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Placenta

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INTRODUÇÃO

O acretismo placentário consiste em um tipo de inserção anômala da placenta, que ocorre em


aproximadamente 0,9% das gestações. Na última década, iniciou-se no Brasil um novo método
de profilaxia da hemorragia uterina intraparto decorrente desta anomalia: o cateter para
oclusão temporária da artéria ilíaca interna. No caso a seguir, descreveremos a anestesia
realizada durante: a implantação deste cateter, o parto e a posterior retirada do cateter.

RELATO DE CASO

X. X. X., sexo feminino, XX anos, GxPxAx, 35 semanas de gestação, com diagnóstico de placenta
(?)creta através de ultrassonografia realizada na XXª semana de gestação. Encontrava-se em
acompanhamento com obstetra para a realização de cesariana eletiva, porém apresentou
descolamento prematuro de placenta, sendo necessária abordagem cirúrgica de urgência.

Devido ao risco elevado de sangramento no intraoperatório, com possibilidade de realização de


histerectomia, optou-se por realizar o procedimento endovascular de cateterismo das artérias
ilíacas, no qual foi instalado um balão que, ao ser insuflado após retirada do RN, promoveria
interrupção do fluxo sanguíneo uterino, minimizando a hemorragia intraparto.

Para o procedimento do cateterismo foi realizada XX (sedação?) no setor de hemodinâmica.


Então, a gestante foi encaminhada ao centro obstétrico para realização da cesariana, onde
encontrava-se estável hemodinamicamente. Foi realizada monitorização padrão e puncionado
acesso venoso periférico XX. Optou-se pela realização de anestesia geral, sendo relizada indução
com XXXXXXX e intubação orotraqueal sob laringoscopia direta (?) com cânula X, sem
intercorrências. A manutenção da anestesia foi realizada com Sevoflurano e Remifentanil.

RN nasceu com Apgar X e necessitou de cuidados imediatos, respondendo positivamente às


manobras de reanimação neonatal. Administradas XX U de Ocitocina via endovenosa. Então, foi
insuflado o balão do cateter de ilíaca, com interrupção temporária do fluxo sanguíneo uterino,
e paciente apresentou boa evolução do parto, sem sangramento importante.

Após rafia de planos, paciente foi encaminhada de volta ao serviço de hemodinâmica, ainda sob
anestesia geral (?), para retirada do cateter. Procedimento ocorreu sem intercorrências, sendo
paciente extubada (?) e encaminhada para XX.

DISCUSSÃO

O acretismo placentário constitui a principal causa de causa de histerectomia na gestante,


responsável por 64% dos casos, sendo que em 50% deles será necessária a transfusão sanguínea.
Está relacionado a cesárea anterior e placenta prévia. Apresenta as seguintes subdivisões , de
acordo com o grau de implantação da placenta no miométrio: acreta – superfície do endométrio;
increta – dentro do endométrio; e percreta – através do endométrio, podendo atingir estruturas
vizinhas como a bexiga.

O descolamento prematuro de placenta, por sua vez, é definido como a separação da placenta
após a 20ª semana de gestação e antes do nascimento, acarretando em sangramento agudo dos
vasos da decídua basal, entre a placenta e o miométrio. Desta forma, o útero torna-se incapaz
de contrair e comprimir os vasos abertos, promovendo a formação de um hematoma
retroplacentário. Dentre seus fatores de risco, encontram-se: DPP prévio, hipertensão arterial,
idade materna avançada, multiparidade, tabagismo, uso de cocaína e trauma.

A via de parto recomendada para o acretismo placentário é a cesariana, realizada


preferencialmente de maneira eletiva. Para pacientes estáveis hemodinamicamente, sugere-se
a realização de anestesia regional, com diluição do anestésico local com opioide a fim de limitar
o bloqueio nervoso autonômico, além de dois acessos venosos calibrosos. Para pacientes com
risco de sangramento ou de histerectomia, as opiniões sobre o tipo de anestesia são divididas,
com predomínio da preferência para anestesia geral.

Nos casos de instabilidade hemodinâmica ou hipovolemia, a anestesia geral é mandatória,


devendo ser realizada a indução por sequência rápida. Os indutores de escolha são o Etomidato
(0,3mg/kg), que promove estabilidade cardiovascular, e a cetamina (0,5 a 1 mg/kg), que se trata
de um estimulador adrenérgico. No entando, esta última deve ter seu uso evitado no choque
hipovolêmico pois já há estimulação adrenérgica máxima, o que pode acarretar com que
depressão miocárdica possa prevalecer. A manutenção da anestesia deve ser realizada
preferencialmente com o uso de opioides (Fentanil) e de halogenados; se utilizado, o óxido
nitroso deve ser administrado apenas após o nascimento.

Dentre as técnicas utilizadas para controle da hemorragia uternia, a embolização endovascular


da artéria uterina mostrou-se superior às demais. Mais recentemente, foi iniciada a técnica de
passagem de cateter profilático para oclusão temporária da artéria ilíaca interna. Ela
demonstrou importante redução do sangramento quando, após retirada do concepto, faz-se a
oclusão temporária do balão durante a fase de histerectomia.

REFERÊNCIA

MANICA, J.. Anestesiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.

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