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3 Pova de Psicanálise
3 Pova de Psicanálise
3 Pova de Psicanálise
2)
“(...) entendemos que o método catártico vai muito além de um desabafo ou, inclusive como
Freud definiu, unicamente como uma forma de “lembrar o esquecido” com os respectivos
afetos; hoje, considera-se que a liberação do afeto que está preso na representação
patógena endo psíquica se processa pela nomeação com palavras — propiciadas pelas
interpretações do psicanalista — e que possibilitam uma nova significação daquilo que está
sendo recordado.”
O processo catártico aqui descrito, foca por um lado o reviver da situação recalcada ou
reprimida pelo paciente e todos os seus conteúdos emocionais associados trazidos ao
consciente e a consequente interpretação que o psicanalista pode efetuar, traduzindo por
palavras o conteúdo revivido. Este processo dá-se como uma descarga e é facilitador da cura!
3)
3) Ao se debruçar sobre Sandor Ferenczi, Zimmermann (2007, p. 46) diz que ele “foi o
primeiro analista a dar uma significativa importância à pessoa real do analista, quer quanto a
uma possível hipocrisia e inadequações deste, quer como uma rara oportunidade propiciada
ao paciente de poder reelaborar (eu diria hoje: fazer ressignificações e reidentificações) os
primitivos problemas por meio de uma nova figura parental representada pelo analista, o
qual o respeita, estima, é coerente e tem outras formas de enfrentar e solucionar os
problemas”.
Relacione estas afirmações com o conceito de Lacan sobre o “sujeito suposto saber”.
Há também a ideia de Lacan de que o analista visto pelo paciente é “aquele que tudo sabe”
como conceitualiza Lacan e, portanto, não irá contrapor o que este diz. E se este analista,
investido destas qualidades for visto, sim, como uma autêntica projeção do seu Pai?
A comunicação não verbal vai desde o silêncio do paciente até à sua mímica, gestualidade do
mesmo, linguagem corporal e até em que alturas do diálogo está se dá. Por exemplo o
paciente fala com o analista e a determinado momento faz um silêncio de algum tempo. E que
expressão ele adota, ou gesto que desenha? É fulcral o analista inserir na sua interpretação a
análise das formas não verbais, estas por vezes complementam as verbais e outras ainda
indicam que aquilo que foi dito pelo analisando não corresponde inteiramente à verdade. Ele é
“denunciado” pelo corpo.
5)
6)
Em sentido mais lato, para além de Freud é qualquer acontecimento que cria uma “ferida” no
aparelho psíquico em idade precoce e uma subsequente sensação de desamparo. O próprio
Freud incluiu mais tarde como experiências traumáticas aquelas de abandono, por exemplo.
Uma mãe sentida como ‘má mãe’ é também uma experiência traumática, e por aí adiante.
7)
Escola francesa, onde se destaca Jacques Lacan, que faz uma releitura de Freud
Donald Winicott, dissidente de Melanie klein
Wilfred Bion, por sua vez fiel a Klein, mas introduzindo modificações.
8)
Você acha possível filiar-se a uma única escola de Psicanálise ao se praticá-la, ao se tornar
um psicanalista?
Por outras palavras, você acredita ser possível dizer com todas as letras: “sou somente
freudiano, sou somente lacaniano etc.”?
Creio ser totalmente impossível para além de bem pouco eficaz nos dias de hoje um analista
poder enfrentar os problemas de um paciente apenas na perspectiva de uma
escola/abordagem, essencialmente pelos seguintes motivos na minha ótica;
9)
O setting engloba para mim dois fatores algo distintos. Por um lado, diz respeito ao próprio
espaço físico em que se processará a análise, a disposição dos objetos, a simplicidade dos
mesmos que visem a uma não sobrecarga sensorial do paciente e que em suma promovam a
calma, relaxamento e confiança.
10)