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Nota Tecnica Broncoaspiração - 10-12-20
Nota Tecnica Broncoaspiração - 10-12-20
Nota Tecnica Broncoaspiração - 10-12-20
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Diretor-Presidente (Substituto)
Antônio Barra Torres
Chefe de Gabinete
Karin Schuck Hemesath Mendes
Diretores
Adjuntos de Diretor
Daniela Marreco Cerqueira
Jacqueline Condack Barcelos
Juvenal de Souza Brasil Neto
Estagiários
Diego Muniz de Sousa
Samanta Fernandes da C. L. da Abadia
Taynara Gabrielle Marques Campo
Elaboração
Ana Clara Ribeiro Bello dos Santos
André Anderson Carvalho
Andressa Honorato de Miranda Amorim
Cleide Felicia de Mesquita Ribeiro
Heiko Thereza Santana
Humberto Luiz Couto Amaral de Moura
Magda Machado de Miranda Costa
Maria Dolores Santos da Purificação Nogueira
Revisão externa
Fernanda Raphael Escobar Gimenes de Sousa
Gisela Maria Schebella Souto de Moura
Luiza Maria Gerhardt
Raquel A. Caserta Eid
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4
I. Relato do problema de segurança identificado pelo SNVS ........................................... 5
II. Objetivo ......................................................................................................................... 5
III. Breve revisão da literatura............................................................................................. 5
IV. Recomendações: .......................................................................................................... 7
V. Indicadores .................................................................................................................. 12
Referências........................................................................................................................ 13
3
INTRODUÇÃO
Cabe lembrar que desde 1998, por meio da Portaria GM/MS n° 2616 (2), as ações
e estratégias de prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à
saúde (IRAS) e resistência microbiana (RM) vem sendo instituídas em serviços de
saúde no país, sendo monitoradas nacionalmente pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) em conjunto com as Coordenações Estaduais, Distrital
e Municipais de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH). Por sua vez, desde a
publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Anvisa n° 36/2013 (3),
a Agência, em conjunto com os Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) das
Vigilâncias Sanitárias (VISA) nos estados, Distrito Federal (DF) e municípios (NSP
VISA) vem monitorando as notificações de EA feitas pelos NSPs dos serviços de
saúde ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), por meio do sistema
Notivisa - módulo assistência à saúde (4). O monitoramento dos incidentes pelo
SNVS, incluindo EA, além de never events e óbitos decorrentes destes eventos, é
feito de acordo com os fluxos definidos no Plano Integrado para a Gestão Sanitária
da Segurança do Paciente (5) e orientações gerais para a notificação de EA
relacionados à assistência à saúde contidas na Nota Técnica n° 5/2019 (6). No que
se refere à vigilância e monitoramento das IRAS, as metas previstas para o
quinquênio estão descritas no Programa nacional de prevenção e controle de
infecções relacionadas à assistência à saúde (PNPCIRAS) (7) e as orientações
para notificação de IRAS e RM podem ser acessadas na Nota Técnica n° 1/2020
(8).
4
I. Relato do problema de segurança identificado pelo SNVS
II. Objetivo
5
gastrointestinal diminuída; com higiene oral prejudicada; em uso de medicamentos
inibidores da bomba de prótons, sedativos, opioides ou bloqueadores
neuromusculares; submetidos a cirurgias buco maxilar, cabeça e pescoço; com
complicações da anestesia; idosos; crianças menores de 1 ano (sufocação); e
aqueles gravemente enfermos e ventilados mecanicamente. Pacientes idosos
tendem a aspirar devido a condições associadas ao envelhecimento que alteram o
nível de consciência, uso de sedativos, distúrbios neurológicos, fraqueza e outros
distúrbios, como empiema pulmonar. Na população pediátrica, as causas de
disfagia que podem causar aspiração broncopulmonar incluem: paralisia cerebral;
lesão cerebral adquirida / traumática; outras doenças neuromusculares;
malformações craniofaciais; malformações das vias aéreas; doença cardíaca
congênita; doença gastrointestinal; lesões por ingestão; e nascimento prematuro
(11-14).
6
tecido pulmonar, o efeito resultante é a inflamação nos pulmões e nos brônquios
(11, 14). Ademais, a Aspiração Broncopulmonar pode causar síndrome do
desconforto respiratório agudo, exacerbação da asma e lesão pulmonar aguda,
resultando em morbidade e mortalidade significativas (17).
IV. Recomendações:
7
diretrizes voltadas para a prevenção de Aspiração Broncopulmonar nos serviços de
saúde.
7. Aumentar a conscientização coletiva sobre os fatores de risco para a
Aspiração Broncopulmonar e desenvolver as habilidades dos familiares e
cuidadores para a segurança do paciente.
8
Deve-se considerar, minimamente, na avaliação: diagnóstico médico e presença
de comorbidades; uso de ventilação mecânica; uso de ventilação mecânica não
invasiva; alterações na motilidade gastrointestinal; presença de náuseas e/ou
vômitos; uso de nutrição enteral; posição da extremidade distal da sonda enteral de
curto prazo (sonda naso/orogástrica e sonda naso/oroentérica); alterações no nível
de consciência; obesidade (IMC >= 35) e risco de disfagia orofaríngea.
1.1. Instalar placas sinalizadoras de risco para Aspiração Broncopulmonar.
1.2. Realizar o registro do risco para aspiração broncopulmonar no prontuário do
paciente.
2. Implementar as principais medidas de prevenção de pneumonia associada a
ventilação mecânica (PAV).
3. Implementar as seguintes medidas se o paciente apresentar náuseas e/ou
vômitos:
3.1. Evitar ventilação mecânica não invasiva.
3.2. Avaliar necessidade de interrupção da nutrição enteral.
3.3. Manter paciente em decúbito lateral e com cabeceira elevada a pelo menos
30°, a menos que contraindicado (nesse caso, considerar a posição de
Trendelenburg invertida 30°- 45°);
3.4. Iniciar tratamento medicamentoso (e não medicamentoso), de acordo com
prescrição médica.
4. Manter cuidados com a nutrição enteral:
4.1. Solicitar avaliação multiprofissional, incluindo a do nutricionista.
4.2. Monitorar pacientes com elevado risco de aspiração.
4.3. Manter a sonda em posição pós-pilórica em pacientes críticos com elevado
risco de aspiração ou com elevado volume residual gástrico persistente.
4.4. Considerar, na administração da nutrição enteral, o método mais adequado
para o paciente (intermitente ou contínua) e o local ideal (gástrico ou entérico).
4.5. Verificar a posição da extremidade distal da sonda e registrar a medida
externa inicial (da narina, da rima labial ou do ostoma) a cada 4 horas.
4.6. Verificar a posição da extremidade distal da sonda após episódios de vômito,
tosse ou tração do dispositivo.
4.7. Monitorar sinais de intolerância à nutrição enteral por meio de medidas de
avaliação de náusea, vômito, refluxo gastroesofágico, sensação de plenitude,
9
distensão abdominal, ausência de ruídos intestinais, desconforto abdominal, dor ou
cólicas, e volume residual gástrico aumentado, em intervalos de 4 horas.
4.8. Manter decúbito elevado, a pelo menos 30° (ou posição vertical, caso o
paciente esteja em uma cadeira), durante a administração da dieta e de 30 a 60
minutos após o término da administração para evitar o refluxo gastroesofágico e a
aspiração broncopulmonar.
4.9. Seguir as recomendações do fabricante e a prescrição médica quanto à
duração da infusão da dieta enteral. Evitar administração rápida da dieta.
4.10. Seguir o protocolo institucional de nutrição enteral.
5. Avaliar alterações no nível de consciência:
5.1. Solicitar avaliação da equipe médica.
5.2. Avaliar o nível de consciência e estado cognitivo dos pacientes (enfermeiro).
5.3. Considerar a suspensão da dieta oral.
5.4. Manter decúbito elevado (30 graus, no mínimo).
5.5. Seguir o protocolo institucional.
6. Pacientes com dieta oral e com risco de disfagia:
6.1. Manter paciente em decúbito elevado durante a administração da dieta (≥60
graus ou pelo menos 30°- 45°).
6.2. Oferecer porções menores.
6.3. Alternar sólidos e líquidos.
6.4. Evitar alimentação apressada ou forçada.
6.5. Oferecer líquidos com espessantes, se necessário.
6.6. Evitar prescrição de medicamentos que possam ressecar a mucosa oral ou
que prejudiquem o ato de engolir.
6.7. Suspender dieta oral, se necessário.
6.8. Solicitar avaliação fonoaudiológica para pacientes com risco de disfagia.
Outras recomendações:
7.1 Manter doses mínimas de sedação.
7.2 Considerar o uso de agentes pró-cinéticos (por exemplo, bromoprida,
domperidona), quando clinicamente viável, em pacientes com elevado risco de
aspiração.
7.3 Seguir o protocolo institucional quando houve a necessidade de abaixar a
10
cabeceira do leito e antes da extubação.
8. Seguir o protocolo institucional.
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V. Indicadores
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Referências
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consumo de antimicrobianos no ano de 2019. Brasília: ANVISA; 2020.
9. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Incidentes relacionados à
assistência à saúde. Resultados das notificações realizadas no Notivisa – módulo
Assistência à Saúde - agosto de 2019 a julho de 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/relatorios-de-notificacao-dos-
estados/eventos-adversos. Acesso em 10 dez. 2020.
10. Boullata JI, Carrera AL, Harvey L, Escuro AA, Hudson L, et al. ASPEN Safe
Practices for Enteral Nutrition Therapy Task Force, American Society for Parenteral
and Enteral Nutrition. ASPEN Safe Practices for Enteral Nutrition Therapy [Formula:
see text]. JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2017 Jan;41(1):15-103.
11. Canadian Patient Safety Institute. Hospital harm improvement resource.
Aspiration Pneumonia; 2016.
12. Dodrill P, Gosa MM. Pediatric Dysphagia: Physiology, Assessment, and
Management. Ann Nutr Metab. 2015;66 Suppl 5:24-31.
13. Lefton-Greif MA, Arvedson JC. Pediatric feeding and swallowing disorders:
state of health, population trends, and application of the international classification
of functioning, disability, and health. Semin Speech Lang. 2007;28(3):161-5.
14. Pace CC, McCullough GH. The association between oral microorganisms and
aspiration pneumonia in the institutionalized elderly: review and recommendations.
Dysphagia. 2010;25(4):307-22.
15. American Association of Critical-Care Nurses. Prevention of aspiration in
adults [internet]. Practice alert: AACCN, 2018. Disponível em:
https://www.aacn.org/clinical-resources/practice-alerts/prevention-of-aspiration.
Acesso em: 13 de novembro de 2020.
16. Metheny, NA, et al. Tracheobronchial aspiration of gastric contents in critically
ill tube-fed patients: frequency, outcomes, and risk factors. Crit Care Med.
2006;34(4):1007-15.
17. Beck-Schimmer B, Bonvini JM. Bronchoaspiration: incidence, consequences
and management. Eur J Anaesthesiol. 2011 Feb;28(2):78-84.
18. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Sanitária. Medidas de
Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: ANVISA;
2017.
14
19. Canadian Institute for Health Information. Measuring Patient Harm in
Canadian Hospitals. With What can be done to improve patient safety? authored by
Chan B, Cochrane D. Ottawa. ON:CPSI; 2016.
20. Brasil. Ministério da Saúde. Temática. Manual de terapia nutricional na
atenção especializada hospitalar no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção
Especializada e Temática. Brasília: Ministério da Saúde; 2016.
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