1) O documento discute como o racismo é ocultado no Brasil através da ideia de uma falsa "democracia racial".
2) Cientistas como Nina Rodrigues usavam a ideia de raças superiores e inferiores para justificar a visão de que negros eram inferiores e incapazes de contribuir para a nação.
3) Gilberto Freyre promoveu uma visão harmoniosa da relação entre senhores e escravos que ocultou a violência da escravidão e contribuiu para a ideia da democracia
1) O documento discute como o racismo é ocultado no Brasil através da ideia de uma falsa "democracia racial".
2) Cientistas como Nina Rodrigues usavam a ideia de raças superiores e inferiores para justificar a visão de que negros eram inferiores e incapazes de contribuir para a nação.
3) Gilberto Freyre promoveu uma visão harmoniosa da relação entre senhores e escravos que ocultou a violência da escravidão e contribuiu para a ideia da democracia
1) O documento discute como o racismo é ocultado no Brasil através da ideia de uma falsa "democracia racial".
2) Cientistas como Nina Rodrigues usavam a ideia de raças superiores e inferiores para justificar a visão de que negros eram inferiores e incapazes de contribuir para a nação.
3) Gilberto Freyre promoveu uma visão harmoniosa da relação entre senhores e escravos que ocultou a violência da escravidão e contribuiu para a ideia da democracia
1) O documento discute como o racismo é ocultado no Brasil através da ideia de uma falsa "democracia racial".
2) Cientistas como Nina Rodrigues usavam a ideia de raças superiores e inferiores para justificar a visão de que negros eram inferiores e incapazes de contribuir para a nação.
3) Gilberto Freyre promoveu uma visão harmoniosa da relação entre senhores e escravos que ocultou a violência da escravidão e contribuiu para a ideia da democracia
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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SANTA TEREZINHA -
FEST
MEDOS E PRECONCEITOS NO PARAÍSO Gislene Aparecida dos Santos
Profª Me. Claudia
Silva Lima ► No Brasil, as assimetrias que existem na sociedade são mascaradas através da edificação de uma falsa imagem de democracia, de um paraíso no qual seria inconcebível a existência de qualquer forma de violência e de qualquer forma de autoritarismo.
► Ora, qual a imagem que o brasileiro tem de si e de seu
país? Não acreditamos que vivemos em um pedaço do mundo harmônico no qual as pessoas são boas e cordiais, a natureza é abundante e generosa, já disseram ‘um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza’ onde os dias são o revezamento do trabalho e das festas, folias e malandragens de um povo sensual? ► Uma das formas de identificarmos as lacunas nesta concepção de HARMONIA é verificarmos como se elabora a ideia segundo a qual, no Brasil, os negros representam o que se configurou chamar como classes perigosas. ► Ou seja, quando se diz que esse segmento da população produziria os elementos que trariam desordem e insegurança à sociedade. Assim, por um lado se afirma que o Brasil é um país harmônico e não violento e, por outro, se diz que quando a violência ‘esporadicamente’ emerge na sociedade, ela seria praticada por esses indivíduos MITO DA DEMOCRACIA RACIAL
Racismo Velado, Escondido, Maquiado,
invisível, silenciado. Racismo simbólico
Apesar dos fatos e das estatísticas provarem o contrário, no país, a
discriminação, o racismo e a violência contra negros são toleradas como se, de fato, elas não existissem. A mídia e parte da intelectualidade brasileira são omissas em relação a isso. Todos se portam como se o Brasil fosse privado de conflitos raciais e se constituísse numa autêntica democracia racial.
Essa ideia permanece no imaginário social como:
recurso de legitimação simbólica à disposição das elites brasileiras’.(Hasenbalg, 1988, p. 192). Desta forma, o racismo e as violências contra esse segmento da população tornam-se invisíveis e são silenciadas. O RACISMO NO “PARAÍSO”
► No momento da constituição do Estado brasileiro republicano
(em 1889 foi proclamada a república no Brasil),". esses argumentos, presentes na história da escravização dos negros no Brasil tanto quanto nas demais colônias, são utilizados não mais para justificar a escravidão (abolida em 1888), mas para demonstrar como o povo negro não serviria para formar uma NAÇÃO FORTE E DESENVOLVIDA. ► A preocupação com a nova ordem, a República que vem substituir o Império decadente, colocava uma nova questão: que tipo de cidadãos seriam os ideais para formar uma nação livre. Obviamente, não os escravos, pois a abolição já havia se efetuado; mas e os negros? Quais seriam as contribuições dos cidadãos negros à República? ► Segundo Carlos Vainer , o Estado brasileiro e suas classes dominantes propiciaram o desenvolvimento de uma política racial fundamentada no ideal de uma harmonia/democracia entre as raças e no branqueamento da população.
Daí facilitarem a imigração e proibirem a entrada de “indivíduos
humanos” das raças de cor preta. A eugenia afirma-se como negócio do Estado: construção da nacionalidade, aperfeiçoamento da população. ► Desta forma, intensificam-se debates ao redor do sujeito negro, para investigar se ele era ou não adequado à configuração do povo brasileiro. Neste momento destaca-se a escola racista que tinha como grande expoente nacional Nina Rodrigues que em seus textos buscava fundamentar a inferioridade inata da raça negra considerada por ele inapta à civilização e a qualquer forma de desenvolvimento. Para ele não havia igualdade entre as raças, e a presença da raça negra era o atestado da morosidade do progresso da nação.
► Nina Rodrigues recuperava o argumento dos imigrantistas que viam enorme
perigo no enegrecimento do Brasil e, por isso, defendiam a re-colonização do Brasil por europeus, afastando os indivíduos negros e a possibilidade das uniões interraciais. O mestiço era visto como um ser decaído por natureza. Partilhava dessa posição o jornalista Euclides da Cunha para quem “A mistura de raças mui diversas é na maioria dos casos prejudicial (...) A mestiçagem extremada é um retrocesso, de sorte que o mestiço é quase sempre um desequilibrado” NINA RODRIGUES APELA A UMA OPOSIÇÃO QUASE INSUPERÁVEL ENTRE “RAÇA SUPERIOR” E “RAÇA INFERIOR”:
[...] a analyse objectiva dos phenomenos physicos, illuminada pelos principios
da evolução biológica, veio demonstrar que a intelligencia humana tira as suas raízes genealógicas, muito longe e bem a baixo, do automatismo reflexo dos animaes inferiores.
O aperfeiçoamento lento e gradual da actividade psychica, intelligencia e
moral não reconhece, de facto, outra condição além do aperfeiçoamento evolutivo da serie animal. [...] na série animal as complicações crescentes na composição histologica ou biochimica da massa cerebral só se operam com o auxilio da adaptação e da hereditariedade, de um modo muito lento e no decurso de muitas gerações. Assim também, os gráos sucessivos do desenvolvimento mental dos povos. (NINA RODRIGUES, 1938, p.45-46). (sic). ► Para Nina Rodrigues, negros, índios e mestiços não são capazes de desenvolver uma civilização, não são capazes de produzir uma cultura elevada, mas são potencialmente perigosos. O que se deve fazer é tratar todas suas manifestações “sociais”, “culturais” como signos de anormalidade, sinais de doença e demência. Não são ou criminosos ou loucos, são criminosos e loucos pois o crime é o mal gerado pelas e nas raças inferiores. Incapazes de correção, os criminosos deveriam ser excluídos da sociedade, recolhidos aos asilos. ► A descrição do negro como lascivo, libidinoso, violento, beberrão, imoral ganha as páginas dos jornais compondo a imagem de alguém em que não se pode confiar. Condenavam o samba e a capoeira como práticas selvagens e que terminavam em desordem e violência. Acusavam os negros por praticarem bruxarias, por não possuírem espírito familiar sendo as mulheres sensuais e infiéis e os maridos violentos, retratos da falta de estrutura moral, psíquica e social do negro A HARMONIA MESTIÇA Outrora (em Nina Rodrigues, por exemplo), o mestiço seria o fruto natural de todas as degenerescências, inclinado para os vícios e para toda forma de corrupção moral; os elementos africanos encontrados na cultura nacional eram a justificativa para o atraso do Brasil em relação às nações europeias; o mestiço era o resultado de toda a influência negativa da cultura africana sobre a brasileira e a purificação da raça, afastando cada vez mais esses traços africanos, seria a única maneira para a população marcada pela corrupção negra, alcançar algum alívio e evolução. Mas em Gilberto Freyre: ... a miscigenação deixa de ser considerada unicamente como um fenômeno biológico ou como um processo físico-psicológico gerador de mentalidades e aptidões em que se formaria a cultura, processo com a negativa função de retardar ou mesmo de perturbar a nossa evolução na direção das perfeições prometidas pela lei do progresso biossocial. E é apreciada como um fenômeno de outra ordem, diríamos mais nobre, de natureza social e de sentido positivo, um corretor das distâncias sociais e do profundo hiato cultural entre o branco e o indígena, particularmente entre aquele e o negro, entre o senhor e o escravo ou liberto, entre o civilizado e o bárbaro, entre a casa-grande a e senzala. Em Casa Grande e senzala o negro é o escravo doce, a mulata zombeteira, a ama-de-leite maternal, a negra masoquista, o moleque brincalhão, o preto velho que conta histórias, a curandeira que socorre com seus feitiços, a mucama que serve sexualmente o seu senhor. São escravos “patogênicos” não pela raça mas pela própria escravidão. A descrição da harmonia da relação entre senhores e escravos, da cumplicidade expressa na relação sadomasoquista entre eles é o “retrato do Brasil”. Ao descrever a vida familiar, as festas, Freyre ressalta a bondade dos senhores que, de alegria libertavam escravos, presenteavam-nos.
Um vocabulário especial é utilizado para defini-los: são
mucamas, moleques... Eles são ‘inventados’, e o tom paternalista desta invenção recobre sua faceta violenta. Ao recriar a história do negro no Brasil da forma como faz (o olhar da casa grande em direção à senzala, do dominador em relação ao dominado), Gilberto Freyre contribui não só para a invenção de uma nova ‘identidade’ para negros, brancos e mestiços, como também para a configuração de toda uma identidade nacional baseada em uma falsa democracia. Foi meu objetivo demonstrar que esta representação negativa dos negros faz parte de uma certa forma de pensar o Brasil, é uma ideologia, uma imagem articulada a partir de nosso arsenal cultural; e demonstrar como essa forma de representar os negros se vale de imagens e estereótipos que são aceitos como naturais pela população
O racismo é ocultado através da incorporação de valores
considerados típicos da África ou que fazem parte da herança cultural deixada pelos negros. No Brasil é comum dizer-se que todos gostam de samba, carnaval, comidas, danças e religiões de origem afro-brasileira. Esses valores tornaram-se símbolos nacionais como se representassem uma grande apreciação pelo negro e a inexistência de discriminação