Artigo - Mpes - Apl - Moveleiro
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RESUMO
Este artigo realiza uma análise, por meio da estratégia e visão de redes de
desenvolvimento local. A integração destas visões se constituiu num modelo de
análise e enquadramento. Foram pesquisadas as micro e pequenas empresas
pertencentes ao arranjo produtivo local moveleiro da serra gaúcha. O estudo
busca contribuir para promoção do desenvolvimento do segmento, com a
constituição de um modelo considerado performance coorporativa. Sugere-se
que haja integração das variáveis principais do estudo: Força-Motriz, Estratégia
Organizacional, Vantagem Competitiva Baseada nos Recursos e uma ampla
ligação com as redes através de seus agentes de promoção do
desenvolvimento local.
Palavras-Chaves : Estratégia, desenvolvimento local, performance corporativa.
ABSTRACT
This article conducts an analysis, through some strategies, and net view of
local..development.
These views integration becomes a model of analysis and fitting. Micro and
small companies were researched . They all belong to the local productive
furniture organization in the Gaúcha Mountains. The study aims at
contributing to the development of studied local segment creating a model
called corporate performance. Those companies were analysed under this
model, having the integration of the main variables of the study: Motive
Power , Organizational Strategy, Competitive Advantage based on the
Resources and a vast link among the nets through its regional development
promotion agents.
Key-words: Strategies, local development, corporate performance.
Para que uma estratégia seja prática e útil, deve observar seu âmbito e
limites, através de um conceito claro que sirva de base para seu
desenvolvimento. A este conceito unificador foi dado o nome de Força-Motriz
Organizacional (TREGOE e ZIMMERMANN,1984).
A Força-Motriz é utilizada para desenvolver as diversas dimensões que
influenciam na estratégia organizacional, ditando a direção de qualquer
empresa. A seguir, são mostradas as forças.
1.2.1.1.1 Heterogeneidade:
A heterogeneidade envolve circunstâncias onde a presença de recursos
estratégicos é limitada em quantidade e, ao mesmo tempo, escassa em relação
à demanda pelos serviços. Essas circunstâncias são classificadas a seguir:
- Informação imperfeita: a empresa sabe avaliar mais perfeitamente o
potencial de geração de valor de seus recursos, tornando-o consistente dentro
de sua estrutura interna, mas incompreensível para outra empresa.
- Potencial de Criação de Valor: a empresa possui um potencial de criação de
valor, não transparente à visão da concorrência, explorando as oportunidades e
neutralizando as ameaças, reduzindo custos e incrementando receitas.
- Replicabilidade: os recursos são considerados imperfeitamente imitáveis por
outras empresas, sendo difícil replicá-los em outra estrutura organizacional.
- Durabilidade: os recursos são duráveis no sentido de que não se tornam
obsoletos.
- Extensibilidade: uma vez que as capacitações são constituídas por
conjuntos de recursos, elas são de difícil utilização por outra empresa, existindo
um tipo de conhecimento agregado que o torna de difícil transferência.
1.2.1.1.2 Sustentabilidade
Esta é considerada a segunda condição para que o recurso possa ser fonte de
vantagem competitiva, devendo estar ligado a rendas que não sejam
momentâneas, resistindo ao tempo e ao desgaste das competências. São as
chamadas rendas sistemáticas (HARZOG, 2001).
- Impedimentos à imitação: reúnem mecanismos de geração de assimetrias
competitivas, através de restrições legais, economias de gama, acesso
superior à matéria-prima e informações.
- Vantagens do Primeiro Movimento: é a antecipação, estando as barreiras
de imitação vinculadas à construção antecipada de posições competitivas
baseadas em fatores escassos. Elas estão presentes na forma de vantagens
de primeiro movimento ou custos de intercâmbios para o comprador.
- Barreiras intangíveis à imitação: são as competências organizacionais e
distintas que a empresa promove ao longo de sua história, através de
mudanças contínuas em ativos específicos baseados no conhecimento.
- Forma dos Processos de Acumulação: é a acumulação de recursos
produzidos internamente, com características intrínsecas da empresa que
conduzem a vantagens que dificilmente são copiadas, devido a sua
complexidade de imitação.
1.2.1.1.3 Apropriabilidade
Esta é a ultima condição necessária para que um recurso possa ser fonte de
vantagem competitiva, sendo a possibilidade que a empresa tem de se
apropriar do recurso e das rendas que ele pode gerar. Estas rendas geralmente
vão para o proprietário do recurso, quando os direitos sobre eles estão bem
definidos. A seguir são definidos os termos de apropriabilidade:
- O direito à propriedade do recurso: o conhecimento está associado a uma
minoria de pessoas dentro da empresa, onde existe a dificuldade dos criadores
do conhecimento se apropriarem do recurso que ajudaram a criar.
- Se o recurso possui imobilidade imperfeita: neste caso, não há a
possibilidade de comercialização do recurso no mercado, devido a sua
natureza de especificidade, de co-especialização;
- Se o recurso é adquirido a custos inferiores que as rendas podem gerar:
o valor estratégico do recurso é constituído a partir de valores inferiores aos
das rendas que ele poderá constituir, criando-se imperfeições para dificultar
sua utilização por outras empresas.
- Se há condições através de recursos complementares da empresa para
explorar este recurso no mercado de produtos ou serviços: constitui-se no
conjunto de outras capacidades de ativos pós-venda, sendo feitas
apropriabilidades das rendas a partir de sua base valiosa de estrutura
organizacional dos recursos.
1.3 A ESTRATÉGIA VOLTADA PARA REDE
Governos Fórumde
Fórum de Representação
Instituições
Locais/Estaduais
Locais Desenvolvimemento Local
Desenvolvimento/Agência Setor
suporte
Produtivo
Instituições
Associações Observatório de pesquisa
PME’s
MPEs Econômico Centro de
Tecnologia
Coop. Bancos
Garantia comerciais/
Crédito desenvolv.
Rede Grandes
Consórcios Consórcios Empresas
PME’s
MPEs PME’s
MPEs
E E
E E E E E E
PLENAMENTE
Mantém vantagens competitivas DESENVOLVIDA
sustentáveis e usufrui da estrutura da rede
COOPERATIVA
Consegue estabelecer
vantagens competitivas DESENVOLVIDA
sustentáveis e interage
com agentes da rede
0%
Origem área
Produção/Tecnologia
Crescimento Lucro
Necessidades de
Produtos Oferecidos
Vendas Distribuição
produção
Mercado
Capacidade
79%
Fontes: Dados Extensão Empresarial, 2002 Fontes: Dados Extensão Empresarial, 2002
Rasoável
Importância Importante Plenamente
10% 43% Utilizada
Utilizam 6%
informalmente
21%
Muito
Importante
47% Não utilizam
73%
Fontes: Dados Extensão Empresarial, 2002 Fontes: Dados Extensão Empresarial, 2002
Pouco Present e
Razoável Presença
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
17,0%
20,0% 13,7%
97,6%
100,0%
89,0%
90,0%
80,0%
70,3%
70,0% 63,0%
60,0% Pouco Presente
50,0% Razoável Presença
40,0% Forte Presença
30,0%
20,7% 20,7%
16,3%
20,0%
9,0%
10,0% 5,0% 6,0%
1,0% 1,4%
0,0%
Impedimentos a Vant agens Barreiras Forma dos
Imit ação Primeiro Int angíveis a Processos de
M ovimento Imit ação Acumulação
100,0% 94,3%
89,0%
90,0%
80,0% 75,8%
70,0%
59,3%
60,0%
Pouco Presente
50,0% Razoável Presença
Forte Presença
40,0% 34,4%
30,0%
20,1%
20,0%
6,0% 6,3%
10,0% 3,7% 2,0% 4,1% 5,0%
0,0%
Direito de Imobilidade Recurso Exploração com
Propriedade do Imperfeita Adquirido a Custo Recursos
Recurso Inferior Complementares
60,0%
50,0%
Clientes
40,0% Fo rnecedo res
Co nco rrentes
30,0%
19%
20,0%
15%14%
10%
10,0% 7% 6% 6%
5% 4%
3% 2% 2% 3%
1% 1% 2% 1% 2%
0,0%
Outros 3%
Não Est abelece 77%
Fonte: Dados Plano Setorial Integrado, 2003 Fonte:Dados Plano Setorial Integrado, 2003
O gráfico nº 11 a seguir, ilustra que 38% das micro e pequenas empresas não
estabelecem qualquer tipo de troca a respeito de aperfeiçoamento em sua
gestão, existindo somente 44% empresas que trocam idéias e informações que
não são relacionadas com sua estratégia. O restante fica distribuído em
pequenos percentuais entre treinamento de funcionários, ações em Marketing e
outros.
Gráfico nº 11: Relação Com Órgãos de Apoio a Indústria
44%
45%
38%
40%
35%
30%
25%
20%
11%
15%
6%
10%
1%
5%
0%
Não Est abelece Out ros Ações Treinament o de Troca de Idéias
Conjunt as de Funcionários e Inf ormações
M arket ing
70,0%
60,3%
60,0% So breviventes
Se M antêm
B usca Desenvo lvimento
50,0% Desenvo lvida
P lenamente Desenvo lvida
40,0%
36,7%
30,0%
20,0%
10,0%
1,7% 1,3%
0,0%
0,0%
So breviventes Se M antêm B usca Desenvo lvida P lenamente
Desenvo lvimento Desenvo lvida
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANSOFF, H. I. Estratégia empresarial. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977.
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1996.
CASAROTO FILHO, Nelson; HENRIQUE PIRES, Luis. Redes de pequenas e
médias empresas e desenvolvimento local: estratégias para conquista da
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CORNELLA, A. Los recursos de información. Madrid: McGraw-Hill, 1994.