Adensamento Radial PDF
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ADENSAMENTO RADIAL
1 – Introdução ________________________________________________________ 2
2 – Processos de consolidação bi e tridimensional ____________________________ 3
3 – Aplicação da drenagem vertical _______________________________________ 9
4 – Drenos verticais pré-fabricados_______________________________________ 10
4.1 – Instalação dos geodrenos verticais_______________________________________11
4.1.1 – Equipamento utilizado para instalação dos geodrenos verticais ______________________ 12
4.2 – Dimensionamento de geodrenos verticais _________________________________15
5 – Análise conclusiva _________________________________________________ 19
6 – Referência Bibliográfica ____________________________________________ 20
1 – Introdução
2
2 – Processos de consolidação bi e tridimensional
∂u ⎛ ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u ⎞
= cv ⎜⎜ 2 + 2 + 2 ⎟⎟ , (1)
∂t ⎝ ∂x ∂y ∂z ⎠
∂u ⎛ ∂ 2 u 1 ∂u ∂ 2 u ⎞
= cv ⎜⎜ 2 + + ⎟. (3)
∂t ⎝ ∂r r ∂r ∂z 2 ⎟⎠
Considerando que o fluxo radial tem lugar nos planos normais ao eixo z, o termo
∂2u/∂z2 é igual a zero e se obtém:
∂u ⎛ ∂ 2 u 1 ∂u ⎞
= cv ⎜⎜ 2 + ⎟. (4)
∂t ⎝ ∂r r ∂r ⎟⎠
Nabor Carrillo (1942) demonstrou que o fluxo radial tridimensional descrito pela
equação 3, pode ser decomposto em um fluxo radial plano (equação 4) e em um fluxo
linear. Se Ur é o grau de consolidação médio de uma camada de argila devido à
drenagem radial plana em um instante dado t e Uz é o grau de consolidação devido a
uma drenagem linear no mesmo instante, o grau de consolidação U devido às drenagens
linear e radial combinadas será determinado pela equação:
1
1 − U (%) = (1 − U r (%))(1 − U z (%)) . (5)
100
3
O coeficiente de consolidação vertical cv, na equação 3, é dado pela equação:
k
cv = , (6)
γ w mv
k c
= n y v = n. (7)
kr c vr
∂u ⎛ ∂ 2 u 1 ∂u ⎞ ∂ 2u
= cvr ⎜⎜ 2 + ⎟⎟ + cv 2 , (8)
∂t ⎝ ∂r r ∂r ⎠ ∂z
sem que por isso a relação geral expressa pela equação 5 perca sua validez.
4
em relação ao eixo do bloco, ou seja, tudo ocorre como se a superfície cilíndrica do
bloco estivesse coberta com um material impermeável.
Base Impermeável
Aterro
Colchão Filtrante
H Argila
2r
Impermeável l
l
Figura 2 – Drenagem de uma camada de argila localizada abaixo do aterro, por meio de drenos verticais de
areia.
5
é o fator tempo. A função f(Tv) depende apenas das condições de contorno. Para as
condições de contorno descritas antes, a relação entre Uz e Tv está representada pela
curva C1 da figura 5.
2R
Carga
l
φ2R
H
2r
l
R² = l²
l l
2r
Figura 3 – Disposição do sistema de drenos verticais Figura 4 – Cilindro de drenagem
0
Grau de Consolidação
20
40
C1 0
U%
0
C1
60
C10
80
100
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2
Fator Tempo
Figura 5 – Relação entre o fator tempo e o grau de consolidação do cilindro indicado na figura 4 devido
à drenagem até o dreno central para R/r = 1, 10 e 100.
U r (% ) = 100 F (T ) , (11)
onde:
cvr
T= t (12)
4R 2
6
é o fator tempo para a consolidação de um corpo cilíndrico de diâmetro externo 2R,
devido a um fluxo radial horizontal até um dreno central filtrante de diâmetro 2r. A
relação entre o grau de consolidação Ur e o fator tempo T depende do valor da relação
R/r, e na figura 5 é representada pelas curvas C10 e C100 para valores R/r = 10 e 100,
respectivamente. Se os valores Uz e Ur forem determinados para um dado tempo t,
obtem-se o grau médio de consolidação U do bloco, para o tempo t, introduzindo esses
valores na equação 5.
Com o objetivo de ilustrar a influência dos drenos verticais sobre a velocidade
de consolidação, supomos que a espessura H da camada de argila indicada na figura 2 é
de 6.00m. Os drenos têm um diâmetro de 0.30m e estão espaçados de 2.70m em todas
as direções. Substituindo os blocos prismáticos verticais que rodeiam os drenos por
blocos cilíndricos com igual área transversal horizontal, obtemos para o diâmetro desses
blocos 2R = 3m. Necessitamos determinar a influência dos drenos sobre o grau de
consolidação médio no instante em que o grau de consolidação na argila sem drenos
seja igual a 30%. O cálculo será efetuado com base em duas hipóteses distintas com
respeito à permeabilidade. Primeiro se supõe que a argila é isotrópica,
kr = k ou cvr = cv e n = 1
e depois que
7
Toda camada de argila sedimentar é muito mais permeável na direção horizontal
que na vertical. Logo, os drenos verticais são muito mais efetivos do que se pode
esperar no cálculo da influência dos drenos sobre o valor da consolidação, na hipótese
de que a camada de argila seja hidraulicamente isotrópica: k = kr o n = 1.
Os drenos verticais têm sido também usados para acelerar a consolidação de
camadas de argila ou de sedimento, depositados artificialmente por algum processo
hidráulico. Nesse caso, se o aterro estiver localizado acima de uma camada altamente
permeável se pode aumentar novamente a eficácia dos drenos mantendo, por
bombeamento, o nível de água no mesmo nível da base do aterro. Em cada caso, o valor
da consolidação pode ser estimado por meio de um procedimento similar ao descrito.
Outro problema menos importante, porém mais difícil que o anterior, relativo ao
escoamento tridimensional do excesso de água de uma argila em estado de
consolidação, apresenta-se ao calcular a velocidade do recalque de uma sobrecarga local
atuando sobre a superfície horizontal de uma camada de argila, cuja espessura é grande
comparada com a largura da área coberta pela carga. Uma primeira tentativa para
resolver este problema foi feito por Biot (1935) na hipótese de que a argila obedece a
Lei de Hooke e que o excesso de água sai apenas na direção vertical.
Posteriormente, o mesmo pesquisador formulou uma teoria geral da
consolidação tridimensional (Biot, 1941). Com base nessa teoria calculou o recalque
pela consolidação abaixo de uma carga uniformemente distribuída cobrindo uma área
retangular sobre a superfície da camada de argila (Biot, 1941) e a consolidação devido a
uma carga atuando sobre uma camada de argila cuja superfície superior era
impermeável (Biot e Clingan, 1941). Também pesquisou o recalque progressivo de
placas elásticas carregadas, apoiadas sobre uma camada de argila pura (Biot e Clingan,
1942).
Todas essas pesquisas se basearam na hipótese de que o coeficiente de
consolidação cv, contido na equação 1, era constante, o que para processos de
consolidação relativos a fluxo linear pode se considerar razoavelmente preciso, não
ocorrendo o mesmo para processos de consolidação bi e tridimensional, onde esta
hipótese deve ser considerada como fonte de erros. Biot também supôs que cv tem o
mesmo valor para a contração e expansão, o que nunca se justifica, podendo-se notar
que se obteria uma maior aproximação supondo que para o fenômeno de expansão o
coeficiente cv é igual a infinito.
Baseado nos dados experimentais obtidos por ensaios de compressão triaxial,
Rendulic (1936) mostrou que o processo de consolidação da argila localizada abaixo de
uma área infinitamente carregada, pode ser expressa pela equação diferencial
∂u k ⎛ ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u ⎞
= ⎜ + + ⎟, (13)
∂t γ w f ( x, y, z ) ⎜⎝ ∂x 2 ∂y 2 ∂z 2 ⎟⎠
tal que o processo não implique em uma expansão local da argila. Nesta equação, k é o
coeficiente de permeabilidade e f(x,y,z) uma função que depende da relação entre a
mudança no estado efetivo de tensão na argila e a correspondente mudança de volume
dos vazios. O fator
k
γ w f ( x, y , z )
8
a vc
mvc =
1 + e0
9
de areia: 20cm contra 65 a 80cm. Os drenos de Kjellman foram então colocados em
centros comparativamente próximos (0.8 a 1.2 de centro a centro); a distância de centro
a centro dos drenos de areia eram de 2 a 3m. Os drenos foram instalados por meio de
um tubo de aço que era pressionado dentro do solo, o peso próprio da máquina fornecia
a reação a essa pressão.
O dreno era posto na máquina de instalação em rolo. A ponta do dreno, corria
através do tubo de aço que era provido com uma ponta especial, cortando a extremidade
do tubo durante as operações de fincamento e ancorando o dreno quando o tubo de aço
era retirado. Cada máquina tinha uma capacidade de instalação de 4000m por dia.
• Existe uma remota possibilidade de que o dreno de areia não seja contínuo se
durante a instalação a “camisa” for retirada muito rapidamente ou se areia
insuficiente estiver na camisa durante a sua retirada.
• Existe uma vulnerabilidade a falhas por cisalhamento do solo de fundação
quando a sobrecarga esta sendo colocada. Já que o pequeno diâmetro dos drenos
de areia não oferece essencialmente resistência ao cisalhamento, a técnica é
limitada por uma aplicação muito lenta da sobrecarga. Normalmente, isso é da
ordem de 2.0kPa por dia, o que equivale a 100mm por dia e até então a
instrumentação do local é obrigatória.
10
• É necessário um guindaste relativamente grande para instalar os drenos de areia.
Isto, por sua vez, requer uma camada de solo significativa, normalmente 1 a 2m
de espessura, aplicada sobre o local antes da execução, para permitir capacidade
de carga adequada.
• A areia usada para as colunas de drenos pode ser difícil obtenção e de elevado
custo.
• O material empregado na sobrecarga (que deve ser um pouco maior em sua
pressão final sobre a superfície do terreno que a pressão de contato da estrutura
proposta) pode ser difícil para obter. Aterros de sobrecarga com altura maior que
10m não é incomum.
• A maioria dos aterros de sobrecarga deve ser removida, uma vez que o local
esteja consolidado. O problema é que algumas vezes isso é difícil de ser feito e
frequentemente muito caro.
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Nos pontos onde são encontradas obstruções dentro da camada compressível, a
qual não pode ser penetrada pela broca para realizar o pré furo, o executor deve
abandoná-lo. Por orientação do responsável técnico, o executor deve então instalar um
novo dreno disto 50cm do dreno obstruído. Um máximo de duas tentativas deve ser
feito, para todos os drenos obstruídos.
O dreno vertical deve ser instalado até a profundidade especificada nos projetos.
O comprimento de cada dreno vertical pode variar baseado na formação geológica
encontrada no local. Através do uso de amostras de solos retiradas do local do projeto, o
engenheiro deve definir a camada compressível de acordo com a camada não-
compressível. O equipamento de instalação dos drenos verticais indicará onde a ponta
do mandril encontra a resistência, para ou reduz a velocidade ao se aproximar da
profundidade da camada não-compressível. A instalação termina numa profundidade em
que os drenos verticais não se estendam por mais de 0.3m para dentro da camada não-
compressível. Em alguns casos o responsável técnico pode querer limitar esta
profundidade baseando isso no projeto.
A instalação dos drenos deverá ser coordenada com a colocação de
instrumentação geotécnica indicada no projeto. Um cuidado especial deve ser tomado
para instalar os geodrenos de tal maneira que não atrapalhe a instrumentação já posta no
local.
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como a “lavagem” não será permitida para a instalação dos geodrenos, exceto, com a
aprovação do responsável técnico, lubrificando o mandril quando se estiver trabalhando
em argilas altamente plásticas.
O mandril protegerá o geodreno contra rasgos, cortes e abrasões durante a
instalação e deve ser retirado após a instalação do dreno. O geodreno deve ser provido
com uma “placa de ancoragem” ou barra na ponta (Figura 8 e Foto 2), para ancorá-lo à
profundidade requerida no instante que o mandril for removido. A área da seção
transversal do mandril projetado e da ancoragem prevista não deverá ser maior que
70cm².
13
Figura 8 – Diferentes tipos de placas de ancoragem para manter o geodreno na cota de projeto
14
4.2 – Dimensionamento de geodrenos verticais
D 2α ⎛⎜ 1 ⎞⎟
t= ln , (14)
8c h ⎜ __ ⎟
⎝1−U ⎠
onde:
t = tempo de consolidação [anos]
D = Diâmetro da coluna cilíndrica do solo drenado [m]
ch = Coeficiente de adensamento horizontal [m2/ano]
n2 ⎡ 3 1 ⎛ 1 ⎞⎤
α = ⎢ ln(n ) − + 2 ⎜1 − 2 ⎟⎥
n −1 ⎣
2
4 n ⎝ 4n ⎠⎦
D
n =
d
__
U = Grau de consolidação médio
d = diâmetro equivalente do dreno [m]
Para n = D/d > 8, que na prática quase sempre é aplicável para geodrenos, o
n2 1 ⎛ 1 ⎞
fator 2 pode ser considerado igual a 1 e o termo 2 ⎜1 − 2 ⎟ pode ser
n −1 n ⎝ 4n ⎠
desprezado. A equação então se reduz para:
D2 ⎡ ⎛ D ⎞ 3⎤ 1
t= ⎢ln⎜ d ⎟ − 4 ⎥ ln . (15)
⎣ ⎝ ⎠
__
8c h ⎦ 1−U
15
O diâmetro equivalente da coluna de solo considerado para essa analise é função
da distribuição malha de drenos que pode ser triangular ou quadrada. Na prática
constatou-se que a malha triangular (figura 9) apresenta uma melhor área efetiva para
drenagem e por isso é a mais usada. Sendo assim, para que o dreno tenha a área
equivalente ao cilindro de solo distribuída de forma triangular, é necessário que sua área
seja igual a do triângulo proposto. Dessa forma podemos propor:
π 2 1 2
D = s 3
4 2
2 3
D=s = 1.05s
π
D = 1.05s , (16)
Para essa proposta de cálculo é assumido que o dreno é um tipo dreno cilíndrico.
Porém o geodreno é uma fita que nada se assemelha a um cilindro. Para isso é assumido
que o efeito drenante depende primordialmente da superfície absorvente, ou seja, de seu
perímetro.
O perímetro efetivo de um dreno tipo fita é: 2 x largura da fita (b) x f, onde f é
um fator de correção de forma, permitindo que:
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d 2b
2bf = 2π →d = f ,
2 π
2b π b
d= →d =
π 4 2
Figura 10 – Ábaco para cálculo do espaçamento entre geodrenos com relação ao método de Kjellman
17
(a)
(b)
Figura 11 – Esquema que ilustra a situação após a consolidação com os geodrenos aplicados. (a)
Mostra o caminhamento da água para a superfície sem geodrenos e (b) mostra o caminhamento da água
para os geodrenos e da uma idéia de sua deformação.
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5 – Análise conclusiva
Ou seja, com todas as observações feitas é possível se constatar que essa solução
é passível de falhas e que o técnico responsável, juntamente com o executor deverá estar
ciente das limitações do produto e do projeto, para que as características drenantes do
geodreno e para que o processo de consolidação seja mantido.
Outro ponto importante e que não foi tratado nesse trabalho é o fato de que o
aterro deverá ser analisado em sua estabilidade, ou seja, aterros mais altos indicam forte
possibilidade de ruptura de seu maciço. Em geral, são previstos reforços em sua base
e/ou maciço com a finalidade de estabilizá-lo e prevendo uma grande solicitação a que
estará sujeito devido às deformações causadas pelo adensamento (Figura 11).
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6 – Referência Bibliográfica
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