LIVRO - Elaboração e Gestão de Projetos
LIVRO - Elaboração e Gestão de Projetos
LIVRO - Elaboração e Gestão de Projetos
2011
CDU: 65.012.2
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Fernando Haddad
PRESIDENTE DA CAPES
Jorge Almeida Guimarães
Créditos da imagem da capa: extraída do banco de imagens Stock.xchng sob direitos livres para uso de imagem.
Apresentação............................................................................................... 9
Elaboração de Projetos.............................................................................. 41
Escopo................................................................................................. 42
Definição das Atividades e da Estrutura Analítica do Projeto (EAP) ����� 45
Definição das Precedências das Atividades........................................... 48
Cronograma e Diagramas de Dependência.......................................... 50
Método do Caminho Crítico, ou Critical Path Method (CPM) ��������������� 54
PERT/Tempo e PERT/Custos................................................................ 56
Avaliação de Projetos................................................................................ 69
Custos e Despesas Futuras de Projetos.................................................. 71
Risco e Retorno.................................................................................... 72
Análise de Projetos Alternativos............................................................ 77
Técnicas Quantitativas para Avaliação de Projetos............................... 81
O Excedente do Consumidor................................................................ 82
Administração de Projetos......................................................................... 91
Organização e a Equipe de Projetos..................................................... 93
Planejamento e Desempenho de Custos............................................... 96
Disciplinas em Projetos............................................................................ 107
Referências.............................................................................................. 118
Minicurrículo........................................................................................... 122
a�resentação
Módulo 6 9
Caro estudante,
Para começo de estudo, perguntamos a você: o curso de
graduação em Administração Pública que você está concluindo
já foi parte do seu projeto de vida em algum momento? Você
tinha como parte do seu projeto de vida concluir alguma
graduação?
Pois é, você está usufruindo dos resultados de um projeto
educacional idealizado nos anos de 2008 e 2009. Para que essa
ideia de projeto educacional fosse possível de ser concretizada
foi necessário buscar dados inerentes a essa proposta. E esses
dados provieram das mais diversas naturezas. Houve também
a necessidade de se esclarecer dúvidas, de reunir pessoas,
de identificar as características particulares sobre essa ideia
específica para se decidir ou não pela sua implantação. De
posse dessas variáveis, foi preciso organizá-las de forma
sistematizada para se ter uma noção prévia da sua viabilidade
do ponto de vista técnico, legal, social e financeiro visando sua
execução.
Verificada a viabilidade da ideia e decidido pela sua
implantação, iniciou-se a concretização do que foi definido
para essa etapa de planejamento. A esse conjunto organizado
de ações em torno de uma ideia específica chamamos projeto.
Mas afinal de contas, o que é projeto?
Módulo 6 13
v
Você provavelmente já ouviu algo sobre o projeto TAMAR de
preservação de tartarugas marinhas, na área ambiental; sobre o projeto
Você pode conhecer Genoma de mapeamento dos códigos genéticos do ser humano, na área
os projetos TAMAR, biomédica; e sobre o projeto Escola do Futuro, na área educacional.
Genoma e Escola do Se não ouviu e deseja conhecê-los, consulte os endereços eletrônicos e
Futuro acessando,
procure identificar se eles têm as características contidas na definição de
respectivamente: <http://
www.projetotamar.org.
projeto descrita por Heldman (2006).
br>, <http://educar.sc.usp. Esses são alguns exemplos de projetos da área pública
br/licenciatura/2001/ que estão em execução no Brasil. Observe que, ao “pé da letra”
genoma/surgiu.
da definição de projetos, esses exemplos não devem ser mais
html> e <http://www.
escoladofuturo.com.br>. denominados projetos, devendo ser denominados programas, pois
Acesso em: 28 mar. 2011. a ideia explorada inicialmente foi concluída, deixando, assim, de ser
temporários. Como os objetivos de cada projeto foram alcançados,
decidiu-se pela continuidade rotineira das operações. Esse fato limita
o emprego do conceito de projeto nessas situações.
Nesses exemplos, houve a necessidade de se elaborar um
projeto específico com prazo de execução estabelecido, ou seja, com
datas previstas para começar e para acabar, envolvendo pessoas em sua
concretização, utilizando equipamentos e instalações e visando alcançar
o(s) objetivo(s) fixado(s). Essa é a chamada fase conceitual*.
Para que se concretize um projeto após a decisão de implantá-
*Fase conceitual – fase
lo, é necessário o aporte de recursos financeiros, normalmente recursos
inicial de elaboração do
projeto na qual são idea- com restrição de disponibilidade orçamentária, que têm custo para a
lizadas as mais diversas sociedade e para os quais se busca algum benefício social. Apoiando-se
possibilidades de solução nessa linha de raciocínio, é recomendável elaborar estudos preliminares
ou de respostas, incluindo
sobre o uso desses recursos na área tanto da Administração Pública
os recursos a serem utili-
zados. Fonte: Elaborado
como da administração privada.
pelo autor. Esses estudos normalmente contemplam as variáveis
*Planejamento – fase em consideradas relevantes para a implantação de um projeto, uma vez
que são formalizadas as
que a aplicação de capital investido hoje terá consequências positivas
etapas de elaboração do
projeto com a descrição
ou negativas no futuro. E sobre o futuro temos pouco controle. Assim,
de objetivos, de justifica- por meio dessa prática de organizar e sistematizar dados de uma ideia
tivas, de ações a serem singular ou de uma meta específica, busca-se uma articulação intelectual
executadas e de recursos
para estudar as diversas variáveis, internas e externas, visando analisar a
necessários. Fonte: Elabo-
rado pelo autor.
viabilidade operacional, financeira e social associada ao risco da decisão
gerencial de concretizá-lo ou não. Essa é a fase de planejamento*.
ff
uma associação pede uma nova creche no bairro;
ff
a outra pede a presença de caminhão de lixo no distrito
da zona rural;
ff
a outra sugere criar uma biblioteca móvel; e
ff
a outra quer a construção de uma praça e assim por diante.
Módulo 6 15
ff
aumentar o salário dos professores para que eles se sintam
mais motivados;
ff
capacitar melhor os professores;
ff
comprar computadores; e
ff
melhorar o ensino.
ff
conciliar a questão financeira cujo orçamento de receita é
limitado, ou seja, na maioria das vezes há menos dinheiro
disponível no município para gastos e investimentos do
que a quantia desejada e necessária;
ff
conciliar as diferentes visões de mundo das pessoas
envolvidas dentro da própria comunidade beneficiada;
ff
conciliar a questão ideológica entre servidores públicos
ao escolher uma alternativa de solução em detrimento de
outra;
ff
conciliar o interesse dos políticos: prefeito, deputados,
vereadores que se julgam fundamentais na solução; e
ff
conciliar o interesse dos políticos de oposição: será que eles
vão concordar com o tipo de solução dado ao problema?
Módulo 6 17
Módulo 6 19
v
Em Uberlândia (MG) existiam aproximadamente 60 projetos
públicos desenvolvidos e em desenvolvimento no ano de 2009.
Merece destaque os projetos desenvolvidos em parceria com empresas Uberlândia é um município
privadas, como Grupo Algar, Cargill, Syngenta e Organizações Não do estado de Minas Gerais
ff
saúde;
ff
trânsito e transporte;
ff
meio ambiente;
ff
cultura, esporte, lazer; e
ff
segurança pública.
ff
início, ou conceituação;
ff
planejamento;
ff
execução, ou produção;
ff
monitoramento, ou acompanhamento; e
ff
conclusão do projeto.
Módulo 6 21
v
por meio da elaboração do estudo multifuncional de viabilidade
e do plano do projeto. É no plano do projeto que são elaborados
o cronograma, o orçamento, a alocação de recursos, o plano de
comunicação e o plano de contingência.
No estágio do planejamento são listadas todas as variáveis
Esses componentes serão
abordados na Unidade 2. inerentes à ideia, à oportunidade ou ao problema visando articulá-
las de maneira sistematizada e coerente. Essas variáveis podem ser
controláveis ou não pelos gestores públicos. Para isso, são realizadas
reuniões técnicas, audiências públicas, dimensionamento da
necessidade de financiamento, de investimento etc.
Os estudos de viabilidade no segundo estágio necessitam
ser dimensionados e valorados. Ao quantificar e precificar todas
as variáveis e os fatores relevantes do projeto, o servidor reúne as
condições e as premissas para efetuar o processo de orçamentação.
Este estágio normalmente é útil para saber se uma ideia é viável técnica
e financeiramente no formato como foi concebida preliminarmente ou
para ajustá-la aos dados de restrição orçamentária e às informações
coletadas nessa fase de estudo, tornando o projeto viável.
Uma vez decidida a implementação de um projeto específico,
inicia-se o terceiro estágio: execução, ou produção. Este estágio
exige profissionais e/ou equipes com alto nível de capacidade gerencial
para coordenar a realização das múltiplas atividades previstas nos
cronogramas. É neste estágio de concretização do projeto que se
consomem cifras significativas dos recursos financeiros previstos para
o investimento inicial do projeto.
Assim, deve ser destacada atenção especial quanto ao quarto
estágio: monitoramento, ou acompanhamento. É neste estágio
Módulo 6 23
ff
humanos;
ff
financeiros;
ff
materiais; e
ff
tecnológicos.
ff
o tipo de projeto: desenvolvimento de um novo serviço
de distribuição de medicamentos em domicílio, viabilidade
de desapropriação de uma área para construção de uma
escola, substituição de uma máquina obsoleta por outra
numa secretaria; e
ff
a natureza do projeto: cultural, educacional, de saúde,
esportivo, ambiental, de segurança.
Figura 2: Problema
Fonte: Elaborada pela Equipe Técnica em EaD do CAD/UFSC
Figura 3: Ideia
Fonte: Elaborada pela Equipe Técnica em EaD do CAD/UFSC
Módulo 6 25
Figura 4: Oportunidade
Fonte: Elaborada pela Equipe Técnica em EaD do CAD/UFSC
ff
Um problema operacional de limpeza das vias públicas ou
um problema administrativo de absenteísmo dos servidores,
por razões de saúde, pode indicar a possibilidade de se
elaborar um projeto porque por meio dele é possível juntar
de forma organizada todas as variáveis que devem ser
consideradas nas possíveis alternativas de solução.
ff
Na área de logística para entrega de remédios à população
carente, o custo médio por volume entregue em domicílio
feito pela prefeitura pode estar acima da média de cidades
de porte semelhante. Isso pode gerar a denúncia dos
gestores públicos ao Ministério Público. Cabe aos gestores
públicos da prefeitura a responsabilidade de propor ou
de buscar soluções entre as diversas opções e alternativas
disponíveis.
Módulo 6 27
Estudo de Caso
RAIM – Violência Doméstica e Sexual Contra Mulheres e
Adolescentes
Módulo 6 29
ff
ser temporário;
ff
ser único; e
ff
necessitar de recursos.
Módulo 6 31
ff
Atender mulheres vítimas de abuso sexual.
ff
Haver acompanhamento jurídico.
ff
Funcionar na UAI do bairro Martins anexo ao serviço de
DST/AIDS.
ff
Área compartilhada com o setor de DST/AIDS.
ff
Móveis e equipamentos.
ff
Material de consumo.
Complementando...
Para refletir mais sobre a elaboração, a coordenação e o planejamento de
projetos, recomendamos os seguintes filmes:
Módulo 6 33
Resumindo
As respostas a demandas da sociedade por serviços espe-
cíficos do setor público podem ser idealizadas por meio da elabo-
ração de projetos. Os projetos são estudos sistematizados sobre
as diversas variáveis inerentes a alguma ideia, a alguma oportuni-
dade ou a algum problema a serem explorados em busca de solu-
ções. Os projetos também são úteis ao permitirem aos agentes
públicos uma análise profunda de todos os aspectos positivos e
negativos relacionados ao estudo para tomada de decisão. Além
disso, prestam-se ao objetivo de otimizar as chances de se alcan-
çar o sucesso das propostas com a aplicação eficiente dos recursos
financeiros.
Os projetos devem simultaneamente ser temporários,
singulares e utilizar recursos humanos, financeiros e materiais.
As etapas do ciclo de vida de um projeto – início, planejamento,
execução, monitoramento e conclusão – contemplam essas carac-
terísticas. A elaboração de projeto delimita o escopo das ativida-
des a serem executadas pelos prestadores de serviços ou forne-
cedores. Essas atividades, ou miniprojetos, são organizadas em
sequências lógicas de execução para orientar posteriormente o
gerenciamento. Os instrumentos gráficos de gestão, como crono-
grama e orçamento, são essenciais ao projeto.
Atividades de aprendizagem
Se você realmente entendeu o conteúdo, não terá dificuldades
de responder às questões a seguir. Se, eventualmente, ao
responder, sentir dificuldades, volte, releia a Unidade e procure
discutir suas dúvidas com seu tutor.
Módulo 6 35
Módulo 6 37
Elaboração de Projetos
Caro estudante,
nesta Unidade, você conhecerá as principais etapas utilizadas
para estruturar um projeto. Essas etapas serão desenvolvidas
passo a passo para que você possa usá-las como referência em
situações do cotidiano que exijam estudo sistematizado. Para
isso, elaboraremos em conjunto um projeto com a finalidade
de gerenciar a implantação do serviço de atendimento
a mulheres em situação de risco e que sofrem violência
doméstica apresentado na Unidade 1. Bons estudos!
ff
Gerência da Integração.
ff
Gerência do Escopo.
ff
Gerência do Tempo.
ff
Gerência do Custo.
ff
Gerência da Qualidade.
ff
Gerência dos Recursos Humanos.
ff
Gerência das Comunicações.
ff
Gerência dos Riscos.
ff
Gerência das Aquisições.
Módulo 6 41
Escopo
ff
Definição do problema ou situação geradora.
ff
Justificativa.
ff
Objetivos geral e específicos.
ff
Resultados esperados.
ff
Abrangência.
ff
Desdobramento de atividades e de tarefas.
ff
Estimativa de prazos.
ff
Estimativa de custos e de recursos.
ff
Rede de Tarefas.
ff
Cronograma.
ff
Matriz de Resultados e Serviços/Produtos.
ff
Planilha de Procedimentos de Monitoramento.
ff
Planilha de Procedimentos de Avaliação.
ff
Análise de risco.
ff
Qual é o escopo do projeto RAIM?
ff
Você considera que o escopo está claramente definido?
ff
Se você fosse um servidor público e tivesse recebido o
convite para fazer uma sugestão ou uma proposta de ações
para o problema citado, você considera que o escopo foi
suficientemente detalhado?
Módulo 6 43
v
Agora vamos retomar o projeto RAIM para identificar as
atividades relevantes e organizá-las sob a forma de EAP. As atividades
são:
Solicitar autorização do secretário de saúde.
A lista de atividades
Realizar reuniões com grupos de especialistas e parceiros. fictícias elaborada pelo
Realizar audiências públicas nos bairros. supervisor da Secretaria
Solicitar estudo jurídico da proposta. de Saúde pode ser
Aprovar o projeto nos conselhos comunitários. localizada na Tabela 2
Enviar para apreciação da câmara de vereadores. ou no texto do caso na
Unidade 1.
Enviar o projeto ao prefeito.
Protocolar no Ministério da Saúde.
Empenhar a compra de materiais.
Receber os materiais comprados.
Módulo 6 45
Instalar os equipamentos.
Ocupar as salas.
Quadro 1: Lista de Atividades do Caso RAIM
Fonte: Elaborado pelo autor
QUALIDADE CUSTOS
REQUERIDA ORÇADOS
PRAZOS
ESTIMADOS
Figura 5: Tríplice Objetivo em Projetos
Fonte: Elaborada pelo autor
Módulo 6 47
Módulo 6 49
Cronograma e Diagramas de
Depend�ncia
*Cronograma – recurso
Uma das suas funções como futuro administrador é saber
gráfico de gerenciamento gerenciar e controlar as atividades sobre as quais você assumirá
de atividades e de etapas responsabilidades no setor público. Você aprendeu na Unidade 1 que
a serem cumpridas na o prazo é uma das variáveis críticas que o administrador precisa gerir
execução de projetos em
para cumprir o cronograma* definido no planejamento do projeto.
um prazo previamente
planejado. Fonte: Elabora- Os elementos básicos de um cronograma são:
do pelo autor.
ff
a descrição das etapas a serem executadas;
ff
a responsabilidade pela administração e execução de cada
uma dessas etapas;
ff
a identificação de unidades de tempo para marcação das
datas de início e de término da cada etapa;
ff
a duração estimada para realização de cada etapa; e
ff
uma legenda gráfica de linhas e símbolos para registrar
os prazos de duração relevantes e estimados das etapas
e também para marcar a evolução de execução de cada
etapa.
Módulo 6 51
Módulo 6 53
Procedência
Semanas
Duração
Ordem
Atividade
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 [...] 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
1
Autorização do – 4
Secretário de Saúde
3
Audiências públicas 2 12
nos bairros
Estudo jurídico
4 2 4
da proposta
5
Aprovação pelos 3 3
conselhos comunitários
6
Apreciação pela 5 2
câmara de vereadores
3
7 Envio ao prefeito e 2
6
8
Protocolo no 7 4
Ministério da Saúde
9
Empenho para compra 7 1
de materiais
Entrega dos 9
10 2
materiais comprados
Instalação dos
11 10 1
equipamentos
Módulo 6 55
PERT/Tempo e PERT/C�stos
Módulo 6 57
Pensamos que você vai dizer que valerá a pena desde que
esse “tempo ganho” converta-se em benefícios sociais imediatos para
esse grupo de risco, além de atender ao Ministério Público.
É importante lembrar que todo esse levantamento de recursos,
principalmente quando envolve os de ordem financeira, deve se dar
de acordo com a capacidade de investimentos do órgão público. Isso
possibilita encaixar as entradas de suas receitas com impostos, tributos
e repasses com as saídas de caixa dos dispêndios normais do órgão
mais os investimentos extraordinários advindos da implantação do
projeto. Esses ajustes no orçamento ajudam a manter o projeto no
ritmo programado.
ff
Medidas de Desempenho do Projeto.
ff
Planejamento Adicional.
ff
Sistema de Controle de Mudança do Custo.
ff
Sistemas Computadorizados.
Módulo 6 59
Complementando...
Para ampliar seus conhecimentos a respeito do conteúdo visto nesta Unidade,
recomendamos a seguinte leitura:
Resumindo
Você estudou nesta Unidade que a elaboração de um
projeto consiste em sistematizar os possíveis eventos presen-
tes num estudo exploratório específico em etapas. Essas etapas
podem se juntar para formar o Plano de Projeto (PP).
O PP é composto de três componentes básicos: Escopo,
Plano de Ação e Plano de Monitoramento. Esses componentes se
constituem nos principais direcionadores de gestão para equipes
e coordenadores de projetos a serem conduzidos tanto no setor
público como no setor privado.
O gráfico de atividades tipo Gantt permite a identificação
das atividades relacionadas ao projeto e a sua distribuição no
tempo. O gestor de projetos deve dedicar atenção especial a
esse conjunto de atividades, pois ele é vital ao cumprimento das
tarefas dentro do prazo planejado. As técnicas de programação
de atividades por PERT/Custo e PERT/Tempo também são alter-
nativas a serem adotadas pelos gestores de projetos.
O monitoramento na execução das atividades, no emprego
dos recursos financeiros, humanos e materiais deve ser exer-
cido permanentemente pelo gestor público visando garantir o
sucesso do projeto. Para isso, você, futuro gestor público, apren-
derá a avaliar projetos na próxima Unidade.
Módulo 6 61
Atividades de aprendizagem
Antes de prosseguir, vamos verificar se você entendeu tudo
até aqui! Para tal, responda às atividades a seguir. Caso tenha
dúvidas, faça uma releitura cuidadosa dos conceitos ou
resultados ainda não entendidos
Módulo 6 63
Módulo 6 65
Avaliação de Projetos
Caro estudante,
Você estudou na Unidade 2 uma das possíveis alternativas
para estruturar um projeto. A sistematização dos diversos
elementos que devem compor um projeto se presta a várias
finalidades. Três delas parecem essenciais para os gestores
públicos ou financiadores de projetos: decidir prescritivamente
se recursos públicos ou privados solicitados nos projetos
propostos serão alocados eficientemente em benefícios para
a sociedade; prestar contas no encerramento do projeto; e
verificar o real desempenho do projeto diante dos objetivos
propostos.
Para isso, o(s) gestor(es) deve(m) selecionar o(s) projeto(s)
mais bem estruturado(s) a fim de se alcançar os objetivos
pretendidos. Recomendamos, portanto, que essa decisão a ser
tomada seja preferencialmente precedida de uma avaliação
do projeto. Vamos, então, conhecer melhor a avaliação de
projetos?
Módulo 6 69
Módulo 6 71
Risco e Retorno
até mesmo deixar de priorizar esse projeto pelo fato de ele ter sido
proposto por adversários políticos.
O risco jurídico também está presente em projetos da
Administração Pública por meio de intervenções das promotorias
públicas e procuradorias. Essas intervenções normalmente são
provenientes de denúncias das mais diversas naturezas. Os processos
jurídicos das promotorias costumam solicitar ao Poder Judiciário a
paralisação dos projetos até que se esclareçam os fatos obscuros.
Módulo 6 73
Módulo 6 75
ff
Saúde.
ff
Educação e Aquisição de Conhecimentos.
ff
Emprego e Qualidade de Vida no Trabalho.
ff
Tempos de Lazer.
ff
Capacidade Aquisitiva.
ff
Ambiente Físico e Social.
ff
Segurança.
ff
Taxa de esperança de vida.
ff
Taxa de mortalidade infantil.
ff
Taxa de incapacidade temporária.
ff
Taxa de incapacidade permanente.
Módulo 6 77
ff
na etapa inicial do projeto, que mostrará certo número de
opções possíveis;
ff
na etapa das discussões do planejamento, que permitirá
aprofundar essas diferentes opções e definir certo número
de soluções a serem comparadas; e
ff
na etapa posterior, após uma primeira série de cálculos.
Módulo 6 79
ff
Preços de mercado: são os preços observados no nosso
cotidiano nas transações com fornecedores. Normalmente,
para se evitar problemas com a não uniformidade desses
preços, são utilizados preços médios.
ff
Preços sociais: são aqueles preços que não são
diretamente observados no nosso cotidiano. Refletem
o custo de oportunidade para a economia e para a
sociedade e necessitam ser arbitrados para precificação
dos fatores de produção usados em projetos que deveriam
ff
Payback.
ff
Valor Presente Líquido.
ff
Taxa Interna de Retorno do Investimento.
ff
Relação Benefício/Custo.
ff
os efeitos diretos, ou primários; e
ff
os efeitos indiretos, ou secundários.
Módulo 6 81
O E�cedente do Cons�midor
ff
os prováveis agentes econômicos (famílias, empresas,
administração, etc.) que podem ser afetados pelos
projetos; e
ff
os possíveis efeitos não mercantis ou intangíveis.
Módulo 6 83
ff
criação de subsídios fiscais;
ff
aumento de impostos de importação;
ff
ampliação de restrições e sobretaxas;
ff
renúncia fiscal e diferimento de impostos; e
ff
doação de infraestrutura e de terrenos.
Complementando...
Para complementar seus estudos, recomendamos as seguintes leituras:
Módulo 6 85
Resumindo
nesta Unidade você estudou os elementos básicos a
serem considerados na avaliação de projetos na Administração
Pública tanto para aprovação quanto para monitoramento de
objetivos. O processo de avaliação de projetos é relativamente
complexo devido às inúmeras variáveis e premissas utilizadas
na sua elaboração. Os projetos podem ser avaliados segundo
critérios quantitativos e/ou qualitativos. Os critérios qualita-
tivos, em especial os ISs, normalmente apresentam aspectos
subjetivos de mensuração.
Dentre esses aspectos, ou elementos, destacamos os
custos e as despesas futuras decorrentes exclusivamente do
projeto implantado e o uso de ISs. Assim que termina a implan-
tação do projeto, ele entra em operação e a sua continuidade
pode se dar em caráter permanente. nestes casos, o projeto
inicial se transforma em operações rotineiras que podem ser
incorporados em programas. Esses custos e despesas futuras
impactam os orçamentos públicos futuros e o fluxo de caixa da
organização que o implantou e dos respectivos financiadores.
As fontes de risco estão presentes tanto em projetos na
área pública como em projetos na área privada. Essas fontes de
risco se apresentam como qualquer fato, imprevisto ou obstá-
culo que possam ameaçar a realização dos objetivos de um
projeto. A ocorrência de riscos acarreta consequências nega-
tivas aos resultados do projeto. na área pública, os principais
riscos podem ser de natureza jurídica, política, operacional e
financeira. na Unidade 4, você aprenderá a considerar esses
fatores na administração da implantação de projetos.
Atividades de aprendizagem
Módulo 6 87
orçamentária; e
ffBalancear as atividades e os custos decorrentes de falhas e
imprevistos na etapa de execução do projeto.
Administração de Projetos
Caro estudante,
Você já deve ter ouvido algum conhecido dizer algo sobre a
interrupção de alguma obra pública aí na sua cidade ou na sua
região.
Você possivelmente já foi informado pela mídia sobre obras
públicas que foram parcialmente construídas com dinheiro
público e que estão paralisadas porque o capital foi insuficiente
para implantá-las na totalidade ou porque surgiu um novo
problema na sua execução. Um exemplo de projeto público
que se enquadra nessa situação é a obra da Usina nuclear
Angra 3. Esta usina esteve com suas obras paralisadas por mais
de 25 anos! Somente em 2009 é que elas foram retomadas.
Módulo 6 91
outras situações semelhantes à que ele passou no cotidiano das diferentes abordagens e
as situações de ocorrência
pessoas e das empresas. Ele observou que essas situações de falhas
da Lei de Murphy, acesse
v
se repetiam de acordo com os mesmos princípios. Daí enunciou- <http://www.facom.ufba.
se, de forma genérica, porém passível de adaptação sob diferentes br/com024/murphya/
situações empresariais, a conhecida Lei de Murphy, segundo a qual, murphy.htm>. Acesso em:
29 mar. 2011.
“[...] se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da
pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano
possível (MAXIMIANO, 2008, p. 118).
Como futuro gestor de projetos, você precisa atuar de maneira
preventiva no sentido de garantir que uma atividade ou uma tarefa
seja feita de acordo com as especificações informadas apenas uma
vez. Isso pode ser feito mapeando-se as várias possibilidades de se
executar uma tarefa ou um conjunto de tarefas de forma inadequada,
o que pode gerar a necessidade de retrabalho. Uma situação de
retrabalho sempre gera desperdício de recursos: tempo, materiais e
dinheiro.
Módulo 6 93
ff
Quais atividades devo priorizar nesse caso?
ff
Devo priorizar as atividades com maior folga ou aquelas
com menor folga?
Módulo 6 95
ff
Devo priorizar as atividades com maior prazo em
detrimento daquelas com menor prazo?
Módulo 6 97
Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Autorização do
secretário de 4 1 .25 .25 .25 .25
saúde
Reuniões com
grupos de
2 5 2,5 2,5
especialistas e
parceiros
Audiências
públicas nos 12 15 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25 1,25
bairros
98
Unidade 4 – Administração de Projetos
ff
CS – Custo (R$) por Semana:
S 1 2 3 4 5 6 7 [...] 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
L
CS 0,25 0,25 0,25 0,25 2,5 2,5
ff
CAS – Custo Acumulado (R$) até na Semana:
1 2 3 4 5 6 7 [...] 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
CaS 0,25 0,5 0,75 1 3,5 6 ... 77
ff
% CS/CT: porcentagem do custo por semana (R$) em
relação ao Custo Total do projeto. Para a primeira semana,
o valor foi calculado assim: R$ 0,25/R$ 77,00 (Custo
Total). Para as demais semanas, o raciocínio de cálculo é o
mesmo. Confira os cálculos e preencha os espaços.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 [...] 36
0,25 0,25 0,25 0,25 2,5 2,5 ... 77
%CS 0,32% 0,32% 0,32% 0,32% 3,2% 3,2% 100%
ff
% CAS/CT: porcentagem do Custo Acumulado (R$) até
a respectiva Semana em relação ao Custo Total (R$) do
projeto. Para a quinta semana, o valor foi calculado assim:
R$ 3,5/R$ 77,00.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 [...] 36
0,25 0,25 0,75 1 3,5 6 ... 77
%CAS/ 0,32% 0,64% 0,97% 1,3% 4,5% 7,79% 100
CT
Módulo 6 99
Semanas
Custo
Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 [....] 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Autorização
1 do secretário 1 1
de saúde
Reuniões com
grupos de
2 5 5
especialistas e
parceiros
Audiências
3 públicas nos 15 15
bairros
Estudo jurídico
4 3 3
da proposta
Aprovação pe-
5 los conselhos 15 15
comunitários
Apreciação
6 pela câmara 2 2
de vereadores
envio ao
7 1 1
prefeito
Protocolo no
8 6 6
Min. Da Saúde
Empenho para
9 compra de 26 26
materiais
Entrega dos
10 materiais 2 2
comprados
instalação dos
11 1 1
equipamentos
Total por
77 1 5 3 2 15 6 1 26 2 16
atividade
Acumulado
1 6 9 11 26 32 33 59 61 77
das atividades
Módulo 6 101
ff
Raciocínio 1: se as atividades forem executadas uma
após a outra, não haverá problema, pois a demanda
máxima é de dois recursos por semana – atividades 3 e 7,
e o órgão público tem três recursos disponíveis, ou seja,
a situação está tranquila, pois há uma ociosidade de um
recurso por semana.
ff
Raciocínio 2: se algumas atividades forem executadas
em sequência lógica, como definido no caminho crítico
do gráfico de Gantt, e outras em paralelo, provavelmente
teremos problemas de falta de recurso e isso pode reflitir
negativamente sobre os objetivos a serem alcançados pelo
gestor.
Semanas
Preced�ncia
Recurso B
Duração
Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 [...] 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Autorização do secretá-
1 – 4 1 1 1 1 1
rio de saúde
Estudo jurídico da
4 2 4 1 1 1 1 1
proposta
7 envio ao prefeito 3 6 2 2 2 2 2 2 2
Protocolo no Min. Da
8 3 4 1 1 1 1 1
Saúde
12 Ocupação da sala 11 1
nB 1 1 1 1 1 1 4 4 4 4 4 4 0 4 3 4 4 4 4 3 3 3 2 3
dPS 3
nL -2 -2 -2 -2 -2 -2 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 0 -1 0
ASR em R$ 5 5 5 5 5 5 5 0 5 0 5 5 5 5 0 0 0 -5 0
Legenda: NB: necessidade bruta por semana do recurso B; DPS: disponibilidade por semana do recurso B;
NL: necessidade líquida do recurso B => NL = NB – DPS; e ASR: aluguel semanal do recurso B em R$
=> ASR = NL x R$ 5,00.
Figura 8: Distribuição de Consumo Semanal do Recurso B por Atividade
Fonte: Elaborada pelo autor
Módulo 6 103
Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Duração
Preced�ncia
Autorização do secretá-
– 4 1 1 1 1 1
rio de saúde
Estudo jurídico da
2 4 1 1 1 1 1
proposta
Módulo 6
envio ao prefeito 3 6 2 2 2 2 2 2 2
Protocolo no Min. Da
3 4 1 1 1 1 1
Saúde
Ocupação da sala 11 1
necessidade Bruta 1 1 1 1 1 1 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 4 5
necessidade Líquida -2 -2 -2 -2 -2 -2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 2
105
Unidade 4 – Administração de Projetos
25/10/11 14:09
Elaboração e Gestão de Projetos
Disci�linas em Projetos
ff
Quais são as qualidades e as características necessárias
para que uma pessoa esteja qualificada a exercer a função
de gerente de projetos?
ff
O que vale mais nesse caso: a experiência prática ou os
conhecimentos técnicos?
ff
Onde consigo estudar sobre todos esses fatores?
Módulo 6 107
ff
Quanto tempo de experiência prática é necessário para
que uma pessoa possa assumir um cargo de gestor de
projetos?
ff
o orçamento público;
ff
os segmentos sociais e beneficiários;
ff
o planejamento estratégico, tático e operacional;
ff
as habilidades e as capacidades de absorção de
conhecimentos técnicos; e
ff
a gestão de pessoas.
ff
liderança;
ff
comunicação e influência;
ff
negociação e solução de problemas; e
ff
visão socioeconômica.
Complementando...
Para aprofundar seus conhecimentos a respeito de gestão de projetos,
recomendamos a seguinte leitura:
Módulo 6 109
Resumindo
Uma vez aprovada a viabilidade social e financeira do
projeto, é preciso executá-lo. A execução de projetos na Admi-
nistração Pública requer a elaboração de plano detalhado dos
recursos que serão alocados e utilizados ao longo do prazo. Essa
organização é útil para o administrador tanto como suporte
legal como para gerenciamento de realização das atividades à
medida que o escopo do projeto precisa ser alcançado. Durante
a execução do projeto, o gestor público deve orientar suas deci-
sões no sentido de cumpri-lo no prazo estimado, limitando-se
ao orçamento aprovado e satisfazendo as condições dos princí-
pios da Administração Pública.
O desempenho dos gestores públicos de projetos depende
fundamentalmente deles mesmos, do amparo jurídico legal e
da equipe de profissionais disponível ou que venham a contra-
tar para trabalhar nas tarefas de transformação de recursos em
produtos ou no objeto especificado no escopo do projeto.
Dependendo do porte do projeto, ele pode apresentar
detalhes de execução de atividades de diferentes níveis de
complexidade. Essa complexidade pode ser “quebrada” para
melhor gerenciamento a partir do momento em que o projeto
é subdividido em pacotes de atividades – os miniprojetos.
Os novos prazos e as novas realocações de recursos
podem ser mais bem definidos por meio de inspeção visual
do gráfico de Gantt. Essas simulações podem ser facilitadas
quando feitas em softwares específicos de gestão de projetos.
Por fim, o perfil do profissional para atuação em gestão
de projetos requer um conjunto de habilidades e de conhe-
cimentos para pensar de maneira holística no projeto e de
maneira focada na gestão dos recursos.
Atividades de aprendizagem
Módulo 6 111
Módulo 6 113
Gaseificar G 5 B, D
Hidratar H 2 G, E, F
Impermeabilizar i 1 H
Módulo 6 115
Consideraç�es finais
Módulo 6 117
Referências
ABREU, Paulo F. S. P. de; STEPHAN, Christian. Análise de Investimentos.
Rio de Janeiro: Campus, 1982. 280 p.
CLEMENTS, James P.; GIDO, Jack. Gestão de Projetos. 3. ed. São Paulo:
Thomson Pioneira, 2007. 452 p.
Módulo 6 119
Minicurr�culo
Claudinê Jordão de Carvalho