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Técnicas de Tradução em Língua Inglesa
Técnicas de Tradução em Língua Inglesa
Técnicas de Tradução em Língua Inglesa
Língua Inglesa
Prof. Luiz Henrique Milani Queriquelli
Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Luiz Henrique Milani Queriquelli
Q4t
CDD 428
Impresso por:
Apresentação
Para muitos que nunca se deparam com a tarefa de traduzir, muitas
vezes, para essas pessoas, ocorre a ideia de que só existe uma tradução
possível, ou que existe uma tradução ideal, ou talvez a melhor opção
tradutória. Se você já se viu diante da tarefa de oferecer a tradução de algum
texto, provavelmente sabe ou deve ter tido a sensação de que as coisas não
são bem assim.
Bons estudos!
Prof. Luiz Henrique Milani Queriquelli
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO........................................................................... 1
VII
TÓPICO 2 – MANUTENÇÃO DE ITENS LEXICAIS DO TEXTO-FONTE
(EMPRÉSTIMO)................................................................................................................. 55
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 55
2 MANUTENÇÃO SEM ACLIMATAÇÃO (EMPRÉSTIMO DIRETO)......................................... 55
3 MANUTENÇÃO COM ACLIMATAÇÃO (APORTUGUESAMENTO)..................................... 58
4 DECALQUE............................................................................................................................................ 59
5 HIBRIDISMO......................................................................................................................................... 61
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 62
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 63
VIII
TÓPICO 2 – DOMESTICAÇÃO DO ESTILO...................................................................................113
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................113
2 OMISSÃO.............................................................................................................................................113
3 EXPLICITAÇÃO...................................................................................................................................114
4 GENERALIZAÇÃO (HIPERÔNIMOS) E ESPECIFICAÇÃO (HIPÔNIMOS)........................115
5 COMPENSAÇÃO IBIDEM E ALIBI................................................................................................116
6 RECONSTRUÇÃO..............................................................................................................................117
7 EQUIVALÊNCIA ESTILÍSTICA (MELHORIA)............................................................................118
8 MUDANÇA DE REGISTRO.............................................................................................................119
9 MUDANÇA DE COMPLEXIDADE/FLUIDEZ ESTILÍSTICA...................................................119
10 ADAPTAÇÃO.....................................................................................................................................120
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................124
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................125
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................145
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos e, no final de cada um deles,
você encontrará atividades que ajudarão a ampliar os conhecimentos
adquiridos.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
1 INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar que grande parte da vida moderna seria
impensável sem a tradução? Como você pode imaginar, é uma das atividades
mais antigas da humanidade e, em um mundo cada vez mais diverso como o
nosso, continua sendo mais necessária do que nunca.
3
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
E
IMPORTANT
Nos termos dos autores Guerini e Costa (2006, p. 4), “traduzir designa, de modo
restrito, uma operação de transferência linguística e, de modo amplo, qualquer operação de
transferência entre códigos ou, inclusive, dentro de códigos”.
4
TÓPICO 1 | NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
NOTA
Uma das causas da visão pejorativa deriva do mito bíblico da Torre de Babel.
Deus, para obstruir o trabalho dos homens, que tentaram construir uma torre tão alta quanto
os céus, originou a diversidade de línguas entre si, levando-os ao desentendimento e ao
fracasso no projeto. Consequentemente, a tradução, que derivaria da necessidade surgida
com a punição divina, era comumente mal vista no antigo mundo judaico-cristão.
5
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
Pereira (2008), no entanto, observa que não são raras algumas tentativas
de definir a tradução que deixam de lado elementos essenciais. Tais tentativas
acabam reduzindo o conceito de tradução para a mera substituição de material
textual em uma língua-fonte por material textual equivalente em outra língua-
meta, ou à simples transferência do conteúdo de um texto para os meios próprios
de outra língua.
6
TÓPICO 1 | NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
3 DIVERSIDADE LINGUÍSTICA
Para Guerini e Costa (2006), o mito da Torre de Babel, que mencionamos
há pouco, pode ser interpretado como uma expressão da interminável tarefa
do tradutor, que decorre de um fenômeno primordial: a grande diversidade de
línguas existentes.
E
IMPORTANT
A língua portuguesa, por exemplo, por muitos considerada uma só, tem
variedades díspares a ponto de seus falantes não as reconhecerem mais como
variedades de um mesmo sistema. Estamos falando do português europeu
7
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
8
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
9
AUTOATIVIDADE
10
de sucintos, ainda existem pontos não explicitados nas definições, pois
descrevem um processo somente entre línguas. Os sujeitos envolvidos e a
situação (contexto) nem são mencionados. Com base no enunciado, marque
a opção INCORRETA:
11
12
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Frequentemente ouvimos de muitas pessoas afirmações como: “O
português é a língua mais difícil de todas.” ou “O inglês é mais fácil do que o
português.”, e por aí vai. Apenas para redarguir as duas alegações infundadas,
podemos citar uma série de fatos linguísticos.
13
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
2 PRINCIPAIS CRENÇAS
Em um texto de título igual ao deste tópico, a tradutóloga Adriana Pagano
discute aquelas que acredita serem as crenças mais comuns em relação à tradução
e ao tradutor e sua aplicabilidade ou validade à luz das novas teorias dos estudos
da tradução. Tais crenças são as seguintes:
E
IMPORTANT
Antes de continuar a leitura, pense a respeito das crenças elencadas por Pagano
(2000). O que você pensa sobre elas? Elas condizem com o seu entendimento a respeito
da tradução e do tradutor? Refletem as suas crenças pessoais? Anote o resultado das suas
reflexões e retorne a elas ao final desta seção.
Como observa Pagano (2000, p. 12), “está implícita aqui a ideia de que se
nasce tradutor ou que só se pode chegar a sê-lo quando se possui esse dom. Longe
de corroborar, as pesquisas mostram que tradutores competentes e reconhecidos
possuem uma carreira que envolve experiência e qualificação”.
14
TÓPICO 2 | CRENÇAS SOBRE A TRADUÇÃO E O TRADUTOR
encarado como um convite para duas reflexões: primeiro, a de que todo tradutor
é um escritor, é um autor, um criador, e, se o texto traduzido parece bom, muito
do mérito deve ser atribuído ao tradutor, que fez um ótimo trabalho de produção
textual, e não necessariamente ao autor do texto de partida.
NOTA
15
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
16
TÓPICO 2 | CRENÇAS SOBRE A TRADUÇÃO E O TRADUTOR
17
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Leandro Narloch
Que tal sentar com os amigos em um bar, erguer o copo de cerveja e propor
uma torrada? Estranho? Segundo o poeta e tradutor Ivo Barroso, confusões assim,
causadas por erros de tradução em livros, filmes e seriados, são cada vez mais
comuns. “A TV a cabo gerou uma enorme demanda por tradutores, que nem
sempre são qualificados”, diz ele. A Super consultou 30 especialistas na área para
saber alguns dos piores tropeços na arte de traduzir. Aí vão eles:
Moça! Moça!
Torrada!
Motorista de disco
Arenque vermelho
Red herring é uma expressão com o sentido de pista falsa, disfarce, mas
pouca gente sabe. Ela é sempre traduzida literalmente para arenque vermelho.
Como em “o cálcio do leite é, de fato, um arenque vermelho”, em tradução virtual
do livro Fit for Life, Heads & Tails, Diet for a New America.
18
TÓPICO 2 | CRENÇAS SOBRE A TRADUÇÃO E O TRADUTOR
Dinheiro na jogada
O General Will
FONTE: NARLOCH, Leandro. Tragédias de tradução: a TV a cabo gerou uma enorme demanda
por tradutores, que nem sempre são qualificados. Superinteressante, São Paulo, n. 180, 2002.
Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/tragedias-de-traducao. Acesso em: 22 nov. 2018.
3 DESCONSTRUINDO AS CRENÇAS
Como forma de mostrar que a competência tradutória vai além das
habilidades estritamente linguísticas, abrangendo também diferentes habilidades
macrotextuais, e como cada tradução está condicionada a estratégias e objetivos
específicos, Pagano (2000) propõe um breve exercício de tradução de uma certidão
de casamento estrangeira. Tentaremos resenhar seu exercício aqui a fim de pôr
em prática a desconstrução das crenças que discutimos. A certidão de casamento
em questão é a que veremos a seguir:
19
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
20
TÓPICO 2 | CRENÇAS SOBRE A TRADUÇÃO E O TRADUTOR
Ainda, será que traduzir “This is to certify that” por “Isto é para certificar
que” funciona no gênero em questão? Se formos buscar quais são as fórmulas
típicas em certidões de casamento brasileiras, encontraremos construções como
“Certifico que...”. Seria, portanto, uma alternativa mais apropriada.
21
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
Vamos supor que um tradutor juramentado cobre seu trabalho por laudas
e que, tecnicamente, cada lauda possui até 190 palavras (há uma convenção
brasileira que estabelece). Suponhamos também que seu trabalho custa, segundo
a tabela da Junta, R$ 50 por lauda (estamos em 2019).
22
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Com relação à primeira crença, está implícita aqui a ideia de que se nasce
tradutor ou que só se pode chegar a sê-lo quando se possui o dom. No entanto,
as pesquisas mostram que tradutores competentes e reconhecidos possuem
uma carreira que envolve experiência e qualificação.
• Por fim, quanto ao dito “traduzir é trair”, notamos que a consolidação dos
Estudos da Tradução como campo científico mostrou a complexidade do
processo tradutório, que envolve aspectos da produção e recepção de textos,
desfazendo o mito da traição. Assim, podem ser realizadas diferentes traduções
de um mesmo original de acordo com os objetivos pretendidos, o público-alvo, a
função que se busca atribuir ao texto traduzido e outros fatores mercadológicos
ou não que participam das decisões a serem tomadas na recriação de um texto
em uma nova língua e cultura.
23
AUTOATIVIDADE
Agora responda:
24
UNIDADE 1
TÓPICO 3
UNIDADES DE TRADUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Lembra-se de que, no tópico anterior, debatemos o famoso ditado italiano
“tradutor, traidor”? Muito bem! Naquele momento, desconstruímos a crença
falaciosa por trás do ditado, argumentando no sentido de que não há traição
se o acordo tácito entre tradutor e leitor/interlocutor está bem estabelecido, ou
seja, se os objetivos da tradução estão bem postos e, as estratégias do tradutor,
suficientemente claras.
25
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
NOTA
Mais tarde, já nos anos 1980, Reiß e Vermeer (1984), influenciados tanto
pelo funcionalismo quanto pela análise do discurso, propõem que a única unidade
de tradução possível é o texto. Assim, nem há como considerar a tradução isolada
de palavras, sintagmas, frases, períodos ou mesmo um mero amontoado de
períodos, mas considerar a função integral do texto como objeto de discurso.
26
TÓPICO 3 | UNIDADES DE TRADUÇÃO
E
IMPORTANT
27
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
Dade
Na testemunha do que, em seguida pus minha mão e selo emMiami, Flórida o dia e ano acima escritos.
County,
FONTE: O autor
Dade
O referido é verdade e dou fé. Miami, Flórida, 30 de janeiro de 1980.
County,
FONTE: O autor
FONTE: O autor
28
TÓPICO 3 | UNIDADES DE TRADUÇÃO
QUADRO 4 – JORNAL
TRAVELERS ADVISORY
Visitors who want to see how many of Brazil’s citizens live can now add the
Morro da Providência favela to their tourism itinerary. The oldest and most colorful
of the slums that rise above the Cidade Maravilhosa, Providência is being featured
in a new four-hour city tour offered by BTR Turismo. Six local teenagers will act as
guides, showing off such sights as the Nossa Senhora da Pena Chapel, which dates
from the turn of the century, as well as the stunning view of Rio from the hilltop. Police
patrols ensure visitor’s safety.
Cost: $22.
29
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
A primeira questão aponta para a sentença relativa “who want to see how
many of Brazil’s citizens live”, que se liga a “visitors”. A segunda pergunta alerta
para o fato de que “how many” geralmente funciona como uma única unidade
tradutória (o pronome “quanto”), mas também podem ser unidades distintas,
como “many”, que é o núcleo da sentença introduzida por “how”, a qual cumpre a
função de objeto de “see”. A terceira questão aponta para “oldest” e “most colorful”
(um superlativo sintético e outro analítico e que, necessariamente, teriam que ser
traduzidos por superlativos analíticos em português.
Agora, atentos às insinuações feitas por Alves (2000) com suas perguntas,
vejamos como poderia ser a tradução do texto central do anúncio:
30
TÓPICO 3 | UNIDADES DE TRADUÇÃO
no plano lexical, caso contrário perderia sua função. Em português “no arbusto”
nem funcionaria para representar a “situação insegura ou arriscada” (voando),
que se opõe à segurança (“o pássaro na mão”).
Provérbio B
Provérbio C
Provérbio D
Provérbio E
31
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
32
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
33
AUTOATIVIDADE
BRAZIL
Carnal Carnaval
3 Com base em suas respostas, redija, a seguir, uma outra versão aperfeiçoada
de sua tradução.
DOMESTICAÇÃO E ESTRANGEIRIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior, tratamos da dicotomia fidelidade versus liberdade.
Complementarmente, vimos que os dois polos da dicotomia estão ligados
respectivamente a duas posturas: por um lado, a de manter ao máximo unidades
mínimas de tradução, que estejam próximas ao nível lexical e, por outro, a de
preferir unidades maiores, ligadas em nível discursivo-textual.
35
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
36
TÓPICO 4 | DOMESTICAÇÃO E ESTRANGEIRIZAÇÃO
37
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
Cabe observar que ele é, de certo modo, pioneiro por prenunciar certos
entendimentos acerca da tradução que seus sucessores viriam a reforçar séculos
mais tarde, sob influência das ideias renascentistas.
38
TÓPICO 4 | DOMESTICAÇÃO E ESTRANGEIRIZAÇÃO
FONTE: O autor
LEITURA COMPLEMENTAR
Andrea Guerini
Walter Costa
• tradução literal;
• tradução intermediária, que se dá com a ajuda de um enunciado que procura
ser fiel e, no entanto, autônomo;
• imitação, recriação, variação ou interpretação paralela.
40
TÓPICO 4 | DOMESTICAÇÃO E ESTRANGEIRIZAÇÃO
Entretanto, há autores como Jorge Luís Borges, por exemplo, que vão
além desse tipo de classificação e que dão uma nova dimensão à tradução,
valorizando-a por contribuir para a discussão estética. Na concepção borgiana, as
traduções são vistas não apenas como derivadas de um original necessariamente
superior, mas como atualizações do original que podem, eventualmente, ser tão
ou mais significativas.
41
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DA TRADUÇÃO
42
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
43
AUTOATIVIDADE
I- Friedrich Schleiermacher
II- Lawrence Venuti
III- Paulo Rónai
44
UNIDADE 2
TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE
TRADUÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudos será apresentada em cinco tópicos. Em cada um
deles, você encontrará um resumo e autoatividades para auxiliá-lo na
compreensão dos conteúdos estudados.
45
46
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
No final da primeira unidade, introduzimos a distinção entre tradução
estrangeirizadora e tradução domesticadora, que correspondem respectivamente
ao tipo de tradução que se mantém próxima ao texto e à língua de partida, e à
tradução que se acomoda ao máximo à língua de chegada e suas particularidades.
Tal distinção, como vimos, é muito antiga e reflete diferentes momentos da
história da tradução ocidental.
Acompanhe!
47
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
E
IMPORTANT
48
TÓPICO 1 | TRADUÇÃO PALAVRA POR PALAVRA
4. hibridismo
Manutenção
16. transposição
17. modulação
18.1 de expressões idiomáticas,
do sistema ditados, provérbios etc.
linguístico 18. equivalência
18.2 funcional
19. sinonímia
20. paráfrase
21. omissão
22. explicitação
Domesticadores
Domesticação
49
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
Fique atento a este quadro, pois ele é um grande mapa para todas as
técnicas que vamos explorar neste material. Dito isto, expressamos também nossa
concordância com a proposta de Lanzetti et al. (2009).
E
IMPORTANT
Conforme Lanzetti et al. (2009, p. 7), “a tradução palavra por palavra pressupõe
que o texto de chegada terá o mesmo número de palavras do texto original, obrigatoriamente
na mesma ordem sintática”.
Exemplo 1
50
TÓPICO 1 | TRADUÇÃO PALAVRA POR PALAVRA
Exemplo 2:
Exemplo 3:
Exemplo 4:
• Silvia Furmanovich created a collection inspired by her trips into the Amazon.
• Silvia Furmanovich criou uma coleção inspirada por suas viagens à Amazônia.
Perceba que neste último exemplo (Ex. 4), a preposição a (trad. de into)
e o artigo a (trad. de the) se contraem em à, o que não descaracteriza a tradução
palavra por palavra. Além disso, perceba também que nesse procedimento há
uma correspondência exata de constituintes frasais e ordem dos constituintes.
Se houvesse a manutenção dos constituintes mas alteração da ordem, já não
falaríamos em palavra por palavra, mas sim transposição, como veremos na
próxima unidade.
51
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesta unidade, você aprendeu que:
52
AUTOATIVIDADE
53
54
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 1, já tratamos de manutenção no nível da palavra. Agora,
avançando nos procedimentos estrangeirizadores, vamos tratar de manutenção
no nível do vocabulário, isto é, no nível lexical.
55
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
O Brasil, por outro lado, foi e tem sido cada vez mais simpático à cultura
de língua inglesa, e assim a manutenção não aclimatada é vista com bons olhos,
eventualmente até como marca de prestígio. Por esse motivo, a aclimatação é
frequentemente vista como algo sem prestígio. Assim como temos visto cada vez
menos as pessoas grafarem uísque, também é cada vez mais rara a grafia Nova
Iorque em favor de New York, ou no máximo Nova York.
• backup; • on-line;
• chip; • output;
• download; • scanner;
• drive; • site.
• e-mail; • software;
• homepage; • tablet;
• input; • upgrade;
• internet; • upload;
• mouse; • website;
• off-line; • wireless.
• check-in e • marketing;
check-out; • meeting;
• feedback; • merchandising;
• follow-up; • part-time e full-time.
• franchising; • performance;
• freelance; • press release;
• holding; • ranking;
• know-how; • royalty;
• leasing; • staff ou estafe;
• lobby; • timing.
• manager;
56
TÓPICO 2 | MANUTENÇÃO DE ITENS LEXICAIS DO TEXTO-FONTE (EMPRÉSTIMO)
• bacon; • ketchup;
• brunch; • light;
• catering; • milk-shake;
• cheeseburger; • pickles;
• cupcake; • sandwich;
• delivery; • self-service;
• diet; • snack-bar;
• drink; • sundae;
• fast-food; • waffle;
• grill; • whisky.
• happy hour,
• baby-doll;
• black tie;
• blazer;
• cardigan;
• fashion;
• jeans;
• lycra;
• shorts;
• smoking;
• stretch;
• tennis;
• top model.
57
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
• best-seller;
• camping;
• disc jockey;
• hobby;
• jingle;
• medley;
• script;
• show;
• spoiler;
• thriller;
• trailer;
• videogame.
• aftershave; • flat;
• air bag; • freezer;
• baby-sitter; • handicap;
• band-aid; • laser;
• botox; • made in.
• bullying; • overdose;
• bypass; • shopping center;
• cameraman; • slogan;
• check-up; • spray;
• design; • stress;
• display; • taxi;
• drive-thru; • walkie-talkie;
• flash; • workshop.
58
TÓPICO 2 | MANUTENÇÃO DE ITENS LEXICAIS DO TEXTO-FONTE (EMPRÉSTIMO)
• bandeide; • estafe;
• basquetebol; • estresse;
• becape; • futebol;
• beisebol; • nocaute;
• blêiser; • picles;
• boxe; • sanduíche;
• cardigã; • surfe;
• disque-jóquei; • táxi;
• drinque; • tênis;
• escâner; • uísque;
• esqueite; • voleibol.
4 DECALQUE
Até aqui tratamos de manutenção ipsis litteris, ou seja, de empréstimo,
apenas diferenciando o fator da aclimatação. Agora, entretanto, vamos passar
a considerar casos em que se traduz buscando itens lexicais já existentes na
língua de chegada. Não se trata, portanto, de empréstimo lexical propriamente
dito. Nesses casos, chamados decalques, os radicais da tradução e do original não
necessariamente guardam semelhança entre si, mas se pretende uma equivalência
plena de significado. Poderíamos, aqui, falar em empréstimo da composição ou
da colocação.
59
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
60
TÓPICO 2 | MANUTENÇÃO DE ITENS LEXICAIS DO TEXTO-FONTE (EMPRÉSTIMO)
5 HIBRIDISMO
Em sua tipologia, Lanzetti et al. (2009) ainda consideram o empréstimo
por hibridismo, em que um neologismo é formado a partir de morfemas lexicais
de duas ou mais línguas diferentes.
Os autores citam, como exemplos, iceberg (do ing. ice, gelo + alem.
berg, montanha) e agricultura (do gre. ager, campo + lat. cultura). A partir deles,
depreendemos que o empréstimo por hibridismo se trata de uma manutenção
direta ou aclimatada, porém com formação por justaposição ou aglutinação
envolvendo palavras de duas línguas diferentes.
61
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesta unidade, você aprendeu que:
62
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Jingle.
b) ( ) Futebol.
c) ( ) Descarregar.
d) ( ) Automóvel.
a) ( ) Internet.
b) ( ) Esqueite.
c) ( ) Arranha-céu.
d) ( ) Telegrama.
a) ( ) Fitness.
b) ( ) Vôlei.
c) ( ) Cachorro-quente.
d) ( ) Burocracia.
a) ( ) Fitness.
b) ( ) Basquete.
c) ( ) Correio eletrônico.
d) ( ) Surfista.
63
64
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Até aqui, nós vimos como operar técnicas de tradução mantenedora
(estrangeirizadora) no nível dos morfemas ou palavras, e no nível dos
itens lexicais. Agora, vamos começar a falar de manutenção no nível dos
constituintes frasais.
65
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
[sujeito] [predicado]
en. [Sergio] [loves literature]
pt. [Sérgio] [ama literatura]
1) Once you eliminate the impossible, whatever remains, no matter how improbable, must
be the truth.
Uma vez que você elimina o impossível, o que quer que reste, não importa o quão
improvável, deve ser a verdade.
66
TÓPICO 3 | MANUTENÇÃO DE ESTRUTURAS SINTÁTICAS DO TEXTO-FONTE
5) Mediocrity knows nothing higher than itself, but talent instantly recognizes genius.
A mediocridade não conhece nada maior do que ela mesma, mas o talento
instantaneamente reconhece o gênio.
6) Of all ghosts the ghosts of our old loves are the worst.
De todos os fantasmas, os fantasmas dos nossos amores antigos são os piores.
Como você pode perceber, na maioria dos casos em que não pudemos
manter, em português, a ordem dos constituintes da frase inglesa, a mudança
deveu-se:
Além disso, cabe fazer pelo menos outros dois comentários referentes
ao item 5. Nesse item, na verdade, não tivemos que mudar nada em termos de
ordenamento sintático. O primeiro ponto, nesse item, é que, em inglês, não há
dupla negação, ao passo que em português há. Por isso, tivemos que acrescentar
na tradução uma partícula negativa.
Nesse mesmo item, você deve ter percebido que mantivemos a posição do
advérbio (instantly/instantaneamente) no mesmo local. Tanto em inglês quanto
em português, a posição natural do advérbio é ao final da sentença, depois do
verbo e eventuais objetos. No entanto, nas duas línguas, podemos deslocar o
advérbio para dar ênfase a ele. Foi o que Doyle fez em sua frase. Por isso, se
a sintaxe portuguesa possibilita manter esse mesmo efeito, não há por que não
fazê-lo na tradução.
ATENCAO
67
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
68
AUTOATIVIDADE
d) I have frequently gained my first real insight into the character of parents
by studying their children.
e) It has long been an axiom of mine that the little things are infinitely the most
important.
f) Women are naturally secretive, and they like to do their own secreting.
g) I am sure, agree with me that... if page 534 only finds us in the second
chapter, the length of the first one must have been really intolerable.
69
c) There is nothing more deceptive than an obvious fact.
d) I have frequently gained my first real insight into the character of parents
by studying their children.
e) It has long been an axiom of mine that the little things are infinitely the most
important.
f) Women are naturally secretive, and they like to do their own secreting.
g) I am sure, agree with me that... if page 534 only finds us in the second
chapter, the length of the first one must have been really intolerable.
70
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Começamos agora a ampliar, cada vez mais, o nosso leque de procedimentos
estrangeirizadores de tradução. Este tópico vai abordar a manutenção no nível do
estilo, que, em termos de estrangeirização, é o nível que traz mais procedimentos.
71
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
72
TÓPICO 4 | MANUTENÇÃO DO ESTILO DO TEXTO-FONTE
ATENCAO
Quando dizemos que a pontuação tem uma essência prosódica, não estamos
afirmando que ela não tenha um valor sintático, semântico ou discursivo, mas sim que ela
reproduz funções (de implicações eventualmente sintáticas, semânticas ou discursivas) que
na fala seriam desempenhadas pelo componente prosódico. Em outras palavras, podemos
dizer que fala e escrita compartilham praticamente todas as dimensões da língua em uso,
exceto a prosódia, e essa carência da escrita é compensada pela pontuação.
The why and wherefore of the scorpion – how it had got on board and
came to select his room rather than the pantry (which was a dark place
and more what a scorpion would be partial to), and how on earth
it managed to drown itself in the inkwell of his writing desk – had
exercised him infinitely.
(The Secret Sharer, by Joseph Conrad)
73
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
Of all ghosts the ghosts of our old loves are the worst.
De todos os fantasmas, os fantasmas dos nossos amores antigos são
os piores.
2) I still have to buy a gift, pack the suitcases, and arrange for someone to water the plants
while we’re at the wedding.
Eu ainda tenho que comprar um presente, arrumar as malas e arranjar alguém
para regar as plantas enquanto estamos no casamento.
74
TÓPICO 4 | MANUTENÇÃO DO ESTILO DO TEXTO-FONTE
3 REGISTRO
Em linguística, quando falamos em registro, estamos nos referindo às
variantes que preferimos em cada contexto, em cada situação de uso, principalmente
considerando fala vs. escrita e informalidade vs. formalidade. Assim, sempre que
um tradutor verificar no texto de partida alguma marca de registro, é conveniente
que se busque uma equivalência na língua de chegada. Por exemplo, em inglês,
as contrações costumam ser informais ou neutras, em comparação com as formas
não contraídas, marcadamente formais. Em português, embora não tenhamos as
mesmas marcas de formalidade do inglês, podemos buscar equivalências a fim
de manter o registro. Observe:
Informal Formal
I donʼt believe that the results are accurate. The results are not believed to be accurate.
Eu acho que o resultado não tá certo. Não creio que os resultados sejam precisos.
The research project wonʼt continue next The research project will not continue next
year. year.
FONTE: O autor
75
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
Informal Formal
The balloon was blown up for the The balloon was inflated for the
experiment. experiment.
O balão foi enchido para o experimento. O balão foi inflado para o experimento.
The patient got over his illness. The patient recovered from his illness.
The results of the study were mixed up. The results of the study were confused.
FONTE: O autor
Informal Formal
The mob was very rowdy during the protest The crowd was very rowdy during the protest
against cuts to university funding. against the cuts to university funding.
Lecturers still count on students to use Lecturers expect students to use correct
correct grammar and punctuation in essays. grammar and punctuation in essays.
FONTE: O autor
76
TÓPICO 4 | MANUTENÇÃO DO ESTILO DO TEXTO-FONTE
Informal Formal
I considered various research methods for Various research methods were considered
the study. for the study.
During the interview I asked students about During the interview students were asked
their experiences. about their experiences.
FONTE: O autor
4 LAYOUT
Em textos cuja diagramação participa ativamente na construção do
significado, a manutenção do layout constitui um aspecto importante.
77
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
FONTE: O autor
Milhões de anos
Eventos de extinção em massa
Entretanto, se você quer enfocar a pessoa ou coisa afetada pela ação, pode
converter essa pessoa ou coisa em sujeito da sentença, usando a voz passiva.
Dessa forma, o alvo do foco é alçado à posição de destaque no início da sentença:
• Three hundred people are employed by the construction company in Station Road.
Trezentas pessoas são empregadas pela construtora na Station Road.
79
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
Conforme Woodham (2019), há, pelo menos, outras cincos maneiras pelas
quais os autores empregam a voz passiva de maneira estratégica, como recurso
estilístico:
• I don’t know who did it, but my pet rabbit has been let out.
Eu não sei quem fez isso, mas meu coelho de estimação foi solto.
Ao invés de:
• I don’t know who did it, but someone has let out my pet rabbit.
Eu não sei quem fez isso, mas alguém soltou meu coelho de estimação.
• She discovered that she was being paid less than her male colleagues.
Ela descobriu que estava sendo paga menos do que seus colegas homens.
Ao invés de:
• She discovered that the firm was paying her less than her male colleagues.
Ela descobriu que a empresa estava lhe pagando menos do que a seus colegas
homens.
Ao invés de:
80
TÓPICO 4 | MANUTENÇÃO DO ESTILO DO TEXTO-FONTE
• In the next session of parliament, new laws will be introduced aimed at stopping
domestic violence.
Na próxima sessão do parlamento, novas leis serão introduzidas para acabar com
a violência doméstica.
Ao invés de:
• In the next session of parliament, the government will introduce new laws aimed at
stopping domestic violence.
Na próxima sessão do parlamento, o governo introduzirá novas leis destinadas a
acabar com a violência doméstica.
• All the Beatles records can be borrowed from the central library.
Todos os discos dos Beatles podem ser emprestados da biblioteca central.
Ao invés de:
• You can borrow all the Beatles records from the central library.
Você pode emprestar todos os discos dos Beatles da biblioteca central.
6 USO DE COORDENAÇÃO/SUBORDINAÇÃO
Em sintaxe, quando falamos em coordenação, estamos falando em dispor
sintagmas nominais ou verbais lado a lado, por meio de conjunções ou sinais de
pontuação, sem que haja nenhuma relação de dependência: qualquer um poderia
ser omitido e a sentença continuaria gramatical. Exemplos de sintagmas nominais
coordenados:
81
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
• Lisa loves coffee, and she can not drink too much coffee.
Lisa adora café, e ela não pode tomar muito café.
• Lisa loves the coffee that is produced in Colombia, although she can not drink too much.
Lisa adora o café que é produzido na Colômbia, embora não possa tomar muito.
82
TÓPICO 4 | MANUTENÇÃO DO ESTILO DO TEXTO-FONTE
Sentenças coordenadas em
Efeitos de estilo Tradução
inglês
Sequência de tempo
(segunda cláusula vem He opened the door, and then Ele abriu a porta, e então
depois da primeira we entered the restaurant. entramos no restaurante.
cláusula)
Ele largou o prato de
He dropped the plate of pasta
Resultado (2ª cláusula massa no meu colo, e eu
on my lap, and I let out a cry of
resulta da 1ª cláusula) soltei um grito de dor e
pain and horror.
horror.
Condição (1ª cláusula é They have to learn to make Eles têm que aprender a
uma condição para a 2ª better coffee, and then I’ll be fazer um café melhor, e
cláusula) happier. então serei mais feliz.
A comida italiana
requer vegetais frescos,
Italian food requires fresh
Similaridade (2ª cláusula e, do mesmo modo,
vegetables, and similarly
faz um ponto semelhante os alimentos do sul
Southern food at its best
ao da 1ª cláusula) dependem, na melhor das
depends on fresh ervissetes.
hipóteses, de temperos
frescos.
83
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
A: So, I’ve decided I’m going to go to the bank and ask for a car loan.
Então, decidi ir ao banco e pedir um empréstimo para o carro.
B: Right.
Certo.
• firstly (primeiramente)
84
TÓPICO 4 | MANUTENÇÃO DO ESTILO DO TEXTO-FONTE
Outros exemplos:
85
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
86
TÓPICO 4 | MANUTENÇÃO DO ESTILO DO TEXTO-FONTE
9 ADJETIVAÇÃO
Para tratar do uso estilístico de adjetivos, trazemos à tona um trecho da
obra Sense of Style, do célebre linguista Steven Pinker. O autor explora qualidades
estilísticas de escritores nem sempre convencionais. Um desses escritores é
Margalit Fox, famosa por redigir obituários para o New York Times. A fim de
comentar o uso inteligente de adjetivos, Pinker (2016, p. 33) analisa os seguintes
excertos de Fox:
87
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
88
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
(1) uma das funções básicas da pontuação é emular, na escrita, uma série de
sentidos que, na fala, construímos por meio da prosódia (entonação, ritmo,
acento e demais atributos correlatos na fala);
(2) se os sinais de pontuação não são jamais gratuitos e têm por função básica
emular os sentidos que se constroem na prosódia, logo é natural que sua
manutenção na tradução seja imperativa;
(3) muitas vezes há certas convenções de pontuação que mudam, e isso implica
que há certos limites para a manutenção desse aspecto na tradução; há
pelo menos um caso em que inglês e português divergem na colocação de
vírgulas: a chamada vírgula serial ou vírgula de Oxford.
89
• Em relação ao uso de vozes verbais, a passiva, em inglês acadêmico, é uma
marca de formalidade, ao passo que o uso da voz ativa tendo o sujeito na
primeira pessoa é uma marca de informalidade.
• Há, pelo menos, outras cincos maneiras pelas quais os autores empregam a
voz passiva de maneira estratégica, como recurso estilístico: quando não
sabemos quem é o agente; quando é óbvio para o ouvinte ou leitor quem é o
agente; quando não é importante saber quem é o agente; quando o agente já foi
mencionado e quando as pessoas em geral são os agentes.
• A anáfora se refere ao modo como uma palavra ou frase se relaciona com outro
texto. Esse processo de referenciação pode apontar para dentro ou para fora do
texto. No primeiro caso, falamos em referência exofórica; no segundo, referência
endofórica. Em termos de tradução estrangeirizadora, é importante que, ao
identificar referências exofóricas (contextuais) ou endofóricas (cotextuais), o
tradutor esteja apto a identificar o referente e a encontrar a expressão mais
apropriada para garantir a referenciação.
90
AUTOATIVIDADE
SCENE: Athens. Approximately 500 B.C. Two distraught Greeks in the center
of enormous empty amphitheatre. Sunset. One is the ACTOR; the other, the
WRITER. They are both thinking and distracted. They should be played by
two good, broad burlesque clowns.
ACTOR: Nothing … just nothing.
WRITER: What?
ACTOR: Meaningless. It's empty.
WRITER: The ending.
ACTOR: Of course. What are we discussing? We're discussing the ending.
WRITER: We're always discussing the ending.
ACTOR: Because it's hopeless.
WRITER: I admit it's unsatisfying.
ACTOR: Unsatisfying? It's not even believable. The trick is to start at the ending
when you write a play. Get a good strong ending and then write backwards.
WRITER: I've tried that. I got a play with no beginning.
ACTOR: That's absurd.
WRITER: Absurd? What's absurd?
ACTOR: Every play must have a beginning, middle, and end.
WRITER: Why?
ACTOR (Confidently): Because everything in nature has a beginning, middle,
and end.
WRITER: What about a circle?
ACTOR (Thinks): Okay … A circle has no beginning, middle, or end - but
they're not much fun either.
WRITER: Diabetes, think of an ending. We open in three days.
ACTOR: Not me. I'm not opening in this turkey. I have a reputation as an
actor, a following . . . My public expects to see me in a suitable vehicle.
WRITER: May I remind you, you're a starving, out-of-work actor whom
I've generously consented to let appear in my play in an effort to assist your
comeback.
ACTOR: Starving, yes … Out of work, perhaps … Hoping for a comeback,
maybe - but a drunkard?
WRITER: I never said you were a drunkard.
ACTOR: Yes, but I'm also a drunkard.
91
Sua tarefa é analisar o texto buscando possíveis aspectos estilísticos que
poderiam ser mantidos em uma tradução de viés estrangeirizador. Pense nos
aspectos discutidos neste tópico: sinais de pontuação do texto-fonte, registro
(formal, neutro, informal), layout (disposição gráfica dos elementos do texto na
página), voz passiva e voz ativa, coordenações e/ou subordinações, marcadores
do discurso, referências anafóricas e adjetivação. Aparecem no texto? Quais
deles? Que estratégias você usaria para mantê-los na tradução? Registre os
resultados do seu exercício aqui:
92
UNIDADE 2 TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
Chegamos ao último nível dos procedimentos estrangeirizadores de
tradução: a manutenção de itens culturais da cultura-fonte.
93
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
94
TÓPICO 5 | MANUTENÇÃO DE ITENS CULTURAIS DA CULTURA-FONTE
95
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
96
TÓPICO 5 | MANUTENÇÃO DE ITENS CULTURAIS DA CULTURA-FONTE
LEITURA COMPLEMENTAR
97
UNIDADE 2 | TÉCNICAS ESTRANGEIRIZADORAS DE TRADUÇÃO
FONTE: MUNIZ, Valéria Campos. Pontuação: uma questão prosódica, sintática, discursiva e
semântica. Pensares em Revista, São Gonçalo-RJ, n. 8, p. 108-129, 2016.
98
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico você aprendeu que:
99
AUTOATIVIDADE
a) When you put your hands on your hips and your elbows are sticking out,
your arms are akimbo, like when you stand in the bathroom, arms akimbo
while yelling, “Who left the toilet seat up?”
b) He came up to me at the bar with this big cheesy grin on his face and said,
‘Did it hurt when you fell from heaven?’
e) Cut through the gobbledygook and just tell me what the final cost of the car
would be.
f) He told the state senate it exposed Texas to ridicule: “It makes us look like
backward, bucktooth hillbillies.”
100
UNIDADE 3
TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE
TRADUÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade de estudos será apresentada em três tópicos. Em cada um
deles, você encontrará um resumo e autoatividades para auxiliá-lo na
compreensão dos conteúdos estudados.
101
102
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Na unidade anterior exploramos diferentes maneiras de trazer a língua
estrangeira para o leitor-interlocutor em uma tradução. Assim, vimos como
podemos, se esse for o nosso desejo, fazer com que o leitor-interlocutor sinta
que está em contato com um texto originário de outra língua. É a manutenção
consciente de características da língua, que podem provir de diferentes níveis:
morfológico, lexical, sintático, estilístico, cultural etc.
E
IMPORTANT
103
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
2 TRANSPOSIÇÃO
Na segunda unidade, quando falamos em manutenção de ordenamento
sintático, falamos de particularidades sintáticas do inglês que não possíveis de
manutenção em português por diferenças na natureza das línguas. Exemplos são:
104
TÓPICO 1 | DOMESTICAÇÃO DO SISTEMA LINGUÍSTICO
3 MODULAÇÃO
A modulação, como procedimento domesticador, refere-se àqueles casos
em que o tradutor muda uma classe de palavra ao julgar que aquela construção é
mais familiar na língua de chegada.
4 EQUIVALÊNCIA
O problema da equivalência, na teoria da tradução, tem pelo menos
dois teóricos clássicos: John Catford e Eugene Nida. Tanto um quanto outro
estabelecem dois tipos de equivalência, que serão úteis para nossa análise. Catford
(1980) dá a esses dois tipos os nomes de equivalência textual e correspondência
(ou equivalência formal). Já Nida e Taber (1982) falam em equivalência dinâmica
e correspondência formal. Veremos, adiante, que a noção de equivalência textual
será útil para pensarmos a tradução de expressões idiomáticas e provérbios,
ao passo que a noção de correspondência formal será útil para pensarmos na
domesticação em termos de classes e categorias gramaticais.
1. Not all that glitters is gold Nem tudo que reluz é ouro.
2. Better late than never Antes tarde que nunca.
3. Can you give me a hand? Você pode me dar uma mão?
1. A bird in the hand is worth two in the bush Um pássaro na mão vale mais do que
dois voando.
2. One swallow doesn't make a summer Uma andorinha só não faz verão.
3. Don't cry over spilt milk Não adianta chorar sobre o leite derramado.
4. Birds of a feather flock together Farinha do mesmo saco.
5. Make hay while the sun shines Aproveite enquanto há tempo.
106
TÓPICO 1 | DOMESTICAÇÃO DO SISTEMA LINGUÍSTICO
1. The one who sleeps with dogs wakes up with fleas (Aquele que dorme com cães acorda
com pulgas) Quem se junta aos porcos, come farelo.
2. The squeeky wheel gets the grease (A roda que range recebe a graxa) Quem não
chora não mama.
107
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
5 SINONÍMIA
A sinonímia, como procedimento de domesticação do sistema linguístico,
é utilizada quando há, na língua de chegada, um termo de raiz semelhante ao
termo da língua de partida (ex.: accordion e acordeão). O tradutor prefere um
sinônimo (ex.: sanfona ou gaita). Exemplos:
1. My uncle used to play the accordion we he was young Meu tio tocava sanfona
quando era jovem.
2. Chelsea won the championship on the last round O Chelsea venceu o certame
na última rodada.
FONTE: <https://www.gettyimages.com/detail/news-photo/ngolo-kante-gary-cahill-john-terry-
and-cesar-azpilicueta-of-news-photo>. Acesso em: 3 jul. 2019.
6 PARÁFRASE
O conceito amplo de paráfrase é dizer a mesma coisa com outras palavras.
É reorganizar o mesmo sentido em outra frase (observe que acabamos de
parafrasear a primeira frase desta seção). Muitas vezes, na tradução, o tradutor
se permite a liberdade de parafrasear uma tradução, geralmente por motivos
estilísticos, como subjetivos ou discursivos.
Exemplos:
108
TÓPICO 1 | DOMESTICAÇÃO DO SISTEMA LINGUÍSTICO
E
IMPORTANT
Paraphrasis
In common usage as a term for loose rewording, saying something in your own
words, paraphrase is best known in translation theory from John DRYDEN’s 1680 preface
to his translation of Ovid’s Epistles (see BRITISH TRADITION): having promised to reduce
all translation to three heads and begun with METAPHRASE, or word-for-word translation,
he moves on to his second head: ‘The second way is that of paraphrase, or translation with
latitude, where the author is kept in view by the translator, so as never to be lost, but his words
are not so strictly followed as his sense; and that too is admitted to be amplified, but not
altered’. The third head is IMITATION.
For Dryden, metaphrase and imitation were ‘the two extremes which ought to be
avoided’, and paraphrase the ‘mean betwixt them’ — the mode of translation which avoids the
dangers of both extremes and combines their virtues of fidelity to the original (metaphrase)
and IL fluency (imitation). In this he followed the orthodox tradition of translation theory
since JEROME (see LATIN TRADITION), who first theorized sense-for-sense translation in the
middle ground between Cicero's extremes, slavish fidelity and too-free imitation (see FREE
TRANSLATION). Here are some of Dryden’s remarks about paraphrase:
But since every language is so full of its own properties, that what
is beautiful in one, is often barbarous, nay sometimes nonsense,
in another, it would be unreasonable to limit a translator to the
narrow compass of his author’s words: ‘tis enough if he chooses
out some expression which does not vitiate the sense. I suppose
he may stretch his chain to such a latitude; but by innovation of
thoughts, methinks he breaks it. By this means the spirit of an
author may be transfused, and yet not lost’.
109
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
A less technical use of the term ‘paraphrase’, that remains in accord with its Latin
definition, is to describe a work that is not translated directly from a foreign original but
reworded from a previous translation in the same language (what is sometimes called a
‘variation’). Thus, for instance, the authors of The Living Bible describe it as a ‘paraphrase’
rather than a translation — what one might call an intralingual paraphrase as opposed to an
interlingual translation. Both usages derive from Quintilian.
110
RESUMO DO TÓPICO 1
111
AUTOATIVIDADE
FONTE: HERN, Warren M. Pregnancy Kills. Abortion Saves Lives. 2019. Disponível
e m : < h t t p s : / / w w w. n y t i m e s . c o m / 2 0 1 9 / 0 5 / 2 1 / o p i n i o n / a l a b a m a - l a w - a b o r t i o n .
html?action=click&module=Opinion&pgtype=Homepage>. Acesso em: 2 jul. 2019.
Tradução:
112
UNIDADE 3
TÓPICO 2
DOMESTICAÇÃO DO ESTILO
1 INTRODUÇÃO
Na unidade anterior, quando tratamos de estrangeirização estilística,
já expusemos que o estilo diz respeito às escolhas formais que um autor faz
mediante os recursos que a língua oferece, provocando certos efeitos de sentido,
ora estéticos, ora discursivo-pragmáticos.
Vimos, a título de exemplificação, que a voz verbal pode ser usada como
um recurso estilístico para enfatizar o agente que praticou um fato enunciado
ou resultado da ação. Além da voz verbal, estudamos também em detalhe
outras dimensões do estilo, como uso de sinais de pontuação, registro, layout,
coordenação e subordinação, marcadores discursivos, referências anafóricas e
adjetivação. Agora, visando à domesticação de uma tradução, isto é, pretendendo
acomodá-la ao máximo à língua de chegada, vamos abordar outros procedimentos
pertencentes ao âmbito do estilo: omissão, explicitação, generalização (uso de
hiperônimo), especificação (uso de hipônimo), compensação, reconstrução,
equivalência estilística (melhoria), mudança de registro, mudança de
complexidade/fluidez estilística e adaptação.
2 OMISSÃO
Conforme Lanzetti et al. (2009, p. 12), a omissão ocorre quando o
tradutor, deliberadamente, “decide não traduzir para o texto-alvo algum
item lexical ou estrutura do texto-fonte”. Os autores mencionam o exemplo
encontrado em seu corpus:
1. Capoeira, an interesting blend of dance and martial arts, is facing gradual revival
in Brazil.
A capoeira [Ø] está passando por uma gradual revitalização no Brasil.
113
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
2. The battle has been teased since the opening scene of the very first episode of 'Game of
Thrones'.
A batalha tem sido anunciada desde a abertura do [Ø] primeiro episódio de
‘Game of Thrones’.
3. He needs to come out from under the very long shadow of Akihito.
Ele precisa sair debaixo da [Ø] grande sombra de Akihito.
3 EXPLICITAÇÃO
Da mesma forma que, na omissão, o tradutor pode julgar alguma
informação desnecessária ao leitor visado (e, assim, retirá-la), na explicitação
ocorre o inverso: o tradutor entende necessária a ação de acrescentar uma
informação não-óbvia ao seu interlocutor. Observe os seguintes exemplos:
1. The [Ø] IRS may collect over 2 billion dollars in taxes this year.
Este ano, a receita americana deve arrecadar mais de 2 bilhões de dólares em
impostos.
114
TÓPICO 2 | DOMESTICAÇÃO DO ESTILO
2. The famous Brazilian “farofa” is made with fried flour and sausages.
A famosa farofa brasileira é feita com farinha de mandioca frita e linguiça.
UNI
115
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
Exemplos:
(1) Comprei flores.
(2) Comprei rosas. Comprei violetas.
(3) Comprei rosas e violetas.
Um dos traços mais úteis do princípio da hiponímia é que ele permite com que
sejamos mais genéricos ou mais específicos de acordo com as circunstâncias. Embora um
termo hiperônimo não implique, em geral, o seu hipônimo, ocorre frequentemente que o
contexto situacional o determinará no sentido de um de seus hipônimos. Essa é a origem
da sinonímia dependente do contexto. Isso sugere igualmente a possibilidade de definir a
relação de sinonímia como “hiponímia simétrica”: se x é um hipônimo de y e se y é também
um hipônimo de x – isto é, se a relação é bilateral ou simétrica –, então x e y são sinônimos.
Os vocabulários das línguas naturais tendem a apresentar muitas lacunas, muitas
assimetrias e indeterminações. Ainda, é possível, muitas vezes identificar, de acordo com a
sua aplicação, os hipônimos de certo termo em uma língua com certas unidades lexicais
em outra, sem encontrar nesta última um equivalente para o hiperônimo. Disso se pode
concluir que o sentido original nunca se mantém intacto no processo da tradução.
FONTE: SILVA, Fernanda Gomes da; SANT´ANNA, Simone. A semântica lexical e as relações
de sentido: sinonímia, antonímia, hiponímia e hiperonímia. Cadernos do CNLF, v. 13, n. 3,
p. 34-50, 2009.
116
TÓPICO 2 | DOMESTICAÇÃO DO ESTILO
6 RECONSTRUÇÃO
A reconstrução é um procedimento utilizado quando precisamos alterar
a organização sintática ou o significado do texto-fonte por exigências estilísticas
da língua de chegada. Lanzetti et al. (2009) tratam a questão em termos de
reconstruções sintática e semântica.
1. We examined the patients after taking the prescribed medicine and [we] came to the
conclusion that the substances utilized are harmless.
Os pacientes foram examinados após tomarem a medicação prescrita e
chegou-se à conclusão de que as substâncias utilizadas são inofensivas.
2. Specialists are convinced that the WTC Twins were demolished rather than crashed
down by the airplanes.
Os especialistas estão convencidos de que a causa da queda das torres gêmeas
foi implosão, e não a colisão com os aviões como antes se pensava.
117
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
3. The father arrived, hugged his daughter and kissed her in the mouth.
Ao chegar, o pai deu um abraço em sua filha e a beijou na testa.
1. The little girl said she was carrying a basket of food to her grandmother.
A menininha disse que estava levando uma cesta de doces para a vovó.
118
TÓPICO 2 | DOMESTICAÇÃO DO ESTILO
8 MUDANÇA DE REGISTRO
Na segunda unidade, quando tratamos de manutenção de registro,
reforçamos que registro diz respeito àquelas variantes que preferimos em cada
contexto, em cada situação de uso, principalmente considerando fala vs. escrita
e informalidade vs. formalidade. Assim, de modo geral, é conveniente buscar
uma equivalência de registro na língua de chegada, pois isso é um aspecto
importante que compõe o plano estilístico de um texto. No entanto, muitas vezes,
dependendo do leitor visado ou do veículo do texto, o tradutor pode preferir
não manter o registro por conveniências sociais. Nesses casos, é comum que se
altere um registro vulgar para um registro mais neutro, ou vice-versa. Confira o
seguinte exemplo:
1. Hey, asshole, I’m going to bust your head all over this fucking parking lot!
Ei, seu babaca, eu vou estourar seus miolos por toda essa droga de
estacionamento!
119
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
10 ADAPTAÇÃO
O procedimento da adaptação, conforme Lanzetti et al. (2009, p. 19), “só
pode ser observado a partir de uma análise de todo o texto traduzido e é alcançado
através de outros procedimentos”. Exemplos de adaptação como procedimento
tradutório domesticador são as traduções de clássicos voltadas ao público infantil
ou, ainda, roteiros de cinema retextualizados na forma de um romance.
FONTE: O autor
120
TÓPICO 2 | DOMESTICAÇÃO DO ESTILO
UNI
Adaptation
Adaptation may be understood it’s a set of translative operations which result in a text
that is not accepted as a translation but is nevertheless recognized as representing a source Eon
of about the same length. As such, the term may embrace numerous vague notions such as
imitation, rewriting, and so on. Strictly speaking, the concept of adaptation requires recognition
of translation as non-adaptation, as a somehow more constrained mode of transfer. For this
reason, the history of adaptation is parasitic on historical concepts of translation.
The initial divide between adaptation and translation might be dated from CICERO
and Horace (see LATIN TRADITION), both of whom referred to the interpres (translator) as
working word-for-word and distinguished this method from what they saw as freer but entirely
legitimate results of transfer operations. The different interpretations given to the Horatian verse,
Nec verbum verbo curabis reddere fidus interpres (‘and you will not render word-for-word
[like a] faithful translator’) – Irrespective of whether they were for or against the word-for-word
precept – effectively reproduced the logic by which adaptations could he recognized.
The golden age of adaptation was in the seventeenth and eighteenth centuries,
the epoch of the belles infidèles, which started in France and then spread to the rest of the
world (see FRENCH TRADITION). The very free translations carried out during this period
were justified in terms of the need for foreign texts to be adapted to the tastes and habits of
the target culture, regardless of the damage done to the original.
The nineteenth century witnessed a reaction to this ‘infidelity’, but adaptations
continued to predominate in the theatre. In the twentieth century, the proliferation of
technical, scientific and commercial documents has given rise to a preference for transparency
in translation, with an emphasis on efficient communication; this could be seen as licensing
a form of adaptation which involves rewriting a text fora new readership. Generally speaking,
historians and scholars of translation take a negative view of adaptation, dismissing the
phenomenon as distortion, falsification of censorship, but it is rare to find clear definitions of
the terminology used in discussing this controversial concept.
Main definitions
121
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
Adaptation is also associated with the genres of advertising and SUBTITTLING. The
emphasis here is on preserving the character and function of the original text, in preference
to preserving the form or even the semantic meaning, especially where acoustic and/or
visual factors have to be taken into account. Other genres, such as children’s literature,
require the re-creation of the message according to the sociolinguistic needs of a different
readership (Puurtinen 1995). The main features of this type of adaptation are the use of
summarizing techniques, paraphrase and omission.
Adaptation is perhaps, most easily justified when the original text is of a metalinguistic
nature, that is, when the subject matter of the text is language itself. This is especially so with
didactic works on language generally, or on specific languages. Newmark (1981) points out
that in these cases the adaptation has to be based on the translator’s judgement about his/
her readers’ knowledge.
Coseriu (1977) argues that this kind of adaptation gives precedence to the function
over the form, with a view to producing the same effect as the original text. However, while
such writers start from the principle that nothing is untranslatable, others like Berman (1985)
claim that the adaptation of metalanguage is an unnecessary form of exoticism.
Definitions of adaptation reflect widely varying views about the concept vis-à-vis
the issue of remaining ‘faithful’ to the original text. Some argue that adaptation is necessary
precisely in order to keep the message intact (at least on the global level), while others see it
as a betrayal of the original author. For the former, the refusal to adapt confirm the reader to
an artificial world of ‘foreignness’; for the latter, adaptation is tantamount to the destruction
and violation of the original text. Even those who recognize the need for adaptation in
certain circumstances are obliged to admit that, if remaining faithful to the text is a sine qua
non of translation, then there is a point at which adaptation ceases to be translation at all.
By comparing adaptations with the texts on which they are based, it is possible to
elaborate a provisional list of the ways (or modes) in which adaptations are carried out, the
motivations (or conditions) for the decision to adapt, and the limitations or restrictions) on
the work of the adapter.
In terms of mode of adaptation, the procedures used by the adapter can be
classified as follows:
• transcription of the original: word-for-word reproduction of part of the text in the original
language, usually accompanied by a literal translation;
• omission: the elimination or reduction of part of the text;
• expansion: making explicit information that is implicit in the original, either in the main
body or in footnotes or a glossary;
• exoticism: the substitution of stretches of slang, dialect, nonsense words, etc. in the
original text by rough equivalents in the target language (sometimes marked by italics or
underlining);
• updating: the replacement of outdated or obscure information by modern equivalents;
• situational equivalence: the insertion of a more familiar context than the one used in the
original;
• creation: a more global replacement of the original text with a text that preserves only the
essential message/ideas/functions of the original.
The most common factors (i.e. conditions) which cause translators to resort to
adaptation are:
• cross-code breakdown: where there are simply no lexical equivalents in the target
language (especially common in the case of translating metalanguage);
122
TÓPICO 2 | DOMESTICAÇÃO DO ESTILO
• situational inadequacy: where the context referred to in the original text does not exist in
the target culture;
• genre switching: a change from one discourse type to another (e.g. from adult to children’s
literature) often entails a global recreation of the original text
• disruption of the communication process: the emergence of a new epoch or approach
or the need to address a different type of readership often requires modifications in style,
content or presentation.
These conditions (which in practice may exist simultaneously) can lead to two major
types of adaptation: local adaptation, caused by problems arising from the original text itself
and limited to certain parts of it (as in the first two conditions), and global adaptation, which
is determined by factors outside the original text and which involves a more wide-ranging
revision.
As a local procedure, adaptation may be applied to isolated pans of the text in order
to deal with specific differences between the language of culture of the source text and that
of the target text. In this case, the use of adaptation as a technique will have a limited effect on
the text as a whole, provided the overall coherence of the source text is preserved. This type
of adaptation is temporary and localized; it does not represent an all-embracing approach
to the translation task. Local, or as Farghal (1993) calls it, ‘intrinsic’ adaptation is essentially a
translation procedure which is guided by principles of effectiveness and efficiency and seeks
to achieve a balance between what is to be transformed and highlighted and what is to be left
unchanged.
As a global procedure, adaptation may be applied to the text as a whole. The. decision
to carry out a global adaptation may be taken by the translator him/herself or may be imposed
by external forces (for example, a publisher's editorial policy), In either case, global adaptation
constitutes a general strategy which aims to reconstruct the purpose, function or impact of
the original text. The intervention of the translator is systematic and s/he may sacrifice formal
elements arid even semantic meaning in order to reproduce the function of the original.
As in the case of translation, adaptation is carried out under certain restrictions, the
most obvious of which are:
• the knowledge and expectations of the target reader: the adapter has to evaluate the extent
to which the content of the original text constitutes new or shared information for the
potential audience;
• the target language: the adapter must find an appropriate match in the target language for
the discourse style of the original text and look for coherence of adapting modes;
• the meaning purpose(s) of the original and target texts […].
FONTE: BAKER, Mona. Routledge Encyclopedia of Translation Studies. New York: Routledge,
1998. p. 166-167.
123
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O estilo diz respeito às escolhas formais que um autor faz mediante os recursos
que a língua oferece, visando provocar certos efeitos de sentido, ora estéticos,
ora discursivo-pragmáticos. Talvez o estilo seja a dimensão em que as línguas
mais se especificam e se particularizam.
124
AUTOATIVIDADE
Texto-fonte: Adaptação
Exit
Enter DEMETRIUS and HELENA,
running
HELENA
Stay, though thou kill me, sweet
Demetrius.
DEMETRIUS
I charge thee, hence, and do not haunt
me thus.
HELENA
O, wilt thou darkling leave me? do not
so.
DEMETRIUS
Stay, on thy peril: I alone will go.
Exit
125
HELENA Helena perdera seu amado Demétrio
O, I am out of breath in this fond chase! de vista e, sem rumo, vagou sozinha
The more my prayer, the lesser is my pela noite, atravessando a escuridão
grace. da floresta. Chegou na clareira por
Happy is Hermia, wheresoe'er she lies; acaso e, por estar escuro, tropeçou
For she hath blessed and attractive em Lisandro, que ali continuava
eyes. adormecido. Ele, então, acordou
How came her eyes so bright? Not with assustado e viu Helena. Foi então
salt tears: que a seiva mágica mostrou
If so, my eyes are oftener wash'd than imediatamente seu poder, porque
hers. Lisandro se apaixonou por ela
No, no, I am as ugly as a bear; perdidamente.
For beasts that meet me run away for
fear:
Therefore no marvel though Demetrius
Do, as a monster fly my presence thus.
What wicked and dissembling glass of
mine
Made me compare with Hermia's
sphery eyne?
But who is here? Lysander! on the
ground!
Dead? or asleep? I see no blood, no
wound.
Lysander if you live, good sir, awake.
126
LYSANDER
Content with Hermia! No; I do repent
The tedious minutes I with her have
spent.
Not Hermia but Helena I love:
Who will not change a raven for a
dove?
The will of man is by his reason
sway'd;
And reason says you are the worthier
maid.
Things growing are not ripe until their
season
So I, being young, till now ripe not to
reason;
And touching now the point of human
skill,
Reason becomes the marshal to my
will
And leads me to your eyes, where I
o'erlook
Love's stories written in love's richest
book.
Exit
127
1 Na primeira parte do trecho, em que o solilóquio de Puck é adaptado para
uma narração em prosa, que procedimento domesticador a tradutora usou?
2 Na tradução da fala de Lisandro “And run through fire I will for thy sweet
sake. |Transparent Helena!” por “– Oh, bela Helena! – disse – Por você,
sou capaz de qualquer coisa!”, que procedimento domesticador podemos
reconhecer?
I- Transcrição do original
II- Omissão
III- Expansão
IV- Exotismo
V- Atualização
VI- Equivalência situacional
V- Criação
128
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Assim como na unidade anterior, na qual tratamos da manutenção de
itens culturais da cultura-fonte, agora vamos enfocar os procedimentos pelos
quais podemos enfatizar a cultura da língua de chegada, isto é, a realidade
extralinguística do texto traduzido.
129
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
130
TÓPICO 3 | DOMESTICAÇÃO DA REALIDADE EXTRALINGUÍSTICA
Os frames abaixo da superfície estão cada vez mais ocultos, mas também
progressivamente próximos de nossas suposições inquestionáveis sobre o mundo
e nossas próprias identidades (culturais). Uma outra dimensão sociológica pode
ser descrita como operando no próprio iceberg. Os níveis também refletem as várias
maneiras pelas quais aprendemos cultura: tecnicamente, através de instrução
explícita; formalmente, através de modelagem de tentativa e erro; e informalmente,
através da inculcação inconsciente de princípios e visões de mundo. Os estudiosos
da tradução tendem a se concentrar nos níveis mais ocultos, enquanto os praticantes
estão mais preocupados com o que é visível na superfície.
133
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
AUTOATIVIDADE
134
TÓPICO 3 | DOMESTICAÇÃO DA REALIDADE EXTRALINGUÍSTICA
8 TRANSFERÊNCIA
Agora que fizemos uma grande digressão diante das implicações dos
estudos culturais na teoria da tradução, vejamos alguns procedimentos específicos
que envolvem a domesticação de itens culturais do texto de partida, começando
pelo procedimento da transferência.
3. We know he's not whistling "Yankee Doodle Dandy" – we know he's foretelling the
truth. But how many of 'them' do you think still believe he just whistling?
A gente sabe que ele não está apenas assoviando “Brasileirinho” – a gente sabe
que ele está tentando dizer a verdade. Mas quantos você acha que ainda acreditam
que estão apenas assoviando?
135
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
FONTE: <https://2.bp.blogspot.com/-6oGYQLbFOzI/W2grpcV4rEI/AAAAAAAAKoE/
JvCjADGxISUQqCGxHvgGYqtwIK1LbXHigCLcBGAs/s1600/A%2BCAN%25C3%2587%25C3%2583
O%2BDA%2BVITORIA.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2019.
9 EXPLICAÇÃO
A explicação como procedimento domesticador de tradução no plano
da realidade extratextual diz respeito aos paratextos que o tradutor agrega para
esclarecer certas escolhas, explicar referências culturais específicas do texto-
fonte etc.
E
IMPORTANT
136
TÓPICO 3 | DOMESTICAÇÃO DA REALIDADE EXTRALINGUÍSTICA
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1e/Cheshire_Cat_Tenniel.png>.
Acesso em: 12 jul. 2019.
137
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
FIGURA 7 – UM ELÃ
FONTE: <http://www.portaldosanimais.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Elande-Gigante.
jpg>. Acesso em: 12 jul. 2019.
Por fim, Lyra (1998) ainda comenta o caso de Labor Day, que, embora
pudesse ser traduzido forçosamente por Dia do Trabalho, tem significados e valores
completamente diferentes e requer uma nota explicativa ao leitor brasileiro. Você
pode acompanhar o texto completo na leitura complementar a seguir.
138
TÓPICO 3 | DOMESTICAÇÃO DA REALIDADE EXTRALINGUÍSTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
139
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DOMESTICADORAS DE TRADUÇÃO
Das cinco notas que a tradutora afirma ter resistido à tentação de acrescentar,
apenas duas se referem a dificuldades oriundas da falta de equivalência na língua
alvo: nº 3 e 5. A nota que acrescentou não pertence à seara da tradução e sua
necessidade foi sentida pela tradutora na qualidade de escritora. Sem nenhum
intuito de crítica, até porque há enorme coerência na forma como foi abordada a
empreitada de traduzir obra tão especial, acredito que esta nota não seria cogitada
por um tradutor que não fosse escritor.
O último exemplo consta da tradução feita por Enio Silveira e José J. Veiga
do conto de Ernest Hemingway “A Vida Breve e Feliz de Francis Macomber”. Na
página 16 aparece a palavra eland, sobre a qual os tradutores fizeram uma nota
explicativa que me parece pertinente. O equivalente em português, no caso (elã
ou celfo), não informaria tão bem o leitor quanto à explicação ao pé da página.
Como é longo o período em que se discute o referido animal e com implicações
na história, mesmo não sendo indispensável, a nota cumpre um papel e preenche
uma lacuna originada especificamente pela ausência de equivalente ideal na
língua-alvo.
Dos três exemplos, apenas no primeiro caso (em que não foi acrescentada),
a nota parece ser imprescindível para que o texto traduzido cumpra a mesma
função do texto original.
Acredito ser um dos princípios que deve nortear a opção do tradutor por
uma nota. Sua finalidade será dar ao leitor a mesma habilidade de compreensão
que tem o leitor do original, considerando-se o termo “idioma” mais abrangente
do que “língua”, envolvendo não só estrutura e vocabulário, mas, também, seu
emprego convencional. Expressões idiomáticas e idiomatismos culturais nem
sempre encontram equivalência, havendo necessidade, em alguns casos, de notas
explicativas para que seja preservada a função do texto original. Um exemplo é
dado por Stella Tagnin:
140
TÓPICO 3 | DOMESTICAÇÃO DA REALIDADE EXTRALINGUÍSTICA
FONTE: LYRA, Regina Maria de Oliveira Tavares de. Explicar é preciso? Fragmentos, Florianópolis,
v. 8, n. 1, p. 74-76, 1998.
10 ILUSTRAÇÃO
A ilustração refere-se ao acréscimo de elementos gráficos paratextuais
para esclarecimento da tradução: formas gráficas, ícones, desenhos, fotos etc.
Assemelha-se à explicação em termos de função, porém o paratexto aqui é gráfico,
e não verbal.
FONTE: O autor
141
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Há, pelo menos, quatro conceitos de cultura que implicam diferentes posturas
do tradutor: cultura técnica (civilização), cultura formal (práticas funcionalistas
e apropriadas), cultura informal (sistemas cognitivos) e cultura como produto
das relações de poder.
142
• A explicação como procedimento domesticador de tradução no plano da
realidade extratextual diz respeito aos paratextos que o tradutor agrega
para esclarecer certas escolhas, explicar referências culturais específicas do
texto-fonte etc. No contexto da tradução, os principais paratextos são notas
intratextuais (colocadas entre parênteses, geralmente), notas de rodapé,
prefácios e apêndices.
143
AUTOATIVIDADE
2 Imagine que você é o tradutor dos quatro textos referidos por Lyra (1998) e
proponha uma nota de rodapé para cada um dos casos referidos.
144
REFERÊNCIAS
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