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Desenvolvimento Folicular, Ondas Foliculares e Manipulação
Desenvolvimento Folicular, Ondas Foliculares e Manipulação
Desenvolvimento Folicular, Ondas Foliculares e Manipulação
FOLICULARES E MANIPULAO*
Introduo
A funo ovariana nos bovinos tem incio ainda no perodo fetal e estende-se aps
a puberdade, at idades que podem atingir aos 15 anos. Durante o desenvolvimento fetal
sob a influncia dos hormnios maternais os ovrios do feto apresentam crescimento e
atresia folicular. Do nascimento puberdade, na ausncia de funo do hipotlamo e da
hipfise, as gnadas femininas permanecem em repouso. Aps a puberdade quando o
sistema nervoso central e a hipfise iniciam a liberao do GnRH e das gonadotrofinas
(FSH e LH), respectivamente os ovrios passam a funcionar realizando um conjunto de
atividades, as quais denominamos de ciclo ovariana. Nas diferentes fases do ciclo estral
existem nos ovrios um nmero de folculos entre 200 e 400 que encontram-se em fase de
crescimento, destes 25 a 50 so folculos tercerios, dos quais 1 ser selecionado como
folculo dominante, adquirindo as caractersticas para realizar a maturao e a ovulao.
Ciclo estral
O ciclo estral o ritmo funcional dos rgos reprodutivos femininos que se
estabelece a partir da puberdade. Compreende as modificaes cclicas na fisiologia e na
morfologia dos rgos genitais e tambm no perfil dos hormnios relacionados.
Didaticamente o ciclo pode ser dividido em 4 fases que so limitadas por eventos
reprodutivos coordenados pela secreo de hormnios. As fases so:
Seminrio apresentado na disciplina de Endocrinologia da Reproduo (VET00169) do Programa de PsGraduao em Cincias Veterinrias da UFRGS, pela aluna CLAUDIA BRIANI ANTONIOLLI, no
segundo semestre de 2002. Professor da disciplina: Flix H. Daz Gonzlez.
(1) Pr-estro: fase que antecede o estro ou o cio. Esta fase marcada por um
aumento gradativo circulantes de estrgeno, devido ao incio do desenvolvimento
folicular. Os achados principais so decorrentes desse perfil hormonal: ocorre um
aumento gradativo na vascularizao e tnus muscular dos rgos genitais edemaciao
inicial da vulva, proliferao do epitlio vaginal e relaxamento das crvix. Tem durao
mdia de 2 a 3 dias, termina quando a fmea passa a aceitar o macho.
(2) Estro: caracteriza-se pela aceitao do macho. a fase de mais fcil definio.
Nesta fase os nveis circulantes de estrgeno so elevados, os achados decorrem desta
alta taxa. O tero e as tubas se encontram trgidos, a crvix relaxada, vagina e vulva com
sinais de hiperemia e edema com corrimento de muco. Esta fase tem durao variada
entre 12 a 18 horas na vaca, assim terminando quando a fmea deixa de aceitar o macho.
(3) Metaestro: fase de mais difcil caracterizao. O corpo lteo formado aps a
ovulao, secreta quantidades crescentes de progesterona at atingir sua produo
mxima. A ovulao na vaca ocorre nesta fase. Com a produo inicial de progesterona, a
genitlia tende a ficar com menor tnus, menos vascularizadas e edemaciada. Em bovinos
pode ocorrer uma pequena hemorragia caruncular, decorrente das alteraes hormonais.
Dura em mdia 2 ou 3 dias e termina quando o corpo lteo atinge sua plena capacidade
de produo de progesterona.
(4) Diestro: fase de maior durao, que ocorre sob predomnio da progesterona.
Devido a presena deste esteride, o endometro fica mais espesso e com maior atividade
das glndulas, a crvix se fecha, a musculatura do genital relaxa e ocorre uma diminuio
da vascularizao e hipotrofia do epitlio vaginal. Dura cerca de 13 a 15 dias, terminando
quando ocorre a regresso fisiolgica do corpo lteo, tendo incio a outro ciclo.
pico maior de LH, j que a produo FSH encontra-se parcialmente bloqueada. Este pico
de LH responsvel pela ovulao dos folculos presentes nos ovrios que tem
desenvolvimento compatvel. As clulas remanescentes do folculo que ovulou sofreram
uma transformao chamada luteinizao, formando o corpo lteo, que produz
progesterona. Estes eventos tambm so coordenados pelo LH. A produo de
progesterona alcana seu limite por volta de 5 a 7 dias aps a formao do corpo lteo, e
enquanto permanecer em nveis elevados na circulao responsvel por bloquear a
liberao de GnRH e das gonadotrofinas hipofisrias, ou seja, o animal no apresenta
estro novamente enquanto estiver em concentraes circulantes elevadas, considerando
que a fmea no tenha ficado gestante no estro anterior, o corpo lteo, cerca de 10 a 15
dias aps a formao, iniciar a produo de ocitocina, que no endomtrio estimular a
produo de prostaglandina, responsvel pela regresso do corpo lteo, processo
conhecido como lutelise. Com isso, a concentrao plasmtica de progesterona diminui,
possibilitando aumentos gradativos na secreo de GnRH, FSH e LH, iniciando um novo
ciclo.
Caso o animal fique gestante, o corpo lteo no pode sofrer regresso pois a
principal fonte de progesterona no incio da gestao em todas as espcies domsticas. O
bloqueio da letelise feito por substncias produzidas pelo feto, que inibem a produo
e/ou acesso da prostaglandina ao ovrio. Estas substncias tem natureza diversa entre as
espcies. Foram identificadas protenas, esterides e outras com tal funo.
Folculognese
Maturao do ovcito
Refere-se as transformaes ocorridas no ovcito durante o desenvolvimento
folicular e podem ser divididas em duas fases:
(1) Fase de crescimento que ocorre a partir do incio do desenvolvimento
folicular. Nesta fase ocorre um ligeiro aumento do volume do ovcito, cujo metabolismo
suprimido por nutrientes obtidos de projees das clulas do cumulus oophorus, que so
clulas da granulosa em ntimo contato com o ovcito. As clulas sanguneas da fmea
no entram em contato direto com o ovcito. Durante esta fase tambm formada a zona
pelcida.
(2) Preparao para a fertilizao: fase que ocorre simultaneamente com o final da
fase de crescimento folicular .A partir desta fase o ovcito ter condies para ser
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Figura 1. Modelo proposto para explicar a dinmica folicular em ondas durante intervalos
ovulatrios de duas ondas do lado esquerdo e trs ondas do lado direito. Na parte superior
demonstra concentraes plasmticas de progesterona (ng/ml), e pulsos de LH esquemticos que
indicam a freqncia e a amplitude dos pulsos reais. Na parte central representam os produtos
foliculares (valores relativos) e o FSH. Nos grficos inferiores est representado um esquema do
desenvolvimento folicular dos folculos dominantes e subordinados.
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Punes foliculares
Histrico
A tcnica de puno folicular transvaginal utilizando o auxlio de ultrassonografia
foi primeiramente desenvolvida para o uso para a medicina humana sendo adaptada em
1988 por Pieterse et al. para uso em medicina veterinria.
Objetivo
Recuperar ocitos repetidamente de animais vivos previamente selecionados de
alto valor gentico diminuindo assim o intervalo entre geraes e possibilitando o
nascimento de um maior nmero de descendentes por produo conhecida por fmea.
Utilizao
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Mtodo
Sedao dos animais, anestesia epidural, limpeza e desinfeco da rea (perneo),
introduo do transdutor conectado ao sistema condutor da agulha. O ovrio
posicionado (atravs da manipulao retal) na extremidade do transdutor, e os folculos
so visualizados na tela do aparelho. A introduo da agulha por um segundo operador,
pode ser acompanhada na tela e a aspirao do contedo folicular tambm (a linha de
bipsia programada para aparecer na tela e servir de ajuda). A agulha ligada bomba
de suco que aspira o fludo folicular e o ocito em um recipiente contendo PBS
modificado acrescido de 1% de soro fetal bovino e aproximadamente 0,1% de heparina.
Subseqentemente, os ocitos so identificados e passados para placas de maturao,
posteriormente fecundao e por ltimo o cultivo.
Entre os fatores que influenciam o sucesso das punes foliculares, esto:
tratamentos hormonais, freqncia das aspiraes, nvel de vcuo e experincia do
operador.
No Brasil as aplicaes utilizando aspiraes foliculares tinham como objetivo a
pesquisa e a produo de embries de vacas com problemas reprodutivos adquiridos
(Tabela 1). Atualmente, j existem condies que viabilizam a produo de embries
utilizando esta tecnologia como: melhoria dos sistemas de maturao, fecundao e
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cultivo, reduo nos custos da tcnica, acesso aos meios de cultura, aquecimento do
mercado de gado de elite e necessidade dos criadores em aumentar seus rebanhos em
curto espao de tempo.
Tabela 1. Dados obtidos por uma empresa privada brasileira referente aos dezoito
primeiros meses de atividades comerciais utilizando punes foliculares.
Total de fazendas
16
9 (5 x 4)
Total de vacas
321
Total de OPU
937
Total de ocitos
12.440
1.953
2.812
4.539
9.304 (74,8)
98
7.068 (75,9)
3.930 (42,2)
3.270
840 (35,4)
75/59 (56/44)
Embries/OPU/vaca
4,2
Abortos
28/840 (3%)
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Concluses
-
Apesar dos perodos sem uma atividade cclica regular (pr-pbere, prenhez e anestro
ps-parto), constituem a parte mais importante da vida de uma fmea bovina, a maior
ateno tem sido atribuda aos perodos de atividade cclica. Este o perodo onde o
homem tem a possibilidade de intervir com mais frequncia como na sincronizao
dos ciclos estrais, inseminao artificial com tempo fixo, entre outros.
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Referncias bibliogrficas
BARUCELLI, P. Controle farmacolgico do ciclo estral em ruminantes. Faculdade de
Medicina Veterinria e Zootecnia, Departamento de Reproduo Animal, Universidade
de So Paulo. 2000.
CUPPS, T.P. Reproduction in Domestic Animals. 4.ed. Department of Animal Science,
University of California. Davis. 1991.
FERNANDES, C.A. Fisiopatologia
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Biotecnologia
da
Reproduo
Animal.
MIES FILHO, A. Reproduo dos Animais. 6 ed. Editora Sulina, Porto Alegre. 1987.
THIBAULT, C., LEVASSEUR, M.C., HUNTER, R.H. Reproduction in mammals and
man. Paris: Ellipses. 1993.