TCC Psicologia Juridica-José Marcílio Mendes Da Silva
TCC Psicologia Juridica-José Marcílio Mendes Da Silva
TCC Psicologia Juridica-José Marcílio Mendes Da Silva
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Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação lato
sensu em Psicologia Jurídica apresentado a Faculdade
Venda Nova do Imigrante Faveni núcleo de pós-graduação
e Extensão.
Orientadora: ProfªDrª_____________________________
2
A psicologia nunca poderá dizer a verdade sobre a
loucura, pois é a loucura que detém a verdade da
psicologia.
Michel Foucault
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RESUMO
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ABSTRACT
This article has as its general objective, at first conceptualize the Juridical
Psychology, introduce some considerations about the development of it in Brazil
and some practices of the psychology professional in its context. The specific
objetives are indeitify Juridical Psychology as an area of professional
performance and describe some aspects of the Psychologist performance in the
main fields of juridical activity. This article refers to a bibliographic research, the
materials used were mostly articles and books to compose the theoretical
discussion. It is considered that the the importance of this article is to contribue
to the expansion of the topic discussion in academia. It concludes that although
the objectives have been achieved the issue needs more productions, more
discussion in the academia because the work of psychology in its interface with
the law is constantly updating and development.
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1.INTRODUÇÃO
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alguns livros para, posteriormente realizar uma seleção de qual material se
adequasse aos objetivos da pesquisa em questão.
7
relativo ao foro judicial e tribunais enquanto o termo jurídico significa o que é
pertinente ao Direito, que está relacionado a tudo que o que engloba o Direito.
(FRANÇA, 2004).
Ciente da existência das diversas nomenclaturas já citadas para
denominar esta área de interface entre Psicologia e Direito, e diante da breve
explicação sobre essas, adota-se ao longo deste trabalho a denominação
Psicologia Jurídica.
Também é importante citar algumas especificações dos locais onde
os psicólogos jurídicos estão inseridos, para que se possa compreender melhor
o panorama desta área de atuação.
O documento de referências técnicas para a atuação do psicólogo
nas Varas de Família elaborado no ano de 2010, pelo Conselho Federal de
Psicologia (CFP), de acordo com a metodologia do Centro de Referência de
Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), discorre que é comum que
psicólogos que atuam em consultórios na área clínica serem convidados ou
solicitados a emitirem pareceres que serão integrados a processos, e salienta a
importância da atenção que este deve ter acerca da ética profissional. Através
deste documento o CFP admite que são considerados psicólogos jurídicos não
apenas aqueles profissionais que trabalham nos tribunais, mas também
aqueles que trabalham com questões diretamente ligadas ao sistema de
Justiça.
O Conselho Federal de Psicologia não reconhece como psicólogos
jurídicos apenas os profissionais que trabalham diretamente nos tribunais, mas
também os profissionais de psicologia que atuam em consultórios clínicos e
são solicitados a emitir pareceres ou laudos que serão utilizados em processos
judiciais e também os que trabalham em unidades que lidem com execução de
medidas socioeducativas, em Conselhos Tutelares e outras instituições,
ampliando assim as instituições onde os psicólogos podem estar inseridos
embora não possuam vínculo empregatício com o Poder Judiciário. (BRITO,
2012).
Em seguida serão abordadas as considerações do Conselho Federal
de Psicologia sobre a atuação do psicólogo jurídico, a descrição das
atribuições do psicólogo nesta resolução vai além, citando mais contribuições
do psicólogo, sendo assim, neste tópico serão apresentadas algumas destas,
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para seja possível perceber a amplitude do trabalho do profissional de
psicologia atuando no contexto jurídico.
O Conselho Federal de Psicologia traz no texto da resolução N.º
013/2007, que aborda as informações para se obter título de especialista e a
definição de todas as áreas de especialidades que podem ser concedidas pelo
CFP.
Neste documento na parte que diz respeito ao psicólogo jurídico ele
pontua de forma ampla as atribuições deste, enquanto profissional que atua no
âmbito da Justiça, participando na elaboração e realização de políticas de
cidadania, prevenção da violência, avalia as condições emocionais e
intelectuais de crianças, adolescentes e adultos envolvidos com processos
judiciais, trabalha com a avaliação de deficiência mental e insanidade, pode
utilizar técnicas psicológicas com o intuito de avaliar a responsabilidade legal
por atos criminosos, testamentos, questões relacionadas a guardae adoção de
crianças. (CFP,2007)
Ainda sobre a resolução N.º 013/2007 do CFP, o psicólogo tem
como função central a orientação de dados psicológicos para auxiliar o juiz em
aspectos técnicos que são da esfera psicológica, a partir disso pode participar
de audiências. Pode atuar como perito, na Vara de Família, Vara Criminal, Vara
da Criança e do Adolescente e na Justiça do Trabalho, elaborando perícias e
produzindo documentos técnicos que podem ser anexados aos processos.
Pode atuar como pesquisador em pesquisas cujo foco é voltado para
programas socioeducativos, prevenção à violência e pesquisas que objetivem a
ampliação de conhecimento da Psicologia aplicada ao Direito.
É importante também tecer algumas considerações acerca da
formação do psicólogo que almeja atuar no âmbito jurídico.
Consoante Marques da Silva (2013), o profissional que atua no
contexto jurídico precisa de atualização constante sobre as temáticas emergem
desse âmbito tanto em relação com a Psicologia como buscar conhecimentos
do Direito, para que possua domínio das ferramentas necessárias para
desenvolver seu trabalho. Salienta também que conhecimentos acerca da
Psicologia Jurídica são importantes para todos os profissionais de Psicologia,
pois independente da área que atuam podem ter seu trabalho solicitado para
constituir algum processo judicial. Quanto a formação dos psicólogos, a
9
disciplina Psicologia Jurídica faz parte de poucas grades curriculares dos
cursos superiores no Brasil, porém não possui caráter obrigatório.
Conforme Lago e Bandeira (2009), devido a interdisciplinaridade
entre Psicologia e Direito o psicólogo que trabalha neste âmbito precisa ter
conhecimentos das terminologias e procedimentos jurídicos. Quanto a
formação dos profissionais de Psicologia, a disciplina de Psicologia Jurídica
quando presente nos cursos de graduação tem a carga horária reduzida,
surgindo assim uma deficiência na formação destes profissionais.
A partir das considerações sobre a formação do psicólogo percebe-
se que os cursos de graduação de Psicologia possuem grades curriculares que
não abordam a temática de maneira adequada e que o acesso aos
conhecimentos referentes a esta área de atuação é importante para os
profissionais de Psicologia em geral.
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2.1. CAMINHOS PERCORRIDOS PELA PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL
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Após a Psicologia Jurídica trabalhar em questões envolvendo o
Direito Penal e o Direito Civil, se inicia a aproximação com o Direito de Família
e o Direito do Trabalho, e gradualmente com outras áreas, assim é possível
perceber a contribuição do psicólogo sendo demandada e reconhecida nesta
interseção com o Direito em seus vários contextos. Inicialmente os Psicólogos
contribuíam através do psicodiagnóstico, porém com o passar do tempo outras
práticas foram sendo inseridas como implantação de medidas de proteção e
socioeducativas, encaminhamentos e acompanhamento de crianças e
adolescentes, sendo assim, as práticas do psicólogo são necessárias e
diversas. (LAGO. et al, 2009).
“Na seara do Direito de família, inicialmente, as atividades dos
psicólogos dividiam-se entre as demandas para atuação como perito ou como
assistente técnico, sem vínculo empregatício com o Poder Judiciário”. (BRITO,
2012).
Segundo Marques da Silva (2013), devido sua importância, a
psicologia jurídica foi reconhecida como uma especialidade pelo Conselho
Federal de Psicologia em 2001 através da Resolução do CFP nº 002/2001.
Atualmente no cenário brasileiro, o papel do psicólogo no âmbito
forense tem conquistado gradativamente maior importância, reconhecimento e
abrangência. (SERAFIM; SAFFI, p.9,2014).
Pode-se perceber que desde que a psicologia jurídica começou a
contribuir com o direito, novas demandas foram surgindo em contextos
diferenciados, sendo assim o processo de interseção da psicologia com o
direito foi lentamente sendo construído. A importância da contribuição dos
psicólogos foi gradualmente sendo reconhecida, com isto novas possibilidades
de atuação foram surgindo.
12
2.2. ALGUNS ASPECTOS DA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CONTEXTO
JURÍDICO EM SUAS DIVERSAS RAMIFICAÇÕES
13
Em seguida o trabalho do psicólogo continua agora na produção de
um documento que pode ser laudo ou parecer psicológico, onde o profissional
usará sua neutralidade e discurso cientifico referente a sua área de saber e que
irá ser anexado aos autos como parte dos instrumentos técnicos que auxiliará a
sentença do juiz. (ORTIZ, 2012).
É importante pontuar considerações referentes à perícia, para que
seja possível se ter noção de como ocorre esse processo, como a autora relata
seguir.
A perícia é uma atividade técnica e processual, que se materializa
no processo através do laudo ou de qualquer outra forma legalmente prevista.
Os elementos para a perícia são, basicamente, a nomeação do perito, a
indicação de assistentes técnicos pelas partes, a apresentação de quesitos, e,
posteriormente, as considerações críticas das partes, e outros esclarecimentos
do perito e dos assistentes dentro ou fora da audiência. (MARQUES DA SILVA,
2013).
Também é importante mencionar os diferentes papeis que o
psicólogo pode ocupar durante o processo de perícia e as diferentes
atribuições.
O psicólogo perito é aquele que é formado em psicologia, está
devidamente registrado no Conselho Regional de Psicologia, que por possuir
conhecimento técnico e científico em sua área de conhecimento, quando
nomeado por autoridade competente, deve prestar serviço com o objetivo de
auxiliar a Justiça, realizando perícias e elaborando laudos. (SERAFIM; SAFFI
p.69 - 74,2014).
O psicólogo como assistente técnico é aquele profissional que é
contratado pelas partes envolvidas, tem como função também prestar auxiliar
técnico, acompanhar o processo da perícia, possui a mesma formação do
perito. Este pode elaborar seu laudo concordando ou discordando do laudo
realizado pelo perito, porém sempre fundamentando seus argumentos.
(SERAFIM; SAFFI p.77 – 80, 2014).
Consoante Brito (2012), que destaca a importância do fato que os
psicólogos que trabalham no contexto jurídico devem estar atentos e seguir os
preceitos éticos de sua categoria profissional.
14
De acordo com o Manual de Referências Técnicas, que discorre
sobre a postura crítica e atenção a ética profissional que se aplica aos
psicólogos jurídicos:
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2.3. PSICOLOGIA JURÍDICA E O DIREITO DE FAMÍLIA
16
Nos casos de divórcios o psicólogo pode atuar como mediador,
objetivando facilitar um acordo entre as partes e caso a mediação não seja
possível o juiz pode requerer uma avaliação psicológica de uma das partes ou
do casal, se julgar necessário após realizar sua avaliação o psicólogo pode
sugerir o encaminhamento psicológico das partes e/ou dos filhos. Nos casos de
regulamentação de visitas, o psicólogo atua como avaliador da dinâmica
familiar, buscando identificar os conflitos existentes e possivelmente sugerindo
medidas que possam ser adotadas, neste caso também pode atuar como
mediador. Em casos de disputa de guarda, o psicólogo utiliza de avaliação
psicológica para que se identifique qual das partes será mais favorável para
deter a guarda dos filhos, esta avaliação é requerida pelo juiz. (LAGO, et al,
2009).
Nos casos de processos na esfera do direito de família, as situações
estão interligadas, então a partir de um divórcio, as situações envolvendo
disputa de guarda e regulamentação de visitas podem aparecer conjuntamente,
nestes casos o trabalho do psicólogo começa a partir de uma determinação
judicial solicitando uma perícia psicológica ondeele terá acesso aos autos,
realizará entrevistas individuais ou com ambas as partes com o objetivo de
reunir informações, pode utilizar testes e pode também realizar
encaminhamentos para avaliações de profissionais de outras áreas.
As entrevistas com as crianças implicadas nos processos em
questão é feita em uma sala específica ao atendimento infantil, possuindo
brinquedos e jogos, as entrevistas podem ter a presença dos genitores em
determinados momentos e busca-se investigar a relação da criança com
ambas as partes que estão disputando a guarda, entre outras
questões.(GOLDRAJCH, 2005).
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2.4. PSICOLOGIA JURÍDICA E O DIREITO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
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decida por ela os genitores perdem definitivamente os direitos sobre o filho e
isso acarreta sérias consequências na vida das crianças que já se encontravam
em algum tipo de situação onde seus direitos estariam sendo violados e
também consequências na vida dos pais. (CESCA, 2004).
Sobre a atuação do psicólogo nas questões envolvendo
adolescentes em conflito com a lei, teceremos as seguintes considerações.
Nos casos relacionados a adolescentes em conflito com a lei, é
necessário recorrer ao que preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente
que tem como proposta medidas socioeducativas, já que por não terem
alcançado a maioridade, não são punidos penalmente, logo recebem como
sanções as já mencionadas medidas socioeducativas que comportam aspectos
de punição, porém também possui aspectos educativos com o objetivo de
proteger e oferecer possibilidade de que estes adolescentes não voltem a
reincidir nos atos infracionais. Nestes casos a função do psicólogo é auxiliar os
adolescentes a ressignificar valores, incentivar a sua inclusão social, deve
promover atividades onde a comunidade participe positivamente neste
processo, o psicólogo deve atuar como facilitador. (LAGO. et al, 2009).
O psicólogo que atua com adolescentes em conflito com a lei, pode
atuar em dois contextos diferente e possuir diferentes atribuições de acordo
com o contexto.
Nas Unidades de Internação Provisória que é a unidade tem como
função avaliar o ato infracional em si e atribuir a medida socioeducativa, neste
contexto o psicólogo além de elaborar laudos para subsidiar a decisão do juiz
também investiga as questões relacionadas a vida do adolescente, estuda as
condições psicológicas, familiares e socioculturais visando estabelecer a
relação de fatores que podem ter influenciado a prática do ato infracional.
Nas Unidades de Internações Para Cumprimento da Medida em
Privação de Liberdade a atuação do psicólogo é voltada a realizar psicoterapia,
aconselhamento psicológico, orientação às famílias dos adolescentes,
intervenções no cotidiano da instituição, participar do contexto interdisciplinar
sempre visando a reinserção social do adolescente.(SERAFIM; SAFFI,
p.133,2014).
19
2.5. PSICOLOGIA JURÍDICA E O DIREITO PENAL
20
O papel do psicólogo jurídico nas penitenciárias é o de avaliação,
podendo utilizar testes com o objetivo de elaborar laudos sobre o
comportamento dos detentos, o trabalho do psicólogo,levando em
consideração a subjetividade dos encarcerados. Neste contexto possui a
finalidade de orientar progressões ou regressões de regime de penas e
também orientar as decisões de aplicação de punições por faltas disciplinares.
(MAMELUQUE, 2006).
21
2.6. PSICOLOGIA JURÍDICA E O DIREITO CIVIL
22
2.7. PSICOLOGIA JURÍDICA E O DIREITO DO TRABALHO
23
estabelecendo um nexo causal do assédio com os danos psíquicos gerados
por este tipo de violência. (BATTISTELLI; AMAZARRAY; KOLLER, 2011).
24
dano, os que se posicionam favoráveis a estas práticas alegam que está é uma
prática moderna e eficiente, que objetiva proteger a criança e não a expor
diversas vezes ao momento de inquirição visando não revitimizar as mesmas.
Enquanto os que se posicionam contra, inclusive o CFP, alegam perceber que
esta técnica se distancia do trabalho do psicólogo e gera confusão nas
atribuições cabíveis ao profissional de psicologia. A autora ressalta que este
tipo de depoimento coloca a criança tanto no papel de vítima e se posiciona
que esta prática não deve ter a participação do psicólogo.
.
25
2.9. VITIMOLOGIA
26
3. METODOLOGIA
27
perspectivas, na postura reflexiva dos pesquisadores com relação a suas
pesquisas como produção de conhecimento e na diversidade de métodos e
abordagens.
Este artigo possui como objetivo geral, inicialmente apresentar
algumas considerações sobre a Psicologia Jurídica no Brasil e posteriormente
algumas práticas do profissional de psicologia no contexto jurídico. Os objetivos
específicos são:citar a História da Psicologia Jurídica no Brasil, identificar a
Psicologia Jurídica como área de atuação profissional e descrever alguns
aspectos da atuação do Psicólogo no contexto jurídico nos principais campos
de atuação existentes no Brasil.
Após a escolha do tema, foi feito um levantamento bibliográfico de
artigos nas plataformas digitais Biblioteca Virtual em Saúde – Psicologia Brasil
(BVS Psi), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Portal Eletrônico de
Psicologia (PePsic) artigos publicado acerca do assunto em questão e em
língua portuguesa,publicados no período de 2004 a 2015.
As palavras norteadoras foram: Psicologia Jurídica no Brasil,
Psicologia Forense, Atuação do Psicólogo na Psicologia Jurídica e Psicologia
Judicial. Em seguida através da leitura selecionei artigos e livro de acervo
pessoal importante que trabalha as temáticas referentes ao meu tema para
desenvolver a delimitação do objeto e a discussão dos resultados, constituindo
esse projeto.
A partir da leitura das produções encontradas, foram selecionados
os textos que seguem os seguintes critérios: a) Artigosdisponíveis nas bases
selecionadas; b) Publicados no período de 2004 a 2015; c) Escritos em língua
portuguesa; d) Estejam abordando a temática. Os critérios de exclusão foram:
a) Artigos que não abordassem a temática atendendo aos objetivos; b)
Incompletos para download gratuito; c) Repetido em mais de uma base de
dados e a coleta já houvesse sido realizada.
Outro fator de grande relevância em qualquer tipo de produção
científica é a ética, sendo assim é importante mencionar aspectos éticos que
devem ser adotados durante o desenvolvimento de toda pesquisa científica.
A ética neste contexto prevê que o estudo deve buscar
sistematicamente o conhecimento, visando o rigor metodológico. No processo
de desenvolvimento de uma pesquisa é imprescindível que o pesquisador
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possua honestidade intelectual no sentindo de ser responsável em todas as
fases de sua pesquisa, que esteja ciente que é necessário ser fiel aos
conteúdos referidos nas fontes utilizadas por este e respeitar os direitos
autorais, sabendo que é considerado plágio o uso de parte literal de um texto
sem a autorização do autor. (PRODANOV, FREITAS, p.45,2013).
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4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
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A partir dos resultados obtidos através da leitura dos textos dos
autores já citados e das considerações feitas anteriormente, se pretendeu
realizar uma revisão de literatura que buscasse compreender alguns aspectos
que surgiram durante a pesquisa. Sendo assim neste tópico, serão discutidos
alguns pontos importantes que se evidenciaram durante esta pesquisa.
É notória a discordância entre autores sobre a área Psicologia
Jurídica ser recente ou não, sendo este um fator abordado no começo do
artigo, é importante trazer esta oposição de ideias acerca de tal assunto.
Ainda hoje a Psicologia Jurídica é percebida como uma área nova
da Psicologia, que ainda está se desenvolvendo, ainda que alguns psicólogos
já atuem nesta área há muitos anos, pode ser considera nova em relação à
outras áreas como Psicologia Organizacional e Clínica, percebe-se também
pouco conteúdo produzido a cerca deste tema, especialmente sobre aspectos
específicos da Psicologia Jurídica no Brasil. (FRANÇA, 2004).
No entanto Perucchi (2010) discorda de França (2004) quando relata
que se referir a psicologia jurídica como área emergente é inadequado e cita a
publicação da obra Manual Sistemático de Psicologia Judicial em 1835 como
marco para iniciação da psicologia no contexto jurídico e também discorda que
a psicologia tenha áreas clássicas como clínica, organizacional e educacional e
que outras áreas sejam consideradas emergentes.
A partir desta discordância entre as autoras citadas anteriormente,
foi adotada a visão de França (2004) no desenvolvimento deste artigo por ela
possuir como foco a psicologia jurídica no Brasil no decorrer de seu texto e por
isso suprir mais adequadamente aos objetivos deste trabalho, embora em
alguns trechos ela faça comparações sobre a psicologia jurídica em contexto
mais amplo, inclusive França é uma das autoras mais utilizadas para compor
os tópicos deste texto embora Perucchi (2010) também tenha algumas
contribuições ao longo deste texto.
No decorrer da realização deste artigo foi possível perceber que no
contexto de participação do psicólogo no depoimento especial de crianças há
muita discussão em relação as atribuições do profissional de psicologia neste
tipo de testemunho.
Segundo Lago, et al (2009), o depoimento sem dano é uma área
nova que está inserida na área de coleta de testemunhos. É um tipo de
31
depoimento que é útil no processo de escuta de crianças vítimas de abuso
sexual ou qualquer tipo de infração que prejudique sua esfera psicológica, pois
o objetivo deste tipo de depoimento é proteger estas crianças no momento de
coleta de seu testemunho.
Pelisoli, Dobke, Dell’Aglio (2014) esclarecem que atualmente este
tipo de depoimento é chamado depoimento especial, pois é uma nomenclatura
mais adequada, discorrem sobre como é o cenário que ocorre este
depoimento, onde a sala que o psicólogo está realizando a coleta deste
testemunho é equipada com um sistema de vide gravação e que isso é útil para
que a criança não precise repetir diversas vezes seu relato e assim diminua a
exposição desta. As autoras indicam que o papel do psicólogo é facilitar o
processo de escuta do testemunho de uma criança que já se encontra
vitimizada.
Já Brito (2008), discorre sobre a oposição de opiniões acerca da
participação do psicólogo nesta prática, citando que os que se posicionam
favoráveis a estas práticas alegam que está é uma prática moderna e eficiente,
que objetiva proteger a criança e não a expor diversas vezes ao momento de
inquirição visando não revitimizar as mesmas. Enquanto os que se posicionam
contra, inclusive o CFP, alegam perceber que esta técnica se distancia do
trabalho do psicólogo e gera confusão nas atribuições cabíveis ao profissional
de psicologia. Esta autora se posiciona afirmando que é desfavorável a
participação do psicólogo neste contexto.
32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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especializações para suprir a falta da grade curricular dos cursos de
graduação.
Diante de todas estas considerações, podemos afirmar que o
material teórico levantado supriu ao objetivo geral e aos objetivos específicos
desta pesquisa e por isto estes foram alcançados. O objetivo geral consistia em
apresentar algumas considerações sobre a Psicologia Jurídica no Brasil e
algumas práticas do profissional de psicologia no contexto jurídico e os
objetivos específicos citar a História da Psicologia Jurídica no Brasil, identificar
a Psicologia Jurídica como área de atuação profissional e descrever alguns
aspectos da atuação do Psicólogo no contexto jurídico nos principais campos
de atuação existentes no Brasil.
Contudo, é importante ressaltar que esta temática carece de mais
produções, de mais discussão no meio acadêmico.
Foi percebida que a atenção e/ou cuidado que o profissional da
psicologia deve ter nos limites éticos de sua atuação nessa
interdisciplinaridade. Ao estudar vários materiais teóricos durante a pesquisa,
foi possível perceber a delicadeza, o limiar, a linha tênue existente entre a
atuação do psicólogo neste contexto, as atribuições que este possuia real
demanda no cotidiano de seu trabalho e as orientações que recebe de seu
conselho.
A demanda que surge no contexto da psicologia jurídica, muitas
vezes coloca o profissional em uma situação controversa, pois a demanda
pode ir de encontro as indicações profissionais de sua categoria profissional.
Durante esta pesquisa foi possível perceber muitas discussões são realizadas
acerca das atribuições do psicólogo jurídico em vários contextos.
Esta pesquisa proporcionou uma melhor compreensão da realidade
da psicologia jurídica no Brasil, os contextos em que o psicólogo está inserido e
quais são suas funções, também proporcionou obter-se a noção de quais áreas
se tem mais publicações como a psicologia jurídica nas questões de divórcio,
regulamentação de visitas e disputa de guarda e quais áreas possuem menos
publicações como vitimologia, a partir disso é possível concluir a necessidade
de mais pesquisas sobre estas áreas de atuação.
34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
35
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relativas ao Título Profissional de Especialista em Psicologia e dispõe sobre
normas e procedimentos para seu registro. Resolução n. 013/200714, 14 de
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Manual de Referências Técnicas
36