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Relatório Parcial PI

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Grupo Guarulhos 1 – 2N.

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AMIRACY CARVALHO CONCEICAO RA 1835621
DANILO PARAISO DE AGUIAR RA 1829219
GISELE JANÉRI FERRAZ RA 1834977
MARIANE RODRIGUES DOS SANTOS RA 1820099
MARIA ERINALVA COSTA DE PAULA RA1835237
MARCO ANTONIO MANZANO RA 1828234
RODRIGO OLIVEIRA DE LIMA RA 1820099

Projeto Integrador- Relatório Parcial

O Brincar com os Sentidos

Apresentação do Projeto Integrador - vídeo:

<youtube>

Guarulhos- SP
2019
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

O Brincar com os Sentidos

Relatório Técnico - Científico apresentado na


disciplina de Projeto Integrador para o curso de
Licenciatura em Pedagogia na Universidade Virtual
do Estado de São Paulo (UNIVESP).

Tutor: Profª Mary Selma Alves Ramos Bulla

Guarulhos- SP
2019
CONCEICAO, Amiracy Carvalho; DE AGUIAR, Danilo Paraiso, FERRAZ; Gisele
Janéri; DOS SANTOS, Mariane Rodrigues; DE PAULA, Maria Erinalva Costa;
MANZANO, Marco Antonio; DE LIMA, Rodrigo Oliveira. Educação Infantil na BNCC,
campos de experiência e Projeto Integrador. Relatório Técnico-Científico
(Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor:
Profa. Mary Selma Alves Ramos Bulla. Polo Guarulhos, 2019.

RESUMO

O brincar livremente, sem influências de tecnologias é um grande desafio nos dias


atuais, pois brincar com diferentes materiais auxilia na promoção da educação integral
da criança e de seu desenvolvimento. Tendo em vista que estratégias apropriadas às
diferentes fases do desenvolvimento infantil são indispensáveis para um
desenvolvimento saudável das fases de aprendizagem, propusemos que os pequenos
devam utilizar a natureza como fonte de recursos abundantes para o despertar das
habilidades sensoriais. Assim, o presente projeto tem por objetivo, através de
pesquisa teórica e elaboração de Painel Sensorial, investigar, aprimorar e aplicar os
conhecimentos obtidos com a investigação, contribuindo para a aprendizagem na
educação infantil, na CEI Parceira Casa Transitória Fabiano de Cristo, localizada no
Bairro do Tatuapé, São Paulo - SP.

PALAVRAS-CHAVE: Educação infantil, experiências sensoriais, brincar livremente,


natureza.
CONCEICAO, Amiracy Carvalho; DE AGUIAR, Danilo Paraiso, FERRAZ; Gisele
Janéri; DOS SANTOS, Mariane Rodrigues; DE PAULA, Maria Erinalva Costa;
MANZANO, Marco Antonio; DE LIMA, Rodrigo Oliveira. Educação Infantil na BNCC,
campos de experiência e Projeto Integrador. Relatório Técnico-Científico
(Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor:
Profa. Mary Selma Alves Ramos Bulla. Polo Guarulhos, 2019.

ABSTRACT

Playing freely, without the influence of technologies is a big challenge these days,
because playing with different materials helps to promote the integral education of
children and their development. Given that strategies appropriate to the different
stages of child development are indispensable for the healthy development of the
learning stages, we have proposed that young people should use nature as a source
of abundant resources to awaken sensory skills. Thus, the present project aims,
through theoretical research and elaboration of Sensory Panel, to investigate, improve
and apply the knowledge obtained from the research, contributing to learning in early
childhood education, at CEI Partner Transitional House Fabiano de Cristo, located in
Tatuapé neighborhood, São Paulo - SP.

KEYWORDS: Early childhood education, sensory experiences, free play, nature.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6

1.1 A ESCOLA ............................................................................................................ 7

1.2 IDENTIFICANDO O PROBLEMA .......................................................................... 8

1.3 OBJETIVOS DO PROJETO .................................................................................. 8

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 9

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 9

2.1 O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................ 12

2.2 APLICAÇÃO DAS DISCIPLINAS ESTUDADAS NO PROJETO INTEGRADOR 13

3. PROCEDIMENTO E MÉTODOS EMPREGADOS ................................................ 15

4. PROTÓTIPO ......................................................................................................... 16

4.1 ESBOÇO ............................................................................................................. 17

5. ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS PARCIAIS ............................ 18

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS PARCIAIS ................................................................ 19

REFERÊNCIAS: ....................................................................................................... 20
1. INTRODUÇÃO

A brincadeira está associada à cultura. O fenômeno da ludicidade se apresenta


através das singularidades do universo do cotidiano, sobretudo através da
compreensão da cultura infantil, que por sua vez, aponta o brincar como verbo
principal na sociedade brasileira e deve ser referenciado como momento de formação
das crianças.
Nos momentos do brincar, podemos observar seu comportamento, reações,
interesses, dificuldades…é só lhes dar alguns objetos e pronto! Tudo se transforma
em brincadeira. A criança tem a características de possuir essa verdadeira
tempestade de ideias, simbolismos, criatividade e emoção. Criar e aprender diante de
alguns recursos simples possibilitam aguçar a criatividade, e nosso interesse é que
elas brinquem com materiais não estruturados que possibilitem o desenvolvimento da
inteligência, da oportunidade das habilidades criativas na relação com aprendizagens
já consolidadas.
Indispensáveis para um desenvolvimento saudável das fases de
aprendizagem, o brincar livremente também desperta as habilidades sensoriais destas
crianças.
Nossa proposta é que o olfato, a visão, o paladar, a audição e o tato sejam
estimulados através de painéis desenvolvidos com recursos naturais em placas de
madeira que estarão afixadas em paredes em baixa altura, para que os pequenos
possam observar, sentir, ouvir, tatear os recursos provenientes da natureza já na
percepção da biodiversidade. É preciso destacar que os estímulos apresentados no
painel sensorial têm o objetivo de enriquecer a sensibilidade, a coordenação motora,
a imaginação, a mente, estabelecer relações, brincadeiras e expressões fruto da
linguagem do corpo e das emoções e a criatividade.
Acreditamos que trocando experiências e com a participação de outras crianças
poderão desfrutar de materiais recicláveis de texturas diversas, folhas, gravetos,
flores, aromas diversos e até pequenas rochas para fazê-los reconhecerem texturas,
tamanhos, cheiros, sabores e pesos do ambiente natural.
Nesse ambiente interativo, o diálogo com os educadores certamente
apresentará os questionamentos sobre as sensações produzidas e interesse à

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Natureza, que pode ser utilizado como registro pelo professor como parte da
Avaliação Infantil.
O objetivo é que eles percebam que o mundo é muito maior e recheado de
significados e sabores e que é possível explorá-lo através de brincadeiras livres.

1.1 A Escola

Após contato telefônico e visita presencial, a escola escolhida para a


implantação do Projeto Integrador foi a CEI Parceira Casa Transitória Fabiano de
Cristo, localizada na Av Condessa Elizabeth de Robiano, 454 - Tatuapé, São Paulo -
SP.
O contato foi realizado com a Coordenadora Pedagógica Vanessa. Na
oportunidade da primeira visita, foi realizada uma breve entrevista e apresentação das
propostas iniciais do Projeto.
A escola possui salas amplas e arejadas, com farto material lúdico para apoio
a aprendizagem; copa e cozinha com equipamentos bem conservados; os banheiros
também estão em boas condições e com as adaptações necessárias para sua
utilização pelo público alvo da instituição. Além da estrutura interna, foi observado que
a escola possui um espaço ao ar livre extenso e que possui também um parquinho
externo que proporciona às crianças contato com a natureza.
Constatamos que é prática rotineira na escola a utilização do espaço externo
para a realização de várias atividades, sempre utilizando como base o Currículo da
Cidade Educação Infantil.
Apresentamos a ideia da confecção do Painel Sensorial a Coordenadora
Vanessa, que informou que a implantação do painel fazia parte de planos futuros da
instituição, porém faltavam pessoas para a realização do projeto, pois no momento
não era possível deslocar professoras da sala de aula para a realização do painel.
Após a reunião na instituição e coleta das informações acima, realizamos uma
reunião e decidimos por realizar o Projeto Integrador utilizando como tema o
Desenvolvimento do Painel Sensorial na instituição escolhida utilizando materiais
recicláveis, elementos diversos da natureza, tais como gravetos, folhas secas, aromas
e sabores diversos.

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1.2 Identificando o Problema

Após visitas realizada na Escola, o problema levantado pelo grupo foi a falta de
investimento em equipamentos, tempo e pessoal para elaboração de atividade de
forma que o mesmo atraia, incentive e estimule as crianças ao aprendizado por meio
de cores, formas, texturas, cheiros, desenhos e sons, promovendo, desta forma, o
desenvolvimento cognitivo, sensorial e motor das crianças.
Diante do que foi observado, surgiu ao grupo o seguinte questionamento: Como
estimular o aprendizado infantil utilizando recursos lúdicos e favorecendo as
habilidades, que representam possibilidades de criar, explorar e usar diferentes
sentidos para se divertir e aprender, através dos sentidos?

1.3 Objetivos do Projeto

A infância é a idade que compreende crianças de 0 a 6 anos, com


desenvolvimento psicológico, cognitivo e motor todos contínuo e diário. Assim, com
atividades lúdicas, a criança assimila valores, adquire comportamentos, desenvolve
áreas do conhecimento e aprimora habilidades motoras.
Através do Painel Sensorial, buscaremos promover o desenvolvimento infantil,
realizando a Integração sensorial, estimulando a aprendizagem e desenvolvendo os
sentidos com os recursos de materiais da natureza.
Além do mais, repensar os tempos e espaços na Educação Infantil e no Ensino
Fundamental, questionando as organizações convencionais, visa, não posicionar as
crianças umas atrás das outras, executando as mesmas tarefas ao mesmo tempo num
disciplinamento de mentes e corpos. Mas sim em experiências que favoreçam
interações e conhecimento do mundo na perspectiva de formação de inteligências
plenas e personalidades solidárias.

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1.4 Objetivos Específicos:

Os objetivos vão além de explorar a comunidade escolar e suas necessidades


lúdicas. Propiciar momentos de interação e diversão às crianças da comunidade
escolar, desenvolvendo a habilidade de socialização através da brincadeira proposta
e a coordenação motora fina, além de estimular os sentidos das crianças e avaliando
os impactos da brincadeira no processo de aprendizagem e desenvolvimento
cognitivo, sensorial e motor das crianças.
Analisar os itens acima e promover uma reflexão da importância da ludicidade
através do contato direto com o Painel Sensorial, quais sejam:
● TATO – Experiências com diferentes texturas, consistências e contato:
percepção tátil de diferentes superfícies e materiais (lisas, crespas, ásperas e
macias);
● VISÃO – Experiências com diferentes intensidades de luzes, cores e
contrastantes: nuance com luzes e cores (painel luminoso -
amarelo/azul/vermelho/verde), contrastes - branco e preto / amarelo e
preto/vermelho e preto;
● AUDIÇÃO – Experiências com diversos sons e efeitos sonoros: percepção
auditiva com sons variados, (músicas, ruídos e tons diversos);
● OLFATO – Experiências com diferentes odores e aromas: identificar diferentes
cheiros: café, canela, camomila, hortelã etc.;

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A base teórica desse Projeto Integrador está desenvolvida através de estudos


de alguns autores e teóricos que levam em conta algumas de suas pesquisas
referente a importância do aprendizagem das crianças através dos brinquedos e das
brincadeiras, motivadas pelas atividades sensoriais: Piaget, Cunha, Vygotsky,
Froebel, Bomtempo, Barros.
As atividades sensoriais para as crianças são essenciais para desenvolver suas
habilidades, que representam possibilidades de criar, explorar e usar diferentes
sentidos para se divertir e aprender, pois ajudam no desenvolvimento cognitivo,
linguístico, emocional e social dos pequenos. Desde o nascimento até os cinco anos

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de idade, as crianças têm uma grande capacidade de absorver e reter novas
informações como se fossem uma esponja, por isso as brincadeiras sensoriais são
tão importantes na infância, especialmente nos primeiros anos de vida, nesse período
é indicado que seja realizada para seu desenvolvimento maior e mais completo as
atividades sensoriais que possibilitam que elas conheçam o mundo ao seu redor a
partir de novas texturas, cores, cheiros e sabores. De modo geral a criança consegue
um melhor aprendizado com estímulos que são feitos a partir dos cinco sentidos:
olfato, paladar, tato, visão e audição, sobretudo quando mais de um sentido é
motivado na mesma situação, segundo Piaget, cada período é caracterizado por
aquilo que, de melhor o indivíduo consegue fazer nessas faixa etária (Cunha 2002,
p.84).
A audição e a visão, são os sentidos mais naturalmente desenvolvido,
principalmente em crianças de fase escolar, porém, não é complicado incentivar o
estímulo de todos eles com atividades que serão oferecidas a partir de objetos do dia
a dia, colaborando nesse processo de aprendizado e descobertas de maneira simples
e divertida. Na teoria de Piaget, todos os indivíduos passam por essas fases ou
períodos, nessa sequência porém, o início e o término de cada uma delas dependem
das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais, sociais. (Cunha,
2002, p.85).
Para Vygotsky (1991, p.92) o brincar é essencial para o desenvolvimento
cognitivo da criança, pois os processos de simbolização e de representação a levam
ao pensamento abstrato. A criança deverá estar em um ambiente onde seja ofertado
materiais criativos, inovadores e adequados para sua idade, assim o cérebro se
desenvolve com maior capacidade cognitiva. Para Froebel se faz necessário elaborar
materiais para as crianças desenvolverem seus potenciais, podendo expressar de
maneira intuitiva seu interior, ele afirma que a criança já traz dentro dela capacidades
fundamentais para a manipulação dos objetos, com eles, a criança coloca para fora o
que está no seu interior (Froebel), ela exprime e compreende o que ela é, o processo
se dá no autoconhecimento de si própria, determinante para o desenvolvimento
infantil, a escola ou o local que a criança permanece, deverá favorecer esse
movimento que será potencializado no contato com a natureza, podendo reinventa
situações cotidiana em conferição com a vida adulta e aprendendo a constituir o

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pensamento, progredir nas correlações sociais, adquirindo conhecimento nas
convivências em grupo de modo muito inerente e relevante.
Ao brincar as crianças conhecem, compreendem e se expressam, nas relações
entre brinquedo, brincadeira e criança é necessário para que o professor desenvolva
uma prática que leve em consideração as especificidades de como cada criança
observa o mundo. Quanto mais ela consegue expressar seus sentimentos, seus
desejos e emoções por meios das artes, música e dos brinquedos, mais condições
ela terá de viver a aprendizagem. Vygotsky (1991, p. 93) ressalta que a brincadeira
cria as zonas de desenvolvimento proximal e que estas proporcionam saltos
qualitativos no desenvolvimento e na aprendizagem infantil.
O professor potencializa o que o indivíduo tem de melhor, sem interferir na sua
natureza humana, a forma como o professor fará a intervenção durante a brincadeira
irá definir o curso desta. Bomtempo (1997, p.96) coloca que a intervenção do professor
deve revitalizar, clarificar e explicar o brincar e não dirigir as atividades, pois quando
a brincadeira é dirigida por um adulto com um determinado objetivo ela perde o seu
significado, lembrando que a brincadeira deve possuir um fim em si mesma.
Nos relatos sobre a brincadeira infantil Vygotsky (1991, p.92) afirma que esta é
uma situação imaginária criada pela criança, é onde ela pode no mundo da fantasia,
satisfazer desejos até então impossíveis para a sua realidade. Portanto, o brincar “é
imaginação em ação” é a base do aprendizado da criança, na brincadeira se consegue
formar esse pequeno ser humano com a percepção sensorial que deveriam ser
estimulados para perceber e entender o mundo de diferentes formas, para Vygotsky,
a cultura, a mediação e a atividade são fatores essenciais para o processo de
humanização. O ser humano aprende a ser humano na apropriação das relações
sociais, de sorte que a cultura tem suma importância nesse processo. Humanizar-se
é desenvolver-se como homem social histórico (Barros, 2009, p.106). Dessa forma a
criança vai construindo seu pensamento através dos objetos, que lhe chamam a
atenção e naturalmente irá aprendendo a se socializar, resolvendo conflitos internos,
sendo que na rotina do dia a dia ela não tem elementos para deliberar, no entanto,
através das brincadeiras com materiais mais elaborados ou menos estruturados
haverá sempre a compreensão para perceber o que está ao seu redor, “Froebel é o
criador do jardim de infância, para ele a criança é como uma plantinha que precisa ser
regada” sendo estimulada na infância, ela se desenvolverá tornando-se um adulto
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melhor, os cuidados frequentes ajudará lhe possibilitando melhorias nos
relacionamentos com outras pessoas, nesse sentido, o professor poderá fazer o papel
de um parceiro experiente e colaborador, se colocando como observador das
brincadeiras, intervindo quando se fizer necessário e buscando elementos para tornar
a brincadeira mais atrativa, fazendo mediações quando houver algum conflito,
propondo novas possibilidades, o brincar precisa ser bem planejado pelo professor e
registrado de várias maneiras; com fotos, filmagens e escritas das falas, das atitudes,
das ações e comportamentos das crianças.
As crianças aprendem as coisas do mundo a partir de suas vivências e da
exploração do meio a partir de seus sentidos. Aquilo que internalizam
inconscientemente passa, depois, à consciência em forma de ensinamento. Nesse
sentido, o contato com a natureza é imprescindível para o desenvolvimento da
criança. Isso porque oferece a ela todo um mundo por descobrir e um grande campo
de jogos livres para aprender.
No meio natural as crianças descobrem e exploram o mundo livremente, sem
necessidade de nada mais ou de pessoas que as dirijam. Observam o ritmo da
natureza, o comportamento dos animais e aprendem a ser responsáveis pelo meio.
A tecnologia, em hipótese alguma, substitui esse contato com a natureza.
Infelizmente estamos cada vez mais isolados em casa ou na escola.

2.1 O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

No que se refere ao brincar como competência explorada na Educação Infantil,


para definirmos a brincadeira infantil ressaltamos a importância de sua exploração
para a criança nos aspectos físicos, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo.
O brincar é uma etapa essencial para o desenvolvimento da criança, é no
brincar que a criança aprenderá sua relação com o outro e com o meio, o processo
de brincar é uma ação que permeia todo o processo de desenvolvimento da criança,
ela cria sua linguagem de comunicação.
A criança vê a brincadeira de forma diferente do adulto, para elas a ação de
brincar muitas vezes não é um simulador da realidade, tanto que Piaget (1971) apud
Kashimoto (2001) afirma “ quando brinca, a criança assimila o mundo a sua maneira
sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da
natureza do objeto mais da função que a criança lhe atribui”. Portanto, ainda na
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brincadeira a criança estimula suas aptidões e criação acerca da compreensão da
realidade.
No ambiente escolar o papel do professor é proporcionar esse momento, cabe
a ele mediar e participar somente se for solicitado pela criança, sendo que o professor
será um observador do brincante. De acordo com Teles (1997, p.15) “a brincadeira
tem um sentido de suma importância para a criança em sua formação de mais tarde
ser um adulto feliz, criativo, equilibrado, aberto para a vida, o mundo e as pessoas”.
É através da brincadeira que a criança segue para novos espaços e construção
da realidade. Segundo Debertoli (2008, p.82) o brincar é uma reconstrução da
realidade e dos atores sociais que se encontram envolvidos naquela cultura. “É no
brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto pode ser criativo e
utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que ao indivíduo
descobre o eu (self) ” (Winnicott, 1975, p.80). Nas concepções de Winnicott a criança
que brinca tem tendência a ser mais sadia e promover seu crescimento, o autor faz
essa afirmação ao citar que

Brincar facilita o crescimento e, em consequência, promove a saúde.


O não brincar em uma criança pode significar que ela esteja com
algum problema, o que pode prejudicar seu desenvolvimento. O
mesmo pode-se dizer de adultos quando não brincam ou quando
proíbem ou inibem a sua brincadeira nas crianças, privando-as de
momentos que são importantes em suas vidas, e nas dos adultos
também (WINNICOTT, 1982 p.176).

2.2 Aplicação das Disciplinas Estudadas no Projeto Integrador

Este trabalho está fundamentado nas aulas de Educação Mediada por


Tecnologias e Didática onde nos ensina que cabe ao professor assumir o papel de
mediador e propor atividades desafiadoras que levem os alunos a investigação e
pesquisa e, a partir dos desafios propostos, desenvolver o lado crítico do aluno.
Também está fundamentado nas aulas de Fundamentos da Educação, onde
extraímos o Método Montessoriano, que é um sistema pedagógico alternativo
desenvolvido a partir da observação do comportamento das crianças, promovendo a
formação dos seres humanos como pessoas únicas e plenamente capacitadas para
atuar com liberdade, inteligência e dignidade.

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O método contempla a individualidade de cada criança e respeita seus próprios
ritmos de aprendizagem e amadurecimento. Propõe a criação de um entorno
estimulante (ambiente preparado) para que cada criança desenvolva seu próprio
método de aprendizagem, seguindo sua curiosidade inata. Maria Montessori
considera que a criança traz dentro de si um maestro que a guia segundo as
necessidades de cada etapa de seu desenvolvimento. Cada menino ou menina é
sempre a protagonista de sua própria aprendizagem e nós adultos atuamos como
guias, acompanhando esse processo. Mais do que um sistema de educação, é uma
filosofia de vida, não perfeita, mas bastante interessante e útil, pois proporciona à
criança ferramentas valiosas que lhe servirão para a vida. Elencamos alguns aspectos
do método Montessori:

● Ajuda o desenvolvimento natural do ser humano e estimula a criança a formar


seu caráter e a manifestar sua personalidade, dando-lhe segurança e respeito.
● Fomenta a responsabilidade na criança e a autodisciplina, ajudando-o a
conquistar sua independência e liberdade, esta última entendida como
liberdade para ser e pertencer, para escolher, para instruir, para se
desenvolver, para atender às necessidades de seu próprio desenvolvimento.
● Desenvolve na criança a capacidade de participação.
● Guia a criança em sua formação espiritual e intelectual.
● Reconhece que a criança se constrói a si mesma.

Maria Montessori abordou, ainda, o conceito de mente absorvente das


crianças. Sua mente tem uma maravilhosa capacidade de adquirir conhecimentos de
forma natural. Tudo aprendem inconscientemente, passando pouco a pouco do
inconsciente ao consciente. Podem ser comparadas a uma esponja. Mas com uma
diferença: a capacidade de absorção de uma esponja é limitada, enquanto a mente
de uma criança é infinita.
As crianças têm uma sensibilidade especial para observar e absorver tudo em
seu ambiente imediato. Aprendem a se adaptar às adversidades. Mas, sua
capacidade de adaptação ao mesmo ambiente depende das impressões do momento.
Ou seja, se as vivências são sãs e positivas, elas se adaptam de forma sã e positiva
a seu entorno.

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3. PROCEDIMENTO E MÉTODOS EMPREGADOS

Optou-se, neste estudo, pela pesquisa qualitativa, quanto à abordagem e


descritiva quanto aos objetivos. Utilizaremos os conceitos de Design Thinking1, uma
vez que “o educador também é um designer, quando consideramos o designer como
um artista, já que preparar uma proposta de ensino aprendizagem eficaz, é uma arte”
(Gonsales, 2014).
Seguindo o modelo do Design Thinking, em que se converte a necessidade em
demanda, coloca-se as pessoas em primeiro lugar, é ver e ajudar a necessidade que
muitos tem e nem percebem. Tem início em função de problemas concretos e para
que a solução seja concebida, é preciso entender o problema a partir da necessidade
identificada, ou seja, para resolver um problema é preciso primeiro entender as
necessidades das pessoas, ir a campo, conversar e só depois desenvolver as
soluções. É um método de inovação centrado no ser humano integrando os
envolvidos, no intuito de que ocorram trocas de informações entre eles, formando uma
empatia e possibilitando que surjam soluções coerentes.
Também se notará o insight2, uma das principais fontes de Design Thinking,
que nos propõem sair pelo mundo e observar as verdadeiras experiências.
A metodologia de pesquisa bibliográfica e de campo também estarão
presentes, que se define como um tipo de método de investigação de base linguístico-
semiótica usada principalmente em ciências sociais. Costumam-se considerar
técnicas qualitativas todas aquelas diferentes à pesquisa estatística e ao experimento
científico.
Por fim, serão realizadas as gerações de alternativas, tendo como ferramentas
de criatividade a abstração dos painéis de concorrentes, similares, público, conceitos
e pesquisas de campo apresentadas anteriormente e também do brainstorm3, que

1 Segundo o Wikipédia, o Design ThinKing é um “Conjunto de ideias e insights para abordar problemas,
relacionados a futuras aquisições de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções.

2 Segundo o Wikipédia: Insight é o entendimento de uma causa e efeito específicos dentro de um


contexto específico. O termo insight pode ter vários significados relacionados: um pedaço de
informação o ato ou resultado de entender a natureza interior das coisas ou de ver intuitivamente
uma introspecção
3 Segundo o Wikipédia, O brainstorming ou tempestade de ideias, mais que uma técnica de

dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um


indivíduo ou de um grupo - criatividade em equipe - colocando-a a serviço de objetivos pré-
determinados.
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nada mais é do que uma ferramenta de criatividade dinâmica conhecida como
tempestade de ideias.
O painel será desenvolvido com o intuito estimular os sentidos sensoriais das
crianças, tais como visão, audição, tato e motor, sendo assim, será composto por
brinquedos lúdicos que estimulam esses e outros sentidos, podendo ser trabalhado
na escola em atividades dirigidas pelos professores ou ser utilizado livremente para a
brincadeira.

4. PROTÓTIPO

Sabemos que toda criança nasce curiosa, afinal, ela não conhece
absolutamente nada deste mundo, nem sequer o próprio corpo. O processo da
consciência corporal acontece aos pouco e se dá através dos cinco sentidos. É só a
partir dos seis meses que a criança vai começar a identificar sua própria imagem no
espelho. Só então vai descobrir que ela existe em um corpo com bracinhos, perninhas,
olhinhos etc.
É por isso que a estimulação dos cinco sentidos é uma das prioridades da
educação infantil. As crianças não apenas podem, como devem realizar atividades
que permitam a elas explorar o tato, visão, paladar, audição e olfato.
Para que um bebê possa conhecer e descobrir o mundo ao seu redor, ele conta
com aliados fundamentais, quais sejam: Olfato, paladar, tato, visão e audição e
passam a reconhecer estímulos e sensações novas, bem diferentes daquelas que
estavam acostumados no conforto da vida intrauterina.
Até os 2 anos de idade a criança estará no estágio sensório motor. Tudo o que
está em sua volta pode se tornar uma experiência de aprendizado. É nessa fase que
os diversos estímulos externos aguçarão principalmente a coordenação motora da
criança.
É importante pensar no painel conforme a faixa etária da criança. Para os
bebês, o ideal é que se utilize somente diferentes texturas, enquanto para crianças
acima de 2 anos, o que mais lhe ajudará no seu desenvolvimento são os objetos com
funcionalidades diferentes.
Neste sentido, decidimos que o painel será montado em placa de MDF e serão
neles dispostos vários materiais de cores, formas, texturas, cheiros diferentes.
16
4.1 ESBOÇO

As ranhuras de um ganho, a leveza de uma semente, o aroma de folhas de


hortelã, a fragrância da canela, o ressoar e um chocalho de madeira, o brilho de uma
pedra coloria, tudo isso enquanto uma criança brinca com um brinquedo aramado.
Este painel sensorial é confeccionado em mdf e repleto de estímulos sensoriais para
as crianças se divertirem, aprenderem de uma forma dinâmica e aprimorarem sua
percepção com diversos elementos anexados ao painel.
Cada elemento busca trazer uma relação entre o lúdico e a natureza, por
exemplo:
Roldanas de madeiras coloridas decoradas com flores, saquinhos de aromas
naturais tapete de folhas, tapete de sementes, areia, pedras, brinquedos aramados,
reco-reco, potes com folhas ou balas como de gengibre, hortelã, erva-cidreira,
chocalhos, saquinhos com aromas como camomila, jasmim e etc.
Alguns materiais necessários:
Barbante, folhas secas, galhos e ramos, sementes, cilindros de madeira, LED (luz),
interruptores e etc.

Figura 1 - Esboço Painel Sensorial

Fonte: Danilo Paraiso de Aguiar 4 (2019)

4 Esboço realizado a lápis em folha sulfite A4


17
5. ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS PARCIAIS

Para favorecer com a análise deste Projeto Integrador, após visita técnica
realizada na Escola pelos membros deste grupo, surgiu a motivação de criar e
elaborar.
Verificado o problema, foi proposto a coordenação escolar a possibilidade da
utilização de um determinado espaço, sugerindo a elaboração de um Painel Sensorial
para estimular a aprendizagem infantil, utilizando recursos lúdicos. O painel compõe
informações ilustrativas importantes no trato das questões relacionadas com os
alunos: audição, visão, olfato, paladar e tato.
Após conhecer todo espaço físico da Instituição escolar, surgiu a inspiração de
utilizar um local específico de livre acesso e com muita visibilidade para os alunos e
professores. Desta maneira o grupo irá montar o Painel, com material lúdico, na
intenção de atrair a curiosidade e interesse dos alunos.
Os professores poderão analisar e opinar sobre o protótipo apresentado, com
críticas construtiva, sugestões e discussões sobre possibilidades existentes, como
forma de auxiliar o grupo a encontrar inovações e melhorias no trabalho desenvolvido.
Neste projeto, conforme orientações trazidas pelos profissionais, (professores,
tutores, psicólogos) da Univesp e da Mediadora do polo de Guarulhos, houve uma
atenção maior na questão da fundamentação teórica mais esclarecedora a respeito
dos conceitos de ensino aprendizagem.
Para uma exposição mais ordenada para o protótipo desenvolvido, o
embasamento teórico se fez necessário para concluir um mecanismo criado com
material alternativo, (tirado da natureza e reciclável) poderia ser utilizado na
elaboração do Painel Sensorial.
Outra questão levantada pelo grupo, seria fazer relação motivacional com a
ideia dos professores viabilizar a demonstração do painel para os alunos, com o
objetivo de estimular a aprendizagem.
Como complemento ao trabalho após orientações da mediadora, foram
inseridos na Fundamentação Teórica, embasamentos e diretrizes que oferecem

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arrimo para uma definição mais acertada. Propondo uma percepção visual e auditiva
dos alunos, objeto do qual trata esse projeto.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS PARCIAIS

Nesta pesquisa procuramos averiguar se a construção e dinamização de um


painel sensorial poderá constituir-se como mais um espaço de aprendizagem e de
lazer para crianças da CEI Parceira Casa Transitória Fabiano de Cristo.
Entendemos, através da troca de experiências com os próprios integrantes do
grupo bem como mediadores que, diante da diversidade cultural, a organização do
espaço escolar deve contemplar os interesses das crianças, atendendo suas
especificidades em cada demanda possibilitando dessa forma o desenvolvimento de
sua identidade cultural.
Tão importante quanto o ambiente familiar, o ambiente escolar compartilha a
riqueza do conhecimento e da produção cultural das crianças, um ponto de encontro
onde os participantes criam laços de identidade, através das brincadeiras não
estruturadas e o contato com elementos da natureza.
Desde cedo as instituições poderão propiciar as crianças a responsabilidade e
a conscientização da valorização do meio em que habitam, estabelecendo
permanentemente a visão de que a criança também é um ser que faz parte da
natureza, especialmente se considerarmos as cominações de declínio de recursos
em nosso planeta e as mudanças climáticas incontestável das últimas décadas,
levando em conta esses feitio não se pode extinguir que é relevante destacar que
essas relações educativas, viabiliza os direitos e as necessidades própria das
crianças.
O conhecimento adquirido sobre os métodos quantitativo e qualitativo
apresentados pelas disciplinas na Univesp, possibilitou a utilização de materiais
alternativos como recurso para auxiliar as crianças no cuidado com o meio ambiente.

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REFERÊNCIAS:

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construção de uma cultura pública e coletiva. In. DEBORTOLI J.A.O; MARTINS M.;
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PIAGET, Jean. O Juízo Moral na criança. São Paulo: Summus, 1994.

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São Paula: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009

FERRARI, Márcio, FROEBEL, Ferrari. O Formador das crianças pequenas, Nova


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