A Verdade Sobre Os Anjos
A Verdade Sobre Os Anjos
A Verdade Sobre Os Anjos
os Anjos
Donald L. Deffner
Ttulo do Original em Ingls:
The Truth About Angels
Copyright Hora Luterana
Todos os direitos reservados.
Proibida a reproduo, total ou parcial,
nos termos da legislao vigente.
ndice
Introduo 5
A natureza dos anjos
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A origem dos anjos
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Categorias de anjos
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Querubim 12
Serafim
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Arcanjos 15
Satans e os Anjos maus
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A Bblia nos admoesta
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A misso dos anjos
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Agentes do juzo e da providncia divina
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Ser levado pelos anjos
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O anjo do senhor
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O mais importante
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Somente um pecado
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A boa nova numa casca de noz
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Introduo
Eu fui criado no incio dos anos 30, durante a
Grande Depresso que atingiu os Estados Unidos.
O meu pai era pastor. Atrs de nossa pequena casa,
existia uma rua suja, de nove ou dez quarteires,
at o centro da cidade de Wichita, Kansas.
Lembro-me desse tempo, quando homens famintos batiam porta dos fundos de nossa casa
pedindo comida. A minha me nunca os mandava
embora. Ela sempre repartia com eles aquilo que
tnhamos, mesmo que fossem s algumas fatias de
po e um copo de leite.
A minha me no dizia simplesmente: Que
Deus os abenoe! Vistam agasalhos e comam bem
(Tiago 2.16). No, ela agia. Ela ajudava.
Esses homens, para mim misteriosos e assustadores, me deixavam curioso. Eu achava que eles
eram diferentes, nem piores e nem melhores do
que eu, mas simplesmente diferentes. Eu sempre ficava espiando esses estranhos quando eles seguiam
pela rua, em direo cidade, e muitas vezes eu os
seguia, escondendo-me atrs de arbustos, e cuidando para no ser visto. Eu acho que esperava que
eles desaparecessem repentinamente. Acontece
que, o meu professor, na escolinha da igreja, querendo nos encorajar a sermos hospitaleiros e bons
para com os estranhos, nos falava que a Bblia diz
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que, agindo assim, sem saberem, muitas pessoas tinham hospedado anjos (cf. Hebreus 13.2).
Eu nunca vi qualquer um desses homens desaparecer. Eles eram seres humanos comuns, e famintos. Nada mais.
Mas, o meu professor tinha razo. Deus realmente envia os seus anjos at ns, e eles interferem na
nossa vida todos os dias, no para nos testar ou ver
se ns somos bons, mas para nos proteger e guiar.
do que sobre anjos, ele faz meno de um ponto interessante. Ele diz que, na qualidade de Deus
Criador, Jesus trouxe todas as coisas existncia,
inclusive todas as coisas invisveis, isto , poderes
espirituais, nos quais se incluem os anjos.
Desta forma sabemos que os anjos foram criados.
Mas quando? Vejamos o texto de xodo 20.8-11: Guarde o sbado, que um dia santo. Faa todo
o seu trabalho durante seis dias da semana; mas
o stimo dia da semana o dia de descanso, dedicado a mim, o Senhor, seu Deus. No faa nenhum
trabalho nesse dia, nem voc, nem os seus filhos,
nem as suas filhas, nem os seus escravos, nem as
suas escravas, nem os seus animais, nem os estrangeiros que vivem na terra de vocs. Em seis dias
eu, o Senhor, fiz o cu, a terra, o mar e tudo o que
h neles, mas no stimo dia descansei. Foi por isso
que eu, o Senhor, abenoei o sbado e o separei
para ser um dia santo.
Este texto apresenta o programa divino da criao realizada por Deus como a norma pela qual o
seu povo deveria guiar e ordenar a sua vida diria.
O texto diz claramente que toda a atividade criadora foi exercida durante seis dias da criao, conforme relata Gnesis 1. Visto que os anjos so seres
criados, s resta concluir que eles tambm foram
criados nesse perodo de seis dias.
Sim, mas quando? Um versculo bblico que nos
pode ajudar, o que encontramos no Livro de J.
Nesse texto Deus questiona a J (um homem), e lhe
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Categorias de anjos
As Escrituras Sagradas nos ensinam que os anjos so seres pessoais, conscientes e inteligentes.
Eles so completos em sua natureza espiritual, a
qual no exige corpo material.
Eles tm grande conhecimento. Eles tm poder
sobre-humano, e se movem pelo espao e no tempo, sem serem detidos por obstculos ou por leis da
fsica. Existem multides de anjos, legies (Mateus
26.53), muitos milhes (Daniel 7.10).
Diversas categorias, ou tipos de anjos so mencionados na Bblia, tais como Querubins, Serafins
e Arcanjos.
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Querubim
Querubim, na verdade, o plural da palavra
hebraica querub. Esta palavra nos faz pensar na
pequena figura de um anjinho, com duas asas,
uma aurola e empunhando uma harpa ou um arco
e flecha. Este quadro, porm, est muito longe de
representar a verdade revelada pela Bblia! A palavra querub indica algum que est pronto para
servir, um trabalhador pronto para executar tarefas. As Escrituras nos dizem que os Querubins esto juntos do trono de Deus, prontos para cumprir,
imediatamente, as ordens dele. E, qual a aparncia deles?
Olhei e vi uma tempestade que vinha do Norte.
Raios saam de uma nuvem enorme. Em volta da nuvem o cu estava em fogo, e no meio do fogo havia
uma coisa que brilhava como bronze. No meio da
tempestade vi o que me pareciam quatro animais.
A sua forma era de gente, porm cada um tinha
quatro caras e quatro asas. As pernas deles eram
retas e tinham cascos que eram parecidos com cascos de touros e que brilhavam como bronze polido.
Alm das quatro caras a das quatro asas, cada um
tinha quatro mos de gente, uma debaixo de cada
asa. Duas asas de cada animal estavam abertas,
com as pontas tocando uma na outra. Assim os animais formavam um quadrado e andavam em grupo, sem virar o corpo. Cada animal tinha quatro
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Serafim
Serafim, so aqueles que queimam. Eles
esto to perto da gloriosa presena de Deus, que
queimam com seu santo brilho. Isaas nos d
uma descrio desses maravilhosos seres:
No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor sentado num trono alto e elevado. O seu manto se estendia pelo Templo inteiro, e em volta dele
estavam serafins. Cada um deles tinha seis asas:
com duas eles cobriam o rosto, com duas cobriam
o corpo e com as outras duas voavam. Eles diziam
em voz alta uns para os outros: Santo, santo, santo o Senhor Todo-Poderoso; a sua presena gloriosa enche o mundo inteiro! O barulho das vozes
dos serafins fez tremer os alicerces do Templo, que
foi ficando cheio de fumaa (Isaas 6.1-4).
No livro de Apocalipse, o apstolo Joo descreve,
sem lhes dar nomes, algumas criaturas muito semelhantes, envolvidas numa atividade muito parecida:
E em frente do trono havia uma coisa parecida
com um mar de vidro, claro como cristal. Em volta do trono, em cada um dos seus lados, estavam
quatro seres vivos, cobertos de olhos, na frente e
atrs. O primeiro desses seres parecia um leo. O
segundo parecia um touro. O terceiro tinha a cara
parecida com a de um ser humano. E o quarto parecia uma guia voando. Cada um desses quatro
seres vivos tinha seis asas, que estavam cobertas
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Arcanjos
Nas Escrituras, somente os Querubim e os
Serafim tm asas. Todos os demais anjos, inclusive aqueles que so denominados de arcanjos,
so descritos sem asas. E isto serve at como mais
um aviso para nos manter atentos sobre as muitas
descries no bblicas e erradas que se fazem dos
anjos em nossos dias.
O termo arcanjo aparece apenas duas vezes
na Bblia. Uma vez, numa referncia geral volta
de Jesus no Dia Derradeiro, em 1 Tessalonicenses
4.16, e outra vez, em Judas 9, como ttulo especfico para um anjo chamado Miguel. Embora possa
haver mais do que dois arcanjos, a Bblia apenas
menciona, pelo nome, a Miguel e a Gabriel (cf.
Dn 8.16; 9.21; 10.13,21;12.1; Lc 1.19,26; Jd 9;
Ap 12.7). Algumas tradies ainda citam: Uriel,
Raquel, Seraquel, Haniel e Rafael. Essa tradio
procede do livro judaico denominado Enoch, escrito cerca de 100 anos antes de Cristo.
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Agentes do juzo e da
Providncia divina
As Escrituras nos falam mais sobre os anjos.
Em determinadas ocasies eles foram mensageiros do juzo de Deus contra aqueles que desafiaram o Senhor. Isto vemos em Gnesis 19.1, 11;
2 Samuel 24.15-17; Mateus 13.41, 42, 49, 50; e
Atos dos Apstolos 12.23.
No Novo Testamento, porm, os anjos de Deus
servem principalmente como agentes da proteo
divina. E como precisamos dela! Isto porque, como
j foi dito, existem tambm anjos maus, que procuram constantemente nos afastar da companhia de
Deus, e destruir as nossas vidas (cf. Marcos 4.15;
5.9; Efsios 6.12; 1 Pedro 5.8,9).
De forma extraordinariamente sutil eles podem nos atacar! Particularmente Satans, o pai
da mentira (Joo 8.44), procura nos enganar. Ele
costuma se apresentar como um anjo da luz (2
Corntios 11.14).
O movimento da Nova Era particularmente
enganoso e demonaco neste assunto. Os mercado24
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O anjo do senhor
Mais um aspecto sobre os anjos precisa ser analisado. Falamos sobre um anjo do Senhor que vem
at ns. Mas no Antigo Testamento, uma frase semelhante usada para se referir ao pr-encarnado
Senhor Jesus Cristo. Isto , Jesus Cristo antes de ele
nascer em Belm. As Escrituras falam do Anjo do
Senhor, conforme lemos em Gnesis 22.12; xodo 3.1, 2; Juzes 13.1-22; Zacarias 1.11, 12; 3.1, 2.
Cristo foi denominado anjo, porque ele era um
mensageiro de Deus Pai. Mas ele j era um ser divino, o prprio Deus. Sem nenhuma dvida, grandiosa a verdade revelada da nossa religio. Essa
verdade a seguinte: Ele se tornou um ser humano,
foi aprovado pelo Esprito de Deus, foi visto pelos
anjos, foi anunciado entre as naes, foi aceito com
f por muitos no mundo inteiro e foi levado para a
glria (1 Timteo 3.16).
Mas, falemos mais a respeito de Cristo, pois ele
o nosso supremo Protetor, o Mrtir da cruz, que
sofreu e morreu por nossos pecados. Ns no damos aos anjos honra divina, nem os adoramos. Ns
louvamos a Cristo, nosso nico Redentor.
O anjo do Senhor fica em volta daqueles que o
temem e os protege do perigo (Salmo 34.7). Isto
verdade a respeito daqueles que aceitam a Cristo
como seu Salvador.
Voc o aceita? A nossa orao que voc o aceite!
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O mais importante
Falemos de Cristo, porque a nossa f e a nossa
esperana nesta vida, e na eternidade, no devem se
concentrar nos anjos, mas em Deus e em como ele
se revelou a ns na vida, na morte, na ressurreio
e na ascenso de Cristo.
Por trs e acima dos anjos, est a necessidade que
temos de Cristo, por causa dos nossos pecados.
O que devemos fazer para recebermos o perdo de
Deus?, perguntou o professor.
Silncio.
Exasperado, o professor repetiu a pergunta: O que
devemos fazer para receber o perdo de Deus? Vamos l, vocs sabem a resposta!
Finalmente um menino, brilhantemente, respondeu: Pecar!
Este incidente ilustra como fcil termos uma
idia errada a respeito da natureza do pecado, do
juzo de Deus e da sua misericrdia.
Na verdade, ns no pecamos para que a graa
de Deus seja mais abundante (Romanos 6.1). Da
mesma forma, Deus no nos perdoa porque ns nos
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Somente um pecado
Num certo sentido, s existe um pecado. o
nosso egosmo. Desejamos seguir o nosso prprio
caminho, em vez de seguir o de Deus. Nos vemos
como o centro do mundo! Os limites dependem de
ns mesmos!
O apstolo Paulo escreveu: Pois sabemos que
a nossa velha natureza pecadora j foi morta com
Cristo na cruz a fim de que o nosso eu pecador fosse morto, e assim no sejamos mais escravos do
pecado. Pois quem morre fica livre do poder do pecado (Romanos 6.6-7).
Porque vocs j morreram, e a vida de vocs
est escondida com Cristo, que est unido com
Deus (Colossenses 3.3).
Na realidade, ns s conhecemos o Cristo que
morreu na cruz, quando o abraamos com esta f
profunda. No conheceremos Cristo enquanto colocarmos ns mesmos, e no a ele, no centro de
nossas vidas.
Eu no estou falando simplesmente de arrancar
o nosso passado de nossas vidas, ou apagar uma
mancha do nosso carter. Trata-se de algo muito
mais profundo. No estamos tratando apenas do
pecado, mas tambm de estarmos separados de
Deus por causa do nosso egosmo. Mas o que
extraordinrio nesse processo, que, quando admitimos isto, e dizemos com sinceridade: Senhor,
tem misericrdia de mim, pecador, acontece um
milagre. o milagre da graa de Deus.
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(Ditado irlands).
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