O Credo Apostólico
O Credo Apostólico
O Credo Apostólico
O Credo Apostlico, ou Symbolum Apostolicum, , quanto sua forma, no uma produo dos
apstolos, como foi antigamente crido, mas um admirvel resumo popular do ensino apostlico, e
em completa harmonia com o esprito e mesmo a letra do Novo Testamento.
I. Carter e Valor.
Como a orao do Senhor a Orao das oraes, o Declogo a Lei das leis, assim o Credo
Apostlico o Credo dos credos. Ele contm todos os artigos fundamentais da f crist necessrios
para a salvao, na forma de fatos, em linguagem escriturstica simples, e na mais natural ordem -
ordem da revelao - de Deus e da criao at a ressurreio e vida eterna. trinitria, e dividida
em trs artigos principais, expressando f - em Deus Pai, o Criador dos cus e da terra, em seu nico
Filho, nosso Senhor e Salvador, e no Esprito Santo (in Deum Patrem, in Jesum Christum, in
Spiritum Sanctum); sendo a principal nfase feita no segundo artigo, o nascimento sobrenatural,
morte, e ressurreio de Cristo. Ento, mudando a linguagem (credo em para credo com o simples
acusativo), o Credo professa acreditar na santa Igreja Catlica, a comunho dos santos, remisso
dos pecados, ressurreio do corpo, e a vida eterna.1 de longe o melhor resumo popular da f
crist jamais feita em to pouco espao. Ele ainda supera todos os posteriores smbolos para
propsitos catequticos e litrgicos, especialmente como uma profisso de candidatos para o
batismo e membresia da igreja. No um enunciado lgico de doutrinas abstratas, mas uma
profisso de fatos vvidos e verdades salvadoras. um poema litrgico e um ato de adorao. Como
a Orao do Senhor, ele no perde nada de seu charme e efeito pelo uso freqente, embora, por v e
impensada repetio, ele pode ser feito um martrio e uma forma vazia de palavras. Ele inteligvel
e edificante para uma criana, e fresco e rico para o mais profundo estudioso cristo, o qual,
avanando em idade, se deleita em voltar s fundaes primitivas e os primeiros princpios. Ele tem
a fragrncia da antiguidade e o inestimvel peso do consenso universal. um lao de ligao entre
todas as idades e divises da cristandade. Ele nunca poder ser substitudo no uso popular na igreja
e escola2.
Ao mesmo tempo, deve ser admitido que a grande simplicidade e brevidade deste Credo, que to
admiravelmente o adapta para todas classes de cristos e adorao pblica, o faz insuficiente como
um regulador de doutrina pblica para um estgio mais avanado de conhecimento teolgico. Como
ele confinado aos artigos fundamentais, e expressa eles em termos escritursticos simples, ele
admite uma indefinida expanso pela mente cientfica da igreja. Assim, o Credo Niceno d mais
clara e mais forte expresso da doutrina da divindade de Cristo contra os arianos, o credo
Atanasiano para toda doutrina da Trindade e personalidade de Cristo contra as vrias heresias da era
ps-nicnica. Os credos reformados so mais explcitos na autoridade e inspirao das Escrituras e
as doutrinas do pecado e graa, as quais so ou passadas por ou meramente implcitas no Credo
Apostlico.
As formas mais completas ou mais populares do credo batismal em uso naquele tempo no Oeste
eram aquelas das igrejas de Roma, Aquilia, Milo, Ravena, Cartago e Hipona. No entanto elas
diferem pouco10. Entre estes, de novo, a frmula romana gradualmente ganhou aceitao geral no
Oeste por sua excelncia intrnseca, e por causa da posio de comando da Igreja de Roma. Ns
conhecemos o texto latino de Rufino (390), e o grego de Marcellus de Ancyra (336-341). O texto
grego usualmente observado como uma traduo, mas provavelmente mais antigo que o latino, e
poderia ser datado do segundo sculo, quando a linguagem grega prevalecia na congregao
romana11.
Este credo romano foi gradualmente crescendo por vrias clausulas de formas mais antigas ou
contemporneas, a saber, o artigo 'desceu ao Hades' (pego do credo de Aquilia), o predicado
'catlico' ou 'geral', no artigo da Igreja (emprestado dos credos orientais), 'a comunho dos santos'
(de fontes Glicas), e a concluso 'vida eterna' (provavelmente dos smbolos das igrejas de Ravena e
Antioquia)12. Estas clusulas adicionais foram sem dvida parte da f geral, pois eram ensinadas nas
Escrituras, mas eles foram primeiramente expressos nos credos locais, e passou algum tempo antes
que eles achassem um lugar na frmula autorizada.
Se ns considerarmos, ento, o presente texto do Credo Apostlico como um completo todo, ns
dificilmente poderemos tra-lo alm do sexto, certamente no alm do fim do quinto sculo, e seu
triunfo sobre todas as outras formas na Igreja Latina no foi completa at o oitavo sculo, ou cerca
do tempo que os bispos de Roma de forma enrgica esforaram-se para conformar as liturgias das
igrejas ocidentais ordem romana13. Mas se ns olharmos para os vrios artigos do Credo
separadamente, eles so todos de origem nicena ou antenicena, enquanto que seu ncleo volta aos
tempos apostlicos. Todos os fatos e doutrinas que ele contm, esto em inteira concordncia com o
Novo Testamento. E isto verdade mesmo naqueles artigos que tem sido mais atacados em tempos
recentes, como a concepo sobrenatural de nosso Senhor (comparar Mateus 1:18; Lucas 1:35), a
descida ao Hades (comparar Lucas 23:43; Atos 2:31; 1 Pedro 3:19; 1 Pedro 4:6), e a ressurreio do
corpo (1 Corntios 15:20, e outros lugares)14.
A oposio racionalstica ao Credo Apostlico e seu uso nas igrejas ento um ataque indireto ao
prprio Novo Testamento. Mas ele vai sem dvida sobreviver estes ataques, e dividir a vitria da
Bblia sobre todas as formas de descrena15.
III. O Credo
Eu adicionei uma tabela, com notas crticas, para mostrar a diferena entre o credo romano original,
como foi dado por Rufino em Latim (cerca de 390 D.C.), e por Marcellus em Grego (336-341 D.C),
e a forma recebida do Credo Apostlico, que chegou ao uso geral no stimo ou oitavo sculo. As
adies esto entre colchetes.
Forma recebida
1. Eu creio em Deus Pai Todo-Poderoso [Criador dos cus e da terra]17.
E em Jesus Cristo, seu nico Filho, nosso Senhor;
3. Que foi [concebido] pelo Esprito Santo, nasceu da Virgem Maria19;
4. [Padeceu]20 sob Pncio Pilatos, foi crucificado, [morto] e sepultado
[Desceu ao Inferno (Hades)];21
5. Ao terceiro dia levantou-se dos mortos;
6. Ascendeu aos cus; e sentou-se mo direita de [Deus] Pai [Todo-Poderoso];22
7. De onde vir para julgar os vivos e os mortos.
8. [Eu creio]23 no Esprito Santo;
9. Na Santa Igreja [Catlica];24
[Na comunho dos santos];25
10. No perdo dos pecados;
11. Na ressurreio do corpo (carne);
12. [E na vida eterna]27.
Por outro lado, a origem apostlica (depois de ter sido chamada em questo por Laurentius Valla,
Erasmo, Calvino30) tem sido to claramente desmentida a muito tempo por Vossius, Rivetus,
Votius, Usher, Bingham, Pearson, King, Walch e outros estudiosos, que no dever nunca mais ser
seriamente afirmado de novo.
Os argumentos contra a autoria apostlica so bem conclusivas: