que existe uma diferença de papéis desde o princípio.
OBS: sempre que alguém “auxilia” ocupa uma posição subordinada inferior ao auxiliado.
c) Adão deu nome a Eva – Os nomes hebraicos designavam o caráter, a função ou reproduziam a
circunstância do nascimento da criança. (Exemplo: Moisés = tirado ou salvo das águas ) No pensamento
antigo, o direito de dar um nome a alguém, implicava autoridade sobre esta pessoa. Adão deu nome a todos
os animais (Gn.2:19-20) e nomeou a sua companheira, Eva, dizendo: “Esta chamar-se-á varoa, porquanto do
varão foi tomada. (Gn. 2:23) “Deu o homem o nome de Eva à sua mulher, por ser a mãe de todos os
viventes.” (Gn. 3:20)
d) A serpente aproximou-se primeiro de Eva. - O fato de Satanás aproximar-se primeiro de Eva, contrasta
com o modo como Deus o fazia. Deus falava com Adão. (Gn.2:15-17, 3:9) Paulo parece ter essa inversão de
papéis em mente ao dizer: “ Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.” ( I
Tm.2:14) Isso sugere pelo menos que Satanás, abordando primeiro a mulher, tentava minar o modelo de
liderança masculina que Deus estabelecera desde o princípio.
e) Deus falou primeiro com Adão depois da queda – Deus convocou Adão e pediu explicações por seus
atos.”E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?” (Gn.3:9) Deus tinha Adão como
líder da família e aquele que primeiro deveria responder pelos acontecimentos.
f) Adão, não Eva, representa a raça humana – Ainda que Eva tenha pecado primeiro (Gn.3:6) somos tidos
como pecadores por causa do pecado de Adão e não por causa do pecado de Eva. “Em Adão todos
morrem...” (I Co. 15:22) “Pela ofensa de um só homem, morreram muitos.” (Rm.5:15)
g) Correção de sentimentos dissimulados – Disse Deus a Eva: “O teu desejo será para o teu marido e ele
te governará.” (Gn.3:16) Susan Foh argumentou com eficácia que a palavra traduzida por “desejo” (hebr.
Teshûqãh) significa desejo de conquistar e indica que Eva teria o desejo ilegítimo de usurpar a autoridade do
marido. Era um indicativo de um processo conflituoso no relacionamento que estaria sempre presente. O
texto conclui informando a Eva que ela seria governada por Adão. A palavra hebraica é “māshal” (governar)
um termo forte que sugere dureza e não gentileza, porque os homens abusariam da autoridade, introduzindo
dor e conflito em um relacionamento antes harmonioso. A maldição introduziu distorção na liderança
humilde e ponderada de Adão.

DESTAQUES:
Dois pontos de afetamento na relação homem-mulher como influência da queda: Da parte da mulher –
Insubmissão à autoridade do marido. Da parte do homem – Abuso de autoridade e falha em exercer amor.
A Redenção por Cristo vai reverter estes aspectos dolorosos do relacionamento resultante do pecado,
incentivando as esposas a não se rebelar contra a autoridade do marido e estimulando os maridos a não
impor autoridade com aspereza. ( Textos: Cl. 3:18-19, Ef. 5:22-23, Tito 2:5, I Pe. 3: 1-7 )
Um estudo mais aprofundado do sentido da palavra “submissão” pode ser feito em [ Teologia Sistemática –
Wayne Grudem. Ed. Vida Nova. SP.pp. 382 a 384] W.Grudem contesta algumas interpretações atuais da
palavra submissão com o sentido de “ser solícito e atencioso, agir com amor”. Quanto à palavra traduzida
por “cabeça” em I Co. 11:3, no origina grego “Kephale”, significa “autoridade sobre.” E não como alguns
interpretam como “Fonte”, “Fonte de amor e serviço”, esvaziando o sentido de autoridade.

01/07 - O FIM DA ERA ANTEDILUVIANA


O capítulo 6 de Gênesis retrata uma sociedade decadente, cujas características eram a maldade, a violência e
a corrupção. Lembremos que a primeira família viveu o drama da “violência doméstica”. Caim matou Abel.
(Gn. 4:17-24) Após este fato, Caim se empenha em criar uma civilização. Por inferência, podemos deduzir
que o mundo da época passa a contar com dois entroncamentos de família.
1- Famílias da linhagem de Sete – Chamadas de “Filhos de Deus”. Uma geração que invocava o Nome de
Yahweh. (Jeová) Gn.4:26 Esta descendência caracterizou-se pela piedade cultica.
2- Famílias da linhagem de Caim – Chamados de “Filhos dos homens” Gênesis 6 relata a fusão dos dois
grupos. O resultado da mistura de ambas as linhagens foi a corrupção geral do Gênero humano. A
descendência de Caim priorizou as coisas desta vida, conseguiram progresso tecnológico e abandonaram os
princípios divinos. ( Gn.4:17, 20-22)
Situação da Família nos dias de Noé
Descaso com a família e imoralidade sexual. “Tomaram para si mulheres de todas as que
escolheram...”(Gn.6:2) “Casavam-se e davam-se em casamento”, ou seja; apenas se juntavam. Eram dias
ínfima valoração para com a instituição familiar e para o compromisso da união monogâmica.
Lameque, pela linhagem de Caim, instituiu a Poligamia e o predomínio da força bruta sobre os homens,
vangloriando-se de ter matado pessoas. (Gn.4:19-23) A violência assumiu proporções de uma catástrofe
social.
A família de Noé : Noé e sua família viviam uma vida integra, separados da contaminação moral do seu
tempo. Noé não havia se misturado com a descendência de Caim. Era monógamo ( Gn.7:13) mantendo-se
fiel ao principio do casamento estabelecido por Deus (Gn. 2:24 , Mt. 19:8) O escritor de Hebreus diz que
Noé preparou a arca buscando a salvação de sua família.
Os filhos de Noé tinham, cada um, uma mulher. (Gn.7:13) indicativo de que Noé os havia instruído a se
manterem no principio divino da família monogâmica. (Hb.13:4)
O mundo atual deve um tributo a Noé: Ele não apenas salvou a si e a sua família, mas salvou a toda a
humanidade. Se estamos aqui é porque um justo renegou o pecado e se esforçou por viver em retidão,
achando graça aos olhos de Deus.
No mundo pós dilúvio, Noé é o protagonista do primeiro pacto entre Deus e o homem: A Aliança Noélica.
Deus abençoa Noé e sua família, deseja-lhe fecundidade e ordena que povoem a terra. Dos filhos de Noé,
Sem, Cão e Jafé, se povoou toda a Terra.
Um grave incidente com Noé:
Texto: Gênesis 9:20-21 A Embriaguês e suas conseqüências
Convém não fazer um juízo apressado de Noé. Gn.6:8 registra: “Porém, Noé achou graça diante de Deus...”
No momento em que toda a humanidade estava reprovada e a destruição era certa, Deus viu um homem justo
e íntegro.
Noé torna-se o primeiro homem no Novo Mundo a desfrutar da Graça de Deus. Não estava ali um homem
perfeito, mas estava ali um homem investido de autoridade. Deus estabeleceu Noé como cabeça da raça
humana. No entanto, ali estava um homem sujeito a errar. Faltou a Noé o “domínio próprio” ou
“temperança”.
Noé se embebedou e se pôs nu na sua tenda. O filho mais moço, na verdade, o neto, filho de seu filho Canaã,
lhe faltou com o respeito e foi amaldiçoado por Noé. (Gn. 9:20-27)
Observe que a maldição aplica-se somente a Canaã e aos cananeus. Os outros três filhos de Cão, listados
abaixo, estão livres da imprecação:
Cuxe – Que deu origem à Etiópia
Pute – Que deu origem à Líbia
Misraim – Que deu origem ao Egito. Isto põe por terra a falsa insinuação que as raças negras participam de
maldição.
O princípio da autoridade:
Canaã se mostrou leviano e zombeteiro. Não honrou a autoridade do avô. Viu-o, saiu zombando diante dos
tios Sem e Jafé.
Watchman Nee, comentando este episódio, conclui: “A carne (Carnalidade) ama ver a autoridade exposta à
vergonha.” Os escândalos das autoridades dão ibope.
Atitudes de Sem e Jafé: Observem a maturidade e o respeito com que eles trabalham a questão: Caminham
de costas – Isto é sintomático; não havia no coração o desejo de enfrentamento do pai. Tomando uma capa
cobriram a nudez do pai – “Todos nós precisamos da capa do respeito, da submissão, do verdadeiro amor
filial quando a autoridade da casa falha. Isto é ser família.” S.D .Rabello
As atitudes de Canaã, bem como de Sem e Jafé, tornaram-se princípios espirituais de benção e maldição,
vigindo até hoje. Gn.9:25 diz: “Maldito seja Canaã.” Nascia ali uma linhagem proscrita, uma raça de
escravos.
Os territórios ocupados pelos cananitas, foram mais tarde, subtraídos deles e dados aos semitas. ( Dt.20:17,
Êx. 3:8)
Sem ocuparia lugar de liderança – Dele sairiam líderes espirituais e sua linhagem traria ao mundo o Messias.
Jafé se transformaria no pai de um grande ramo gentio – Buscariam lucros e poder material, seriam
prósperos, manteriam união com Sem. Das nações procedentes de Jafé, têm saído mestres e pregadores
cristãos, como profetizou Isaías: “Porei entre elas ( as nações) um sinal (de autoridade) e alguns dos que
foram salvos enviarei às nações, a Társis (Espanha), Pul (Líbia) e Lude (Lídia- região na Ásia Menor perto
de Éfeso)... A Tubal e Javã (Grécia), até as terras do mar mais remotas, que jamais ouviram falar de mim,
nem viram a minha glória, eles anunciarão entre as nações a minha glória.”( Is. 66:19)
Nestas referências estão incluídos os Alemães, Ingleses, latinos, franceses, espanhóis, americanos, etc. Veja
a seguir o quadro da distribuição das raças:

DESCENDENTES DE NOÉ

Dois Novos fatores:


Desse período pós dilúvio, dois novos fatores vão influenciar as relações de família e parentesco:
1- Fragmentação geográfica dos Continentes – A teoria é de que a Terra era um único continente. A
Gondwanaland ou Pangéia Gondwana – Pan= tudo, gea= terra, ou seja, todas as terras emersas unidas num
só continente. Estando os continentes unidos, tínhamos exemplares humanos em vários pontos distantes. A
tal divisão e afastamento dos continentes chegou a ser registrada pelos povos antigos e consta que se deu nos
dias de Pelegue. ( Gn. 10:25)
2- A Confusão de Línguas – (Gn. 11:1-9) Temos aqui a origem dos idiomas e etnias.
“A mulher foi feita por Deus para suprir a deficiência do homem.”
I Tm. 2:14

RELACIONAMENTOS DE FAMÍLIA – Velho Testamento


BASEADO EM “VIDA COTIDIANA NOS TEMPOS BÍBLICOS” JAMES I.PACKER
Os papeis dos membros da família permaneceram quase os mesmos durante o período bíblico e até mesmo
na era neo-testamentária. Há na Bíblia o registro de práticas como um costume cultural tolerado, não
expressando o ideal de Deus. Exemplo: A cultura permitia a um homem ter mais de uma esposa e alguns
homens de Deus as tiveram.
A unidade Familiar – Por que Deus criou a estrutura da família? Ver Gênesis 2:18 – Indica que homem e
mulher foram reunidos para companheirismo e procriação. A esposa devia ajudar o marido e o marido devia
cuidar da esposa. Então os dois juntos deviam cuidar dos filhos.
O marido e seu campo de ação – A palavra “marido”, no hebraico, tem o sentido de “dominar”, “governar”,
“senhor”, “amo”. A ele compete:
Zelar pelo bem-estar da mulher e filhos
Liderança sacerdotal da família – conduzir a família na observância dos ritos religiosos tais como a
Páscoa.
Transmitia aos filhos a Lei escrita – O pai era admoestado a manter regular esta prática. (Dt.6:7-9)
Responsável por infligir castigo físico
Era o provedor da casa – Se faltasse neste quesito era evitado e escarnecido pela sociedade. (Pv. 19:7) O
apóstolo Paulo reforçou esta responsabilidade: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente
dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior do que o descrente”. (I Tm. 5:8)
Defendia os direitos da família perante os juízes – (Dt.22:13-19) O órfão e a viúva não tinham um homem
que os defendesse, por isso, com freqüência, lhes era negada a justiça. (Dt.10:18)
Aplicava a disciplina extrema – ( Dt.21:18-21)
O talmude(Livro que registra as tradições orais dos judeus) diz que o pai tinha 4 responsabilidades para
com o filho, além de ensinar-lhe a Lei:

o 1- Devia circuncidar o filho- Gn. 17:12-13


2 – Devia redimi-lo (pagar o resgate por ele) se ele fosse o primogênito. (Nm.18:15-16) O 2º resgate era no
arrolamento aos 20 anos. (Êx.30:11-16)
3 – Devia achar-lhe uma esposa – (Gn. 24:4)
4 – ensinar-lhe uma profissão.
Um delicado equilíbrio entre firmeza e afeição tipificava o pai judeu ideal.
A esposa e seu campo de ação:
Espontaneamente assumia um lugar de submissão ao marido
Era a auxiliadora – Gn.2:18
A principal responsabilidade girava em torno do lar e dos filhos – às vezes assumia tarefas comerciais (
Pv. 31:16, 25)
O alvo primário era dar filhos ao marido – O primeiro filho era saudado com muita alegria. Sobretudo o
homem se alegrava com a vinda de um filho varão. (Jr.20:15)
A família judia esperava que a esposa se tornasse como uma videira frutífera. ( Sl.128:3)
A mãe participava da responsabilidade de educar os filhos.
As filhas eram preparadas para serem esposas e mães, enquanto os moços acompanhavam o pai no campo
e outros trabalhos.
Esperava-se das esposas, mulheres talentosas, sábias e virtuosas. Muitas ajudavam o marido
confeccionando roupas de lã.(Pv.12:4 , Pv. 31:23)
15/07
OS FILHOS:
Tinham de sustentar os pais quando estes envelhecessem e dar-lhes sepultamento digno.
Família numerosa, com filhos saudáveis, era garantia de defesa nas disputas com inimigos. (Sl. 127:4-5)

O filho primogênito ocupava um lugar de honra no seio da família. Tinha o direito de primogenitura,
porção dobrada na herança da terra (Dt.21:17), Honras na liderança religiosa e na administração do clã.
Numa família “Real”, significava a sucessão ao trono.
O quinto mandamento exortava: “Honra a teu pai e a tua mãe.” Êxodo 20:12
AS FILHAS: Os hebreus tratavam as filhas com mais humanidade do que algumas culturas vizinhas. As
filhas primogênitas tinham lugar de honra e também deveres na família. Tinham prioridade sobre o direito de
se casarem primeiro, quando havia mais irmãs.( Ex.: Lia e Raquel- Gn. 29:26)
Se a família não tinha varões, as filhas podiam herdar as possões do pai. ( Nm.27:5-8) mas só conservariam
o patrimônio se casassem dentro de sua própria tribo.( Nm. 36:5-12)
A filha estava sob o domínio legal do pai até que se casasse. Normalmente o pai escolhia o pretendente ao
casamento da filha, mas esta era consultada se aceitava ou não o candidato. (Gn. 24:58, I Sm. 18:20)
Os casamentos aconteciam muito cedo na vida das meninas que contavam com 12 ou 13 anos. As moças dos
tempos bíblicos tinham como padrão de beleza a pele clara. Se uma jovem ficava bronzeada pelo sol, ela se
escondia da vista do público. (Ct.1:6)
OS LAÇOS FAMILIARES:
O laço de amor familiar era tão forte que a Lei Mosaica permitia que o Sacerdote tocasse o corpo morto
de um irmão, irmã, pai, mãe ou filho falecido. (Lv. 21:1-3)
Quando Diná foi violada, seus irmãos vingaram o crime.(Gn.34)
Os filhos de Jó nunca davam banquetes sem convidar suas três irmãs. ( Jó 1:4)
Bibliografia
PACKER, James I. Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos. Ed.Vida. 1984. Cap. 1 pp.7-2

POLIGAMIA
A Bíblia apresenta alguns personagens, entre eles Davi e Salomão, que contraíram casamento com várias
mulheres, sem incorrer por isso em adultério.
Dentro da cultura da época, ter oficialmente mais de uma mulher como esposa, não era adultério, desde que
essa mulher não fosse comprometida com nenhum outro homem.
John D.Davis em seu “Dicionário da Bíblia” é taxativo a esse respeito: “De acordo com a legislação antiga, a
poligamia e o concubinato não eram considerados adultério.” Porém, isso não significa que Deus aprovava a
poligamia, e sim a monogamia.
“A monogamia não significa escravidão dos sexos, prisão do cônjuge a um só parceiro ou parceira, mas
propósito divino, paternidade e maternidade responsáveis visando o perfeito louvor ao Deus supremo.”
Onésimo Figueiredo
Davi e Salomão são sempre lembrados como polígamos. Davi teve como esposas: Mical (I Sm.14:29),
Ainoã, Abigail, Maaca, Hagite, Abital, Eglá, Bate-Seba. ( I Cr.3:1-9) Apesar de ser um homem segundo o
coração de Deus, ele pecou contra o sexto e o sétimo mandamentos. (Não matarás e não adulterarás) Davi
tomou a mulher de Urias e tramou a sua morte. O pecado de Davi foi o de ter tomado uma mulher
comprometida com outro homem.
Salomão foi o maior polígamo da história do Velho Testamento. Teve 700 mulheres e 300 concubinas.
Muitas dessas mulheres, na maior parte eram idólatras, filhas de príncipes pagãos, desposadas por motivos
de aliança política.
Por que a poligamia foi tolerável? Talvez como amparo social para as mulheres economicamente menos
favorecidas. Para a garantia da sobrevivência social diante dos extermínios das populações masculinas
dizimadas pelas guerras. No caso de Israel, talvez o desequilíbrio demográfico – mais mulheres do que
homens – criava uma situação social conflitante.
DECLÍNIO DA POLIGAMIA – O cativeiro serviu para curar Israel da idolatria e das extravagâncias de todo
tipo. Até mesmo o culto, antes formal e amparado pela majestosa estrutura do templo, agora era quase que
uma reunião familiar ou de pequenos grupos; as sinagogas, onde cada família seguia o modelo monogâmico.
No Novo Testamento, o apóstolo Paulo cobra da igreja uma atitude sóbria sobre este assunto. Diz: “Convém,
pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher...” (I Tm. 3:2) A influência da cultura grega e
do direito romano tinham sido os fatores importantes na fixação do modelo monogâmico das civilizações
mediterrâneas.
Conceituação de termos:
POLIGAMIA – Casamento com mais de uma mulher não desposada por nenhum outro homem.
CONCUBINA – Moça, geralmente pobre, que um homem comprava de seus pais, aceitava como pagamento
de dívida ou tomava como prisioneira de guerra. A concubina tinha direito a casa, comida e relações sexuais
com o dono, que era considerado seu marido. Ela ficava em posição inferior à da esposa, porém, não era
olhada com desprezo pelos outros, porque era costume normal e a Lei permitia tal prática. Reis e autoridades
mantinham uma casa somente para as suas mulheres, o chamado “Harém”. (Dicionário da Bíblia de
Almeida.SBB.SP.1999)
ADULTÉRIO – Relação sexual que um homem casado tem com uma mulher que não é sua esposa ou vice-
versa.(Jr.23:10, João 8:3) Em sentido restrito, significa envolvimento sexual fora do casamento, infidelidade
conjugal, união destoante. (Êx.20:14, Hb. 13:4) A idolatria era figuradamente chamada de adultério, porque
violava o princípio da fidelidade a Deus. (Jr.3:8 , Ez. 23:37)
FORNICAÇÃO – Relações sexuais ilícitas entre pessoas não casadas. (At. 15:29, I Co. 5:1, 6:18, Ef. 5:3, I
Ts. 4:3)
“ Se você passar por uma guerra no trabalho, mas tiver paz quando chegar em casa, será um ser humano
feliz. Mas, se você tiver alegria fora de casa e viver uma guerra na sua família, a infelicidade será a sua
amiga.”
Augusto Cury

TRABALHO EM EQUIPE
O texto a seguir reproduz: Capitulo 3 do livro “ Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos” de Merril C.Tenney, e
ou. Ed.Vida.
1- Proceder a leitura corrida de todo o texto
2- Sublinhar palavras desconhecidas
3- Responder às seguintes perguntas:
1- Sintetize com suas palavras o ensinamento sobre privilégios e deveres no casamento, expressos nos
tópicos: a) |Divinamente estabelecido b) Marcado pelo amor
2- Como Deus define a relação sexual do casal com base em Hb.13:4?
3- Levítico 20:10-21 apresenta diversos pecados sexuais. Como você definiria o incesto?
4- Dentro do item “Costumes matrimoniais”, fale sobre: a) Os quesitos de Abraão a seu servo quando saiu
para buscar uma noiva para seu filho Isaque.(Gn.24) b) O dote ou preço da noiva c) A festa do casamento.
5- Explique a “Lei do Levirato”.
6- Explique o “divórcio” na Lei Mosaica.
7- Com relação ao divórcio, fale sobre os ensinamentos do Novo Testamento, especificamente os ensinos de
Jesus e Paulo.

CASAMENTO E DIVÓRCIO
A Bíblia expressa com clareza as intenções de Deus para o casamento. Deus quer que o homem e a mulher
se realizem tanto espiritual como sexualmente. Este relacionamento foi desfigurado pela queda da
humanidade no pecado. A história de Israel fala das mudanças que afetaram o casamento porque os israelitas
preferiram aceitar as práticas degradantes de seus vizinhos ímpios.
Jesus reafirmou o significado do casamento. Ele censurou a atitude dos judeus para com o divórcio, e
desafiou os parceiros conjugais a viverem em harmonia.
Casamento
Convém observar as passagens bíblicas que descrevem o propósito do casamento. A Bíblia dá uma visão
geral dos privilégios e deveres do vínculo matrimonial.
A. Divinamente estabelecido. No princípio Deus criou um casal de seres humanos, um homem e uma
mulher. Sua primeira ordem a eles foi: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra” (Gênesis 1:28). Ao
reunir este casal, Deus instituiu o casamento, a mais fundamental de todas as relações sociais. O casamento
capacitava a raça humana a cumprir a ordem de Deus de encher a terra e sujeitá-la (Gênesis 1:28).
Deus fez a ambos, o homem e a mulher, à sua imagem, cada qual com um papel especial e cada qual
complementado pelo outro. O capítulo 2 de Gênesis diz que Deus criou primeiro o homem. Depois, usando
uma costela do homem, Deus fez-lhe “uma auxiliadora” (Gênesis 2:18). Quando Deus trouxe Eva a Adão,
ele os uniu e disse: “Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só
carne” (Gênesis 2:24).
Deus tencionava que o casamento fosse uma relação permanente. Devia ser uma entrega pactual única de
duas pessoas que excluíam todas as demais de sua intimidade. Deus proibiu expressamente a quebra dessa
união quando ordenou: “Não adulterarás” (Êxodo 20:14). O Novo Testamento reafirma a singularidade do
vínculo matrimonial. Jesus disse que o homem e sua mulher “já não são mais dois, porém uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:6). Paulo comparou lindamente o amor de
um homem à sua esposa ao amor de Cristo à sua Igreja (Efésios 5:25). Ele disse que o amor de Cristo era tão
profundo ao ponto de ele morrer pela igreja, e do mesmo modo o amor do homem à sua esposa deve superar
quaisquer imperfeições que ela possa ter.
O casamento é mais do que um contrato que duas pessoas fazem para seu mútuo benefício. Visto que fazem
seus votos matrimoniais na presença de Deus e em seu nome, podem buscar poder de Deus para cumprir tais
votos. Deus torna-se uma parte sustentadora do casamento. O livro dos Provérbios lembra-nos disto quando
diz que Deus dá
Procissão matrimonial. Esta concepção artística de uma procissão matrimonial típica nos tempos bíblicos,
mostra o noivo acompanhando o grupo do casamento de volta à sua casa para uma festa. Música e dança
eram partes essenciais da celebração, que durava de uma a duas semanas.

sabedoria, discrição e entendimento, de modo que os parceiros matrimoniais possam evitar que sejam
induzidos à infidelidade (d. Provérbios 2:6-16). Os escritores do Novo Testamento entenderam que o
casamento cristão é criado e mantido por Cristo.
B. Marcado pelo amor. Acima de tudo mais, o amor é o sinal da união. Note-se a simplicidade com que a
Bíblia descreve o casamento de Isaque e Rebeca: “[ele] tomou a Rebeca, e esta lhe foi por mulher. Ele a
amou” (Gênesis 24:67). O amor, baseado em verdadeira amizade e respeito, sela e sustenta o laço
matrimonial. Pedro conclama os maridos a viverem “a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo
consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, por isso que sois
juntamente herdeiros da mesma graça de vida” (1 Pedro 3:7). Este tipo de amor entre marido e mulher
purifica a relação matrimonial de ambos.
A Bíblia diz que marido e mulher são iguais como pessoas diante de Deus, visto que ambos foram feitos à
imagem de Deus. Ambos podem ser salvos de seus pecados, mediante Jesus (Gênesis 1:27; Gálatas 3:28;
Colossenses 3:10-11). Juntos recebem os dons e as bênçãos de Deus para seu casamento (Romanos 4:18-21;
Hebreus 11:11; 1 Pedro 3:5-7). Quando se unem em casamento, ambos têm obrigações, embora possam ter
graus variáveis de capacidade para executar as responsabilidades que partilham.
C. Realização sexual. Outro fator no relacionamento matrimonial é a união sexual dos parceiros. A união
sexual consuma o casamento na base de uma entrega matrimonial mútua. A expressão “coabitou o homem
com Eva” ou “conheceu Adão a Eva” (Gênesis 4:1, 25 e outros lugares), é o modo direto de a Bíblia referir-
se ao intercurso sexual. Mas a Bíblia trata este ato com dignidade, chamando-o digno de honra e sem mácula
(Hebreus 13:4). As Escrituras exigem do povo de Deus que conserve puras as suas relações sexuais. Não
devem usar o sexo para dar vazão a paixões lascivas, como o fazem os ímpios (1 Tessalonicenses 4:3-7). A
Bíblia recomenda ao homem casado deleitar-se na esposa de sua mocidade todos os dias de sua vida
(Eclesiastes 9:9). Ele deve embriagar-se “sempre com as suas carícias” (Provérbios 5:15-19).
1. Um dever a cumprir. Quando um israe1ita comprometia-se a casar, ele não devia permitir que nada o
impedisse de cumprir seu propósito. Não devia ir à guerra, para não dar-se o caso de ele morrer e outro
homem casar-se com a noiva prometida (Deuteronômio 20:7). Durante o primeiro ano de casamento ele não
devia retomar nenhuma tarefa que interferisse em sua presença no lar para promover “felicidade à mulher
que tomou” (Deuteronômio 24:5). Paulo disse aos maridos e às esposas que estivessem sexualmente
disponíveis um ao outro, sem privar-se um ao outro, de modo que Satanás não pudesse tentá-las a tolerar
afeições errantes por lhes faltar domínio-próprio (1 Coríntios 7:3-5).
2. Promiscuidade e perversão. Paulo diz que o homem que se une “à prostituta, forma um só corpo com ela,
porque, como se diz [o homem e a prostituta], serão os dois uma só carne” (1 Coríntios 6:16). O corpo, diz
Paulo, é o templo de Cristo. Uma vez que a união sexual promíscua une a carne de dois indivíduos, ela é
uma profanação do templo de Cristo.
Aqui o termo carne significa mais do que órgãos sexuais ou mesmo o corpo todo. Ele se refere à pessoa
integral. A união sexual inevitavelmente envolve a pessoa toda, quer dentro, quer fora do casamento.
Quando Deus exige que seu povo viva vidas santas (1 Pedro 1:15-16), isto inclui a conduta sexual com
relação ao casamento (1 Tessalonicenses 4:3-6). Deus exigiu santidade correspondente dos israelitas
(Levítico 18; 20:10-21). A pessoa na sua totalidade - corpo não menos do que alma - é separada para Deus.
Com o tempo a prostituição religiosa das nações pagãs entrou em Israel. A própria presença desta prática
profanou o culto do Senhor (1 Samuel 2:22).
A Bíblia proíbe o incesto (Levítico 18:6-18; 20:11-12). Denuncia, também, as relações homossexuais como
depravadas e reprováveis aos olhos de Deus. Na verdade, tais relações acarretavam pena de morte em Israel
(d. Levítico 18:22; 20:13; Deuteronômio 23:18; Romanos 1:26-27; 1 Coríntios 6:9; 1 Timóteo 1:10).
3. Papéis sexuais próprios. Nos tempos bíblicos, pensava-se no casamento como um estado em que as
pessoas naturalmente cumpririam seus respectivos papéis sexuais. Dessa maneira, o homem era o cabeça da
família e a esposa devia submeter-se à sua autoridade (Salmo 45:11; 1 Pedro 3:4-6). Este relacionamento de
papéis esteve presente desde o 'Começo; a mulher foi feita para ser auxiliadora do homem, adaptada para ele
nesse sentido. Por todo o tempo do Antigo Testamento a mulher encontrou seu lugar na sociedade por
intermédio do pai, depois mediante o marido, e então por meio do irmão mais velho ou parente resgatador.
Deus usou este relacionamento de papéis para estabelecer harmonia na família e na sociedade toda.
A submissão da mulher judia ao marido não lhe depreciava as capacidades nem a reduzia a um lugar
secundário na sociedade. A esposa “excelente” do Antigo Testamento (Provérbios 31) gozava da confiança
do marido e do respeito dos filhos e vizinhos. Ela desfrutava de muita liberdade para usar suas habilidades
econômicas a fim de prover para a família. Era reconhecida como pessoa de sabedoria e graciosa mestra.
Estava tão longe quanto possível de ser uma escrava-utensílio, que é como a mulher era considerada em
outras culturas do Oriente Próximo.
D. Símbolo espiritual. O casamento simbolizava a união entre Deus e seu povo. Israel era chamada de esposa
do Senhor, e o próprio Senhor disse: “não obstante eu os haver desposado” Jeremias 31:32; d. Isaías 54:5).
Os profetas declararam que a nação havia cometido “prostituição” e “adultério” quando ela se voltou de
Deus para os ídolos (Números 25:1-2; Juízes 2:17; Jeremias 3:20; Ezequiel 16:17; Oséias 1:2). Disseram que
Deus havia repudiado sua esposa infiel (Isaías 50:1; Jeremias 3:8) ao enviar ele os israelitas para o cativeiro.
Não obstante, Deus teve compaixão de sua “esposa”, Israel, e chamou-a de volta para ser fiel (Isaías 54).
Corno o noivo se alegra na sua noiva (Isaías 62:4-5), assim o Senhor se delicia em fazer de Israel o “povo
santo”, seus remidos (Isaías 62:12).

O Novo Testamento descreve a igreja corno a noiva de Cristo, preparando-se para a vida no reino eterno
(Efésios 5:23). Esta imagem sublinha a verdade de que o casamento deve ser urna união de amor e
fidelidade, exclusiva e permanente. Os maridos devem amar as esposas corno Cristo ama à sua noiva
resgatada, e as esposas devem submeter-se a seus maridos, corno se submetem a Cristo.
COSTUMES MATRIMONIAIS BÍBLICOS
Nos tempos bíblicos, o primeiro passo no casamento era dado pelo homem ou por sua família (Gênesis 4:19;
6:2; 12:19; 24:67; Êxodo 2:1). Geralmente, as famílias do casal faziam o arranjo do casamento. Assim
Hagar, corno chefe da família “o casou [Ismael] com urna mulher da terra do Egito” (Gênesis 21:21).
Estando Isaque com quarenta anos de idade, era perfeitamente capaz de escolher sua própria esposa (Gênesis
25:20); no entanto, Abraão mandou seu servo a Harã a fim de buscar urna esposa para Isaque (Gênesis 24).
Abraão deu ao servo duas ordens estritas: A noiva não podia ser Cananéia, e devia deixar o lar paterno para
viver com Isaque na Terra Prometida. Em circunstância alguma devia Isaque voltar a Harã para viver de
acordo com o antigo modo de vida da família.
O servo de Abraão encontrou a orientação do Senhor em sua escolha (Gênesis 24:12-32). Então, segundo o
costume da Mesopotâmia, ele fez os arranjos com o irmão e a mãe da moça (Gênesis 24:2829, 33). Ele selou
o acordo dando-lhes presentes (um dote) a eles e a Rebeca (Gênesis 24:53). Finalmente, buscaram o
consentimento da própria Rebeca (Gênesis 24:57). Este procedimento era muito semelhante às práticas
matrimoniais hurrianas descritas em antigos textos de Nuzi.1
Em circunstâncias diferentes, ambos os filhos de Isaque - Jacó e Esaú - escolheram suas próprias esposas. A
escolha de Esaú causou muita amargura de espírito a seus pais (Gênesis 26:34-35; 27:46; 28:89); mas a
escolha de Jacó encontrou aprovação.
Jacó foi enviado à casa de Labão, seu tio, em Harã, onde agiu com a autoridade de seu pai no arranjo para
casar-se com Raquel. Em vez de dar um dote a Labão, ele trabalhou durante sete anos. Mas não se
costumava permitir que a filha mais moça casasse primeiro, e assim Labão enganou Jacó casando-o com Lia,
irmã mais velha de Raquel. Jacó aceitou, pois, a oferta de Labão de trabalhar mais sete anos para obter
Raquel.
Naquela região, o homem que não tinha filho muitas vezes adotava um herdeiro, dando-lhe a filha como
esposa. Exigia-se que o filho adotivo trabalhasse na família. Se mais tarde nascesse um filho, o adotivo
perdia a herança em favor do herdeiro natural. Talvez Labão tenha tencionado adotar a Jacó; mas então lhe
nasceram filhos (Gênesis 31:1). Talvez os filhos de Labão tenham sentido ciúmes de Jacó por temerem que
ele pudesse reivindicar a herança. De qualquer maneira, Jacó deixou Harã secretamente para voltar à casa
paterna em Canaã.
Raquel levou consigo os deuses do lar que pertenciam ao pai. Visto como a posse desses deuses era uma
reivindicação à herança, Labão saiu no encalço dos fugitivos; mas Raquel ocultou os ídolos de modo que
Labão não os encontrasse. Para pacificar o tio, Jacó comprometeu-se a não maltratar as filhas de Labão nem
tomar outras esposas (Gênesis 31:50).
Deveríamos notar, especialmente, a tradição do Antigo Testamento do “preço da noiva”. Conforme vimos, o
marido ou sua família pagava ao pai da noiva um preço por ela para selar o acordo de casamento (d. Êxodo
22:16-17; Deuteronômio 22:28-29).
O preço da noiva nem sempre era pago em dinheiro. Podia ser pago na forma de roupas (Juízes 14:8-20) ou
de algum outro artigo valioso. Um preço muitíssimo horrendo foi exigido por Saul, que pediu a Davi prova
física de que ele havia matado 100 filisteus (1 Samuel 18:25).
O pagamento do preço da noiva não significava que a esposa tinha sido vendida ao marido e agora era sua
propriedade. Era reconhecimento do valor econômico da filha. Mais tarde a lei sancionou a prática de
comprar uma criada para tornar-se esposa de um homem. Tais leis protegiam as mulheres contra abuso ou
maus tratos (Êxodo 21:7-11).
Às vezes, o noivo ou sua família dava presentes à noiva também (Gênesis 24:53). Doutras vezes o pai da
noiva também lhe dava um presente de casamento, como fez Calebe (Josué 15:15-19). É interessante notar
que Faraó deu a cidade de Gezer como presente de casamento à sua filha, esposa de Salomão (1 Reis 9:16).
A festa fazia parte importante da cerimônia de casamento. Geralmente era dada pela família da noiva
(Gênesis 29:22), mas a família do noivo podia oferecê-la também (Juízes 14:10).
Tanto a noiva como o noivo tinham criados para servi-los (Juízes 14:11; Salmo 45:14; Marcos 2:19). Se
fosse um casamento real, a noiva dava suas criadas ao esposo para aumentar a glória da corte dele (Salmo
45:14).
Muito embora a noiva se adornasse com jóias e vestimentas bonitas (Salmo 45:13-15; Isaías 49:18), o noivo
era o centro de atenção. O Salmista apresenta, não a noiva (como fazem os modernos ocidentais), mas o
noivo como feliz e radiante no dia do casamento (Salmo 19:5).
Em outras nações do Oriente Próximo, o noivo costumeiramente passava a morar com a família da noiva.
Mas em Israel, em geral era a noiva que ia para o lar do marido e se tornava parte de sua família. O direito de
herança pertencia ao varão. Se um israelita tinha somente filhas e desejava preservar a herança da família,
suas filhas tinham de casar-se dentro da própria tribo porque a herança não podia ser transferida para outra
tribo (Números 36:5-9).
Um dos mais importantes aspectos da celebração do casamento era pronunciamento da bênção de Deus
sobre a união. Foi por isto que Isaque abençoou a Jacó antes de enviá-lo a Harã para buscar uma esposa
(Gênesis 24:60; 28:1-4).
Embora a Bíblia não descreva uma cerimônia matrimonial, supomos que fosse um acontecimento muito
público. Jesus compareceu a, pelo menos, uma cerimônia de casamento e abençoou-a. Em suas lições, ele
referiu-se a vários aspectos das festividades de casamento, mostrando assim que a pessoa comum tinha
familiaridade com tais cerimônias (Mateus 22:1-10; 25:1-3; Marcos 2:19-20; Lucas 14:8).

O LEVIRATO
Os israelitas achavam muito importante que o homem tivesse herdeiro. A preservação da herança da
propriedade que Deus lhes havia dado, era feita através dos descendentes (d. Êxodo 15:17-18; Salmo 127;
128).
A mulher incapaz de ter filhos muitas vezes era alvo do opróbrio dos vizinhos (Gênesis 30:1-2, 23; 1
Samuel1:6-10; Lucas 1:25). Ela e a família se recolhiam, então, em ardente oração (Gênesis 25:21; 1 Samuel
1:10-12, 26-28).
Surgia situação mais grave se o marido morresse antes de ela ter-lhe dado herdeiro. Para resolver este
problema, deu-se início à prática do levirato. Mencionado pela primeira vez em conexão com a família de
Judá (Gênesis 38:8), o levirato mais tarde veio a fazer parte da lei de Moisés (Deuteronômio 25:5-10).
Quando uma mulher enviuvava, o irmão do marido morto, de acordo com a lei do levirato, tinha de casar-se
com ela. Os filhos deste casamento tornavam-se herdeiros do irmão falecido, a fim de que “o nome deste não
se apague em Israel” (Deuteronômio 25:6). Se um homem recusava casar-se com a cunhada viúva, ele sofria
a ignomínia pública (Deuteronômio 25:7-10; d. Rute 4:1-7).
O exemplo mais conhecido deste tipo de casamento foi o de Boaz com Rute. Neste caso, o parente mais
próximo não quis casar-se com ela; então Boaz, como o parente mais próximo logo a seguir, agiu como
parente resgatador. Havendo ele pago a dívida da herança de Elimeleque, tomou Rute por sua esposa “para
suscitar o nome deste [Malom] sobre a sua herança, para que este nome não seja exterminado dentre seus
irmãos, e da porta da sua cidade” (Rute 4:10). Davi foi a terceira geração deste casamento, e desta linha veio,
mais tarde, Jesus Cristo (Rute 4:17; Romanos 1:3).
VIOLAÇÕES NO CASAMENTO
Embora Deus tenha ordenado o casamento como uma relação sagrada entre um homem e uma mulher, logo
ele foi corrompido quando alguns homens tomaram duas esposas (d. Gênesis 4:19). O casamento misto com
pessoas estrangeiras e a adoção de formas pagãs complicaram o problema.
A Bíblia registra que Abraão seguiu o costume pagão de gerar filho que lhe fosse herdeiro por via de uma
escrava, porque sua esposa era estéril. “Toma, pois, a minha serva”, rogou Sara ao marido, “e assim me
edificarei com filhos por meio dela” (Gênesis 16:2). A escrava, Hagar, logo deu um filho a Abraão. Mais
tarde, Sara também deu à luz um filho. A arrogância de Hagar afrontou Sara e levou-a a tratar Hagar com
severidade. Quando Sara viu Ismael caçoando de seu próprio filho, achou que ela já havia suportado o
suficiente. Exigiu que Abraão mandasse Hagar embora. Visto como Hagar lhe havia dado um filho, Abraão
não podia vendê-la como escrava. Deu liberdade a Hagar e despediu-a com um presente (Gênesis 21:14;
25:6).
Jacó foi outro patriarca hebreu que seguiu costumes matrimoniais pagãos. Jacó tomou duas esposas porque
seu tio o ludibriou, casando-o com a mulher errada (Gênesis 29:21-30). Quando Raquel percebeu que era
estéril, deu a Jacó sua serva “para que eu traga filhos ao meu colo” (Gênesis 30:3-6). Lia ficou enciumada e
deu a Jacó sua própria serva para ter mais filhos em nome dela (Gênesis 30:9-13). Desse modo Jacó teve
duas esposas e duas concubinas, mas ele deu status igual a todos os seus filhos como herdeiros da aliança
(Gênesis 46:827; 49).
A começar com Davi, os reis de Israel deram-se ao luxo de ter muitas esposas e concubinas, muito embora
Deus lhes tivesse ordenado, especificamente, que não fizessem tal coisa (Deuteronômio 17:17). Esta prática
conferia-lhes status social e os capacitava a fazer várias alianças políticas (2 Samuel 3:2-5; 5:13-16; 12:7-10;
1 Reis 3:1; 11:1-4).
Davi caiu em adultério com Bate-Seba e finalmente cometeu homicídio a fim de casar-se com ela. A morte
era o castigo de rotina para este pecado (Levítico 20:10; Deuteronômio 22:22). Mas em vez de tirar a vida de
Davi, Deus decretou que o filho de Davi e Bate-Seba deveria morrer, e que haveria luta contra Davi em sua
própria casa (2 Samuel 12:1-23).
Salomão também foi castigado por desobedecer às ordens de Deus concernentes ao casamento. Suas muitas
esposas estrangeiras levaram-no à idolatria (1 Reis 11:4-5).
A lei mosaica protegia as concubinas e as esposas múltiplas, mas não com o fito de sancionar a prática. A lei
dava status secundário às concubinas e a seus filhos a fim de proteger estas vítimas inocentes da
sensualidade descontrolada (Êxodo 21:7-11; Deuteronômio 21:10-17). Deveríamos observar a concessão da
lei no que tange a essas práticas à luz do comentário de Jesus sobre o divórcio: “Por causa da dureza do
vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; entretanto, não foi assim desde o
princípio” (Ma teus 19:8).
Malaquias denunciou o abuso e a negligência que uma esposa sofria quando o marido se voltava para uma
mulher pagã e repudiava a primeira. O pacto do casamento chamava-a a produzir “semente piedosa”; mas a
infidelidade do homem levou-o a ignorar suas responsabilidades para com ela (Malaquias 2:11, 14-16).
A lei mosaica não permitia aos israelitas casar-se com mulheres estrangeiras (Deuteronômio 7:3) porque elas
adoravam outros deuses. Quando os israelitas voltaram do cativeiro, foram avisados de que o casamento com
mulheres estrangeiras era contrário à lei de Deus. Esdras e Neemias falaram sobre o assunto muitas vezes
(Esdras 10; Neemias 10:30; 13:23-28). Neemias censurou sua geração, dizendo: “Não pecou nisto Salomão,
rei de Israel? ... Não obstante isso as mulheres estrangeiras o fizeram cair no pecado” (Neemias 13:26; d. 1
Reis 11:4-5). Esdras exigiu que todo homem pusesse fim ao seu relacionamento com esposa estrangeira. Os
que recusaram, foram expulsos da congregação e seus bens destruídos (Esdras 10:8). A relação sexual que
Deus tinha em mente era a monogamia - um homem e uma mulher. Mas devido às paixões humanas
degradadas, a lei de Deus precisou proibir pecados sexuais específicos (Levítico 18:1-30; 20:10-24;
Deuteronômio 27:20-23).

Mesmo assim, alguns homens, desavergonhadamente, buscaram prostitutas (Gênesis 38:15-23; Juízes 16:1).
O livro de Provérbios adverte com detalhes contra mulheres lascivas e vis que instigam os jovens nas ruas
(Provérbios 2:16-19; 5:1-23; 6:20-35). A prostituição do culto cananeu era um grave abuso, que de quando
em quando era praticada em Israel (1 Samuel 2:22-25; 1 Reis 15:12; 2 Reis 23:7; Oséias 4:13-14; d.
Deuteronômio 23:17).
A imoralidade sexual encabeça diversas listas de pecados citadas na Bíblia (Marcos 7:21; Romanos 1:24-27;
1 Coríntios 6:9; Gálatas 5:19; Efésios 5:5), Todo pecado sexual desfigura a imagem de Deus' no homem.
Deus advertiu que destruiria toda sociedade que permitisse a continuação de tal pecado (Levítico 18:24-29).
A PESSOA SOLTEIRA
Por suas palavras e por sua própria vida de solteiro, Jesus mostrou que o casamento não era um fim em si
mesmo, nem essencial à integridade da pessoa, Como servo de Deus, a pessoa podia não ser chamada para
ter um companheiro e filhos, O discípulo cristão podia ter de esquecer pais e possessões por amor do reino
de Deus (Lucas 18:29; d. Mateus 19:29; Marcos 10:29-30),
Paulo desejava que todos os homens estivessem contentes por viver sem casar-se, como ele (1 Coríntios 7:7-
8). Ele encontrava plena liberdade e inteireza em consagrar-se “desimpedidamente, ao Senhor” (1 Coríntios
7:35), Mas reconhecia que a pessoa que não tem o dom do autocontrole nesta área deve casar-se, para que
não peque (1 Coríntios 7:9, 36).
Os biblicistas discordam quanto ao modo de Jesus e Paulo interpretarem a lei mosaica concernente ao
divórcio. Não obstante, as provisões do Antigo Testamento são perfeitamente claras.
Casal real. Este relevo pintado em pedra calcária, de cerca de 1370 a. C., retrata uma rainha egípcia
oferecendo flores ao rei, que despreocupadamente se apóia em seu bastão. Esta e outras inscrições mostram
que a rainha desempenhava papel secundário na família real.
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A. Lei mosaica. A lei de Moisés permitia que um homem repudiasse sua mulher quando “ela não for
agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela” (Deuteronômio 24:1). O objetivo primário
desta legislação era impedi-lo de tomá-la de novo depois que ela se houvesse casado com outro homem; isto
teria sido “abominação perante o Senhor” (Deuteronômio 24:4).
Supunha-se que a lei desestimularia o divórcio em vez de incentivá-lo. Ela exigia um “termo de divórcio” -
um documento público garantindo à mulher o direito de casar-se de novo sem sanção civil ou religiosa. O
divórcio não podia ser feito no âmbito privado.
O motivo aceitável para garantir o divórcio era que houvesse alguma “coisa indecente”. Os tipos específicos
de “indecência” tinham suas próprias penalidades. Por exemplo, o adultério acarretava a morte por
apedrejamento.
Se o homem acreditava que sua esposa não era virgem por ocasião do casamento, ele podia levá-la aos
anciãos da cidade. Se a julgassem culpada, a punição seria a morte (Deuteronômio 22:13-21). Contudo, se o
homem houvesse acusado falsamente a esposa, ele seria castigado e devia pagar ao pai dela o dobro do preço
usual da noiva.
Quando o marido suspeitava que a esposa havia adulterado, ele a levava ao sacerdote, que lhe aplicava a “lei
de ciúmes”. Tratava-se de um julgamento por “provação”, típico das antigas culturas do Oriente Próximo. A
mulher devia tomar a água amargosa. Se ela fosse inocente, então a água não lhe faria mal. Se fosse culpada,
ficaria doente. Nesse caso ela era apedrejada até morrer como adúltera (Números 5:11-31).
Embora a lei de Moisés permitisse ao homem divorciar-se da esposa, esta não tinha permissão para
divorciar-se do marido por motivo algum. Muitas mulheres provavelmente escaparam de circunstâncias
desagradáveis sem o termo de divórcio (d. Juízes 19:2). Legalmente a esposa estava sujeita ao marido
enquanto ambos vivessem ou até que ele a repudiasse. Se fosse dado à mulher um certificado de divórcio, ela
podia casar-se de novo com qualquer homem, exceto com um sacerdote (Levítico 21:7, 14; EzequieI44:22).
Contudo, o novo casamento impedia-a com respeito ao primeiro marido - isto é, ele não poderia casar-se de
novo com ela, porque ela havia, de fato, cometido adultério contra ele (d. Mateus 5:32).
A despeito das provisões que permitiam o divórcio, Deus não o aprovava. “O Senhor Deus de Israel diz que
odeia o repúdio”; ele chamou-o de “violência” e de “infidelidade” (Malaquias 2:16).
Divórcio na Babilônia
O casamento é um ritual antigo; também o é o divórcio. Talvez nada haja tão fundamental numa cultura
como suas normas concernentes ao relacionamento entre um homem e uma mulher.
Hamurabi, rei babilônio que reinou de 1728 a 1686 a.C. redigiu intricadas leis conhecidas como o Código de
Hamurabi. Essas leis lidam com todos os aspectos da vida babilônica. Incluindo o divórcio. As leis
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de divórcio de Hamurabi eram quase tão complicadas quanto as de nosso tempo.
Um marido babilônio podia simplesmente dizer â esposa: “Tu não és minha esposa” (ul assati atti), ou que
ele a “havia deixado” ou a “havia repudiado”. Ele lhe dava “dinheiro de despedia” ou “dinheiro de divórcio”.
Às vezes se dizia que ele havia “cortado a orla de seu vestido”. Uma vez que o vestido muitas vezes
simboliL3va a pessoa que o usava, isto queria dizer que o marido havia cortado o vínculo matrimonial com a
esposa. Suas palavras eram um decreto legal de divórcio.
A esposa babilônia podia dizer que “odiava” marido ou que ela o “deixou”, o que significa que ela se
recusava a ter relações sexuais com ele. Contudo, nada do que a mulher dissesse podia dissolver o
casamento. Ela não tinha o poder de divorciar-se do marido sem consentimento de um tribunal.
O divórcio não era problema a não ser que o casamento tivesse sido formalizado. “Se um homem adquire
uma esposa, mas não redigiu os contratos para ela. essa mulher não é esposa”, segundo o Código de
Hamurabi. Contudo, uma vez que as pessoas fossem legalmente casadas, as condições e conseqüências do
divórcio estavam claramente troçadas no Código. Havia leis de divórcio concernentes a casamentos não
consumados, casamentos sem filhos, casamento com uma sacerdotisa, casamento em que o marido era
levado cativo durante a guerra, casamento em que a esposa ficava gravemente enferma; e sempre havia
provisões específicas acerca de quem devia receber a soma de dinheiro.
Um marido podia divorciar-se da esposa quase a seu bel-prazer. Contudo, se ela não era achada em falta, o
marido tinha de dar-lhe o dote, muitas vezes uma grande parte de sua propriedade. Isto protegia a esposa de
divórcio caprichoso ou casual. Se houvesse mau procedimento por parte do marido ou da esposa, esperava-
se que os tribunais avaliassem o castigo. Uma mulher nunca podia iniciar o processo de divórcio; ela devia
esperar que o marido recorresse ao tribunal. Se a mulher não podia provar sua própria inocência e a culpa do
marido, ela era afogada. Desnecessário é dizer que só em casos extremos uma mulher buscava o divórcio. Se
o marido fosse achado em falta, a esposa “não incorre em castigo” por sua recusa a direitos conjugais e podia
retomar â casa paterna.
Uma mulher podia até ser repudiada se ela fosse “uma borboleta, negligenciando assim sua casa e trazendo
humilhação ao esposo”. Se achada culpada deste crime, “eles lançavam essa mulher à água”.
Nada era sagrado ou perpétuo no casamento na Babilônia. Ele parece ter sido um acordo secular antes que
um compromisso religioso ou moral.
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B. Ensinos de Jesus. No tempo de Jesus havia muita confusão acerca das bases para o divórcio. Os rabinos
não estavam de acordo sobre o que constituía o “indecente” de Deuteronômio 24:1. Havia duas opiniões. Os
que seguiam o rabino Shammai achavam que o adultério era a única base para o divórcio. Os seguidores do
rabino Hillel aceitavam diversas razões para o divórcio, incluindo coisas tais como cozinhar mal.
Os Evangelhos registram quatro declarações de Jesus concernentes ao divórcio. Em duas delas, ele permitiu
o divórcio no caso de adultério.
Em Mateus 5:32, Jesus comentou a posição tanto da mulher quanto a do seu marido: “Qualquer que repudiar
sua mulher, exceto em caso de adultério, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada,
comete adultério.” Em outra declaração, Jesus falou da posição do homem que repudiava sua mulher:
“Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de adultério, e casar com outra, comete adultério” (Mateus
19:9).
Essas duas afirmativas parecem permitir o divórcio na base da infidelidade. Contudo, em dois outros
contextos, Jesus não parece dar aprovação nenhuma ao divórcio. Em Marcos 10:11-12 ele disse:
“Quem repudiar sua mulher e casar com outra, comete adultério contra aquela. E se ela repudiar seu marido
e casar com outro, comete adultério.” Em Lucas 16:18, Jesus faz uma declaração semelhante:
“Quem repudiar sua mulher e casar com outra, comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada
pelo marido, também comete adultério.”
Como é que as declarações de Jesus permitindo o divórcio por infidelidade se harmonizam com as
declarações que parecem proibi-lo inteiramente?
A primeira pista encontra-se nas conversações de Jesus com os fariseus (Marcos 10:5-9; Lucas 16:18), nas
quais ele insiste em que o divórcio é contrário ao plano de Deus para o casamento. Embora a lei de Moisés
permitisse o divórcio, era· apenas uma concessão provisória e relutante. Jesus contraditou a lei ao declarar
que, mesmo se o casal divorciado não tivesse sido sexualmente infiel um ao outro, aos olhos de Deus
cometeriam adultério se agora se casassem com outros parceiros.
Note-se que as declarações de Jesus fazem parte das conversações com os fariseus acerca da lei mosaica, a
qual eles acreditavam sancionava o divórcio por outros motivos além do adultério (Deuteronômio 24:1-4). O
ponto central de Jesus era que o divórcio nunca deveria ser considerado bom, nem deveria ser tomado
levianamente. Assim, em sua declaração citada em Lucas 16:18, ele nem mesmo menciona o assunto do
adultério. (Evidentemente, Marcos 10:5-9 registra apenas as palavras de Jesus que se relacionam com o
ponto central da conversação.)
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Nas duas passagens de Mateus (uma delas é um relato completo do que está registrado em Marcos 10), Jesus
permite o divórcio por um motivo somente - “imoralidade”, ou intercurso sexual ilícito. O pensamento de
Jesus é claro: ao criar uma união sexual com alguém que não seja o parceiro matrimonial, a pessoa dissolve
seu casamento. Neste caso, o decreto de divórcio simplesmente reflete o fato de que o casamento já foi
rompido. O homem que se divorcia de sua esposa por esta causa “não a faz adúltera”, pois ela já o é. O
divórcio por imoralidade geralmente liberta o parceiro inocente para casar de novo sem incorrer na culpa de
adultério (Mateus 19:9), mas às vezes este ponto é questionado.
Embora Jesus permitisse o divórcio por adultério, ele não o exigiu.
Muito ao contrário: Insistindo em que o divórcio rompe o plano de Deus para o casamento, ele abriu a porta
ao arrependimento, ao perdão e à cura num casamento infiel, como fez no caso de outras relações desfeitas
pelo pecado. A reconciliação era o método de Jesus para solucionar os problemas matrimoniais.
Deus havia demonstrado esta forma de reconciliação e perdão quando mandou Oséias casar-se com uma
prostituta, depois lhe disse que a resgatasse após ela ter-se vendido a outro homem. Deus perdoou a Israel
exatamente assim. Quando o povo de Israel continuou a adorar ídolos, Deus o enviou para o cativeiro; mas
ele o redimiu e o trouxe de volta para si (Jeremias 3:1-14; d. Isaías 54).
C. Ensinos de Paulo. Em 1 Coríntios 7:15, Paulo diz que um cristão cujo consorte retirou-se do casamento
devia estar livre para formalizar o divórcio: “ ... se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos
não fica sujeito à servidão, nem o irmão, nem a irmã.,,2 Não obstante, Paulo incentiva o crente a manter o
casamento, na esperança de que o parceiro incrédulo venha a ser salvo e os filhos não sofram.
Evidentemente, Paulo está pensando em pessoas que se casaram antes da conversão, porque ele diz aos
crentes que nunca se casem com incrédulos (1 Coríntios 7:39; 2 Coríntios 6:14-18). Observe-se que esta
situação é bem diferente daquela que Jesus mencionou no episódio narrado em Mateus 19 e Marcos 10.
Jesus estava falando aos mestres da Lei - em realidade, aos maus intérpretes da Lei - ao passo que Paulo
falava aos cristãos, muitos deles gentios que nunca tinham vivido sob a Lei de Moisés. Os leitores de Paulo
haviam mudado seu modo de vida após o casamento, e tentavam influenciar seus cônjuges a fazerem o
mesmo. Eles eram obrigados a pensar não somente em seu próprio bem-estar, mas também no bem-estar dos
cônjuges e filhos. Por essas razões, e pelo fato de que a monogamia é o plano de Deus, os casamentos devem
ser mantidos sem separação.
Paulo procurava desestimular o divórcio, a despeito de ser prática indubitavelmente comum na cultura
greco-romana da Corinto pagã. Em assim fazendo, ele se revelava como verdadeiro e leal porta-voz da Lei.

22/07
UNIDADE II – BASES CRISTÃS DA FAMÍLIA
MATRIMÔNIO CRISTÃO E TEMAS CIRCUNDANTES
DEUS PRONUNCIOU NÃO SER BOM O ESTADO DO CELIBATO. Gn.2:18 Casamento é instituição
divina. ( Mc. 10:7-9)
UM FRAGMENTO DO CORPO MASCULINO FOI O ELEMENTO BASE PARA A FORMAÇÃO DA
MULHER – Para que o homem sempre a trata-se como parte de si próprio. (Gn.2:23-24, Ef. 5:28-33)
O CASAMENTO É UMA COISA BOA.( Pv. 18:22)
HÁ HONRA NA VIDA SEXUAL DE UM CASAL QUE SE GUARDA UM PARA O OUTRO. (Hb.
13:4)
PROIBIR O CASAMENTO EM QUALQUER INSTÂNCIA DE ATIVIDADE HUMANA, ATÉ
MESMO NO SACERDÓCIO ( Celibato) É DAR OUVIDOS A ESPIÍRITOS ENGANADORES. ( I Tm.
4:1-5, I Tm. 3:2, Tt.1:6)
Pode haver com alguns, boas razões para se absterem do casamento; mas esses casos são exceções da
regra geral. (Mt. 19:10-12 Eunucos – I Co. 7:28 por medo de sofrer.)
DEUS NÃO PROIBIA O ENTRELAÇAMENTO DE NENHUMA FAMÍLIA HUMANA, POR
MOTIVO DE ETNIA, POSIÇÃO OU COR, ANTES, AGIU COM RIGOR CONTRA OS
PRECONCEITOS. (Ver Números 12 – Moisés e mulher Cuxita)
O casamento com incrédulos deve ser evitado ( 2 Co. 6:14-15) União com uma pessoa incrédula ou ímpia,
no casamento ou nos negócios, vai contra a vontade de Deus. “Poderão andar dois juntos se não estiverem de
acordo?”(Am.3:3)
NO V.T. O FATOR RELIGIOSO ERA PONTO DE HONRA A SER PRESERVADO – Por isso a Lei
proibia o casamento com estrangeiros (Dt. 7:1-4) A QUEDA de Salomão foi motivada por não respeitar esta
orientação. (I Rs. 11:1-2) Neemias teve de enfrentar com austeridade problemas nesta área. (Ne. 13:26)
A proibição de casamento entre parentes próximos é baseada em princípios válidos até na atualidade. ( Lv.
18:6-18)
O CASAMENTO SE LIMITA A UM HOMEM COM UMA MULHER- (Mt. 19:4-5, Ef. 5:31, I Co. 7:2
Casamento é união entre pessoas de sexo diferente. Os dicionários definem o verbete “Casal” como sendo
um par composto de macho e fêmea, ou homem e mulher. Deus sempre abominou as uniões homossexuais. (
I Co. 6:9-10, I Tm. 1:10) Está em uso o termo: “União Homoafetiva”, onde a tônica é colocada no afeto e
não no sexo.
O divórcio é o último recurso nos casos de infidelidade conjugal. ( Ml.2:16 , DT.24:1-4, Mt. 5:32, Mt.
19:6-9, Rm. 7:2-3)
MARIDO OU MULHER IMPIOS NÃO É MOTIVO PARA SEPARAÇÃO – SE uma das partes não quer
mais o acordo conjugal, o melhor é liberá-la. ( I Co.7:10-17)
39
A rejeição de Deus é causa da sexualidade pervertida. ( Rm. 1:18 a 27) O texto aponta 3 desordens que
podem ocorrer a homens e mulheres obstinados que resistem a graça de Deus:
1- Idolatria - (v.22)”...Antes se tornaram nulos” Expressão que aponta para a idolatria. No V.T. os ídolos são
conceituados como “nada, nulos, bolha”(Is.44:9, Jr.2:5) gr. “Eidolon = ídolo + “Latria” = adoração. Idolatria
é tudo aquilo que em nosso coração tira a primazia de Deus ou tenta substituí-lo. O contaminado pela
idolatria torna-se excessivamente apegado às coisas ou pessoas.
2- Desordens Emocionais – (v.24) “por isso Deus os entregou” A Palavra “entregar” tem o sentido de
“Largar, deixar à mercê ou à própria sorte, ficar fora da proteção divina, ficar exposto à ação de demônios.”
Desordens emocionais são sentimentos doentios, equivocados, conturbados, e que um dia, começaram como
um ingênuo desejo. O verso 24 fala de “Concupiscências do próprio coração.”, ou seja, os desejos mais
íntimos. O verso 26 diz “Deus os entregou a paixões infames” e o verso 28 diz: “uma disposição mental
reprovável”; ou seja, a uma mente depravada. É a perda da capacidade de discernir o mal moral. A alma
arruinada pela dureza do pecado não aceito e não confessado trás escravidão.
“O Senhor entrega os homens às conseqüências daquilo que eles escolheram para si mesmos. Quando os
homens escolhem um modo maligno de viver, também escolhem as conseqüências que essa maneira de vida
produz. Esta é a prova que Deus estabeleceu no Universo moral.” (PFEIFFER,f.Charles e. Comentário
Bíblico Moody.Imprensa Batista Regular.SP. 1988. Vol. 5 p.11)
3- Desordens somáticas - São as que afetam o físico, tais como as práticas alinhavadas pelo apóstolo: v. 24)
“Para desonharem o corpo entre si...” V. 26) “Até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações
íntimas...” V. 27) “Os homens, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua
sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens...”
Adolf Pohl, em seu comentário “Carta aos Romanos” diz: “Em nenhum lugar, porém, a criação de Deus está
tão perto de nós quanto no próprio corpo. Experimentamos nosso corpo não numa neutralidade sexual, e sim,
no âmbito da cópula entre macho e fêmea. Dessa maneira nossa definição sexual não reside
40
na escolha...” * e sim no que Deus planejou.] (POHL,Adolf. Carta aos Romanos. Ed.Esperança. Curitiba.PR.
1999. P.49)
CONCLUSÃO:
A sexualidade é dádiva de Deus no casamento. A sexualidade e a santidade são amigas e não inimigas. (Gn.
2:24, Mt. 19:9, Pv.5:15-19) a palavra “unir” heb.(dabaq)= colar, soldar. Logo, a união sexual é uma
poderosa argamassa.
O relacionamento conjugal deve ser formidável. Cada cônjuge deve ser ardente um com o outro. Paulo, o
apóstolo diz: “Não vos priveis um do outro, exceto por mútuo consentimento, para se dedicarem à oração...”
(I Co. 7:5) Paulo equaciona a vida física à vida de oração. Não há que se concentrar apenas em um aspecto
em detrimento de outro. Nenhum cônjuge é tão espiritual que deva isolar o parceiro na vida sexual.
∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞∞
FAMYLI - É o acróstico, em inglês da frase “Pai e mãe eu amo vocês!”
[ F ] ATHER
[ A ] ND
[ M ] OTHER
[I]
[ L ] OVE
[ Y ] OU
A COMUNICAÇÃO NO LAR
Comunicação em latim é “communicatio” – palavra composta de três outras palavras.
Com= juntos + munis= presente, dádiva + actio= ação.
Logo, comunicação é trocar presentes e os comunicadores, juntos se alegram. Na origem, no entanto,
comunicar queria dizer “troca de boas coisas”.
Conversar – significa versar juntos. Eu faço uma estrofe, você outra, e assim formamos um poema. Quem
versa sozinho faz monólogo.(GONÇALVES, Josué. Família. Ed.Mensagem para Todos. Bragança
Pta.SP.1999.p.23)
Reclamação mais comum:
Das mulheres – Meu marido não conversa comigo!
Dos homens – Minha mulher fala demais!
O problema pode estar localizado na fase inicial do relacionamento, retroagindo à fase de namoro e noivado,
onde o casal não aprendeu a conversar sobre suas expectativas, sonhos, frustrações, enfim, a falar sobre seus
verdadeiros sentimentos.
5 NÍVEIS DE COMUNICAÇÃO – John Powell
5º - Conversação Clichê
Conversação superficial com perguntas tipo padrão: - Como vai você? ( na verdade não estou interessado em
que a pessoa conte-me sua história) O outro lado sente a superficialidade da conversa e dá respostas
padronizadas:
- Eu estou passando bem, obrigado.
4º - Comunicação de Fatos
Dizemos do que este ou aquele tem feito ou dito. Não oferecemos comentários pessoais sobre os fatos, só os
relatamos. Este tipo de conversação acaba se tornando terreno propício para a maledicência.
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3º - Idéias e Julgamentos ( idéia- Gr. Eidó= ver, saber)
As pessoas se expõem comunicando idéias, juízos, decisões, pontos-de-vista, convicções, e, isso pode
acarretar problemas de aceitação. Muitos casais evitam entrar nesse nível, outros recuam e preferem o
silêncio ou mudam o nível.
2º - Nível dos Sentimentos
É mostrar quem realmente sou, além de minhas idéias. O nível do gosto, das percepções, do que
verdadeiramente me agrada e desagrada. Casais podem conviver durante anos mascarando esse nível.
1º - Forma pessoal e íntima
Comunicação com franqueza, honestidade e respeito. A pessoa é franca sem ser rude. Sincera sem agredir.
Isso, com o tempo traz uma comunhão emocional e gera satisfação.
(SWINDOLL, Charles. Ria-se de Novo. PP. 48-49)
43
BARREIRAS À BOA COMUNICAÇÃO
1 – RISPIDES – IGNORÂNCIA
A brutalidade nas palavras impede o diálogo. Além da rispidez, vem logo frases acusatórias. A Bíblia diz
que: “A palavra dura suscita a ira.” ( Pv. 15:1)
2 – FALTA DE VONTADE DE SE COMUNICAR
Uma pergunta que as pessoas deveriam fazer antes de se casarem é: - TEREI PRAZER EM CONVERSAR
COM ESSA PESSOA O RESTO DA VIDA? Que casamento se sustenta sem diálogo? Que casal consegue
ter um projeto de vida sem compartilhar ideais e sonhos?
3 – MEDO DE SER REPROVADO
Reprovação, retificação e até mesmo complementação em toda conversação, pode gerar bloqueios e levar o
parceiro a ficar calado.(a).
4 – INFLUÊNCIA NEGATIVA DA T.V. e INTERNET
A televisão tem roubado os preciosos momentos de diálogo nos lares, não permitindo uma maior interação
do casal. A internet é outra distração perigosa, pois seduz de muitas formas, desde os jogos, os bate-papos e
até os sites pornográficos.
5 – FISIOLOGIAS MASCULINA E FEMININA
O homem, quando cansado, se restaura ficando calado. A mulher, quando cansada, se restaura falando. Isso
gera conflitos.
COMO MELHORAR A COMUNICAÇÃO:
► APRENDA A OUVIR – Tg. 1:19
Policiar a má disposição para ouvir
Concentrar-se e desligar a TV. Parar de ler o jornal.
Demonstrar interesse no assunto. Não ser superficial.
Não interromper e ouvir antes de responder. (Pv. 18:13)
►SEJA DÓCIL – Pv. 15:1
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Não responder quando estiver irado. Procurar não ofender com palavras. ( Pv. 29:11 , Ef. 4:25)
Cuidado – atacar o problema e não a pessoa.
Eliminar as frase grosseiras tipo: “Você é burra”, “Homem banana, frouxo”, “Mulher idiota”, etc.
►RESPEITE A OPINIÃO DO OUTRO- (Fp.2:1-4, Ef. 4:2)
Não ser autoritário impondo a opinião. Nem sempre será possível concordar com opiniões, mas é bom
respeitar o parecer do outro, isto é preservar a individualidade na diversidade.
►EVITE DISCUSSÕES – ( Ef. 4:31, Pv. 20:3)
Gritaria resulta em amargura e ira. “A resposta branda desvia o furor.” (Pv. 15:1) Quem grita muito revela
descontrole emocional e falta de maturidade.
►FALE SEMPRE A VERDADE ( Ef. 4:25, Cl. 3:9)
Ocultar a verdade não é o melhor caminho para se construir um relacionamento de confiança.
►ESCOLHA O MOMENTO APROPRIADO PARA FALAR
Abordar o assunto quando a pessoa não está ocupada
Ficar atento à fisiologia masculina e feminina
Não esquecer da semana crítica – TPM
►JULGUE A SI MESMO, NUNCA O OUTRO – I Co.11:31-32
“Porque se julgássemos a nós mesmos, não seriamos julgados.”
““Por que é que você olha o cisco que está no olho do seu irmão e não vê a trave que está em seu olho?”
(Mt.7:3)
►RESSALTE OS PREDICADOS DO OUTRO, NÃO AS FALHAS
Se pararmos para analisar com imparcialidade, notaremos um grande número de fatores positivos na vida do
parceiro (a). A tendência é fixarmos nas falhas.
Adaptado de PAES, Rubens. Curando Lares Feridos. Ed.Aleluia.Arapongas.PR 2003. PP. 77-81
45
Aperfeiçoando o relacionamento conjugal Marcelo Quirino
Entre si, os cônjuges devem:
1- Saber se amam de verdade o outro antes de se casarem. Aqui começa o relacionamento familiar saudável.
Muitas tentativas fracassadas de melhora no relacionamento conjugal se devem à ausência de algum tipo de
amor, como o Eros por exemplo. Há vários tipos de amor na Bíblia. Alguns pensam que o amor Eros é
questão de decisão. Entretanto, na verdade Jesus quando disse para amarmos uns aos outros ele disse isso
quanto ao amor Storge e ao Phileo. O amor Eros não é uma questão simples de decisão. Os outros se
constroem, mas o Eros já não fica tanto à mercê da nossa decisão consciente. Eros, por si só, não mantém o
casamento, mas casamento saudável é resultado da soma de todos eles. Amar é ser completo em amores
completos.
2- Pensar sobre sua família e conversar sobre ela. Produza tempo conversando sobre a dinâmica familiar, os
relacionamentos familiares, sobre as regras e o quotidiano da família. Estar disposto a conversar sobre a
relação conjugal e a mudar é sinal de relacionamento saudável e de amor. Amar é dialogar.
3- Buscar a sinceridade e a disposição para a interação familiar saudável desde o início do relacionamento
conjugal. Muitos ressentimentos corroem os relacionamentos se não forem conversados objetivamente. Estar
disposto a falar e a ouvir é imprescindível. Amar é abrir-se com respeito.
4- Relacionamento conjugal sadio também possui discussões. A questão é como se discute os temas
conjugais. Em geral, as comunicações se tornam impossíveis por inabilidade em comunicação e não por
ausência dela. Com isso, interferências na comunicação aparecem, tais como as crenças irracionais que um
cônjuge forma da figura do outro, preconceitos, audição seletiva da fala do outro, dentre outras. Amar é
preocupar-se com o aperfeiçoamento.
5- Discutir com sabedoria. Não busque culpados, foque o assunto em soluções dos problemas. Nunca discuta
no ato do problema como uma reação emocional. Dê um tempo entre o fato e a discussão do fato. Não
discuta na frente dos filhos. Não faça competições sobre quem manda e
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quem ganha a discussão. Elabore listas de queixa entre os dois e realizem as mudanças. Nunca fale: “você
me irrita”, mas diga “me sinto irritado com isso”, nunca fale “você não me ouve”, mas diga “não se sinto
compreendido”. Amar é ser humilde assim como Cristo ensinou.
6- Estabeleça entre vocês regras de discussão e de conversa para evitar ressentimentos. Portanto, em
discussões, primeiro orem. Depois fale cada um do sentimento que teve e como se sentiu, depois fale
objetivamente da situação problemática e da atitude equivocada e nunca ofenda a pessoa do cônjuge. Ouça
atentamente e não interrompa o desabafo, faça questionamentos ao outro sobre os sentimentos dele, indague
sobre possíveis soluções, comprometa-se com a mudança, proponha atitudes e mude com a ajuda do Espírito
Santo. Amar é seguir regras para não ferir o outro.
7- Atentar sobre a dinâmica conjugal. Os casais devem observar padrões herdados de comportamentos
inadequados da família anterior, devem observar o ciclo familiar, se adaptar a mudanças, considerar as
regras do contrato conjugal, proceder a ajustes delas e devem resolver questões suas sem projetá-las nos
filhos.
(MARCELO QUIRINO - Psicólogo e membro da PIB do Guarani, em São João de Meriti (RJ)
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LIÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FAMILIAR
SILA D.RABELLO
Texto: I Sm. 1:1-20
O ilustre brasileiro Rui Barbosa escreveu: “ A pátria é a família amplificada. Multiplicai a família e tereis a
pátria.”
A sociedade – e nela se inclui a igreja – é resultado da estruturação da família. Podemos não ter famílias
perfeitas, mas podemos ter famílias felizes, buscando a solução dos problemas na bendita pessoa de Deus.
Elcana, Ana e Penina nos abrem as cortinas da sua casa para espiarmos a intimidade deles em família e
extrairmos lições de gestão Familiar. Sigamos esta bonita história, nos versos bíblicos.
[ v.2] Lição: Fiquem atentos aos conflitos 2 E este tinha duas mulheres: o nome de uma era Ana, e o da outra
Penina. E Penina tinha filhos, porém Ana não os tinha.
“Tinha Elcana duas mulheres...” Todo homem equilibrado tem três mulheres: a esposa, a sogra e a mãe. Ele
ama a esposa, agrada a sogra e não abandona a mãe. O homem que consegue viver bem com estas três
mulheres é feliz!
Vemos no texto os males da poligamia, semeando amarguras na família. Elcana não era imoral. Agia dentro
do costume da época e da lei local. Trata-se do Código de Hamurábi para a esposa estéril, depois
incorporado na Lei judaica (Dt. 21:15-17 ) Elcana estava vivendo dias de conflito no lar.
Augusto Cury disse o seguinte:
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“Se você passar por uma guerra no trabalho, mas tiver paz quando chegar em casa, será um ser humano feliz.
Mas, se você tiver alegrias fora de casa e viver uma guerra na sua família, a infelicidade será sua amiga.
[v.3] Desenvolvam Liderança Espiritual
“Subia, pois, este homem, da sua cidade, de ano em ano, a adorar e a sacrificar ao Senhor dos Exércitos em
Siló; e estavam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli.”
O texto apresenta um homem religioso, dedicado, um líder espiritual. Assim devem ser os homens cristãos.
Mas, o que temos visto atualmente?
• Maridos acomodados. Apagados. Cansados. Entregues no altar do sofá. • Mulheres procurando manter viva
a chama da fé, indo às reuniões de oração, levando os filhos à Escola Bíblica Dominical e ensinando-os em
casa!
Homens assumam a vossa liderança espiritual! A Bíblia diz:
“ Cristo o cabeça de todo homem, e o homem o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo.” ( I Cor. 11:3
) É o sacerdócio natural do homem.
O verso 8 apresenta Elcana como marido. A palavra hebraica que é traduzida por marido, significa, em parte,
“dominar, governar”. Também pode ser traduzida como “senhor, amo.” O grande desafio para o homem é
aprender a governar a si mesmo, para então governar uma família.
Maridos, não usem esta prerrogativa para dominar com dureza. A liderança é exercida em amor e
consideração. Não subestime a inteligência da mulher.
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Há uma historieta que diz: “Dez homens e uma mulher, onze pessoas ao todo, estavam penduradas em uma
única corda num helicóptero. Como a corda não era forte o suficiente para segurar a todos, decidiram que um
deles teria que se soltar da corda. Eles discutiam e não conseguiam decidir quem, até que finalmente a
MULHER disse que se soltaria da corda, afinal, as mulheres estavam acostumadas a largar tudo pelos filhos
e pelo marido; e que os homens, como a criação primeira de Deus, mereciam viver, pois eram mais sábios,
mais fortes e capazes de grandes façanhas!
Quando ela terminou de falar, todos bateram palmas!
Moral da história: Nunca subestime o poder e a inteligência da mulher.”
Com a firme liderança de Elcana, esta família fazia uma longa viagem todo ano... Elcana preparava o seu
carro, um Tucson – Hyundai e faziam um esforço de viajar para Siló pelas estradas mal conservadas da
palestina.
Iam felizes, apesar dos conflitos em casa... apesar de lá, em Siló, estarem dois rapazes ministrando, Hofní e
Finéias; que não tinham boas recomendações.
[ v. 4] Toda a família participava do cerimonial do sacrifício.
[v.5] Compreendam as limitações um do outro
“Porém a Ana dava uma parte excelente; porque amava a Ana, embora o Senhor lhe tivesse cerrado a
madre.”
Vemos em Elcana um homem sensível, capaz de amar e demonstrar amor. Elcana amava Ana independente
de ela lhe dar filhos. Isso é
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compreender as limitações do outro. Quem ama é altruísta, paciente, bondoso.
Conta a história que C.S.Lewis casou-se em 1956, com 58 anos de idade, com Joy Davidman, sabendo que
ela estava morrendo de câncer.
No ano seguinte, a doença retrocedeu. Lewis viu nisso um milagre e passou a viver a benção do casamento
como jamais conhecera antes.
Em 1960, porém, a doença voltou e Joy morreu tendo nos lábios as palavras: - Você me fez feliz. Estou em
paz com Deus!” Como é salutar quando o casal compreende as limitações mútuas.
(WONG, David W.F. Sabedoria Pastoral.Socep/Hagai p.35 )
“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.(I Co.13:7)
[v.6] Controle o Temperamento
“E a sua rival excessivamente a provocava, para a irritar; porque o Senhor lhe tinha cerrado a madre.”
Temos a informação que a rival de Ana lhe fazia provocações. Ana ficava extremamente irritada, explosiva;
literalmente “Trovejava”.
- Será que a minha leitora se identifica com Ana?
Observem que esta era uma ação planejada. O tentador usava sempre a mesma tática, pois sabia que ia
funcionar. [ v. 7 ] “E todas as vezes...” Coincidência ? Ou ação maligna...
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Todo Domingo, antes do casal sair para a igreja, surge uma confusão... Toda ceia surge uma crise moral...
Toda vez de dizimar, surge um prejuízo... Suspeite das ações recorrentes.
Cuidado para você não se tornar uma pessoa emocionalmente descontrolada, abalada por provocações
planejadas pelo adversário.
[v.8] sejam perceptivos
“Então Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu
coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?”
Elcana era um homem atento, observador, perceptivo.
Há maridos que não vêem nada... Eles querem sempre ser vistos. São eternos filhinhos de mamãe.
Não vêem que faltam palavras calorosas. Que a esposa tem necessidades espirituais, psicológicas e físicas.
Na casa – não enxergam nada! Paredes sujas, descarga vazando, vidros quebrados, lâmpadas queimadas. A
máquina de lavar rangendo como um carro velho. A frigideira não presta, gruda, e ele quer o ovo estrelado,
inteirinho... A tábua de passar já queimou a forração, a espuma e até a madeira. Os copos de vidro nunca
mais os comprou; compra extrato de tomate em copos para usar a embalagem.
O colchão é uma forma. Ao deitar-se, cada um se encaixa na espuma viciada e afundada. Os lençóis já não
são tão macios e sim desbotados. E o maridão não percebe nada!
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Elcana estava atento às necessidades emocionais de Ana. A auto-estima deste marido era grande. Veja a sua
declaração:
“ Ana, não te sou eu melhor do que dez filhos?”
Marido que lê esta mensagem, você pode afirmar o mesmo à sua mulher?
- Amor, não te sou eu melhor do que o carro novo que você quer? Não te sou eu melhor do que qualquer
bem material ?
Ana, enfrenta os conflitos da alma
[ v. 10] Derramando-se diante de Deus.
“Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.”
[ v.11 ] Demonstrando fé e iniciativa – Fez voto ao Senhor.
“E fez um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de
mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao Senhor o darei
todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha”.
[ v. 16 ] Usando níveis profundos de comunicação – Falou de seus sentimentos, sua aflição, destravou o
coração:
“Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto
tenho falado até agora.”
Ana agiu como prescreve o salmo 62:8 “ derramai perante Ele o vosso coração.”
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[ v. 17 ] recebendo a palavra profética. O sacerdote Eli confirma a oração desta mulher guerreira e sincera.
“Então respondeu Eli: Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste”
Ana é curada da depressão
[ v. 18 ] “[...] e assim a mulher se foi se caminho...” O início para a cura da depressão é :
a) Volte às suas atividades. Não fique chorando no templo e nem trancada no quarto.
b ) Cuide-se ! O texto fala que Ana se alimentou. Cuide-se, alimente-se bem, faça exercícios, invista um
pouco em você.
C ) Tenha postura positiva ! [...] E o seu semblante já não era triste.
Quando Ana se derramou diante de Deus, a sua amargura ficou lá.
O casal retornou ao lar, doce lar. Ana estáva feliz. Felicidade é algo contagiante e Elcana não resistiu... E
Deus se lembrou de Ana e lhe deu o filho que tanto ansiava. É hora de fechar a cortina e deixar a família
desfrutar o aconchego do lar.
A nossa família também tem os seus conflitos. Que possamos buscar em Deus as soluções e capacitação para
a administração familiar, com amor.
“O amor pode ser comparado à raiz de uma árvore. Nas estações frias do ano, as folhas caem, mas a árvore
continua viva porque a raiz a sustenta.No casamento, o amor é que dá sustentação ao casal nas horas de
crise.” Rubens Paes.
Amém.
S.D.Rabello
“Família é projeto de Deus para abençoar as pessoas, a igreja, a nação e ao mundo. Quando a família está em
“crise” a vida fica sombria, triste e, muitas vezes, sem brilho e sem cor. É impossível querer ignorar o valor
da família, subestimar a sua importância e tentar denegrir a sua imagem.’ Pr. Vitor Hugo Mendes de Sá
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A FAMÍLIA E AS FINANÇAS
ERROS BÁSICOS
1 – CONTRAIR DÍVIDAS EM EXCESSO
Os diversos carnês de poucos reais somam-se em muitos reais e o orçamento estoura. Problemas decorrentes:
►Juros altíssimos de cheque especial e cartão de crédito
►empréstimos em financeiras
►agiotas que chegam a cobrar 1000% ao ano de juros.
“ O QUE TOMA EMPRESTADO É SERVO DO QUE EMPRESTA”. Pv.22:7
“A NINGUÉM FIQUEIS DEVENDO COISA ALGUMA...” Rm. 13:8
Na novela “Terra Nostra” os fazendeiros davam cadernetas e crédito aos trabalhadores italianos para mantê-
los nas fazendas.
2 – GASTAR MAIS DO QUE GANHA
A pergunta a se fazer é: “ Quanto posso gastar? Lucas 14:28-32
A lição ensinada por Jesus é essencial para o equilíbrio doméstico. Comprar com planejamento, dentro do
nível aceitável de endividamento.
Não comprar por impulso. Compromisso no comprar envolve prioridades e não fazer extravagâncias em
direções erradas.
Há um adágio que diz: “Quem quiser administrar seus bens corretamente, não pode perguntar aonde foi
parar o dinheiro; ele é quem tem de dizer para onde o dinheiro deve ir.”
3 – DESEJO DE FICAR RICO DEPRESSA
“... o homem que se apressa a enriquecer não passará sem castigo...Corre atrás da riqueza e encontra
penúria.” Pv.28:20
Ficar rico é o desejo de milhões de seres humanos. As casas lotéricas estão aí para confirmar isto. Vidas e
famílias são destruídas por causa da ambição da riqueza.
A mentalidade capitalista ensina: Você tem que reter, guardar e acumular. Jesus combateu isso. (Mt. 6:19) O
dinheiro não é neutro. Mamon é uma potestade. O problema não é a moeda ou a cédula, é o conceito que está
por trás desta mentalidade, é a “obsessão” de ficar rico. (I Tm.6:9)
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A HISTÓRIA DE ALI HAFED
“Houve um homem chamado Ali Hafed que vivia no Irã. Dono de excelente fazenda. Tinha esposa e filhos.
Criava carneiros, camelos e plantava trigo.
- se um homem tem esposa, filhos, camelos, saúde e paz, dizia ele, é um homem rico!
Ali Hafed continuou rico até que certo dia alguém veio visitá-lo e começou a falar da pedra mais cobiçada e
valorizada do mundo, chamada diamante. Ele jamais ouvira falar em diamantes e a partir de então passou a
sentir-se descontente com o que possuía. Perguntou onde seria possível encontrar diamantes.
Soube que era possível encontrá-los em riachos, nas regiões montanhosas.
Ali Hafed tomou uma decisão: Vendeu a fazenda, confiou esposa e filhos aos cuidados de um vizinho e se
lançou numa jornada à procura de diamantes.
Viajou, viajou pela Palestina, depois ao longo do rio Nilo indo até à Espanha. Procurava areias brancas e
montanhas altas. Diamantes, porém, não encontrou.
Com o correr dos anos estava alquebrado, sem condições de se comunicar com a família. Num acesso de
desespero, profundamente deprimido, pôs fim à sua existência.
Nesse ínterim, o homem que adquiriu a sua fazenda, achou por curiosidade uma pedra negra, enquanto seu
camelo se dessedentava num riacho. Levou-a para casa e a colocou próximo à lareira.
Um dia, um visitante olhou incidentalmente para a pedra negra e notou um lampejo colorido brotando de um
ponto de onde saíra uma lasca. Disse ao hospedeiro:
- Onde achou esta pedra? Parece um diamante!
Juntos, arregaçando as túnicas, correram até o riacho. “Ali começaram a buscar, cavar, remexer, lavar as
pedras e acharam mais diamantes, confirmando-se, depois, ali, uma das maiores mina de diamantes do
mundo.”
Outro aspecto na questão “ficar rico depressa”, é a proposta de ganho fácil. Os chamados negócios da China!
Os ambiciosos
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sempre são fisgados por essas armadilhas e às vezes põem a perder todo o patrimônio da família.
“Um patrimônio honesto dura uma vida para ser feito”
4 – NÃO PRATICAR A BENEFICÊNCIA – Lc. 12:13
A avareza é irmã da mesquinharia. O desejo de possuir para si fecha a porta para a necessidade do outro.
“Dar causa mais alegria que receber, não porque seja uma privação, mas porque, no ato de dar, encontra-se a
expressão da minha prosperidade” 2Co. 9:7-8 Dallas Willard
A Bíblia ensina: “Dai e dar-se-vos-á...” (Lc.6:38)
“A alma generosa prosperará.” (Pv.11:25)
Feliz é aquele que está na posição de doador e não de tomador. ( At. 20:35)
Um antigo provérbio diz: “O que acumulo, perco. O que tento guardar será deixado e disputado por outros.
O que dou, continuará a voltar, para sempre.”
Retorno com lucro de 500% conforme ocorreu com Ana. Veja I Samuel 2:20-21
5 – NÃO DIZIMAR –
Este é outro erro básico, principalmente quando há crise financeira. O chefe de família que retém o dízimo,
pensa estar protegendo as finanças da família, mas a está privando de receber as bênçãos prometidas por
Deus. Veja este texto:
“Honre o Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda e os seus celeiros ficarão
plenamente cheios...” (Pv. 3: 9-10)
O dízimo é ato de fé e parte do culto. “Quando o pára-quedista salta no espaço, só poderá fazê-lo com o
pára-quedas fechado. Este se abre depois, quando o corpo está em queda livre.
O homem que pretende abrir primeiro seu pára-quedas no avião e saltar com ele aberto, terá de procurar
outra profissão. Se você pretende se relacionar com Deus, terá de confiar Nele e em sua Palavra. Se não
confiar, terá de procurar outro deus.” (Revista de Educação Cristã.Socep. Vol. IV p.17)
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O profeta Malaquias apresenta o não dizimista como ladrão, trazendo maldição sobre si e seus negócios. (
Ml.3:6-12)
6 – PRATICAR A USURA
Se você tem dinheiro, não explore o irmão em Cristo. (Sl. 15:5) A agiotagem é condenada nas Escrituras por
ser um tipo cruel de exploração. (Lv. 25:35-38, Ez. 18:1-13)
Quem pratica a usura é opressor. (Hc.2:6-9)
7 – SER FIADOR – ( Pv. 17:18, 20:16, 22:26-27)
O fiador tem, perante a lei, a mesma obrigação de quem contraiu a dívida. Se você não tem uma receita que
absorva a dívida em caso de insolvência do devedor, não fique fiador.
ADVERTÊNCIAS ACERCA DO DINHEIRO
a) As riquezas são transitórias e instáveis (Mt.6:19, I Tm.6:17)
b) As riquezas podem constituírem-se em empecilho à vida espiritual. (Mt. 19:16-22)
c) O amor ao dinheiro é destrutivo (I Tm.6:10)
d) Peça a Deus o equilíbrio financeiro, para não ter de menos e nem de mais. ( Pv.30:7-9 Oração de Agur)
Considerações finais:
“O dinheiro não pode subir aos céus, mas pode realizar coisas celestiais na terra.”
“Quem administra bem o que ganha, faz coisas inacreditáveis, verdadeiros milagres.” Pv. 10:22
A palavra “economia” vem de: Gr. OIKOS (casa) + NOMOS (regras) Significa a boa administração de uma
casa. É a mesma raiz da palavra “mordomia”. O mordomo é uma pessoa que sabe praticar a economia na
administração dos bens de uma casa.
A questão do dinheiro é importante na vida do cristão e revela o seu caráter. A maneira de agirmos neste
assunto mostra os traços essenciais da nossa personalidade.
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EXPERIMENTE O MELHOR DA VIDA CONJUGAL
O que é o melhor da vida conjugal? É o companheirismo? É o sexo? Deus está interessado no bem estar
espiritual, emocional e físico. Todas estas áreas devem ser eficientes e aprazíveis.
As principais reclamações dos casais:
1- Dificuldades na comunicação
2- Problemas de ordem sexual – É neste aspecto que a desarmonia do casal se manifesta de forma mais
acentuada.
Exemplos de queixas mais comuns:
“Tenho a sensação de que sou um objeto para meu marido. Quando ele deseja sexo, quer que eu me
disponha quase que imediatamente. E quando me abraça, nunca se contenta só com isso. Tem de ir para a
cama. Sinto que estou perdendo o interesse por ele fisicamente.”
“Não tenho mais atração por minha mulher. Ela é mandona, crítica e está desleixada. Nunca põe uma roupa
sexi. Estou perdendo o interesse.”
“De modo geral, nosso casamento vai bem. Mas nosso relacionamento sexual não está bom. Está muito
mecânico e sem nenhum romantismo.”
Quais são as verdadeiras causas desses problemas? Insegurança? Recalques? Egoísmo? Diferenças no nível
de apetite sexual? Segundo William H.Masters e Virgínia E.John, pesquisadores, 50% dos casamentos são
prejudicados por desajuste ou disfunção sexual, surgindo primeiro a discórdia. Disfunção pode física ou
psíquica.
Sexo é a parte física e sexualidade é a parte psíquica.
Segundo pesquisas, três problemas ocorrem com os casais, inibindo-os sexualmente:
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1-Dificuldades de ordem Psicológica – Recalques e inibições causados por sofrimentos emocionais do
passado, ligados a sexualidade. Exemplos: Estupro, incesto, castigo exagerado por curiosidade sexual, etc.
2 – Dificuldades entre os cônjuges – Tensão por problemas de comunicação, irritações e ressentimentos,
temor de rejeição, sentimentos de culpa por erros do passado, etc.
3 – Dificuldades na realização do ato sexual – Desencadeada por fatores psicológicos ou físicos :
Fatores Psicológicos
• Dificuldade em compreender e aceitar a sexualidade de uma maneira saudável; • Crenças morais e
religiosas muito rígidas; o problema da culpa. • Educação repressora; • Medos e tabus irracionais quanto ao
contexto sexual; • Falta de desejo em fazer sexo. • Medo de machucar o bebê, quando durante a gestação; •
Falta de informação; • Traumas infantis relacionados à sexualidade;
Uma pesquisa nacional feita pelo ProSex – Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP, em São Paulo – aponta que 21% das mulheres sexualmente ativas sentem dor durante a
relação sexual. O nome dessa dor é dispareunia, um problema que pode ter inúmeras origens e que, por isso,
nem sempre é fácil de diagnosticar: a mulher pode ter cistos, tumores ou cicatrizes; mas o motivo às vezes é
circunstancial, como uma irritação provocada por produtos químicos ou medicamentos. Segundo os
especialistas, as causas mais comuns dessa disfunção sexual são as infecções pélvicas, a endometriose, as
dificuldades de lubrificação e as questões de fundo psicológico. Confira como a dispareunia se manifesta em
cada uma dessas situações:
INFECÇÕES PÉLVICAS
As doenças que irritam a mucosa que reveste o interior da vagina podem provocar ardor, sensação de
queimação, coceira e dor. É o caso de algumas DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), como herpes,
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candidíase, vaginite bacteriana, clamídia e gonorréia, e de infecções das vias urinárias, como cistite.
ENDOMETRIOSE
O endométrio é uma mucosa que reveste o útero, um tecido fininho como o dos lábios. Mensalmente, 2/3
dessa camada descama quando a mulher menstrua e logo em seguida volta a se recompor, renovando todo o
interior da cavidade uterina. A inflamação dessas células é um problema comum – uma das principais causas
de infertilidade feminina – e quase sempre acontece dentro do próprio útero. Mas é possível que partes desse
tecido migrem para fora do útero e se fixem nos ovários, no colo do útero , na região das trompas e até
dentro da cavidade abdominal, configurando a chamada endometriose. Nesses pontos, que tendem a sangrar
a cada ciclo menstrual, ocorre um processo inflamatório por não ter via de saída natural do conteúdo
fabricado. O local fica fibroso, constantemente inflamado e dolorido – é por isso que a mulher com
endometriose sente dores no ato sexual.
TENSÃO
Ao contrair exageradamente a musculatura do períneo, (espaço compreendido entre a vagina e o ânus
incluindo estruturas próximas que os circundam) dificultando a entrada e a movimentação do pênis, a mulher
acaba propiciando um quadro típico de vaginismo ( abertura natural fechada de forma espástica),
caracterizando problema de fundo emocional na maior parte dos casos.
LUBRIFICAÇÃO
É o resultado direto da excitação. Nessa fase, acontece um aumento da concentração de sangue na vagina, o
que estimula a secreção de muco através das glândulas do colo cervical e da mucosa vaginal. Assim, se a
mulher não está suficientemente lubrificada, a relação vai ser desconfortável. As causas desse problema
variam: a mais comum é a queda da produção hormonal, que acontece durante a menopausa, fazendo com
que a vagina perca elasticidade; mas a secura vaginal também pode ter a ver com a falta de libido,
amamentação, uso excessivo
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de absorventes internos ou, ainda, ser um efeito colateral de medicamentos específicos.
PUERPÉRIO
É o período de 40 dias contados desde a data do parto, onde a puérpera desenvolve os fenômenos de
recomposição do útero e da vagina. Ocorre a cicatrização da episiotomia ( incisão na vulva e intróito vaginal
feita pelo médico no momento do PVE- Parto vaginal espontâneo).
Outros Fatores Orgânicos
• Infecções genitais, tais como candidíase (monilíase), tricomoníase, etc. • Doenças de pele que acometem a
região genital: foliculite, pediculose púbica ("chato"), psoríase; • Doenças sexualmente transmissíveis, como
cancro mole, granuloma inguinal, etc; • Infecção ou irritação do clitóris; • Doenças que acometem o ânus; •
Irritação ou infecção urinária; • Nos homens, podemos destacar a fimose, doenças de pele, herpes genital,
doenças do testículo e da próstata.
Outras causas comuns são aquelas que alteram o PH vaginal favorecendo as infecções e outras alterações
como : 1- Uso contínuo de pílulas anticoncepcionais 2- Diabetes 3- Ingestão contínua de corticóides 4-
Alergia à preservativos, diafragmas, cremes, geléias espermaticidas e ao desodorante íntimo 5- Cicatrizes
endurecidas em região genital por partos ( ex episiotomia) e ou cirurgias ginecológicas ou plásticas, etc.
Em uma relação sexual onde a mulher está preocupada, triste, assustada, sejam esses motivos desencadeados
por fatores internos ou externos, ela não tem condições de se excitar. Para que isso ocorra, ela precisa estar
bem, presente naquele momento da relação. Com a excitação ela ficará lubrificada, o que proporcionará
conforto durante o ato em si. Por outro lado, a mulher mal estimulada, com sentimentos ruins relacionados
ao encontro sexual, não se excitará adequadamente. Sem excitação não haverá boa lubrificação, logo ela
sentirá dor ao ser penetrada. Isso tornará
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a relação empobrecida, desgastada para o casal, e assim, os conflitos na relação se agravarão cada vez mais.
A mulher, com medo de sentir dor novamente na relação, vai evitar o encontro sexual. E novamente o
conflito poderá aparecer. Isso tenderá a se tornar um ciclo vicioso, no qual a dor gera medo, o medo gera
tensão, e esta gera dor ainda maior.
CONSELHOS BÍBLICOS:
“GOZA A VIDA COM A MULHER QUE AMAS, TODOS OS DIAS DE TUA VIDA FUGAZ, OS QUAIS
DEUS TE DEU DEBAIXO DO SOL.” (Ec.9:9)
“Bebe a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço...” (Pv.5:15-19)
“SEJA FIEL À SUA MULHER E DÊ O SEU AMOR SOMENTE A ELA. OS SEUS FILHOS DEVEM
CRESCER PAR AJUDAR VOCÊ E NÃO PARA AJUDAR AOS OUTROS. PORTANTO, ALEGRE-SE
COM A SUA MULHER, SEJA FELIZ COM A MOÇA COM QUEM VOCÊ SE CASOU. QUE ELA
CERQUE VOCÊ COM O SEU AMOR E QUE OS SEUS ENCANTOS SEMPRE O FAÇAM
FELIZ.”(Tradução na Linguagem de Hoje.)
I Co.7:1-5 – Destaque para “DAR O QUE LHE É DEVIDO”. É tão importante para a mulher quanto para o
homem sentirem-se satisfeitos na esfera física.
O apóstolo Paulo aconselha: “Não vos priveis um ao outro” . Ele equaciona a vida física com a vida de
oração. Será que uma deve sufocar a outra? Com certeza não.
Problemas na vivência da sexualidade:
► Alguns se concentram no lado espiritual negligenciando os deveres conjugais. Outros se aplicam apenas
no aspecto físico.
►Descuidos e perda da estima – Homens que estão provocando a frieza da mulher. Quando jovens, se
cuidavam. Vestiam-se bem, se perfumavam e eram carinhosos. AGORA: Um bafo de jibóia, Barbudos,
cabelos ensebados, a unha do dedão parece um gancho, orelhas cheias de pelos, sobrancelhas que parecem
uma taturana...
►Descuidos femininos na área sexual: Ignoram o impacto do estímulo visual, pois o homem se excita
vendo. Algumas se tornam muito pudicas e outras, relaxadas.
Conclusão:
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A hora requer Vigilância e Oração. Orem juntos – ( Mt.18:19) Deus é o autor da vida, do sexo, da
sexualidade e do casamento.
Conversem francamente sobre o assunto e ouçam os conselhos antes que seja tarde. Não deixem a trinca se
transformar numa brecha.
Não negligenciem a vida sexual.
Não sejam desavisados, ignorando a crise institucional da família.
A CRISE NA FAMÍLIA BRASILEIRA
O Brasil é um país no qual a família está numa decadência moral vertiginosa. Tal realidade começa com as
crianças. As crianças são o maior recurso natural do mundo inteiro. Nosso futuro está nas mãos dos nossos
filhos e eles têm sido vítimas de uma sociedade corrompida e corruptora. Isto acontece através da mídia, da
escola, da literatura e do exemplo dos pais. Na evolução psicológica e moral surge o adolescente, grupo em
meio ao qual é possível detectar uma degenerescência no Brasil. E o que dizer da pedofilia, que se agiganta
de forma incontrolável.
Cerca de 1.100 mulheres ficam grávidas anualmente e 500 mil abortam seus bebês, enquanto em algumas
cidades o número de abortos ultrapassa o número de nascimentos. Divulgam-se mais a parceria sexual do
que o casamento, pois “o negócio hoje é ficar”. Incentivam-se mais o aborto do que a preservação da família.
A prática do sexo precoce, as atividades eróticas dos homossexuais, a prostituição infantil, a promiscuidade
sexual em seus vários níveis são divulgados nas escolas e até nas esquinas dos grandes centros. A
imoralidade tomou conta da família com ampla aceitação e apoio da sociedade brasileira.
O Brasil tem sido um dos maiores redutos do mundo de prostituição, fato que atrai vários turistas
interessados neste mercado.
Como servos e servas de Deus nunca devemos permitir que a imoralidade, os padrões duvidosos, a
indisciplina, a frouxidão moral, a lealdade ao errado, tomem conta de nós, de nossos filhos e de nossa
família.
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Busquemos em Deus a santificação, a sabedoria e o conhecimento de sua Palavra para sermos bons pais,
bons esposos e mordomos fiéis da família, que é uma instituição divina. (NATANAEL MENEZES CRUZ -
Pastor da PIB em Jaboatão)
Bibliografia:
HICKEY, Marilyn. A Aliança com Deus e a Família. Adhonep.RJ.1988.Capitulo 2.pp.23-40
Gonçalves, Josué.Família, Os Segredos.Ed.Mensagem para Todos.Bragança Paulista.1999 Cap.V.pp.57-66
CRABB,Larry.Como Construir um Casamento de Verdade.Ed.Betânia.MG.1995.Cap.5.pp.101-117
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EDUCAÇÃO DOS FILHOS
A responsabilidade da harmonia e solidez do lar recai sobre os pais. Eles são responsáveis pela criação,
educação secular e educação cristã dos filhos. O credo da família judaica, recitados há séculos e conhecido
como “Shemá” diz:
“Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu
coração; e as INTIMARÁS A TEUS FILHOS e delas falarás assentado EM TUA CASA, e andando pelo
caminho, e deitando-te e levantando-te.
Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos
umbrais de TUA CASA e nas tuas portas.” (Dt. 6:4-9)
Não se pode ensinar com autoridade o que não se vive. Os pais devem “Amar a Deus” (v.5) e “ter a Palavra
no coração” (v.6) para gerar este modo de vida aos filhos. Logo podemos dizer: Pais cuidem, em primeiro
lugar, de suas vidas espirituais.
Às vezes, somente um dos cônjuges está em Cristo. Que este faça a sua parte e a semente ficará. Timóteo, o
discípulo de Paulo, foi fruto da fé que havia em sua avó Lóide e sua mãe Eunice, pois seu pai não era um
cristão. ( 2 Tm. 1:4-5) A Palavra de Deus é eficaz!
O verso 7 diz: “Tu as inculcarás a teus filhos...” Inculcar significa “repetir com insistência, repisar, frisá-la
no espírito.”
4 Maneiras:
1- Falarás assentado em tua casa – Imagem do ensino pela conversação e pelo diálogo no aconchego do lar.
Os pais modernos não dispõem de tempo para essa interação e os reflexos se mostram na rebeldia, revolta,
violência contra terceiros e contra si próprio. Os instrumentos modernos como a TV, os Games e a Internet
roubam o tempo que se passaria conversando com os pais.
2- Andando pelo caminho – Refere-se ao testemunho, à conduta diária. O viver diário é um prolongamento
do ensino que começou numa boa conversa. A convivência é uma excelente professora e os pais são os
primeiros e os principais educadores dos filhos.
3- Ao deitar-te e ao levantar-te- Isto fala acerca de “continuidade e perseverança” no exercício do ensino.
Falar da Palavra assentado em casa e andando pelo caminho, não se tornará eficaz e for executado
esporadicamente. Ao deitar e levantar, fala do final de
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um dia e do começo do outro, dando-nos a idéia de contínua repetição. Ver Dt 31: 10-13 onde a instrução era
repetida a cada 7 anos Os psicólogos afirmam que a formação básica da personalidade de uma criança se
completa por volta dos 7 anos. A cada 7 anos, sofremos mudanças e reestruturações num ciclo constante.
Exs: Aos 7 anos, o ser humano passa da fase de criança para menino, aos 14, entra na adolescência com suas
transformações, aos 21, começa a idade adulta, aos 28, começam as questões existenciais, aos 35, começa a
fase da maturidade, etc.
4- E as escreverás nos umbrais das casas- Deus recomendou que trechos das Escrituras fossem escritos e
fixados em locais estratégicos da casa. O casal moderno pode fazer versículos colocando-os na porta da sala
copa cozinha e até na porta da geladeira. O pregador silencioso fará o seu trabalho. Há uma história que
ilustra bem o poder da palavra e da imagem:
DOIS QUADROS DE NAVIOS
“Uma família do Interior, com grandes dificuldades, criou seus filhos na lavoura. Quando atingiram a idade
em que poderiam dar alguma ajuda no serviço do sítio, eles foram para a cidade, alistaram-se na Marinha e
lá estavam. Os pais não tinham explicação para Isso. Ninguém na família, nenhum dos antepassados
conhecidos tinha sido marinheiro.
Queixando-se a um parente que viera em visita ao sítio, os pais repetiam:
-Não existe uma explicação para isso.
Mas o visitante, que era um homem instruído, olhou para a parede, notou dois, quadros, cujos motivos eram
o mar. Eram dois belos navios singrando as revoltas águas azuis...
Os quadros estavam ali, no mesmo lugar, há mais de vinte anos. Eles formaram aquela Imagem e uma
grande atração na vida dos dois moços.
"Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele"(Pv22:6)
Aperfeiçoando o relacionamento entre pais e filhos – Marcelo Quirino
Na educação dos filhos os pais devem:
1- Pensar juntos em um plano de educação para os filhos e ter um planejamento de comum acordo na
educação dos filhos antes mesmo de
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tê-los. Caso os pais discordem muito na forma de educar isto não precisa transparecer para o filho. Educar é
planejar e não terceirizar educação.
2- Tomar cuidado com as fontes de autoridade da família. Fontes de autoridade não podem se chocar, não
podem estar ausentes e nem devem ser injustas. Os pais devem evitar discutir a educação dos filhos na frente
deles. Coisas como “pergunte ao sei pai” e “caso ele deixe, pode ir” já são motivações para comportamentos
inadequados. Caso não saiba o que fazer, diga ao seu filho “seu pai e eu vamos conversar e resolver juntos”.
Os filhos precisam perceber que os pais estão comprometidos e conversam para tomar, juntos, uma decisão.
Por isso, não transfira a responsabilidade para o cônjuge. Educar é ter autoridade e não autoritarismo.
Um exemplo de caso: Em consulta uma paciente chegou com a queixa de que a filha estava com notas
baixas demais na escola. A reclamação era de que a menina não rendia o esperado pela família. No proceder
do entendimento global do funcionamento familiar podia-se perceber que o comportamento da menina era
uma reação à atitude dos pais, que era muito repressiva e ditatorial. Por vezes ditavam comportamentos à
filha como forma de pressionarem para que ela “se desse bem na vida estudando”.
Essas notas baixas da menina demonstravam nada mais que a sua reação à pressão dos pais e era sinal de que
a interação familiar não estava sendo sadia e que a comunicação era inexistente. Somente em consulta
puderam perceber que as expectativas sobre a filha estavam fora da realidade da menina e que a autonomia
dessa adolescente estava sendo violentada. Os pais admitiram essa coação, mas diziam que era o preço a ser
pago para o sucesso da menina. Ainda se percebeu que eles tinham frustrações relacionadas à carreira
profissional, pois o nascimento da filha, ainda quando eram solteiros, fez a mãe abandonar a tão desejada
faculdade para se casar.
Discussões longas com ofensas pessoais sempre eram presenciadas pela menina. Ela percebia no seio
familiar uma disputa de poderes e um empurra-empurra de responsabilidades. Isto era suficiente para não
obedecer àquelas fontes de autoridade discordantes entre si e reagir ao sistema repressivo como forma de
expressar a sua raiva por não ter um lar equilibrado e feliz como o da prima.
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A menina era apenas o sintoma do mau funcionamento de todo o sistema familiar. Haviam questões que não
estavam bem resolvidas no passado do casal, o que gerava negligências nas responsabilidades e procura de
culpados pelas frustrações mútuas. A ajuda profissional neste caso foi providencial para evitar a separação
do casal.
3- Construir um sistema de educação preventiva com diálogo aberto e justo desde a infância. Alguns pais só
corrigem, mas não previnem através da conversa pedagógica. E cuidado: prevenir não é projetar seus medos,
receios e traumas sobre a criança. Educar é instruir, não é só corrigir e limitar.
4- Produzir tempo de qualidade para estar com os filhos. Muitos problemas de desajustamento acontecem
não por falta de tempo, mas pela percepção que os filhos têm da qualidade deste tempo gasto. Ausências
parentais podem contribuir para comportamentos desajustados tanto como a presença sem qualidade. Jogue
futebol conversando com o seu filho, pergunte sobre seu dia, comemore suas conquistas, o faça pensar nos
seus comportamentos e esteja pronto para ouvir. Não perca a oportunidade de conversar e corrigir. Educar é
ser companheiro e amigo.
5- Tomar cuidado com a palavra “sim”. Para não serem importunados com os choros e pirraças os pais
deixam os filhos fazerem tudo o que querem. Caso você esteja fazendo isto perdeu a chance de educar
corretamente e está possibilitando mais comportamento inadequado. Diga “não” quando for preciso.
Mantenha a autoridade e explique para seu filho a sua postura para que ele não perceba injustiças. Não se
esqueça de que autoridade não é autoritarismo. Educar é sinônimo de limitar, mas sempre com justiça.
6- Mostrar afetos positivos aos filhos. Filhos precisam ser amados em prática. Procure mais contato afetivo
com o seu filho. Abrace-o, beije-o e se torne afetuoso com ele sem exageros. Às vezes uma boa conversa
com contato afetivo entre mãe e filho pode ajudar a aproximá-los psicologicamente e pode colaborar com a
motivação de ele se corrigir dos comportamentos inadequados. Educar é amar em comportamentos e afetos e
não somente com palavras.
(MARCELO QUIRINO - Psicólogo e membro da PIB do Guarani, em São João de Meriti (RJ)
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A TRAGÉDIA DAS DROGAS E A FAMÍLIA
Segundo a ONU, 26 milhões de pessoas são vítimas das drogas mais pesadas - a maioria nos grandes centros
urbanos. Elas matam 200 mil pessoas por ano. Apenas no Brasil há 870 mil usuários. A dependência
química acaba com relacionamentos e inviabiliza o trabalho e os estudos.
A Bíblia ensina que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6.19), o que faz com que seja
dever de cada pessoa zelar pela saúde através de uma boa alimentação, de exercícios físicos e de descanso
periódico. Além disto, é importante evitar tudo que possa causar enfermidades. Entretanto, por vivermos
numa sociedade corrompida nos aspectos moral e espiritual, os vícios mais abjetos e prejudiciais são
tolerados e até propagados em prejuízo não apenas da saúde das pessoas que os têm, mas resultando no
aviltamento de suas personalidades com reflexos altamente negativos à vida familiar e social. Por influência
do astuto inimigo Satanás, milhares de vidas jovens são ceifadas por se escravizarem ao tabagismo, ao
alcoolismo e às drogas mais pesadas. Além disto, milhares de adolescentes e jovens na flor da idade estão
com suas vidas anuladas para o trabalho, para os estudos e para a vida espiritual.
Sem exagero podemos afirmar que o quadro que se descortina ante nossos olhos é o de uma verdadeira
tragédia. Uma tragédia que atinge pessoas de todas as classes sociais - do favelado ao palaciano -, destruindo
lares, enchendo cadeias, clínicas de recuperação e manicômios. Os viciados de menor poder aquisitivo, que
não têm dinheiro para comprar cocaína, contentam-se com o crack, que é uma droga mais barata, embora
seja o pior entorpecente por causa de seus efeitos destruidores no cérebro, o que abrevia a morte de suas
vítimas.
Um jovem de 21 anos, foi levado por falsos amigos a se tornar usuário de crack. Durante algum tempo a
família nada notou de estranho em seu comportamento. Mais adiante, porém, houve uma brusca mudança em
sua conduta. Ele abandonou os estudos e o trabalho e passou a dormir durante o dia todo para sair à noite
para se drogar com os "amigos". Sendo de família modesta e não tendo dinheiro para comprar a droga, o
rapaz passou a vender seus objetos pessoais para custear o vício. Além disto, tornou-se agressivo com a mãe
e com a avó por se negarem a sustentar o vício. Em casos semelhantes é muito comum o viciado vender
móveis, eletrodomésticos, roupas e outros objetos da família no
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desespero para aquisição da droga ou para pagar uma dívida contraída com traficantes que o ameaçam de
morte caso não salde o débito. Esta, aliás, é a causa de inúmeras mortes, especialmente nos grandes centros
urbanos.
Entretanto, a tragédia das drogas não alcança apenas pessoas da classe menos favorecida, mas atinge
também a classe média e os mais abastados. Até mesmo entre as chamadas "celebridades" estão muitas
vítimas deste flagelo. São inúmeros os casos de cantores, atores e atrizes famosos vitimados pelas drogas.
Alguns morreram no auge do sucesso, enquanto outros amargam o ostracismo precoce, pois ficaram
impossibilitados pela dependência química.
Elis Regina, considerada uma das melhores cantoras da história da MPB, morreu em 1982, aos 36 anos, em
decorrência de uma overdose de cocaína. Já o cantor Nelson Gonçalves teve sua carreira quase encerrada ao
ser preso com drogas. Vera Fischer, uma atriz famosa, esteve muito tempo afastada das novelas e perdeu a
guarda do filho em razão da longa luta contra a dependência. Marcelo Antony, outro ator famoso, foi preso
em 2004 comprando maconha. Cássia Eller morreu em 2001 em conseqüência do uso de drogas.
Recentemente, a cantora inglesa Amy Winehouse foi alertada pelos médicos: se não parar de usar drogas vai
morrer de enfisema pulmonar.
O caso mais recente, e também profundamente lamentável no mundo das "celebridades", é o do ator Fábio
Assunção, de 37 anos, que após um período de brilhante atuação - segundo os parâmetros televisivos -
encontrou o declínio em sua carreira em razão do uso de drogas. Ele passou a faltar a gravações, tinha
dificuldades para decorar os textos e chegou a desmaiar durante uma gravação. Vencido pela cocaína,
Assunção teve de ser afastado. Segundo a revista “VEJA”, ele acrescentou de próprio punho à nota oficial de
sua emissora as seguintes palavras: "Por motivo de saúde, deixo o folhetim por tempo indeterminado. Que
Deus ilumine meus passos na minha recuperação e com a confiança de que o mais breve possível estarei de
volta para esse público que tanto amor me dá". É natural e humano que todos desejem que sua recuperação
aconteça.
Mas, como poderá o viciado se recuperar? Caso dependa apenas de seus recursos pessoais, sua recuperação
será muito difícil. Há clínicas
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especializadas que muito podem ajudá-lo, mas, na verdade, ele necessita, além destes recursos, de um poder
sobrenatural, ou seja, do poder de Deus em sua vida para que possa alcançar a vitória. Cristo numa vida
liberta a pessoa, seja qual for o grilhão que a esteja prendendo. "Se, pois, o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres" (João 8.36). Muitos têm sido libertados das drogas ao terem um encontro de
fé com Cristo. "Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez
novo" (2 Coríntios 5.17).
Finalizando, gostaria de dar uma palavra de alerta aos pais. Julgo-a muito necessária em face da tragédia das
drogas. O vício pode atingir o seu filho de modo muito sutil através de um colega que lhe dá uma bala
contaminada com droga ou ao aceitar um copo de refrigerante que esteja contaminado, o que bastará para
levar a criança, ou adolescente, à dependência. Outro perigo é atender ao convite insistente de um "amigo"
para provar um cigarro de maconha. Daí a necessidade de se dar aos filhos, enquanto crianças, o tratamento
preventivo contra esta tragédia que assola a humanidade. É necessário falar aos filhos sobre as terríveis
conseqüências do uso de drogas e como Satanás usa as pessoas para conseguir novas vítimas. É necessário
ilustrar este ensino por meio de filmes, livros e outros recursos esclarecedores. E, como parte principal deste
tratamento preventivo, leve seu filho a aceitar Jesus como seu Salvador e Senhor, pois, ao se converter a
Cristo, estará vacinado contra o terrível mal. Há um infalível preceito bíblico que não deve ser esquecido:
"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele" (Provérbios
22.6).
(NILSON DIMARZIO - Pastor da Igreja Batista em Vila Mury -RJ- publicado em “ o Jornal Batista” )
REPORTAGEM: Jornal “ O Estado de São Paulo”, 12 de Junho de 2009, Caderno C, mostrou que 70% dos
freqüentadores da Cracolândia, no centro da cidade de São Paulo, vêm da Periferia e Baixada Santista.
“Tudo começa numa família em cacos, que mora nos bairros pobres da periferia... Dali... Dalí é que sai a
maioria das crianças e adolescentes que chegam às ruas do centro de São Paulo e têm a Cracolândia como o
fim da linha... ali, além do consumo, os viciados buscam nova identidade e laços sociais, levando uma vida
que, por pior que pareça, supera a que deixaram para trás.” ( Bruno Paes Manso e Diego Zanchetta)
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UNIDADE III – FAMÍLIA MINISTERIAL
TAREFA
Proceder a leitura corrente de todo o texto “ A Vida Conjugal do Pastor”.
Responder às questões:
1- Como p pastor pode usar o seu casamento para pregar à sua igreja?
2- Resuma a sua percepção sobre a liderança do marido cristão, traduzido em: sensação, percepção, cognição
e comunicação.
3- Sintetize o que aprendeu nos 10 tipos de intimidade.
4- Quais causas podem levar um líder espiritual à infidelidade conjugal?
A Vida Conjugal do Pastor
Raymond T. Brock
Extraído de: TRASK, Thomas E. O Pastor Pentecostal- Um mandato para o Século XXI. CPAD.RJ.1999
pp.35-44
Método básico de apresentar o Evangelho de Jesus Cristo ao mundo é através da vida conjugal do pastor.
Paulo nos diz, em Efésios 5.32, que o casamento cristão foi projetado por Deus para revelar ao mundo o
mistério do relacionamento entre Cristo e a Igreja. Nenhum relacionamento conjugal na congregação é mais
importante que o do pastor em comunicar essa mensagem - não apenas aos crentes, mas' aos descrentes
também. Em fins de 1994, havia 31.300 ministros credenciados das Assembléias de Deus nos Estados
Unidos. Desse número, 84,8 por cento eram homens, e 15,2 por cento, mulheres. Pastores veteranos e
membros credenciados do corpo de assistentes da igreja eram responsáveis por 53,2 por cento das
designações ministeriais. Desses ministros credenciados, 89,2 por cento eram casados, 5,9 por cento
compunham-se de solteiros (sem nunca haverem casado), 4,1 por cento constituíam-se de viúvos e 0,9 por
cento eram divorciados sem se casarem outra vez. Por essa época, havia 11.144 pastores e 341 pastoras
veteranos.1
Criado para Relacionamentos
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Salomão descobriu uma verdade que é tão real hoje quanto era há três mil anos: “O que acha uma mulher
acha uma coisa boa e alcançou a bene-volência do Senhor” (Pv 18.22). Além disso, enfatizou a importância
da monogamia no casamento (Pv 5.18-23; Ec 9.9), e Davi exaltou a alegria de ter filhos que são o produto do
amor conjugal (SI 127.5). A Bíblia começa nos dizendo que Deus em afinidade - Pai, Filho e Espírito Santo
– criou o homem e a mulher para uma vida de relacionamentos mútuos e com Ele (Gn 1.26,27). Ambos
refletiam a glória de Deus. O homem foi criado primeiro (Gn 2.7), seguido pela mulher, que foi tirada do
homem (Gn 2.2123). A mulher foi criada, porque Deus declarou: “Não é bom que o homem esteja só; far-
lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele [ou seja, uma auxiliadora para satisfazer-lhe as
necessidades]” (Gn 2.18).
Mas que necessidade tinha Adão e com a qual não podia lidar no utó-pico Éden com seu ecossistema
perfeitamente equilibrado e a atmosfera livre de substâncias tóxicas? Solidão! Solidão foi a primeira emoção
que Adão teve e com a qual não podia lidar. Isso não significa que todas as
pessoas devam se casar, mas realmente incentiva o casamento, sobretudo para pastores. Os solteiros também
têm uma vida de relacionamentos com amigos e membros da família, o que adorna suas vidas.
Ainda que no frescor do dia Deus viesse conversar com Adão, este precisava de alguém como ele mesmo -
outro ser humano -, com quem pudesse se comunicar durante o dia. A mulher não foi criada para ser objeto
sexual. Antes, foi criada para ser ouvinte incentivadora e comunicadora dinâmica. Era tão fundamental esse
relacionamento, que o casal recentemente formado foi instruído a ensinar seus filhos a deixar pai e mãe e a
apegar-se aos seus respectivos cônjuges (Gn 2.24). Esse mandamento é tão importante, que é repetido nos
evangelhos (Mt 19.5; Mc 10.7) e nas epístolas (Ef 5.31). É interessante observar que o relacio-namento
conjugal desde o seu início era transparente. Adão e Eva nada tinham a esconder (Gênesis 2.25) até que
tiraram Deus de suas vidas e concentraram-se na voz de Satanás (Gn 3.1-10). O nosso relacionamento como
seres humanos e com Deus é tridimensional. Jesus enfatizou isto em todos os quatro evangelhos, dando a
mais completa descrição em Marcos 12.30,31: “Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e
de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E
o segundo, semelhante a este, é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes”.
AME A DEUS
“O relacionamento conjugal do pastor apresenta o Evangelho ao mundo”
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Amar a Deus, segundo a recomendação de Cristo, envolve a pessoa inteira. Em toda a literatura não há
descrição mais completa da personalidade humana do que nesse mandamento. O texto que Jesus estava
citando (Ot 6.5) não tem a palavra “entendimento”. O Antigo Testamento usou o termo “coração” para
incluir todas as habilidades cognitivas, porque a língua hebraica encara o homem como uma entidade
completa, um nephesh (“alma vivente”).
Entre Moisés e Jesus surgiram os filósofos gregos, que alteraram o pensamento do mundo ocidental da
inteireza para as dicotomias. Os gregos não podiam conceber que todas as funções cognitivas pudessem ser
explicadas por uma única palavra, “coração”, por isso criaram o vocábulo “entendimento” (ou “mente”)
como o lado verboso do conceito de coração. Usando termos contemporâneos, os gregos viam o coração
como a entrada de dados e o entendimento como a saída de dados no processo do pensamento. Jesus não
estava alterando as palavras de Moisés. Estava apenas explicando o maior mandamento em termos
coloquiais. Paulo fez o mesmo em Filipenses 4.7. Segundo o emprego de Jesus, o coração envolve o domínio
cognitivo, o que abarca a inteligência, o conhecimento, a aprendizagem e a memória (SI 119.11,105). A
alma diz respeito ao domínio afetivo, o que inclui emoções e sentimentos (SI 25.1; 40.8). O entendimento
também envolve o domínio cognitivo, mas tem mais a ver com a sabedoria e a aplicação do conhecimento
(Tg 4.17). As forças referem-se ao domínio psicomotor e ao comportamento e ações (Ec 9.10).
AME A SI MESMO
Não se trata de amor narcisista ou do excessivo amor a si mesmo, como alguns ensinam, mas de uma
aceitação genuína de si mesmo como criatura de Deus. A única maneira de amarmos adequadamente o
próximo é permitir que o amor de Deus nos mostre quem somos em Cristo Jesus e deixar que seu amor flua
através de nós para o próximo.
AME O SEU PRÓXIMO
No casamento, nosso próximo mais chegado é o cônjuge. Depois de nosso relacionamento pessoal com
Deus, nosso cônjuge deve receber a prioridade máxima de nossas vidas. Então vêm os filhos, seguidos pelos
outros familiares. Nosso amor pela igreja e pela comunidade propaga-se do centro de nosso amor a Deus.
Assim como as ondas alastram-se em círculos concêntricos a partir do ponto onde um seixo atingiu o lago,
também o nosso amor pela criação de Deus se expande. Deus nunca pretendeu que nosso trabalho na igreja
viesse antes do nosso andar com Ele, o que inclui o nosso amor a Deus, assim como o amor ao nosso
cônjuge e família.
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Planejando o Casamento
É de vital importância que aquele que se sente chamado para o ministério cristão - pastor, evangelista,
missionário ou serviço especializado - seja extremamente cuidadoso em escolher o cônjuge. Nos namoros, o
provável pastor deve ser cuidadoso em marcar encontros somente com cristãs que não só sejam nascidas de
novo e cheias do Espírito Santo, mas que também tenham entregue a vida para servir a Jesus onde quer que
Ele mande. Também é importante que estejam dispostas a servir tanto em seu próprio país como no
estrangeiro, dependendo da liderança do Espírito Santo para o casal!
O ministério pastoral começa com uma chamada pessoal para o mi-nistério e requer preparação para o
serviço cristão. Há meio século, uma educação formal não era tão importante como o é hoje. Em princípios
do século XX, muitos americanos foram chamados da fazenda ou da fábrica para o ministério de tempo
integral. À noite, estudavam a Bíblia e, durante o dia, trabalhavam. Preparavam sermões ajoelhados à luz de
lamparinas à querosene e dependiam da unção do Espírito Santo para inspirá-los quando entregavam a
Palavra de Deus extemporaneamente. Na metade do século, as exigências ao ministério mudaram
drasticamente. As congregações ficaram mais sofisticadas e passaram a requerer mais de seus pastores.
Pregar sem ter feito anotações já não era mais aceitável. Fazer sermões seguindo temas da Bíblia de
Referência Thompson não era mais tolerado. Evidências de um completo conhecimento bíblico e
treinamento teológico eram esperadas e, em alguns casos, exigidas (2 Tm 2.15; 3.15-17). Educadores de
visão das Assembléias de Deus nos Estados Unidos perceberam o surgimento dessa tendência e, pela década
de 1920, passaram a oferecer estudos bíblicos em suas igrejas. Isso se expandiu, tornando-se em institutos
bíblicos, faculdades e universidades bíblicas, os quais hoje são a base dos programas de seminário na
preparação de ministros para um amplo escopo dos ministérios cristãos.
No preparo para o ministério, a atenção deve ser apropriadamente dis-pensada na escolha de quem será o
amado (ou amada) para o resto da vida. Mas o casal deve considerar a tensão que o casar logo pode gerar na
família e no programa educacional. Havendo estado envolvido por mais de quarenta anos na educação cristã
de nível superior nas Assembléias de Deus, estou convencido de que aqueles que se casam antes de se
formar adicionam carga extra ao casamento. Aqueles que têm família antes de poder dedicar tempo
suficiente para formar laços com os filhos e criá-los, estão querendo abarcar o mundo com as pernas para
poder ser pais ou mães eficientes. Em minha opinião, fazer com que o casamento coincida com a formatura,
seguido imediatamente pela mudança a uma nova atribuição ministerial, é extremamente arriscado. Isso
aumenta os elementos estressantes a proporções extremas, pois cada um desses eventos é um gerador de
estresse significativo. Primeiro a formatura, depois o casamento ou a mudança ao primeiro cargo
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“O estudante que
se casa antes de
se formar adiciona
carga extra ao
casamento”
ministerial, sem importar a ordem destes dois últimos, mas ambos não devem ocorrer dentro do mesmo
período de seis meses.
Há muitas maneiras de ministrar a uma congregação e comunidade.
Nenhuma, entretanto, é mais eficaz do que o relacionamento conjugal do pastor, o qual exemplifica ao
mundo o relacionamento místico entre Cristo e a Igreja (Ef 5.29-33). Paulo apresenta a ordem divina dos
relacionamentos no casamento cristão. Em Efésios 5.21, é ordenado ao marido e à mulher que sejam
mutuamente submissos um ao outro. No restante do capítulo, o esposo é exortado a devotar amor à sua
esposa, e ela deve submeter-se voluntariamente ao seu amor.
a marido cristão (pastor ou leigo) deve amar sua esposa tanto quanto Cristo amou a Igreja, oferecendo-lhe
sua última gota de sangue e a última explosão de energia, se necessário. Ele deve dar a ela todos os
privilégios (materiais e temporais) que toma para si (Ef 5.23-29). a vocábulo grego traduzido por “amor”
nesses versículos é agape, o qual é definido por Donald M. Joy como “ „afeição dirigida‟, na qual a pessoa
deliberadamente escolhe a quem amar. Essa é a razão de somente agape poder ser ordenado. Todos os outros
tipos de amor, eros, philia e storge, são espontâneos situados dentro do contexto de relacionamentos
específicos”.3 Como “cabeça da [sua] mulher” (Ef 5.23), qual a função do marido cristão? Na anatomia
humana, a cabeça executa quatro funções: sensação, percepção, cognição e comunicação.
Sensação é a primeira função da liderança. No casamento, o esposo tem de ser sensível às necessidades do
“corpo” (esposa e filhos), o que significa que eles devem mante-lo informado do que ocorre na família. Isso
significa que não deve haver conspiração de silêncio ou conluios entre mãe e filhos para guardarem segredos
do esposo/pai.
A percepção envolve compreender as sensações recebidas pelo corpo e colocá-las na perspectiva correta. As
informações de experiências passadas, as circunstâncias atuais e os resultados possíveis no futuro são postos
em foco. Então, o marido tem as informações de que precisa para tomar uma decisão.
Cognição é o processo de tomar uma decisão para o benefício da família. O esposo não toma decisões para
seu conforto ou conveniência. Suas decisões são tomadas para o benefício da esposa e família.
A comunicação completa o ciclo. Havendo reagido às sensações e percepções necessárias para a cognição, o
esposo então comunica à esposa e filhos o que ele acredita que seja mais apropriado para a família. Para tal,
toma a iniciativa de comunicar aos membros da família e dar-lhes
77
as informações e encorajamento necessários para desfrutarem do benefício de um casamento e de uma
família centralizados em Cristo. Assim, o esposo é adequadamente o cabeça da casa, como Cristo é o Cabeça
da Igreja.
Do exemplo de Jesus, sabemos que Ele era sensível às necessidades da humanidade perdida. Ele sabia ou
percebia que estávamos perdidos e a caminho do inferno. Assim, uma decisão (cognição) foi feita no céu:
Deus não apenas amou tanto o mundo, como deu seu único Filho, e Jesus nos amou tanto que veio e deu sua
vida para a nossa salvação (Jo 3.16,17). A cruz permanece como o símbolo dessa comunicação do amor de
Deus e de seu Filho por nós. É esse conhecimento que faz a liderança do esposo no lar ganhar não só sentido
prático, mas também espiritual.
Donald Joy fala sobre a liderança do esposo no casamento cristão:
A palavra kephale, que foi traduzida por “cabeça”, tem o significado primário de “fonte da vida, ou da força,
ou da origem”. Assim, em Colossenses 1.18, Cristo “é a cabeça do corpo da igreja”. Em Colossenses 2.19,
Cristo é a fonte da vida, que sustenta a Igreja. Em Efésios 4.15, devemos crescer “em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo”. Paulo esclare-ce a situação; nem o homem nem a mulher são independentes um do outro.
Por um lado, Eva é formada de Adão, e, por outro, Adão nasce de Eva. E tudo vem (é proveniente) de Deus
(I Co 11.11,12).4
Assim como o marido, o cabeça no casamento cristão, é o iniciador do amor, também a esposa deve
submeter-se ou reagir voluntária e esponta-neamente com amor às iniciativas do seu esposo. Ela toma-se a
recipiente dos benefícios advindos da ordem dos relacionamentos estabelecida por Deus. Essa submissão não
pode ser forçada, falsa ou passiva; tem de ser voluntária, como ao Senhor. Paulo conclui o assunto desta
forma: “Vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o
marido” (Ef 5.33). É interessante assinalar que Deus ordenou aos filhos obedecer aos pais e honrá-los. Mas,
onde os filhos aprendem a honrar? Dos pais que são honráveis. E qual a promessa aos filhos que honram os
pais? Vida longa!
Wayne Warner, editor da revista Heritage, fez um estudo sobre a longevidade entre os ministros das
Assembléias de Deus nos Estados Unidos. Ele descobriu que desde 24 de agosto de 1995, o número de
ministros com noventa anos ou mais totalizava 215, sendo que o mais velho tinha 104 anos. No período dos
15 anos anteriores a 1995, 16 ministros tinham cem anos de idade ou mais no momento da morte.5 Uma vida
longa não poderia ser outra maneira de o casal pastoral testemunhar ao mundo sobre os benefícios de um
casamento bíblico?
Desenvolvendo a Intimidade
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A intimidade começa nos primeiros encontros, desenvolve-se durante o namoro, amadurece no noivado, mas
só se completa depois do casamento.6
A intimidade geográfica inicia-se à medida que o jovem casal considera a influência que ambas as heranças
geográficas têm em suas expectativas matrimoniais. Os encontros permitem a análise dessas diferenças e a
consideração de que mudanças se fazem necessárias antes que os dois “deixem” e “apeguem-se” como
ordenado em Gênesis 2.24.
A intimidade recreativa é desenvolvida na proporção em que passa-tempos, recreações e atividades nas horas
vagas são exploradas. Quanto mais os casais tiverem em comum em seus encontros, mais naturalidade terão
em desfrutar juntos de seu tempo vago nos anos subseqüentes.
A intimidade intelectual envolve a combinação de dois mundos men-tais, em que o casal aprende a respeitar
os dons intelectuais do outro e a descobrir como compartilhar de bons livros, literatura e poesia.
A intimidade estética é a habilidade em fazer parte do mundo da beleza com sua simetria e formato, e
permite ao casal compartilhar o mundo da arte, da música e da natureza.
A intimidade emocional desenvolve-se quando o casal de namorados compartilha sentimentos em um nível
profundo e desenvolve confiança. Os dois aprendem a rir juntos, assim como a comunicar honestamente
quando estão tristes, com raiva ou desapontados.
A intimidade espiritual continua a progredir no namoro, quando o jo-vem casal lê a Bíblia junto, ora junto,
vai à igreja junto e envolve-se em atividades do serviço cristão. Ambos devem estar comprometidos com
Deus, como a base organizacional do relacionamento que têm, e com sua 'Palavra para o estabelecimento de
suas prioridades, especialmente em situações de discordância.
A intimidade financeira surge quando o casal de namorados ou noivos aprende a adiar a gratificação e a não
comprar impulsivamente, responsa-bilizando-se pela maneira como o dinheiro é gasto. Os dois devem
manter em mira que estão trabalhando para Deus.
A intimidade de tarefas diz respeito a examinar as forças e fraquezas de cada um nas atividades pastorais.
Isso também abrange a divisão dos serviços domésticos, de modo que não se espera que a esposa esteja
envolvida em tempo integral na igreja e ainda tenha o encargo de cumprir todas as responsabilidades
domésticas e disciplinares em casa. O marido deve assumir sua parte justa nas tarefas domésticas.
A intimidade de compromisso origina-se no compartilhamento de va-lores e no fazer um compromisso
mútuo diante de Deus: manter a comu-nicação aberta em todas as dimensões do casamento, sobretudo em
tempos de crise.
A intimidade física amadurece no casamento à medida que o casal se torna “uma carne” (Gn 2.23,24). Cada
cônjuge alcança a forma mais pura de
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intimidade quando corpo, alma e espírito são unidos no intercurso sexual na presença de Deus (Gn 2.24; 1
Co 6.17; Hb 13.4). Nessa altura, ambos são capazes de comunicar seu amor de uma maneira que palavras
não podem expressar. O sexo no casamento é como o obbligato em uma sinfonia - não a melodia ou a
harmonia, mas somente as notas da graça que embelezam a composição.7
Prevenindo Casos Extraconjugais
Nas décadas finais do século XX, relações amorosas extramatrimoniais envolvendo ministros aumentaram
precipitosamente. Como conselheiro, tenho observado diversas causas principais de infidelidade sexual no
meio pastoral. A rapidez com que o casal pastoral encontra justificativas a seus atos pode servir muitíssimo
bem para evitar casos extraconjugais.8
CAUSAS DE INFIDELIDADE MATRIMONIAL
Invulnerabilidade. Certo pastor colocou: “Comecei a sentir que eu era uma exceção, que aquilo que
censurava nos outros poderia justificar para mim”. Outra versão dessa desculpa: “Passei a acreditar que
minha con-gregação tinha a idéia de que eu era uma pessoa que nunca errava”.
Credulidade. David Augsburger relata a confissão de um pastor: “A mulher a quem eu aconselhava, disse-
me: 'Se você realmente se importasse comigo, me abraçaria'. Portanto, visto que o carinho é a essência do
cuidado pastoral, abraçamo-nos. Então, resolvemos que muito mais carinho fazia-se necessário para nós
ambos”.9
Teologia capenga. Certo pastor confessou ter um caso com uma das integrantes de sua igreja, explicando:
“Depois que fazíamos amor, ambos nos ajoelhávamos ao lado da cama e pedíamos perdão a Deus. Sabíamos
que sua graça era suficiente para tomar conta de nós até a próxima vez que voltássemos a ficar juntos”.
Infelicidade no casamento - outra desculpa antiqüíssima: “Sou infeliz no casamento; minha mulher não é boa
amante. Visto que Deus é bom e quer me ver feliz, concluí que deveria encontrar outra pessoa”. Pesquisa
feita pela revista Christianity Today revelou que somente cerca de dez por cento dos pastores que
responderam às perguntas tinham buscado aconselhamento profissional para suas tentações sexuais antes de
se entregar a elas.10
Só amigos. Relacionamentos que se desenvolvem além dos limites da amizade levam a casos amorosos.
Certo pastor declarou: “Éramos apenas bons amigos. Precisava de alguém com quem conversar, e ela era boa
ouvinte”. Tal situação freqüentemente envolve um membro do corpo de funcionários ou alguém que trabalha
próximo ao gabinete pastoral.
Estamos apaixonados. Isso é imitação grosseira da história de Davi e Bate-Seba (2 Sm 11). Como disse certo
pastor: “Não sei o que aconteceu. Acho que
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tínhamos a química certa. De repente nos apaixonamos. Não pudemos evitar”. Essa é uma ilustração do que
aprendemos da experiência, que apaixonar-se é uma situação insegura. Davi podia ter checado sua inclinação
natural; nós também.
TIPOS DE ROMANCES
O romance evitável raramente é um relacionamento profundo. Antes, é uma tentativa de chamar a atenção do
cônjuge sobre a circunstância estressante que se está atravessando. Esse fato pode ser ilustrado pelo
seminarista que confundiu sua ansiedade por concluir sua tese com a ne-cessidade de envolver-se com outra
mulher.
No romance por frustração há a convicção de que o casamento nega ao perpetrador a qualidade da
experiência desejada ou merecida. É uma mensagem não-verbal de insatisfação, que se toma uma maneira de
“dar legitimidade” à saída do casamento.
O romance recreativo é essencialmente um caso de uma noite só, fazendo parte de uma série de ligações
adúlteras. Raramente envolve compromisso emocional.
O romance suplementar, por outro lado, é tanto sexual quanto emocional, podendo durar um tempo
considerável. Um dos meus clientes sustentou um relacionamento adúltero por trinta anos, até que o marido
de sua amante morreu.
O romance platônico é caracterizado por ligações intelectuais e emocionais, mas raramente é sexual. Talvez
um nome mais adequado seria adultério “espiritual” ou “emocional”.
O romance homossexual emerge quando o homem casado desenvolve uma fixação por outro homem (ou
homens), a fim de saciar necessidades emocionais reprimidas e satisfazer um desejo por amor do mesmo
sexo não recebido de um pai ausente.
O romance para preencher o vazio é uma mensagem não-verbal de um pastor travesti do de adúltero, que
está dizendo: “Estou ficando sem emoções; encha-me”. Em geral, trata-se de uma tentativa de compensar
uma infância emocionalmente privada. O propósito desse romance é fazer escárnio das convenções e da
moral pública, obtendo ao mesmo tempo um senso de notoriedade com os eventos.
O romance de fuga é comum com pastores que estão esgotados. Pelo faro de estarem sobrecarregados com
as pressões do ministério ou desiludidos com as exigências congregacionais, desejam secretamente sair do
ministério. Ele manipula a esposa, de modo que ela assuma a responsabilidade pelo fim do casamento.
Consciente ou inconscientemente esse infiel certifica-se de que o romance seja descoberto.
Sumário
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O propósito do relacionamento conjugal do pastor não é apenas des-frutar de relacionamento amoroso e
íntimo com uma pessoa do sexo oposto e gerar filhos. Também serve para demonstrar ao mundo o
relacionamento místico entre Cristo e a Igreja. O casamento cristão é a realização dos propósitos da criação.
Mas os cônjuges pastorais devem ser sábios para ficarem alertas quanto à possibilidade dos casos
extraconjugais - um risco ocupacional daqueles que corrigem relacionamentos e têm a vida pública sob
escrutínio moral.
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FAMÍLIA E PÓS-MODERNIDADE
“Na pós-modernidade, família é possibilidade de convivência” (Luiz E Fachin, em elementos do Direito de
Família”,Rio,Renovar.1999.p.14)
Pede-se proteção a toda e qualquer forma de entidade tida como familiar, tais como:
Casamento – Conceito tradicional de vinculo de um homem com uma mulher.
União Estável – Após 5 anos de convivência sob o mesmo teto, o Estado reconhece este relacionamento
como família.
Família monoparental – Comunidade formada por um dos pais e sua prole.
União Homoafetiva – união entre pessoas do mesmo sexo.
Entidades de irmãos, tio e sobrinho, avô e neto.
Família passa a ser compreendida como o privilegiado espaço do afeto e do amor, não mais fundada apenas
no casamento. A união moderna observa apenas o vinculo da afetividade.
“A família enquanto “ninho da pessoa humana” é, na feliz expressão do eminente GUSTAVO TEPEDINO,
“como ponto de referência central do indivíduo na sociedade; uma espécie de aspiração à solidariedade e à
segurança que dificilmente pode ser substituída por qualquer outra forma de convivência social.” (Temas de
Direito Civil, Rio: Renovar, 1999, p.326)
Com efeito, na nossa “Constituição cidadã”, apoiada no basilar princípio da dignidade da pessoa humana
(art. 1º, III), exprime que o casamento deixou de ser o modelo oficial de família, estando ao lado (sem
superioridade hierárquica) de outras entidades, como a união estável e a família monoparental, havendo clara
opção pelo amor, prestigiado o vínculo de afetividade. É, seguramente, a porta aberta para o reconhecimento
das uniões homoafetivas.
Notamos que o conceito de família na atual legislação mudou. Saiu do conceito tradicional daquilo que lhe
dava formação: Homem e mulher, macho e fêmea, amor, reprodução, criação e educação dos filhos, para um
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conceito centrado no afeto. Ignoram-se também os papéis do “pai e mãe” na formação dos filhos que a nova
família vai educar.
É lógico que o afeto está presente no modelo tradicional de família. A família ideal é caracterizada pelo
amor fraternal, onde impera: aceitação, encorajamento, intimidade, honestidade, perdão, defesa e disciplina.
A disciplina tem função terapêutica e antidegenerativa, pois mantêm as regras da casa. Paulo instruiu os
cristãos a viverem num lar cristão. (Ef. 5:21, 6:4)
Pressão do pensamento moderno sobre os jovens
“È crescente o número de jovens ocidentais que se sentem sem lar no nosso mundo, sobrecarregados pela
responsabilidade de definir a sua própria realidade e fabricar a sua própria esperança. Rejeitam a realidade
dominante e vivem num mundo cada vez mais tribal, onde tudo é moralmente relativo.
Partilham de um tremendo desejo de voltar para casa, só que não têm a mínima idéia de como chegar lá. A
pós-modernidade é habilíssima para demonstrar a realidade dominante, mas impotente para nos oferecer um
objetivo ou uma esperança.
Temos uma crise de visão. Todos nós parecemos perdidos em muitos aspectos, sem saber onde achar
propósito e significado na vida.
“Nenhum povo, sociedade ou organização pode existir por muito tempo sem uma imagem estimulante do
futuro melhor que nos incentiva a avançar rumo ao amanhã.”
Falta-nos uma imagem estimulante do futuro melhor que venha da nossa fé e não da nossa cultura.”
(SINE,Tom.O Lado Oculto da Globalização.Ed.Mundo Cristão.SP.2001.pp.189-191)
Os nossos filhos estão vivendo na era da interação virtual e afastando-se dos relacionamentos comunitários.
As amizades nascem nos sites de relacionamentos tais como Orkut, MSN, e outros. Muitos estão viciados
em seus computadores e isolados do diálogo com pais e irmãos, sem contar, que se afastaram das leituras de
livros, inclusive a Bíblia.
Rubem M.Amorese, escrevendo sobre a família do século XXI disse:
“Não tenham pena de nossos filhos. Eles se adaptarão. Serão mais fortes e resistentes às distâncias,
indiferenças e separações. Serão adaptados a um mundo onde não se olha para dentro, para a alma;
aprenderão a ligar a televisão para não ouvir o silêncio; aprenderão a se ligar às pessoas sem
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chegar perto; aprenderão a confiar desconfiando e a não esperar misericórdia; aprenderão a fazer amor sem
amar; aprenderão a viver no século XXI. São mutantes!”
Educação e pós-modernidade
“Grande parcela do nosso tempo é gasto interagindo com ambientes seculares, como o do trabalho e o
estudantil, responsáveis por interferir na formação da identidade dos cidadãos. No caso dos que prezam por
uma formação cristã, esses ambientes apresentam:
Incompreensão - 200 anos de secularismo predispôs a sociedade a não compreender um cristão convicto.
Franca hostilidade – Manifesta na mídia televisiva, jornais e instituições.
Intolerância ao mistério da fé – O que prevalece é a ciência, o Know how” (PETERSON, Eugene, em
“Viva a Ressurreição”) Quaisquer demonstrações de fé ou piedade, logo são interpretadas como fraqueza ou
propaganda religiosa.

EXEMPLO:
(Após ganhar a Copa das Confederações, a seleção brasileira comemorou fazendo um circulo no centro do
campo o orando. Isso gerou muita polêmica na Fifa e em federações européias. A Fifa, segundo matéria do
jornal O Estado de S. Paulo, enviou um comunicado para a CBF solicitando mudança nas atitudes dos
brasileiros. As camisetas com mensagens religiosas também foram alvo de críticas. A CBF estará proibindo
tais manifestações.) 07/2009
A educação secular conspira contra a família e a cosmovisão cristã. Os pais precisam dialogar com os filhos
para tomar conhecimento dos conteúdos ensinados e orientá-los. Vários pontos chamam a atenção à
vigilância, tais como:
Educação Materialista – secularizada, relativista, anti-Deus.
Educação pelo exemplo – são os modelos humanos que se apresentam diante das crianças e jovens,
instigando-os à imitação.
Educação controlada – Cada vez mais tomamos conhecimento de infiltrados por irmandades. (satanistas)
assumindo importantes instituições.
Educação liberalizada e tendenciosa – Liberalizada dos “tabus”, dos conceitos de ética tradicional. (Ex.:
Revista Veja de 31/5/2006
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trouxe o artigo; “O Patinho agora é gay.” A matéria informa o que está acontecendo nos Estados Unidos,
onde diversos livros para crianças apresentam personagens homossexuais. Segundo a revista, tais
publicações fazem parte do currículo nos primeiros anos escolares.
Educação Sexual – meramente informativa. Não tem caráter formativo, moral e muito menos espiritual.
Não contêm valores éticos, visando apenas à educação sexual para evitas as DSTs.
É Importante Controlar as Escolas
“Hitler sabia o valor da educação doutrinária às crianças. Em discurso proferido em 6 de Novembro de 1933,
disse: “Quando um oponente declara: Eu não passarei para o seu lado; eu calmamente digo: Seu filho já
pertence a nós... O que é você? Você passará. Seus descendentes, contudo, encontram-se agora no novo
acampamento. Em breve eles não conhecerão outra coisa além da sua comunidade.” (RENOVATO,Elinaldo
. Perigos da Pós-Modernidade. CPAD.RJ.2007.pp.46-47)
S.D.Rabello

TRABALHO INDIVIDUAL I
TEXTO: JEREMIAS 35: 1-19
Com base no texto de Jeremias, montar um estudo bíblico com o título:
“Imprimindo um Estilo de Vida em Nossa Família”.
TRABALHO INDIVUDUAL II
Os Puritanos e a Família – O Puritanismo foi um grande Movimento de Reforma na Igreja da Inglaterra.
Leland Ryken desvenda para nós os hábitos das famílias dos puritanos.
Fazer um resumo crítico baseado no capitulo 5 (pp.87-101) da obra:
“SANTOS NO MUNDO” RYKEN,Leland. Ed. Fiel.SP.1992.
=====================================================
Este trabalho foi preparado pelo Prof. Sila D.Rabello para a disciplina “BASES BÍBLICAS E
TEOLÓGICAS DA FAMÍLIA”. Seminário Teológico Nazareno , núcleos de Piracicaba e Rio Claro,
disponível no Site: WWW.nazarenopauliceia.com.br
Sugestões e críticas:
Contatos: silmar56@ig.com.br ou contato@nazarenopauliceia.com.br
Piracicaba, Julho de 2009

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