Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Patrística e Escolástica

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

Licenciatura em História na Modalidade EAD


Introdução à Filosofia
Ísis de Oliveira Gonçalves - 11910540

A Igreja Católica era a única instituição cristã existente no período da Idade


Média e tal situação perdura entre os séculos até a idade moderna, onde o
homem ocidental vai buscar o romper com a razão teológica. Esse período é
crucial para a compreensão do pensamento humano, uma vez que no medievo,
tudo é conduzido por um viés religioso.

Quando falamos em Filosofia Medieval e Idade Média,


estamos, na realidade, absolutizando o modo ocidental-cristão
de ler a História, de delimitar a Filosofia. Erigimos nosso tempo
em tempo universal e com isso perdemos algo de importante: a
noção de pluralidade dos tempos. Assim, por exemplo, quando
os Árabes expandiram-se para o Oriente, no século VII,
encontraram não só os cristãos gregos, expulsos do Império
Bizantino, que mantinham as escolas filosóficas; encontraram
também filósofos pagãos remanescentes da Academia de
Atenas. Ora, a definição ocidental de Filosofia Medieval não
cabe nem aqueles árabes, nem aos cristãos orientais e menos
ainda aqueles filósofos gregos pagãos.1

Deste modo, a Patrística, Escola Patrística ou Filosofia Patrística, foi


uma corrente filosófica cristã da época medieval que surgiu no século IV. Seu
nome é decorrência de sua natureza, uma vez que foi pensada por diversos
padres, também conhecidos como “Pais da Igreja” que nesse período de
grandes heresias, ajudaram na construção da teologia cristã. Destacam-se aqui
figuras mais importantes como Santo Agostinho de Hipona, que “reproduz uma
filosofia platônica em trajes cristãos marcado por uma intensa herança, quase
que inconsciente, das suas antigas aventuras filosóficas de ordem helenística.”

A Patrística é considerada a primeira fase da filosofia medieval, sua principal


característica era a expansão do Cristianismo na Europa. Com bases na
filosofia grega, os Padres da Igreja tinham como objetivo capturar a essência
da relação entre a fé e o racionalismo, ou seja, buscavam uma leitura da fé
1
LUCKESI, 2004, p.161-62
cristã pela razão. Destarte, temas como cosmogonia, ressurreição e
encarnação, corpo e alma, pecados e virtudes, estavam sempre em voga e
dialogavam com o maniqueísmo, ceticismo e neoplatonismo.

Neste primeiro período da filosofia medieval, a Patrística teve seu apogeu até o
século VIII. Durante sete séculos, a filosofia esteve voltada para os
ensinamentos dos “homens da Igreja” (teólogos, padres, bispos, etc.).
No entanto, no século IX surge a Escolástica. E esta permaneceu até o início
do Renascimento, no século XVI. Como a Patrística, a filosofia Escolástica
também esteve inspirada na filosofia grega e na religião cristã. Seu método
dialético de unir a fé e a razão tinha como intuito o crescimento humano.

São Tomás de Aquino, chamado de “Príncipe da Escolástica”, é o maior


representante dessa escola e seus estudos ficaram conhecidos como
Tomismo. Enquanto a filosofia de Santo Agostinho estava voltada para o
idealismo de Platão, os estudos de São Tomás estiveram inspirados no
realismo aristotélico.
Deste modo, a Patrística teve participação na disseminação de verdades
imutáveis associadas ao Cristianismo, defendendo a religião cristã de correntes
filosóficas heréticas e refutando o paganismo. Enquanto a Escolástica, através
do racionalismo, ocupou-se em elucidar a existência de Deus, do céu e do
inferno, bem como as relações entre o homem, a razão e a fé.

Você também pode gostar