Caderno EBF 2007 PDF
Caderno EBF 2007 PDF
Caderno EBF 2007 PDF
Edição 2007
I – Orientações Preliminares 09
III – Programação 11
4. Encontros 14
1º Encontro 14
2º Encontro 24
3º Encontro 33
4º Encontro 42
5º Encontro 56
6. Cancioneiro 70
9. Certificado 87
4 • EBF
A Ecologia à Luz da Bíblia
Gladys Betts (Extraído da revista Voz Missionária – III Tri/1992)
Apesar de não usar o termo “ecologia”, a Bíblia tem mais de mil referências à
Terra! Nesses textos, notamos um profundo respeito e amor por este planeta que
é o nosso lar. Vejamos o que dizem alguns desses textos:
DEUS É CRIADOR: O mundo não aconteceu por acaso. Foi criado por um Ser
supremo. Todos conhecemos a descrição poética da criação em Gn 1, mas há
outras passagens que afirmam a obra do Criador: Sl 33.9 – “O senhor falou, e
tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir”; Sl 148.5-6 – “Louvem o nome
do Senhor, pois Ele mandou, e foram criados. E os estabeleceu para todo o sempre;
fixou-lhes uma ordem que não passará”.
6 • EBF
prosperidade não durará. Na plenitude da sua abastança ver-se-á angustiado;
toda a força da miséria virá sobre ele”.
“É impossível conciliar a sociedade de consumo com a defesa do meio ambiente”,
declara Alexander Kiss, presidente do Conselho Europeu de Direito do Meio
Ambiente. “É absurdo colocar a posse de bens materiais como conceito de
felicidade!” Estas palavras parecem um eco das palavras de Jesus: “Quão
dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas”. O profeta Amós
adverte: “Buscai o Senhor, e vivei. Buscai o bem e não o mal, para que vivais, e
assim o Senhor estará conosco” (Am 5.6,14). Se buscarmos a Deus e o amarmos
acima de todas as coisas, teremos prazer em cuidar do patrimônio divino aqui na
terra. Respeitaremos as leis que Deus embutiu na natureza. Conservaremos os
recursos naturais. Não devastaremos aquilo que pertence a Deus. Trataremos o
solo, o ar, a flora e a fauna com carinho. E se amarmos ao próximo como a nós
mesmos, não usaremos recursos naturais apenas para ganho próprio. Não
destruiremos recursos não-renováveis. Nos esforçaremos para deixar o nosso
pedaço de mundo mais bonito, mais produtivo do que quando o encontramos.
NÃO HAVERÁ PROBLEMA ECOLÓGICO, pois Deus faz a sua parte. Jl 2.21-24:
“Não temas, ó terra, regozija-te e alegra-te; porque o Senhor faz grandes coisas.
Não temais, animais do campo, porque os pastos do deserto reverdecerão, porque
o arvoredo dará o seu fruto, a figueira e a vide produzirão com vigor. Alegrai-vos,
pois, regozijai-vos no Senhor vosso Deus, porque ele vos dará em justa medida a
chuva; fará descer, como outrora, a chuva do outono e da primavera. As eiras se
encherão de trigo, e os lagares transbordarão de vinho e óleo. Restituirei a vós tudo
que foi consumido pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor, pelo cortador. Comereis
abundantemente e vos fartareis e louvareis o nome do Senhor vosso Deus”.
COMPETE A NÓS CRISTÃOS/ÃS, não somente tratar o mundo com respeito e
carinho, e levar outras pessoas a mudar suas atitudes e ações. Compete-nos,
também, transmitir a mensagem do amor de Deus que transforma e redireciona o
indivíduo.
EBF • 7
Tema – Eco-missão:
Aventura em favor da vida
A Escola Bíblica de Férias é um trabalho específico da Igreja que, como já
sugere o título, deve ser realizado no período das férias escolares, buscando atender
não só as famílias da Igreja, como as famílias da comunidade, intensificando
assim a relação Igreja – comunidade.
Nossa programação prevê um período de cinco dias, com encerramento previsto
para o domingo pela manhã, envolvendo toda a Igreja e procurando garantir a
participação dos pais e mães. Elaboramos, no entanto, cada encontro independente
dos demais para que você possa, de acordo com sua realidade, optar por realizar
uma colônia bíblica mais curta (algumas pessoas têm considerado mais adequado
o uso de "Colônia Bíblica", uma vez que este é um termo mais conhecido das
crianças e que indica claramente atividade de férias).
8 • EBF
l - ORIENTAÇÕES PRELIMINARES
Este material foi preparado para atender crianças de 05 a 11 anos. Se for
necessário, organize uma classe para crianças menores, que venham
acompanhando irmãos e irmãs. Sugerimos o material “Unidade de Ensino para
Crianças de 0 a 3 anos” – publicação da UFMBB. Selecione algumas lições que
falem da criação e trabalhe com os pequeninos sobre a beleza do mundo criado
por Deus e o cuidado que precisamos ter com este presente.
Como algumas mães trazem as crianças e ficam aguardando até o término do
programa, seria interessante envolvê-las em alguma atividade.
A realização de uma EBF requer alguns preparativos:
1. Equipe:
O primeiro passo consiste em formar
uma boa equipe de trabalho: além
do/a coordenador/a, professores/as,
alguém que toque violão ou teclado,
equipe de apoio para o lanche, equipe
de secretaria e recepção. Esta equipe
dependerá da realidade de cada Igreja,
mas é importante que esteja envolvido
um bom grupo (homens e mulheres, aproveite também a disposição dos jovens
e juvenis) de forma a não sobrecarregar ninguém.
Importante:
• Reserve a data escolhida no planejamento da sua Igreja. Converse com seu/
sua pastor/a, convide ministérios e grupos para participar. Reserve também a
data da Vigília Nacional pela Criança (06/10/07).
• Faça uma previsão de recursos necessários e passe a lista para o ministério
de Administração para um planejamento prévio. Sendo necessário, peça doações,
organize cantinas, etc.
2. Preparo da Equipe:
Como coordenador/a, organize algumas reuniões para planejamento, levando
em consideração os seguintes assuntos:
• Análise dos objetivos gerais e específicos (diários);
• Estudo dos conteúdos;
• Explicação dos horários e tarefas de cada membro da equipe;
• Distribuição de tarefas;
• Definição dos locais para cada classe, considerando o espaço físico em função
do número de crianças e as atividades propostas;
• Preparação dos convites, fichas de inscrição, cânticos, histórias ilustradas
(ou outro recurso), diplomas e painel;
• Definir a questão do lanche: se a Igreja oferecerá, se cada criança vai trazer
seu próprio lanche, etc. Depende da realidade de cada comunidade;
EBF • 9
• Execução da listagem de material que será utilizado em cada atividade,
incluindo aqui uma caixinha de primeiros socorros e material de limpeza.
Obs.: é importante que o grupo defina um número aproximado de crianças à
serem atendidas, levando em consideração o espaço físico disponível para a
realização da colônia bíblica e também levando em conta a necessidade de
continuidade de atendimento à criança. Um trabalho sério é aquele em que a
criança visitante vem para EBF e depois é atendida na Escola Dominical, num
processo natural. Não é proveitoso (nem justo!) fazermos uma grande colônia
bíblica, concentrando aí todos os esforços e recursos e no dia-a-dia da Escola
Dominical não estarmos preparados para acolhermos e atendermos as crianças.
O mais importante para que os objetivos sejam alcançados é orar em conjunto
e individualmente, pedindo a Deus orientação para que o trabalho realmente
atenda e alcance cada participante.
II - TRABALHANDO OS ASPECTOS
VISUAIS
• Convite: coloque as principais informações
usando linguagem clara e direta. O convite deve
conter o tema, data, horário de início e término e
endereço do local onde acontecerá a EBF. Os
convites devem ser distribuídos com, aproximadamente, 15 dias de antecedência.
• Inscrição: deve ser preenchida e assinada pelos pais. Nela deve constar alguns
dados que facilite sua organização como idade para divisão em classes, se a criança
tem alguma necessidade especial, endereço e nome dos pais ou responsáveis e
informação se a criança volta sozinha para casa. É importante ter esses dados
em caso de alguma emergência e também para contato para convidar para a
celebração de encerramento, etc.
• Ambiente: a decoração deve ser de acordo com o tema, com destaque dos
aventureiros em missão. A mesa poderá ser ornamentada com uma mini fonte de
água (dessas que se ligam em tomadas). Conseguir emprestado com uma
floricultura ou pessoa que tenha. Expor objetos feitos com material reciclável,
terra (vários tons sobrepostos em recipiente transparente), pedras, folhas secas
de vários tons, etc. Colocar cartazes com imagens e informações. Providenciar
um globo terrestre. Se tiver disponibilidade do recurso do data-show, selecionar
imagens sobre as questões do planeta, dando enfoque para as ações concretas
que já estão ocorrendo. O mesmo cuidado deve haver em relação às salas, que
devem oferecer ambientes bem aconchegantes. Importante: a Bíblia não pode
faltar!
• Versículo do encontro: ilustrar com gravuras.
• Crachás: o crachá tem a função de identificar os/as participantes, permitindo
que o/a professor/a os/as conheça e trate-os/as pelo nome. Promove também o
conhecimento entre os próprios participantes e facilita a divisão e identificação
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das classes ou equipes. Podem ser confeccionados dividindo as faixas etárias por
cores. Usar o logo da EBF.
• Cartaz de presença: utilize motivos ligados ao tema da EBF.
• Horário com a divisão do tempo das atividades: cartaz com a árvore-relógio
(ver modelo na página 16).
• Músicas: o grupo responsável deve aprender bem as canções sugeridas e
preparar as letras com antecedência.
• Histórias: a cada dia você terá uma história diferente relacionada com o
tema. Preparamos algumas ilustrações. Procure
utilizar outros recursos para dinamizar esse momento
(fantoches, dramatização, etc.).
• T rabalhos manuais: privilegiar aqueles
diretamente ligados ao tema trabalhado. Para tanto,
preparar cada detalhe para a realização dos trabalhos
de arte.
Estando habilitado a • Recreação: além das brincadeiras sugeridas, o
ser Cooperador de
Deus no cuidado com grupo poderá acrescentar outras, assim como as
o meio ambiente. famosas pinturas de rosto (temas ecológicos), algodão-
doce ou pipoca, em um dos dias.
• Certificado: depois de uma caminhada concluída
é bom termos alguma lembrança. Prepare o certificado
para ser entregue na celebração de encerramento.
III - PROGRAMAÇÃO
Nós incluímos aqui uma sugestão de
programa que tem por objetivo lhe dar uma base
do que é cada momento. É importante que você
reúna sua equipe e faça as adaptações
necessárias, procurando criar em todos os
momentos um clima alegre e descontraído.
• Programação sugerida:
• 14h – Chegada
• 14h15 – Abertura: dinâmica e louvor
• 14h45 – Hora da história e trabalho manual (nas classes)
• 15h45 – Brincadeiras (fazer em forma de circuito, de forma que todos tenham
oportunidade de participar de todas as atividades propostas)
• 16h40 – Encerramento: Refletindo
• Horário: esteja sempre atento/a para que a programação inicie e encerre no
horário previsto.
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Planejando cada Momento:
1) Abertura da EBF – 1º dia
O objetivo da abertura é despertar na criança o interesse em
participar ativamente destes dias marcados pela amizade, a
cooperação e a solidariedade: um bom papo (conversa), gestos
acolhedores e o calor do nosso carinho.
No primeiro dia, tenha o cuidado de apresentar a equipe de
trabalho. A cada dia acolher e apresentar os/as visitantes.
2) Abertura Diária – este é o momento no qual as crianças
são acolhidas, mostrando o quanto estamos alegres em tê-las conosco. É aqui
também que apresentamos o tema, dando uma dica do que estaremos
descobrindo e celebrando neste dia.
3) Nas classes – as classes devem funcionar com no máximo 20 crianças,
sugerimos a divisão por faixa etária: 5 a 7 anos e 8 a 11 anos. Assim, se seu
público for maior, faça mais de uma classe por faixa etária.
Roteiro Diário:
1) Entrando no assunto do dia: apresentar, recordar fazendo ligação à reflexão
dos encontros passados.
2) Contar a história: ela deve servir para puxar o assunto e estimular as
crianças a dizerem o que pensam e como se sentem sobre ele.
3) Conduzir para "O que nos diz a Bíblia": qual a orientação de Deus
sobre essas questões? Os textos estão em cada lição. Nada substitui o ensino
bíblico. Usamos história, conversa e outras atividades para fixá-lo e
reforçá-lo.
4) Oração: conduzir naturalmente as crianças para o momento de oração,
buscando ajuda e direção de Deus para aprenderem a viver a vida cristã.
Precisamos de Deus para nos ajudar e orientar.
5) Trabalhos manuais e brincadeiras: boas oportunidades para fixar e praticar
a lição.
• Procure deixar no ambiente elementos do que foi trabalhado no encontro
anterior, facilita a fixação.
6) Jogos e atividades ao ar livre: na medida do possível (e do espaço físico)
faça brincadeiras e jogos coletivos, que unam as classes. Elabore jogos e
brincadeiras que promovam a paz, a cooperação, a união, o respeito, etc. Esse é
o momento de conferir o quanto aprendemos!
Fique atento/a às crianças especiais. Informe-se sobre a deficiência e os limites
que ela impõe à criança. É importante entender que a criança com deficiência é
igual às outras crianças, gosta de conviver com amigos/as, conhecer coisas no-
vas, brincar, conversar.
“Tanto a superproteção da criança com deficiência por parte do/a profes-
sor/a, como o fazer de conta que ela é igual às outras crianças é um erro. A
criança com deficiência deve ser exigida dentro de sua limitações.” (Lara Muller,
Encarando a Deficiência).
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7) Encerramento Diário (todos juntos): todos os dias encerre com um momento
de louvor, oração e reforce o convite para as crianças voltarem no dia seguinte. Esta é
a hora de agradecer a Deus pelo dia de alegria, pelos/as novos/as amigos/as, pelo
que aprendemos.
8) Encerramento da Colônia Bíblica de Férias: faça do encerramento do último
dia uma programação especial. Combine com seu/sua pastor/a e convide os pais
e mães, os/as amigos/as das crianças e demais membros da Igreja para
participarem. Esta é a oportunidade de todos/as conhecerem um pouco do que
foi construído com as crianças nestes quatro dias de encontro. Faça bonito: cada
classe pode fazer uma apresentação diferente, com fantoche, teatro, jogral, música
criada pelas crianças, exposição de trabalhos (mural) e tudo mais que sua
imaginação e criatividade mandarem.
Fique ligado/a!
Incluímos também algumas dicas legais para a
criançada maior. Informações e orientações de como
lidar com algumas situações do dia-a-dia contribuindo
para a preservação do meio ambiente. Valorize com
as crianças essa iniciativa.
3) Apresentação do Tema
(adaptado da Revista Ensino Eficiente)
- utilizar fantoches ou dramatização:
Apresentador 1: (aparece no palco e olha, surpreso, para a platéia, iniciando
um diálogo com ela):
– Nossa! Quanta gente! O que vocês estão fazendo aqui? Ai, que vergonha! Não
esperava encontrar tanta gente! O que eu faço agora?
Crianças: (conversam com o apresentador, dando sugestões do que pode ser
feito naquela situação. O apresentador deve estimular a participação das crianças).
Apresentador 2: Ei, o que está acontecendo aqui? Quem é você? (fala ao primeiro
apresentador).
Apresentador 1: Nós estamos querendo nos conhecer. E por falar em conhecer,
quem é você?
Apresentador 2: Eu sou eu. Quem mais poderia ser?
Apresentador 1: Eu sei que você é você. Mas qual é o seu nome? De onde você vem?
Apresentador 2: Eu sou Bento Ventania. Moro numa casa onde as portas e
janelas vivem abertas e batendo! Muita gente me conhece. Estou em todas as
bocas. Quer ver? (Ventania assopra de leve, mais forte, e convida as crianças a
fazerem o mesmo). Quando passo por um instrumento, faço cócegas nele e ele dá
gargalhadas, produzindo sons muito bonitos, que viram músicas. Nossa garganta
é um instrumento musical. Vamos cantar?
- Repetir canção do visitante
Apresentador 1: Ei, estou aqui! Eu também tenho nome! Sou o Zé Limoeiro.
Moro num lugar cheio de plantas. Tenho muitos vizinhos! Sei o nome de todos
eles! E você? Sabe o nome de quem está perto de você? Se não sabe, pergunte. (As
crianças conversam entre si).
Apresentador 2: Eu também quero saber o nome de todo mundo! Vamos fazer
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assim: eu vou contar até três e cada um vai falar o nome do/a amigo/a que está
ao seu lado. Vamos lá? Um, dois, três! (As crianças falam o nome dos/as amigos/
as que estão ao seu lado).
Apresentador 1: (tapa os ouvidos e fala) Chega! Meus ouvidos estão doendo!
Que tal a gente mudar de atividade? (O apresentador chama o/a contador/a de
histórias).
História
Feche os olhos e tape os ouvidos.
(...) No começo, tudo era assim:
Escuro, sem formas, sem cores, sem barulho.
Como você se sente quando está com os olhos e ouvidos fechados?
Abra os olhos.
Tudo está claro. Agora existe luz.
Foi isso o que aconteceu quando Deus disse: haja luz!
O que acontece quando existe luz? (Estimular a participação das crianças).
Além de tudo isso, a luz ajuda a gente a encontrar os outros. Olhe nos olhos de
quem está perto de você. Viu? Eles brilham. Nossos olhos são a luz do nosso
corpo. São o nosso sol.
Nós somos natureza.
Imagine que nossos dedos vão fazer uma viagem pela natureza. Feche os olhos e
faça um passeio pelo seu corpo. Há montanhas, cavernas, florestas, planícies, vales...
Foi assim que Deus criou o mundo: com muitas coisas diferentes.
Abra bem os seus ouvidos.
Que barulhos você escuta? (Estimular a participação das crianças).
Vamos fazer alguns barulhos? (Imitar vozes de animais; aves; barulho de
instrumentos de trabalho; sons naturais: vento, chuva, trovão, choro, riso, etc.).
Apresentador 2: Chega! É a minha vez de entrar em cena! Eu sou natureza!
Apresentador 1: Seu convencido! Pensa que é sozinho? Nós todos somos
natureza!!
Contador: É verdade. O mesmo Deus que fez a natureza fez as pessoas. E as
fez com capacidade para inventar um jeito bom de ser natureza.
Apresentador 2: Ei, vamos mostrar que somos natureza? (canção “a Criação”
– partitura ao final do caderno – primeiro apresentar e depois ensinar para as
crianças. Ilustre a letra ou prepare máscaras – convide 7 crianças para dramatizar
a canção. Elas ficarão agachadas com a cabeça escondida. Cada criança representa
algo criado: sol, lua, água, chuva, plantas, animais e gente. À media que são
citados, cada um levanta e faz um movimento que combine com o “personagem”).
Contador/a de história: (usando a Bíblia) Que coisa boa, a Palavra de Deus
diz que Deus criou o mundo e tudo o que nele há. Fala que Deus viu tudo que
havia feito e achou muito bom. Por fim, Deus diz que conta com cada um de nós
para cultivar e guardar a sua criação.
EBF • 15
Apresentador 1: Nossa! Deus nos convida para ajudá-lO?
Contador/a de história: É isso mesmo, e nestes dias de EBF vamos descobrir
que missão é essa que Deus nos dá.
5) Oração
Agradecendo a Deus pela sua criação, pelo seu amor e cuidado e pedindo a sua
orientação para esses dias de EBF.
7) O tempo do encontro
Apresentar o cartaz com a árvore-relógio mostrando o tempo
de trabalho do dia.
8) A turma animada
Apresentar a equipe de facilitadores/as e fazer a divisão de grupos.
9) Divisão em grupos
• Integração: Dispostos/as em roda, o/a facilitador/a
pode propor que cada um/a diga seu nome acompanhado
de palmas marcando as sílabas;
• Momento dos combinados: Estabelecer alguns com-
binados com o grupo visando o bom andamento dos
encontros. Fazer um cartaz para que fique registrado os
acordos até o final da EBF.
• Preparar o grupo para o momento da história;
História
Cuidando do Mundo de Deus
Moisés Coppe
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começaram a observar o céu e as nuvens. Cada uma das nuvens sugeria uma
imagem diferente. Rebeca viu um elefante. Yan viu um menino andando de
bicicleta. Luca viu um porquinho. Zeca viu um vovô jogando bola e Talita viu um
imenso cachorro-quente. Quanta imaginação!!!
Como era divertido aquele momento. A
natureza estava ali ante os sentidos da
turminha. Os olhos contemplavam as
belezas. Os ouvidos captavam os sons
diversos dos insetos e pássaros. O cheiro
das flores invadia as narinas da turma. O
sabor das frutas ainda estava no paladar e
o corpo tocava na grama enquanto uma brisa
roçava seus rostos.
Dona Iza reuniu então a galerinha e leu a Bíblia no livro de Salmos, capítulo
24, versículo 1, que diz: “Do Senhor é a terra e tudo o que ela contém; o mundo e
os que nele habitam”. Depois convidou Talita para ler I Coríntios, capítulo 3,
versículo 9a: “Somos cooperadores de Deus”.
– Eu sempre pensei na natureza como um presente de Deus para as pessoas,
mas pelo que diz este versículo, é só emprestada.
Comenta Zeca.
– Nossa, eu nunca tinha pensado nisso! Disse
Luca.
– Se tudo na terra é de Deus, então nós, seres
humanos, somos um tipo de zeladores? Pergunta
Rebeca.
– É isso mesmo, explica a professora: a Bíblia
fala que somos mordomos. Vocês lembram, nos
filmes, qual a função do mordomo?
A criançada dispara a falar:
– Cuidar.
– Guardar.
– Manter arrumado.
– Manter seguro.
– Isso mesmo gente, agora imaginem-se como
mordomos da criação de Deus. O que significa?
Pergunta a professora.
– Quer dizer que somos ajudantes de Deus no
cuidado da criação. Arrisca Yan.
– E que toda a natureza deve ser alvo de uma
ação especial de preservação, carinho e cuidado. Completa Luca.
– E como temos nos saído nessa missão?
– Nossa! Está tudo meio detonado. A gente precisa fazer algumas ações que
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favoreçam a reconstrução do nosso
mundo. Fala Zeca.
Talita logo se levanta e diz:
– Beleza. E quando a gente começa?
Yan segura a mão de Talita e res-
ponde:
– Agora!!! É isso galera, vamos nessa.
A gente tem que trabalhar nesta
reconstrução. Por meio de pequenas
ações a gente começa a mudar as
coisas.
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5) Gênesis 1.28 – “Deus abençoou o homem e a mulher e lhes disse: sede
fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do
mar, sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que rasteja pela terra.”
Este texto indica que o ser humano é soberano na terra e pode fazer o que
quiser?
Não! Sujeitar e dominar não significam abusar. Sujeitar é construiur açudes,
descobrir e inventar usos para os recursos naturais, nos tornando co-criadores
com Deus. Dominar é amansar animais para fazer companhia ou ajudar na
lavoura.
6) Gênesis 2.15 – “Tomou o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do
Éden para o cultivar e guardar.”
Somos mordomos.
Sujeitar, dominar, cultivar, guardar. Deus nos confiou todas essas funções
para que fôssemos colaboradores, e assim todas as partes do mundo vivessem
em harmonia.
7) Salmo 8.5,6 – “Fizeste o homem, por um pouco, menos do que Deus. Deste-lhe
domínio sobre as obras da tua mão, e sob seus pés tudo lhe puseste.”
Esta declaração é motivo de orgulho, arrogância?
Não! É motivo de responsabilidade.
Como cristãos, somos mordomos do meio ambiente, amando-o e cuidando
dele. Não podemos, como donos/as egoístas e exploradore/as, fazer o que bem
entendemos sem considerar aqueles/as que virão depois de nós, e aqueles/as
que nos rodeiam agora.
Não devemos perder tempo. É chegada a hora de cada um/a dar a sua
contribuição, porque no meio ambiente tudo e todos/as estão dentro de um mesmo
“espaço”. Não adianta alguém dizer que “isso não é comigo”. Alguém poderá não
ser o responsável por cometer algum crime ambiental, mas certamente todos/as
nós sofreremos as conseqüências.
10) Moto
Há um versículo que nos acompanhará durante todos estes dias, chama-se
moto. Vamos aprender?
“Somos cooperadores de Deus.” I Coríntios 3.9a
Hora da criatividade
Assim como Deus fez o mundo com tanta criatividade e beleza, nós, seus filhos
e filhas, vamos realizar agora o nosso momento de criatividade. Mão na massa!
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Xilogravura (carimbo de isopor)
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Para refletir em família
De quem é o mundo
(Extraído e adaptado da Revista Bem-te-vi 1 –
de julho a setembro de 1968)
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tantas coisas: cercas, portas e janelas, móveis, barcos, etc. Há outras árvores
cujas folhas ou raízes servem para remédios.
João, que estava ouvindo a conversa das duas, falou:
– A gente tira a borracha de uma árvore, não é pai?
– É sim. Respondeu sr. Paulo. E ainda há algumas árvores que a gente usa
para fazer papel. Outras dão tinta, óleo, cera...
– Outras dão fibras para se fazer nossas roupas. Acrescentou a mamãe.
– Puxa!... Quanta coisa a árvore nos dá! Exclamou João.
– Sem nos esquecer da sombra tão agradável num dia quente como o de hoje.
Lembrou a mamãe.
– Assim como as árvores, muitas outras coisas que Deus deixou no mundo
ajudam as pessoas de muitas maneiras: o ferro, a água, as pedras... Disse papai.
E todos ficaram quietos. Cada um estava pensando sobre o amor de Deus em
nos dar um mundo tão belo e cheio de coisas úteis. E pensavam também no
dever das pessoas em cuidar direitinho do mundo de Deus.
22 • EBF
Fique ligado/a!
Você gostaria de ver a Terra agora, a partir dos satélites que giram em
torno dela?
Você pode acessar a Internet no site: www.fourmilab.ch/earthview/vplanet.html
Você verá a Terra por todos os lados, as partes onde é dia e onde é noite,
poderá ver as cidades grandes iluminadas, poderá ver direitinho o Brasil.
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2º Encontro
É hora de equilibrar
1) Acolhida
2) Cântico
Relembre os cânticos que as crianças aprenderam no dia anterior.
3) Música
Deus Criador (CD Fazendo Festa – Departamento Nacional de Trabalho com
Crianças da Igreja Metodista). Partitura ao final do caderno.
4) Apresentação do Tema
“Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste; cheia
está a terra das tuas riquezas.” Salmo 104.24
A nossa casa-planeta foi pensada nos mínimos detalhes para nos receber. Tudo
perfeito e lindo, mas os filhos e filhas bagunçaram o mundo e agora estamos
recebendo avisos que o planeta está doente! Podemos individual e coletivamente
fazer algumas coisas para melhorar e os governantes também têm que tomar
atitudes sérias. Durante a nossa EBF vamos refletir juntos e descobrir maneiras
concretas de ajudar. Precisamos da ajuda de Deus para tudo o que fazemos e é
por isso que agora vamos falar com Ele.
5) Oração
6) Música Tema: Ecos de Vida
7) Dinâmica
Painel de jornal
Preparar no fundo da sala ou salão onde acontecerá a abertura, um painel
somente com folhas de jornal. Cada criança receberá uma folha colorida ao iniciar
a abertura.
Refletir com o grupo sobre as impressões que eles têm daquele painel e fazer
uma analogia comparando-o com nosso planeta.
Como se apresenta o painel: sem cor, triste, sem alegria, sem vida.
E o nosso mundo? - poluído, quente demais, com muita sujeira...
24 • EBF
Conversar com as crianças sobre o nosso grande compromisso e responsabilidade
em mudar esta situação. Sugerir que cada um/a , por meio da sensibilidade presente
nas mãos, transforme o papel que recebeu no início da abertura em alguma coisa
presente na criação de Deus: flor, sol, água, animais, frutas, homem/mulher... Cada
um/a escolhe o que quer fazer. Vale ressaltar que nesta atividade não será utilizada
a tesoura, pois possibilitaremos a reflexão sobre a importância das nossas mãos
em nossas ações de transformação . Em seguida, cada um/a deverá colar no grande
painel sua “obra”, tornando aquele espaço, anteriormente tão triste, em um espaço
de alegria e vida.
Finalizando, refletir com o grupo a importância de começarmos a agir para tornar
nosso mundo mais bonito e bom para se viver.
8) Oração comunitária
Todas as crianças de mãos dadas em círculo observando o painel que
construíram. Neste momento, pedir que expressem por meio de uma frase, algumas
orações estabelecendo o compromisso que assumirão em buscar um mundo com
mais qualidade de vida para que todos/as possam desfrutar.
9) Moto
“Somos cooperadores de Deus.” I Coríntios 3.9a
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História
A Castanheira Solitária
Nancy Tims
26 • EBF
serve de alimento para os pássaros. O pássaro, ao mesmo tempo que se alimenta de
insetos e sementes que encontra junto às plantas, ajuda a espalhar as sementes,
que crescerão com a ajuda da terra, da água e da luz. Vidas que dependem de outras
vidas. Vocês perceberam? Cada um tem sua função.
Deus criou um mundo onde tudo se entrelaça, se relaciona, tudo se renova, tudo
é reciclável. Como nos diz a Bíblia em Eclesiastes 1.9: “O que foi, é o que há de ser;
e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol”.
Enquanto não perturbados, todos os ambientes tendem a um estado de equilíbrio.
As pessoas introduzem o desequilíbrio caçando, derrubando florestas, espalhando
inseticidas, produzindo lixo e poluição.
É uma reação em cadeia: com a destruição do habitat de um animal, sua população
vai sendo reduzida até a completa extinção. Com o seu desaparecimento,
comprometemos a vida de todos os animais que se alimentavam dele e assim por
diante...
A cada elo destruído de uma cadeia alimentar, outros são quebrados, o que significa
desequilíbrio. Ou seja, para que o ecossistema funcione bem, é necessário respeitar
cada parte que o compõe, de forma a manter a harmonia, tanto entre os seres vivos
quanto entre estes e o ambiente. Isso é equilíbrio.
Em 1954, um pesquisador de plantas de um laboratório farmacêutico conseguiu
extrair das pétalas da flor da vinca de Madagascar algumas substâncias capazes de
combater dois tipos de câncer. Essas substâncias, desde que foram descobertas, já
salvaram muitas vidas. A partir desse exemplo, é fácil perceber a importância da
preservação de espécies vivas, mesmo desconhecidas da ciência: se a vinca de Mada-
gascar tivesse sido eliminada do planeta antes que alguém pudesse conhecê-la melhor,
estaria descartada uma possibilidade de contribuição à melhoria da vida humana.
É tempo de equilibrar!
Terminar esta conversa com a leitura conjunta da poesia abaixo
(prepare um belo cartaz).
“Poluir, destruir,
Desmatar, desperdiçar
O que a natureza tem...
Acaba fazendo mal à gente,
Pois gente é natureza também.
Quem ama cuida e preserva!
Cada jardim é um pequenino
Pedacinho do mundo.
Cada pedaço do mundo
É como um jardim.
Se cada um fizer o seu pouquinho no seu canto,
O grande jardim que é a Terra poderá viver mais e melhor!”
(Aurélio com a turma da Mônica – página 93)
EBF • 27
Hora da criatividade
Mão na Massa!
Escolha a sugestão mais adequada para o seu grupo.
2) Móbile
Você vai precisar de:
• Varetas
•Linha
•Guache
•Papelão
• Fita adesiva
Modo de fazer:
1) Corte duas varetas do mesmo
tamanho. Prenda-as com a fita para formar
uma cruz.
2) Copie os moldes acima no papelão e
recorte. Pinte dos dois lados. Depois, faça
um furinho na parte de cima de cada figura.
3) Recorte 8 pedaços de linha de
tamanhos diferentes e prenda cada um deles
em uma figura pela ponta. Amarre a outra
ponta nas varetas.
28 • EBF
4) Amarre uma linha no centro das varetas para pendurar o móbile.
• Hora de brincar
• Hora de repor as energias - lanche
• Encerramento
• Despedida
EBF • 29
Para refletir em família
Quem é o mais importante
Luciana Vieira de Souza e
Luciana dos Santos França da Costa
30 • EBF
– Não olhem para mim. Falou a ovelha. Só sei produzir lã para aquecer as
pessoas no frio.
Nesse momento, sapo Sapolino, que estava
ouvindo tudo num cantinho, falou:
– Acho que posso ser útil!
– VOCÊ?! Gritaram todos.
– Eu sim, esqueceram que sapo come mos-
quito? Vou reunir os meus amigos e vamos
acabar com a mosquitada.
Dias depois a cidade estava livre dos mos-
quitos e sapo Sapolino se sentiu muito
importante.
EBF • 31
Fique ligado/a!
Atenção: Esta turma está em perigo!
Muitos bichos já sumiram do
nosso planeta. A caça, a destruição das matas e a poluição
colocam a vida de vários outros em risco. A lista de animais
em perigo inclui a onça pintada, o mico-leão-dourado,
o tamanduá-bandeira, o lobo-guará, o peixe-boi e muito
mais.
É triste pensar que uma espécie
como a ararinha-azul possa sumir para sempre.
E também muito perigoso. Cada bicho tem sua função no
planeta e, se um deles desaparece, causa um grande
desequilíbrio ecológico, pois os seres dependem uns dos
outros para viver.
Tirando as plantas, que fabricam seu
próprio alimento, os demais seres retiram a energia
necessária para sobreviver de outros seres vivos. Assim,
se uma espécie some, o grupo de animais que se alimen-
tava dela fica sem ter o que comer. E aí começa a bagunça
na natureza.
Há muitas pessoas preocupadas com esse problema e
lutando em defesa dos animais e da natureza. Um exemplo
é a equipe do Projeto Tamar, que trabalha no litoral brasileiro
e conseguiu aumentar a população de tartarugas marinhas,
que corria risco de extinção.
32 • EBF
3º Encontro
Água, fonte de vida
1) Acolhida
Mesa contendo vários tipos de recipientes
de água como jarra transparente, moringas,
garrafas, copos de água mineral e, se possível,
uma cascata movimentando água – na região
sudeste são encontrados diversos modelos
que funcionam movidos por energia elétrica.
O interessante é que se tenha o efeito do
barulho do movimento da água para a sensibilização. Ao lado da mesa, fazer um
poço de papelão com desenhos imitando pedras ou tijolos. Se possível, faça um
suporte imitando madeira com uma manivela contendo uma corda que prende
um balde. Essa é uma forma de mostrar para as nossas crianças a situação de
tantas outras famílias ainda nos dias de hoje.
2) Cântico
Cantar a música tema e as outras que já foram ensinadas.
3) Versículo do dia
“Tu fazes surgir nascentes nos vales, e os rios correm entre os montes.” Salmo
104.10
4) Oração
Sugerimos que nesse momento as crianças sejam convidadas a ouvir o barulho
da cascata por um minuto contado no relógio. Durante esse tempo elas deverão
estar com os olhos fechados. Terminado esse momento elas devem ser convidadas
a se expressar com frases espontâneas de agradecimento e louvor a Deus pela
existência da água.
5) Apresentação do Tema
Se sua igreja possui um data-show, pode ser feita uma pesquisa de imagens
que mostrem fartura e escassez de água no planeta, incluindo o nosso País. Não
sendo possível, use imagens de jornais e revistas.
Explique que depois de criar a luz, Deus organiza as águas, segundo o relato
bíblico em Gênesis 1.6-8. Água é o segundo elemento imprescindível à vida humana
e toda criação. A questão da água no nosso planeta é tema de preocupação
mundial. Os recursos hídricos podem acabar. Esse é um alerta muito sério. Como
EBF • 33
filhos e filhas de Deus somos desafiados/as a participar do grande mutirão que
precisa cuidar do nosso planeta. A nossa atitude deve ser semelhante a do beija-
flor, que carregava gotas d’água em seu bico para apagar o incêndio da floresta.
Vocês lembram da história? Conta-se que havia um incêndio na floresta e enquanto
todos os bichos corriam desesperados para fugir do fogo e procurar salvar a
própria vida, um beija-flor trazia água em seu bico na busca de apagar o fogo. Ele
fez isso muitas e muitas vezes. Alguns animais disseram: é muito fogo, isso não
vai resolver. Mas o beija-flor respondeu: posso até não conseguir apagar o fogo
sozinho, mas eu estou fazendo a minha parte. É isso, devemos fazer como o beija-
flor de nossa história. Um mutirão de beija-flores para cuidar da vida, é o que
pede o planeta.
A água é um elemento fundamental na organização da criação de Deus, mas
as pessoas não dão o valor devido. Para populações atingidas pela escassez, como
em regiões do nordeste, é algo tão precioso que as pessoas andam quilômetros
em busca de água. Na história do povo da Bíblia, existem situações de guerra por
causa de lugares com fartura de água e isso aconteceu muitas vezes no decorrer
da história. Essa escassez ocorre em outros continentes e o alerta dos cientistas
e estudiosos do assunto é que haverá falta de água no planeta em grande escala.
Isso já é realidade em várias partes do mundo.
É preciso aprender a economizar e usar com sabedoria o precioso líquido que
é vital para nós. O nosso desafio hoje é pensar como cada um de nós pode ajudar.
6) Moto
“Somos cooperadores de Deus.” I Coríntios 3.9a
34 • EBF
História
Um planeta chamado água
Moisés Coppe
Zeca acordou com o Yan ao telefone convidando
para irem à praia.
– Nossa, que legal. Depois de conseguir a
autorização de sua mãe para o grande passeio, Zeca
se arrumou rapidinho e correu pra casa do Yan.
Enquanto isso, Yan ficou separando um monte
de coisas para brincar com o amigo: sua prancha
de bodyboard, alguns bonecos, baldes e forminhas
para fazer castelos de areia.
Saíram animados, mas parecia que não chegava nunca... E fazia um calor!
– Mãe, vai demorar muito ainda? Perguntou Yan.
– Não, já estamos quase chegando.
Enfim, Yan e Zeca chegaram à praia. O sol
estava tostando a pele. Eles logo passaram
protetor solar e saíram correndo para ver as
ondas bem de pertinho.
– Cara, a areia está queimando a sola do
meu pé! Disse Yan.
– Eu é que sou prevenido. Meu DNA
nordestino suporta muito calor.
Zeca deu boas gargalhadas ao ver Yan pular
por causa da areia quente.
Mas quando eles chegaram bem pertinho do mar, onde as ondas se desfaziam
e recuavam, perceberam logo que algo estava errado. É que havia uma mancha
esquisita no mar e os pássaros estavam longe. Os meninos ficaram entristecidos.
Não havia nenhuma possibilidade deles entrarem na água, pois havia uma placa
indicando que estava imprópria para banho. Sinal disso eram os peixinhos e
águas-vivas mortas na beira do mar...
– Vixe, tá feia a coisa mesmo! Exclamou Zeca.
– Que será que aconteceu? Vamos perguntar
para o guarda-vidas!?
Sugeriu Yan.
O guarda-vidas era um rapaz simpático e foi
logo explicando:
– Olha garotos, a gente ainda não sabe
exatamente o que aconteceu. Mas ao que parece,
o próprio mar está devolvendo o lixo que as pessoas
EBF • 35
têm despejado nele. Acho que a natureza não está mais suportando todas as agressões
sofridas. Na atualidade tem acontecido tanta coisa. O mundo está um transtorno.
Vocês não têm acompanhado na televisão os problemas referentes ao aquecimento
do nosso planeta?
– Sim, nós temos. Respondeu Yan. E também estamos muito preocupados.
– E o pior é que não só o mar está poluído – emendou o Zeca – os rios, as
lagoas. Eu acho que nós temos um grande problema em relação à água em geral.
– É verdade, até que no Brasil a gente é privilegiado, mas tem alguns países
que sofrem muito pela falta da água. Disse o
guarda-vidas.
– Então a gente precisa fazer alguma coisa para
preservar a nossa água. E eu acho que a gente
pode começar não desperdiçando. Disse Yan.
Zeca completou: minha mãe diz que “sabendo
usar não vai faltar”. Precisamos evitar o
desperdício de água potável com lavagem de
carros, calçadas, banhos demorados, escovar os
dentes com a torneira aberta. Tem muita coisa
que a gente pode começar fazendo.
– E quanto ao nosso dia de diversão na praia? Só na areia, sem banho de mar?
Lamentou Yan.
Ao que concluiu Zeca:
– Fazê o quê! Mas pelo menos a gente teve uma boa aula de ecologia.
Que recado a
história traz para nós?
Para esse momento, sugerimos um baú com os recados. Já que
estamos falando de um bem tão precioso, um verdadeiro tesouro.
O/A dirigente vai tirando de dentro do baú “recados”, “informações”
sobre a situação da água em nosso planeta.
O importante é lembrarmos que “precisamos fazer a nossa
parte dentro da nossa casa, na nossa rua, na comunidade, no
bairro e dessa forma, o mundo todo irá mudar para melhor. A minha ação local
poderá ter conseqüência global”(texto “A água nossa de cada dia” do prof. Zenóbio
Elói Fardim).
Algumas informações extraídas do texto “A água nossa de cada dia”, do prof.
Zenóbio Elói Fardim:
• De toda água do planeta, 97,2% está representada pelos mares. Somente 2,5%
é água doce.
36 • EBF
• A água é um recurso limitado. Nós não podemos fabricar a água como se fosse
um carro, uma camisa e muito menos podemos construir um rio para passar pela
propriedade de alguém.
• O Brasil tem 12% das reservas mundiais de água potável. Entretanto, desperdiça
30% de sua água tratada.
• Todos/as têm que assumir uma quota de responsabilidade nesta importante
missão, que é a de usar racionalmente esta finita fonte de vida.
• Uma pessoa consome em média 250 litros de água por dia. Parece muito? – a
água está presente desde o cultivo do alimento até o seu preparo, geração de energia,
higiene, etc.
•40% da população mundial já enfrenta escassez de água e 2,2 milhões de
pessoas morrem a cada ano por beberem água contaminada.
•Aproximadamente 21 países já sofrem com a escassez de água.
•Conflitos violentos pelo controle da água são registrados em 70 regiões do
planeta.
A água doce é que garante a nossa vida. Por isso, não desperdice. Não deixe as
torneiras abertas, não demore no banho e não lave calçadas e quintais com esguicho.
Não deixe luzes acesas à toa, já que nossa eletricidade quase toda é hidroelétrica,
isto é, gerada pela água.
Hora da criatividade
1) Marcador indicando a quantidade de água doce no nosso
planeta.
2) Nossos rios pedem socorro!!!
Confeccionar com as crianças diferentes formas de peixinhos
(usar papelão e pedir que cada uma pinte os peixinhos de cores
variadas. Pode-se fazer
com dobradura também).
Em seguida, escrever
pequenos cartões com
mensagens alusivas à
preservação e o cuidado
com a qualidade da nossa
água e colar em cada pei-
xinho. Sair com as crian-
ças para a entrada da
EBF e entregar à comuni-
dade o recadinho feito por
elas.
EBF • 37
• Hora de brincar
• Hora de repor as energias - lanche
• Encerramento
• Despedida
38 • EBF
Para refletir em família
O velho e a jabuticabeira
(autor desconhecido)
EBF • 39
Fique ligado/a!
Planeta Água
Olhando do espaço, nosso planeta parece um
gigante azul: dois terços de sua superfície são cobertos
por água! Sorte das pessoas, plantas e animais, pois, sem água, nosso planeta
seria só mais um lugar desabitado no universo.
Aqui na Terra, há água em todo lugar: lagos, rios, mares, oceanos, geleiras e
até na atmosfera, onde aparece em estado gasoso. É água que não acaba mais!
Ela é a casa de milhares de espécies de animais, plantas e microorganismos. E
ainda compõe grande parte do corpo de todos os seres vivos e permite a realização
de processos como a respiração e a digestão.
Além disso, a água também é essencial para a nossa higiene e saúde, para a produção
de alimentos e fornecimento de energia elétrica.
Você sabia que o ser humano pode ficar até 28 dias sem comer, mas apenas 03
dias sem beber água?
De toda a água do planeta, apenas 2,5% é doce e serve para o consumo. Para
complicar, a maior parte dessa água está congelada nos pólos e no topo das mon-
tanhas. Ou seja, não sobra muita coisa e é preciso preservar as reservas enquanto é
tempo.
Reservas da Natureza
Toda a água disponível na natureza participa de um ciclo: evapora, se con-
densa, cai em forma de chuva e evapora de
novo, recomeçando o processo. Mas o
consumo elevado e o desperdício são uma
ameaça a esse equilíbrio.
Hoje, a preocupação com a qualidade da
água é mundial. Para você ter uma idéia,
mais de 1 bilhão de pessoas não têm acesso
à água limpa e correm o risco de adoecer
por isso. E a situação pode piorar por causa
do aumento da população e do crescimento
desordenado das cidades.
Por isso, a Organização das Nações Unidas criou o “Dia Mundial da Água” em
1933. O dia 22 de março é dedicado à concientização para o bom uso desse recurso.
A idéia é lembrar que não podemos gastar água num ritmo mais acelerado do que
a natureza consegue repor.
O Brasil tem reservas importantes desse líquido precioso. Os rios somam nada
menos que 13% de todo o volume de rios do planeta inteiro. E a maior reserva de
água subterrânea do mundo também fica aqui. É o aqüífero Guarani, uma espécie
de lençol d´água imenso, que está por baixo de sete estados e alcança ainda a
Argentina, Paraguai e o Uruguai.
Esse tipo de reserva é muito rara, mas tem sido afetada pela poluição do solo,
pois substâncias tóxicas usadas na agricultura e na mineração se infiltram na
terra e atingem a água. Além disso, substâncias liberadas pelo lixo e pelo esgoto
40 • EBF
que contaminam a água de rios e represas também se infiltram no solo e
comprometem a qualidade da água.
Tratar e preservar hoje é a única maneira de garantir a existência de água
limpa no futuro.
EBF • 41
4º Encontro
Lixo: o que fazer com ele?
1) Acolhida
2) Cântico
Cantar os cânticos já aprendidos nos outros encontros.
3) Música
Marchinha contra a poluição. Partitura ao final do caderno.
4) Apresentação do Tema
Entra um repórter:
E atenção, atenção: a Terra anda se atrasando. O excesso de lixo produzido
está envenenando seu estômago. Ela já nem pode rodar direito para fazer o dia e
a noite. As estações, então, andam de pernas para o ar. No calor faz frio; no frio
faz calor. Quando está para chover, faz sol. Quando tem que fazer sol, chove. A
Terra está cansada. Não está gostando nada dessa situação e anda engasgando,
engasgando... Está precisando de uma reforma geral.
5) Oração
6) Moto
“Somos cooperadores de Deus.” I Coríntios 3.9a
7) Cântico
Marchinha contra a poluição ou outro tema semelhante.
8) Avisos
9) Divisão em grupos
Organizar as cadeiras em roda ou fazer uma roda no
chão.
No centro da roda deve estar uma cesta ou caixa em
que as crianças possam visualizar vários objetos
recicláveis juntos, assim como três caixas indicando, por
meio de símbolos, o tipo de lixo que vai receber: plásticos
de vários tipos, caixas de remédio, papéis, latas, garrafas
pet (pequenas). Dizer que este é o assunto de nossa
história de hoje.
EBF • 43
História
(construa as personagens para contar a história)
EBF • 45
as coisas,
antes, as transforma.
Foi assim que eu fui transformada
numa belíssima caneta de alumínio.
Agora, tenho um namorado maravilhoso.
Ele é escritor.
Quando ele me encontrou,
foi amor a primeira vista.
Ele gosta tanto de mim
que resolveu escrever um livro contando a minha aventura.
E foi assim que eu entrei pra história.
Ah! Lembra-se do Dinho,
não vá se assustar,
mas ele agora é este papel que você está segurando.
A Pet foi transformada na tinta
que a turminha do futelata usou
para pintar estas ilustrações.
Quanto ao Sr. Guará,
se você olhar ao redor com atenção
é provável que o veja
num frasco bonito,
num lustre iluminado,
ou pode ser que você dê de cara com ele
quando for tomar o seu próximo copo de
água.
(Se o vir, diga que mandamos abraços e sentimos saudades.)
Quanto a mim,
meu destino está em suas mãos.
Agora que virei história e você já me beijou com os olhos,
não vá fazer como o meu primeiro namorado,
que me atirou ao chão, sujando a rua.
Se você não me quiser mais,
sempre haverá na redondeza
um desses meninos puxando uma carrocinha
esquisita.
FIM
46 • EBF
P.S.: Um segredo só pra você: Se você trocar as consoantes do meu nome DiVa,
Que recado a
história traz para nós?
Conversar sobre o que a história nos ensina, sobre a maneira
correta de cuidar do lixo que produzimos. Utilize as
informações abaixo para que as crianças tenham noção da
seriedade do problema. Comente que muitas pessoas sobrevivem
do que retiram do lixo. De que maneira podemos ajudar a tornar
digno esse material por nós descartado? (motivar as crianças a serem agentes na
família, na separação do lixo). Fazer com elas o exercício de separação. É assim
que devemos fazer em casa. O compromisso não é só da mãe, do pai ou da pessoa
que cuida da gente, é de cada um de nós.
EBF • 47
NAS PRAIAS
Lixo alimenta animais
O saco plástico lançado nas praias gaúchas neste veraneio pode
perambular no oceano por três séculos e matar uma tartaruga no
outro lado do mundo.
Na percepção destes animais, a sacola se movimenta como uma mãe d’água.
Do mesmo modo, outros animais marinhos não diferem uma tampinha de um
caramujo ou uma esponja de um cardume.
Parece improvável que pequenos pedaços de plástico sejam confundidos com
comida, mas o estudo da alimentação das espécies marinhas mostra o contrário.
Nem sempre o lixo leva diretamente à morte do bicho, pela obstrução do sistema
digestivo. O mais comum é que a ingestão debilite o animal vagarosamente,
atrapalhando a absorção dos nutrientes e causando lesões no estômago. Os animais
mortos são recolhidos muitas vezes por pescadores que conhecem bem o problema.
- Costumávamos jogar de volta para o mar o lixo que vinha na rede. Agora
trazemos tudo para terra, pois prejudica o trabalho – revela o pescador Francisco
da Silva Matos, 45 anos.
48 • EBF
Hora da criatividade
Com sucata algo novo vai surgir!
Oficina de brinquedos de sucata (Se tiver condições – espaço, professores/as
para coordenar e material – deixe a criança escolher o brinquedo que gostaria de
construir e depois faça uma exposição e deixe a criançada brincar).
1) Passa bola
Descrição: o passa bola é composto de
duas taças feitas com garrafas plásticas
descartáveis e uma bola de meia.
Material: garrafas plásticas descartáveis,
meia de naylon, jornal e durex colorido.
Confecção:
• Cortar as garrafas ao meio.
• Colocar durex nas extremidades.
• Fazer uma bola de meia.
Objetivo: desenvolver a coordenação visuo-
motora, as noções de distância e dentro/fora.
Regra: o passa bola pode ser jogado individualmente – segurando uma taça
em cada mão e passando a bola de uma para outra – ou em equipe – passando de
um companheiro para outro.
2) Bilboquê
Descrição: o jogo consiste em fazer movimentos de modo que as contas caiam
num recipiente menor.
Material: garrafa plástica descartável, tampa plástica, sementes grandes ou
contas, fita adesiva e cola.
Confecção:
• Cortar a garrafa plástica em duas porções
de tamanhos diferentes de modo que a do
gargalo fique menor.
• Embutir uma outra de forma invertida.
• Colocar sementes grandes ou contas no
recipiente.
•Fechar a parte inferior com uma tampa
de plástico de tamanho adequado.
• Colar todas as partes individualmente.
• Arrematar com fita adesiva colorida.
Objetivo: o bilboquê tem por finalidade
desenvolver a coordenação visuo-motora e as noções de tempo e quantidade.
Regra: pode ser jogado individualmente, em dupla ou em equipe. Ganha aquele
que colocar o maior número de contas no recipiente menor. Obs.: é necessário
determinar um tempo para a tarefa.
EBF • 49
3) Cai não cai
Descrição: é uma adaptação com garrafa plástica descartável do similar
industrializado. Consiste em retirar uma a uma as varetas sem deixar cair as
peças.
Material: garrafa plástica descartável,
contas, sementes grandes ou material de
contagem e varetas.
Confecção:
• Fazer vários furos com arame quente
de um lado e outro da garrafa.
• Colorir varetas de madeira em várias
cores.
• Selecionar material de contagem nas
mesmas cores das varetas.
Montagem: colocar as varetas na garrafa
e, após, o material de contagem.
Objetivo: desenvolver a atenção, a motricidade, a percepção visual e as noções
de cor e quantidade.
Regra: pode participar uma criança para cada cor de vareta. Cada jogador
escolhe uma cor e, na sua vez de jogar, só poderá movimentar as suas varetas,
tentando não deixar cair as contas de sua cor e derrubando as contas dos
companheiros. Ao final, quem tiver o menor número de contas ganha o jogo.
4) Toca do Ratinho
Material: caixas, potes e bolinhas.
Confecção:
• Selecionar uma tampa de caixa grande (mais ou menos 60x40cm).
• Selecionar seis potes de iogurte e pintar
três de uma cor e três de outra.
• Fazer um corte em forma de toca.
• Colar em cores alternadas.
• Colocar os números de 1 a 6, sendo
uma cor para os números ímpares e outra
para os pares.
Regra: Pode ser jogado em equipe, sendo
que cada criança, num determinado
tempo, tenta colocar a bolinha na toca.
Cada vez que conseguir, faz os pontos especificados em cada peça. Quem fizer o
maior número de pontos ganha.
5) Cadeira de Jornal
Material: cola branca, jornais antigos, lápis preto, palito de churrasco, pregador
de roupas, régua e tesoura com ponta arredondada. Devem passar cola na metade
da página ao enrolar e no final.
Confecção:
• Fazer os canudos para montar a cadeira enrolando uma folha de jornal dupla
50 • EBF
em sentido diagonal com a ajuda do palito de churrasco. Devem passar cola na
metade da página ao enrolar e também no final. São necessários quatro canudos
para cada cadeira.
• Cortar os canudos sendo dois de 15cm (pernas e encosto); dois de 7cm, dois
de 3cm e um de 5cm (para compor o encosto); seis de 7cm, dois de 6,5cm e dois
de 9cm (para o assento); cinco de 7cm (para as pernas).
• Hora de brincar
• Hora de repor as energias - lanche
• Encerramento
• Despedida
EBF • 51
Para refletir em família
52 • EBF
Fique ligado/a!
Laboratório Ecológico
(Revista Recreio – Ano 2 nº64 de 31/05/2001)
Chuva perigosa
Em algumas regiões do mundo, os cientistas notaram que a chuva aos poucos
danificava prédios e plantas. Esse fenômeno, chamado de chuva ácida, acontece
quando a água da chuva se mistura à poluição que é lançada na atmosfera. Faça
esta experiência e veja como ela funciona.
Aves em perigo
Quando um navio derrama petróleo no mar,
milhares de animais sofrem. As aves da região, por
exemplo, podem morrer envenenadas ou de frio, pois
o óleo estraga as penas que mantêm seu corpo
sempre aquecido.
Para salvá-las, é preciso dar banho em cada uma
delas para tirar o óleo.
Limpar só um pássaro com detergente especial
usado pelos biólogos dá um trabalhão e pode levar
duas horas.
EBF • 53
Faça esta experiência e veja porque as aves limpas pelos cientistas têm mais
chance de sobreviver.
Erosão do solo
A força das chuvas e dos ventos pode desgastar o solo. Isso ocorre mais em
regiões desmatadas, pois é a vegetação que protege a terra da erosão.
Faça a experiência e veja como isso acontece.
Encaixe cada vaso em um pote e regue os dois. A água vai passar mais
rapidamente pelo vaso sem planta, levando a terra junto.
No outro vaso, as raízes da planta seguram a terra, que resiste mais à água.
Isso mostra o que acontece quando uma floresta é derrubada.
Nível do solo
A temperatura do nosso planeta está aumentando a cada ano. Isso acontece
porque certos gases produzidos pelo homem concentram-se em volta da terra e
seguram o calor que recebemos do sol.
Os cientistas chamam esse aquecimento de efeito estufa e acham que ele pode
derreter o gelo que existe nos pólos. Se isso acontecer, o nível do mar pode subir
e inundar grandes porções de terra. A experiência a seguir mostra porque isso
pode acontecer.
54 • EBF
Você vai precisar de:
• 2 tigelas de vidro iguais
• 2 latas iguais com tampa
• fita adesiva
•gelo
Coloque uma lata em cada tigela. Em uma delas, despeje um pouco de água e
metade do gelo sem cobrir a lata. Assinale o nível da água com a fita adesiva.
Marque a outra tigela com fita adesiva na mesma altura da primeira. Encha de
água até a marca e equilibre metade dos cubos de gelo sobre a lata.
Espere o gelo derreter e veja como ficou a altura da água nas duas tigelas. Na
primeira tigela, o nível da água deve ser quase o mesmo antes e depois do gelo
derreter.
Na segunda, ele deve estar acima da marca da fita adesiva.
Quando o gelo que já está na água derrete, o nível do oceano fica quase igual.
Mas, se o aquecimento derreter até o gelo que está sobre a terra, o nível da água
pode subir bastante.
EBF • 55
5º Encontro
Uma festa para a Terra!!!
Este é um encontro para agradecer a Deus
pelos dias vividos, pelas novas amizades e pelo
tanto que foi aprendido. Parabéns para toda
a equipe que trabalhou até aqui, pois vocês
estão contribuindo para a formação de
parceiros/as de Deus na conservação do meio
ambiente. E com certeza nossos/as peque-
nos/as farão discípulos/as e aos poucos
vamos mudando a situação do planeta, começando pela nossa casa, pela rua em
que moramos, pela escola, a Igreja... A partir de pequenas ações vamos construindo
um mundo melhor para todos/as. E assim, contribuímos para a formação de
cidadãos/ãs mais responsáveis, sensíveis, participativos/as e solidários/as.
1) Acolhida e Louvor
Prepare um momento animado com as canções usadas durante os diversos
encontros.
2) Apresentação do Tema
Durante esta semana tivemos momentos de reflexão sobre a importância de
cuidarmos do meio ambiente. Vimos que Deus conta conosco no cuidado de sua
criação e que depende da ação de cada um/a a garantia de uma vida de qualidade.
Descobrimos que somos muito importantes nessa missão e que, mesmo sendo
crianças, somos chamados/as a agir. Agora é a hora!
Neste encontro traçaremos metas para que possamos já começar a mudar o
mundo à nossa volta. Isso implica em mudança de hábitos, de atitudes. O primeiro
passo é passarmos as informações, que recebemos e construímos juntos nestes
dias, às pessoas de nossas relações e assim vamos aumentando o número de
pessoas que se preocupam e zelam pela nossa querida mãe-terra.
Agora é a hora!
3) Oração
4) Música
Agora é Hora (CD Todas as crianças)
56 • EBF
5) Divisão em grupos
Acolher as crianças e dizer que hoje nosso encontro
fala de desafios, portanto vamos começar com um jogo
de desafio:
Boliche ecológico:
Bolas de meia feitas com meias finas cheias de retalhos
de tecidos. Latas vazias de nescau com números colados.
Exploração:
Dentro de cada lata, o/a professor/a deverá colocar situações ligadas ao meio
ambiente (sugestões e pequenos
desafios a serem cumpridos pela
criança que derrubar a latinha).
Ex:
• Observar a sua sala de aula e pegar
os papeizinhos que algum/a amigo/a
“esqueceu” e jogou no chão.
• O que significa ser mordomo?
• O que é Ecologia?
• De que forma você pode tomar uma
atitude em favor do seu ambiente?
•Quais são as principais causas da
poluição na sua rua, bairro ou cidade?
• De que forma a existência dos
humanos está comprometendo a vida
de outros seres vivos? Etc.
História
Atitudes cidadãs para salvar o planeta
Moisés Coppe
EBF • 57
alguma coisa, o Planeta Terra vai sofrer
muito.
Descobriram que a água para beber está
acabando.
Descobriram que os mares estão ficando
ácidos como limão.
Descobriram que algumas espécies de
bichos estão quase em extinção.
Descobriram que as calotas polares estão
em aquecimento e a tendência é que a
temperatura da terra aumente, provocando muitas situações ruins de adaptação
para as pessoas, para os animais e para os vegetais.
Descobriram também que muitas ações importantes ainda não acontecem por
causa dos líderes de muitos países espalhados pelo mundo.
Descobriram, enfim, que as pessoas estão muito mais preocupadas em ganhar
dinheiro do que em cuidar da nossa casa comum – nosso planeta.
– Mas o que vamos fazer? A gente é só
um grupo de gente pequena? Disse Luca
atordoado com tanta notícia ruim.
– Bem, a gente já fez muita coisa
interessante nesta semana. É claro que
ainda há muito mais. De qualquer forma,
foi um bom começo, não acham? Perguntou
Rebeca.
– É, agora precisamos colocar em prática
as coisas que aprendemos nesta EBF.
Emendou Zeca.
– E ensinar outras pessoas também! Completou Yan.
– Ei gente, essa EBF está acontecendo em todas as igrejas metodistas do Brasil
inteiro, já pensaram nisso? Lembrou Talita.
– Então é hora de chamarmos todos/as os/as nossos/as amigos/as que
participaram da EBF para nos ajudar a transformar todos os conhecimentos e
combinados dessa semana em lições para o
restante de nossas vidas. Com a ajuda de
Deus, é claro! Concluiu Luca.
– Boa idéia, crianças! Diz a professora que
estava chegando. Com atitudes cidadãs, a
esperança renasce e a possibilidade de um
mundo melhor se torna mais próxima.
58 • EBF
Que recado a
história traz para nós?
Desafio: E então, vamos fazer parte desse grande mutirão
para cuidar do nosso planeta? De que forma nosso grupo pode
contribuir? Para isso, vamos trabalhar na nossa caixa de
possibilidades. Será um lembrete dos compromissos que nosso
grupo assumiu aqui e também ações para serem implementadas
no nosso dia-a-dia.
Hora da criatividade
Mão na massa!
Caixa das possibilidades
Cada criança deverá ter em mãos uma caixinha (tamanho
médio). Em seguida, o/a professor/a deverá orientar para que
cada uma encape-a de forma bem criativa usando recortes de
revistas.
Vamos pensar agora em como podemos colocar em prática as
lições aprendidas durante esta EBF. Vamos pensar nos espaços
próximos de nós: nossa casa, edifício, escola, Igreja, etc.
Professor/a, incentive a participação para que as próprias
crianças proponham ações e construam compromissos. Por
exemplo: todos esses lugares tem coleta seletiva de lixo? Como podemos proceder?
Como passar as informações que aprendemos aqui? Os adultos da Igreja também
precisam aprender sobre isso? Como fazer? E a escola tem se preocupado com essa
discussão? Como provocar mudança de hábitos na família? Como envolver parentes
e amigos/as nesta discussão?
Atenção: se o grupo definir alguma ação geral (como um documento de sugestões
para o/a pastor/a e liderança na Igreja), ajude o grupo a se organizar e encaminhe,
não deixe cair no esquecimento.
Uma sugestão: que tal se nossa primeira ação for elaborar os convites para nossos
pais e amigos/as participarem do encerramento da EBF na Igreja no domingo? Um
outro espaço legal seria coletar depoimentos das crianças para o boletim e jornal da
Igreja.
Escrever as sugestões e colocar na caixinha das possibilidades. Depois de pronta,
a caixinha das possibilidades poderá ser trocada entre os/as colegas e cada
um/a levará para sua casa uma lembrança do/a amigo/a, para colocar em prática
as sugestões ali presentes.
Preparar a participação da classe na celebração de Encerramento. Do que foi
estudado até aqui o que marcou mais para a classe? Uma história, um texto,
poesia, música. Definir como será apresentado: dramatização, recital, coreografia,
EBF • 59
teatro de fantoches, etc. Usem a imaginação! Lembre às crianças que esta será
uma excelente oportunidade para envolver os familiares, amigos/as e toda a
Igreja na missão de cuidar do meio ambiente.
• Hora da brincadeira
• Hora de repor as energias
• Encerramento
• Despedida
60 • EBF
Para refletir em família
EBF • 61
Fique ligado/a!
62 • EBF
EBF • 63
Jogos, brinquedos e brincadeiras
“Por que BRINCAR? Porque é pró-
prio da natureza da criança. É
característica indispensável do seu
pleno desenvolvimento. É brincando
com as coisas e com os outros que
ela aprende da vida e das relações.”
(Osmary Cardoso)
Caro/a Professor/a,
Esse momento é uma excelente
oportunidade para as crianças
exercitarem o que aprenderam. A
proposta é que elas brinquem, se
relacionem e se divirtam. Assim, explique bem as regras e dê ênfase aos jogos de
cooperação. Esse é um momento de confraternização, garanta a participação de
todos/as e não permita que o espírito de competição prevaleça.
Selecionamos alguns jogos e brincadeiras, veja quais são mais adequados para
usar com seu grupo em função do espaço disponível, etc. Colocamos várias
sugestões de brinquedos com sucata, um rico caminho a ser explorado e que
extrapola os limites desta EBF.
Para mais opções, consulte as EBFs dos anos anteriores, algumas já estão
disponíveis no site do Departamento Nacional de Trabalho com Crianças:
www.metodista.org.br
Intercale jogos mais agitados com jogos mais calmos: inicie e termine com
jogos mais calmos, encerre cada jogo quando ainda estiverem empolgados, não
espere até perderem o interesse.
1) Bingo ecológico
Material: cartão e figuras
Confecção:
1) Selecionar figuras de motivos
ligados ao meio ambiente;
2) Preparar os desenhos no tama-
nho de 4x4cm.
3) Cortar as cartelas em papelão
em tamanhos iguais (20x20cm);
4) Colar figuras diferentes em cada
cartela (as figuras poderão se repetir em diferentes cartelas, desde que não exista
nenhuma cartela totalmente igual).
64 • EBF
5) Tampinhas de pasta de dente, de garrafa de refrigerante ou sementes para
marcar a figura sorteada.
Joga-se em equipe e cada criança recebe uma cartela. Quem está comandando
o jogo começa mostrando uma carta. Aquele que identificar a figura na sua cartela
deve marcar. Ganha o jogo quem primeiro preencher sua cartela.
2) Jogo de argola
Neste jogo podem participar de
dois a seis participantes. As
garrafas ficam agrupadas a uma
distância de 4 a 6 metros das
crianças, que lançam as argolas:
quando acertam, verificam o
número contido na garrafa e
retiram a pergunta ou desafio na
caixinha de número correspon-
dente.
3) Dominó de retalhos
Material: caixa, retalhos lisos e
estampados, papelão
Confecção:
1) Recortar quadrados de papelão para
ser a base;
2) Providenciar pares de quadrados
feitos de retalhos de tecidos lisos e
estampados;
3) Colar os tecidos sobre o papelão
formando as cartas;
4) Encapar uma caixa de sapato ou
semelhante para sortear as peças.
Esconder as peças soltas numa caixa
EBF • 65
de papelão. Cada participante, sem
olhar, tira duas peças. Se formarem
par, serão abotoadas; caso contrário,
voltam para a caixa.
4) Jogo da Memória
Joga-se em dupla ou equipe.
Espalham-se as peças na mesa,
com as figuras voltadas para baixo.
O primeiro jogador vira duas peças
na tentativa de achar o par, e, se
conseguir, pega para si. Caso não
consiga, vira a peça e passa para o jogador seguinte. Ganha quem fizer mais
pares.
Material: caixas, papel e figuras
Confecção:
1) selecionar 20 caixas exatamente iguais;
2) selecionar 10 pares de figuras de animais
(quem sabe usar os que estão em extinção!);
3) Encher as caixas com jornal picado e forrar
com papel de uma só cor;
4) Colar uma figura em cada caixa.
6) Panobol
Material: Dois lençóis e uma bola
Desenvolvimento: As crianças serão divididas em
dois grupos. Cada grupo deverá estar segurando na
beirada de um lençol. A bola deverá ser colocada em
66 • EBF
um dos lençóis e esse grupo deverá jogar a bola para o lençol do outro grupo e o
outro grupo deverá receber a bola e devolver. E assim sucessivamente.
O desafio está em conseguirem sincronia de
movimento a fim de efetuarem a tarefa do grupo:
enviar e receber a bola sem que ela caia no chão.
7) Cesto de frutas
Material: nenhum
Desenvolvimento: Crianças dispostas em círculo.
Uma das crianças é destacada para ficar no meio
do círculo. O líder fala: “passou por aqui um fruteiro
que levava no cesto banana e laranja”. As crianças
que têm nomes começados com as mesmas letras
das frutas faladas trocam rapidamente de lugar
entre si. A criança que está no centro do círculo
aproveita esse momento para tentar se colocar em
um dos lugares que temporariamente estarão
vazios. A criança do círculo que ficar sem o lugar vai para o centro esperar uma
oportunidade para voltar para o círculo. O líder fala novamente a frase mudando o
nome das frutas. Ele poderá também falar: “o cesto
virou” – nesse caso todas as crianças devem mudar de
lugar.
8) Torre de latas
Material: latas de tamanhos iguais empilhadas
formando uma torre, uma bola
Desenvolvimento: Uma das crianças começa a
brincadeira atirando a bola na torre. A criança que
estiver mais perto do lugar para onde a bola rolou con-
tinua a brincadeira
atirando a bola na
torre. A criança que
conseguir derrubar
ganha o direito de reconstruir a torre.
9) O líder
Material: nenhum
Desenvolvimento: As crianças devem estar
dispostas em círculo. Uma delas é escolhida para
ficar no meio do círculo e outra é escolhida para
liderar os movimentos do grupo. A criança que
está no centro do círculo deverá descobrir quem
é o/a líder. Enquanto observa do centro do círculo o/a líder discretamente poderá
EBF • 67
mudar várias vezes de movimentos até que
ele/a descubra. Ao descobrir, o/a líder
passa para o centro do círculo para
descobrir o/a próximo líder.
68 • EBF
12) Trocar de par
Material: nenhum
Desenvolvimento: No pátio ou numa
quadra, as crianças de mãos dadas,
formando pares, com exceção de uma
criança que ficará sozinha. Dado um sinal,
as crianças começam a correr, aos pares,
sem soltar as mãos. A um novo sinal, as
crianças devem soltar as mãos dos seus
pares e procurar outros pares. A criança que
estava sozinha aproveita para arranjar um
par, sobrando assim outra criança.
EBF • 69
Cancioneiro
Ecos da vida
70 • EBF
Ecos da vida
Rute Noemi
Eu quero água pra beber
limpinha, pura, que prazer
Água boa, água boa
Eu quero terra pra plantar
Comer de tudo que ela dá
terra boa, terra boa
Eu quero vida pra viver
pra mim, pros bichos, pra você
vida boa, vida boa
pois água, planta, bicho, flor,
gente, floresta e amor
são ecos de um novo viver
viver com Deus
EBF • 71
Visitante
72 • EBF
A Criação (Canções para toda hora)
EBF • 73
Deus Criador (Fazendo Festa)
74 • EBF
Arrumando o mundo
EBF • 75
Cuidando do mundo
76 • EBF
Cuidando do mundo
Eu só tenho este mundo pra morar, para crescer,
Se eu não cuido deste mundo onde é que eu vou viver?
Se eu não cuido da água, que será do peixinho;
Se eu não cuido da água que será do peixinho;
Que será de mim, que será de mim,
Se eu não cuido desta água que será de mim?
Se eu não cuido da Terra, que será da plantinha;
Se eu não cuido da Terra, que será da plantinha?
Que será de mim, que será de mim,
Se eu não cuido desta terra o que será de mim?
Se eu não cuido do ar que será da avezinha?
Se eu não cuido do ar que será da avezinha;
Que será de mim, que será de mim,
Se eu não cuido do ar, o que será de mim?
Preservar a natureza é reconhecer o valor da vida,
Preservar a natureza é retribuir o amor de Deus ! Deus!
EBF • 77
Marchinha contra a poluição
letra e música: Zilá Benevenuto
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Eu vou lu tar pra que_em mi nha ci
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da de as plan tas cres çam e can tem as
da de ha ja per fu me de flo res no
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a ves, os pei xes na dem em á guas bem
ar no céu a zul o sol pos sa bri
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lim pas cri an ças se jam tra ta das com bon
lhar e to dos se jam tra ta dos com bon
Bb
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C7 C7 F
78 • EBF
Marchinha contra a poluição
Zilá R.A. Benevenuto
Eu vou lutar para que em minha cidade
as plantas cresçam e cantem as aves.
Os peixes nadem em águas bem limpas,
cranças sejam tratadas com bondade!
Eu vou lutar para que em minha cidade
haja perfume de flores no ar,
no céu azul o sol possa brilhar
e todos sintam mais felicidade!
Eu vou lutar pelo rio Sorocaba:
(ou: Eu vou lutar pelos rios e lagos
Por suas fontes e seus mananciais;
por mais espaço pro peixe viver
e água boa pra gente beber!
Eu vou lutar para que Sorocaba:
(ou: Eu vou lutar pra que minha cidade)
tenha mais verde, mais parques, jardins;
suas industrias não sejam poluentes
e nós vivamos mais tranquilos, mais contentes!
Eu vou lutar para que Sorocaba ou
(ou: pra que minha cidade)
possa ser livre de usina nuclear (ou: de Aramar)
e que o seu povo de mãos dadas, muito unidas,
Só pela paz venha sempre trabalhar.
Eu vou lutar pra que em minha cidade
exista amor, compreensão e ternura,
e amizade renasça bem pura
e a alegria permaneça de verdade!
EBF • 79
Agora é hora
80 • EBF
Agora é hora
Xico Esvael
Agora é hora
É nossa hora
De fazer história
Agora é hora
É nossa hora
De fazer valer
Nos queremos ocupar as praças
E fazer das praças
Lugar de prazer
Nos queremos que a nossa cidade
Seja um bom lugar
Pra gente viver
EBF • 81
Canção do Encontro
82 • EBF
Oração da terra
[Shirley Erena Murray, New Zealand, Per Harling, Sweden,
Harm. Carlton R. Youn, trad. Simei Monteiro]
EBF • 83
Oração da terra
[Shirley Erena Murray, New Zealand, Per Harling, Sweden,
Harm. Carlton R. Youn, trad. Simei Monteiro]
Fá Bb /F A- Bb
SOU A MÃE TERRA, NÃO ME IGNORE!
F C/E Bb C
VENHAM, CRIANÇAS, ME PROTEGER.
D- C/Bb F Bb
VIVO SUA VIDA, MORRO SUA MORTE,
F D- Bb C F
CINZAS NA TERRA, PÓ VOLTA A SER.
(Final: Bb C Db Bb F)
84 • EBF
Boa tarde, como vai você?
EBF • 85
ANEXO - COM A MÃO NA MASSA
Algumas dicas:
Massa de papel:
Corte o jornal em tiras mais finas que conseguir.
Pique as tiras bem pequenas e ponha de molho na água por pelo menos um
dia. No dia seguinte, ainda dentro da água, pique mais uma vez.
Pegue montinhos do jornal picado e esprema toda a água. Depois de todo
jornal espremido, desfaça os bolos que se formaram. Vá juntando cola branca e
amassando como se faz uma massa de pão.
A massa estará pronta quando você puder fazer uma bola sem grudar nas
mãos. Quanto mais se amassa, melhor e mais fina ficará sua massa.
Massa rápida:
A massa rápida é boa para ajudar a colar partes difíceis como o pauzinho do
barco a vela, etc. Ela é feita com um pouco de papel higiênico picado misturando
aos poucos a cola branca. Essa massa fica um pouco mais mole e grudenta.
Uso da cola:
Usamos a cola branca de duas maneiras: pura e diluída.
Pura: para colar uma caixa em outra, papelão em papelão, em gotas para fixar
pequenos detalhes, etc.
Diluída: na proporção de 2 partes de cola para uma de água. A cola diluída
também dá um acabamento final bonito à sua criação.
86 • EBF
Escola Bíblica de Férias
Eco-missão: aventura em favor da vida
Certificado
Certificamos que________________________________________
participou da Escola Bíblica de Férias, promovida pela Igreja Metodista,
estando habilitado a ser mordomo e agente da conscientização
do uso dos recursos naturais.
EBF • 87
ANEXO 2 - REFLEXÃO PARA APROFUNDAMENTO
DO TEMA
Fé Cristã e Meio Ambiente
Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente
88 • EBF
para o cultivar e guardar”. Nesse mesmo versículo, o Senhor acrescenta: “para o
o cultivar e guardar”. Guardar no sentido de cuidado, de zelo. Por que cultivar?
Porque a terra era e permanece sendo algo como um jardim abundante, com toda
espécie de animais, frutos...
Quando desrespeitamos a natureza, não utilizamos de forma sustentável os
rios, as florestas, o solo, o ar, aquilo que é necessário para a vida do planeta,
demonstramos a falta de importância dada às gerações futuras, transmitindo a
idéia de que nós precisamos extrair tudo agora porque pensamos apenas, no
máximo, nos nossos netos. Essa é uma visão completamente fora dos propósitos
de Deus na relação do homem com a natureza.
Abraão também nos apresenta um interessante testemunho, pois foi enviado
para uma terra que não conhecia, a fim de ser pai de uma grande nação, uma
geração tão grande que nem poderia ser contada. Ele se preocupou com as gerações
futuras. Esta é uma parte muito bonita da Bíblia: “Plantou Abraão tamargueiras
em Berseba e invocou ali o nome do Senhor, Deus Eterno” (Gn 21.33). Quantos
anos tinha Abraão quando plantou aquele bosque de Tamargueiras? 80 anos?
100 anos? Por que um homem de idade tão avançada haveria de se preocupar em
plantar um bosque de tamargueiras, se ele não comeria do fruto daquelas árvores,
se não usaria as suas sombras para descansar? Ele plantou as tamargueiras
simbolizando a sua aliança, o seu cuidado com as gerações futuras.
Há vários momentos na Bíblia em que Deus nos ensina claramente a respeito
do cuidado com a natureza. Ainda no Pentateuco, na elaboração da Constituição
do povo judeu, Ele nos chama a cuidar do meio ambiente. Em Deuteronômio
22.6, Ele nos ensina a cuidar dos animais, quando diz: “se de caminho encontrares
algum ninho de ave, nalguma árvore ou no chão, com passarinhos, ou ovos, (...)
não tomarás a mãe com os filhotes”. Matar a mãe com os filhotes é comprometer
a reprodução dos animais. E, comprometida a sua reprodução, as espécies entrarão
em extinção.
Deus é cuidadoso, também, com as espécies, com a variedade de alimentos. No
mesmo capítulo de Deuteronômio, no versículo 9, Ele proíbe a mistura de diferentes
tipos de sementes, para que não seja profanado o fruto da vinha. E, no versículo
8, do mesmo capítulo, o Senhor nos ensina a segurança no trabalho: “Quando
edificares uma casa nova, far-lhe-ás, no terraço, um parapeito”. Sempre que eu
passo na frente de construções que têm aqueles tapumes de proteção, eu me
lembro dessa passagem, pensando em como Deus, já naquele tempo, recomendava
que se colocasse proteção para se evitarem acidentes e, segundo Ele, não houvesse
“culpa de sangue”.
Há outras muitas passagens em que Deus fala a respeito do cuidado com a
natureza, mas estas são suficientes para despertar e incentivar os cristãos a
refletirem sobre sua atuação nesse aspecto.
É claro que o homem foi feito para dominar o meio ambiente. Mas, tomemos,
como exemplo, o domínio divino. Por acaso o domínio de Deus é tirano? Por acaso
EBF • 89
é descuidado? Por acaso é irresponsável? Não. O domínio de Deus é perfeito. E se
Ele fez o homem à sua imagem e semelhança e lhe disse que deveria dominar a
terra e tudo o que nela há, é no seu referencial e não no referencial humano,
utilitarista, oportunista e, muitas vezes, exclusivista, que o homem deve dominar
a natureza. Tenho certeza absoluta de que o nosso País pode ser ricamente
abençoado. Oremos por isso.
Nossa fé deve caminhar seguindo a vontade de Deus. Deve ter sempre como
alvo a edificação. Deve ser coerente com o nosso desejo de que os governantes
não busquem a sua própria prosperidade, mas estejam interessados em conhecer
e buscar o cumprimento dos propósitos de Deus para o País. Com certeza, isso
resultará na alegria do povo e no júbilo divino.
Peço que orem por mim, que orem pelos nossos governantes. Para que não
cometamos erros e, se os tivermos cometido, sejamos capazes de nos corrigir e
passar a evitá-los.
O Ministério do Meio Ambiente está trabalhando com políticas integradas,
controle social, desenvolvimento sustentável, fortalecimento da política ambiental,
e a questão de uma política que contemple os vários segmentos da sociedade.
Não tenho dúvida de que a Igreja pode ajudar. Eu até penso que poderíamos
encetar um grande movimento dentro das igrejas chamado “Jubileu Ambiental”.
Todos aprenderiam que o cuidado com o meio ambiente não é responsabilidade
só de ambientalistas, mas de todo cristão. Deus nos colocou no jardim não só
para cultivá-lo, extrair dele o nosso sustento, mas também para cuidar dele
90 • EBF
A RESPONSABILIDADE PELA DEFESA DA CRIAÇÃO
Pr. Ronan Boechat de Amorim
I – Introdução:
O campo de atuação da ecologia não é um “campo homogêneo e compacto de
pensamento” (1). Este campo vai desde “o estudo do funcionamento dos sistemas
naturais (florestas, oceanos, etc.), procurando entender as leis que regem a
dinâmica da vida da natureza” (2), até o “estudo de soluções para o sistema social
como um todo, inclusive naqueles aspectos que aparentemente não dizem respeito
ao problema da destruição ambiental” (3), propugnando, por exemplo, “ampla
mudança na economia, na cultura e na própria maneira de os homens se
relacionarem entre si e com a natureza” (4).
Diante do exposto, vem a questão: existe relação entre a Missão de Deus de
salvar o mundo, de implantar o seu Reino no mundo, e a questão da defesa do
meio ambiente? Existe uma responsabilidade ecológica da Igreja?
Bem, se tomarmos o sentido amplo do Evangelho (Evangelho integral) veremos
que sim, pois a salvação de Deus não é apenas aquela que acontece depois da
morte do ser humano, mas uma salvação que se inicia aqui e agora nesta vida.
Hoje não há dúvidas sobre o desejo, o poder e o serviço contínuo de Deus pela
salvação do homem. A grande questão é compreender a abrangência da salvação.
Não queremos entrar aqui nesta discussão, mas apenas defender a compreensão
que o Evangelho é a salvação não apenas da pessoa, mas também da natureza,
de tudo que foi criado. A discussão também não se centra sobre a questão da
soteriologia, mas do caráter ético que o evangelho e a salvação têm com respeito
ao ser humano e tudo mais que foi criado.
EBF • 91
3) interpretações equivocadas e distorcidas de textos bíblicos feitas pelo suposto
“ocidente cristão”, como por exemplo o “princípio da soberania” (Gn 1.28),
justificaram e possibilitaram abusos e destruição da natureza (7). Também faz
parte a teologia que, diante da eternidade da alma humana contraposta com a
vida fugaz do restante da criação, dizia (e continua dizendo ainda hoje) que o
homem é a “coroa” (ápice) da criação de Deus, tornando o jardim (a natureza, o
meio ambiente) apenas cenário para o desenvolvimento da história humana e da
história salvífica de Deus.
4) da mesma maneira, a aparente ingenuidade (não-preocupação) de até certo
tempo atrás de que a ação maléfica sobre o meio ambiente (desmatamento,
poluição, lixo, etc.) não lhe causaria danos sérios, em vista dos recursos naturais
serem inesgotáveis e que a própria natureza superaria o mal sofrido.
5) embora no mundo pré-revolução industrial houvesse também uma ação
danosa sobre o meio ambiente como o desflorestamento e a poluição do ar com
fundições e queima de carvão, “é com a revolução industrial, nos séculos XVIII e
XIX, que estabelece uma economia industrializada e baseada numa tecnologia
altamente consumidora de energia e matérias-primas” (8), de modo que o
capitalismo instalou um modelo onde produzir mais passa a ser uma necessidade
inerente ao próprio sistema, tanto para assegurar a satisfação das necessidades
humanas, quanto (e principalmente) para garantir o processo de acumulação de
capital no interior de uma economia baseada no uso dos recursos naturais e na
competição entre grandes empresas.
6) A falta total de consciência ecológica nas populações, inclusive no Brasil,
onde desperdiça-se água, eletricidade, alimentos, materiais reutilizáveis, prática
da queimada para limpar o terreno para pasto para o gado ou plantações, prática
de jogar lixo nos rios, etc. Quando não se tem consciência crítica, a percepção do
mal é muito relativa.
92 • EBF
h) Ambivalência dos animais, que passam a ameaçar o homem (Gn 3.15);
i) Ambivalência da religião, que de alegria e esperança passa a ser medo e
culpa, coisas opressivas (Gn 3.10).
Para Carlos Mesters, o pecado humano não gerou apenas a contradição entre
Deus e o ser humano, mas, como já dito, entre o ser humano e o meio ambiente,
entre o ser humano e outro ser humano. A contradição passou a ser parte do
meio ecológico, do meio social, dos valores, da cultura. O “oikos” (casa) foi
desorganizado, gerando dominação e conseqüentemente conflitos e destruição.
Mas, por outro lado, o Paraíso não é algo que apenas aconteceu no passado. É
um desafio para nós hoje, deve ser nosso futuro. Ou seja, a vida boa e justa, com
harmonia entre tudo que foi criado, não é apenas um idílio do passado, mas uma
proposta para o futuro. Uma causa para o homem, uma causa para a Igreja.
1
Kirchner, L. Ecologia à luz da Bíblia e da Moral. p.50-53; 124-125.
2
Ferreira, D. Ecologia na Bíblia. p. 61-65
3
Schaeffer, F. A. Poluição e a Morte do Homem. p. 71-79
4
Dyke, F. V. A criação redimida. p. 79-85
5
Boff, L. Ecologia, mundialização, espiritualidade. p. 34-36
94 • EBF
IV - A responsabilidade ecológica da Igreja:
A responsabilidade ecológica da Igreja é garantir que a vontade de Deus seja
ouvida, entendida e estabelecida. O texto (que usamos há pouco) de Carlos Mesters
falando do projeto de Deus para o ser humano e para o mundo criado, desafia-
nos, por exemplo, a pensar numa ação e numa ética cristã que impliquem em
relacionamentos sem dominação, na recuperação da fertilidade da terra, num
trabalho que não é instrumento de opressão, na restauração da harmonia entre
os animais (leia-se, fauna e flora) e o homem e também (e isto é o princípio
desencadeador de todos os outros!) na construção de uma nova história onde
Deus e os homens são amigos.
Como vemos, o entendimento e a responsabilidade ética da Igreja para a questão
da ecologia não pode se limitar apenas na proteção da fauna, da flora e dos
ecossistemas, mas deve visar a superação teológica e cultural da dicotomia entre
o homem e natureza (“antropocentrismo arrogante”), de modo que haja uma
consciência ecológica, ética e cristã de que o ser humano é parte da fauna e está
inserido na criação como parte dela, com privilégios e também com as
responsabilidades inerentes desses privilégios. Evitando assim “tanto a
desumanização do super-homem moderno, fechado na própria subjetividade,
dominador dos mais fracos e destruidor do meio ambiente, quanto a
desumanização implicada na mera adaptação do ser humano aos mecanismos
impessoais da evolução cósmica” (11).
A ética cristã deve tratar o ser humano e a cultura do homem como parte de
sua preocupação ecológica também. Não podemos ter uma visão e um pensamento
ético que não considerem o ser humano e seu contexto social e cultural dentro do
contexto maior e como parte do meio ambiente. Ou seja, tão justa quanto a
preocupação com preservação de espécies como tartaruga-pente ou mico-leão-
dourado ou jacaré-de-papo-amarelo, deve ser também a preservação da espécie
humana. Embora na teoria tudo esteja interligado, muitas vezes na prática, o
homem, particularmente o pobre, sem-terra, sem-teto, sem-trabalho, vítima da
fome, da guerra, etc. não tem sido encarado pela ética cristã inserido dentro de
um contexto ecológico no sentido de que sua espécie é não apenas a que maior
dano causa ao meio ambiente mas também a que também sofre esses danos. É
importante que haja preocupação com a preservação também de sua vida, e da
qualidade de vida. Não apenas com sua sobrevivência, com seu cativeiro na miséria
e abandono. É importante propugnar por políticas públicas que lhe possibilitem
moradia, trabalho, subsistência.
A ética cristã deve, com toda certeza, promover ações que protejam os
ecossistemas naturais, a vida silvestre, o uso racional das reservas naturais,
controle rigoroso da poluição (industrial, a feita pelos veículos, sonora, visual,
etc.), reciclagem do lixo e materiais, combate às queimadas, combate ao uso
indiscriminado de agrotóxicos, melhoria no ambiente urbano (moradia, trabalho,
alimentação, transporte, saneamento básico, jardinização, lazer), melhoria no
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ambiente rural (reforma agrária e condições sanitárias, por exemplo). Mas,
evidentemente, a realização de todo esse programa de mudanças na produção e
na organização social não poderá ser concretizado sem a conscientização da
população, sem mudanças de mentalidade, mudanças profundas na
autocompreensão do ser humano com o meio ambiente (12) e sem uma grande
mudança em nossos valores e em nossa cultura. Nas palavras de João Paulo II,
vivemos numa cultura que cultua a morte e banaliza a vida. Mas a ética cristã
para a ecologia tem de defender uma coisa maior e que às vezes não parece
inserida também na preocupação ecológica: relações justas e solidárias que
humanizam cada vez mais os chamados “seres humanos”. É justamente a
desumanização que leva-nos a relações opressoras com o próximo, com a natureza
e conosco mesmos.
Miséria, machismo e racismo, por exemplo, não devem ser vistos apenas
religiosamente como pecado ou socialmente como situações de relações opressoras.
Devem ser vistos também eticamente como causa a ser superada, como situação
de agressão à vida coletiva, à “fauna” humana, ao meio ambiente.
Embora para nós cristãos a fé cristã não se reduza apenas a uma ética,
entendemos que ela tem a exigência de uma ética, de um comportamento ético.
Por isso, a tarefa de evangelização confiada por Deus à Igreja implica também na
vivência, no anúncio e num desafio de uma ética para o mundo. Esta “evangelização
ética” (evangelização promotora da ética cristã) condena o mundo em suas relações
opressoras e destrutivas, propondo o estabelecimento de relações de misericórdia,
justiça, solidariedade e paz. De modo que, se o pecado humano envolveu toda a
criação num caos e em desarmonia, a ética cristã deve ser praticada de modo
também a alcançar relacionamentos misericordiosos, justos, pacíficos e solidários
com toda a criação, restabelecendo a harmonia, a amizade e a cooperação. Isso
implica em mudança de valores, em mudança na cultura. Portanto, mais que
diagnosticar a necessidade da proteção ambiental, é necessário o prognóstico da
mudança sócio-cultural, e tanto quanto refletir, é fundamental uma ação ampla.
A “evangelização ética”, além de alcançar os indivíduos, deve também “evangelizar
eticamente” as instituições e estruturas sociais e a cultura, ou melhor dizendo,
as diferentes culturas.
“Evangelização ética” no sentido que estamos usando neste texto implica e
revela a responsabilidade e a participação ecológica da Igreja. Mas o que vem a
ser de fato uma “evangelização ética”? É aquilo que se convencionou chamar de
“evangelização integral”, ou seja, “permanente compromisso com o bem-estar da
pessoa total, não só espiritual, mas também seus aspectos sociais” (13), no combate
permanente aos problemas sociais que oprimem pessoas, povos e as sociedades,
“denunciando as causas sociais, políticas, econômicas e morais que determinam
a miséria e a exploração e anunciando a libertação que o Evangelho de Jesus
oferece às vítimas da opressão” (14). Esta compreensão abrangente da salvação
faz com que os cristãos se comprometam com as lutas que visam a eliminar a
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pobreza, a exploração e toda forma de discriminação” (15). Evangelização inte-
gral é a que compreende a Missão de Deus no mundo e na história acontecendo
na promoção da vida. E “para que haja vida, são necessários comunhão e
reconciliação com Deus e o próximo, direito à terra, habitação, alimentação,
valorização da família e dos marginalizados da família, saúde, educação, lazer,
participação na vida comunitária, política, artística e preservação da natureza”
(16), “humanização do trabalho, melhor distribuição da riqueza, organização e
proteção do trabalhador, segurança, valorização, oportunidade para todos de
salários e empregos” (17).
A Evangelização integral e “ética” é a melhor proposta de ética ligada à ecologia
e à qualquer outra área da ação humana ou para orientar a participação humana
na história e na ecologia. Até porque, falar de evangelização ética e integral implica
uma contribuição teológica para a construção de uma ética cristã protestante
construída em cima de pelo menos 5 fontes pelos quais podemos conhecer e
perceber a revelação da vontade de Deus, a saber:
a) A Bíblia - a maior fonte de conhecimento e autoridade: única regra de fé e
prática” (18).
b) A experiência pessoal com Deus – a leitura da Bíblia deve nos levar à
experiência pessoal com Deus, ao mesmo tempo em que a experiência de fé leva
o crente a uma outra leitura das Escrituras. Sentir a presença de Deus e estar em
comunhão com Ele nos livra de uma fé cognitiva/racionalista e nos proporciona
conhecer a vontade divina e receber o poder para realizá-la (19).
c) A razão – o uso da razão significa aceitar uma das grandes dádivas de Deus.
Deus espera que amemos, mas espera também que sejamos capazes de pensar,
escolher, de ser lógicos (20).
d) A tradição – os ensinos da Igreja, como o Credo Apostólico e as decisões dos
Concílios Gerais da Igreja, são parâmetros importantes para o conhecimento de
Deus revelado nas Escrituras, pela experiência pessoal e pela razão (21).
e) A criação – na criação está a expressão da presença, da sabedoria, do poder
e do cuidado amoroso de Deus. Podemos conhecer também a vontade de Deus
para a vida humana e de toda criação (22).
Concluindo, podemos dizer que a responsabilidade ecológica da Igreja de fato é
sua participação na Missão de Deus com a prática de um evangelho integral. “A
Missão de Deus no mundo é estabelecer o seu Reino. Participar da construção do
Reino de Deus em nosso mundo, pelo Espírito Santo, constitui-se na tarefa
evangelizante da Igreja” (23).
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Citações
(1) LAGO, Antônio e José Augusto Pádua. O que é ecologia. São Paulo, Abril
Cultural/Brasiliense, 1985, p. 13. (2) Idem, p. 14. (3) Idem, p. 36. (4). Idem, p.
15. (5). Idem, p. 23. (6). Idem, p. 29.
(7) KLAIBER, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus. São Paulo,
Editeo/Editora Cedro, 1999, p. 427.
(8) LAGO, Antônio e José Augusto Pádua. O que é ecologia. São Paulo, Abril
Cultural/Brasiliense, 1985, p. 34
(9) MESTERS, Carlos. Paraíso Terrestre – saudade ou esperança?. Petrópolis,
Vozes, 1983, p.p. 33-39. (10) Idem, p.p. 44-46.
(11) RUBIO, Alfonso García. Unidade na Pluralidade. São Paulo, Paulinas, 1989,
p. 461. (12) Idem, p. 461.
(13) Cânones da Igreja Metodista. Documento para a Vida e Missão da Igreja.
São Paulo, Editora Cedro, 2001, p. 75. (14) Idem, p. 75. (15) Idem, p. 75. (16)
Idem, p. 86. (17) Idem, p. 86.
(18) Revista Em Marcha. Metodismo: origem e desenvolvimento. São Paulo,
Editora Cedro, 2º Quadrimestre de 1999, p. 44. (19) Idem, p. 48. (20) Idem, p.p.
54-55. (21) Idem, p. 56. (22) Idem, p. 60.
(23) Cânones da Igreja Metodista. Documento para a Vida e Missão da Igreja.
São Paulo, Editora Cedro, 2001, p. 78.
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