Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Apostila - Curso para Casais Grávidos

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 9

CURSO PARA

CASAIS GRÁVIDOS

Natal/RN
2020
O curso para casais grávidos tem o objetivo de preparar a gestante e a
família para a chegada do bebê. Com abordagens teórica e prática sobre os
cuidados com o recém-nascido e fase puerperal com enfoque no aleitamento
materno.

Temas Abordados

Aleitamento Materno
 Benefícios do aleitamento materno;
 Aspectos físicos e emocionais da
amamentação;
 Como amamentar? Posições e pega correta;
 Complicações, o que fazer?
 Ordenha e armazenamento de leite materno;
 Dúvidas frequentes na amamentação, mitos
e verdades.

Cuidados com o bebê


 Banho
 Higienização do coto
umbilical, genitália e
outros;
 Exterogestação
 Charutinho e ofurô
 Primeiros socorros.
Benefícios da Amamentação
A amamentação é um dos momentos mais importantes para aumentar o
laço afetivo entre mãe e filho, com grandes vantagens para ambos. O leite
materno dado ao bebê após o parto faz o útero voltar ao tamanho normal mais
rápido e diminui o sangramento, prevenindo a anemia materna e reduzindo o
risco de câncer de mama e ovários.
Para a criança, também há ganhos. Protege contra doenças, previne a
formação incorreta dos dentes e problemas na fala, proporciona melhor
desenvolvimento e crescimento, além de ser um alimento completo,
dispensando água ou outras comidas até os seis primeiros meses de vida do
bebê.
O leite materno é o alimento mais completo que um bebê pode receber
desde o seu nascimento. Afinal, mesmo nos partos cirúrgicos (cesárea), ele
deve sugar na primeira hora de vida para acelerar a descida do leite, receber
as defesas da mãe e fortalecer o vínculo entre os dois.  
“Hoje temos estudos que relacionam a amamentação exclusiva até os 6 meses do bebê com o aumento da sua
inteligência, situação financeira no futuro, e a prevenção de várias doenças, inclusive a leucemia”

Outros benefícios do aleitamento materno


Para o bebê:
 Maior contato com a mãe;
 Melhora a digestão e minimiza as cólicas;
 Desenvolve a inteligência quanto maior o tempo de amamentação;
 Reduz o risco de doenças alérgicas;
 Diminui as chances de desenvolver doença de Crohn e Linfoma;
 Estimula e fortalece a arcada dentária;
 Previne contra doenças contagiosas, como a diarreia.

Para a mãe:
 Diminui o sangramento no pós-parto;
 Acelera a perda de peso;
 Reduz a incidência de câncer de mama, ovário e endométrio;
 Evita a osteoporose;
 Protege contra doenças cardiovasculares, como o infarto.
Aspectos físicos e emocionais da amamentação
No momento da mamada o bebê necessita, não somente receber o leite,
mas também o aconchego e carinho da mãe. Na realidade, cada atividade
rotineira que envolve os cuidados com o recém-nascido representa uma
oportunidade de interação mãe-bebê. Quando o bebê está sendo amamentado
ao seio, pode vincular-se diretamente ao corpo da mãe e vivenciar de uma
forma mais íntima as sensações de receber alimento, sentir o calor, o cheiro, o
toque e o afeto da mãe. Para o bebê está vivência é o alicerce do
relacionamento com o mundo.
“a decisão de uma mãe para amamentar no peito pode ser uma indicação de seu desejo de se doar ao seu
bebê, que é um das características do apego”.

Existe uma questão importante sobre a amamentação e que precisa ser


levada em consideração. Esta questão envolve as mães que não conseguem
amamentar seus bebês. Muitas mulheres apresentam temores e ansiedades
frente à amamentação, ocorre um conflito entre a vontade e o medo de
amamentar.
Pode acontecer que no consciente apareça somente o desejo e o firme
propósito de amamentar e que o temor fique inconsciente, gerando várias
dificuldades. Existem casos em que a mulher sente muitas dores, o medo de
ficar presa e escravizada pelo bebê, surgindo o medo de ter que abrir mão por
completo de seus interesses e que a gratificação obtida na amamentação não
seja suficiente para compensar todas as adaptações feitas, tais como: método
anticoncepcional, horário de trabalho e cancelamento de atividades sociais.
Estes pensamentos podem aparecer, pois a amamentação pode ser sentida
apenas como uma forma de se doar e de não receber nada em troca, gerando
na mulher a sensação de estar sendo sugada e explorada.
Outro ponto, é que existe ainda o medo e a insegurança que geram a
autodesvalorização, manifestando-se pelo temor de não dar conta do bebê, de
não saber segurá-lo, de ser incapaz de atendê-lo, de ter o leite fraco e
insuficiente. Pode acontecer de a mãe projetar estes sentimentos no bebê e
passar a vê-lo como rejeitador sempre que chora, recusa o seio ou adormece
durante a mamada.
O seio representa para a mulher sua sexualidade, por ser uma zona
erógena do corpo feminino, e é comum sentir sensações desagradáveis e até
mesmo sensuais quando se está amamentando. No entanto, muitas mulheres
vivenciam estes sentimentos com culpa e vergonha. Outras acham que a
amamentação irá tirar a sensibilidade de seus seios. Pode acontecer da mãe
não conseguir amamentar porque vê o seio somente como fonte de prazer
sexual vivenciando a amamentação como algo puro e indigno.
Muitas mães optam pela mamadeira por se sentirem incapazes de
amamentar, mas coloca que é importante deixar claro que o vínculo mãe-bebê
também se desenvolve com a mamadeira. Os recém-nascidos que são
amamentados com o leite corretamente preparado e criados com amor também
crescem e se desenvolvem de forma saudável. A qualidade do relacionamento
entre mãe e filho é mais importante que o método de amamentação.
Tempos atrás, o número de mulheres que amamentava era maior.
Atualmente se amamenta menos, porque a mulher moderna vive em outras
circunstâncias e acaba enfrentando alguns problemas. Muitas vezes, a mulher
não consegue lidar com o fato de não poder amamentar e acabam se
esquecendo que existe a opção da mamadeira e as crianças se adaptam a elas
tranquilamente, onde tudo deve ser feito com muito carinho, amor e
naturalidade, pois a criança precisa de uma mãe e não somente de um peito.
Os primeiros dias após o parto podem ser carregados de ansiedade
quando o leite materno não aparece. Mas vale ressaltar que isto é normal até o
quarto dia após o parto, pois existe o colostro que é um concentrado de
anticorpos responsáveis pela proteção do bebê e só então começa a produção
de leite propriamente dita. Muitas mães também se preocupam porque nas
primeiras mamadas o bebê está preguiçoso. O que acontece é que o recém-
nascido traz consigo reservas nutritivas que duram de três a quatro dias, sendo
normal sentir pouca fome. Quando as reservas acabam o bebê passa a sentir
muita fome e a força da sucção é duplamente estimulante favorecendo o
aparecimento do leite e ensinando o recém-nascido a lutar para satisfazer suas
necessidades básicas.

Posicionamento e pega durante a amamentação


Para iniciar, é preciso perceber que o bebê está com fome. Para a mãe
perceber que o bebê está com fome deve estar atenta a alguns sinais, como:
 O bebê procura abocanhar qualquer objeto que toque na região da boca.
Por isso se a mãe colocar o dedo perto da boca do bebê ele deverá virar
seu rosto e tentar colocar o dedo na boca sempre que estiver com fome;
 O bebê procura o mamilo;
 O bebê chupa os dedos e fica com a mão na boca;
 O bebê está inquieto ou chora e seu choro é forte e alto.
Apesar destes sinais, há bebês que são tão calmos que esperam ser
alimentados.
Antes de colocar o bebê no peito, a mãe deve adotar uma posição
confortável. O ambiente deve estar calmo, de preferência sem ruídos, e a mãe
deve manter as costas retas e apoiá-las bem para evitar dores nas costas e no
pescoço. Não existe uma única posição específica para amamentar, porém é
importante que o bebê esteja posicionado corretamente. O corpo do bebê deve
estar inteiramente de frente para a mãe e bem próximo (barriga do bebê
voltada para o corpo da mãe), além disso ele precisa estar alinhado, a cabeça
e a coluna em linha reta, no mesmo eixo. O lactente deve ser acomodado de
frente para a mama, com o nariz apontado para o mamilo e o queixo tocando o
peito ou quase. É importante destacar que o bebê deve ser levado até a mama
e não o contrário.
Nos primeiros dias após o parto, deve-se oferecer as 2 mamas ao bebê,
ficando um tempo em cada para estimular a produção de leite.
Após a descida do leite, por volta do 3º dia após o nascimento deve-se deixar o
bebê mamar até o peito esvaziar e só depois oferecer a outra mama. Se em
uma mamada for ofertada as duas mamas, na mamada seguinte o bebê deve
começar pela última mama. Além disso, a mãe deve alternar as mamas porque
a composição do leite altera durante cada mamada. No início da mamada
o leite é mais rico em água e no final de cada mamada é mais rico em gordura,
o que favorece o ganho de peso do bebê. 

Orientação quanto a pega correta


Com relação a pega correta, a boca do bebê deve abocanhar o bico e parte
da aréola, principalmente a porção inferior. Ela deve estar bem aberta, com os lábios
evertidos para fora, tipo peixinho.
Quando o seio estiver muito cheio, antes de amamentar, massagear e
realizar uma ordenha de alívio para deixar a aréola e mama mais macia e mais
fácil para o bebê mamar.

Segue algumas posições para amamentar:

Clássica/Tradicional
Sentada, coloque o bebê contra o
seu corpo, com a cabeça apoiada
no antebraço do mesmo lado do
seio que será oferecido. Se
necessário, use um travesseiro que
eleve o bebê até a mama.

Invertida
Sentada, apoie o corpo do bebê no seu
antebraço, segurando sua cabeça,
enquanto as pernas dele ficam sob o
seu braço. Essa posição é
recomendada para prematudos e também pode ser adotada em caso de
gêmeos.

Deitada
Deite-se de lado com um travesseiro sob a cabeça. Coloque o bebê apoiado no
seu braço, de forma que ele permaneça com a cabeça reta durante a mamada.
Se ficar totalmente deitada na cama, o bebê terá de fazer um esforço extra com
a língua para engolir o leite. A postura não é tão indicada para os primeiros
dias de vida da criança, pois após o parto a mãe está muito cansada, pode
adormecer e causar um acidente.

Tradicional Cruzada
É uma variação da posição clássica,
Sentada, coloque o bebê contra o
corpo e segure-o com o braço oposto
ao do seio oferecido. A cabeça do
bebê fica apoiada nas mãos da mãe.
Se necessário, use um travesseiro
para elevar o bebê até a mama.

Cavaleiro
Coloque o bebê sentado na sua
perna, de frente para você na
posição “cavalinho”. Isso permite que
a cabeça permaneça em um nível
um pouco acima da mama. É uma posição recomendada para bebês frágeis,
prematuros, de baixo peso, sonolentos ou que têm dificuldade em manter a
pega.

Para retirar o bebê da mama, sem correr o risco de se machucar a mãe


deve colocar o seu dedo mindinho no cantinho da boca do bebê enquanto ele
ainda está mamando para ele largar o mamilo e só depois retirar o bebê da
mama.
Para identificar se o bebê mamou o suficiente, a mulher deve verificar se
o peito que o bebê mamou está mais vazio, ficando ligeiramente mais mole do
que antes dele começar a mamar e poderá pressionar perto do bico do peito
para verificar se ainda sai leite. Se o leite não sair em grande quantidade,
restando apenas pequenas gotas, isso indica que o bebê mamou bem e
conseguiu esvaziar a mama.
Outros sinais que podem indicar que o bebê está satisfeito e com a
barriguinha cheia são a sucção mais lenta no final da mamada, quando o bebê
espontaneamente larga a mama e quando o bebê fica mais relaxado ou dorme
no peito. No entanto, o fato do bebê adormecer nem sempre significa que ele
mamou o suficiente, pois há bebês que ficam sonolentos durante a mamada.
Por isso, é importante a mãe verificar se o bebê esvaziou ou não a mama.
Depois de o bebê mamar, é muito importante colocá-lo para arrotar para
ele eliminar o ar que engoliu durante a mamada e não golfar. Para isso, a mãe
pode colocar o bebê no seu colo, na posição vertical, encostado no seu ombro
e dar palmadinhas suaves nas costas. Pode ser útil colocar uma fralda no seu
ombro para proteger a sua roupa porque é comum a saída de um pouquinho de
leite quando o bebê arrota.
Quanto aos horários da amamentação, o ideal é que a ela seja feita em
livre demanda, isto é, sempre que o bebê quiser. Inicialmente o bebê poderá
ter a necessidade de mamar a cada 1h 30 ou 2h durante o dia e a cada 3 a 4
horas à noite. Aos poucos a sua capacidade gástrica irá aumentando e já será
possível comportar uma quantidade maior de leite, aumentando o espaço de
tempo entre as mamadas.

Você também pode gostar