Turismo Pedagogico PDF
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RESUMO
O presente trabalho foi fruto de uma pesquisa realizada na cidade de Parnaíba–Piauí, Brasil.
O objetivo geral foi apresentar o Turismo Pedagógico, este segmento turístico, como
alternativa metodológica de ensino/aprendizagem e de produção de conhecimento para fim
de qualificar o ensino, assim, fundamentando-se em alguns teóricos das áreas: pedagogia e
turismo além dos Parâmetros Curriculares Nacionais (2007). Este estudo fez uso de
pesquisa exploratória, qualitativa e quantitativa. Os resultados demonstraram, dentre outros
fatores, que os sujeitos da pesquisa concordaram em utilizar e incentivar a prática do
Turismo Pedagógico, pois acreditam que esta modalidade turística contribui no ensino e na
aprendizagem dos alunos de escolas públicas. Assim sendo, identificou-se entre gestores e
alunos os anseios e necessidades do ensino/aprendizagem, reflexões e mudanças no
ambiente escolar, para fim de colocar em prática a teoria, e com isso, facilitar o
entendimento do aluno que se encontra em fase final da educação básica.
Palavras-chaves: Turismo; Educação; Turismo Pedagógico.
ABSTRACT
1
Graduada em Turismo pela UFPI (Universidade Federal do Piauí). E-mail: laura.seya@yahoo.com.br
2
Graduado em Letras Português/Espanhol e Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professor
Efetivo de Espanhol da Universidade Federal do Piauí no Curso e Bacharelado em Turismo – CMRV/Parnaíba- PI. Endereço para
correspondência: Av. São Sebastião, 2819 (Bairro Reis Veloso). CEP: 64202-020 – Parnaíba – Piauí (Brasil). Telefone (86 33235299). E-
mail: glauberlimamoreira@hotmail.com
3
Graduação em Turismo (Bacharelado) pela Universidade Metodista de Piracicaba. Especialista em Docência para Ensino Superior em
Turismo e Hotelaria pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC/SP. Mestre em Geografia (Organização do Espaço) pela
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Rio Claro. Doutor em Ciências da Comunicação (Processo Midiáticos) – UNISINOS/RS. Professor
Adjunto – D.E. (Efetivo) – Curso de Bacharelado em Turismo da UFPI – Universidade Federal do Piauí (Parnaíba). Endereço para
correspondência: Av. São Sebastião, 2819 (Bairro Reis Veloso). CEP: 64202-020 – Parnaíba – Piauí (Brasil). Telefone (86 33235299). E-
mail: perinotto@ufpi.edu.br
2
This work was the result of a research conducted in the city of Parnaíba-Piauí, Brazil. The
overall goal was to present pedagogical tourism, the tourism sector, as a methodological
alternative teaching / learning and knowledge production in order to quality education. This
study made use of exploratory research, qualitative and quantitative. The results showed,
among other factors, that the research subjects agreed to encourage the use and practice of
pedagogical tourism, as they believe that this type of tourism contributes to the teaching and
learning of students in public schools. Thus, we identified between managers and students
the wishes and needs of teaching and learning, reflections and changes in the school
environment, in order to put theory into practice, and thereby facilitate the understanding of
the student who is in the final stage basic education.
Key words: Tourism; Education; Pedagogical Tourism
INTRODUÇÃO
Muitos autores citam o Turismo Pedagógico como um segmento novo e que vem
sendo utilizado no currículo escolar por meio de aulas práticas, aulas passeios, aulas de
estudo, visitas ou, ainda, atividades extracurriculares que contribuem com o conhecimento já
adquirido ou que venha a ser adquirido nas aulas teóricas. Segundo Swarbrook e Horner
(2002, p.64 apud MILAN, 2007, p.13) este segmento se caracteriza por viagens de estudos
do meio ambiente e tem como objetivo transportar o conhecimento teórico assimilado em
sala de aula para a realidade concreta, oferecendo, ainda, momentos de descontração e
socialização.
É importante atentar que já se vive uma nova realidade, não muito difícil de ser
percebida quanto às propostas pedagógicas e um exemplo disso é, a internet (mundo
digital) que se faz presente e colabora com o ensino. O uso do Turismo Pedagógico como
alternativa de produção de conhecimento já vem sendo adotado em algumas escolas. Um
exemplo disso é o Projeto Viaja Mais Jovem da UnB-CET com a parceria e apoio do
Ministério do Turismo, Ministério da Educação, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis
(ABIH), Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Brastoa), BrasiliaTur e Secretaria
de Educação do Distrito Federal.
evitando a sazonalidade que de acordo com Raykil e Raykil (2004, p.12) aflige grande parte
das cidades turísticas.
Foi proposto junto aos educadores neste estudo, a obtenção do Turismo
Pedagógico de forma mais precisa, com o intuito de desenvolver a qualidade no ensino, a
utilização de métodos inovadores, visto que até o presente momento desta pesquisa as
escolas não utilizavam o Turismo Pedagógico ou utilizava-o timidamente. Além disso,
propôs contribuir para aprofundar as discussões em geral sobre a importância do Turismo
Pedagógico nas atividades de ensino e aprendizagem nas escolas. Ressaltando-se ainda,
dos benefícios que o turismo pode vir a trazer para a região.
O público alvo deste estudo foram alunos, professores e gestores que praticam ou
não o Turismo Pedagógico no ensino médio de duas escolas públicas da cidade de
Parnaíba. Para resguardar os nomes das escolas neste estudo são aqui citadas como: A.
Escola Técnica do Estado (que realizava algumas atividades de Turismo Pedagógico) e B.
Escola Estadual Pública (que apresentava um número significativo de alunos matriculados e
não praticavam o Turismo Pedagógico).
de aprendizagem. E mostra no Art.4º incisos I, II, VII e IX, dentre outros, que o dever do
Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:
Porém, segundo Frigotto e Ciavatta (2004, p.93), no final da década de 1990, cerca
de 37% (aproximadamente quatro milhões) de adolescentes, jovens na faixa etária de 15 a
17 anos, cursavam o ensino médio no Brasil. Um baixo percentual para a população nesta
faixa etária. Um percentual nada aprazível para o país.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
escolas, identificou-se uma escola que realiza visita/passeios/aulas de campo. Assim, pode-
se averiguar a Escola técnica aqui identificada como escola (A).
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. ESCOLA A
Esta escola existe desde 1982. Em novembro de 2007, a referida escola sofreu uma
reforma e nos dias atuais possui ensino profissionalizante. De acordo com o calendário
escolar ou mesmo atividades extracurriculares, os professores aplicam atividades turísticas
para seus alunos, tais atividades são visitas guiadas, passeios e aulas técnicas fora da sala
de aula seguindo um roteiro, projeto e, ou, plano de acordo com cada professor.
Alguns roteiros já foram realizados por algumas disciplinas, porém, não foi divulgada
a informação se há ou havia um levantamento de quais disciplinas e quantas vezes já foram
feitas essas atividades de campo.
Foi constatado através desta pesquisa que todos os entrevistados acreditam que os
passeios/visitas fizeram com que os alunos adquirissem melhor o conteúdo e obtivessem
maior interação com os demais alunos. Evidenciando o que aborda MORAIS e MAIA (2005,
p.2), que nessas práticas os conhecimentos são evidenciados na vivência prática, também
possibilita grande interação entre os alunos e, que, contribui no processo de ensino e
aprendizagem, além de tornar a relação professor e aluno mais amigável.
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A primeira pergunta buscava saber que lugares este aluno que pratica turismo
pedagógico já visitou, podendo aqui optar por mais de uma das alternativas e ainda informar
outra(s). A intenção deste questionamento era descobrir onde este discente praticou turismo
pedagógico. A pesquisa mostra que a grande maioria dos estudantes visitaram outros
lugares não citados no questionário, e estes afirmam também ter visitado o Delta do
Parnaíba, praias piauienses, pousadas e hotéis. Outro lugar frequentado por este público
foram os parques ambientais e a zona rural. Segundo Milan (2007, p.31), o turismo
pedagógico utiliza-se dos mais diversos meios e com as mais diversas finalidades,
independente da localização geográfica em que seja praticado.
Com relação à contribuição desses passeios (questão nº2), 100% dos alunos
entrevistados responderam positivamente ao benefício no conteúdo que os alunos
necessitavam aprender. Aqui, ressalta-se que este aluno não só estuda as disciplinas
comuns como História, Língua Estrangeira, mas, também, as disciplinas específicas da área
escolhida neste caso, do curso de Hospedagem, como por exemplo, a disciplina de
Patrimônio.
Dando continuidade a análise, (na 4ª questão) o aluno teria que responder se ele
considerava inovadores os métodos de ensino/aprendizagem através do turismo utilizados
pela escola. A fim de constatar que o turismo aqui praticado pode vir a ser uma alternativa
de ensino-aprendizagem e de produção de conhecimento. O resultado mostrou que 70%
dos alunos consideram, mas, dentro da porcentagem de 30% não os consideram e não
souberam responder.
Nº2 “Nós podemos ver na prática o que nós só víamos na teoria, e isso ajuda bastante para
conhecer melhor o curso”.
Nº4 “De forma prática aprendemos como funciona dentro e fora dos hotéis, agências de
viagens”;
Nº5 “As visitas servem para firmar conteúdos, faz com que lembremo-nos do que foi ensinado
na sala de aula, só que lá podemos ver”.
Nº8 “Faz com que o conhecimento em relação à área do turismo faz nos aprofundar e conhecer
melhor, e faz-nos termos vontade de continuar”.
Nº1 “As aulas práticas tornam-se mais atrativas para os alunos e professores. Os alunos
podem vivenciar e analisar todos os conteúdos abordados bem como se aproximarem
do ambiente profissional”.
Nº3 “Tem servido como forma de o aluno conhecer a realidade fora da sala de aula,
observar como pode ser aplicada a teoria vista em sala, como realmente funciona o
turismo que está sendo desenvolvido”.
Fonte: Dados coletados pelos autores, 2011.
5.2. ESCOLA B
Foi constatado, ainda, que a maioria dos alunos consultados (60%) não conhece e,
consequentemente, não ouviu falar sobre o segmento Turismo Pedagógico. A maioria dos
alunos (60%), responderam que não conhecem esta modalidade turística. O que comprova
que a escola não pratica o referido segmento e que os alunos não o conhecem e, embora a
cidade seja turística, este é também um segmento novo para a cidade. E, 40% disseram que
Sim, ou seja, tal resultado é um número considerável, visto que esse público alvo é um
público bem informado, apesar de nunca ter praticado tal modalidade turística.
Fonte:
Dados coletados pelos autores, 2011/ *Os entrevistados responderam mais de uma
alternativa.
Percebe-se através desta pesquisa que a maioria dos professores (89%) afirma não
utilizarem visitas e/ou passeios, aulas de campo, nesta escola. Os demais, totalizando um
percentual de 11%, disseram fazer uso deste segmento. Assim, percebe-se, ainda, que os
professores utilizam-se de outros métodos para contribuir no processo de construção de
conhecimento de seus alunos.
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Ainda assim não nos foi repassado mais informações a respeito de tal projeto e se
este tem relação diretamente com o turismo pedagógico. Por isso, percebeu-se que este
ensino (aprendizado) está tentando se aprimorar, devido à criação de projetos que visem
sua melhoria DURANTE A SUA APLICAÇAO EM SALA DE AULA.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da realidade encontrada e dos resultados obtidos com este estudo, deve-se
destacar que o Turismo Pedagógico pode vir a ser uma alternativa metodológica de
ensino/aprendizagem e de novas formas de produção de conhecimento, e que ele se dirige
e possibilita a melhoria da qualidade de ensino na cidade de Parnaíba que é uma área
dotada de potencial turístico.
aprendizagem. A tecnologia da informação, na era atual, contribui muito com isso, assim, o
processo de construção de conhecimento não é algo restrito. Portanto, o que se percebeu
foi que o conhecimento é uma busca que o indivíduo buscará constantemente.
A partir da análise dos resultados obtidos por meio da presente investigação, foi
plausível descobrir interessantes percepções e perspectivas dos sujeitos da pesquisa,
(Gerência de Educação, alunos e professores), quanto ao Turismo Pedagógico, ao
comparar as duas escolas: uma que pratica mesmo que de forma ainda inicial (ESCOLA A),
e a outra que não é utilizada (ESCOLA B). E, com isso, constatou-se que esta modalidade
turística, tem contribuído no processo de ensinar e aprender, porque relaciona as diversas
áreas na escola técnica, além da teoria com a prática.
Acrescenta-se, ainda, a fala de Chemin (p.169, 2011) sobre o que tange entre
educação e lazer “há, portanto, a necessidade de as pessoas se prepararem, especialmente
pela educação, para usufruírem adequadamente o mundo do lazer”.
REFERÊNCIAS
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