Manual Algodao 123
Manual Algodao 123
Manual Algodao 123
identificao
das doenas
do algodoeiro
Manual de
identificao
das doenas
do algodoeiro
Agradecimentos
aos familiares
Alzira Catarina B. Saran
(Me)
Joo Saran
(Pai)
Joo Saran
(Filho)
Mauro Edson Saran
(Irmo - in memorian)
Selma F. dos Santos Saran
(Esposa)
Sumrio
Introduo......................................... 02
Grfico de ocorrncia....................... 03
A planta do algodo......................... 04
Tabela (Doenas e estruturas infectadas)......... 05
Tabela (Estruturas infectadas e danos). .......... 06
Tombamento..................................... 07
Mosaico comum............................... 10
Mosaico das nervuras...................... 12
Vermelho......................................... 15
Mela (Rizoctonose).................................. 17
Mela . ................................................. 19
Murcha de verticilium (Verticiliose)..... 21
Murcha de fusarium (Fusariose).......... 23
Pinta preta......................................... 26
Mofo branco...................................... 30
Mancha de corinespora................... 33
Mancha de mirotcio....................... 35
Ramulria.......................................... 38
Ramulose........................................... 41
Ferrugem do algodoeiro.................. 44
Mancha angular................................ 46
Apodrecimento de mas............... 49
Leitura consultada........................... 52
Introduo
Este pequeno manual foi criado
para fazer parte do dia a dia dos tcnicos
ligados diretamente ao monitoramento
das doenas na cultura do algodo.
Simples e objetivo, um resumo bem
elaborado que visa auxiliar na identificao
dos danos e dos sintomas das doenas
nas suas principais fases de ocorrncia.
Consideram-se como principais
fases de ocorrncia das doenas aquelas
que so responsveis no s por danos
s plantas e que levam aos prejuzos
econmicos, mas tambm quelas em que
as doenas se disseminam.
Gustavo Canato
Gerente de Produto Inseticidas
FMC Agricultural Products
Grfico de ocorrncia
das doenas do algodoeiro
A planta do algodo
Os amostradores devem aprender durante as amostragens que as doenas
podem ocorrer em vrias regies de uma
mesma planta quanto em regies especficas, dependendo da fase de ocorrncia
da doena, da intensidade ou deveridade
da infeco, estdio de desenvolvimento da
planta e at mesmo das condies climticas
do perodo.
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Tabela relacionando
as doenas, seus perodos
de ocorrncia e as
estruturas infectadas
Tabela relacionando
as doenas, as estruturas
infectadas e os danos
Tombamento
(Damping off ou Rizoctoniose)
Agente causal
Fusarium spp., Pythium sp., Alternaria
sp., Colletotrichum gossypii, Rhizoctonia solani,
Macrophomina phaseolina, Thielaviopsis
basicola, Glomerella gossypii e Botriadiplodia
theobromae.
Disseminao
Pode ocorrer pela semente, por
restos culturais, pelo solo contaminado
e pela chuva.
Condies favorveis
Temperaturas baixas durante o perodo de germinao favorecem a instalao do complexo de patgenos porque
aumentam o tempo da emergncia das
plntulas.
Temperatura entre 18C e 30C e o
solo com a umidade elevada contribuem
para a infeco da planta.
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Mosaico Comum
Agente causal
(Abutilon mosaic virus AbMV)
Transmisso
Ocorre pelo vetor Bemisia tabaci
(Mosca branca).
Descrio dos sintomas
A planta infectada inicialmente
apresenta manchas amareladas que se
tornam clorticas amarelas
e descoloridas no limbo foliar.
Com o envelhecimento das folhas, as
manchas podem ficar avermelhadas.
Obs: Infeces em plantas jovens
provocam entrens curtos, reduzem
seu porte.
As plantas infectadas apresentam uma
esterilidade que pode ser parcial ou total.
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Agente causal
(Cotton leafroll dwarf virus CLDV)
Transmisso
A transmisso ocorre pelo vetor
Aphis gossypii (Pulgo do algodoeiro) que
adquire o vrus no ambiente.
Descrio dos sintomas
A planta infectada apresenta porte reduzido, folhas de aspecto campanular,
quebradias, de cor azulada ou verde escura e o limbo rugoso.
O incio da infeco na lavoura
geralmente observado em planta isolada
e rapidamente evolui para ocorrncias em
reboleiras.
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Vermelho
Agente causal
(Cotton Anthocyanosis Virus - CAV)
Transmisso
A transmisso ocorre pelo vetor
Aphis gossypii (Pulgo do algodoeiro) que
adquire o vrus no ambiente.
No transmitido via semente.
Descrio dos sintomas
Em uma planta jovem os sintomas
so observados com 4 a 5 folhas verdadeiras, porm, em uma planta adulta (A
partir dos 60 DAE) os sintomas so mais
acentuados.
A planta infectada apresenta sintoma de murcha e as folhas dos teros
inferior e mdio avermelhadas em reas
limitadas pelas nervuras e em estdios
avanados as folhas do tero superior se
tornam totalmente vermelhas.
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Mela
(Rizoctoniose)
Agente causal
Rhizoctonia solani e Phytothora capsici.
Disseminao
Pela semente, por restos culturais,
solo contaminado e pela chuva.
Condies favorveis
Temperaturas noturnas abaixo de
20C e alta pluviosidade.
Descrio dos sintomas
Folhas Cotiledonares com leses de
aspecto oleoso que evoluem em forma de
V para uma necrose do cotildone, do
pecolo e posteriormente da haste.
Provoca a perda de stand.
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Mela
Agente causal
Thanatephorus cucumeris
Disseminao
Por restos culturais, solo contaminado,
pela chuva e pelo contato folha a folha ou
planta a planta.
Condies favorveis
Temperatura entre 25C e 30C e alta
umidade relativa do ar (Acima de 80%).
Descrio dos sintomas
Folhas com leses de aspecto oleoso
que adquirem a caracterstica de escaladura
ou podrido mole.
Em condies de baixa umidade
as leses ficam restritas a manchas
necrticas.
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Murcha de Verticilium
(Verticiliose)
Agente causal
Verticilium dahliae
Disseminao
Pela semente, pela gua (Superficial), pelo vento e pelo solo contaminado.
Condies favorveis
Temperatura entre 22C e 32C, alta
umidade do solo e solos ricos em matria
orgnica.
Descrio dos sintomas
Murcha das plantas ou das folhas e
a dessecao dos vasos lenhosos do caule.
Parecidos com os sintomas da Fusariose
e tambm observadas em reboleiras, as
plantas infectadas pela verticiliose so
mais dispersas e a dessecao dos vasos
lenhosos do caule mais difusa e
a evoluo dos sintomas mais lenta do
que na Fusariose.
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Murcha de Fusarium
(Fusariose)
Agente causal
Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum
Disseminao
Pela semente infectada, pelo solo
contaminado, pelo vento, por implementos e restos de cultura.
Condies favorveis
Temperatura entre 25C e 32C e
alta umidade do solo.
A maior ocorrncia est associada a
solo arenoso, pH baixo, baixos teores de
potssio e a presena de nematoides (Meloidogyne incgnita, Rotylenchus reniformis e
Pratylenchus brachyurus).
Descrio dos sintomas
Amarelecimento e enegrecimento
dos colitedones nas plantas jovens que
secam e morrem e reas irregulares de
cor amarela que necrosam e podem
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Pinta preta
Agente causal
Alternaria sp.e Stemphylium solani
Disseminao
Pelo vento, por mquinas, pelo
homem e por restos de cultura.
Condies favorveis
Para Alternaria sp., temperatura
amena entre 20C e 25C, alta pluviosidade e perodos nublados.
Para Stemphylium solani, temperatura entre 25C e 30C, alta pluviosidade
e alta umidade relativa (Acima de 80%).
Descrio dos sintomas
Alternaria sp.
Pequenas manchas circulares, com
bordas enegrecidas e o centro marrom
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Mofo branco
Disseminao
Pela gua, pelo vento, pelo trnsito
de mquinas e de pessoas na forma de ascsporos e pelas sementes contaminadas
por esclerrios aderidos.
Condies favorveis
Temperatura tima de 25C (Entre
05C e 30C) e perodos midos superiores
a 07 dias.
Descrio dos sintomas
Ataca toda a parte area da planta.
Causa leses de incio pequenas
que rapidamente infectam todo o tecido
lesionado.
Os tecidos apresentam uma podrido mole e mida, seguida de morte das
hastes, ramos e pecolos.
Ao desenvolver, a doena apresenta
partes afetadas de cor amarela e posteriormente marrom.
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Mancha de corinespora
Agente causal
Corynespora cassiicola
Disseminao
Por respingos de chuva e restos de
cultura.
Condies favorveis
Temperatura de 18C e 21C e alta
umidade.
Descrio dos sintomas
Inicialmente ocorrem pequenas
manchas de cor parda com halo amarelo
nas folhas que evoluem e se tornam grandes manchas formando anis concntricos de cor mais escura, podendo ocorrer
a queda das folhas infectadas.
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Mancha de mirotcio
Agente causal
Myrothecium roridum
Disseminao
Pode ocorrer via semente.
Por respingos de gua de partes
infectadas para partes sadias das plantas.
Condies favorveis
Temperaturas de 21C a 27C,
alta pluviometria e alta umidade do ar
(Acima de 90%), associadas s leses
ou injrias provocadas por pragas ou
agentes qumicos iniciam a infeco na
lavoura enquanto que o contato de estruturas infectadas com outras estruturas da
planta aumentam a infeco.
Descrio dos sintomas
As leses apresentam esporodquios
de formas irregulares e negros circundados por hifas de cor branca.
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Os esporodquios podem ser encontrados na face inferior e superior das
folhas.
Nas folhas inicialmente ocorrem
manchas isoladas com anis concntricos,
circundadas por halo violeta ou avermelhado que podem coalescer e provocar
desfolhas severas.
Nos pecolos e caules as leses so
irregulares, escuras e tambm apresentam esporodquios.
Nas mas so observadas leses
irregulares com esporodquios.
Ramulria
Agente causal
Ramularia areola
Disseminao
Pelo vento, pela gua e pelo trnsito
de mquinas e pessoas.
Condies favorveis
Temperaturas de 12C a 32C e alta
umidade do ar (Acima de 80%).
Noites midas seguidas de dias secos.
Descrio dos sintomas
A leso inicial da Ramularia areola
conhecida como mancha azulada e
observada na face inferior da folha.
Com a evoluo surgem leses
angulosas de bordas bem definidas e
com esporulaes de aspecto farinceo
de cor branca e ou amarela, podendo ser
observadas nas faces inferior e superior
das folhas.
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No perodo de final de ciclo da
cultura as leses apresentam uma cor arroxeada devido necrose do tecido aps
a esporulao do patgeno.
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Ramulose
(Superbrotamento)
Agente causal
Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides
Disseminao
Pela gua, pelo vento e pelo trnsito
de mquinas e pessoas, e sobrevive em
plantas voluntrias.
Condies favorveis
Temperaturas de 25C a 30C e alta
umidade do ar (Acima de 80%).
O patgeno pode sobreviver em restos de cultura no solo por at nove meses.
Descrio dos sintomas
Geralmente as ocorrncias de Ramulose so observadas em reboleiras.
O sintoma inicial uma leso na
forma de mancha necrosada nas folhas
jovens do ponteiro das plantas e quando
as folhas crescem ocorre a rasgadura da
necrose, dando nome a leso de mancha
estrelada.
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O aumento das leses no ponteiro
provoca a morte do meristema apical
provocando ramificaes, reduo dos
interndios e o superbrotamento.
Nos pecolos e ramos so observadas
leses escuras e deprimidas.
Os sintomas da Ramulose podero
ser observados apenas em manifestaes
tardias na lavoura.
Na ocorrncia tardia (Plantas adultas) no h reduo da produtividade e se
observa reduo de interndios e superbrotamento apenas no tero superior das
plantas infectadas. Os sintomas evoluem
para as novas folhas jovens da planta
aumentando a infeco no ponteiro.
Ferrugem do algodoeiro
Agente causal
Phakopsora gossypii ou Cerotelium
desmium
Disseminao
Pelo vento.
Condies favorveis
Umidade relativa do ar alta ou
molhamento foliar e grande amplitude
trmica.
Descrio dos sintomas
Pstulas de cor palha a marrom
com halos arroxeados com tamanho de
01 a 03 mm.
As pstulas quando maduras
liberam uma massa pulverulenta de
esporos que amarelam e coalescem.
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Mancha angular
Agente causal
Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum
Disseminao
Pela semente infectada (Inculo
primrio), pelos restos de cultura, pelo
vento, pela chuva, pela irrigao, pelos
danos mecnicos (Insetos e implementos).
Condies favorveis
Temperaturas de 30C a 36C e
umidade relativa do ar alta (Acima de
85%), alta pluviosidade e adensamento
de plantas.
Descrio dos sintomas
Na folha so leses angulares
distribudas por todo o limbo foliar,
delimitadas pelas nervuras e de aspecto
oleoso.
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Apodrecimento de mas
Agente causal
Alternria spp., Ascochyta gossypii,
Aspergillus flavus, Bacillus pumilis, Colletotrichum spp., Erwinia aroideae Fusarium
spp., Lasiodiplodia theobromae, Myrothecium
roridum, Pantoea agglomerans, Phoma exgua,
Phomopsis sp., Phythophthora spp., Rhizoctonia solani e Xanthomonas axonopodis pv.
Malvacearum.
Condies favorveis
Umidade relativa do ar alta, excesso
de chuvas e dias nublados.
Danos mecnicos, qumicos,
fisiolgicos ou entomolgicos nas mas
favorecem o apodrecimento.
49
Leitura consultada
CASSETARI NETO, D.;MACHADO, A.
O. Doenas do algodoeiro: diagnose e
controle. Cuiab: UFMT, 2000. 47 p.
IAMAMOTO, Marcos Massantsu. Doenas
foliares do algodoeiro. Jaboticabal: FUNEP,
2003. 41 P.
JULIATTI, Fernando Cezar; POLIZEL,
Analy Castilho. Manejo integrado de
doenas na cotonicultura brasileira.
Uberlndia: EDUF, 2003. 142 p.
SUASSUNA, Nelson Dias; ARAJO,
Alder Emdio. Ferrugem tropical do
algodoeiro. Documento 114, Campina
Grande, PB, 2003. 17 p. (EMBRAPA,
Documento 114).
MANUAL
DE
IDENTIFICAO
E MANEJO DAS DOENAS DO
ALGODOEIRO. 2001, Cuiab. Anais
do workshop de doenas do algodo:
Identificao e controle. Cuiab: Fundo de
Apoio a Cultura do Algodo, 2001. 167 p.
IAMAMOTO, Marcos Massantsu. Doenas
do algodoeiro. Integrao patgenohospedeiro. Jaboticabal: FUNEP, 2007.
61 P.