Sindrome de Patau 3 PDF
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SÍNDROME DE PATAU
RESUMO:
mosaicismo.
ABSTRACT:
Robertsonian translocation or mosaicism. Important anomalies have been noted in infants with
trisomy 13, called Patau Syndrome. The infant likely not will survive to more than 1 year.
key words: trisomy 13, patau syndrome, free trisomy, robertsonian translocation, mosaicism.
3
INTRODUÇÃO:
1956 e 1959, as bases genéticas para muitas síndromes previamente conhecidas foram
determinadas1.
nascidos1.
varia em diferentes estudos, desde 1 para 5000 até 1 para 25000 nascimentos1,4,5, sendo a
menos comum das trissomias autossômicas maiores devido a sua alta mortalidade intra-
uterina. Jacobs et al.6 documentaram que a síndrome de Patau era a causa mais comum
malformações que mais chamam a atenção à primeira vista são: fendas lábio-palatinas,
citogenéticas.
4
HISTÓRICO:
idade. O fenótipo dessa síndrome é bastante rico e intrigante, tendo sido o enfoque de
CONCEITO:
central, sistema cardiovascular, sistema urogenital, entre outros. Com freqüência os fetos
têm uma sobrevida extremamente curta, com raríssimas exceções. Apenas 2,5% dos
EPIDEMIOLOGIA:
em até 20% dos abortos espontâneos que tiveram os cariótipos analisados. Porém,
menos de 1% dos nascidos vivos são portadores de trissomias, dentre as quais as mais
amniocenteses identificou 96 fetos com trissomia do21; 33 fetos com trissomia do 18; e
período embrionário.
vivos. Calcula-se que apenas algo em torno de 2,5% dos conceptos com a trissomia do
gravidez, ou seja, nos primeiros meses, sendo que a sobrevida até o segundo trimestre é
de apenas 5%5,7(fig.I).
7
pequeno número dessas crianças sobrevive ao primeiro ano e há poucos casos relatados
de sobrevida longa9.
nascidos vivos de acordo com o ano. Bond e Chandley , em 1983, calcularam que a
que essa trissomia ocorreu em 1 para 12.500 nascimentos; Carothers, no ano de 1994,
variação devido a vários fatores, como, por exemplo: o impacto do diagnóstico pré-natal
em torno de 1:1100010.
a prevalência total foi de 1,91 para cada 10.000 nascimentos. Nesse mesmo estudo, foi
alta, sendo que mais de 80% das crianças afetadas morrem durante o primeiro mês, e
menos de 5% das crianças que nascem sobrevivem até atingir um ano de idade. A média
8
de sobrevida varia muito na literatura: segundo alguns autores, é de 2,5 dias5; em outros
Existe uma possibilidade muito remota, mas não insignificante, de uma criança
com síndrome de Patau ter uma sobrevida relativamente longa, especialmente se não
sempre ser mencionada para os pais após o diagnóstico pré ou pós-natal de trissomia do
malformações somáticas graves9. Há também estudos que dizem que pacientes com
1312. Alguns relatos de sobrevida longa podem ser citados, como por exemplo: uma
faleceram, sendo que tiveram uma média de 97,05 dias de sobrevida. Os pacientes com
translocação sobreviveram por mais tempo que os pacientes com trissomia livre. Apenas
dois se mantiveram vivos (uma menina com 19 e um menino com 11 anos), ambos com
idade materna avançada4. Verifica-se que 63% dos fetos portadores de trissomias são de
qual o indivíduo afetado apresenta uma linhagem celular normal e outra trissômica para
o cromossomo 13.
TRISSOMIA LIVRE:
meiose I não ocorra a separação dos dois membros de cada bivalente, dois cromossomos
homólogos serão puxados para o mesmo pólo da célula, fazendo com que a igual
portanto, a formação de uma célula com 24 cromossomos e de outra com 22, que
não-disjunção. Caso o processo ocorra na anáfase da meiose II, haverá a não separação
o outro com 22. Porém, neste caso, a origem das cromátides não separadas será só
paterna.
mostrou que, na maioria dos casos estudados de trissomia autossômica, a origem do erro
casos era de origem paterna. Estes últimos distinguiam-se por serem primariamente
caso, têm-se um zigoto normal com 46 cromossomos, que devido a um erro na primeira
indivíduo com cariótipo 47,XX ou XY, +13 (Fig.II), que manifestará fenotipicamente a
TRANSLOCAÇÃO ROBERTSONIANA:
equilibrada para esta translocação, tanto para carreadores maternos quanto para paternos
cromossomo 21, para qual a carreadora mulher apresenta um risco aumentado de prole
Os indivíduos com Síndrome de Patau possuem um dos genitores com este tipo
cromossomos acrocêntricos que se unem pela região centromérica. Para que haja essa
fusão, ambos os acrocêntricos perdem seus braços curtos. Esta perda não é deletéria ao
indivíduo, pois as cópias múltiplas de genes do RNAr contidas nestes braços, estão
também presentes nos braços curtos dos demais cromossomos acrocêntricos. Desta
Este indivíduo, portanto, tem risco de apresentar uma prole com anormalidade,
para, no caso da Síndrome de Patau, o cromossomo 13. O zigoto formado terá, portanto,
vista na trissomia livre do 13, sendo então chamada de Síndrome de Patau por
MOSAICISMO:
Geralmente os neonatos que são mosaicos para uma dada trissomia, por exemplo
Entretanto, esses indivíduos podem ter qualquer grau de variação fenotípica entre a o
isocromossomo é formado pelos dois braços longos do 13, devido à errônea separação
RISCO DE RECORRÊNCIA:
numéricas. O estudo envolveu mulheres que já tinham filhos com as trissomias do 21, do
recorrência muito baixo, bem menor do que o da trissomia do 21. Das 46 mulheres que
tinham filhos com a trissomia do 13, não foi observado recorrência em nenhuma15.
diagnóstico em fetos ou crianças, são exíguos. Em análise feita por Baty (1994)5, foram
vistos 200 casos de trissomia do 13 e do 18, nos quais não foram observados
recorrências. Por outro lado, Hook (1992)5 relatou evidências de que algumas mulheres
Desta forma, para a maioria das trissomias nas quais há um cromossomo extra
de recorrência de acordo com a idade materna, nota-se que mães jovens possuem um
enquanto que para mulheres com idade mais avançada, o risco aumenta em proporção a
idade específica5. Dados recentes indicam um real aumento do risco de ter uma criança
risco (1%) para fetos ou neonatos com síndrome de Patau. Neste caso, não há relação do
CLÍNICA
holoprosencefalia de 1,2 para cada 10000 nascimentos. Desses casos, 41% (50/121)
pacientes com defeito do SNC e trissomia do 13, foram encontrados apenas 6 pacientes
hipsarritimia; crises de apnéia durante os primeiros meses de vida; atraso mental grave28.
Anomalias Cardíacas:
torno de 80% dos casos), em particular defeitos dos septos interatrial e interventricular e
desenvolvimento da lateralidade5,28.
utricular endolinfática; pequeno nervo facial; e uma angulação obtusa da área geniculada
para o nervo facial. Cada ouvido demonstrou mais de uma dessas anomalias30.
casos28.
Características do Sono:
período neonatal. Depois de uma a duas semanas, houve uma tendência à organização
Tumor de Wilms:
hematúria. Ao exame, foi detectada uma massa abdominal, que foi ressecada
na literatura, há motivos para suspeitar que exista um locus no cromossomo 13 que afete
Alterações Oculares:
uma análise dos olhos de 28 fetos e recém-nascidos mortos portadores desta síndrome.
Mãos e Pés:
mãos e às vezes dos pés; saliência da porção posterior do calcanhar; trirrádio palmar
axial distal; prega simiesca; unhas estreitas e de convexidade exagerada; flexão dos
Hematologia:
Pode haver aumento dos apêndices nucleares dos neutrófilos. Também pode
PATOLOGIA:
detalhadamente por vários autores. As anomalias internas típicas são: defeitos nos septos
torno de 66% dos casos. A face freqüentemente, mas não sempre, prediz o cérebro, com
monoventricular sem corpo caloso, septo pelúcido ou fórnice. A fossa craniana posterior
foram descritas.
com trissomia clássica e 3 com translocação robertsoniana 13/13) são relatados por
21
no SNC, olhos, pâncreas, rim e ovários. Displasia cística renal foi uma característica
de gestação35.
23
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
uma doença autossômica recessiva, às vezes relatada como pseudotrissomia do 13, pode
ter um quadro que se confunde com a trissomia do 13. Nos casos em que estudos
citogenéticos são normais ou não são realizados, a consangüinidade entre os pais deve
ou seja, com cariótipo normal. A freqüência com que esses casos resultam de
casamentos consangüíneos ajuda a sugerir que esta seja uma alteração autossômica
recessiva36.
cromossômica normal23.
a Síndrome de Patau pode, por vezes, mimetizar essa síndrome. Por isso, estudos
citogenéticos devem ser considerados para todos os pacientes com diagnóstico clínico de
Síndrome de Rubinstein-Taybi37.
24
DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL
Teste de rastreamento:
1.Ultrassonografia:
malformações. Deve ser enfatizado que não há uma única anomalia que seja
anormalidades externas e internas pode sugerir uma aberração cromossômica mais que
outra. Por exemplo, fetos com trissomia do 13 tendem a ter sobretudo defeitos faciais,
aneuploidias38.
SNC (58%), anomalias faciais (48%), renais (33%) e cardíacas (48%). Crescimento
retardado também foi detectado em 48% dos fetos. Com isso, pode-se dizer que a
ultrassonografia pré-natal ajuda a detectar uma ou mais anomalias na maioria dos fetos
25
Farina estabeleceu que o teste ultrassonográfico tem uma acurácia de 88% para
do doppler, foi confirmado que essa ecogenicidade era de origem vascular. Até então,
esse foi o primeiro estudo a avaliar a ocorrência desses achados na trissomia do 1341.
2.Translucência Nucal:
Para definir a relação entre tranlucência nucal espessada entre a 10ª e a 13ª
semanas de gestação e o risco de ter um feto com trissomia, 560 fetos com translucência
de trissomias do 21, 18, ou 13 foi de 18% (102 de 560 casos).Fazendo uma análise entre
a incidência dessas trissomias que seria esperada em mulheres normais de acordo com a
idade e a incidência encontrada no estudo , concluiu-se que essa incidência foi 4 vezes
espessamento foi maior que 3mm, a incidência de trissomias foi 29 vezes maior que a
esperada42.
3mm em 86% dos fetos com trissomias contra 4,5% dos fetos cromossomicamente
26
3mm foi aproximadamente 5 vezes menor que o esperado com base na idade materna .
Já nos grupos com translucência nucal de 3mm e maior de 3mm, o número de trissomias
3.Testes Sorológicos:
13, para 0,5% de falso-positivos. Portanto, ambos devem ser usados no primeiro
para detecção de trissomias. Observou-se entre a 10ª e 13ª semanas que os níveis séricos
de PAPP-A e SP1 aumentavam com a gravidez nos grupos controles e que, nas
SP1 não tenham sido significativamente diferentes entre os grupos. Em 70% das
verificou-se que o PAPP-A pode ser usado no primeiro trimestre para demonstrar um
síndrome de Down, como já se sabia, mas também é altamente sensível para a detecção
de trissomia do 13 e do 18.
sido investigada no músculo e no rim de pacientes com trissomia do 13. Mais do que o
dobro da expressão da estearase D foi achada no rim de pacientes com essa síndrome.
Testes específicos:
anormal é pelo menos tão alto quanto o risco de aborto provocado pelo procedimento.
direta da mutação. Esta técnica é rápida e sensível, tanto para detecção de trissomia do
CONCLUSÃO:
29
para a família. Dessa forma, é importante que a identificação da etiologia seja feita para
que, através dela, o manejo mais adequado possa ser estabelecido pela equipe médica.
Além disso, essa identificação é importante para o esclarecimento à família, tanto no que
gestações futuras.
Atualmente, este papel se limita a diagnosticar tais defeitos; porém, num futuro próximo,
espera-se que a citogenética evolua ao ponto de, não apenas detectar as aberrações
congênitas.
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ANEXO:
35