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PAFD - Fisiologia - Conceitos Gerais PDF

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PAFD – Fisiologia do Esforço

1.1.Conceitos Gerais

O que é a Fisiologia?

A fisiologia = natureza, função ou funcionamento, ou seja, é o ramo da biologia


que estuda as múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas nos seres
vivos. De uma forma mais sintética, a fisiologia estuda o funcionamento do
organismo.

Fisiologia do Exercício

A fisiologia do exercício desenvolveu-se a partir da sua disciplina mãe, a


fisiologia. Pode ser definida como a área do conhecimento científico que estuda
como o organismo se adapta fisiologicamente ao stress agudo do exercício,
isto é, à actividade física e também ao stress crónico do treino físico.

Fisiologia do Esforço

A Fisiologia do Esforço estuda os processos adaptados e relacionados com a


atividade física na execução de tarefas motoras em diferentes situações de
exercício. A partir do conceito de adaptação, pretende-se desenvolver no aluno
um conhecimento integrado da fisiologia humana em situações de exercício.

1.2.Classificação das Capacidades Físicas

É através das capacidades físicas que se consegue executar acções motoras,


desde as mais simples às mais complexas (andar, correr, saltar, nadar, etc).

O facto de ser veloz, flexível ou forte tem alguma origem hereditária,


transmissível de pais para filhos, mas a forma como se desenvolve ao longo do
crescimento também é determinante.

Se uma pessoa treinar muito para desenvolver uma determinada capacidade,


irá obter êxito. As capacidades físicas dividem-se em dois grandes grupos:
condicionais e coordenativas.
Capacidades condicionais:

As capacidades condicionais relacionam-se com o aspecto quantitativo do


movimento e são dependentes dos processos de obtenção de energia e de
fadiga.

Capacidades coordenativas:

As capacidades coordenativas relacionam-se com o aspecto qualitativo do


movimento. Dependem fundamentalmente de processos de controlo de
movimento e da coordenação entre o sistema muscular e o sistema nervoso.

Algumas das capacidades encontram-se no domínio das duas, pelo que nem
sempre é fácil colocá-las num ou noutro grupo.

Capacidades condicionais:

Força - é um conceito comum no nosso quotidiano, que está frequentemente


associado à noção de força mecânica, como por exemplo, no caso da força
que fazemos para empurrar um caixote, para levantá-lo, atirá-lo, puxá-lo, ou da
força que fazemos para nos segurarmos quando estamos num comboio, que
tem as habituais oscilações, travagens.

Resistência - é uma capacidade revelada pelo sistema muscular que permite


realizar esforços de longa duração, resistindo á fadiga e permitindo uma rápida
recuperação depois dos esforços.

Velocidade - é a relação entre o espaço percorrido por um corpo em


movimento e o tempo gasto em percorre-lo.

Flexibilidade - é a capacidade motora que permite executar movimentos de


grande amplitude, através da elasticidade muscular e da amplitude articular.

Capacidades coordenativas:

Orientação - Orientação espacial é a capacidade de reagir a um estímulo


externo em termos de deslocação ou de estabilização da postura.

Equilíbrio - é a capacidade de manter o corpo numa relação normal quanto ao


solo, desenvolvendo reflexos para acomodar o corpo ao movimento

Ritmo - é a capacidade de compreensão, acumulação e interpretação de


estruturas temporais e dinâmicas pretendidas ou contidas na evolução do
movimento.
Reacção - Capacidade de reacção motora é a capacidade de poder reagir o
mais rápido e correctamente possível a um determinado estímulo

Agilidade - Agilidade é a capacidade de executar movimentos rápidos e


ligeiros com mudanças nas direções, que as pessoas necessitam para ter uma
boa forma física.

Diferenciação Cinestésica - É a capacidade de adquirir, armazenar e


recuperar informações disponíveis, seja internamente, no cérebro, seja
externamente, em dispositivos artificiais.

Princípios Gerais e Sistemas Energéticos


A Energia e o ATP

Para realizar quase todas as tarefas que nosso corpo necessita para a nossa
sobrevivência (funções biológicas), ou para que possa realizar uma ação do
nosso comando (movimentos e exercícios), é necessário um gasto de energia
para que isto aconteça.

Esta energia é proveniente de uma molécula chamada ATP (adenosina


trifosfato – uma molécula universal condutora de alta energia, fabricada em
todas as células vivas.

À medida que o corpo vai realizando suas funções, o ATP é degradado e,


posteriormente, é restaurado por outra fonte energética que pode ser
proveniente da fosfocreatina (uma outra molécula geradora de energia), das
gorduras, dos hidratos de carbono ou das proteínas.
2.2. Formas de obtenção e fontes de produção de ATP

Há muita energia armazenada na ligação entre o segundo e o terceiro grupo de


fosfato que pode ser usada para alimentar as reacções químicas;

Quando uma célula precisa de energia, ela quebra essa ligação para produzir
difosfato de adenosina (ADP) e uma molécula livre de fosfato;

Em alguns casos, o segundo grupo de fosfato também pode ser quebrado para
produzir monofosfato de adenosina (AMP);

Quando uma célula tem excesso de energia, ela armazena essa energia para
produzir ATP a partir de ADP e fosfato.

O sistema fosfogênio representa a fonte de ATP de disponibilidade mais rápida


para ser usada pelo músculo.

A fosfocreatina (PC), assim como o ATP é armazenada nas células


musculares. Tanto o ATP quanto a PC, ao terem os seus grupamentos fosfatos
removidos, libertam uma grande quantidade de energia. Ao exercitar, as
reservas de ATP são imediatamente separadas, aumentando a quantidade de
ADP + P livres.

A fosfocreatina pode ser ressintetizada, a partir de P e creatina (C), através da


energia liberada pela desintegração de ATP, proveniente da função aeróbia,
principalmente.

Os depósitos de fosfagênio esgotam-se após +/- 10 segundos de um exercício


de intensidade máxima.

2.3. Transferência de energia no movimento

O ATP é necessário para as reacções químicas envolvidas em toda contracção


muscular.

Conforme o aumento da actividade do músculo, mais ATP é consumido, e é


necessário ser reposto para que o músculo continue em movimento.

Por ser muito importante, o corpo tem sistemas diferentes para criar o ATP.
Estes sistemas trabalham juntos em etapas.

O interessante é que diferentes tipos de exercício utilizam diferentes sistemas:


um velocista produz ATP de uma maneira diferente de um maratonista.
O ATP dos músculos vem de três sistemas bioquímicos diferentes:

Sistema ATP-CP ou Sistema Anaérobio Alático: representa a fonte de


energia disponível mais rápida do ATP para ser usado pelo músculo, porque
esse processo de geração de energia requer poucas reações químicas, não
requer oxigénio e o ATP e o PC estão armazenados e disponíveis no músculo.

Glióse Aeróbica ou Sistema Anaeróbio Lactico: À medida que o exercício


explosivo progride para 60 segundos de duração e que ocorre uma ligeira
redução no rendimento de potência, a maior parte da energia ainda terá origem
nas vias metabólicas. Esse sistema metabolismo gera o ATP para
necessidades energéticas intermediárias, tendo como exemplo atividades tipo:
corrida 200-400 m, natação de 100 m. O sistema de ácido lático, ou glicose
anaeróbia, não requer oxigénio.

Sistema Aeróbico ou oxidativo: À medida que a intensidade do exercício


diminui e a duração é prolongada para 2 a 4 minutos, a dependência da
energia proeminente dos fosfagênios intramusculares e da glicose anaeróbica
diminui e a produção aeróbia de ATP torna-se cada vez mais importante.

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