Avaliação e Controle de Riscos PDF
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Avaliação e Controle dos Riscos
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Avaliação e Controle dos Riscos
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Avaliação e Controle dos Riscos
Contextualização
A gerência de riscos visa, fundamentalmente, identificar os perigos presentes no
ambiente de trabalho. A partir daí, é possível adotar medidas obstativas de suas ocor-
rências e impedir os sinistros laborais.
É preciso efetivar um controle rígido sobre o que for determinado. De nada adianta
conhecer os perigos e pensar em medidas de precaução ou prevenção se não houver
um controle sobre o cumprimento.
Sendo assim, com o aprendizado do conteúdo desta unidade, você estará prepa-
rado para avaliar os riscos identificados e analisados previamente, através da compa-
ração do risco estimado com os critérios de risco, usando uma escala quantitativa ou
qualitativa para determinar a significância do risco. E, assim, será capaz de estabelecer
a prioridade para o tratamento e controle desses riscos com tomada de ações para
diminuir a probabilidade de ocorrência de danos e a gravidade desses danos. Além
disso, entenderá a importância de revisar e/ou monitorar os resultados do processo de
gerenciamento de riscos, considerando (se apropriado) novos conhecimentos e expe-
riências sobre o risco.
A partir de agora, você deve focar seus esforços para solucionar e eliminar os riscos
encontrados. Deve também fomentar o uso de equipamentos de proteção, redesenhar
o espaço de trabalho, adotar medidas preventivas e treinar funcionários. Afinal, são
atitudes como essas que permitirão a atuação dentro das exigências das normas regu-
lamentadoras e proporcionarão o ambiente seguro de trabalho.
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Avaliação de Riscos
Na gerência de riscos, após a execução das etapas de identificação e análise dos
riscos, segue-se para a etapa de avaliação dos riscos. As empresas geralmente desen-
volvem uma lista de riscos, onde esses eventos adversos são analisados e priorizados
de acordo com o impacto negativo que podem influenciar o ambiente organizacional.
Dessa forma, de acordo com a experiência dos integrantes da organização, as ferra-
mentas de apoio utilizadas, o processo definido de avaliação e controle de riscos, é
possível definir estratégias para gerenciá-los.
Figura 1
Fonte: Getty Images
Boehm (1991) sumariza avaliação e controle dos riscos através da figura 2 a seguir:
Identificar
Riscos Técnicas/Ferramentas de Identificação
Avaliar Analisar
Risco Riscos Técnicas/Ferramentas de Análise
Monitorar
Riscos
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UNIDADE
Avaliação e Controle dos Riscos
Para cada uma das atividades do modelo, Boehm (1991) sugere a realização de
passos relacionados ao uso técnicas e ferramentas. Na realidade, as atividades são
apresentadas por meio de objetivos e metas que devem ser alcançados.
A atividade Reduzir Riscos tem a finalidade de gerar uma situação onde todos os
riscos identificados e priorizados são eliminados ou tratados (resolvidos). Algumas téc-
nicas sugeridas são, por exemplo, protótipos, simulação e benchmarking.
A Avaliação dos Riscos tem por objetivo avaliar os riscos para constatar sua pre-
sença (em caso de dúvida) e chegar a conclusões quanto à sua magnitude. A avaliação
pode ser qualitativa, semiquantitativa ou quantitativa.
A avaliação não pode ser considerada como um fim em si, mas como uma etapa de
um processo muito mais amplo, que se inicia com a percepção de que certo agente,
capaz de causar prejuízo à saúde, pode estar presente num ambiente de trabalho, e que
se conclui com a prevenção ou controle da exposição dos trabalhadores a esse agente.
Quando o objetivo da avaliação for determinar se existe um risco para a saúde dos
trabalhadores e, portanto, se há necessidade de intervenções preventivas, a avaliação
quantitativa pode nem ser necessária, pois certos casos são óbvios. Por outro lado,
se o objetivo for obter dados para pesquisas e investigações, por exemplo, estudos
epidemiológicos para estabelecer nexos entre condições ambientais e doenças ocupa-
cionais, então avaliações quantitativas devem ser planejadas e conduzidas de modo a
garantir grande exatidão e precisão nos resultados.
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• A situação de risco não é clara e uma avaliação quantitativa é necessária (as infor-
mações necessárias para a estratégia de amostragem devem ser obtidas durante
o reconhecimento);
• O risco é evidente, e seu potencial de causar dano para a saúde é grave, portanto,
o seu reconhecimento deve bastar para que se recomendem medidas preventivas,
o que deve ser feito imediatamente, sem esperar pelo processo de avaliação, ge-
ralmente demorado e dispendioso; em certos casos de risco iminente de vida, a
operação deve ser suspensa. Uma avaliação quantitativa deve ser feita, sim, após a
implementação de medidas de controle.
Um exemplo é a graduação dos riscos realizada com base na ferramenta para classi-
ficação dos riscos preconizada pela American Industrial Hygiene Association (AIHA),
a qual tem como vantagem a determinação da classificação do risco em função dos
efeitos que causam à saúde e da exposição. Além disso, baseada na ação dos agentes
e condições do ambiente de trabalho os riscos são graduados conforme o quadro 1.
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UNIDADE
Avaliação e Controle dos Riscos
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Quadro 4 – Gradação de prioridade na avaliação qualitativa dos agentes
EXPOSIÇÃO + EFEITO = CONTROLE DESCRIÇÃO
0–1 Irrelevante
2–3 Relevante
4–5 De atenção
6–7 Crítica
8 Emergencial
Fonte: AIHA, 2014
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Avaliação e Controle dos Riscos
Início
Caracterização
da Empresa
Identificação
dos Perigos
Estimativa
dos Riscos
Programa de
Gerenciamento
de Riscos
Fim
Figura 3 – Fluxograma de avaliação de riscos
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Controle dos Riscos
O planejamento da gerência de riscos tem por objetivo a
elaboração de um plano de como deverão ser gerenciados os
riscos identificados qualificados e priorizados para que fiquem
sob controle.
Identificação de Perigos
Avaliação de Riscos
Sim
Figura 5 – Fluxograma de decisões para tratamento do risco
Fonte: Adaptado de Esteves, 2004
O processo para modificar o risco, visando enquadrá-lo no nível de riscos que a organi-
zação aceita como tolerável, é chamado de tratamento de riscos. Ele pode ser alcançado
com a adoção de alguma medida de modificação do risco. Se o objetivo é reduzir o nível
do risco, o tratamento pressupõe: a remoção da fonte risco, a alteração da probabilidade
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UNIDADE
Avaliação e Controle dos Riscos
Segundo Hosken (2013), uma organização deve fazer uma análise de requisitos para:
• Necessidade de combinar controles de engenharia e administrativos;
• Estabelecer boas práticas; adaptar o trabalho ao indivíduo;
• Fazer análise da vantagem do progresso técnico para melhorar controles;
• Usar equipamentos de proteção coletiva que protegem a todos;
• Necessidade de introduzir planos para manutenção de proteções das máquinas;
• Necessidade para arranjos na emergência/contingência onde os controles do risco falham;
• Falta de familiaridade com o local de trabalho e os controles existentes para aqueles
que são visitantes.
O controle de risco inclui a tomada de decisões para reduzir e/ou aceitar riscos. O ob-
jetivo do controle de risco é reduzir o risco a um nível aceitável. A quantidade de esforço
utilizada para o controle de risco deve ser proporcional à significância do risco. Toma-
dores de decisão podem usar diferentes processos, incluindo análise de custo-benefício,
para entender o nível ideal de controle de risco. O controle de risco pode se concentrar
nas seguintes questões:
• O risco está acima de um nível aceitável?
• O que pode ser feito para reduzir ou eliminar riscos?
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• Qual é o equilíbrio adequado entre benefícios, riscos e recursos?
• Novos riscos são introduzidos como resultado dos riscos identificados serem con-
trolados?
A redução de risco pode incluir ações tomadas para mitigar a gravidade e a probabi-
lidade de danos. Processos que melhorem a detectabilidade de perigos e riscos também
podem ser usados como parte de uma estratégia de controle de risco.
Aceitação de risco é uma decisão de aceitar risco. A aceitação de risco pode ser uma
decisão formal para aceitar o risco residual ou pode ser uma decisão passiva na qual os
riscos residuais não são especificados.
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Avaliação e Controle dos Riscos
O tratamento de riscos também pode introduzir novos riscos que precisem ser gerenciados.
Cada Registro de Risco deve ser escrito no nível de detalhe em que as ações serão
tomadas, e deve incluir alguns itens:
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1. Riscos identificados, suas descrições, as áreas afetadas, suas causas e como eles
podem afetar a segurança do trabalhador;
2. Designação de responsabilidades;
3. Resultados dos processos de análises quantitativas e qualitativas de risco;
4. Acordos de respostas que incluem: evitar, transferir, mitigar ou aceitar cada
risco no Plano de Resposta ao Risco;
5. Nível de risco residual esperado para ser concluído após a estratégia ser implementada;
6. Ações específicas para fazer funcionar a estratégia de resposta escolhida;
7. Recursos e tempos para as respostas; e
8. Planos de Contingência e Planos de Retrocedimento.
A avaliação de riscos deve ser registrada. O seu registro pode ser utilizado como base para:
• Transmitir informações;
• Controle destinado a avaliar se foram tomadas as medidas necessárias;
• Elementos de prova para apresentar às autoridades de fiscalização;
• Uma eventual revisão, em caso de alteração das circunstâncias;
• Recomenda-se o registro de, no mínimo, os seguintes elementos:
» Nome e função da pessoa ou pessoas que procederam à avaliação.
• Perigos e riscos identificados;
• Grupos de trabalhadores expostos a riscos específicos;
• Medidas de protecção necessárias;
• Informações sobre a introdução das medidas, como, por exemplo, o nome da pes-
soa responsável e a data;
• Informações sobre as medidas de acompanhamento e de revisão subsequentes,
incluindo a data e o nome das pessoas envolvidas;
• Informações sobre a participação dos trabalhadores e dos seus representantes no
processo de avaliação de riscos.
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Avaliação e Controle dos Riscos
Comunicação de Risco
A comunicação de risco é o compartilhamento de informações sobre risco e gerencia-
mento de risco entre os tomadores de decisão e outros. As partes podem se comunicar
em qualquer estágio do processo de gerenciamento de risco. Como você pode observar
na figura 6, em que está mapeado o processo de gestão de riscos, a comunicação pode
e deve acontecer em todas as etapas.
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Início
Processo de Gerenciamento de Risco
Avaliação do Risco
Identificação do Risco
Análise do Risco
Avaliação do Risco
Redução do Risco
Aceitação do Risco
Saída/Resultado do
Processo de Gerenciamento de Risco
Avaliação do Risco
Figura 6
Fonte: Adaptado de ICH Q9, 2005
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Avaliação e Controle dos Riscos
Revisão de Risco
O gerenciamento de riscos deve ser uma parte contínua do processo de gerenciamen-
to da segurança do trabalho.
Infelizmente, alguns profissionais acham que a análise de riscos deve ser realizada apenas
uma vez. Essa atitude é prejudicial para a equipe e cria a falsa sensação de segurança.
Ela precisa ser constantemente atualizada e revisada. Isso acontece porque surgem novas
ameaças quando menos se espera. Portanto, mantenha-a atualizada e sempre faça de tudo
para otimizá-la!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Body of Knowledge Occupational Exposure Risk Assessment/Management
AIHA. Body of Knowledge Occupational Exposure Risk Assessment/Management.
Virginia: AIHA, 2018.
Risk Communication: A handbook for communicating environmental, safety and health risks
LUNDGREN, R. E.; McMAKIN, A. H. Risk communication: A handbook for
communicating environmental, safety and health risks. New Jersey: John Wiley &
Sons, 2018.
Classification of Risk Acceptability and Risk Tolerability Factors in Occupational Health and Safety
TCHIEHE, D. N.; GAUTHIER, F. Classification of risk acceptability and risk tolerability
factors in occupational health and safety. Safety Science. v.92, p.138-147, 2017.
Leitura
Planejamento e Controle Integrado entre Segurança e Produção em Processos Críticos
na Construção Civil
CAMBRAIA, F. B.; SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Planejamento e controle integrado
entre segurança e produção em processos críticos na construção civil. Prod., São Paulo,
v. 18, n. 3, p. 479-492, Dec. 2008.
https://goo.gl/YSVrB6
Perigos e Riscos na Medicina Laboratorial: Identificação e avaliação
FARIA, V. A. et al . Perigos e riscos na medicina laboratorial: identificação e avaliação. J.
Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro, v. 47, n. 3, p. 241-247, June 2011.
https://goo.gl/jy7gQQ
Critérios de Decisão para a Definição de Exames Médicos Ocupacionais em Atividades Críticas:
Proposição de modelo e exemplos de aplicação no trabalho em altura
HAYASHIDE, J. M.; BUSCHINELLI, J. T. P. Critérios de decisão para a definição de
exames médicos ocupacionais em atividades críticas: proposição de modelo e exemplos
de aplicação no trabalho em altura. Rev. bras. saúde ocup., São Paulo, v. 42, e1, 2017.
https://goo.gl/P2QYvw
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Avaliação e Controle dos Riscos
Referências
AA – ANGLO AMERICAN. Evaluacion de riesgos mediante WRAC/seguridad y
desarrollo sustentable de Anglo American. London: Anglo American plc, 2010. Dis-
ponível em: <https://pt.scribd.com/document/106419620/AA-SSDG-00100-Guias-
para-conducir-una-Evaluacion-de-Riesgos-usando-WRAC-V1-0-Issue-Nov-2010>
Acesso em Jun. 2016.
ICH. Q9: quality risk management. ICH harmonised tripartite guideline. In:
INTERNATIONAL CONFERENCE ON HARMONISATION, 2005. Disponível
em: <http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Scientific_gui-
deline/2009/09/WC500002873.pdf>. Acesso em: 8 nov. 2014.
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