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Curso Bíblico Teológico Livre - Atual

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CURSO BÍBLICO TEOLÓGICO LIVRE

INTRODUÇÃO Á TEOLOGIA |PR. ISRAEL PEREIRA

CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Teologia é o conhecimento de Deus conforme revelado na Escritura. A palavra


teologia vem de dois termos gregos: theos, “deus”, e logos, “palavra” ou “lógica”, no
sentido de “ideia”, “estudo” de onde vem o nosso sufixo logia. Então teologia significa
basicamente “lógica sobre Deus”, ou como normalmente tem sido definida, “estudo
de Deus”.
Isso quer dizer que todas as vezes que meditamos sobre quem é Deus, o que
Ele faz e qual é a Sua vontade, estamos considerando a lógica sobre Deus. Em outras
palavras, estamos fazendo TEOLOGIA. Entendemos ainda que a teologia é:

a) Teologia é inteligível - pode ser compreendida pela mente humana.


b) Teologia requer explicação - envolve análise dos textos bíblicos e
sistematização das ideias.
c) Teologia é baseada na Bíblia. A Bíblia é a base e a fonte da Teologia.

DIVISÃO DA TEOLOGIA
Por constituir um vasto campo, a Teologia está dividida em muitos
departamentos, tendo em vista facilitar o seu estudo. Vejamos quais são com maiores
detalhes.
 TEOLOGIA EXEGÉTICA
Em sentido literal, o termo exegética, vem da palavra grega que expressa “tirar
o sentido para fora do texto”, “sacar” ou “extrair” a verdade. Assim, a Teologia
Exegética procura no estudo do Texto Sagrado trazer à luz o seu verdadeiro sentido.
Aqui, se estuda as Línguas Originais, a Arqueologia Bíblica, Introdução Bíblica e
Hermenêutica Bíblica.
 TEOLOGIA HISTÓRICA
Estuda a trajetória do povo de Israel e da Igreja Cristã, a História dos Hebreus e
a História da Igreja. Considera o desenvolvimento histórico da doutrina, mas também
investiga as variações sectárias e heréticas da verdade. Abrange, portanto, história
bíblica, história da igreja, história das missões, história da doutrina e história dos
credos e confissões.
 TEOLOGIA BÍBLICA
Sistematiza as doutrinas de acordo com as suas ocorrências nas diversas partes
da Bíblia, como são apresentadas por cada escritor sacro. Aqui, se estuda a Teologia
Bíblica do Antigo e do Novo Testamentos. A teologia bíblica extrai o seu material
exclusivamente da Bíblia.
 TEOLOGIA SISTEMÁTICA
Teologia sistemática é o estudo organizado das principais doutrinas da Fé
Cristã. Se teologia significa literalmente “estudo de Deus” e, portanto, é o estudo da
revelação que Deus faz de si mesmo nas Escrituras, a teologia sistemática é o exame
de toda a informação bíblica a fim de apresentar de forma cuidadosa e coerente o que
a Escritura como um todo afirma sobre determinado assunto. Então basicamente a
teologia sistemática é a disciplina teológica que responde de forma clara e objetiva o
que a Palavra de Deus nos diz sobre um dado tópico. Muitas pessoas se assustam com
a designação “teologia sistemática”. Mas todo cristão está envolvido diariamente com
ela. Em outras palavras, cada vez que alguém pergunta: “O que a Bíblia diz sobre isso
ou aquilo?”, essa pessoa está recorrendo à teologia sistemática.
 TEOLOGIA DOGMÁTICA
Estuda-se os credos das igrejas, a Apologética, Polêmica e Ética.
 TEOLOGIA PRÁTICA
Sistematiza e ordena a aplicação das doutrinas de modo prático e direto no
homem. Estuda Homilética, Liturgia, Administração Eclesiástica, Educação Cristã e
Missões. Além disso, busca aplicar à vida prática os ensinamentos das outras teologias
para edificação, educação e aprimoramento dos homens.
 TEOLOGIA NATURAL
Estuda fatos que se referem a Deus e Seu universo revelados na natureza.

DIVISÃO DA TEOLOGIA SISTEMATICA


O termo sistemática é usado por que pressupõe um sistema, uma organização. A
maioria dos livros de Teologia Sistemática usa subtemas, usando como base os termos gregos
clássicos, como:

 Teologia própria - Estudo sobre Deus-Pai (também chamada de Teontologia)


 Cristologia - Estudo sobre Jesus Cristo.
 Pneumatologia - Estudo sobre o Espírito Santo
 Bibliologia - Estudo sobre as Escrituras
 Antropologia - Estudo sobre o Homem (Ser Humano)
 Hamartiologia - Estudo sobre o Pecado
 Soteoriologia - Estudo sobre a Salvação
 Angelologia - Estudos sobre anjos
 Eclesiologia - Estudo sobre a Igreja
 Escatologia - Estudo sobre as últimas coisas
PRESSUPOSTOS PESSOAIS
O estudante de Teologia deve:
a) CRER - Sem fé é impossível o estudante aprender as verdades de Deus e vê-las
transformar sua vida (1 Co 2.10-16).
b) PENSAR - A fé é racional, portanto, o estudante deve ter métodos de estudo,
fazer uma avaliação crítica das evidências e combinar os diversos ensinos como
um todo.
c) DEPENDER - A dependência do Espírito Santo para a compreensão da Teologia
é algo fundamental e obrigatório (Jo 16.12-15). Uma revelação pessoal não
pode ser base para formulação de teologia.
d) ADORAR - O estudo e o conhecimento cada vez mais profundo de Deus devem
levar o estudante a uma posição de adoração a Deus por reconhecer cada vez
mais que Deus é digno de tal adoração.
TEOLOGIA BÍBLICA
Nem todo mundo que faz teologia usa como base a Bíblia. Por isso existem
tantas "teologias". Os cristãos dos segmentos católicos e ortodoxos utilizam
pressupostos de uma tradição. Os dogmas são infiltrados, se equiparam e por vezes
sobrepassam as Escrituras. Pode-se dividir a teologia em diferentes tipos. Vejamos:
 Por época (patrística, medieval, reformada, contemporânea)
 Por ponto de vista (teologia calvinista, teologia arminiana, teologia católica)
 Por ênfase (teologia histórica, teologia bíblica, teologia sistemática).
Nossa abordagem é dedutiva, ou seja, usa como base o que a Bíblia tem a dizer
a respeito de um determinado assunto. Ele é essencialmente bíblico. Difere-se,
portanto, das abordagens da Teologia histórica, que se concentra no que os cristãos de
diferentes períodos entenderam sobre determinadas questões. Também não é a
Teologia filosófica, que usa instrumentos e métodos da filosofia, usando pouco ou
nada do que a Bíblia diz a respeito daquele assunto.
Para a elaboração de uma Teologia bíblica, é importante lembrar que ela foi
escrita ao longo de aproximadamente 1500 mil anos, por cerca de 40 autores
diferentes. Existem características próprias de cada grupo de livros. Por isso, é possível
estabelecer uma teologia distinta dentro de parâmetros claros. Ou seja, no
estabelecimento de uma doutrina não se pode apanhar um versículo isolado, nem se
ignorar o seu contexto histórico. Existem também recursos de linguagem que foram
preservados. Por exemplo, alegorias, símiles, metáforas etc.
Cremos que a Bíblia é a revelação da vontade de Deus. Contudo, existem
muitos autores de Teologias Sistemáticas que não creem assim. Ao longo deste curso
veremos mais detalhadamente por que isso é fundamental na teologia. Por ora, deixa-
se claro que a abordagem deste material é protestante, (evangélica), baseada nos
fundamentos bíblicos.
INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO

Formado por 39 livros escritos originalmente em hebraico, é um relato histórico da


obra de Deus na terra antes do nascimento de Jesus. Divide-se em 3 partes principais: História,
Poesia e Profecia.

 OS LIVROS HISTÓRICOS

Começam com os 5 livros de Moisés, chamado o Pentateuco. O Pentateuco é chamado


pelos judeus de Torah, que consideram a sua Lei.

 OS LIVROS POÉTICOS

Os 5 livros poéticos foram escritos em formatos de orações e louvor a Deus (os


Salmos), princípios de sabedoria (Provérbios e Eclesiastes), um poema de amor (Cântico dos
Cânticos) e um testemunho de fé (Jó).

 OS LIVROS PROFÉTICOS

Como o nome indica, revelam profecias. Isaías, Jeremias, Daniel e Ezequiel


escreveram livros mais longos, por isso são chamados profetas maiores. De Oseias a
Malaquias, são chamados profetas menores, por que os livros são mais curtos.

INTRODUÇÃO NOVO TESTAMENTO

Seus 27 livros escritos foram escritos em grego num espaço de cerca de 50


anos. Pode ser dividido em 4 partes: Evangelhos, Histórico, as Epístolas e Profecia.

 OS EVANGELHOS

Os quatro primeiros livros do Novo Testamento são os Evangelhos, que contam


a biografia (nascimento, vida, morte e ressurreição) de Jesus. Mateus, Marcos, Lucas e
João tem abordagens diferentes sobre o mesmo tema.

 HISTÓRICO

O livro de Atos é onde estão registrados os primórdios da igreja e a obra dos


discípulos de Jesus. A maior parte fala sobre as viagens do apóstolo Paulo.

 AS EPÍSTOLAS

São cartas que os apóstolos escreveram para instruir e encorajar os primeiros


cristãos. A maioria delas o autor é Paulo. Nas outras, o autor se identifica, com exceção
de Hebreus.

 O LIVRO PROFÉTICO

Apocalipse quer dizer "revelação". É um livro profético que mostra a vitória


final de Jesus.
CURSO BÍBLICO TEOLÓGICO LIVRE
INTRODUÇÃO Á TEOLOGIA | PR. ISRAEL PEREIRA

FIXANDO A MATÉRIA

 ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.


1. Conhecimento de Deus conforme revelado na Escritura.
a) Ciência da Religião
b) Doutrina Bíblica
c) Teologia
d) Filosofia Cristã
2. Termo grego que tem como definição a palavra “deus”.
a) Blibo
b) Theos
c) Logia
d) Logos
3. Complete.
“Todas as vezes que meditamos sobre quem é ______________, o que Ele faz
e qual é a Sua ____________________, estamos considerando a lógica sobre Deus. Em
outras palavras, estamos fazendo _________________.
4. Considere sobre a teologia EXEGETICA.
a) Estuda a trajetória do povo de Israel e da Igreja Cristã.
b) Vem de dois termos gregos: theos, “deus”, e logos, “palavra”.
c) Sistematiza as doutrinas de acordo com as suas ocorrências na Bíblia.
d) É inteligível, pode ser compreendida pela mente humana.
e) Procura no estudo do Texto Sagrado trazer à luz o seu verdadeiro sentido.
5. Complete
Todo o estudante de teologia deve, _________,__________,____________ e
adorar.
6. Formado por 39 livros escritos originalmente em hebraico.
a) Novo Testamento
b) Antigo Testamento
7. Relacione
( ) Estuda a trajetória do povo de Israel e da Igreja Cristã, a História dos Hebreus e a
História da Igreja.
( ) Sistematiza as doutrinas de acordo com as suas ocorrências nas diversas partes da
Bíblia.
( ) É o estudo organizado das principais doutrinas da Fé Cristã.
( ) Começam com os 5 livros de Moisés, chamado o Pentateuco. O Pentateuco é
chamado pelos judeus de Torah, que consideram a sua Lei.
a) Teologia histórica
b) Teologia Bíblica
c) Teologia Sistemática
d) Livros Históricos do AT.
8. Seus 27 livros escritos foram escritos em grego num espaço de cerca de 50
anos.
a) Novo Testamento
b) Antigo Testamento
9. Reproduza um texto, sobre a importância da Teologia.
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CURSO BÍBLICO TEOLÓGICO LIVRE
DOUTRINA BÍBLICA |PR. ISRAEL PEREIRA

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
a) Conceituar o termo doutrina de acordo com o étimo bíblico.
b) Distinguir doutrina de costumes.
c) Explicar a necessidade da doutrina.

INTRODUÇÃO

O estudo da autêntica doutrina bíblica auxilia o crente a ter uma vida espiritual
abundante, habilitando-o a ser uma poderosa testemunha de Cristo. O termo
“DOUTRINA”, nos textos de (Dt 32.2; Jó 11.4 e Pv 4.2), é a tradução do hebraico
leqah, que significa “ensino”, “aprendizagem” ou “poder de persuasão” de quem
ensina (Pv 16.21).
Nas páginas do Novo Testamento, a palavra grega mais empregada é didachē,
cujo sentido é “instrução”, “ensino” ou “doutrina” (Mc 1.22,27; 11.28; Jo 7.16,17; Mt
22.33). A igreja cristã primitiva usava o vocábulo didachē para referir-se “a doutrina
dos apóstolos” (At 2.42), ou a “doutrina do Senhor” (At 13.12), que era, na verdade, a
exposição do evangelho de Cristo.
O apóstolo Paulo também usou o termo diversas vezes referindo-se ao
conjunto de ensinos e crenças que compunham a pregação cristã primitiva (Rm 6.17;
16.17; Ef 6.4; 1 Tm 1.3; 4.16; 6.3). Essa mesma tradição, chamada posteriormente de
“kerygma” pelos teólogos, é mencionada na teologia paulina como “a pregação
(kerygma) de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos
eternos esteve oculto” (Rm 16.25; 1 Co 1.21; 2.4; 15.14).
Segundo o apóstolo João, esse arcabouço de ensinos constitui a “DOUTRINA de
Cristo” (2 Jo 1.9).
A doutrina, portanto, é o conjunto de ensinos e crenças que constituem o
cânon de fé e prática do cristão.

O QUE É A DOUTRINA BÍBLICA?

Ao contrário da filosofia, a doutrina cristã não se perde em especulações. Se


por um lado, conduz-nos a conhecer mais intimamente a Deus; por outro, constrange-
nos a ter uma vida santa e irrepreensível.

a) Definição.

A doutrina é um conjunto de princípios que, tendo como base as Sagradas


Escrituras, orienta o nosso relacionamento com Deus, com a Igreja e com os nossos
semelhantes. Ela pode ser definida, ainda, como ensino da Bíblia. Este, contudo, tem
de ser persistente, sistemático e ordenado, induzindo os santos a se inteirarem de
todo o conselho de Deus (At 20.27).

b) Objetivos.

O principal objetivo da doutrina bíblica é aprofundar o nosso conhecimento de


Deus (Os 6.3). Se não o conhecermos experimental e redentivamente, como
haveremos de colocar-nos a seu serviço? (1 Sm 3.7). O Israel do Antigo Testamento
caiu na apostasia por não conhecer a Jeová. Através de Oséias, lamenta o amoroso
Senhor: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Os 4.6).
De igual modo, visa a doutrina bíblica à perfeição moral e espiritual do ser
humano. Escrevendo ao jovem pastor Timóteo, o apóstolo Paulo é mais do que claro; é
incisivo: “Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para
toda a boa obra” (2 Tm 3.17). Ideal inatingível? Se contarmos apenas com as nossas
próprias forças, jamais atingiremos semelhante padrão. No entanto, se nos
entregarmos à graça de Nosso Senhor, nossa vereda refulgirá de tal forma que viremos
a resplandecer como os astros no firmamento (Pv 4.18; Dn 12.3).

DOUTRINA BÍBLICA E USOS E COSTUMES

Doutrina não são costumes. Todos já ouvimos essa frase. No entanto, a boa
doutrina, quando corretamente interpretada, gera costumes bons e sadios.
Consequentemente, um povo que ignora as verdades bíblicas com facilidade assimilará
os costumes do Egito e de Canaã (Lv 18.3). Foi o que ocorreu com os israelitas: durante
a peregrinação no deserto, imitaram os egípcios; na Terra Prometida, os cananeus. Eis
porque somos instados a não amar o mundo (1 Jo 2.15). Por conseguinte, quanto mais
doutrinados forem os crentes, mais os seus costumes conformar-se-ão à Palavra de
Deus.
No Salmo 119, pergunta Davi: “Como purificará o jovem o seu caminho?”.
Responde o salmista: “Observando-o conforme a tua palavra” (Sl 119.9). Não
podemos, portanto, dissociar os bons costumes da doutrina. Como aqueles dependem
desta, logo: a boa doutrina gera, necessariamente, os bons costumes.
Uma observação interessante é dizer que o tema “usos e costumes” sempre foi
motivo de discussão em muitas comunidades evangélicas, especialmente nas
“pentecostais”, entretanto, devemos sempre lembrar que costume não gera doutrina,
mas, doutrina gera bons costumes. No entanto, alguns por um zelo sincero, já, outros
por falta de conhecimento teológico, acabam por pregar mais costumes humanos, do
que doutrinas bíblicas, o que gera em muitos cristãos, um interesse maior pelos usos e
costumes, do que propriamente pelos ensinamentos bíblicos.
Sendo assim, durante muito tempo, alguns líderes acabaram por perpetuar a
propagação de suas ideias dogmáticas, através de proibições sem respaldo bíblico,
proibindo seus membros de jogar bola, assistir televisão, ouvir rádio, e mais algumas
regras de uso comum para todos, e outras que eram direcionadas as mulheres que não
podiam cortar o cabelo, usar maquiagem, usar calça comprida e etc. No entanto, com
o passar do tempo, a maioria destas regras foram sendo abolidas, pois são doutrinas
humanas, e que não contam com o devido respaldo bíblico.
Sabemos que a maior parte destes líderes eram muito piedosos em sua
espiritualidade, pois criam piamente que estavam agindo de modo correto,
entretanto, faltou tanto para estes líderes, como também para estas comunidades,
uma teologia mais profunda e um ensino doutrinário com mais qualidade.

O QUE SÃO COSTUMES?

Costumes são ações tidas como regras sociais a partir do repetitivo processo de
suas práticas. Assim, por serem prolongadamente executadas, transformam-se em
obrigações sob o ponto de vista de determinada sociedade. Em suma, os costumes são
atos habituais que, com o passar do tempo, acabam por se tornar prática comum
enraizada na cultura social. Os costumes variam de acordo com as diferentes
sociedades e culturas, e podem estar intrinsecamente relacionados com as tradições e
rituais particulares de cada povo.
Para tentar entender a origem de determinado costume, por exemplo, faz-se
necessário um estudo sociológico e antropológico do grupo social que pratica o
costume em questão. Como dito, os costumes podem variar de acordo com a cultura.
Os costumes indígenas, por exemplo, são diferentes dos costumes africanos ou dos
costumes europeus. As crenças e os ideais morais e éticos diferem, fazendo com que
diferentes povos tenham costumes distintos em resposta a situações similares.

DIFERENÇA ENTRE DOUTRINA BÍBLICA E COSTUME

Existem pelo menos três grandes diferenças entre doutrina bíblica e costumes.
Vejamos:

a) Quanto à origem.

A doutrina é divina.
O costume em si é humano.

b) Quanto ao alcance.

A doutrina é geral.
O Costume em si é local.

c) Quanto ao tempo.

A doutrina é imutável.
O Costume em si é temporário.
FORMAS DE DOUTRINAS

Existem pelo menos três formas de doutrinas. Observemos.

d) A doutrina de Deus - (Pv 4:2; Mt 7:28).


e) A doutrina de homens - (Jr 23:16; Mt 15:9).
f) A doutrina de demônios - (I Tm 4:1; I Jo 4:1).

CARACTERISTICAS DA DOUTINA BÍBLICA

a) A doutrina bíblica é boa – (Pv 4.2)


b) A doutrina bíblica é fonte de vida – (Pv 13.14)
c) A doutrina bíblica é admirável – (Mt 7.28)
d) A doutrina bíblica é divina – (Jo 7.16)
e) A doutrina bíblica é necessária – (1 Co 14.8)
f) A doutrina bíblica é única – (1 Tm 6.3)

A NECESSIDADE DA DOUTRINA

Há cristãos que, menosprezando a doutrina bíblica, alegam: “O importante não


é a teoria; e, sim: a prática”. Entretanto, quem disse que a doutrina bíblica é
meramente teórica? Ela é a vontade de Deus. E, como tal, deve ser posta em prática.
Aos filhos de Israel, ordena o Senhor: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no
teu coração; e as intimarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na
tua mão e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de
tua casa, e nas tuas portas” (Dt 6.6-9). Vejamos por que a doutrina bíblica é necessária.

a) A doutrina bíblica proporciona-nos a salvação em Cristo.

Paulo instrui ao seu jovem filho na fé: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina
persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos
que te ouvem” (1 Tm 4.16).

b) A doutrina bíblica santifica-nos.

Em sua oração sacerdotal, refere-se o Cristo ao poder santificador da Palavra de


Deus: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo,
assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres
do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na verdade: a tua
palavra é a verdade” (Jo 17.14-17).

c) A doutrina bíblica torna-nos sábios.

Timóteo, instruído por sua mãe, Eunice, e por sua avó, Lóide, veio a tornar-se
um dos maiores obreiros do Novo Testamento. Jovem ainda, veio ele a ser considerado
um sábio, conforme lhe escreve Paulo: “E que desde a tua meninice sabes as sagradas
letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Tm
3.15). Enfim, é a doutrina bíblica imprescindível para o nosso crescimento na vida
cristã. Sua necessidade pode ser constatada tanto coletiva quanto individualmente.
William S. Plumer analisa a eficácia da doutrina bíblica na vida cristã: “Doutrinas fracas
não são páreo para tentações fortes”.

A DOUTRINA BÍBLICA E O SERVIÇO CRISTÃO

Infelizmente, há obreiros que, no ímpeto de evangelizar, não se aplicam a


aprender a doutrina bíblica. Acham que o ensino sistemático das Sagradas Escrituras é
perda de tempo. Deveriam eles atentar a esta recomendação de Charles Spurgeon:
“Os homens, para serem verdadeiramente ganhos, precisam ser ganhos pela verdade”.
Vejamos por que a doutrina bíblica é importante ao serviço cristão.

a) Na evangelização.

Na divulgação do Evangelho, acha-se implícito o ensino da doutrina bíblica,


conforme podemos inferir da Grande Comissão que nos confiou o Senhor Jesus: “Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho,
e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E
eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.19,20). A
evangelização pressupõe, essencialmente, a presença da doutrina bíblica.

b) Na instrução dos santos.

Paulo jamais se mostrou remisso quanto à doutrinação da Igreja de Cristo. Em


Trôade, ministrou aos irmãos até altas horas: “No primeiro dia da semana, estando nós
reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato,
exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite” (At 20.7,8). Nem o incidente com
o jovem Êutico lhe arrefeceu o ardor doutrinário: “Subindo de novo, partiu o pão, e
comeu, e ainda lhes falou largamente até ao romper da alva” (At 20.11).

c) Na defesa da santíssima fé.

Somente poderemos defender a santíssima fé se nos dedicarmos com afinco ao


estudo da doutrina bíblica: “Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração;
e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos
pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15). Está você preparado para
defender a sua fé e a apresentar as razões da esperança que temos em Cristo?
CONCLUSÃO

Enfatizando a importância das doutrinas bíblicas, afirmou Joseph Irons:


“Abracemos toda a verdade ou renunciemos totalmente ao cristianismo”. O que isto
significa? Não podemos acreditar em algumas doutrinas, e desacreditar em outras.
Haveremos de receber toda a verdade conforme no-la confiou o Senhor em sua
Palavra: integralmente. Sem doutrina, a vida espiritual é impossível.
CURSO BÍBLICO TEOLÓGICO LIVRE
DOUTRINA BÍBLICA | PR. ISRAEL PEREIRA

FIXANDO A MATÉRIA

Responda.

1. O que é doutrina Bíblica?


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2. Qual o principal objetivo da doutrina bíblica?


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3. Por que não podem existir bons costumes sem boa doutrina?
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4. Por que a doutrina bíblica é necessária?


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5. Por que a doutrina bíblica é importante no serviço cristão?


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6. Quais e quantas são as formas doutrinárias de acordo com nosso estudo?


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7. Resumidamente defina costumes.


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Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos

 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 1: A importância da Doutrina Bíblica para a vida cristã
Data: 1 de Outubro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

“Todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo

não tem a Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem

tanto o Pai como o Filho” (2 Jo 1.9).

 
VERDADE PRÁTICA

O estudo da autêntica doutrina bíblica auxilia o crente a ter uma vida

espiritual abundante, habilitando-o a ser uma poderosa testemunha

de Cristo.

 
LEITURA DIÁRIA
 

Segunda - Pv 4.2

A doutrina bíblica é boa

Terça - Pv 13.14

A doutrina bíblica é fonte de vida

Quarta - Mt 7.28

A doutrina bíblica é admirável

Quinta - Jo 7.16

A doutrina bíblica é divina

Sexta - 1 Co 14.8

A doutrina bíblica é necessária

 
 

Sábado - 1 Tm 6.3

A doutrina bíblica é única

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

ATOS 2.42-47.

42 - E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e

no partir do pão, e nas orações.

43 - Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se

faziam pelos apóstolos.

44 - Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.

45 - Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos,

segundo cada um tinha necessidade.

46 - E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo

o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,

47 - louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os

dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de

salvar.

 
PONTO DE CONTATO

 
Caro professor, finalmente chegamos ao último trimestre de

2006. Ao longo dos três anteriores, estudamos valiosíssimas

lições: Salvação e Justificação, Heresias e Modismos, e As

Doutrinas Bíblicas Pentecostais. Para fecharmos o ano com “chave

de ouro”, examinaremos As Verdades Centrais da Fé Cristã. Este

grupo de assuntos, relacionado à Teologia Sistemática, será tratado

de acordo com a perspectiva pentecostal-ortodoxa. As referidas

lições versarão sobre: Bibliologia, Deus, Anjos, Homem, Pecado,

Cristo, Espírito Santo, Salvação, Igreja, e Últimas Coisas.

Em santa oração, reverência às Escrituras, e ao excelso nome de

nosso Senhor Jesus Cristo, cantemos a exemplo do salmista:

“...magnificaste acima de tudo o teu nome e a tua palavra” (Sl 138.2 -

ARA).

 
OBJETIVOS

 
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
 Conceituar o termo doutrina de acordo com o étimo
bíblico.
 Distinguir doutrina de costumes.
 Explicar a necessidade da doutrina.

 
SÍNTESE TEXTUAL

O termo “doutrina”, nos textos de Dt 32.2; Jó 11.4 e Pv 4.2, é a

tradução do hebraico leqah , que significa “ensino”, “aprendizagem”


ou “poder de persuasão” de quem ensina (Pv 16.21). Nas páginas do

Novo Testamento, a palavra grega mais empregada é didachē , cujo

sentido é “instrução”, “ensino” ou “doutrina” (Mc 1.22,27; 11.28; Jo

7.16,17; Mt 22.33). A igreja cristã primitiva usava o

vocábulo didachē para referir-se “a doutrina dos apóstolos” (At

2.42), ou a “doutrina do Senhor” (At 13.12), que era, na verdade, a

exposição do evangelho de Cristo. O apóstolo Paulo também usou o

termo diversas vezes referindo-se ao conjunto de ensinos e crenças

que compunham a pregação cristã primitiva (Rm 6.17; 16.17; Ef 6.4;

1 Tm 1.3; 4.16; 6.3). Essa mesma tradição, chamada posteriormente

de “ kerygma ” pelos teólogos, é mencionada na teologia paulina

como “a pregação ( kerygma ) de Jesus Cristo, conforme a revelação

do mistério que desde tempos eternos esteve oculto” (Rm 16.25; 1 Co

1.21; 2.4; 15.14). Segundo o apóstolo João, esse arcabouço de ensinos

constitui a “doutrina de Cristo” (2 Jo 1.9). A doutrina, portanto, é o

conjunto de ensinos e crenças que constituem o cânon de fé e prática


do cristão.

 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Caro professor, a Teologia pode ser comparada a um edifício de

cinco andares. Cada andar, por sua vez, possui suas respectivas

divisões e ambientes, mas todos igualmente formam o mesmo

edifício. De modo análogo, a Teologia, em sentido restrito, pode ser

classificada em cinco divisões interdependentes. Assim, à medida

que se conhece uma disciplina teológica, esta favorecerá a


compreensão da seguinte. Portanto, apresente aos alunos o “Edifício

Teologia”. Explique que no primeiro andar estuda-se os textos

originais da Bíblia; no segundo, o desenvolvimento histórico das

doutrinas; no terceiro, a teologia do Antigo e do Novo Testamento;

no quarto, alguns dos temas tratados nesta lição; no quinto, aplica-

se ao ministério cristão os resultados das investigações anteriores,

como por exemplo, na pregação ou homilética. Ensine aos alunos

que as lições ministradas encontram-se no 4o andar do “Edifício

Teologia”, a saber: Bibliologia, Teontologia, Angelologia,

Antropologia, Hamartiologia, Cristologia, Pneumagiologia,

Soteriologia, Eclesiologia e Escatologia.

 
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave

Doutrina: Conjunto de ensinos e crenças que constituem o cânon

de fé e prática do cristão.

Qual o segredo do avanço irresistível da Igreja Primitiva? Já nos

capítulos iniciais dos Atos dos Apóstolos, constatamos algo de suma

importância. Mesmo não possuindo uma fórmula mágica de

administração, a Igreja precisou de apenas três décadas para chegar

aos pontos mais distantes do Império Romano.


Consolidados no ensino da Palavra de Deus, mantinham-se os

cristãos firmes na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em

cada alma havia temor e reverência. E muitas eram as maravilhas

que o Senhor operava por intermédio deles. Ao contrário do que

pensam alguns estudiosos, a Igreja do Pentecostes não era piegas

nem emocional; era bíblica e teologicamente cristocêntrica.

A fim de nos alicerçarmos no ensino dos apóstolos e dos

profetas, entraremos a estudar, a partir deste domingo, as doutrinas

fundamentais de nossa fé. E a cada lição constataremos: sem a

instrução da Palavra de Deus, o avivamento é impossível.

I. O QUE É A DOUTRINA BÍBLICA

Ao contrário da filosofia, a doutrina cristã não se perde em

especulações. Se por um lado, conduz-nos a conhecer mais

intimamente a Deus; por outro, constrange-nos a ter uma vida santa

e irrepreensível. Andrew Bonar, ao destacar-lhe a importância em

nosso cotidiano, foi enfático: “Doutrina é coisa prática, visto que

desperta o coração”.

1. Definição. A doutrina é um conjunto de princípios que,

tendo como base as Sagradas Escrituras, orienta o nosso

relacionamento com Deus, com a Igreja e com os nossos

semelhantes. Ela pode ser definida, ainda, como ensino da Bíblia.

Este, contudo, tem de ser persistente, sistemático e ordenado,


induzindo os santos a se inteirarem de todo o conselho de Deus (At

20.27).

2. Objetivos. O principal objetivo da doutrina bíblica é

aprofundar o nosso conhecimento de Deus (Os 6.3). Se não o

conhecermos experimental e redentivamente, como haveremos de

colocar-nos a seu serviço? (1 Sm 3.7). O Israel do Antigo Testamento

caiu na apostasia por não conhecer a Jeová. Através de Oséias,

lamenta o amoroso Senhor: “O meu povo foi destruído, porque lhe

faltou o conhecimento” (Os 4.6).

De igual modo, visa a doutrina bíblica à perfeição moral e

espiritual do ser humano. Escrevendo ao jovem pastor Timóteo, o

apóstolo Paulo é mais do que claro; é incisivo: “Para que o homem

de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa

obra” (2 Tm 3.17). Ideal inatingível? Se contarmos apenas com as

nossas próprias forças, jamais atingiremos semelhante padrão. No

entanto, se nos entregarmos à graça de Nosso Senhor, nossa vereda


refulgirá de tal forma que viremos a resplandecer como os astros no

firmamento (Pv 4.18; Dn 12.3).

3. Doutrina e costumes. Doutrina não são costumes. Todos já

ouvimos essa frase. No entanto, a boa doutrina, quando

corretamente interpretada, gera costumes bons e sadios.

Conseqüentemente, um povo que ignora as verdades bíblicas com

facilidade assimilará os costumes do Egito e de Canaã (Lv 18.3). Foi

o que ocorreu com os israelitas: durante a peregrinação no deserto,


imitaram os egípcios; na Terra Prometida, os cananeus. Eis porque

somos instados a não amar o mundo (1 Jo 2.15).

Por conseguinte, quanto mais doutrinados forem os crentes,

mais os seus costumes conformar-se-ão à Palavra de Deus. Al Martin

é positivo: “A finalidade para a qual Deus instrui a mente é para que

Ele possa transformar a vida”. No Salmo 119, pergunta Davi: “Como

purificará o jovem o seu caminho?”. Responde o salmista:

“Observando-o conforme a tua palavra” (Sl 119.9).

Não podemos, portanto, dissociar os bons costumes da doutrina.

Como aqueles dependem desta, logo: a boa doutrina gera,

necessariamente, os bons costumes.

II. A NECESSIDADE DA DOUTRINA

Há cristãos que, menosprezando a doutrina bíblica, alegam: “O

importante não é a teoria; e, sim: a prática”. Entretanto, quem disse

que a doutrina bíblica é meramente teórica? Ela é a vontade de Deus.

E, como tal, deve ser posta em prática. Aos filhos de Israel, ordena o

Senhor: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu

coração; e as intimarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua

casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.

Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por testeiras entre

os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas

portas” (Dt 6.6-9).

Vejamos por que a doutrina bíblica é necessária.


1. A doutrina bíblica proporciona-nos a salvação em

Cristo. Paulo instrui ao seu jovem filho na fé: “Tem cuidado de ti

mesmo e da doutrina: persevera nestas coisas; porque, fazendo isto,

te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4.16).

2. A doutrina bíblica santifica-nos. Em sua oração

sacerdotal, refere-se o Cristo ao poder santificador da Palavra de

Deus: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não

são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os

tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como

eu do mundo não sou. Santifica-os na verdade: a tua palavra é a

verdade” (Jo 17.14-17).

3. A doutrina bíblica torna-nos sábios. Timóteo, instruído

por sua mãe, Eunice, e por sua avó, Lóide, veio a tornar-se um dos

maiores obreiros do Novo Testamento. Jovem ainda, veio ele a ser

considerado um sábio, conforme lhe escreve Paulo: “E que desde a

tua meninice sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para
a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Tm 3.15).

Enfim, é a doutrina bíblica imprescindível para o nosso

crescimento na vida cristã. Sua necessidade pode ser constatada

tanto coletiva quanto individualmente. William S. Plumer analisa a

eficácia da doutrina bíblica na vida cristã: “Doutrinas fracas não são

páreo para tentações fortes”.

III. A DOUTRINA BÍBLICA E O SERVIÇO CRISTÃO

 
Infelizmente, há obreiros que, no ímpeto de evangelizar, não se

aplicam a aprender a doutrina bíblica. Acham que o ensino

sistemático das Sagradas Escrituras é perda de tempo. Deveriam eles

atentar a esta recomendação de Charles Spurgeon: “Os homens, para

serem verdadeiramente ganhos, precisam ser ganhos pela verdade”.

Vejamos por que a doutrina bíblica é importante ao serviço cristão.

1. Na evangelização. Na divulgação do Evangelho, acha-se

implícito o ensino da doutrina bíblica, conforme podemos inferir da

Grande Comissão que nos confiou o Senhor Jesus: “Ide, portanto,

fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e

do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas

que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à

consumação do século” (Mt 28.19,20 - ARA). A evangelização

pressupõe, essencialmente, a presença da doutrina bíblica.

2. Na instrução dos santos. Paulo jamais se mostrou remisso

quanto à doutrinação da Igreja de Cristo. Em Trôade, ministrou aos


irmãos até altas horas: “No primeiro dia da semana, estando nós

reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem

no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-

noite” (At 20.7,8 - ARA). Nem o incidente com o jovem Êutico lhe

arrefeceu o ardor doutrinário: “Subindo de novo, partiu o pão, e

comeu, e ainda lhes falou largamente até ao romper da alva” (At

20.11 - ARA).

3. Na defesa da santíssima fé. Somente poderemos defender

a santíssima fé se nos dedicarmos com afinco ao estudo da doutrina


bíblica: “Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e

estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a

qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe

3.15).

Está você preparado para defender a sua fé e a apresentar as

razões da esperança que temos em Cristo?

CONCLUSÃO

Enfatizando a importância das doutrinas bíblicas, afirmou

Joseph Irons: “Abracemos toda a verdade ou renunciemos

totalmente ao cristianismo”. O que isto significa? Não podemos

acreditar em algumas doutrinas, e desacreditar em outras.

Haveremos de receber toda a verdade conforme no-la confiou o

Senhor em sua Palavra: integralmente. Sem doutrina, a vida

espiritual é impossível.

 
VOCABULÁRIO

Especulação: Ato ou efeito de especular; investigação teórica;

exploração.

Cristocêntrico: Centralizado em Cristo.

Implícito: Que está envolvido, mas não de modo claro.

Incisivo: Decisivo, pronto, direto, sem rodeios.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

OLIVEIRA, R. As grandes doutrinas da Bíblia. RJ: CPAD,

2003.

BENTHO, E. Hermenêutica fácil e descomplicada. RJ: CPAD,

2003.

 
EXERCÍCIOS

1. O que é doutrina?

R. É um conjunto de princípios que, tendo como base as Sagradas

Escrituras, orienta o nosso relacionamento com Deus, com a Igreja

e com os nossos semelhantes.

2. Qual o principal objetivo da doutrina bíblica?

R. Aprofundar nosso conhecimento de Deus (Os 6.3).

3. Por que não podem existir bons costumes sem boa doutrina?

R. Porque a boa doutrina traz, necessariamente, os bons costumes.

4. Por que a doutrina bíblica é necessária?

R. É necessária em função de proporcionar a salvação, santificar e

tornar o crente sábio em Cristo.

 
5. Por que a doutrina bíblica é importante no serviço cristão?

R. Porque fundamenta o serviço cristão.

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“A Doutrina Bíblica.

1. Advertência bíblica. A Bíblia dá grande enfoque à doutrina

como a substância da fé, e dela provém o material para o seu

conteúdo. Ela é enfática em sua condenação contra o que é falso.

Adverte contra a ‘doutrina dos homens’ (Cl 2.2); contra a ‘doutrina

dos fariseus’ (Mt 16.12); contra ‘os ensinos de demônios’ (1Tm 4.1);

contra aqueles que ensinam ‘doutrinas que são preceitos de homens’

(Mc 7.7); contra os que são ‘levados ao redor por todo vento de

doutrina’ (Ef 4.14).

2. A verdadeira doutrina. Entretanto, se por um lado a

Bíblia condena o que é falso, de igual modo exorta e recomenda a

verdadeira doutrina. Entre outras coisas é para estabelecer a

doutrina que ‘toda Escritura é... útil para o ensino’ (2Tm 3.16). Nas

Escrituras a doutrina é reputada como ‘boa’ (1Tm 4.6); ‘sã’ (1Tm

1.10); ‘segundo a piedade’ (1Tm 6.3); ‘de Deus’ (Tt 2.10); e de ‘Cristo’

(2Jo v.9).

3. Necessidade da doutrina. Em face do perigo espiritual

que ronda o rebanho do Senhor na terra, hoje em dia, é mister não


apenas doutrinar nossas igrejas; convém fazê-lo usando todo o

potencial das Escrituras. A ausência do ensino de doutrinas

específicas, têm feito as nossas igrejas espiritualmente pobres e as

deixado à mercê dos falsos mestres que infestam o mundo hoje”.

(OLIVEIRA, R. As grandes doutrinas da Bíblia. 7.ed., RJ:

CPAD, 2003, pp.9,10).

 
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos

 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 2: Deus, O Ser Supremo por excelência
Data: 8 de Outubro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

“Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt

6.4).

 
VERDADE PRÁTICA
 

Criador dos céus, da terra e do ser humano, o Senhor Deus é o Ser

Supremo por excelência.

 
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Jo 3.33

Deus é verdadeiro

Terça - Jo 4.24

Deus é Espírito

Quarta - 1 Jo 1.5

Deus é luz

Quinta - 1 Jo 4.8

Deus é amor

 
 

Sexta - Dt 32.4

Deus é a verdade

Sábado - 2 Co 9.8

Deus é poderoso

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 33.1-12.

1 - Regozijai-vos no SENHOR, vós, justos, pois aos retos convém o

louvor.

2 - Louvai ao SENHOR com harpa, cantai a ele com saltério de dez

cordas.

3 - Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.

4 - Porque a palavra do SENHOR é reta, e todas as suas obras são

fiéis.

5 - Ele ama a justiça e o juízo; a terra está cheia da bondade do

SENHOR.

6 - Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus; e todo o exército

deles, pelo espírito da sua boca.


7 - Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe os abismos

em tesouros.

8 - Tema toda a terra ao SENHOR; temam-no todos os moradores

do mundo.

9 - Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu.

10 - O SENHOR desfaz o conselho das nações; quebranta os

intentos dos povos.

11 - O conselho do SENHOR permanece para sempre; os intentos

do seu coração, de geração em geração.

12 - Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo

que ele escolheu para a sua herança.

 
PONTO DE CONTATO

Caro professor, é um privilégio singular estudarmos as


doutrinas principais da Bíblia. No entanto, é conveniente que o

mestre não abuse do “teologismo”, ou seja, da linguagem e dos

princípios teológicos. O principal propósito do ensino da Teologia

na Escola Dominical, não é a exibição da capacidade intelectual do

educador, mas o maravilhoso encontro do educando com Cristo,

“em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da

ciência” (Cl 2.2,3). Assim sendo, o professor não é um mero

detentor do conhecimento, mas um agente, que tanto ouve quanto

fala a Palavra de Deus aos seus alunos, a fim de conduzi-los à

verdade eterna.
 
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


 Distinguir, dentre os atributos divinos, os morais dos
naturais.
 Classificar os atributos transcendentes de Deus.
 Explicar a necessidade da revelação de Deus na
Escritura.

 
SÍNTESE TEXTUAL

As Escrituras Sagradas afirmam que a natureza essencial de

Deus não pode ser plenamente conhecida pela criatura (Êx 33.20; Jó

11.7; Is 40.28; Jo 1.18; 1 Tm 6.16; 1 Jo 3.2). No entanto, Deus se

auto-revelou por meio da criação — Revelação Geral (Sl 8; 19; 148;

Rm 1.19-21; 2.25,16); através do Verbo Encarnado (Jo 1.1, 14, 17, 18;

14.8,9; Hb 1.1-3) e pelas Escrituras — Revelação Especial (2 Tm 3.16;

Sl 119.33-40).

A natureza e o caráter de Deus foram manifestados através dos

seus nomes e atributos. Os nomes de Deus revelam a sua natureza

singular, enquanto os seus atributos, o seu caráter santíssimo (Gn

22.14; Êx 15.26; Sl 139).

Quanto à natureza de Deus, a Bíblia afirma que o Senhor é

“Espírito” (Jo 4.24; 2 Co 3.17; Is 31.1).


Sendo Deus espírito, dotado de todos os atributos pessoais, a

Bíblia afirma que Ele: não é homem (Nm 23.19; Os 11.7; Ml 3.6; Dt

4.1); não possui “carne e ossos” (Lc 24.39; Nm 23.19; Os 11.9; Jo

5.37); e, que sua sublime glória é inacessível e insondável (1 Tm

6.16; Cl 1.15; Jo 1.18; 1 Jo 3.2). No entanto, podemos: conhecê-lo (Os

6.3); amá-lo (Lc 10.27); adorá-lo e servi-lo (Mt 4.10; Jo 4.24).

 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Caro professor, na cultura hebraica, o nome revelava o caráter de

quem o possuía, isto é, sua natureza íntima (1 Sm 25.25; Gn 25.26;

32.28; 35.10). Da mesma forma, os nomes de Deus encontrados nas

Escrituras, confirmam seus atributos e sua natureza gloriosa.

Portanto, para esta lição, elabore uma “Tabela Demonstrativa dos

Nomes Divinos”. Esse recurso possibilitará ao educando uma

apreciação do caráter e da natureza de Deus mediante o estudo de


seus nomes. Ao apresentar os nomes divinos, não se esqueça de

explicá-los de acordo com o contexto histórico, e de aplicá-los ao

cotidiano dos alunos. Reproduza a tabela abaixo de acordo com os

recursos disponíveis.

 
 
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave

Atributo: Os nomes de Deus indicam a sua natureza; os atributos,

o seu caráter.

Inimigo irreconciliável da religião, Voltaire surpreende-nos com

esta afirmação: “Se Deus não existisse, seria necessário inventá-lo”.

O pensador francês buscou enfatizar, com o seu estilo nada

reverente, que Deus é absolutamente necessário; sem Ele nada seria

possível. Infelizmente, não são poucos os que, do alto de sua tolice,

professam não acreditar na realidade do Todo-Poderoso.


Nesta lição, mostraremos ser a existência de Deus algo não

somente provado como inerente à alma humana. Nosso objetivo não

é analisar a Deus; é registrar o que a Bíblia declara acerca de sua

natureza e atributos. Aliás, quem jamais poderia analisar um ser

infinito, eterno e que existe por si mesmo? Por isso, todas as

afirmações que fizermos concernentes a Deus terão como base não a

vã filosofia; e, sim, a Bíblia Sagrada.

I. QUEM É DEUS

No Salmo 33, que nos serve de leitura bíblica em classe, o

escritor sagrado discorre de um modo maravilhoso sobre os

atributos e as obras de Deus. Utilizando-se de uma poesia

elevadíssima, sintetiza um conhecimento essencial sobre o Todo-

Poderoso; um conhecimento, aliás, que nos obrigaria a despender

milhares de páginas. No entanto, o autor sagrado declara, em poucas

sentenças, o que Deus é, o que Ele fez e o que continua a fazer.

1. Definição linguística. A palavra Deus é a tradução do

vocábulo hebraico ’ĕlōhim ; no grego, temos a

palavra theos . ’Ĕlōhim é um substantivo plural que, tendo em vista

determinados contextos, encerra este princípio: a existência da

Santíssima Trindade.

2. Definição teológica. Em nosso Dicionário Teológico,

damos a seguinte definição de Deus: “Ser Supremo, absoluto e

infinito por excelência; criador dos céus e da terra (Gn 1.1); eterno e
imutável (Is 26.4); onipotente, onisciente e onipresente (Jó 42.2; Sl

139). Deus é espírito (Jo 4.24). Ser incriado, é a razão primeira de

tudo quanto existe”.

II. A EXISTÊNCIA DE DEUS

Alguém declarou que Deus é a melhor prova de si mesmo. Como

referendar a existência de Deus se esta acha-se patente em todas as

coisas? Ler Rm 1.19-21. Quando os santos escritores, inspirados pelo

Espírito Santo, puseram-se a registrar a revelação divina, nenhuma

preocupação tiveram eles em provar a existência de Deus. Pois o

Todo-Poderoso fazia parte de seu cotidiano; era inconcebível viver

sem Ele ou à parte dEle. Leia com atenção o Salmo 26.

Os que se dizem ateus, quer teóricos quer práticos, não passam

de tolos conforme canta o salmista: “Disseram os néscios no seu

coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis

em suas obras, não há ninguém que faça o bem” (Sl 14.1).

III. A REVELAÇÃO ESPECIAL DE DEUS

C. S. Lewis ao tratar da revelação especial de Deus, afirmou:

“Deus nunca se faz de filósofo diante de uma lavadeira”. O que o

escritor inglês busca enfatizar nessa frase tão profundamente

simples? Deus deseja revelar-se ao ser humano, pois ama-o com um

amor eterno. Amando-nos como nos ama, utiliza-se Ele de uma


linguagem que todos podemos entender (Hb 1.1-3). Não me refiro

apenas à natureza, à consciência ou à complexidade de nosso corpo

que, de forma bem patente, revelam-nos a sua existência; refiro-me

também às Sagradas Escrituras. Por isso, tanto o filósofo quanto à

lavadeira, que se arrependem de seus pecados e lêem a Bíblia,

sentem que Deus lhes fala clara, profunda e redentivamente.

Vejamos, pois, o que é a revelação divina.

1. Definição lingüística. A palavra revelação provém do

latim revelatione e significa: revelar, tirar o véu, descobrir (2Co

3.16).

2. Definição teológica. Ação divina que comunica aos homens

os desígnios de Deus e as verdades que estes envolvem (1Co 2.10). A

Bíblia é assim considerada por conter a revelação definitiva e

acabada de Deus acerca de seus planos em relação à humanidade. É

através dela que passamos a conhecer redentivamente a Deus (2Tm

3.15-17).

IV. NATUREZA ESSENCIAL DE DEUS

A natureza essencial de Deus é um assunto demasiadamente

complexo (Sl 139.6). Deparando-se com tal dificuldade, confessa

Tomás de Aquino: “O máximo que conhecemos de Deus é nada em

relação ao que Ele é”. Vejamos, porém, o que é possível saber acerca

de sua natureza essencial. Entre os seus atributos naturais ou


transcedentais, podemos mencionar: asseidade, espiritualidade,

imensidade, imutabilidade e eternidade.

1. Asseidade. Atributo natural, absoluto e incomunicável de

Deus, segundo o qual Ele existe por si mesmo. Ele não depende de

nenhum outro ser para existir ou para continuar existindo; Ele tem

vida em si mesmo (Jo 5.26).

2. Espiritualidade. Deus é espírito, afirmou o Senhor Jesus à

mulher samaritana (Jo 4.24). Nesta definição essencial de Deus,

aprendemos algo muito importante: Deus é um espírito puro e

simples. Ele é o que é. Sendo espírito, transcende o mundo material;

com este, porém, mantém um relacionamento redentivo (Jo 5.37).

3. Imensidade. Atributo exclusivo de Deus, que o faz

transcender a todos os limites quer do mundo físico, quer do

espiritual, ou do celestial (Is 57.15).

4. Imutabilidade. Qualidade exclusiva do Supremo Ser, que o

torna imune às mudanças quer de natureza qualitativa, quer de


natureza moral; sua bondade é infinita (Tg 1.17). Há uma íntima

relação entre a sua bondade e imutabilidade. Quando Jesus afirmou

que Deus é bom, quis deixar bem claro que Ele não pode ser melhor

do que é (Mc 10.18).

5. Eternidade. Como o Ser Eterno por excelência, Deus sempre

existiu e sempre haverá de existir; não teve início nem terá fim (Sl

90.2).

V. ATRIBUTOS IMANENTES E MORAIS DE DEUS


 

No tópico anterior, estudamos os atributos naturais ou

transcendentes de Deus. A seguir, veremos as qualidades através das

quais entra Ele em contato com o mundo criado: os atributos

imanentes e os atributos morais do Supremo Ser.

1. Atributos imanentes de Deus. Onipotência, onipresença e

onisciência (Jó 42.2; Sl 139; 44.21). Isto significa que Deus pode

todas as coisas, encontra-se em todos os lugares ao mesmo tempo e

de tudo tem ciência. Que Deus pode todas as coisas, não há dúvidas;

mas nada fará que contrarie a sua natureza justa e santa.

2. Atributos morais de Deus. Os atributos morais de Deus

podem e devem ser possuídos por todos os seus servos: Santidade,

justiça, misericórdia, sabedoria e amor.

Deus é santo e exige que todos os seus servos também o sejam

(Lv 19.2). Ele é justo e deseja que, de igual modo, o sejamos (1Jo

3.7). Ele é misericordioso e reivindica que assim ajamos (Cl 3.12).

Deus é sábio e conosco reparte a sua sabedoria (Tg 1.5). E se Ele

amou-nos com um amor eterno, devemos também nos amar uns aos

outros (1Jo 4.8).

CONCLUSÃO

No curto espaço de que dispomos, é-nos impossível explorar

exaustivamente um assunto tão imensurável a nós mortais: a

realidade do Supremo Ser. Acredito, porém, que todos já nos


conscientiza-mos da grandeza e da infinitude de Deus. Sendo Ele,

porém, o que é, não nos despreza: revelou-nos o seu grande amor,

enviando o seu Filho Jesus Cristo para morrer em nosso lugar. E,

assim, passamos a conhecê-lo redentivamente. Não é possível

conhecer completamente a Deus; entretanto, é possível conhecê-lo

verdadeiramente (Jó 42.5).

 
VOCABULÁRIO

Imanente: Característica divina mediante a qual Deus torna-se

conhecido pelo homem mediante os atributos morais.

Transcendente: Característica divina mediante a qual o ser de

Deus não é comunicável às suas criaturas morais.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva

pentecostal. RJ: CPAD, 1996.

 
EXERCÍCIOS

1. Como podemos definir a Deus?

R. Ser Supremo, absoluto e infinito por excelência; criador dos

céus e da terra (Gn 1.1); eterno e imutável (Is 26.4).

 
2. Qual o significado teológico da revelação de Deus?

R. Ação divina que comunica aos homens os desígnios de Deus.

3. Quais são os atributos naturais de Deus?

R. Asseidade, espiritualidade, imensidade, imutabilidade e

eternidade.

4. Quais são os atributos imanentes de Deus?

R. Onipotência, onipresença e onisciência.

5. Quais são os atributos morais de Deus?

R. Santidade, justiça, misericórdia, sabedoria e amor.

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“As Obras de Deus.

Outro aspecto da doutrina de Deus que requer a nossa atenção é

o das suas obras. Este aspecto pode ser dividido em: 1) seus

decretos; 2) sua providência e 3) conservação.

1. Decretos. Os decretos divinos são o seu plano eterno que, em

virtude de suas características, faz parte de um só plano, que é

imutável e eterno (Ef 3.11; Tg 1.17). São independentes e não podem


ser condicionados de nenhuma maneira (Sl 135.6). Têm a ver com as

ações de Deus, e não com a sua natureza (Rm 3.26). Dentro desses

decretos, há as ações praticadas por Deus, pelas quais tem Ele

responsabilidade soberana; e também as ações das quais Ele,

embora permitam que aconteçam, não é responsável. Baseado nessa

distinção, torna-se possível concluir que Deus nem é autor do mal

(embora seja o criador de todas as criaturas subalternas), nem é a

causa derradeira do pecado.

2. Conservação e Providência. Deus está sustentando

ativamente o mundo que criou. Na conservação, Ele sustenta a

criação através de leis estabelecidas (At 17.25). Na providência, Ele

controla todas as coisas existentes no Universo, com o propósito de

levar a efeito seu plano sábio e amoroso, de forma que não venha a

interferir na liberdade de suas criaturas (Gn 20.6; 50.20; Jó 1.12;

Rm 1.24)”.

(JOYNER, R. O Deus único e verdadeiro. In HORTON, S.

M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ:

CPAD, 1996).

 
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos

 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 3: Jesus Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus
Data: 15 de Outubro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

“Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi,

ressuscitou dos mortos, segundo o meu evangelho” (2 Tm 2.8).

 
VERDADE PRÁTICA

Verdadeiro homem e verdadeiro Deus, Jesus Cristo morreu para

redimir-nos do pecado, ressuscitando gloriosamente como Senhor

dos senhores e Rei dos reis.

 
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Jo 1.14

A encarnação de Cristo

Terça - Mt 1.23

A concepção virginal de Cristo


 

Quarta - Mt 4.1-10

A tentação de Cristo

Quinta - Mt 4.23

O ministério de Cristo

Sexta - Lc 23.26-48

A paixão de Cristo

Sábado - Jo 20.1-10

A ressurreição de Cristo

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 1.1-5,9-14.

 
1 - No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo

era Deus.

2 - Ele estava no princípio com Deus.

3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi

feito se fez.

4 - Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens;

5 - e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a

compreenderam.

9 - Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem

ao mundo,

10 - estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o

conheceu.

11 - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

12 - Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem

feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome,

13 - os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne,

nem da vontade do varão, mas de Deus.

14 - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua

glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de

verdade.

 
PONTO DE CONTATO

 
Professor, a Cristologia é uma das doutrinas fundamentais da

Bíblia e da Teologia Cristã. A Doutrina de Cristo é o eixo pelo qual

circulam as promessas messiânicas do Antigo Testamento, e seu

cumprimento no Novo. Nesta lição, estudaremos temas que

constituem profundos mistérios da fé cristã, tais como, a

encarnação do Verbo de Deus e suas duas naturezas, divina e

humana.

Esses dois assuntos foram motivos de muitos debates em

diversos concílios da igreja cristã, entre os quais, o de Éfeso, em

431, e o de Calcedônia, em 451. Foi justamente em razão desses e de

outras controvérsias, que muitos hereges foram exilados, e a

ortodoxia cristã manteve essas doutrinas de acordo com as

Sagradas Escrituras.

 
OBJETIVOS

 
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
 Distinguir a concepção virginal, do nascimento virginal
de Cristo.
 Descrever os três ofícios de Cristo.
 Defender a ressurreição corporal de Cristo.

 
SÍNTESE TEXTUAL

O termo “Cristologia” procede de duas palavras gregas,

“ Christos ”, que significa “Ungido”, “Messias”, e “ logia ”, traduzido


por “estudo”, “ciência” ou “tratado”. Cristologia é o estudo da pessoa,

natureza, obra e ofício de Cristo, segundo as Escrituras. No que diz

respeito à natureza de Cristo, esta é singular, pois ao mesmo tempo

em que Jesus Cristo é Deus, no sentido pleno e absoluto do termo,

também assumiu a natureza humana, com exceção do pecado, era

sua totalidade e perfeição. Jesus era, em sua encarnação,

plenamente Deus e completamente humano em todas as áreas de

sua vida. No entanto, duas verdades devem ser afirmadas: 1) as duas

naturezas nunca se confundem; 2) as duas naturezas não implicam

duas personalidades. As naturezas divina e humana coexistem com

suas diferenças, mantendo suas características peculiares em uma

mesma pessoa. Assim, Jesus e perfeito em divindade e perfeito em

humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 
Os nomes e títulos concedidos pelas Escrituras ao Senhor Jesus,

revelam sua natureza, ministério e ofícios. O estudo dos nomes e

títulos de Cristo e tão importante para compreendermos sua

natureza e ministério, que o conhecido teólogo franco-alemão, Oscar

Cullmann (1902-1999), ao desenvolver o tema da cristologia em o

Novo Testamento, valeu-se dos nomes e títulos de Cristo como

metodologia.

Professor, ao apresentar os nomes de Cristo, não se esqueça de

explicá-los de acordo com o contexto histórico, e de aplicá-los ao


cotidiano dos alunos. Reproduza a tabela abaixo de acordo com os

recursos disponíveis.

 
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave

Esvaziamento: Do grego ekenōsen, “esvaziar”. Doutrina que

trata da auto-renúncia de Jesus ao assumir a natureza humana,

porém, sem deixar de ser Deus.

Discorrendo sobre a dupla natureza de Nosso Senhor, escreveu

admiravelmente J. Blanchard: “Quando Jesus desceu à terra não

deixou de ser Deus; quando voltou ao céu não deixou de ser

homem”.
Se não crermos em Jesus como verdadeiro homem e verdadeiro

Deus, como haveremos de recebê-lo como o Nosso Suficiente

Salvador? Ver 2 Tm 2.8; Jo 1.14; Fp 2.7,8.

Nesta lição, entraremos a estudar a Cristologia: o estudo

ordenado e sistemático de Cristo Jesus na Bíblia. Principiando com

as profecias do Antigo Testamento, vai a nossa abordagem até ao

triunfo final do Nazareno. Como não poderemos apresentar uma

cristologia exaustiva, buscaremos expor essa doce e maravilhosa

doutrina em sua essência.

I. A ENCARNAÇÃO DO VERBO DE DEUS

A encarnação do Verbo de Deus não é um mero conceito

teológico; é um dos maiores mistérios das Sagradas Escrituras, sem

a qual seria impossível a nossa redenção.

1. O Verbo de Deus. Abrindo o seu evangelho, escreve João: “E

o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a

glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).

Deixa o evangelista bem patente que o Filho de Deus, que se

encontrava no seio do Pai, foi concebido pelo Espírito Santo para

habitar entre nós (Sl 2.7; Is 7.14; Jo 1.18;3.16). Por que João

denomina-o Verbo de Deus? Sendo Cristo o executivo do Pai, todas

as coisas vieram à existência por intermédio dEle; sem Ele, nada do

que é, existiria.
2. O esvaziamento de Cristo. Em sua encarnação, o Cristo

tornou-se em tudo semelhante a nós, exceto quanto à natureza

pecaminosa e ao pecado (Fp 2.7,8 - ARA).

Em que consistiu o auto-esvaziamento de Cristo? Certamente

não esvaziara-se Ele de sua divindade; porquanto, em todo o seu

ministério terreno, manteve-a incólume. Aliás, foi Ele, em seu estado

de humilhação, reconhecido como Deus (Jo 1.49; 20.28).

Consideremos, ainda, a sua oração sacerdotal no Getsêmane. Ele não

reivindica ao Pai a sua divindade, porquanto esta lhe é um atributo

intrínseco; reivindica, sim, aquela imarcescível e eterna glória (Jo

17.5).

3. A concepção virginal do Filho de Deus. Na concepção do

Verbo de Deus, não houve o que se convencionou chamar de

nascimento virginal; o que realmente se deu foi o mistério da

concepção virginal, conforme profetizou Isaías: “Eis que uma virgem

conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is


7.14; Mt 1.25-24; Lc 1.35). Seu nascimento ocorreu em Belém

conforme o registro de Lc 2.3-12.

Maria, como as demais mulheres, sentiu as dores de parto ao dar

à luz a Cristo; e, Jesus, à nossa semelhança, deixou o ventre

materno, natural e não sobrenaturalmente, ao nascer em Belém de

Judá. Portanto, se o seu nascimento foi natural, a sua concepção,

frisamos, foi um ato miraculoso operado pelo Espírito Santo,

conforme registra Lucas 1.30-35.

 
II. OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO

Escreveu Robert Murray M. Cheyne: “Se eu pudesse ouvir Cristo

intercedendo por mim no quarto ao lado, não temeria um milhão de

inimigos. No entanto, a distância não faz diferença: ele está

intercedendo por mim!”. Além de ser o nosso sacerdote é o Senhor

Jesus o esperado profeta e o Rei dos reis. Somente Ele teve

condições de exercer, concomitantemente, os três ofícios sagrados

do Antigo Testamento.

1. O Profeta que havia de vir. Como profeta, Jesus não se

limitou a revelar o futuro. Ele ensinou, repreendeu os soberbos e

realizou sinais e maravilhas, levando a todos a uma singular

admiração (Lc 7.16). Leia Deuteronômio 18.15.

2. O Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Os

sumos sacerdotes, segundo a ordem de Arão, quando morriam, eram

substituídos por seus filhos. O Senhor Jesus, contudo, porquanto

eterno e Pai da eternidade, tem um sacerdócio eterno (Sl 110.4; Hb

5.6; 7.21). Morrendo em nosso lugar e por nós, vencendo a morte

pela ressurreição, intercede ininterruptamente pelos que o recebem

como Salvador, garantindo-nos, assim, eterna salvação (Hb 5.9). O

que dizer da oração sacerdotal de Cristo? (Jo 17). Sumo sacerdote,

segundo a ordem de Melquisedeque, foi o Senhor Jesus, no sacrifício

vicário do Gólgota, o oficiante e a vítima ao oferecer-se, de uma vez

por todas, para resgatar-nos de nossos pecados (Hb 7.26-28).


3. O Rei dos reis. Após a sua ressurreição, e já prestes a subir

ao Pai, afirmou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt

28.18). Naquele momento, assumia Jesus o governo não somente do

mundo, como de Israel e da Igreja. Ele é o soberano dos reis da terra

(Ap 1.5). É o rei de Israel e cabeça da Igreja (Jo 1.49; Cl 1.18). Como

herdeiro do trono de Davi, assumirá o governo do mundo durante o

Milênio, levando as nações remanescentes à plena obediência (Is

11.1-10; Ap 19.16).

III. A MORTE VICÁRIA E A RESSURREIÇÃO DE

CRISTO

De forma enfática asseverou Thomas Brooks: “O sangue de

Cristo é a chave do céu”. Afinal, o que seria o Evangelho sem a morte

de Nosso Senhor? Nem Evangelho haveria; ela é a garantia de nossa

vida eterna.

1. A morte vicária de Cristo. Jesus não morreu na cruz como

se fora um mártir; Ele morreu vicariamente como o único e

suficiente Salvador da humanidade, a fim de garantir-nos a salvação:

“Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que

Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co

15.3). A morte de Cristo é assim descrita pelo evangelista: “E,

clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o

meu espírito. E, havendo dito isso, expirou” (Lc 23.46). Quem,

assim, atesta a morte de Nosso Senhor é o evangelista Lucas, o


médico amado. Jesus, portanto, não sofreu um desmaio como

salientam os inimigos da fé; Ele, de fato, morreu e foi sepultado.

2. A ressurreição de Jesus. A ressurreição de Cristo é a

principal doutrina do Novo Testamento. Ao expor o seu fato e

historicidade, afirmou Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã

a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1Co 15.14). Diante do

exposto pelo apóstolo, ousamos afirmar: A ressurreição de Jesus foi

completa e não meramente espiritual. Sua ressurreição física pode

ser amplamente demonstrada (Jo 20.24-28).

Em 1 Coríntios 15, conhecido como o grande capítulo da

ressurreição, afiança Paulo que o Senhor ressurreto, além de ser

visto pelos 12 e por mais alguns discípulos, foi contemplado por mais

de quinhentos irmãos. E o testemunho dos guardas romanos? E a

comprovação dos próprios inimigos do Senhor que, contrariados,

viram-se constrangidos a admitir o fato da ressurreição se bem que,

em seguida, urdiram a grande mentira? (Mt 28.11-15).

CONCLUSÃO

Soube o apóstolo Paulo sintetizar, de maneira singular a vida de

Nosso Senhor em 1 Tm 3.16. “E, sem dúvida alguma, grande é o

mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne foi

justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no

mundo e recebido acima, na glória”.


Esse é o Cristo que pregamos. Verdadeiro homem e verdadeiro

Deus. Somente nEle e através dEle pode o ser humano obter a vida

eterna. Sem Cristo, ninguém chegará a Deus. Amém.

 
VOCABULÁRIO

Concepção: O ato ou efeito de conceber ou de gerar (no útero);

geração.

Concomitante: Que se manifesta simultaneamente com outro.

Imarcescível: Que não murcha; incorruptível, inalterável.

Incólume: Livre de perigo; intacto, ileso; conservado.

Intrínseco: Que está dentro de uma coisa ou pessoa e lhe é

próprio; interior, íntimo.

Urdir: Enredar, tramar, maquinar; imaginar, fantasiar.

Vicário: Aquele que se põe no lugar de outrem.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2005.

COHEN, A. C. A vida terrena de Jesus. RJ: CPAD, 2000.

 
EXERCÍCIOS

1. O que significa Cristologia?

R. Estudo ordenado e sistemático de Cristo Jesus.


 

2. O que é a encarnação de Cristo?

R. É um dos maiores mistérios das Sagradas Escrituras, sem o

qual seria impossível a nossa redenção.

3. O que significa o esvaziamento de Cristo?

R. Que Jesus tornou-se semelhante a nós, exceto quanto á natureza

pecaminosa e ao pecado, sem contudo, deixar de ser Deus.

4. Quais os três ofícios de Cristo?

R. Profeta, Sacerdote e Rei.

5. Quais as provas da ressurreição de Cristo?

R. O testemunho dos doze discípulos, dos guardas romanos, e dos

quinhentos irmãos (1 Co 15.3-9).

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“Jesus uniu na sua pessoa as duas naturezas perfeitas.

1. Jesus teve, no seu nascimento, duas naturezas

distintas. Pela concepção sobrenatural de Maria, Jesus herdou do

seu Pai, pela operação do Espírito Santo (Lc 1.35), a natureza divina
com todas as suas características. De Maria ele recebeu a natureza

humana. As suas naturezas divina e humana se uniram na

constituição de sua pessoa de modo perfeito. As duas naturezas não

se misturam, isto é, Jesus não ficou com a sua divindade

‘humanizada’ ou com a sua natureza humana ‘divinizada’. Quando

Jesus se fez homem, continuou sendo Deus verdadeiro, mesmo

estando sob a forma de homem verdadeiro. As duas naturezas

operavam simultâneas e separadamente na sua pessoa. Jamais

houve conflito entre as duas naturezas, porque Jesus, como homem,

seja nas suas determinações ou autoconsciência, sempre conforme a

direção do Espírito Santo, sujeitava-se à vontade de Deus, de acordo

com a sua natureza divina (Jo 4.34; 5.30; 6.38; Sl 40.8; Mt 26.39).

Assim, Jesus possuía duas naturezas em uma só personalidade, as

quais operavam de modo harmonioso e perfeito, em uma união

indissolúvel e eterna.

2. Ouro e madeira dois símbolos de Cristo. Essa realidade


tem um símbolo maravilhoso na arca do tabernáculo. A arca era feita

de madeira de cetim, coberta de ouro (Êx 25.10-22). A tampa da

arca, chamada de propiciatório, era o lugar onde o sangue da

expiação era aspergido. A arca é um símbolo de Jesus como ‘o nosso

Mediador’, que revestido de glória está no santuário do céu, onde

entrou com o sangue da expiação (Hb 9.5-7,11,12,24). Assim como a

madeira da arca (símbolo da humanidade de Cristo) não se

misturava com o ouro (símbolo da divindade de Cristo), assim


também as duas naturezas de Jesus permaneciam juntas, formando

a nossa arca perfeita. Glória a Jesus!

3. As duas naturezas operavam lado a lado na vida de

Jesus. Essa operação prova sempre que Ele era homem verdadeiro

e também Deus verdadeiro. Vejamos aqui alguns exemplos:

a) Jesus nasceu em toda a humildade (Lc 1.12; 2 Co 8.9, natureza

humana), mas o seu nascimento foi honrado por uma multidão de

anjos, que o exaltaram como Messias (Lc 2.9-14; natureza divina).

b) Jesus foi batizado como outros seres humanos, sujeitando-se à

justiça divina (Mt 3.15, natureza humana), porém Deus falou

naquela ocasião: ‘Este é o meu Filho’ (Mt 3.17, natureza divina).

c) Jesus foi tentado, como todos os demais homens (Lc 4.1-13;

Hb 4.15, natureza humana), mas, tendo Ele vencido, os anjos o

serviram (Mt 4.11, natureza divina).

d) Jesus dormiu de cansaço no barco, apesar da grande

tempestade (Mt 8.24, natureza humana), mas depois levantou-se e


repreendeu o vento e as ondas (Mt 8.26, natureza divina). Se Ele

tivesse sido só Deus, jamais ficaria cansado (Sl 121.4,5).

e) Jesus, cansado de andar, assentou-se junto à fonte para

descansar (Jo 4.6, natureza humana), porém ali Ele descobriu a

situação espiritual da mulher, e lhe revelou o caminho da salvação

(Jo 4.7-29, natureza divina).

f) Diante da morte do seu amigo Lázaro, Jesus chorou (Jo 11.33-

35, natureza humana), mas ali orou ao seu Pai, e mandou Lázaro sair

da sepultura (Jo 11.32-43, natureza divina).


g) No jardim Jesus foi preso por homens ímpios (Jo 18.1-3,12,13,

natureza humana). Porém, quando Ele disse: ‘Sou eu’, todos os

soldados caíram por terra (Jo 18.6, natureza divina), e curou a

orelha do servo do sumo sacerdote, que Pedro havia cortado (Lc

22.51, natureza divina).

4. Jesus, às vezes, deixou voluntariamente de fazer uso

das virtudes da natureza divina. Para fazer a vontade de seu

Pai e cumprir as Escrituras (Mt 26.54), Jesus se sujeitou à limitação

humana, que havia aceitado. Por exemplo, não quis chamar 12

legiões de anjos para o livrar (Mt 26.53)”.

(BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed. RJ: CPAD, 2005,

pp.57-59).

 
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos

 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 4: Espírito Santo, nosso Divino Consolador
Data: 22 de Outubro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

“Mas aquele Consolador, Espírito Santo, que o Pai enviará em meu

nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo

quanto vos tenho dito” (Jo 14.26).

 
VERDADE PRÁTICA

O Espírito Santo não é uma força impessoal. É a Terceira Pessoa da

Santíssima Trindade; sua divindade não pode ser, sob hipótese

alguma, contestada.

 
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Sl 51.11

O Espírito Santo habita no crente.

Terça - Is 63.10

O Espírito Santo pode ser contristado.

Quarta - At 1.8
O Espírito Santo reveste os crentes para o trabalho missionário.

Quinta - Rm 5.5

O Espírito Santo derrama o amor em nosso coração.

Sexta - 1Co 2.13

O Espírito Santo nos ensina.

Sábado - 1Ts 1.6

O Espírito Santo enche-nos de alegria.

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 16.7-15.

7 - Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá,

porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for,

enviar-vo-lo-ei.
8 - E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça,

e do juízo:

9 - do pecado, porque não crêem em mim;

10 - da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais;

11 - e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.

12 - Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis

suportar agora.

13 - Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará

em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo

o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.

14 - Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo

há de anunciar.

15 - Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso, vos disse que há de

receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.

 
PONTO DE CONTATO

Professor, a palavra “teologia” não se encontra na Bíblia. O termo

era empregado pelos gregos para nomear um poeta, quando este

descrevia os deuses mitológicos da Hélade. Muito tempo depois, na

Idade Média, o vocábulo foi usado pelos mestres cristãos como

referência ao estudo da doutrina de Deus e aos ensinos sagrados da

Igreja. O teólogo era considerado um erudito, estudioso das

Sagradas Escrituras e dos principais dogmas do cristianismo. A


principal ocupação do teólogo cristão, portanto, é estudar a Bíblia

Sagrada a fim de compreender suas doutrinas fundamentais.

Ademais, o teólogo também é responsável pela comunicação da fé

cristã de forma clara e objetiva aos homens da modernidade. Como

professor da Escola Dominical, você é responsável pelo ensino das

doutrinas bíblicas da mesma forma que foram os teólogos do

passado.

 
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


 Descrever os atributos pessoais do Espírito Santo.
 Defender a divindade do Espírito Santo.
 Explicar os pecados contra o Espírito Santo.

 
SÍNTESE TEXTUAL

 
Na Teologia, a doutrina do Espírito Santo é conhecida como

“Pneumagiologia”. Este termo procede de três palavras

gregas: pneuma (espírito), hagios (santo) e logia (estudo). Porém, o

termo preferido dos estudiosos da Bíblia é aquele que procede do

texto de João 16.7: Paracletologia, ou a doutrina do Consolador. A

palavra, paráklētos , encontrada apenas no evangelho e na epístola

de João (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7; 1Jo 2.1), procede de duas palavras

gregas: pará (para o lado de), e kaléō (chamar). Literalmente

significa “alguém que é chamado para estar ao lado de outro para


ajudá-lo”. O termo é traduzido, em 1 João 2.1, por “Advogado”.

Portanto, duas atividades divinas são atribuídas ao Espírito Santo:

Consolador e Advogado. Não é sem razão que a Bíblia afirma que o

Espírito ajuda-nos em nossas fraquezas e que intercede por nós com

gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). O próprio Jesus afirmou que o

Espírito é allon , isto é, “outro da mesma natureza e espécie”, e

não heteron , “outro de espécie e natureza diferente”; tal qual

afirmou Paulo a respeito da natureza diferente do evangelho

ensinado pelos judaizantes na Galácia (Gl 1.6).

 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Professor, você sabe o que é um símbolo? O símbolo é uma

figura, objeto, número ou emblema, cuja imagem representa, de

modo sensível, uma verdade moral ou religiosa. Através do símbolo,

uma certa verdade é substituída por um sinal. Um conceito abstrato


recebe correspondência material e concreta pela relação existente

entre o conceito e o símbolo por ele representado. Em função de as

palavras não comunicarem adequadamente a natureza das

operações do Espírito Santo, muitos símbolos são usados pela Bíblia

a fim de revelar a magnitude das ministrações do Espírito. Portanto,

utilize-se da tabela abaixo para ilustrar a presente lição. Mas, tome

cuidado para não ir além do que o símbolo representa. Caso tenha

dúvida em como interpretar os símbolos, consulte a obra

Hermenêutica Fácil e Descomplicada (CPAD, 2005: p.218-236).

 
 
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

João Wesley explica porque o ministério do Espírito Santo é tão

importante na vida do crente: “Sem o Espírito de Deus não podemos

fazer nada, a não ser acrescentar pecado sobre pecado”. O


evangelista inglês buscou deixar bem claro, com essa afirmação, que

o Espírito Santo não é uma influência como dizem os hereges; é a

Terceira Pessoa da Santíssima Trindade; acha-se ativo na vida da

Igreja, consolando-nos e dirigindo-nos em todas as coisas.

Nesta lição, veremos o que a Bíblia ensina acerca de sua

personalidade, atuação e obra. Também veremos os pecados

cometidos contra Ele e o seu ministério nos dias de hoje. Tenho

certeza de que, na conclusão, todos haveremos de conscientizar-nos:

nossa preocupação concernente ao Espírito Santo não deve ser


apossar-nos dEle; e, sim, permitir que Ele se aposse de nossa alma,

de nosso coração e de nosso corpo; somos o seu templo e santuário.

I. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO

A Bíblia mostra o Espírito Santo atuando como um ser divino do

Gênesis ao Apocalipse.

1. A Pessoa do Espírito Santo. Não fosse o Espírito Santo

uma pessoa, teria a Bíblia no-lo apresentado como tal? O que é,

porém, uma pessoa? É um ser cônscio de sua existência, dotado de

autodeterminação e que possui capacidade para agir. Não obstante

essa definição ser mais apropriada ao ser humano, utilizemo-la a fim

de compreendermos a personalidade do Espírito Santo.

2. O Espírito Santo age como uma pessoa. O Espírito

Santo age e interage como uma pessoa completa e perfeita: fala (At

13.2); direciona (At 15.28); revela (At 20.23); ensina (1 Co 2.13);

testifica (Hb 10.15). Tivéssemos espaço, poderíamos citar outros

versículos e passagens da Palavra de Deus, provando que o Espírito

Santo é, de fato, uma pessoa. E contra a Palavra de Deus de nada

valem os argumentos e sofismas humanos.

II. A DIVINDADE DO ESPÍRITO

Além de ser uma pessoa completa e perfeita, é o Espírito Santo

também divino; assim no-lo apresenta a Bíblia. Não é sem razão que
o identificamos, teologicamente, como a Terceira Pessoa da

Santíssima Trindade. Conforme veremos, a seguir, Ele possui os

mesmos atributos existentes no Pai e no Filho, segundo as

Escrituras. Além disso, atuou em todos os atos divinos, pois divino

Ele é.

1. O Espírito Santo é tratado como Deus na Bíblia. As

Sagradas Escrituras não se limitam a expor a personalidade do

Espírito Santo; tratam-no igualmente como Deus. Observemos esta

passagem de Atos: “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu

Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?... Não

mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5.3,4).

Pode haver alguma dúvida sobre a divindade do Espírito Santo?

Detenhamo-nos, pois, nos atributos divinos que lhe são conferidos.

2. Atributos naturais e imanentes. Os atributos naturais

fazem de Deus o que realmente Ele é: o Ser Supremo por excelência.

Sendo o Espírito Santo também Deus, possui Ele, além dos atributos
naturais, os imanentes, através dos quais põe-se Ele em contato com

a criação. Por conseguinte, o Espírito Santo é eterno (Hb 9.14); tem

vida e transmite vida (Gl 6.8). Ele é onisciente (Sl 139.7); onipotente

(Lc 1.35). O que tais atributos revelam? O Espírito Santo é Deus:

somente Deus é quem possui semelhantes qualidades.

III. A OBRA DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE

 
Ao tratar da obra do Espírito Santo na vida do ser humano, J.

Blanchard é ao mesmo tempo abrangente e sintético: “O ministério

do Espírito Santo é levar o impenitente ao Salvador e torná-lo

parecido com Ele”. De fato, a sua principal obra é levar-nos ao ideal

divino: “Porque eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos

santificareis e sereis santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44). Por

isso, Ele é denominado Espírito Santo: santifica-nos, tornando-nos

semelhantes a Deus. Sua obra tem início, em nós, ao convencer-nos

do pecado.

1. A convicção de pecados. Ignorando o homem natural as

demandas bíblicas quanto a uma vida piedosa e reta diante de Deus,

o Espírito Santo convence-o do pecado, da justiça e do juízo,

constrangendo-o a receber a Cristo Jesus como Salvador e Redentor

(Jo 16.8). No entanto, conforme ensina a Bíblia, é possível resistir ao

chamamento do Espírito Santo (Mc 16.16; At 7.51).

2. A santificação. Conforme já ressaltamos, a santificação do


crente é a principal obra do Espírito Santo que, neste processo, nos

constrange a sermos como a luz da aurora (Pv 4.18). Conhecido

também como o Espírito de Santificação (Rm 1.4), tem Ele como

propósito santificar-nos e dar-nos poder sobre o pecado.

3. A plenitude de poder. Como pentecostais, cremos na

atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais.

O batismo no Espírito Santo é o revestimento que nos concede

poder não apenas sobre o pecado, mas também para testemunhar de


Cristo (At 1.8). O sinal que evidencia o batismo no Espírito Santo é o

falar novas línguas (At 2.4; At 10.46; At 19.6).

A função dos dons espirituais, que o crente recebe no ato do

batismo, ou depois deste, é dotar a Igreja de poderes sobrenaturais,

para que ela seja edificada e cumpra a sua missão de forma eficaz (At

19.6; 1 Co 12.7; 14.12).

IV. PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

Além da blasfêmia contra o Espírito Santo, considerado o mais

grave dos pecados, há outras ofensas, igualmente graves e

seriíssimas, que podem condenar-nos à perdição eterna. Vejamos,

em primeiro lugar, por que a blasfêmia contra o Espírito Santo é

imperdoável.

1. A blasfêmia contra o Espírito Santo. Os fariseus diziam

grosseiramente, que Jesus expulsava os demônios com o poder de

Belzebu. A advertência que lhes dirigiu o Senhor foi mais do que

enérgica; foi sentencial: “Portanto, eu vos digo: todo pecado e

blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito

não será perdoada aos homens” (Mt 12.31).

Afinal, em que consiste esse pecado? Em palavras ofensivas e

desrespeitosas ao Espírito Santo. Mas por que é um pecado

imperdoável? Vejamos a explicação do sumo sacerdote, Eli, ao

repreender os seus filhos profanos: “Pecando homem contra


homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o

SENHOR, quem rogará por ele?” (1Sm 2.25).

2. Resistência contra o Espírito Santo. Este foi o pecado

que caracterizou os filhos de Israel quer no Antigo, quer no Novo

Testamento (At 7.51). O que significa resistir ao Espírito Santo?

Significa opor-se, consciente e premeditadamente, contra a ação

regeneradora e santificadora do Espírito. Os que assim procedem

correm o risco de serem condenados ao lago de fogo, a menos que se

arrependam.

3. Entristecer o Espírito Santo. Entristecer o Espírito Santo

é opor-se a Ele; é ignorar-lhe a vontade e adotar o mundanismo

como norma de vida. Aos irmãos de Éfeso, exorta Paulo: “E não

entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o

Dia da redenção” (Ef 4.30).

O selo a que se refere o apóstolo não é o batismo no Espírito

Santo; é a garantia de vida eterna que temos nos méritos de Nosso


Senhor Jesus Cristo. Caso contrário, apenas os batizados no Espírito

Santo entrariam no céu. Em Efésios 1.13, ressalta Paulo, que o selo é-

nos concedido no ato de crer e não no ato do batismo no Espírito

Santo.

CONCLUSÃO

Nesta lição, não tivemos condições de fazer um estudo mais

exaustivo sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo. Poderíamos


falar, por exemplo, sobre os seus nomes, acerca de sua atuação no

Antigo e no Novo Testamento e a respeito de sua presença na Igreja.

E os dons ministeriais?

O Espírito Santo continua a operar na Igreja de Cristo tanto

coletiva como individualmente. Ele atua na regeneração do ser

humano, na santificação do crente, revestindo-o de poder,

objetivando levá-lo a um trabalho eficiente no Reino de Deus. Assim,

estaremos preparando-nos para o arrebatamento da Igreja que,

segundo os sinais, em breve acontecerá.

 
VOCABULÁRIO

Cônscio: Que sabe bem o que faz ou o que deve fazer; ciente,

consciente.

Hélade: Helênico; relativo ou pertencente à Grécia antiga.

Herege: Que professa doutrina contrária a Bíblia.

Impenitente: Que persiste no erro ou no crime; relapso, contumaz.

Sintético: Resumido; síntese; esboço.

Sofisma: Argumento contraditório, e que supõe má fé por parte de

quem o apresenta; erro; engano.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

BENTHO, E. C. Hermenêutica, fácil e descomplicada. 3.ed.,

RJ: CPAD, 2005.


SILVA, S. P. A existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ:

CPAD, 1996.

 
EXERCÍCIOS

1. Quem é o Espírito Santo?

R. A Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

2. Quais os atributos pessoais do Espírito Santo na Bíblia?

R. Fala (At 13.2); direciona (At 15.28); revela (At 20.23); ensina

(1Co 2.13).

3. Quais os principais atributos naturais do Espírito Santo?

R. Eterno (Hb 9.14); onisciente (Sl 139.7); onipotente (Lc 1.35).

4. Quais os principais pecados contra o Espírito Santo?

R. Blasfêmia (Mt 12.31), resistência (At 7.51), entristecer (Ef4.30).

5. Como podemos definir o batismo no Espírito Santo?

R. É o revestimento que nos concede poder não apenas sobre o

pecado, mas também para testemunhar de Cristo (At 1.8).

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 
Subsídio Teológico

“A Existência do Espírito Santo

1. Quem é o Espírito Santo. O Espírito Santo é a terceira

Pessoa da Santíssima Trindade. Ele aparece pela primeira vez nas

Escrituras em Gênesis 1.2, e daí em diante sua presença é

proeminente em ambos os Testamentos. O vocábulo que dá sentido

ao seu nome é o grego pneuma , vindo da raiz hebraica ruach .

Ambos os termos, quando aplicados para dar significação divina é

sem igual, denotam o infinito Espírito de Deus.

2. Sua Preexistência. A natureza e os atributos do Espírito

Santo caracterizam-no como o ‘Espírito Eterno’, não tendo princípio

e nem fim de existência (Hb 9.14). Uma vez que o Espírito Santo tem

a mesma natureza de Deus, o tempo não se aplica a Ele - já que

existe por si mesmo. Ele é um Ser vivo, dotado de personalidade, não

sendo uma mera influência ou emanação de Deus. Pelo contrário, o

Espírito Santo e uma Pessoa divina, que faz parte da Trindade.

3. Sua Natureza. A terceira Pessoa da Trindade é Espírito por

natureza! Ou seja, tal qual Ele e, tanto o seu Ser como o seu caráter,

assim são também o Pai e o Filho: iguais em aspecto, poder e glória.

O fato de o Espírito Santo ser Deus fica provado não somente por

identificação com o Pai e o Filho, nas fórmulas do batismo e da

bênção apostólica, mas também pelos atributos divinos que possui.

Em outros aspectos, o Espírito Santo é co-participante dos atos de

Deus, especialmente pela sua maneira tríplice de agir, como por


exemplo: 1) na bênção das tribos (Nm 6.24-26); 2) na bênção

apostólica (2Co 13.13); 3) no perdão (Dn 9.19); 4) no louvor (Is 6.3);

5) no batismo (Mt 28.19); 6) nos dons (1Co 12.4-6); 7) na unidade da

fé (Ef 4.4-6).”.

(SILVA, S. P. A existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ:

CPAD, 1996, p.11-16.)

 
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos

 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 5: A Santíssima Trindade – Uma verdade incontestável
Data: 29 de Outubro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão

do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!” (2 Co 13.13).

 
VERDADE PRÁTICA
 

A doutrina da Santíssima Trindade é uma verdade bíblica

fundamental e não pode ser ignorada nem desprezada por aqueles

que aceitaram a Cristo como Salvador.

 
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 1.2

A Trindade na criação do Universo.

Terça - Gn 1.26

A Trindade na criação do homem.

Quarta - 2Co 13.13

A Trindade na bênção apostólica.

Quinta - Mt 3.13-17

A Trindade no batismo de Cristo.

 
 

Sexta - Jo 1.32-34

A Trindade no testemunho de João Batista.

Sábado - Jo 14.16,26

A Trindade testemunhada pelo próprio Cristo.

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

MATEUS 3.13-17.

13- Então, veio Jesus da Galiléia ter com João junto do Jordão,

para ser batizado por ele.

14 - Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado

por ti, e vens tu a mim?

15 - Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque

assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu.

16 - E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe

abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e

vindo sobre ele.


17 - E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em

quem me comprazo.

 
PONTO DE CONTATO

Professor, o termo “trindade” foi empregado por Teófilo de

Antioquia, no século II d.C. Entretanto, é possível que essa

expressão tenha sido usada pelos cristãos nos primórdios da igreja.

Esse vocábulo era usado para designar o mistério de uma só

divindade coexistindo em três Pessoas absolutamente distintas e co-

iguais. Todavia, o estabelecimento do termo é atribuído ao

apologista cristão, Tertuliano de Cartago. Coube ao bispo de

Alexandria, Atanásio, a elaboração do credo que sedimentou a

ortodoxia trinitária.

Nesta lição, evite tropeçar em questões básicas a respeito dessa

doutrina. Não se precipite nas questões cujas respostas você não

tenha firmeza. Sobre esse tema, portemo-nos como o salmista: “Tal

ciência é para mim maravilhosíssima, tão alta que não posso

atingir” (Sl 139.6).

 
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


 Definir o termo Trindade.
 Descrever a Trindade no Antigo e Novo Testamento.
 Defender a doutrina da Trindade.
 
SÍNTESE TEXTUAL

Entendemos, mediante a Doutrina da Trindade, que a divindade

subsiste eterna e plenamente em três pessoas: o Pai, o Filho e o

Espírito Santo. Não são três deuses como falsamente afirmam os

hereges, mas um só Deus. Uma é a pessoa do Pai, outra, a do Filho, e

outra, a do Espírito Santo. O Pai não é maior do que o Filho. O Filho

não é maior do que o Espírito Santo, e assim respectivamente. O Pai

não é o Filho. O Filho não é o Espírito Santo. E o Espírito Santo não

é nenhuma das Pessoas anteriores. Todavia, a divindade pertence a

cada uma das três pessoas, constituindo um só Deus. Conforme

afirmou Atanásio de Alexandria: “Adoramos um só Deus na

Trindade, a Trindade na Unidade, sem confusão de pessoas, e sem

separação de substância”.

 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Prezado professor, a doutrina da Santíssima Trindade é uma

verdade incontestável. As Sagradas Escrituras, tanto no Antigo

quanto em o Novo Testamento, atestam a veracidade desse

ensinamento. No estudo desta semana, devemos evitar dois erros: 1)

o erro do modalismo - afirma que o Pai, o Filho e o Espírito Santo

são a manifestação da mesma pessoa; 2) o erro do

subordinacionismo - afirma que o Pai é maior do que o Filho e o

Espírito Santo, e que tanto o Filho quanto o Espírito Santo, estão


subordinados ao Pai. Todavia, sabemos que a Trindade é Una, pois

só há uma deidade: e Trina, pois são três distintas pessoas que

participam da mesma deidade.

O triângulo equilátero é uma excelente figura para facilitar a

compreensão da Trindade. Reproduza-o conforme os recursos

disponíveis.

 
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos um dos capítulos mais importantes da

teologia. Se para constatar a existência de Deus, é-nos suficiente a fé


e a razão; para compreender a Trindade, carecemos, conjuntamente,

da revelação divina que só encontramos na Bíblia Sagrada. Não é

algo que se aprende através da luz natural da razão; e, sim, da

iluminação espiritual que nos proporciona o Espírito Santo na

Palavra de Deus.

I. O QUE É A SANTÍSSIMA TRINDADE

Nossa mente jamais conseguirá explicar adequadamente, o que é

a Santíssima Trindade. Aliás, foi o que certa vez confessou

Agostinho, um dos maiores teólogos do Ocidente. Todavia, contamos

nós com a assistência do Espírito Santo que, por intermédio das

Sagradas Escrituras, revela-nos o necessário para aceitarmos a

beleza dessa verdade.

1. Definição. Doutrina segundo a qual a Divindade, embora

una em sua essência, subsiste eternamente nas pessoas do Pai, do

Filho e do Espírito Santo. As três Pessoas são iguais na substância e

nos atributos absolutos e morais. Apesar de o termo não se

encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam a

doutrina são, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento,

incontestáveis.

2. A origem do termo. A palavra Trindade foi usada pela

primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo; e, em sua forma

latina, por Tertuliano.


3. O Credo Atanasiano. Com toda a razão, Atanásio é

considerado o pai da ortodoxia, em virtude de seu redobrado zelo em

prol da pureza doutrinária das Sagradas Escrituras. No Credo que

elaborou, assim professa sobre a Trindade: “Adoramos um Deus em

trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas, sem

separar a substância”.

II. A SANTÍSSIMA TRINDADE NO ANTIGO

TESTAMENTO

A doutrina da Santíssima Trindade não é exclusiva do Novo

Testamento; é uma ampliação de uma verdade que se acha desde o

Gênesis ao profeta Malaquias. Então, por que a rejeitam os judeus?

Pelas mesmas razões que os levaram a repudiar a messianidade de

Jesus de Nazaré: cegueira espiritual e dureza de coração (2 Co 3.14-

16). A Trindade é claramente apresentada tanto na criação do

Universo, como na expectativa messiânica da alma hebréia e em

cada episódio da História Sagrada.

1. A Trindade na criação do Universo. Se levarmos em

conta que a palavra hebraica ’ĕlōhim (Gn 1.1) é um substantivo

plural, concluiremos: a Santíssima Trindade encontrava-se ativa na

criação do Universo. Por conseguinte, quando a Bíblia afirma que no

princípio Deus criou os céus e a terra, atesta: no ato da criação,

estiveram presentes Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. O


Pai criou o Universo por intermédio do Filho (Jo 1.3), enquanto o

Espírito Santo transmitia vida a tudo quanto era criado (Gn 1.2).

2. A Trindade na expectativa messiânica da alma

hebréia. A expectativa messiânica, que sempre foi um fator de

consolação à alma hebréia, também revela a presença da Santíssima

Trindade no Antigo Testamento. Ler Sl 110.1,4.

Em ambas as passagens, o autor sagrado, inspirado pelo Espírito

Santo, mostra o Pai referindo-se ao Filho - Jesus Cristo (Mc 12.36;

Hb 5.6).

Um trecho que mostra, de maneira explícita e clara, a presença

da Santíssima Trindade no Antigo Testamento é Daniel 7.13-14.

Eis mais algumas passagens que demonstram a Trindade no

Antigo Testamento: Is 6.8; 7.14; 9.6.

III. A SANTÍSSIMA TRINDADE NO NOVO

TESTAMENTO

É no Novo Testamento que encontramos as mais claras e

explícitas manifestações da Santíssima Trindade: no batismo de

Jesus, em seu ministério e em sua ressurreição e ascensão e, de

forma abundante, na vida da Igreja Primitiva.

1. No batismo de Jesus (Mt 3.16,17). Nessa clássica

manifestação da Trindade, vemos a Segunda Pessoa (o Filho)

submeter-se ao batismo, a Terceira Pessoa (o Espírito Santo) descer


como pomba sobre a Segunda Pessoa e a Primeira Pessoa declarar o

seu amor à Segunda Pessoa.

2. No ministério de Jesus (Lc 4.18,19). Nesta passagem de

Isaías (61.1), é impossível não ver a manifestação da Santíssima

Trindade.

3. Na ressurreição e na ascensão de Jesus. Já prestes a ser

assunto ao céu, o Senhor Jesus Cristo, ao dar últimas instruções aos

discípulos, declarou: “Portanto, ide, ensinai todas as nações,

batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt

28.19). Pode ainda restar mais alguma dúvida acerca da Trindade?

4. Na vida da Igreja Primitiva. Nos Atos dos Apóstolos, a

Santíssima Trindade aparece operando ativamente, desde os

primeiros versículos (At 1.1,2). Nesse livro, encontramos a Trindade

na proclamação do Evangelho (At 5.32; At 10.38); no testemunho

eficaz da fé cristã (At 7.55); no chamamento de obreiros (At 9.17); no

Concílio de Jerusalém (At 15.1-35).


Nas epístolas, muitas são as passagens sobre a Trindade (Rm

14.17; 15.16; 2Co 13.13; Ef 4.30; Hb 2.3,4; 2Pe 1.16-21; 1Jo 5.7). No

Apocalipse, a Santíssima Trindade encontra-se do princípio ao fim:

1.1,2; 2.8,11, etc.

CONCLUSÃO

A doutrina da Santíssima Trindade não é um mero exercício

intelectual; é uma verdade consoladora: ensina-nos diversas coisas


vitais para a nossa vida cristã. Em primeiro lugar, com a ascensão de

Nosso Senhor, não fomos deixados órfãos. Ele rogou ao Pai que,

amorosa e prontamente, enviou-nos o Consolador. E este, com

inexprimíveis gemidos, intercede por nós e testifica que somos filhos

de Deus através dos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quão consoladora é a doutrina da Santíssima Trindade.

 
VOCABULÁRIO

Alucinado: iludido, arrebatado, por efeito de alucinação.

Incontestável: Que não pode sofrer contestação; indiscutível.

Mero: Simples, comum, vulgar.

Ortodoxo: Absoluta conformidade com um princípio ou doutrina.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

SILVA, S. P. A doutrina de Deus. RJ: CPAD, 2002.

 
EXERCÍCIOS

1. Defina a doutrina da Santíssima Trindade.

R. Doutrina segundo a qual a Divindade, embora una em sua

essência, subsiste nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

As três Pessoas são iguais na substância e nos atributos absolutos e

morais.
 

2. Como o Credo Atanasiano define a Trindade?

R. Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem

confundir as pessoas, sem separar a substância.

3. Cite três passagens do Antigo Testamento que falam sobre a

Trindade.

R. Gn 1.1; Sl 110.1,4; Dn 7.13,14.

4. Cite três passagens do Novo Testamento que falam sobre a

Trindade.

R. Mt 3.16,17; 28.29; 2Co 13.13.

5. Por que a doutrina da Santíssima Trindade é um ensino

consolador?

R. Porque por meio dela, sabemos que Jesus ascendeu ao Pai para

interceder por nós, e enviou o Consolador.

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“A Santíssima Trindade
1. Doutrina revelada. A doutrina da Santíssima Trindade é

verdade revelada para o coração. Falando sobre isso declarou

Anselmo: ‘O amor e a fé estão em seu ambiente no ministério da

Divindade. Que a razão se ajoelhe, reverente, do lado de fora’.

Uma crença popular entre os cristãos divide a obra de Deus entre

as três pessoas, dando uma tarefa específica a cada uma delas; como

por exemplo, a criação ao Pai, a redenção ao Filho e a regeneração ao

Espírito Santo. Isto, porém, é parcialmente verdade, mas não de

todo, pois Deus não pode dividir-se de forma que apenas uma pessoa

trabalhe isolada, enquanto às outras, Jesus e o Espírito Santo,

permanecem inativas.

2. O argumento em si. As Escrituras mostram as três pessoas

da Divindade agindo em perfeita unidade, em todas as obras

poderosas operadas no Universo e na redenção humana. Nas

Escrituras Sagradas a obra da criação é atribuída ao Pai (Gn 1.1), ao

Filho (Cl 1.16), e ao Espírito Santo (Jó 26.13; Sl 104.30). A


encarnação é mostrada como tendo sido realizada pelas três pessoas

(Lc 1.35), embora apenas o Filho tenha se tornado carne e habitado

entre nós. No batismo de Jesus, o Filho saiu da água, o Espírito

pairou sobre Ele e a voz do Pai falou do Céu (Mt 3.16,17)”.

(SILVA, S. P. A doutrina de Deus. 5.ed. RJ: CPAD, 2002, p.109-

10.)
 Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos

 
 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 6: Anjos, ministros enviados por Deus
Data: 05 de Novembro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

“Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados

para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hb

1.14).

 
VERDADE PRÁTICA

Embora magníficos em poder, os anjos não devem nem podem ser

adorados. Sua missão é exaltar a Deus e trabalhar em prol dos que

hão de herdar a vida eterna.

 
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Lc 9.26

Os anjos são seres gloriosos.


 

Terça - Sl 103.20

Os anjos são magníficos em poder.

Quarta - Mt 4.11

Os anjos ministram a Cristo.

Quinta - Hb 1.14

Os anjos são enviados para servir aos santos.

Sexta - Mt 16.27

Os anjos compõem o exército de Cristo.

Sábado - Mt 24.31

Os anjos no final dos tempos.


 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Hebreus 1.1-8.

1 - Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas

maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos

dias, pelo Filho,

2 - a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o

mundo.

3 - O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem

da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu

poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos

pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas;

4 - feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais

excelente nome do que eles.

5 - Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te

gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?

6 - E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E

todos os anjos de Deus o adorem.

7 - E, quanto aos anjos: O que de seus anjos faz ventos e de seus

ministros, labareda de fogo.


8 - Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos

séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino.

 
PONTO DE CONTATO

Professor, alguns teólogos liberais acreditam que os anjos são

apenas “essências platônicas” ou “emanações da parte de Deus”.

Segundo eles, crer na existência dos anjos como seres racionais é

“grosseira mitologia”. Essa posição, ajusta-se à crença racionalista

assumida pelos saduceus no tempo de Cristo (At 23.8). Em outro

extremo estão os místicos, os cabalistas, os ufologistas, que

acreditam e adoram irracionalmente os seres celestiais, à

semelhança dos antigos membros das religiões gnósticas (Cl 2.18).

Somente o ensino das Escrituras é capaz de contestar o misticismo

e o racionalismo desenfreado que têm invadido a sociedade, e até

muitas igrejas.

 
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


 Definir o termo anjo.
 Descrever a missão dos anjos.
 Contestar a adoração aos anjos.

 
SÍNTESE TEXTUAL

 
O vocábulo “angelologia” procede de dois termos

gregos: angelos , traduzido por “mensageiro” ou “enviado”, e logia ,

“discurso” ou “tratado”. Angelologia, portanto, é a doutrina que

estuda a natureza, o caráter, e a missão dos anjos, conforme as

Escrituras. No Antigo Testamento, os anjos são chamados

de mal’āk , isto é, “mensageiro ou representante”. Enquanto no

grego e no hebraico, os anjos são denominados pela função

(mensageiro), na língua aramaica, eram chamados de qaddîsh , isto

é, “santos”, descrevendo-lhes o caráter e não apenas o ofício. Quanto

ao caráter, a Bíblia afirma que os anjos são mansos (2 Pe 2.11),

obedientes e poderosos (Sl 103.20), sábios (2 Sm 14.17), e reverentes

(Is 6.2,3). A respeito do ministério angélico, a Escritura declara que:

adoram a Deus (Sl 103.20; 148.2), protegem os servos de Deus (Sl

34.7), e executam juízos divinos (2 Rs 19.25).

 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Esta lição trata de diversos assuntos pertinentes à doutrina dos

anjos. A fim de corrigirmos alguns erros concernentes à natureza

desses seres, é conveniente que o caro professor exponha esse tema

com bastante objetividade. Apesar de os

vocábulos mal’āk e angelos designarem a função dos anjos e não a

sua natureza, as expressões “anjos do Senhor” ou “anjos de Deus”,

descrevem claramente os anjos como seres morais procedentes de

Deus. Isto é, possuem natureza espiritual singular. Apresente aos


alunos a tabela “Aspectos da Natureza dos Anjos” a fim de reforçar a

aprendizagem.

 
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A angelologia bíblica é uma doutrina que nos leva a uma dupla

reflexão. Se por um lado, somos confortados, sabendo que os anjos

de Deus acham-se à disposição dos que hão de herdar a vida eterna

(Hb 1.14); por outro, apesar de sua capacidade e poderio que lhes

conferiu o Senhor, não devem nem podem ser adorados (Ap 19.10;

22.9).

Nesta lição, veremos o que a Bíblia ensina acerca dos anjos.

 
 

I. QUEM SÃO OS ANJOS

1. Os anjos são criaturas morais. O Senhor Deus criou os

anjos não para que fossem meros autômatos; criou-os dotados de

livre-arbítrio, a fim de que o servissem amorosa e voluntariamente.

Eles são tratados por qualificativos que lhes ressaltam a

responsabilidade moral: ministros e servos de Deus (Hb 1.7; Ap

19.10).

2. A criação dos anjos. Canta o salmista terem sido os seres

angélicos criados pela Palavra de Deus: “Mandou, e logo foram

criados” (Sl 148.5; 33.6; Ne 9.6).

II. OS ANJOS NA BÍBLIA


 

1. Os anjos no Antigo Testamento. A presença dos anjos, no

Antigo Testamento, pode ser facilmente detectada nas seguintes

passagens:

a) Na era patriarcal. Abraão e Jacó tiveram várias experiências

com os anjos de Deus. Abraão encontrou-os em, pelo menos, duas

ocasiões (Gn 18.1-33; 22.1-17); Jacó, em três (Gn 28.12; 32.1,24).

b) Na peregrinação de Israel a Canaã. A assistência dos anjos

na peregrinação israelita rumo à Terra Prometida é claramente


observada na chamada de Moisés (Êx 3.2), na proteção de Israel

quando da travessia do Mar Vermelho (Êx 14.19) e em sua condução

pelo deserto (Êx 23.23).

c) Na vida dos hebreus em Israel. Vejamos algumas: na época

dos juízes (Jz 2.4; 6.11; 13.3); na época dos reis (2 Sm 24.16; Is

37.36); na atividade profética (Is 6.1-3; Dn 6.22). Aliás, é no profeta

Daniel que encontramos a mais desenvolvida angelologia do Antigo

Testamento. Pela primeira vez, na Bíblia, são os anjos chamados por

seus respectivos nomes: Gabriel (Dn 8.16) e Miguel (Dn 10.13; 12.1).

2. Os anjos no Novo Testamento. Eles podem ser

encontrados tanto no ministério de Cristo quanto no avanço da

Igreja.

a) No ministério de Cristo. No anúncio do nascimento de Cristo

(Lc 1.26). Na proclamação de seu nascimento aos pastores (Lc 2.9-

11). Na tentação do deserto (Mt 4.11). Em sua paixão e morte (Lc

22.43). E em sua ressurreição (Lc 24.1-12).


b) Na Igreja Primitiva. No conforto dos discípulos após a

ascensão de Cristo (At 1.10,11). No livramento dos apóstolos (At

5.19,20; 12.7,8; 27.23,24). No auxílio à proclamação do Evangelho

(At 8.26; At 10.3).

III. O CARÁTER DOS ANJOS

 
1. Os anjos como seres eleitos. Os anjos bons são assim

classificados não por que hajam sido criados para serem eleitos (1

Tm 5.21); classifica-os dessa maneira a Bíblia devido à escolha que

fizeram em servir ao Senhor dos Exércitos. Os que optaram em

seguir a Lúcifer foram chamados de anjos das trevas. Demonstra-

nos isso que, à nossa semelhança, são os anjos também dotados de

livre-arbítrio.

2. Os anjos são santos. Por que os anjos de Deus são dessa

forma considerados? Em primeiro lugar, por haverem escolhido

obedecer-lhe as ordens. Quanto aos outros, optaram por seguir a

Satanás em sua rebelião contra o Senhor. Ler Mt 25.31,41 e Ap 14.10.

3. Os anjos são sábios. São os anjos também considerados

sábios em virtude de seu temor a Deus (Pv 1.7). No Antigo

Testamento, eles são vistos como sinônimo de sabedoria (2 Sm

14.20). E esta não é meramente intelectual; é essencialmente

amorosa tanto para servir e adorar a Deus como para auxiliar os que
hão de herdar a vida eterna. Os anjos são sábios porque sabem fazer

o bem e o fazem.

4. Os anjos são obedientes. Na Oração Dominical, o Senhor

Jesus mostra, de modo implícito, serem os anjos piedosamente

submissos à vontade divina (Mt 6.10). Como se pode deduzir dessa

passagem, são os anjos eficazes na execução das ordens que recebem

do Senhor.

 
IV. A CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS

1. Anjo do Senhor. Este é o mais especial dos anjos. Em nome

de Deus, aceitava adoração (Êx 3.1-6; Js 5.13-15), executava juízos

(Nm 22.22), intercedia pelo povo escolhido (Zc 1.12). A ciência de

Deus encontra-se em seus lábios como nos lábios do sacerdote se

achava a lei e o conselho (Ml 2.7).

A expressão “o anjo do Senhor”, dependendo da passagem, pode

referir-se profeticamente ao Senhor Jesus em sua pré-encarnação.

Em Ml 3.1b, “o anjo do concerto” é uma alusão a Ele. O “concerto” é

certamente o de Mt 26.28.

2. Arcanjo Miguel. Único arcanjo citado nas Sagradas

Escrituras. Sua missão: conduzir os exércitos de Deus (Ap 12.7) e

lutar em prol dos filhos de Israel (Dn 12.1). Foi ele quem sepultou o

corpo de Moisés (Jd v.9). Ele é conhecido também como um dos

primeiros príncipes (Dn 10.13). Arcanjo significa, literalmente,

principal entre os anjos.

3. Gabriel. Conhecido como varão, ou herói de Deus, aparece

Gabriel como intérprete dos arcanos divinos. É ele quem explicou a

Daniel o mistério das setenta semanas (Dn 9.20-27). Assistindo

diante do trono de Deus (Lc 1.19), anunciou a encarnação do Verbo

de Deus (Lc 1.26,27). Apesar de sua importância, a Bíblia não o

menciona como arcanjo.

4. Querubins. São os querubins responsáveis por sustentar o

trono divino e por reivindicar seja o nome Todo-Poderoso


constantemente santificado pelos homens (Gn 3.24; Sl 99.1; Ez 10.1).

Pertencia Satanás à classe dos querubins (Ez 28.14). Dos textos

bíblicos, inferimos serem os querubins uma das mais elevadas

classes de seres angélicos.

5. Serafins. A missão dos serafins que, em hebraico, significam

ardentes, é magnificar o nome de Deus, louvando-o constantemente

e exaltando a santidade divina (Is 6.1-6). Esta é a única passagem

bíblica que os menciona.

6. Outras classes angélicas. São também tidas como classes

angélicas estas categorias mencionadas por Paulo: Jesus “é imagem

do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele

foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e

invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,

sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1.15,16).

V. A MISSÃO DOS ANJOS

1. Enaltecer a Deus. Em Isaías lemos que os anjos não cessam

de clamar dia e noite: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos”

(Is 6.3). Quando do nascimento de Cristo, os anjos formaram corais

que magnificaram o nome de Deus (Lc 2.13,14).

2. Trabalhar em prol dos que hão de herdar a vida

eterna. O autor da Epístola aos Hebreus descreve a missão dos

anjos entre os santos em Hb 1.14. No livro de Atos, são os anjos


enviados em diversas ocasiões para socorrer os discípulos de Cristo

(At 5.19; 12.7; 27.23).

3. Proteger a nação de Israel. Em Daniel 12.1, lemos que,

nos últimos dias, levantar-se-á Miguel, o grande príncipe, para

proteger a nação hebréia. Não fosse a intervenção divina, certamente

Israel não mais existiria, pois muitos são os seus inimigos. Acontece

que Israel é ainda povo de Deus, alvo de seus cuidados; aguarda-o

um futuro promissor.

VI. O CULTO AOS ANJOS

Embora poderosos em obras, não podem os anjos ser adorados:

são criaturas de Deus, nossos conservos e também comprometidos

com a glória de Deus. Vejamos por que os anjos não devem ser

objetos de nosso culto.

1. Os anjos são criaturas de Deus. Somente o Criador é

digno de toda a honra e de todo o louvor; sendo os anjos criaturas (Sl

33.6), têm como missão louvar a Deus.

2. Os anjos são nossos conservos. Sendo eles criados por

Deus, consideram-se nossos conservos (Ap 19.10).

3. Os anjos são comprometidos com a glória de

Deus. Esta é recomendação dos anjos: “Adora a Deus” (Ap 22.9).

Erram, portanto, aqueles que, menosprezando o Criador de todas as

coisas, buscam adorar a criatura (Rm 1.25). O culto aos anjos é uma
perigosa idolatria, na qual muitos têm naufragado. Ler também Cl

2.18.

CONCLUSÃO

É reconfortante saber que o Senhor nos colocou à disposição um

exército eficiente que nos ajuda em todas as instâncias. Embora seja-

lhes proibido anunciar o Evangelho, assistem-nos nesta gloriosa

tarefa. Todavia, não podemos, sob hipótese alguma, adorá-los. Eles

não são deuses; são servos de Deus e conservos nossos; servimos ao

mesmo Senhor.

Devemos todos sempre dar graças a Deus pelo ministério

providente e protetor dos seus anjos em nosso favor.

 
VOCABULÁRIO

Arcano: Segredo, mistério, oculto, encoberto.

Autômato: Pessoa que age como máquina, sem raciocínio.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HORTON, S. M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva

pentecostal. RJ: CPAD, 1996.


FRANCISCO, V. A doutrina dos anjos e demônios. RJ: CPAD,

2005.

 
EXERCÍCIOS

1. Quem são os anjos?

R. São criaturas morais, ministros e servos de Deus (Hb 1.7; Ap

19.10).

2. Onde, na Bíblia, encontramos a mais desenvolvida angelologia?

R. No livro do profeta Daniel.

3. Como é o caráter dos anjos?

R. Seres eleitos, santos, sábios, obedientes.

4. Qual a missão dos anjos?

R. Enaltecer a Deus, trabalhar a favor dos salvos, proteger a

nação de Israel.

5. Por que os anjos não devem ser adorados?

R. Pois são criaturas, nossos conservos, e estão comprometidos

com a glória de Deus (Ap 22.9).

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
 

Subsídio Teológico

“As Evidências Bíblicas

Os anjos têm uma natureza incomparável; são superiores aos

seres humanos (Sl 8.5), mas inferiores ao Jesus encarnado (Hb 1.6).

A Bíblia ressalta os seguintes fatos a respeito deles:

1. Os anjos são reais, mas nem sempre visíveis (Hb

12.22). Embora Deus ocasionalmente lhes conceda a visibilidade

(Gn 19.1-22), são espíritos (Sl 104.4; Hb 1.7,14). Nos tempos bíblicos,

seres humanos experimentavam, às vezes, efeitos da presença de um

anjo, mas não viam ninguém (Nm 22.21-35). Às vezes, viam o anjo

(Gn 19.1-22; Jz 2.1-4; Mt 1.20-25; Lc 24.4-6; At 5.19-20). Além disso,

os anjos podem ser vistos sem serem reconhecidos como anjos (Hb

13.2).

2. Os anjos adoram, mas não devem ser adorados. São

incomparáveis entre as criaturas, mas nem por isso deixam de ser

criaturas. Correspondem com adoração e louvor a Deus (Sl 148.2; Is

6.1-3; Lc 2.13-15; Ap 4.6-11) e a Cristo (Hb 1.6). Como conseqüência,

os cristãos não devem exaltá-los (Ap 22.8,9); os que fazem, perdem a

sua recompensa futura (Cl 2.18).

3. Os anjos servem, mas não devem ser servidos. Deus

os envia como agentes para ajudar os seres humanos, especialmente

os fiéis (Êx 14.19; 23.23; Nm 20.16; 22.22-25; Jz 6.11-22; Sl 34.7;

91.11; At 27.23-25; Hb 13.2). Os anjos também mediam os juízos de


Deus (Gn 19.22,24; At 12.23) e suas mensagens (Jz 2.1-5; Mt 1.20-

24). Mas eles nunca devem ser servidos, pois assemelham-se aos

cristãos num aspecto muito importante: são também servos de Deus

(Ap 22.9).

4. Os anjos acompanham a revelação, mas não a

substituem total ou parcialmente. Deus os emprega, mas não

são o alvo da revelação divina (Hb 2.2s). No século I, surgiu uma

heresia que se constituiu num ‘pretexto de humildade e culto aos

anjos’ (Cl 2.18). Envolvia dura disciplina do corpo sem nada fazer

para refrear a indulgência sensual (Cl 2.23 - NVI). Sua filosofia

enfatizava as idéias falsas de que: (a) os cristãos são inferiores na sua

capacidade de abordarem pessoalmente a Deus; (b) os anjos têm

capacidade superior nesse sentido; (c) a adoração lhes é devida por

causa da sua intervenção em nosso favor. Paulo respondeu a essa

heresia com um hino que glorifica a Cristo, que é a fonte da nossa

glória futura (Cl 3.1-4).


5. Os anjos sabem muitas coisas, mas não tudo. O

discernimento que têm foi-lhes concedido por Deus; não é inato nem

infinito. Sua sabedoria talvez seja vasta (2Sm 14.20), mas seus

conhecimentos, limitados: Não sabem o dia da segunda vinda de

nosso Senhor (Mt 24.36) nem a plena magnitude da salvação dos

seres humanos (1Pe 1.12)”.

(BAKER, C. D.; MACCHIA, F. D. Seres espirituais criados. In

HORTON, S. M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva

pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.196-8.)


Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos

 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 7: O Homem, coroa da Criação
Data: 12 de Novembro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

“SENHOR, que é o homem, para que o conheças, e o filho do

homem, para que o estimes?” (Sl 144.3).

 
VERDADE PRÁTICA

Obra-prima de Deus, tem o homem como dever glorificar-lhe o

nome e voluntariamente honrá-lo em todas as suas atividades.

 
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 1.26
O homem é produto de um ato criativo de Deus.

Terça - Gn 3.22-24

O homem expulso do paraíso por causa do pecado.

Quarta - Gn 6.3

A limitação biológica do homem.

Quinta - Sl 103.15

A brevidade da vida humana.

Sexta - Pv 3.13

A verdadeira sabedoria do homem vem de Deus.

Sábado - Ec 12.13
O dever de todo homem é guardar a Palavra de Deus.

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 8.1-9.

1 - Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em

toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus!

2 - Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por

causa dos teus adversários, para fazeres calar o inimigo e

vingativo.

3 - Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as

estrelas que preparaste;

4 - que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do

homem, para que o visites?

5 - Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de

honra o coroaste.

6 - Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos;

tudo puseste debaixo de seus pés:

7 - todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo;

8 - as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas

veredas dos mares.


9 - Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre

toda a terra!

 
PONTO DE CONTATO

Estimado professor, a doutrina do homem é um assunto

oportuno e necessário aos dias hodiernos. A lição, composta de seis

tópicos, faz uma síntese dos principais temas discutidos a respeito

da Antropologia Teológica. O primeiro tópico, responde, de acordo

com a Bíblia, uma inquietante pergunta: O que é o Homem?

Pergunta atualíssima e indispensável à teologia, à filosofia, à

educação e à sociologia. A obra “O Homem, esse Desconhecido”, do

filósofo Aléxis Carrel, provoca ainda mais o debate à medida que o

título sugere a incapacidade de chegarmos a uma resposta

satisfatória. Devemos lembrar que as Escrituras perguntam sete

vezes: “Que é o homem?” (Jó 7.17; 15.14; Sl 8.9; 144.3; Hb 2.6).

Portanto, estude a lição, faça suas pesquisas pessoais, ore ao

Senhor, e lecione com alegria.

 
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


 Descrever os objetivos da criação do homem.
 Explicar a tricotomia do homem.
 Contestar a teoria evolucionista.

 
SÍNTESE TEXTUAL

Antropologia Teológica é o ramo da Teologia Sistemática que

estuda a criação, a imagem divina, constituição da natureza e destino

final do homem, de acordo com as Escrituras. Concernente ao

estudo da imagem divina no homem (Gn 1.26,27), é necessário

reafirmar duas verdades fundamentais: 1) a “imagem divina” não

quer dizer que o homem foi criado representando a forma física de

Deus, pois o Senhor é espírito, eterno e imutável (Jo 4.23,24; Lc

24.39); 2) a “imagem divina” não equivale a uma participação

essencial na divindade, pois “imagem” e “semelhança” não

significam “divinização”. Portanto, deve-se evitar dois sérios

equívocos: atribuir a Deus corpo físico, e elevar o homem à classe

divina. Entretanto, a imagem de Deus está dividida em duas

categorias: natural e moral. A natural representa a personalidade

com todos os atributos. A moral, por sua vez, diz respeito à

constituição moral do homem.

 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Professor, a natureza humana é constituída, segundo os textos de

1 Ts 5.23 e Hb 4.12, por espírito, alma e corpo. O espírito e a alma

compõem a parte imaterial, invisível e substancial do homem,

enquanto o corpo, a parte material e visível. Isto não quer dizer que

o homem é um ser tripartido, isto é, composto por três partes

independentes uma das outras. Pelo contrário, espírito, alma e corpo


(tricotomia), se distinguem, mas compõem apenas um ser — o

homem. O corpo relaciona o ser com o mundo material e concreto, a

alma, sede da personalidade humana, relaciona o ser consigo mesmo

e dá vida ao corpo, o espírito, elemento singular do homem,

relaciona o ser com Deus. Portanto, o relacionamento do homem é

tríplice: horizontal, central e vertical. No horizontal, o corpo

relaciona-se com o mundo físico; no central, a alma relaciona-se

consigo mesma; no vertical, o espírito, com Deus. Ensine esses

conceitos teológicos com o auxílio do gráfico abaixo.

 
 
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
 

Palavra Chave

Big-bang (Grande explosão): Teoria segundo a qual o

Universo, em seu estado inicial, se formou a partir de uma grande

explosão.

Com o fervor que lhe era tão peculiar, expressa Agostinho toda a

sua esperança na redenção humana: “A essência mais profunda da

minha natureza é que sou capaz de receber Deus em mim”. Mostra o

teólogo africano, de forma despretensiosa, mas profunda, por que o

nosso espírito anseia por receber a Deus: fomos por Ele criados, e a

nossa alma só descansará quando repousar em sua paz.

Nesta lição, faremos uma abordagem do que a Bíblia ensina a

respeito do homem: sua criação, queda, redenção e glorificação. E,

assim, haveremos de constatar: o ser humano não é produto de um


processo evolucionário; é o resultado de um ato criativo do Todo-

Poderoso. Eis por que somos considerados a coroa de sua criação.

I. O QUE É O HOMEM

Neste tópico, entraremos a ver alguns fatos a respeito do homem

que, feito à imagem e à semelhança do Criador, é a principal de suas

criaturas.
1. Criatura de Deus. Na Epístola aos Romanos, o apóstolo

Paulo censura os gentios por honrarem mais a criatura do que o

Criador (Rm 1.25). E assim, atolados em idolatrias e abominações,

menosprezavam-lhe a glória, a fim de adorar coisas vãs. O que é isto

senão apequenar-lhe o senhorio? Como feituras de Deus, temos por

obrigação honrá-lo, porque Ele nos fez e dEle somos (Jó 4.17; Ec

12.1).

2. Imagem e semelhança de Deus. O homem foi criado à

imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26). Devemos, por conseguinte,

agir como Deus age (Ef 5.1). Exorta-nos o Mestre: “Assim

resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas

boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).

3. Coroa da criação divina. Criado por Deus, destaca-se o

homem como a coroa da criação (1 Co 11.7), pois tem, como missão,

governar tudo quanto o Senhor fizera (Gn 1.28). Mas, devido à sua

queda deliberada no Éden, transgredindo à vontade divina (1 Tm


2.14), a criação ficou submissa à vaidade (Rm 8.20-22).

II. A CRIAÇÃO DO HOMEM

1. O pacto solene da criação do homem. No sexto dia da

criação, assim o Senhor Deus estabeleceu o pacto quanto à criação

do ser humano: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a

nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves


dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que

se move sobre a terra” (Gn 1.26).

2. A criação do homem foi um ato criativo. Ao contrário

do que imaginam os evolucionistas, não é o homem o subproduto de

um processo evolutivo que, tendo início no hipotético big-bang,

arrastou-se por milhões de anos até que o ser humano aparecesse

sobre a terra.

Apesar de sua linguagem científica, não passa o evolucionismo

de uma loucura: ignora a Deus e ao seu infinito poder. Trata-se,

como diz a Bíblia, de uma falsa ciência (1 Tm 6.20).

III. OBJETIVOS DA CRIAÇÃO DO HOMEM

Vejamos por que o homem foi criado. Sua primeira tarefa é

glorificar o nome do Criador.

1. Glorificar o nome de Deus. Lemos em Primeiro aos

Coríntios 11.7, que Deus formou o homem do pó da terra para que

este lhe refulgisse a glória. No Éden, Adão não era um mero adorno;

era o instrumento da majestade divina.

2. Cultivar a terra. Não são poucos os que imaginam seja o

trabalho a maldição que nos adveio por causa do pecado. Nada mais

antibíblico. Muito antes de o homem cair em transgressão (Gn 3),

Deus já o havia encarregado de fazer o plantio da terra e guardar o


jardim do Éden. Além disso, o próprio Deus “trabalha até agora” (Jo

5.17). O trabalho é uma das maiores bênçãos na vida do ser humano.

3. Reinar, em nome de Deus, sobre a criação. Deus criou

Adão para que reinasse sobre toda a terra (Gn 1.28). Ele, no entanto,

perdeu tal domínio ao se fazer servo do pecado (Rm 8.18-20; 3.9).

IV. UNIDADE RACIAL DO HOMEM

O monogenismo é a doutrina que ensina serem todos os homens

provenientes de um único tronco genético. Apesar da variedade da

cor de nossa pele, todos somos descendentes de Adão e Eva.

1. O monogenismo bíblico. Em seu discurso no Areópago, em

Atenas, realça o apóstolo Paulo: “Pois ele mesmo é quem dá a todos

a vida, a respiração e todas as coisas; e de um só fez toda a geração

dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando os

tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação” (At

17.25,26).

2. A variedade lingüística revela unidade. Se todos

proviemos de um mesmo tronco genético, por que falamos tantas

línguas diferentes? No princípio, toda a humanidade comunicava-se

num único idioma (Gn 11.1). Todavia, por haver se concentrado num

só lugar para formar um super-império em rebelião contra Deus,

resolveu o Senhor confundir ali, em Sinear, a língua de nossos

ancestrais. Não obstante, os lingüistas detectam, através de um


exame nos idiomas atuais, os vestígios de uma língua comum,

ressaltando, uma vez mais, a verdade bíblica.

V. A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM

De acordo com as Sagradas Escrituras, o ser humano é desta

forma composto: espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23). Embora não seja

fácil explicar a tricotomia humana, ela, todavia, é uma realidade.

1. Espírito. Por intermédio do espírito, entramos em contato

com Deus. Por isso, deve o nosso espírito ser quebrantado (Sl 51.17),

voluntário (Sl 51.12) e reto (Sl 51.10). Testemunha o apóstolo Paulo

que servia a Deus em seu espírito (Rm 1.9). Quando de nossa morte,

entregamos a Deus o espírito (Lc 23.46; At 7.59). O espírito dos

ímpios, Deus o lança no inferno (Lc 16.19-31; Sl 9.17; Mt 13.40-42;

25.41,46). Não podemos separar a alma do espírito, pois ambos

formam uma unidade indivisível.

2. Alma. Através da alma, é-nos possível, utilizando-nos de

nossos sentidos, entrar em contato com o mundo exterior. Não

podemos esquecer-nos de que, na Bíblia, a palavra alma aparece

como sinônimo de espírito (Gn 2.19; Sl 42.2).

3. Corpo. Nosso corpo não é a realidade final de nosso ser. O

seu movimento é proveniente do sopro que do Criador recebemos

(Gn 2.7). Através dele, cabe-nos glorificar a Deus, pois não é

instrumento de imundície, mas de santificação (1 Co 6.18-20).


 

VI. O FUTURO GLORIOSO DO HOMEM EM CRISTO

Dotado de livre-arbítrio, o homem pecou contra o seu Deus (Gn

3). A sua transgressão, porém, não pegou a Deus de surpresa (Ap

13.8). Através de Cristo, provê-nos eterna e suficiente redenção,

dispensando-nos um tratamento tão especial. Somos, portanto,

conhecidos como:

1. Filho de Deus. Aceitando a Cristo, o homem não é apenas

criatura de Deus, mas filho de Deus (Jo 1.14). Nessa condição, temos

livre acesso ao Pai Celeste a quem, amorosa e intimamente,

clamamos “Aba, Pai ”(Rm 8.15; Gl 4.6).

2. Co-herdeiro de Cristo. Sendo o homem filho de Deus,

torna-se imediatamente co-herdeiro de Cristo (Gl 4.7; Rm 8.17), com

livre acesso a todos os bens espirituais.

3. Templo do Espírito Santo. Nosso corpo é o templo e

habitação do Espírito Santo (1 Co 6.19). Conforme já frisamos, é um

instrumento de santificação.

4. A glorificação final. Como se não bastara todas essas

bênçãos, os que recebemos a Cristo aguardamos a bem-aventurada

esperança — a vinda de Cristo (Tt 2.13). Nossos corpos serão, num

abrir e fechar de olhos, gloriosamente transformados. Quanto à

morte, não mais terá poder sobre nós. Aleluia!

 
 

CONCLUSÃO

Embora o pecado tenha-o destituído da glória divina, o homem

não ficou abandonado à própria sorte. O Pai Celeste providenciou-

lhe eficaz redenção por intermédio de Cristo Jesus. Hoje, somos

chamados filhos de Deus, apesar de não ter se manifestado ainda a

plenitude de nosso ser (1 Jo 3.2). Mas quando Cristo voltar, seremos

tomados por Ele e, assim, estaremos para sempre em sua

companhia.

 
VOCABULÁRIO

Despretensioso: Modesto; franco; sem afetação.

Hodierno: Relativo aos dias de hoje; atual.

Monogenismo: Doutrina segundo a qual as raças humanas

procedem de um tipo primitivo único.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

MENZIES, W. W., HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: os

fundamentos da nossa fé. RJ: CPAD, 2005.

SILVA, S. P. O homem: corpo, alma e espírito. 12.ed., RJ:

CPAD, 2004.
 
EXERCÍCIOS

1. O que é o homem?

R. Criatura de Deus, imagem e semelhança de Deus e coroa da

criação divina.

2. Como foi a criação do homem?

R. Foi um ato criativo.

3. Quais os objetivos da criação do homem?

R. Glorificar o nome de Deus, cultivar a terra, e reinar em nome de

Deus sobre a criação.

4. De que forma é o homem constituído?

R. De espírito, alma e corpo.

5. Qual o futuro glorioso do homem em Cristo?

R. A glorificação final.

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

 
“A Imagem de Deus

1. Tselem e demuth. O trecho de Gênesis 1.26,27 fala sobre o

homem (incluindo o macho e a fêmea) como criado à imagem e

semelhança de Deus. ‘Imagem’ (no hebraico, tselem ) é palavra

usada para indicar estátuas e modelo de trabalho. No ser humano,

implica num reflexo de algo existente na natureza de Deus.

‘Semelhança’ (no hebraico, demuth ) é palavra usada para indicar

padrões e formas, que se parecem um tanto com o que retratam.

Indica que existe em nós algo parecido com Deus.

2. Natural e moral. A imagem de Deus em nós consiste em

uma imagem tanto natural quanto moral — e não no sentido físico.

Nossos corpos foram feitos de pó. Jesus não tinha a forma externa

de um homem, antes da encarnação (Fp 2.5-7).

a) A imagem natural inclui elementos da personalidade ou do

próprio ‘eu’, comuns a todas as pessoas, quer humanas quer divinas.

Intelecto, sensibilidade, vontade — estas são as categorias que


compõem a personalidade e formam uma clara linha de separação

entre os seres humanos e os animais irracionais.

b) A imagem moral inclui a vontade e a esfera da liberdade, onde

podemos exercer nossos poderes de autodeterminação. Ela torna

possível nossa comunhão e comunicação com Deus”.

(MENZIES, W. W., HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: os

fundamentos da nossa fé. 5.ed., RJ: CPAD, 2005, p.69-70.)

 
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
 

 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 8: O pecado, a transgressão da Lei Divina
Data: 19 de Novembro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

“Qualquer que comete o pecado também comete iniqüidade, porque

o pecado é iniqüidade” (1 Jo 3.4).

 
VERDADE PRÁTICA

Só existe um antídoto eficaz contra o pecado: o sangue de Cristo

Jesus derramado na cruz do Calvário.

 
LEITURA DIÁRIA

Segunda - 1 Jo 3.8

O Diabo peca desde o princípio.

 
 

Terça - Tg 1.15

O pecado gera a morte.

Quarta - 1 Co 15.56

O aguilhão da morte é o pecado.

Quinta - Rm 6.23

O salário do pecado é a morte.

Sexta - Rm 6.14

O pecado não terá domínio sobre os que estão sob a graça.

Sábado - Jo 16.8

Somente o Espírito Santo pode convencer-nos do pecado.

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 

1 João 3.1-7.

1 - Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que

fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos

conhece, porque não conhece a ele.

2 - Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o

que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar,

seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.

3 - E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo,

como também ele é puro.

4 - Qualquer que comete o pecado também comete iniqüidade,

porque o pecado é iniqüidade.

5 - E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos

pecados; e nele não há pecado.

6 - Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não

o viu nem o conheceu.

7 - Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo,

assim como ele é justo.

 
PONTO DE CONTATO

Professor, a doutrina do pecado encontra-se claramente

exposta em toda a Bíblia. O pecado não é apenas um coadjuvante


na história da vida humana, mas, uma de suas personagens

principais. A Bíblia, em nenhuma hipótese, lhe nega a força, a

sutileza tentadora que, no interior do homem é uma inclinação

para o mal, e no exterior, uma sedução para a prática das

concupiscências da carne. Trata-se de uma luta renhida entre a

carne e o Espírito: de um lado, a consciência e o dever de fazer o

bem; de outro, a convicção de que o mal está sempre presente (Rm

7.21; Gl 5.17). O apóstolo Paulo foi incisivo ao tentar descrever esta

angustiante batalha: “Miserável homem que eu sou! Quem me

livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24).

Leia com seus alunos, Romanos 8.1-29, para que eles possam

compreender o final glorioso desse drama encenado pelo homem, o

pecado, o amor e a graça de Cristo.

 
OBJETIVOS

 
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
 Conceituar a doutrina do pecado.
 Explicar as consequências do pecado.
 Descrever a universalidade do pecado.

 
SÍNTESE TEXTUAL

A doutrina do pecado, chamada de Hamartiologia, se ocupa do

estudo da origem, natureza e universalidade do pecado, conforme as

Escrituras. O termo procede de duas palavras gregas: hamartia ,


traduzida por “pecado”, em At 3.19 e 1Co 15.17, e logia , que significa

em At 7.38 e Rm 3.2, “palavra”, “oráculo” ou “declaração”. Em sua

origem, o pecado manifestou-se na criatura moral celeste, conforme

Ez 28.1-19; Is 14.12-15; Jo 8.44; 1Jo 3.8,12. Mais tarde, Adão, como

representante da raça humana, também sucumbiu diante do pecado,

sujeitando todos os seus descendentes aos aguilhões do mal moral;

tornando-o, portanto, universal a todas criaturas racionais, e

afetando até mesmo a criação (Gn 3; Sl 14; Rm 1.18-32; 3.23; 5.12-

21; Rm 8.20-23). A natureza do pecado é descrita mediante diversos

vocábulos hebraicos e gregos designados pelas Escrituras: hattā’â —

pecado; errar o alvo (Gn 4.7); pesha‘ — revolta contra o padrão;

transgredir (Gn 50.17); anomia — pecado; sem lei (Rm

6.19); asebeia — impiedade; falta de reverência (Rm 1.18).

 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 
Professor, a Bíblia usa diversas palavras para descrever a

natureza do pecado. Tanto no hebraico quanto no grego, os

vocábulos são usados em textos que revelam a sutileza e a variedade

de atos considerados pecados pela Escritura. O emprego de vários

termos para descrever o pecado e a natureza do mesmo, revela não

apenas a multiplicidade de pecados existentes, mas também a

universalidade deles, pois mesmo àqueles que se consideram moral

ou socialmente bons, cometem outros tipos de pecados, às vezes,

tolerado pela sociedade, mas condenados pela Escritura. Portanto,

usaremos como recurso para esta lição, uma tabela com alguns
termos hebraicos e gregos que descrevem a natureza do pecado. Esta

tabela pode ser usada no tópico I, subtópico 3: “Definição bíblica”.

 
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

“O pecado não é um brinquedo — é um tirano”. A afirmação de J.

Blanchard, além de explicitar a natureza do pecado, adverte-nos

severamente: embora o pecado seja considerado um mero folguedo

pelos que zombam de Deus e de sua Palavra, pode lançar-nos no

inferno se não o vencermos pelo sangue de Cristo.


Nesta lição, estudaremos a doutrina do pecado: origem,

natureza, conseqüências. Mostraremos ainda que, apesar de seu

império, curva-se ele ante o sacrifício do Calvário.

I. O QUE É O PECADO

1. Definição etimológica. Tanto em hebraico como no grego,

a palavra pecado traz esta conotação: errar o alvo. Veio o Todo-

Poderoso e ordenou ao homem: “Este é o caminho; andai nele, sem

vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda” (Is 30.21).

Mas o ser humano, ao desprezar a recomendação divina, pôs-se a

trilhar a senda da rebelião, errando assim o alvo que lhe propusera o

Criador: servi-lo na beleza de sua santidade.

2. Definição teológica. O pecado pode ser definido,

teologicamente, como a transgressão deliberada e voluntária das leis

estabelecidas por Deus.

3. Definição bíblica. Em 1 João 3.4, temos uma definição,

embora pequena, essencial e completa: “O pecado é iniqüidade”.

II. A POSSIBILIDADE DO PECADO

 
1. O pecado de Satanás. Em 1 João 3.8, escreve João que o

Diabo peca desde o início; ele jamais se firmou na verdade (Jo 8.44).

Dotado de livre-arbítrio, o mais excelso e maravilhoso dos anjos,

conhecido também como querubim ungido, envaideceu-se até que,

em si, foi achada iniqüidade (Ez 28.15). Seu pecado é conhecido

também como a “condenação do diabo” (1 Tm 3.6).

2. O livre-arbítrio do homem. Dotado de livre-arbítrio e

menosprezando a recomendação divina, o homem apostatou-se

contra o seu Criador, pensando que, assim, seria tão sábio e perfeito

quando Deus. Todavia, ao invés da onisciência, veio a adquirir uma

consciência culpada e envergonhada pelo pecado (Gn 3.9-11).

3. A tentação. Foram nossos primeiros genitores tentados pela

concupiscência dos olhos, pela concupiscência da carne e pela

soberba da vida (1Jo 2.16). Eva, vendo que o fruto da árvore era bom

para se comer (concupiscência da carne), agradável aos olhos

(concupiscência dos olhos) e desejável para dar entendimento


(soberba da vida), o tomou, o comeu e ainda ofereceu ao seu marido

(Gn 3.6). O ciclo da queda estava completo. O que era tentação

torna-se, agora, transgressão da Lei de Deus.

4. O agente tentador. Por que Satanás tentou Adão e Eva? Por

devotar-lhes intenso e implacável ódio. Assevera o Senhor Jesus que

o Diabo é homicida desde o princípio (Jo 8.44). Tivera ele

permissão, mataria o homem ali mesmo, no Éden. Como não pôde

fazê-lo, induziu Adão a revoltar-se contra o Senhor. Nesta sanha,

não mediu esforços para arruinar nossos pais. Usando a serpente


para levar Eva ao pecado (2Co 11.3), ato contínuo, induziu a esta a

instigar o homem à rebelião contra o Criador (1Tm 2.14). Leia com

atenção Gênesis 3.

III. A UNIVERSALIDADE DO PECADO

1. Os gentios. Paulo enfoca a universalidade do pecado no

mundo greco-romano, garantindo que a mais brilhante civilização da

história era, na verdade, uma abominação contra o Senhor (Rm 1.23-

27).

2. Os judeus. Em seguida, o apóstolo trata da apostasia dos

judeus, mostrando estarem eles tão comprometidos com o pecado

quanto os gentios (Rm 2.17-23).

3. A universalidade do pecado. No capítulo três, o apóstolo é

obrigado a concluir: “Porque todos pecaram e destituídos estão da

glória de Deus” (Rm 3.23). Por conseguinte, não há nação, por mais

adiantada ou por mais atrasada, que não possua uma clara noção de

pecado.

IV. AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO

Vejamos, pois, as conseqüências do pecado.


1. No homem. Colocado por Deus no Éden para que o lavrasse,

o homem não pode considerar o trabalho como se fora uma

maldição. Devido ao pecado, porém, tornar-se-lhe-ia o trabalho mui

penoso (Gn 3.17-19).

2. Na mulher. Por causa de sua desobediência, a mulher muito

sofreria em sua mais sublime missão: dar à luz filhos (Gn 3.16).

3. Na natureza. Não fora o pecado, a natureza seria harmônica

e benfazeja em todos os sentidos. Assevera Paulo que a criação geme

em conseqüência da transgressão adâmica (Rm 8.20-22).

4. No relacionamento com Deus. Em conseqüência do

pecado, foi o homem expulso do Éden e perdeu a comunhão que

desfrutava com o Senhor (Is 59.2). Sem Cristo, não passamos de

filhos da ira (Ef 2.3).

5. O salário do pecado é a morte. Além de causar a morte

espiritual, o pecado leva à morte física (Gn 2.17; Rm 6.23); e caso

persista o homem em seus delitos, haverá de experimentar a


segunda morte: o lago de fogo (Ap 21.8).

CONCLUSÃO

Na Bíblia, encontramos não poucos exemplos de homens que

conheciam a Deus e com Ele andavam. No entanto, por falta de

vigilância, acabaram por pecar contra o Senhor. Haja vista Davi. Tais

exemplos nulificam o que João escreveu? De forma alguma. O que o


apóstolo procura mostrar é que, na vida de quem ama a Deus, o

pecado não é um hábito; é um lamentável e triste acidente. O

versículo 6 poderia ser também assim traduzido: “O que nEle

permanece, não vive na prática do pecado”.

 
VOCABULÁRIO

Antídoto: Medicamento usado para frustrar a ação de um veneno.

Asseverar: Afirmar com certeza, segurança; assegurar; dar como

certo; certificar; atestar.

Benfazejo: Que faz o bem; caritativo.

Hipótese: Suposição, conjetura; Suposição duvidosa, mas não

improvável, relativa a fenômenos naturais, pela qual se antecipa um

conhecimento, e que poderá ser posteriormente confirmada direta

ou indiretamente.

Nulificar: Anular; tornar nulo; invalidar.

Sanha: Ira, ódio, rancor, fúria.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

LEITE FILHO, T. G. O homem em três tempos. RJ: CPAD, 1997.

BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2005.

HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva

pentecostal. RJ: CPAD, 1996.


OLIVEIRA, R. As grandes doutrinas da Bíblia. RJ: CPAD,

2003.

 
EXERCÍCIOS

1. O que é o pecado de acordo com 1 Jo 3.4?

R. O pecado é iniqüidade.

2. Quais os três tipos de pecados mencionados em 1 Jo 2.16?

R. Concupiscência da carne, dos olhos e soberba da vida.

3. O que você entende por universalidade do pecado?

R. Que todos os homens são pecadores.

4. Quais as conseqüências do pecado?

R. Morte, trabalho penoso, multiplicação da dor no parto, etc.

5. Quem foi o agente tentador no Éden?

R. Satanás.

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

 
“Classes de Pecado

Diante do perdão de Deus, não podemos dizer que os pecados

estão divididos em classes. No entanto, para nossa própria

compreensão deles, podemos admitir que, assim como todos os

edifícios e casas não são do mesmo tamanho, assim também os

nossos pecados são de diferentes tipos.

1. Pecados de debilidade e de presunção. Pecados de

debilidade são aqueles que têm a atenuante de serem produtos da

precipitação no juízo, ou de pouca energia na vontade, apesar de

revelarem corrupção e desordem. Os de presunção são os que

resultam da premeditação e de uma vontade a serviço da injustiça

(Sl 19.12,13; Is 5.18; Ml 7.2,3; Gl 3.1; Ef 4.14).

2. Pecados de comissão e de omissão. É comum a pessoa

se preocupar mais em não fazer o mal do que em fazer o bem. No

entanto, para Deus os dois pecados têm a mesma implicação.

Observemos, no entanto, que, enquanto no Decálogo a maior parte


das proibições começa com um não, no Novo Testamento a ênfase é

a de fazer o bem: Jo 13.34,35; 15.17. Em Mateus 25.41-46, no grande

julgamento, são mencionados cinco pecados de omissão.

3. Pecados sociais. O pecado é a infidelidade no cumprimento

de nossas responsabilidades diante de Deus, e uma das que as

Escrituras apresentam é a que se refere à prática da justiça e retidão

entre os homens: Gn 39.9; Dt 24.15; 2 Rs 18.14; Êx 23.7. Também os

profetas denunciavam a falta de justiça e a opressão que havia entre

o povo, que significavam rebelião contra Deus.


4. Pecados contra o Espírito Santo. Em Mateus 12.32 e

Lucas 12.10, temos referências ao pecado contra o Espírito Santo. É

imperdoável porque não significa apenas falar contra o Espírito

Santo (Hb 6.4-6; 10.26-29), mas também atribuir maliciosamente a

poderes malignos o que é realizado pelo poder do Espírito Santo. É

uma obstinada resistência à clara manifestação do Espírito da

graça”.

(LEITE FILHO, T. G. O homem em três tempos. 3.ed., RJ:

CPAD, 1997, p.114-5.)

 
 Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos

 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 9: Salvação, o plano de Deus para a redenção humana
Data: 26 de Novembro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

 
“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a

todos os homens” (Tt 2.11).

 
VERDADE PRÁTICA

A salvação oferecida por Deus, através de Cristo, é amorosamente

inclusiva: contempla todos os seres humanos e não apenas um grupo

ou nação.

 
LEITURA DIÁRIA

Segunda - At 4.12

A salvação é obtida somente em nome de Jesus.

Terça - Rm 1.16

O Evangelho é poder de Deus para a salvação.

Quarta - Rm 13.11

A salvação está mais perto de nós do que quando aceitamos a fé.

 
 

Quinta - 2 Co 6.2

Eis o tempo aceitável, eis o tempo de salvação.

Sexta - 1 Ts 5.9

Deus não nos destinou para a ira, mas para a salvação.

Sábado - 2 Tm 3.15

Sábios para a salvação.

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 3.14-21.

14 - E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa

que o Filho do Homem seja levantado,

15 - para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a

vida eterna.
16 - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho

unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha

a vida eterna.

17 - Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que

condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.

18 - Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está

condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

19 - E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens

amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram

más.

20 - Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem

para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas.

21 - Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as

suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.

 
PONTO DE CONTATO

Professor, a doutrina da salvação não deve ser apenas

compreendida. É necessário que seja experimentada pelos seus

alunos. Conhecer os profundos e confortadores ensinos

concernentes à redenção é um bálsamo para o peregrino cristão.

No entanto, o conhecimento teórico de pouco adianta se a obra

salvífica de Cristo não for experimentada. Portanto, ministre a


lição com objetividade, conhecimento da doutrina e amor pela

conversão e salvação de seus alunos.

 
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


 Conceituar a doutrina da salvação.
 Descrever os objetivos da graça.
 Explicar a predestinação bíblica.

 
SÍNTESE TEXTUAL

A doutrina da salvação, chamada de Soteriologia, ocupa-se do

estudo do plano salvífico (Ef 1.3-14), da obra de Cristo (Rm 3.24-26),

e da aplicação da salvação ao homem (Ef 2.8-10), de acordo com a

Escritura. O termo procede do grego sōtēria , traduzido por

“salvação”, “libertação” e “preservação”. Nos textos de Lc 1.69,71 e


Hb 11.7, o vocábulo é usado com o sentido de “livrar ou preservar de

um perigo eminente”. A palavra equivalente usada no Antigo

Testamento é yeshû‘â (o nome Jesus no grego, procede desse termo

hebraico, Mt 1.21), isto é, “salvação”, “livramento”. O termo hebraico

é usado, em Gn 49.18, como referência à salvação do Senhor (ver Dt

32.15; 1 Sm 12.1), e, em Ez 37.23, com o significado de “livrar” dos

pecados. Portanto, salvação, quer no Antigo ou Novo Testamento,

significa libertação, livramento ou preservação de um perigo

eminente.
 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Professor, antes que o homem pudesse pensar em Deus, ele já

estava presente no pensamento de Deus. A Escritura em inúmeras

passagens atribui a salvação a uma ação e iniciativa completamente

divina: Deus elege, predestina e chama (Ef 1.4,5,18; 2.8-10; Rm

8.28-30; Fp 2.15,16; 2 Ts 1.11; Hb 3.1; 2 Pe 1.10). No entanto, é

necessário que o homem responda positivamente a vocação celeste:

recebendo-o (Jo 1.12), crendo (Jo 3.16), indo ao encontro dEle (Jo

6.37), invocando-o (Rm 10.13), entre outros. A obra inicial do

Espírito Santo, a fim de que o pecador seja salvo, é convencer o

homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Portanto, há um

completo envolvimento da deidade e do homem na salvação. O

gráfico a seguir representa esses conceitos. Apresente aos alunos

após o tópico III.

 
COMENTÁRIO
 

INTRODUÇÃO

Afirma Matthew Henry que a nossa “salvação é tão bem

projetada, tão bem harmonizada, que Deus pode ter misericórdia

dos pobres pecadores e estar em paz com eles, sem nenhum prejuízo

de sua verdade e justiça”. Quem há de contestar o irmão Henry?

Certo teólogo, aliás, chegou a declarar que o Plano de Salvação é tão

eterno quanto o próprio Deus.

Neste domingo, veremos o que a Bíblia ensina acerca da

salvação; é um tema que se estende do Gênesis ao Apocalipse.

I. O QUE É A SALVAÇÃO

 
1. Definição etimológica. Na língua original do Novo

Testamento, a palavra sōtēria , além de salvação, traz as seguintes

significações: “libertação de um perigo eminente. Livramento do

poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena

comunhão com Deus” (Dicionário Teológico).

2. Definição teológica. Doutrina segundo a qual, Deus, em

seu insondável amor, ofereceu o seu Unigênito para salvar pela

graça, por intermédio da fé, os que o aceitam como o único e

suficiente Salvador (Ef 2.8-10). A salvação é amorosamente


inclusiva; contempla a humanidade por inteiro, visto que todos nós,

em Adão, caímos no pecado pela transgressão da Lei de Deus; logo:

todos precisamos ser resgatados por Cristo. Ler Rm 5.12,17,18; Gl

4.4,5; Is 43.27.

II. A GRAÇA DE DEUS NA SALVAÇÃO DO HOMEM

Agostinho realça a doutrina da graça divina: “A graça de Deus

não encontra homens aptos para a salvação, mas torna-os aptos a

recebê-la”. Nesta admirável definição, temos a essência do que é e do

que representa a graça de Deus.

1. Definição etimológica.Tanto a palavra hebraica hessed ,

quanto a grega charis , trazem a idéia de favor imerecido. Esta é a

mais universal e clássica definição de graça.

2. Definição teológica. A graça, portanto, é o favor imerecido

que Deus, gratuitamente, concede à raça humana, capacitando-nos a

compreender, a aceitar e a usufruir, de imediato, das bênçãos do

Plano de Salvação (Ef 2.8,9).

3. Objetivos da graça de Deus. A graça tem por objetivos: 1)

salvar o homem da condenação do pecado; e 2) restringir a ação

deste, levando o ser humano a viver nas regiões celestiais em Cristo

Jesus (Rm 5.2; Ef 2.8). A graça é operada mediante a fé.

 
III. ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO

Conforme Efésios 1.4,5, a eleição (v.4) precede a predestinação

(v.5) que, embora infinita e insondável, não é a salvação em si. A

predestinação é “para a salvação” (2 Ts 2.13), a fim de sermos filhos

de adoção (Ef 1.5)

1. Eleição (Ef 1.4,5). Antes mesmo de o Universo ter sido

criado, nós já havíamos sido eleitos por Deus para usufruir

plenamente da salvação. Leia também 1 Pe 1.1,2.

2. Predestinação. O apóstolo afirma que fomos não somente

eleitos, mas igualmente predestinados à vida eterna (Ef 1.5).

Isto não significa, porém, que Deus tenha amado apenas uma

parte da raça humana; amou-a por completo. Pois a promessa do

Salvador foi feita em primeiro lugar a Adão — o pai de todas as

famílias da Terra e representante de toda a humanidade (Gn 3.15).

Portanto, basta o homem receber a Cristo para desfrutar, de

imediato, dos benefícios da eleição e da predestinação. Em sua

presciência, Deus elegeu, em seu Filho, aqueles que, aceitando o

Evangelho, experimentam o milagre da regeneração.

IV. A REGENERAÇÃO

 
Neste tópico, entraremos a ver por que a regeneração é tão

importante à união do ser humano com Deus. Vejamos, pois, o que é

a regeneração?

1. Definição etimológica. A palavra regeneração significa

gerar de novo, nascer outra vez.

2. Definição teológica. A regeneração é a obra fundamental e

instantânea de Deus que concede gratuitamente ao pecador uma

nova vida espiritual através dos méritos de Cristo. É a natureza

divina operando no crente por intermédio da ação do Espírito Santo

(2 Pe 1.1-5).

3. A necessidade da regeneração. É necessária para se

entrar no céu (Jo 3.3); para se resistir ao pecado (1 Jo 3.9); para se

ter uma vida de retidão (1 Jo 2.29).

V. A JUSTIFICAÇÃO

1. Definição etimológica. A palavra justificação é oriunda do

hebraico tsādēq e do grego dikaios . Significa, declarar justo pelos

méritos de Cristo.

2. Definição teológica. Justificação é um termo forense e traz

esta rica conotação: declarar alguém justo, como se este jamais

houvera cometido quaisquer iniqüidades. Logo: é mais do que

absolvição; é colocar o pecador arrependido no lugar de justo.


3. Benefícios da justificação. Estes são alguns dos benefícios

da justificação: 1) um novo relacionamento com a Lei (At 13.39); 2)

um novo relacionamento com Deus (Rm 5.1,9); uma nova concepção

sobre a própria culpa (Rm 8.33); uma nova perspectiva quanto ao

futuro (Tt 3.7).

VI. A ADOÇÃO

Antes de aceitarmos a Cristo, éramos apenas criaturas; agora, co-

herdeiros de Cristo Jesus com pleno acesso a todas as bênçãos que,

nEle, reservou-nos o Pai Celeste (Ef 1.13; 1 Co 3.21). A adoção,

portanto, é uma das mais belas e confortadoras doutrinas da Bíblia.

1. Definição etimológica. A palavra adoção, considerada

literalmente, significa colocar na posição de filho.

2. Definição teológica. No Novo Testamento, o vocábulo

descreve o ato pelo qual Deus recebe, como filho, alguém que, legal e

espiritualmente, não desfruta do direito de tê-lo como Pai. A partir

desse momento, passa esse alguém, mediante o sacrifício de Cristo

no Calvário, a desfrutar de todos os privilégios que Deus preparou

àqueles que aceitam a Cristo como único e suficiente Salvador. O

termo adoção encontra-se apenas nas epístolas paulinas (Rm

8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5).

3. Os privilégios da adoção. Adotado por Deus, o crente é

considerado como filho do Pai Celeste (1 Jo 3.2); como irmão de


Jesus (Hb 2.11); como herdeiro dos céus (Rm 8.17). De igual modo, é

libertado do medo (Rm 8.15) e desfruta de segurança e certeza de

vida eterna (Gl 4.5,6).

VII. A SANTIFICAÇÃO

A doutrina da santificação é uma das mais negligenciadas de

nosso púlpito. Apesar disso, sua validade e reivindicações continuam

tão eloqüentes hoje como nos tempos bíblicos. O que é, todavia, a

santificação?

1. Definição etimológica. A palavra santificação, nos seus

dois principais termos das Sagradas Escrituras ( qōdesh , no A.T.,

e hagiazō , no N.T.), significam: separação do mundo e consagração

a Deus.

2. Definição teológica. Tendo por base a graça divina, a

santificação leva o crente a separar-se do mundo, de sua filosofia de

vida e de suas vis concupiscências, a fim de consagrar-se totalmente

a Deus e ao serviço de seu Reino.

3. A santificação é um processo. Se a regeneração é um ato

instantâneo, a santificação é um processo, através do qual o homem,

continuamente, torna-se, pela ação do Espírito Santo, mais parecido

com Deus (Pv 4.18; Fp 3.12-14; 2 Co 3.18).


4. Os propósitos da santificação. Levar o homem a

identificar-se com o seu Criador (Lv 19.2; Gl 2.19) e constranger o

homem a dedicar-se ao serviço de Deus (Êx 19.6).

5. Os meios da santificação. Estes são os meios através dos

quais Deus opera, em nós, a santificação: a Palavra (Jo 17.17); o

sangue de Jesus (Hb 13.12); o Espírito Santo (2 Ts 2.13); a fé em

Deus (At 26.18).

CONCLUSÃO

Como é maravilhoso experimentar a salvação em Cristo Jesus!

Todavia, o melhor está por vir. Quando Ele voltar para buscar a sua

Igreja, haveremos de experimentar a salvação em toda a sua

plenitude. Conforme ensina o apóstolo Paulo, os salvos seremos

transformados num abrir e fechar de olhos ante o toque da última

trombeta. E, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Aleluia!

Você já experimentou a salvação? Aceite a Cristo imediatamente.

 
VOCABULÁRIO

Depositário: Aquele que recebe em depósito.

Forense: Respeitante ao foro judicial; judicial.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
 

OLIVEIRA, R. As grandes doutrinas da Bíblia. 7.ed., RJ: CPAD,

2003.

 
EXERCÍCIOS

1. O que é a doutrina da salvação?

R. Doutrina segundo a qual Deus ofereceu o seu Unigênito para

salvar os que o aceitam como o único e suficiente Salvador.

2. Qual a definição teológica do termo graça?

R. O favor imerecido que Deus concede à raça humana.

3. O que é a regeneração?

R. Obra instantânea de Deus que concede ao pecador uma nova

vida espiritual.

4. O que é a justificação?

R. Declarar alguém justo, como se este jamais houvera pecado.

5. O que é a adoção?

R. Ato pelo qual Deus recebe, como filho, alguém que, legal e

espiritualmente, não desfruta do direito de tê-lo como Pai.

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“O Alcance da Salvação

1. A salvação é para o mundo inteiro. Através do sacrifício

perfeito de Cristo, todos os habitantes da Terra foram representados,

e os seus pecados foram potencialmente perdoados. Cristo ‘é a

propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos

próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro’ (1Jo 2.2).

2. A salvação é para os que crêem. Apesar de Cristo haver

morrido pelos pecados do mundo inteiro, há um sentido em que a

expiação é uma provisão divina feita especialmente por aqueles que

crêem. Paulo apresenta Jesus Cristo como o ‘Salvador de todos os

homens, especialmente dos fiéis’ (1Tm 4.10). Deste modo, apesar de

a salvação estar à disposição de toda a humanidade, de forma


experimental ela se aplica exclusivamente àqueles que crêem.

3. Alguns abandonarão a salvação. A Bíblia dá a entender

que muitos daqueles pelos quais Cristo morreu, aceitarão a sua

provisão salvadora, mas depois abandonarão, perdendo com isto o

direito à vida eterna [...]”.

(OLIVEIRA, R. As grandes doutrinas da Bíblia. 7.ed., RJ:

CPAD, 2003, p.217-8.)

 
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
 

 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 10: Igreja, o corpo espiritual de Cristo
Data: 03 de Dezembro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

“Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à

Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos, à universal

assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos

céus” (Hb 12.22,23).

 
VERDADE PRÁTICA

A Igreja de Cristo não é uma simples organização; e, sim: um

organismo vivo que, no poder do Espírito Santo, manifesta o Reino

de Deus a um mundo que jaz no maligno.

 
LEITURA DIÁRIA

 
Segunda - Mt 16.18

Cristo anuncia a fundação da Igreja.

Terça - Ef 1.22

Cristo é o cabeça da Igreja.

Quarta - Ef 3.10

A Igreja revela agora a multiforme sabedoria de Deus.

Quinta - 1 Tm 3.15

A Igreja é a coluna e firmeza da verdade.

Sexta - Hb 12.23

A Igreja é a universal assembléia dos santos.

 
Sábado - Ap 3.20

A Igreja é o castiçal de Deus.

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

MATEUS 18.13-20.

13 - E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou

os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do

Homem?

14 - E eles disseram: Uns, João Batista; outros, Elias, e outros,

Jeremias ou um dos profetas.

15 - Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?

16 - E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do

Deus vivo.

17 - E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão

Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu

Pai, que está nos céus.

18 - Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra

edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão

contra ela.
19 - E eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares

na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será

desligado nos céus.

20 - Então, mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem

que ele era o Cristo.

 
PONTO DE CONTATO

Prezado professor, o termo “igreja” na Antigüidade, referia-se a

um grupo de pessoas que se reuniam para deliberar a respeito dos

assuntos legislativos e políticos das cidades. Geralmente, essas

assembléias eram abertas com orações e sacrifícios às divindades

locais. Era concedido, a cada cidadão que desejasse, o direito de se

pronunciar ou propor assuntos para o debate. No entanto, o termo

era comum entre os gregos para designar qualquer reunião ou

assembléia. Com a ascensão do cristianismo, a palavra começou a


ser empregada em sentido mais específico, isto é, a igreja do Deus

vivo.

 
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


 Conceituar a doutrina da igreja.
 Descrever a missão da igreja.
 Distinguir a igreja universal da igreja local.

 
SÍNTESE TEXTUAL

Eclesiologia é a disciplina da Teologia que estuda a igreja, sua

fundação, símbolos e missão, conforme as Escrituras. O vocábulo

igreja é formado por duas palavras gregas: pelo prefixo ek , isto é, “a

partir de”, “de dentro de” ou “para fora de”; e, klēsis , que significa

“chamada”, “convocação”, “convite”. Literalmente quer dizer

“chamados para fora”. Em Atos 19.39, ekklēsia é uma “assembléia

reunida para fins políticos”; em Atos 7.38 é a congregação ou

assembléias dos israelitas, mas em 1 Co 11.18, uma congregação

cristã. O termo ainda é usado para designar um “grupo local de

cristãos” (Mt 18.17; At 5.11; Rm 16.1,5); a Igreja universal à qual

todos os servos de Cristo estão ligados (Mt 16.18; At 9.31; 1 Co 12.28;

Ef 1.22); e a Igreja de Deus ou de Cristo (1 Co 10.32; 1 Ts 2.14; Rm

16.16).

 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Professor, a Igreja é um organismo vivo, santo, dinâmico e ligado

à cabeça, Cristo (Ef 1.22,23). A igreja, portanto, vive em duas

dimensões: espiritual e social. Na dimensão espiritual, a igreja é

universal, um organismo vivo, o corpo místico de Cristo; mas na

esfera social, ela é local, uma organização, uma agremiação de

pessoas ligadas a um sistema de crenças. Como recurso didático para

esta lição, use a tabela que distingue a igreja universal da igreja local.

Reproduza a tabela e a use no tópico V.


 

 
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

“A Igreja é a herdeira da cruz”. Esta declaração de Thomas

Adams, além de realçar a importância e a natureza da Igreja de

Cristo, deixa bem claro: a Igreja não surgiu de um projeto humano,

mas do próprio Senhor.

I. O QUE É A IGREJA
 

Como definir a Igreja? William Gurnall assim o faz: “A Igreja não

é nada mais do que Cristo manifestado”. Como seus representantes,

devemos nos empenhar em ter uma vida santa e irrepreensível, a fim

de que os homens, ao ver a nossa conduta, venham a glorificar a

Cristo — o cabeça da Igreja.

1. Definição etimológica. A palavra igreja vem do

hebraico qāhāl ; e do grego ekklēsia . Ambas as palavras, do texto

sagrado, carregam o mesmo significado: reunião pública, ou

assembléia regularmente convocada, cujo objetivo é congregar-se

para deliberar sobre o bem comum.

2. Definição teológica. Igreja é o conjunto daqueles que,

aceitando a Cristo pela fé, são imediatamente agregados em seu

corpo espiritual como sua possessão, a fim de testemunhar acerca do

Evangelho.

O mesmo termo é aplicado ao ajuntamento dos fiéis num

determinado lugar para adorar a Deus. Com o tempo, a palavra

passou a designar o lugar de reunião dos crentes.

II. A FUNDAÇÃO DA IGREJA

Quando exatamente foi a Igreja fundada? Com o nascimento de

Cristo? Com a declaração de Pedro em Cesaréia? Ou com a

ressurreição de Nosso Senhor? Embora a Igreja sempre houvesse

sido uma realidade na presciência de Deus, ela só passou a existir


com o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes (Ef

3.8-11).

III. OS FUNDAMENTOS DA IGREJA

1. A Palavra de Deus. Solidamente fundamentada na Palavra

de Deus, a Igreja não é uma invenção dos discípulos, mas o maior

projeto de Deus. O Antigo Testamento revela que, em Cristo, todas

as nações haveriam de se congregar em Deus (Gn 12.1-3; Ag 2.7). O

fundamento maior da Igreja é, sem dúvida alguma, a Palavra de

Deus (1 Co 3.10; Ef 3.5; 2 Pe 3.15-17).

2. A Declaração de Cesaréia. Em Mateus 16, deparamo-nos

com uma das mais concorridas passagens da Bíblia. Os católicos,

buscando alicerçar a autoridade papal, afirmam ser Pedro a pedra a

que se refere o Senhor Jesus. Já os protestantes asseveram: a pedra

em questão não é o apóstolo, mas a declaração que este, inspirado

pelo Espírito Santo, fez a respeito da messianidade do Nazareno.

Aliás, o próprio apóstolo Pedro afirma que a pedra é Cristo (1 Pe 2.4-

8).

IV. A MISSÃO DA IGREJA

1. Glorificar a Deus. No Sermão da Montanha, exorta-nos o

Cristo a agirmos de tal forma, a fim de que os homens glorifiquem ao

Pai Celeste (Mt 5.16).


2. Ser habitação do Espírito Santo (1 Co 6.19). A Igreja é o

templo espiritual de Deus; nela habita o Espírito de Deus. Os que a

procuram, têm de saber que Deus, de fato, está entre nós (1 Co

14.25).

3. Tornar conhecida a sabedoria de Deus. Através da

exposição das Sagradas Escrituras, pode a Igreja demonstrar quão

superior é a sabedoria divina (Ef 3.10,11).

4. Proclamar o Evangelho. A principal missão da Igreja

acha-se mui clara no texto da Grande Comissão (Mt 28.18,19).

5. Edificar seus membros na Palavra. Através da Palavra

de Deus vai a Igreja edificando os seus membros (Ef 4.11-13).

V. OS MEMBROS DA IGREJA

A Igreja é composta pelos salvos por Cristo oriundos de todas as

nacionalidades.

1. Os judeus. Embora os primeiros cristãos fossem de origem

judaica, não tiveram estes a primazia absoluta na Igreja, conforme o

demonstra Pedro (At 10.34).

2. Os gentios. Considerados pelos judeus como cachorrinhos

(Mt 15.26), por estarem alijados da comunidade de Israel (Ef 2.12),

foram os gentios admitidos à família dos santos com pleno acesso às

bênçãos espirituais.

3. A Igreja de Deus. Formada por judeus e gentios, a Igreja de

Deus é vista como a Universal Assembléia dos Santos (Hb 12.22-24).


 

VI. AS ORDENANÇAS DA IGREJA

1. Definição teológica. Por constituírem em ordenações

explícitas de Nosso Senhor à sua Igreja, assim são denominados o

batismo em água e a santa ceia.

2. O batismo. Constitui o batismo um símbolo da morte e

ressurreição de Cristo. Através do batismo, realizado por imersão e

em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.18,19), o novo

convertido declara publicamente haver aceitado de forma plena, pela

fé, o sacrifício de Cristo. De igual modo, testemunha já haver

morrido para o mundo e, agora, ressuscitado espiritualmente, vive

em novidade de vida (Rm 6.4).

3. Santa Ceia. É a Santa Ceia a segunda ordenança observada

pela Igreja (Mc 14.12-26). Seus elementos: o pão e o vinho,

simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue de Cristo

oferecidos em resgate da humanidade (1 Co 11.24,25).

Contém a Santa Ceia duas mensagens centrais:

a) Memorial: leva-nos a recordar o sacrifício vicário de Cristo.

b) Profética: alerta-nos quanto à vinda de Nosso Senhor Jesus

para buscar a sua Igreja (1 Co 11.26).

CONCLUSÃO

 
O destino da Igreja é mui glorioso, conforme as Sagradas

Escrituras. Ler Jo 14.2,3; Ef 5.27. Além de sua beleza e distinção no

presente, será ela, quando da volta do Senhor, revestida de inefável

glória, uma glória, aliás, que somente Jesus pode conceder-nos. Se

lermos com atenção os dois últimos capítulos de Apocalipse,

seremos constrangidos a orar e a jejuar, a fim de que venhamos

desfrutar de tudo quanto Ele preparou-nos na cruz. Se com o

Senhor, hoje sofremos; com o mesmo Senhor haveremos de ser

glorificados. Resta-nos, pois, suplicar: Maranata: “Ora vem, Senhor

Jesus”.

 
VOCABULÁRIO

Alijar: Apartar de si; desembaraçar-se, desobrigar-se.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2005.

 
EXERCÍCIOS

1. O que é a Igreja?

R. É o conjunto daqueles que, aceitando a Cristo, são agregados

em seu corpo espiritual.

 
2. Quem pode fazer parte da Igreja?

R. Todos os salvos por Cristo.

3. Quais as duas ordenanças da igreja?

R. O batismo e a Santa Ceia.

4. Quando a Igreja foi fundada?

R. Com o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes.

5. Quais as duas mensagens centrais da Santa Ceia?

R. Recordar o sacrifício de Cristo e alertar quanto à vinda de

Jesus.

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsidio Teológico

“A Igreja ( Ekklēsia ) de Deus é um povo tirado do

mundo.

O mais importante na estrutura da Igreja e que lhe dá a razão de

ser e de existir é que ela seja realmente constituída de um povo que,

de acordo com as palavras de Jesus, tenha sido tirado do mundo (Jo

15.19). Essa realidade é evidenciada, de modo claro, pela própria

palavra que o Novo Testamento usa, em sua língua original (grego),


‘para igreja’ — ekklēsia . Essa palavra é composta de duas

outras: ek e klēsis . Ek significa ‘para fora’, e klēsis ,

‘chamado’. Ekklēsia e usada no Novo Testamento 115 vezes [...].

1) Comunidade grega. É usada três vezes para expressar uma

assembléia de comunidade grega, tanto legal (At 19.39), como ilegal

(At 19.32,40) [...].

2) Israel. É usada duas vezes para designar o Israel de Deus no

Antigo Testamento (At 7.38; Hb 2.12), exprimindo, assim, como

Deus chamou a Israel dentre os povos para ser um povo seu (Dt 7.6-

8)”.

(BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005,

p.214).

 
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos

 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 11: A Bíblia, a inspirada e inerrante Palavra de Deus
Data: 10 de Dezembro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar,

para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o

homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda

boa obra” (2 Tm 3.16,17).

 
VERDADE PRÁTICA

A Bíblia é a inspirada, inerrante, infalível, completa e soberana

Palavra de Deus.

 
LEITURA DIÁRIA

Segunda - 2 Tm 3.16,17

A Bíblia é divinamente inspirada.

Terça - Pv 30.5

A Bíblia é absolutamente inerrante.

Quarta - Mc 13.31
A Bíblia é infalível.

Quinta - Is 8.20

A Bíblia é soberana.

Sexta - Sl 19.7

A Bíblia é perfeita.

Sábado - 2 Tm 3.15

A Bíblia é suficiente em si mesma.

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Timóteo 3.10-17.

10 - Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver,

intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência,


11 - perseguições e aflições tais quais me aconteceram em

Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o

Senhor de todas me livrou.

12 - E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus

padecerão perseguições.

13 - Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior,

enganando e sendo enganados.

14 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste

inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.

15 - E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que

podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo

Jesus.

16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para

ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça,

17 - para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente

instruído para toda boa obra.

 
PONTO DE CONTATO

Professor, você sabe quando surgiu o Dia da Bíblia? Acredita-se

que tenha surgido na Grã Bretanha, em 1549. Atribui-se ao Bispo

Cranmer, o estabelecimento de um dia especial para leitura e

intercessão em favor da Bíblia. Esse bispo incluiu, no livro de

orações do Rei Eduardo VI, um dia em que o povo pudesse


interceder pela Escritura. O dia escolhido foi o segundo domingo

do mês de dezembro. No Brasil, somente após a chegada dos

missionários europeus e americanos, em 1859, é que o Dia da

Bíblia começou a ser celebrado pelos evangélicos. Em 1948, com a

criação da SBB, ocorreu a primeira manifestação pública

concernente ao Dia da Bíblia, no Monumento do Ipiranga, SP. Mas

somente a partir do dia 19 de dezembro de 2001 é que o Dia da

Bíblia tornou-se uma celebração oficial brasileira, em função da

Lei n° 10.335, sancionada pelo então presidente Fernando

Henrique Cardoso, que instituiu a comemoração em todo o

território nacional. Alguns países e seguimentos religiosos cristãos

no Brasil, costumam celebrar a data no segundo domingo de

setembro, referindo-se ao trabalho do exegeta e tradutor da Bíblia,

Jerônimo, tradutor da famosa Vulgata.

 
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


 Definir o termo Bíblia.
 Explicar a inspiração divina da Bíblia.
 Distinguir, concernente a Bíblia, a posição liberal da
ortodoxa.

 
SÍNTESE TEXTUAL

 
Bibliologia é a disciplina teológica que estuda o cânon, a

formação, preservação, estrutura, inspiração e inerrância da Sagrada

Escritura. O nome Bíblia, foi empregado pela primeira vez pelo

patriarca de Constantinopla, João Crisóstomo (344-420), para

indicar uma coleção de Livros Sagrados. No entanto, ha muitos

outros nomes que encontramos no volume sagrado que designam a

inspiração e origem divina desse livro: Lei do Senhor (Sl 1.1,2; Ed

7.10); Palavra de Deus (Mt 15.6; At 6.7); Livro do Senhor (Is 34.16);

Oráculo de Deus (Rm 3.2; 1 Pe 4.11); Sagradas Letras ou Sagrada

Escritura (2 Tm 3.16); Escritura (Mc 15.28; Lc 4.21). Esses e outros

nomes são chamados de “nomes canônicos das Escrituras”.

 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Professor, o atual formato da Bíblia, deve-se ao progresso da

imprensa iniciada por Johann Gutemberg. No entanto, antes da


evolução da imprensa, a Bíblia foi escrita em diversos materiais.

Apresente aos alunos a tabela “Evolução da Bíblia”, logo abaixo.

 
 
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Afirmou Thomas Browne que a Bíblia Sagrada, além de ser a

Palavra de Deus, é a mais sublime obra literária já produzida. Somos

constrangidos a concordar com Browne. Tudo nela é singular: estilo,


correção, graça e proposta. Sua singularidade, porém, acha-se no

fato de ela ser a Palavra de Deus. Que outro livro pode fazer

semelhante reivindicação?

Embora produzida no contexto histórico e cultural judaico,

ninguém haverá de negar-lhe a universalidade. É o único livro

contemporâneo de toda a humanidade; sua mensagem não se perde

com o tempo.

Nesta lição, estudaremos a Bíblia não propriamente como obra

literária; estudá-la-emos como a Palavra de Deus. Se assim não a

acolhermos, de nada nos adiantará exaltar-lhe as qualidades


artísticas. Foi-nos ela entregue, a fim de que reconheçamos a Deus

como o Ser Supremo por excelência e a seu Filho Unigênito como o

nosso Salvador.

I. O QUE É A BÍBLIA

Neste tópico, veremos o que é a Bíblia Sagrada. Em primeiro

lugar, buscaremos uma definição etimológica à palavra Bíblia. Em

seguida, constataremos o que pensam os liberais, os neo-ortodoxos e

os teologicamente conservadores acerca das Sagradas Escrituras.

1. Definição etimológica. Originária do grego, a

palavra Bíblia significa livros ou coleção de pequenos livros. Atribui-

se a João Crisóstomo a disseminação desse vocábulo.

2. Posição liberal. Os teólogos liberais, contaminados por um

racionalismo incrédulo e pernicioso, não reconhecem a Bíblia como

a Palavra de Deus. Perdendo-se em especulações, asseveram que ela

apenas a contém. Infelizmente, muitos desses mestres e doutores

têm-se infiltrado em seminários dantes conservadores e vêm, de

maneira sutil, desviando os alunos da verdade.

3. Posição neo-ortodoxa. Reagindo contra o liberalismo

teológico, ensinam os neo-ortodoxos que a Bíblia torna-se a Palavra

de Deus à medida que alguém, ao lê-la, tem um encontro

experimental com o Senhor. Apesar das aparências, tal

posicionamento fere a santíssima fé (Jd v.20). A Bíblia não se torna

a Palavra a Deus; ela é a Palavra de Deus.


Portanto, erram aqueles que afirmam: “A Bíblia fechada é um

simples livro; aberta, é a boca de Deus falando”. Nada mais errado;

aberta ou fechada, a Bíblia é a Palavra de Deus inspirada e inerrante.

4. Posição ortodoxa. Nós ortodoxos afirmamos que a Bíblia é

a Palavra de Deus. Dessa forma, colocamo-la no lugar em que ela

tem de estar: como a nossa suprema e inquestionável árbitra em

matéria de fé e prática. Se a Bíblia o diz, é a nossa obrigação

obedecê-la sem quaisquer questionamentos. Ela é soberana!

II. A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA

Matthew Henry, um dos maiores expositores das Sagradas

Escrituras, é categórico ao referir-se à inspiração da Bíblia: “As

palavras das Escrituras devem ser consideradas palavras do Espírito

Santo”. Como não concordar com Henry? Basta ler a Bíblia para

sentir, logo em suas palavras iniciais, a presença do Espírito Santo.

1. Definição etimológica. A palavra inspiração vem de dois

vocábulos gregos: Theos , Deus; e pneustos , sopro. Literalmente

significa: aquilo que é dado pelo sopro de Deus.

2. Definição teológica. “Ação sobrenatural do Espírito Santo

sobre os escritores sagrados, que os levou a produzir, de maneira

inerrante, infalível, única e sobrenatural, a Palavra de Deus — a

Bíblia Sagrada” (Dicionário Teológico — CPAD).

3. Inspiração verbal e plenária da Bíblia. Doutrina que

assegura ser a Bíblia, em sua totalidade, produto da inspiração


divina. Plenária: todos os livros da Bíblia, sem qualquer exceção,

foram igualmente inspirados por Deus. Verbal: o Espírito Santo

guiou os autores não somente quanto às idéias, mas também quanto

às palavras dos mistérios e concertos do Altíssimo (2 Tm 3.16).

A inspiração plenária e verbal, todavia, não eliminou a

participação dos autores humanos na produção da Bíblia. Pelo

contrário: foram eles usados de acordo com seus traços personais,

experiências e estilos literários (2 Pe 1.21).

4. A inspiração da Bíblia é única. Além da Bíblia, nenhum

outro livro foi produzido de igual forma; a Palavra de Deus é a obra-

prima por excelência da raça humana.

III. A INERRÂNCIA DA BÍBLIA

A melhor maneira de se compreender uma doutrina é buscar-lhe

uma definição adequada. Sua conceituação, a partir daí, torna-se

mais fácil e não pecará pela falta de clareza e objetividade. Vejamos,

pois, de que forma haveremos de definir a doutrina da inerrância

bíblica.

1. Definição etimológica. A palavra inerrância vem do

vocábulo latino inerrantia e significa, literalmente, qualidade

daquilo que não tem erro.

2. Definição teológica. A inerrância bíblica é a doutrina,

segundo a qual as Sagradas Escrituras não contêm quaisquer erros

por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de Deus (Sl


119.140). A Bíblia é inerrante tanto nas informações que nos

transmite como nos propósitos que expõe e nas reivindicações que

apresenta. Sua inerrância é plena e absoluta. Isenta de erros

doutrinários, culturais e científicos, inspira-nos ela confiança plena

em seu conteúdo (Sl 19.7).

IV. A INFALIBILIDADE DA BÍBLIA

Ao tratar da infalibilidade da Palavra de Deus, ousadamente

expressou-se Carl F. Henry: “Há apenas uma única coisa realmente

inevitável: é necessário que as Escrituras se cumpram”. O que isto

significa? Simplesmente, que a Bíblia é infalível.

1. O que é a infalibilidade. É a qualidade, ou virtude, do que é

infalível; é algo que jamais poderá falhar.

2. Definição teológica. Doutrina que ensina ser a Bíblia

infalível em tudo o que diz. Eis porque a Palavra de Deus pode ser

assim considerada: 1) Suas promessas são rigorosamente

observadas; 2) Suas profecias cumprem-se de forma detalhada e

clara (haja vista as Setenta Semanas de Daniel); 3) O Plano de

Salvação é executado apesar das oposições satânicas. Nenhuma de

suas palavras jamais caiu, nem cairá, por terra.

3. A Bíblia dá testemunho de sua infalibilidade. Leia com

atenção as seguintes passagens: Dt 18.22; Dn 9.2; Mt 1.22; Mc 13.31;

At 1.3.

 
V. A SUPREMACIA DA BÍBLIA EM MATÉRIA DE FÉ

E PRÁTICA

“A autoridade da Bíblia não provém da capacidade de seus

autores humanos, mas do caráter de seu Autor”. Foi o que afirmou J.

Blanchard. Ora, se a autoridade da Bíblia é absoluta, como

haveremos de questioná-la? Vejamos, em primeiro lugar, o que é a

autoridade.

1. Definição etimológica. Oriunda do vocábulo

latino autoritatem , esta palavra significa: Direito absoluto e

inquestionável de se fazer obedecer, de dar ordens, de estabelecer

decretos e, de acordo com estes, tomar decisões e agir a fim de que

cada decreto seja rigorosamente observado.

2. Definição teológica. Poder absoluto e inquestionável

reivindicado, demonstrado e sustentado pela Bíblia em matéria de fé

e prática. Tal autoridade advém-lhe do fato de ela ser a inspirada,

inerrante e infalível Palavra de Deus.

3. Testemunho da Bíblia a respeito de sua

autoridade. Leia as seguintes passagens: Is 8.20; 30.21; 1 Co 14.37.

CONCLUSÃO

Como filhos de Deus, não podemos afastar-nos jamais das

Sagradas Escrituras; destas, todos dependemos vitalmente. Quanto


mais as lermos, mais íntimos seremos de seu Autor. Tem você lido

regularmente a Bíblia? Tem-na estudado todos os dias? Se você

realmente deseja um avivamento, comece a ler com redobrado fervor

o Livro dos livros. Sem a Bíblia não pode haver avivamento.

 
VOCABULÁRIO

Disseminação: Difusão, propagação, vulgarização.

Especulação: Investigação teórica; exploração.

Etimologia: Parte da gramática que trata da origem das palavras.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

CONFORT, P. W. (ed.) A origem da Bíblia. RJ: CPAD, 1998.

GILBERTO, A. A Bíblia através dos séculos. 14.ed., RJ: CPAD,

2003.

 
EXERCÍCIOS

1. Qual o significado da palavra Bíblia?

R. Livros ou coleção de pequenos livros.

2. O que é a inspiração da Bíblia?


R. Ação sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritores

sagrados, que os levou a produzir de maneira inerrante, a Palavra

de Deus.

3. O que é a inerrância da Bíblia?

R. Doutrina segundo a qual a Bíblia não contém quaisquer erros.

4. O que é a infalibilidade da Bíblia?

R. Doutrina que ensina ser a Bíblia infalível em tudo o que diz.

5. O que é a autoridade da Bíblia?

R. Poder absoluto e inquestionável reivindicado e sustentado pela

Bíblia em matéria de fé e prática.

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“A Bíblia.

A palavra ‘bíblia’ é derivada do latim, proveniente da palavra

grega bíblia (livros), que diz respeito especificamente aos livros que

são reconhecidos como canônicos pela Igreja cristã. Nesse sentido,

acredita-se estar o uso cristão mais antigo da expressão ta bíblia (os

livros) na epístola de 2 Clemente 2.14 (c.150 d.C). O vocábulo


grego biblion (do qual bíblia é o plural) é o diminutivo de biblos ,

que na prática denota qualquer tipo de documento escrito, mas

originalmente aquele que foi escrito em papiro.

Um termo sinônimo de ‘a Bíblia’ é ‘os escritos’ ou ‘as Escrituras’

(em grego hais graphai , ta grammata ), freqüentemente usado no

Novo Testamento para designar, no todo ou em parte, os

documentos do Antigo Testamento. Por exemplo, Mateus 21.42 diz:

‘Nunca lestes nas Escrituras?’ (em tais graphais ). A passagem

paralela, Marcos 12.10, traz o singular, referindo-se ao particular

texto citado: ‘Ainda não lestes esta Escritura’ (tem graphen tauten ).

Em 2 Timóteo 3.15, temos ‘as sagradas letras’ ( ta hiera

grammata ), e o versículo seguinte (ARA) diz: ‘Toda Escritura é

inspirada por Deus’ ( pasa graphe theopneustos )” (BRUCE, F.F. A

Bíblia. In CONFORT, P. W. (ed.) A origem da Bíblia. RJ: CPAD,

1998, p.13-4).

 
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos

 
4º Trimestre de 2006

 
Título: As verdades centrais da Fé Cristã
Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 
Lição 12: O arrebatamento da Igreja e as últimas coisas
Data: 17 de Dezembro de 2006

 
TEXTO ÁUREO

“Sede vós também pacientes, fortalecei o vosso coração, porque já

a vinda do Senhor está próxima... Eis que o juiz está à porta” (Tg

5.8,9).

 
VERDADE PRÁTICA

A volta de Jesus não é uma hipótese teológica; é uma verdade bíblica

inquestionável e infalível.

 
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Ap 16.15

Jesus virá como o ladrão

Terça - Mc 13.35

Jesus virá inesperadamente

 
Quarta - Lc 18.8

Jesus virá num tempo de incredulidade

Quinta - Mt 25.5

Jesus virá quando muitos estiverem dormindo

Sexta - Lc 21.34

Jesus virá de improviso

Sábado - 1 Ts 4.16

Jesus virá ante o toque da última trombeta

 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Tessalonicenses 4.13-18.

13 - Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos

que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que

não têm esperança.


14 - Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim

também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com

ele.

15 - Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que

ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que

dormem.

16 - Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz

de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em

Cristo ressuscitarão primeiro;

17 - depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados

juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e

assim estaremos sempre com o Senhor.

18 - Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.

 
PONTO DE CONTATO

Professor, Escatologia é a disciplina da Teologia que estuda os

eventos futuros narrados nas Escrituras. O termo é proveniente de

duas palavras gregas: eschatos, que tem o sentido de “último” numa

sucessão, e, logia, “estudo” ou “tratado”. Como você já percebeu, o

tema das últimas coisas é recorrente em Lições Bíblicas. Não se trata

de mera repetição, mas de proclamação insistente e contínua de que

Jesus breve virá.

 
OBJETIVOS
 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


 Definir o termo arrebatamento.
 Explicar como será o arrebatamento.
 Distinguir o pré-milenismo do pré-tribulacionismo.

 
SÍNTESE TEXTUAL

O termo “arrebatado”, em 1 Tessalonicenses 4.17, refere-se ao

supremo evento da primeira fase da segunda vinda de Cristo. A

expressão “a encontrar o Senhor”, pode também ser traduzido “para

um encontro com o Senhor”. “Encontro” era um termo técnico

freqüentemente usado para descrever o encontro dos cidadãos com

os reis ou generais, nalguma distância fora da cidade, a fim de os

escoltarem a esta. Esse conceito nistonco descreve com muita

propriedade o “encontro de Cristo com os santos”. No entanto, é o

Rei que nos conduzirá à cidade celestial, para lá vivermos para todo

o sempre.

 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Professor, para esta lição, recomendamos um recurso didático

denominado “Linha do Tempo ou da História”. Esse auxílio tem por

objetivo principal, sintetizar fatos históricos relevantes. Ele indica

passado, presente e futuro; tempo histórico e profético. Através de

retas, intenta-se mostrar a relação de seqüência, causa e efeito de


determinados eventos significativos. Com esse gráfico os alunos

poderão visualizar os principais conceitos da lição.

Por isso, observe atentamente os ícones do gráfico e a relação

destes com os textos que representam ou ilustram. Preste atenção

nos fatos passados e sua relação de causa e efeito com o presente

-tempo histórico. Concernente ao tempo profético, futuro, descreva

os principais fatos representados no gráfico abaixo com

fundamentação histórica e bíblica.

 
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Sendo o Cristianismo um relacionamento amoroso e vital com o

Cristo de Deus (Jo 15.4), leva-nos a aguardar ansiosamente por sua

volta.

Nesta lição, veremos o que a Palavra de Deus ensina sobre o

arrebatamento da Igreja.
Está você preparado para esse grande dia? Jesus está às portas!

Em breve a trombeta soará.

I. A IGREJA SERÁ ARREBATADA ANTES DA

GRANDE TRIBULAÇÃO

Não são poucos os que confundem o pré-milenismo com o pré-

tribulacionismo. Vejamos as diferenças entre ambas as posições.

1. Pré-milenismo. Como o próprio nome o indica, o pré-

milenismo ensina que a Igreja passará pela Grande Tribulação, mas

será arrebatada antes do estabelecimento do Milênio.

2. Pré-tribulacionismo. O pré-tribulacionismo afirma que

Jesus arrebatará a Igreja antes da Grande Tribulação. Esta posição

acha-se em perfeita harmonia com as Sagradas Escrituras (Ap 3.10).

Examinar também Lc 21.35,36; 1 Ts 1.10; 5.9.

O arrebatamento tem a ver com a Igreja; a manifestação visível

de Jesus em glória tem a ver: 1) com o livramento de Israel do poder

do Anticristo, e 2) com o julgamento das nações. Jesus, por

conseguinte, virá buscar a sua Igreja antes da Grande Tribulação. A

seguir, veremos o que é o arrebatamento dos santos.

II. O ARREBATAMENTO DA IGREJA

 
Consideremos o arrebatamento da Igreja em dois sentidos:

etimológico e bíblico-teológico. Tanto no Antigo quanto no Novo

Testamento, encontramos centenas de passagens sobre essa

doutrina.

1. Sentido etimológico. A palavra arrebatamento, no contexto

da escatologia bíblica significa tirar com rapidez e de forma

inesperada. Quando o Novo Testamento foi traduzido para o latim,

optou-se pelo vocábulo raptus que, originando-se do verbo raptare,

comporta os seguintes significados: tirar, arrancar, tomar das mãos

alguma coisa de forma violenta.

2. Definição bíblico-teológica. O arrebatamento é a retirada

imprevista e repentina da Igreja deste mundo, pelo poder de Deus,

para que, trasladada às regiões celestes, esteja para sempre com o

Senhor Jesus. O Novo Testamento dedica duas passagens ao

arrebatamento da Igreja: 1 Co 15 e 1 Ts 4. Nesta, Paulo descreve o

rapto dos santos; naquela, mostra como nossos corpos serão


glorificados.

III. QUANDO SE DARÁ O ARREBATAMENTO?

Embora o arrebatamento esteja mui próximo, ninguém sabe,

nem pode afirmar, quando ele se dará. Aliás, a Bíblia adverte para

ninguém especular quanto à data do arrebatamento. Tudo o que

sabemos é que Jesus está às portas.


1. O tempo do arrebatamento. O arrebatamento dar-se-á a

qualquer instante. Jesus Cristo virá como o ladrão (1 Ts 5.4; 2 Pe

3.10). Vigiemos para que este dia não nos surpreenda. A exortação é

do próprio Cristo: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado

aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não

se vejam as suas vergonhas” (Ap 16.15).

2. Prenúncios do arrebatamento. A maioria dos sinais e das

profecias, prenunciando o retorno de Cristo, já é uma realidade. O

que dizer da criação do Estado de Israel? E as guerras e rumores de

guerra? E as fomes? E as pestes? E as sucessivas catástrofes?

Permaneceremos indiferentes à imoralidade que vai enlameando os

lares? Não reagiremos à apostasia que ameaça a Igreja de Cristo?

Leia com atenção todo o capítulo 24 de Mateus. É impossível não ver

os sinais da vinda de Cristo.

As advertências aí estão; não podemos brincar de crentes; temos

de levar a sério nossa vida espiritual.

IV. COMO SE DARÁ O ARREBATAMENTO?

O apóstolo Paulo assim descreve o arrebatamento da Igreja de

Cristo aos irmãos de Tessalônica:

1. Ressoada a trombeta de Deus, descerá o Senhor Jesus dos céus

com alarido e voz de arcanjo (1 Ts 4.16).


2. Ato contínuo, os que dormem em Cristo ressuscitarão e,

imediatamente, serão trasladados às regiões celestes para encontrar

o Senhor nos ares (1 Ts 4.16).

3. Quanto aos que estiverem vivos, seremos transformados,

arrebatados e levados ao encontro do Senhor (1 Ts 4.17).

A glorificação dos santos, quer vivos quer mortos, ocorrerá num

momento (1 Co 15.52). A palavra no original grego, para “momento”,

é mui expressiva: atomō. Trata-se de uma fração de tempo tão

ínfima que não comporta nenhuma divisão. Ao exemplificar tal

fração, Paulo traz à tona uma imagem comum a todos nós: o abrir e

fechar de olhos; um instante pequeno demais para ser mesurado

segundo a noção de tempo do ser humano.

Afinal, o que temos aqui? Um ato ou um processo? Sem dúvida,

um ato repentino; um milagre. É algo que desafia as leis da física.

CONCLUSÃO

A qualquer momento, virá o Senhor Jesus arrebatar a sua Igreja.

Esta é a nossa bendita esperança (Tt 2.13). Não fora este lenitivo,

nossa vida seria insuportável. Como, porém, nossa existência não se

acha circunscrita a este mundo, em breve, ante o estrugir da última

trombeta, seremos tomados pelo Senhor e, com o Cordeiro de Deus,

estaremos para sempre.

“Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1 Ts

4.18).
Está você preparado para o arrebatamento? Como está a sua vida

espiritual? Tem orado regularmente? Tem guardado o seu coração

do mal? Que o Senhor não nos encontre despercebidos.

 
VOCABULÁRIO

Estrugir: Fazer estremecer com estrondo; estrondear.

Indizível: Que não se pode dizer; inefável.

Ínfimo: O mais baixo de todos; pequeno.

Lenitivo: Alívio, conforto, consolação.

Mesurado: Comedido, medido.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: Os

fundamentos da nossa fé. RJ: CPAD, 2005.

 
EXERCÍCIOS

1. O que é o arrebatamento da Igreja?

R. É a retirada imprevista e repentina da Igreja deste mundo, pelo

poder de Deus.

2.Como se dará o arrebatamento da Igreja?


R. Ressoada a trombeta de Deus, o Senhor descerá dos céus, os

mortos em Cristo ressuscitarão, e os vivos serão arrebatados

juntamente com eles às nuvens a encontrar o Senhor nos ares.

3. O que afirma o pré-tribulacionismo?

R. Que Jesus arrebatará a Igreja antes da Grande Tribulação.

4. Quais as duas principais passagens do Novo Testamento acerca

do arrebatamento?

R. 1 Coríntios 15 e 1 Tessalonicenses 4.

5. Você está preparado para o arrebatamento?

R. (Resposta pessoal).

 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“O Arrebatamento

A definição da ‘segunda vinda de Cristo’ é bastante ampla; é vista

pelo menos de duas maneiras diferentes. É localizada, às vezes, para

indicar o drama dos tempos do fim, abrangendo tanto o

arrebatamento da Igreja quanto a revelação de Cristo em glória no

monte das Oliveiras (Zc 14.4). Outras vezes, é enfocada


especificamente para diferençar a revelação de Cristo do

arrebatamento da Igreja que a antecederá.

A primeira fase da segunda vinda de Cristo, tomada em sentido

mais amplo, refere-se ao arrebatamento da Igreja. Abruptamente, e

sem aviso prévio, Jesus levará os que se acharem preparados à sua

vinda (1Ts 4.16-18; 2Ts 2.1). Os que estiverem ‘em Cristo’, tanto os

ressuscitados quanto os que se encontram vivos, serão

conjuntamente ‘arrebatados’. O vocábulo

grego harpagesometha significa ‘arrebatados poderosamente’ às

nuvens (possivelmente nuvens de glória) para se encontrarem com

Ele nos ares.

Em harpazo, há um tempo verbal futuro passivo usado para

descrever a ação dos ladrões e das águias: ambos, furtivamente,

apropriam-se de seus despojos. É o caso de Paulo que foi levado de

repente e com grande poder ao terceiro céu (2Co 12.2). O latim

traduziu esse termo por raptus, que é a raiz da palavra portuguesa


‘arrebatamento’, mostrando que essa palavra torna-se um termo

legítimo para designar este tão maravilhoso evento previsto tantas

vezes pela Bíblia”. (MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas

bíblicas: Os fundamentos da nossa fé. RJ: CPAD, 2005, p.179.)

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