Resenha Crítica Do Livro Educação Cristã Bíblica - PORTUGUES
Resenha Crítica Do Livro Educação Cristã Bíblica - PORTUGUES
Resenha Crítica Do Livro Educação Cristã Bíblica - PORTUGUES
Curso Pastoral
Disciplina: Português
Prof.: Pr. Aloísio Tadeu
Aluno: Esequias Sá
Ribeirão Pires – SP
Janeiro 2020
O livro, Diretrizes para a Educação Cristã Bíblica é um compêndio de
pouco mais de 120 páginas, lançado em dezembro de 2018 pela dra. Gleyds
Domingues. Com pós-doutorado em educação bíblica, a professora do programa
de mestrado profissional em teologia das Faculdades Batistas do Paraná e ainda
coordenadora de pesquisas diversas na área de educação cristã naquele estado,
lançou uma obra assertiva e rica bibliograficamente. Nela, a autora propõe
especificidades para a educação cristã e ajuda de forma acadêmica a montar e
a executar as diretrizes propostas.
A autora acredita que por excelência, o lar é o espaço de ensino que
origina a aprendizagem religiosa bíblica, e aponta o real desprezo da sociedade
contemporânea a respeito dessa necessidade. É perceptível que isso se dá por
causa da liquidez de nosso tempo e a subjetivação de valores absolutos, assim
como a degeneração da ética cristã. A autora acredita que a educação cristã
possua papel essencial na significação da vida. Ela apresenta a esperança como
substancia base para manter acesa a chama da educação cristã bíblica. E de
fato é preciso ir um pouco além das importantes questões técnicas, e ter
esperança mesmo, pois não é de hoje que os cristãos são questionados e
atacados por seus valores definidos pela a Bíblia. A mesma, vê que o sentido da
vida pode ser compreendido através dessa educação, que vem por meio da
família e do trabalho educativo visando à formação integral do ser humano. Esse,
parece ser o principal propósito desse livro.
Essa obra é dividida em três pontos principais que ajudam na
compreensão daquilo que deseja a autora: Onde estamos? De onde partimos?
Para onde vamos?
Onde estamos?
Como ponto de partida, a autora nos oferece a noção de que cada
indivíduo ou mesmo grupos sociais possuem cosmovisões próprias. Tais
cosmovisões ocorrem como marcas indenitárias moldando uma cultura e suas
crenças. De fato, isso ocorre, e aumenta o desafio para a divulgação de verdades
bíblicas propostas. E é bem verdade que o ato educativo tem o poder de
trabalhar em cima das cosmovisões fazendo realinhamentos. Isso, dentro de um
processo reflexivo, paulatino e não automático nominado pela a autora de
“cosmovisão cristã teorreferente”, que admite Deus e seus ensinos como
principal referência. Na pós-modernidade as pessoas são estimuladas a
construírem suas próprias verdades tornando a subjetividade prevalecente.
Relativizando, inclusive, os fatos históricos e questionando verdades absolutas.
De fato, no que se refere a educação bíblica, o relativismo é um mal crescente
que atinge também a ética, quando cada indivíduo constrói e sua própria. Esse
universo pós-moderno, se defende tentando colocar em descrédito a verdade
revelada na fé bíblica.
A dra. Gleyds, dentro desse universo acadêmico, defende a não diluição
de verdades fundamentais da fé cristã, une-se ao coro de milhares de líderes
que caminham na mesma direção, e ainda contribui com o seguinte
questionamento: “como a educação cristã bíblica deve atuar na defesa da ética
e princípios cristãos, e no estabelecimento de uma formação integral”? Ela
acredita que a base dessa formação cristã tem Deus, seus mandamentos e
direções, como fonte única. Possuindo Deus, virtudes imutáveis, esperando que
sigamos na mesma direção.
De onde partimos?
Na segunda parte do livro, há uma sugestão de se usar como ponto de
partida na definição dos pilares da educação bíblica, o texto de Deuteronômio
6.1-8, por entender que tanto o Novo quanto o Velho Testamento são igualmente
inspirados e equivalentes. Deuteronômio 6, oferece conteúdo e deixa claro que
o objetivo é ‘temer e adorar a Deus’, sendo necessário ouvir, guardar e praticar
os mandamentos, e isso por toda a vida num processo educativo constante, não
sendo suficiente a transmissão oral. E de fato, tais orientações não subsistiriam
somente pela transmissão oral. Assim, como em todo processo que deseja ser
bem-sucedido, sugere mesclar teoria e prática. Dessa forma, a proposta dela é
que essa educação seja comunicacional, vivencial e sobre tudo relacional.
A autora também cita, que nesse ponto de partida, é preciso considerar
os seguintes fatores que influenciam o trabalho educativo: o clima, que segundo
ela age como termômetro para o ensino e a aprendizagem; a cultura, que está
ligada a questões como: valores, crenças, tradições e cosmovisões próprias; o
comportamento, sendo esse, o produto do clima e da cultura, de forma que se
houver influencia no clima e na cultura, altera-se o comportamento; e finalmente
a gestão, que é a forma como se organiza o processo de ensino e aprendizagem.
Para além de uma educação linear, a autora propõe que o ensino deva ser um
ato reflexivo no momento de sua concretização com a participação do orientador
e dos alunos, de forma que os aprendentes também contribuam com suas
percepções. A respeito desse último, pode-se dizer que poucos educadores
conseguem fazer com que seus alunos participem ativamente da reflexão, quase
sempre, tornando o ato da educação, um monólogo.